Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIDADE II
GERENCIAMENTO
DE EQUIPAMENTOS
MÉDICO-HOSPITALARES
Elaboração
Vinicius de Paula Flauzino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES.................................................5
CAPÍTULO 1
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS EXTERNOS......................................................................... 5
CAPÍTULO 2
GERENCIAMENTO DE TECNOLOGIAS E INDICADORES E INDICADORES DE QUALIDADE..... 19
CAPÍTULO 3
INVENTÁRIO...................................................................................................................... 36
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DE DEFEITOS DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES.................................. 44
CAPÍTULO 5
GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES....................... 49
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................60
GERENCIAMENTO
DE EQUIPAMENTOS UNIDADE II
MÉDICO-HOSPITALARES
Capítulo 1
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS EXTERNOS
As exigências que contemplam o contrato serão os pontos primordiais para que ocorra
definição pelo contratante. De maneira global, quanto maior for número de exigências
contemplada no contrato, maior será o valor dele (DEL SOLAR, 2017).
5
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/secretaria.png.
Esse tipo de contrato é divido em duas formas, sendo utilizado para equipamentos de
baixa.
6
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
7
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
8
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Na última década, a tendência é que os hospitais dos EUA terceirizem todo o serviço
de engenharia clínica e passe a gestão de contratos para um responsável técnico do
hospital. Essa oportunidade foi excelente para os profissionais responsáveis pelo setor de
engenharia clínica. No Brasil, isso não é diferente, pois as instituições de saúde possuem
o setor de engenharia clínica e a manutenção da grande maioria dos equipamentos
médicos hospitalares é realizada por empresas terceirizadas, sendo a responsabilidade
pela administração dos contratos de manutenção do responsável técnico do setor.
Alguns departamentos de EC utilizam bancos de dados para gestão geral dos
equipamentos hospitalares. Essa ferramenta permite que as instituições gerenciem os
dispositivos desde a sua aquisição até o descarte do aparelho. Além disso, esse software
centralizado é capaz de gerenciar contratos. O sucesso de programas internos como
a ferramenta de banco de dados foi desenvolvido por engenheiros biomédicos para
realizar a gestão de efetiva do parque tecnológico e os serviços gerais da EC.
O responsável técnico (RT) pelo setor de engenharia clínica deve tomar as principais
decisões, o que se diz respeito ao serviço de EC. Para começar, o RT deve realizar uma
auditoria para determinar inventário, despesas e contratos de cobertura. Depois de
analisar os dados, ocorre a realização do planejamento para mostrar as mudanças no
serviço, que poderá melhorar a gestão do parque tecnológico. O plano deve delinear
claramente os mecanismos de monitoramento, relatórios, o valor obtido, as melhorias
sobre o processo atual, o serviço de manutenção apropriado para cada dispositivo do
inventário, o tipo de serviços, tempo de resposta e de conclusão dos serviços.
A regra básica da gestão é que não se pode gerenciar, o que não se pode mensurar.
Portanto, registros precisos da quantidade e custos de cada peça, tempo para realizar
a manutenção. Um inventário preciso é sempre o ponto de partida. O serviço de
manutenção deve ser adequado para cada item do inventário. A cobertura e o custo
precisam ser determinados nos contratos serviço.
9
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
A análise dos contratos de serviço deve ser realizada para verificar se o trabalho
contratado é desenvolvido conforme acordado previamente. A verificação avalia os
serviços, o prazo de contrato, a ordem de compra, o custo anual, o tipo de cobertura,
notas de exclusões e inclusões.
As contas a pagar são tipicamente a fonte de dados sobre os gastos com tempo e
materiais. Os bancos de dados eletrônicos são os locais que estão arquivados tais
relatórios. Uma avaliação precisa dos custos realizadas pela EC pode deixar os custos
menores.
10
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
11
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
12
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
O período de garantia deve começar após a compra e aceitação do contrato final pelo
departamento de engenharia clínica. Isso é particularmente importante no caso de
grandes instalações em que a implementação pode se estender por vários meses. Os
profissionais do serviço de engenharia clínica devem avaliar o serviço do fabricante, com
a instalação e o funcionamento de todos os sistemas de acordo com especificações
previamente acordadas durante o processo de compra.
13
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» Linha de suporte técnico: uma linha de suporte técnico precisa ser inserida no
contrato, com a indicação de horas, disponibilidade e tempo mínimo de resposta
para as consultas. Métodos de comunicação do suporte técnico precisam ser
definidos como ligações, e-mail, de comunicação ou suporte no local (ISGH, 2020).
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/prancheta.png.
14
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
O pagamento final deve ser retido até que todas as condições sejam cumpridas de
acordo como o contrato. Os itens citados a seguir devem ser considerados durante a
inspeção:
» Verificação de operação dos dispositivos está correta, por meio de teste realizado
pelo fabricante no momento da instalação;
A manutenção dos equipamentos médicos é uma grande indústria mundial. Nos Estados
Unidos, mais de US$ 2 bilhões é gasto em manutenção de equipamentos clínicos a
cada ano. Muitos hospitais gastam bastante dinheiro com serviço de manutenção de
equipamentos, que é muito oneroso. Para resolver este problema, ocorre a redução de
custo, e o responsável pelo setor de engenharia clínica do hospital precisa negociar
para conseguir o melhor serviço com o menor custo para a entrada. Os equipamentos
em gera, se tornaram mais confiáveis e menos propensos a falhar, e requerem menos
15
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» falta de recursos internos para fornecer apoio operacional para toda a equipe
multiprofissional;
Muitas opções estão disponíveis para o hospital para fornecer algum tipo de serviço para
suprir ou auxiliar em algum défice das instituições de saúde. Os provedores podem ser
os seguintes: fabricante e empresas prestadoras de serviços independentes e empresa
de serviços hospitalares.
As opções de cobertura oferecem uma ampla gama de opções para o serviço hospitalar.
Os contratos podem ser por horas, chamadas, manutenção preventiva com ou sem
reposição de peça. Os contratos de serviço terceirizado de manutenção representam
de 5% a 20% do custo de aquisição de equipamentos, que podem ser comprados com
contratos de curto prazo ou por locação de aparelho.
16
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
1.1.20. Negociação
» Prepare-se para negociar com fornecedores que realizam ameaças, como exemplo,
ter que esperar mais tempo pelo serviço se você fizer um contrato.
» Verifique com cuidado todas as cláusulas do contrato e o que foi inserido (por
exemplo, peças, treinamento, manutenção, testes etc.).
17
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
O responsável pelo setor de engenharia clínica (RSEC) começa a construir uma relação
com o fornecedor no início do processo de aquisição. Para isso, esse profissional deve
ser um participante ativo no processo de gestão; ou seja, deve estar envolvido na
primeira etapa, que é a avaliação da tecnologia. Nessa fase, o RSEC conhece todos
os fornecedores do equipamento e estabelece um bom relacionamento com os
representantes. Os representantes passarão a considerar o RSEC como o principal
ponto de referência no processo de aquisição e devem ser cordiais com o fabricante.
O vendedor não deve ser alienado. Se possível, durante o processo, não utilize um único
fornecedor, pois pode diminuir a competição e o produto apresentar um preço elevado
para aquisição. Portanto, é melhor cultivar relações com três principais fabricantes.
Isso permitirá que a aquisição de dispositivos de diferentes fabricantes seja realizada e
manterá a competitividade no mercado de saúde.
18
Capítulo 2
GERENCIAMENTO DE TECNOLOGIAS E INDICADORES
E INDICADORES DE QUALIDADE
19
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
Necessidade clínica:
Suporte operacional
Preferência de Mercado
» Acesso ao cuidado.
20
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
» aquisição de tecnologia.
21
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
2.1.4. Indicadores
Os indicadores são essenciais para realizar uma gestão eficaz do departamento de EC.
No passado, a maioria dos departamentos de EC não apresentava um programa de
gestão e eram norteados somente pelas ordens de serviço. Atualmente, a mudança de
filosofia e a prática de gestão foram responsáveis pela melhoria no desempenho e no
padrão de qualidade do setor de EC. A Filosofia de gestão no setor de EC possui uma
metodologia orientada que inclui a contenção de custo e melhoria no desempenho do
departamento.
22
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Os indicadores podem ser utilizados para fornecer uma medição objetiva e precisa
dos diferentes serviços prestados pelo departamento EC. Os indicadores podem medir
parâmetros específicos de desempenho individual, de equipe e dos departamentos.
Os indicadores típicos podem incluir simples cálculos da quantidade ou nível de
esforço para realizar cada atividade, como exemplo: produtividade (quantificar/esforço),
percentual do tempo gasto realizando cada atividade, percentual de procedimentos
agendados (procedimentos de inspeção e manutenção preventiva) concluídos dentro
do prazo previsto, média de trabalho por atividade, trabalhos de reparo não concluídos
dentro de 30 dias, encomenda de peças por mais de 60 dias etc.
Se estiver fora dos limites aceitáveis ou o indicador identificou um problema, uma análise
profunda pode ser necessária para definir a melhor solução para o problema. Os possíveis
indicadores para melhoria da qualidade podem incluir o número de reparos realizados dentro
de 24 ou 48h, ou a quantidade de retornos de chamadas para manutenção, os problemas
de reparo causados pelo usuário, a porcentagem de notificações de risco etc. Um exemplo
pode ser a porcentagem de manutenção preventiva (MP) programadas e concluídas.
Informações muito importantes e úteis podem ser obtidas, por meio de comparações
com departamentos de EC de outras instituições de saúde. Esse tipo de comparação
23
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
pode ser útil para melhorar o desempenho do setor e identificar áreas específicas que
precisam de melhorias. Quando for realizar a comparação, deve-se ter muito cuidado,
pois o departamento de EC pode apresentar realidades distintas e apresentar resultados
enganosos ou mal interpretados (ISGH, 2020).
Figura 8. Indicadores.
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/graficos.png.
24
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
A mesma medição pode ser obtida por diferentes observadores. Este tipo de indicador
é conhecido como quantitativo, utilizado para medir dados e análise suplementar.
Os indicadores podem avaliar muitos aspectos diferentes da qualidade, o que inclui
acessibilidade, adequação, continuidade, satisfação do cliente, eficácia, eficácia, eficiência,
segurança e pontualidade.
25
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
26
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
indicadores de taxa são mais complexos de definir porque podem exigir especialistas
consenso ou definição dos objetivos do departamento. Limiares devem ser identificados,
incluindo o processo usado para definir o nível específico.
Fatores podem estar presentes para levar à variação dos dados do indicador. Esses
fatores podem incluir a falha do aparelho e falha dos operadores para usar a tecnologia
corretamente, e falha da organização para fornecer os recursos necessários para
implementar essa tecnologia corretamente. Além disso, a análise desses fatores pode
levar a atividades de melhoria da qualidade mais tarde (DEL SOLAR, 2017).
A palavra “qualidade” possui uma variedade de significados, mas pode ser entendida
como recursos e características de um produto ou serviço para atender as necessidades
do cliente. O conceito da qualidade tem suas origens no trabalho do estatístico de Walter
Shewhart, que conduzia pesquisas sobre a análise de processos industriais enquanto
trabalhava na Bell Laboratories, no início do século XX (DYRO, 2004).
2.1.16. Qualidade
A qualidade tem diferentes definições, que vão desde o tradicional até o estratégico.
O American National Standards Institute (ANSI) e a American Society for Quality (ASQ)
27
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
Figura 9. Qualidade.
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/estrela.png.
28
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
» Liderança: serve para estabelecer um propósito e uma direção para uma instituição
de saúde alcançar os objetivos. Os líderes inspiram a equipe e envolve para atingir
as metas da instituição.
» Foco do cliente: significa saber quem sua organização serve, entender suas
necessidades e requisitos atuais e futuros, esforçando-se para superar as
expectativas dos clientes, reconhecendo outras partes interessadas.
29
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» Aquisição de equipamentos:
» Inspeção e manutenção:
» Monitoramento de qualidade:
30
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
» Conformidade regulatória:
As fontes para obter informação sobre a experiência e satisfação do cliente podem ser
pelo portal de reclamações de clientes, comunicação direta, questionários, pesquisas,
grupos focais e relatórios dos consumidores mídia. O setor de EC se esforça para oferecer
um serviço de qualidade, a fim de conhecer e melhorar o nível do serviço prestado e
atender as expectativas e as percepções dos clientes. Os instrumentos de pesquisa são
ferramentas eficazes para obter informações e medir a satisfação do cliente, que envolve
as seguintes considerações:
» solicitar aos clientes feedback sobre sua experiência com o serviço prestado;
31
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» ISO 9000 séries de sistemas de gestão da qualidade, adotadas pela primeira vez
em 1987 pela International Organization for Standardization (ISO), que é utilizado
como ferramenta de qualidade para a indústria, fabricantes e instituições de saúde
para a melhoria de processos internos.
» Análise do efeito do modo de falha (Failure mode and effects analysis – FMEA):
utiliza uma avaliação prospectiva que identifica e melhora as etapas em um
processo, garantindo a segurança e que o objetivo da instituição seja alcançado.
Na verdade, a FMEA é uma abordagem sistemática para identificar e prevenir
problemas de produto e processo antes de ocorrer (ISGH, 2020).
32
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
» Indicadores temporais:
› tempo de atendimento;
› tempo de resposta;
» Indicadores de qualidade:
› OS/equipamento;
33
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» Indicadores de custo:
» tempo de atendimento;
Para que seja possível “controlar” o serviço, é necessário que exista padronização na
forma de medição, pois a única forma de comparar e empregar os indicadores citados
anteriormente é utilizando a mesma base de dados, com informações padronizadas.
Como não existe uma padronização a nível nacional, cada instituição deve realizar o
trabalho por conta própria. A elaboração de um sistema capaz de gerenciar e gerar
indicadores de desempenho no serviço de engenharia clínica, levando em consideração
o volume de informações, a velocidade com que se necessita manuseá-las e a exigência
da disponibilidade permanente dessas informações em tempo real para os diretores/
gestores e usuários (por meio da internet/intranet), somente será possível com uma
plena informatização do serviço.
34
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
» os profissionais da saúde passam a ter mais tempo para focar em sua principal
tarefa, que é tratar e cuidar dos pacientes;
A boa saúde financeira dos EAS está relacionada com a boa utilização de seus
investimentos em tecnologia. Além de bons profissionais capacitados, é necessário
controle sobre os ativos, para que seja possível utilizar seus benefícios ao máximo. Um
controle adequado sobre os custos elevados da manutenção contribuirá para deixar o
caixa mais saudável. Quando mal-empregadas, as tecnologias biomédicas podem ser as
maiores vilãs financeiras do sistema de saúde e, por isso, o adequado controle, baseado
em indicadores de desempenho padronizados e validados é fundamental para que os
EAS sobrevivam em um ambiente cada vez mais competitivo.
35
Capítulo 3
INVENTÁRIO
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/tabelas.png.
36
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
37
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
38
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Equipamentos de alto risco, tal como um ventilador mecânico, mas que possuam
muitas unidades disponíveis, não devem ser priorizados somente pelo seu risco de
falha. Além disso, as taxas de utilização consideram como uma peça de equipamento é
usada. Por exemplo, uma peça que é usada frequentemente, mas que haja apenas uma
unidade, tem uma taxa de utilização muito mais elevada e, portanto, pode ser muito
mais importante do que uma peça de equipamento que é usada raramente ou das
quais existem várias unidades, como por exemplo, os desfibriladores. Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde (EAS) possuem diferentes exigências para as informações sobre
cada item que precisa ser incluído em um inventário. Um inventário só é eficaz quando
é abrangente e preciso. Com o intuito de conseguir isso, o inventário é atualizado
sempre que houver qualquer alteração ou adição de informações e comentários, e
durante as auditorias anuais.
39
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
esse processo revelará muitas peças de equipamento que são obsoletas ou não
reparáveis, e isso pode ser uma boa oportunidade de sugerir a troca de tais
itens. No caso de uma nova unidade de saúde, é prudente que os dados de
inventário sejam coletados antes da instalação e início da operação. Isso permite
a possibilidade de estabelecer bons registros desde o início, o que definirá a base
para um sistema de gestão da tecnologia em saúde eficaz. Quando os dados são
coletados, eles são compilados e incluídos em um sistema baseado em papel ou
em computador (SILVA et al., 2018).
40
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
equipamento de teste, publicações técnicas, roupas de proteção (EPI) como luvas, óculos
e sobretudos e armazenamento de materiais perigosos.
Na maioria das configurações dos serviços de saúde, o pessoal do corpo clínico também
será responsável pela realização de vários graus de manutenção, incluindo substituição
de baterias, cabos, limpeza, troca de filtros, calibração etc. Em contextos de recursos
limitados, os usuários de equipamentos também podem desempenhar um papel
maior na gestão de estoques, por isso, o treinamento desse pessoal também deve ser
considerado pelo profissional responsável pela EC.
41
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
42
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
A avaliação pode mostrar que a padronização levaria a preços mais baixos de peças
de reposição, redução de custos necessários para a formação de mais pessoas em um
tipo de tecnologia, e custos mais baixos para compras de ferramentas e equipamentos.
As informações mais detalhadas sobre como planejar e equipar um workshop técnico,
determinando o pessoal necessário, podem identificar necessidades de formação,
contratos de serviço de gestão e execução de um programa médico (ISGH, 2020).
43
Capítulo 4
ANÁLISE DE DEFEITOS DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-
HOSPITALARES
A falha pode ser ocasionada por diversos fatores. É importante manter uma visão ampla
ao tentar identificar possíveis falhas. Por exemplo, um fusível queimado pode resultar
em um problema interno, mas também pode ser o resultado de um pico transitório na
fonte de alimentação. Além disso, com a experiência profissional é capaz de diagnosticar
falhas de forma eficaz. Caso uma falha não seja prontamente aparente, então, uma
estratégia precisa ser seguida. O objetivo de tal estratégia é identificar com precisão a
causa da falha no menor tempo possível para que o reparo apropriado seja realizado
(ISGH, 2020).
Se possível, a captação das informações dos usuários sobre as falhas durante a operação
dos dispositivos deve ser obtida. Esses dados podem ser comunicados diretamente
pelo usuário ou pode ser descritos em algum formulário apontando o tipo de falha.
Deve-se avaliar cuidadosamente as informações fornecidas pelo usuário, pois podem
ser inestimáveis em identificar com precisão a causa da falha, ou pode ser confuso e
incorreto e poderia levar a equipe de reparo na direção errada.
Deve-se tentar replicar a falha se for seguro fazê-la. Esta pode ser simples de replicar
(por exemplo, “o dispositivo não liga”) ou mais complicado (por exemplo, “o marcapasso
externo não está em sincronia com o ECG). Falhas complicadas podem ser difícil de
identificar, pois esse tipo de falha só é notado em certas condições clínicas ou com
determinados tipos de pacientes.
No entanto, se a falha está ligada a uma leitura clínica durante o procedimento (por
exemplo, “este termômetro só apresenta altas temperaturas”), então, deve-se ter cuidado,
porque o dispositivo realmente pode estar funcionando incorretamente e o corpo clínico
pode estar confiando nos parâmetros fornecidos, mas esse problema pode colocar em
risco a vida do paciente. Uma falha apontada pela equipe multidisciplinar, nunca deve
ser desconsiderada. Sem realizar nenhuma verificação e se qualquer tipo de falha não
puder ser replicado, então, pode-se supor que o erro é do usuário.
44
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Algumas falhas podem ter origem pela falta de conhecimento do usuário sobre as formas
de operação do aparelho. Então, para evitar que esse problema ocorra, é possível realizar o
treinamento dos funcionários sobre as formas de operações dos equipamentos modernos.
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/equipamento.png.
Dispositivos de diagnóstico:
45
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
» Pode causar reações alérgicas ao paciente quando entra em contato com o corpo
do paciente (ISGH, 2020).
Dispositivos terapêuticos:
» Treinamento inadequado.
46
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Todos os produtos têm uma vida finita e, apesar da inspeção, teste e manutenção em
um produto podem funcionar mal por causa de uma falha no componente. Nesse caso,
pode ser difícil para estabelecer responsabilidade. No entanto, registros de manutenção
pode mostrar se um componente tem falhado com frequência. Um aspecto importante
é identificar as consequências das falhas de um dispositivo médico. Em outras palavras,
é essencial mostrar que a presença do defeito causou ou contribuiu para o dano, lesão
ou morte. Deve-se salientar que, em alguns casos, danos não tinham relação com o
produto (SILVA et al., 2018).
47
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
48
Capítulo 5
GESTÃO DA MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
MÉDICO-HOSPITALARES
49
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
50
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/chave.png.
5.1.1. Recursos
Recursos necessários para a manutenção são difíceis de projetar. Por isto, requerem
protocolos e registro de manutenção, e os cálculos de exigência para profissional
qualificado com conhecimento aplicado para um equipamento hospitalar podem
falhar. A manutenção também requer competência técnica, educação e experiência.
Fornecedores externos são necessários para a manutenção de equipamentos complexos.
A manutenção requer acesso a todos os componentes dos equipamentos, que pode ser
difícil de obter devido às limitações de orçamento e às dificuldades de abastecimento da
peça danificada, principalmente quando ocorre a importação do componente danificado.
Para preparar a equipe para tais desafios, é importante considerar antecipadamente
os recursos financeiros, físicos e humanos necessários para executar corretamente as
atividades pretendidas (SILVA et al., 2018).
51
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
Os custos iniciais e operacionais são, então, calculados por meio da utilização das taxas
aplicáveis no país ou região. O programa MPI especificamente é um componente útil
para estimar a carga de trabalho exigida pelo programa de manutenção preventiva.
Este é um processo relativamente simples, se o tempo estimado para inspeções
preventivas for conhecido (ISGH, 2020).
O custo da taxa de serviço é uma medida útil para determinar a eficácia financeira de
um programa de manutenção. Essa proporção é calculada na divisão do custo anual
total de funcionamento de um programa de manutenção de equipamento médico pelo
valor (custo inicial) do equipamento médico no inventário (SILVA et al., 2018).
52
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
podem ser comparados. Esse processo de tomada de decisão para novos investimentos é
particularmente eficaz quando é embasado por dados reais do programa de manutenção
preventiva.
A manutenção deve ser alocada em um lugar estratégico, bem localizado e que deve
ser considerado quando for realizado o planejamento do programa de manutenção
preventiva. Uma opção é o local habitual em que o equipamento está inserido, ir até
o equipamento é a única opção em casos de sistemas de raios-X, analisadores de
laboratório, esterilizadores e focos cirúrgicos. Nesse caso, é necessário o planejamento
para levar ferramentas essenciais e equipamentos de teste para o local de trabalho ou
equipar um espaço mais perto do equipamento.
53
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
A produtividade dos equipamentos biomédicos técnicos (EBT) vai ser limitada sem
ferramentas e teste adequados. Como são planejadas compras, deve-se notar que o
investimento em ferramentas utilizadas na manutenção preventiva diminui o número
de equipamentos parados e, consequentemente, reduzirá custos com a manutenção
corretiva. Além disso, ter o conjunto de equipamento corretos para a manutenção vai
aumentar muito a confiabilidade das leituras, a exatidão das calibrações e a margem
de segurança para os pacientes e funcionários, bem como a eficiência da equipe para
fazer o reparo da máquina.
54
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Se não for possível adquirir e manter alguns equipamentos de teste, a EC não será capaz
de assumir a responsabilidade pela manutenção do dispositivo associado (ISGH, 2020).
A vida de ferramentas e de equipamentos de teste pode ser superior a dez anos se eles
forem cuidadosamente mantidos. Normalmente, o equipamento de teste pode ser usado
por cerca de sete anos. Itens especializados, tais como software solução de problemas
e computadores portáteis para conectar a equipamentos de laboratório ou de imagens
baseado em computador, pode ter uma vida útil mais curta porque o laboratório e a
tecnologia de imagem mudam rapidamente.
Para adquirir serviços para novos equipamentos médicos, o hospital pode realizar
um programa de expansão de manutenção, por meio de programas de treinamentos
realizados à frente da equipe de EC responsável pela MP e MC, em que consiste
adquirir principalmente materiais de limpeza e lubrificantes em quantidades suficientes.
Os manuais de serviço dos fabricantes sobre a utilização de precauções para não utilizar
os agentes de limpeza errados, pois podem danificar a rotulagem e as superfícies de
plástico de alguns equipamentos.
55
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
tubos, vedações etc., podem ser encomendadas com muitos meses de antecedência,
otimizando quaisquer descontos por volume e minimizando os custos de transporte. As
peças de reposição estarão à disposição quando necessário. Essa prática melhorará a
confiabilidade e a disponibilidade do equipamento, além de aumentar a produtividade
do pessoal que executa a manutenção (ISGH, 2020).
56
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
5.1.8. Recursos
57
UNIDADE II | Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares
Após horas extras e com a experiência, os técnicos podem se tornar qualificados para
tomar uma posição como técnico de equipamentos biomédicos. No entanto, para que
engenheiros se tornem qualificados como engenheiros biomédicos ou clínicos, eles
devem se especializar em lato sensu com uma educação relevante de qualidade.
Além disso, obras de reparação de aparelhos médicos mais sofisticadas são realizadas
somente por especialistas altamente treinados que se concentram em uma única
58
Gerenciamento De Equipamentos Médico-Hospitalares | UNIDADE II
Além disso, investir em técnicos de nível superior pode permitir que o departamento
de EC, eventualmente, ofereça um serviço interno com um laboratório de EC capaz
de executar o serviço laboral em grande nível, conseguindo dar suporte para todos
os setores. Em geral, os trabalhos que podem ser realizadas por pessoal técnico
internamente ajuda a limitar o custo total de manutenção de equipamentos médicos
do hospital (SILVA et al., 2018).
59
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual para regularização de equipamentos médicos
na ANVISA. Brasília/DF, 2021.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Boas práticas de aquisição de equipamentos médico-
hospitalares. Brasília/DF, 2018.
BRONZINO, J. D. Clinical engineering: evolution of a discipline. [Internet]. In: Bronzino, J.D. The biomedical
engineering handbook. Vols. I & II. Boca Raton: RC Press; pp. 2499, 1995.
CARDOSO, G. B.; CALIL, S. J. Estudo do Processo de Análise de Referência Aplicado à Engenharia Clínica e
Metodologia de Validação de Indicadores de Referência. Anais do Congresso Brasileiro de Engenharia
Biomédica 2000. Florianópolis, SC. pp. 482-487, 2000.
FERNANDES, A. C. S.; CASTRO, T. B.; BARBOSA, J. M. D.; DANTAS, M. C. R.; NETO, J. H. V. S.; VALENTIM,
R. A. M. Sistema de Gerenciamento Web para a Engenharia Clínica do Hospital Universitário Onofre
Lopes: uma proposta de arquitetura. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde, v. 7, n. 2,
2017.
OLIVEIRA, G. E. B. PTC 3570 – Engenharia Clínica Ferramentas para Gerenciamento de risco. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, maio de 2018.
PORTO, D.; MARQUES, D. P. Engenharia clínica: nova “ponte” para a bioética? Rev. bioét. (Impr.), v. 24,
n. 3, pp. 515-27, 2016.
RAMIREZ, E. F. F.; CALIL, S. J. Engenharia Clínica: Parte I – Origens (1942-1996). Semina: Ci. Exatas/Tecnol.,
Londrina, v. 21, n. 4, pp. 27-33, 2000.
SILVA, R. S et al. Caderno de processos e práticas de engenharia clínica. Produzido pelo Serviço de
Infraestrutura Tecnológica. Brasília: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2018.
TERRA, T. G et al. Uma revisão dos avanços da Engenharia Clínica no Brasil. Disciplinarum Scientia. Série:
Naturais e Tecnológicas, Santa Maria, v. 15, n. 1, pp. 47-61, 2014.
60
Referências
Figura
Figura 1. Engenharia Clínica on-line. 2021. Disponível em: https://engenhariaclinica.online/images/concerto.
png. Acesso em: 11 abr. 2022.
Figura 2. Engenharia Clínica on-line Engenheiro Clínico, 2021. Disponível em: https://engenhariaclinica.
online/images/manutencao.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 3. Engenharia Clínica on-line. Setor de engenharia clínica. 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/local.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 4. Engenharia Clínica on-line, Autorização para compra e venda de equipamentos médicos, 2021.
Disponível em: https://engenhariaclinica.online/images/contato.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 6. Engenharia Clínica on-line. Gerenciamento de serviços externos, 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/secretaria.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 7. Engenharia Clínica on-line. Qualificação de fornecedores. 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/prancheta.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 10. Engenharia Clínica on-line. Gerenciamento do Inventario. 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/tabelas.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 11. Engenharia Clínica on-line. Manutenção. 2021. Disponível em: https://engenhariaclinica.online/
images/equipamento.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 12. Engenharia Clínica on-line. Equipamentos parados com falha. 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/chave.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 13. Engenharia Clínica on-line. Gestão de risco. 2021. Disponível em: https://engenhariaclinica.
online/images/aqui.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 14. Engenharia Clínica on-line. Interferência eletromagnética no hospital. 2021. Disponível em:
https://engenhariaclinica.online/images/onda.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 15. Engenharia Clínica on-line. Incêndio em instituição de saúde. 2019. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/vitimas.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 17. Engenharia Clínica on-line. Licitação. 2021. Disponível em: https://engenhariaclinica.online/
images/fechado.png. Acessado em: 11 abr. 2022.
Figura 18. Engenharia Clínica on-line. Contrato de manutenção. 2021. Disponível em: https://
engenhariaclinica.online/images/chefe.png. Acessado em: 11 abr. 2021
61