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MESTRADO EM DESENHO,

GESTÃO E DIREÇÃO
DE PROJETOS

Módulo 1: Conceitos básicos em Projetos


MESTRADO EM DESENHO, GESTÃO E DIREÇÃO DE PROJETOS

Índice

•• Conceitos básicos e Projetos

CAPÍTULO 1: CENÁRIO DO PROJETO: PROBLEMA E SITUAÇÃO


CONFLITIVA

OBJETIVOS ....................................................................................................... 4
1.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
1.2. PROBLEMA ................................................................................................ 4
1.2.1. ENUNCIADO Ou DESCRIÇÃO DE UM PROBLEMA ........................... 5
1.3. SITUAÇÃO CONFLITIVA OU CONFLITO................................................... 5
1.3.1 QUANDO A MOTIVAÇÃO É UMA OPORTUNIDADE ........................... 5
1.4. PROJETO ................................................................................................... 6
1.4.1. DEFINIÇÃO .......................................................................................... 6
1.4.2. ANTECEDENTES ................................................................................. 7
1.4.3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PROJETOS ............................... 7
1.4.4. AS FASES DO PROJETO .................................................................... 9
1.4.4.1. FASES DO PROJETO ................................................................... 9
1.4.4.2. FAZER RACIONAL ...................................................................... 11
1.5. FATORES A SEREM CONSIDERADOS PARA ANALISAR O PROBLEMA
E A SITUAÇÃO DE CONFLITO ....................................................................... 12
1.5.1. SITUAÇÃO INICIAL................................................................................ 12
1.5.2. LUGAR ................................................................................................... 12
1.5.3. MOMENTO ............................................................................................. 13
1.5.4. PESSOAS ENVOLVIDAS ...................................................................... 13
1.5.5. VARIÁVEIS A SEREM CONSIDERADAS PARA A DESCRIÇÃO DO
PROBLEMA ..................................................................................................... 14
1.5.6. LIMITAÇÕES .......................................................................................... 13
1.5.6.1. PREMISSAS ................................................................................ 15
1.5.6.2. RESTRIÇÕES .............................................................................. 16
1.5.7. ALTERNATIVAS QUE PODERIAM SER EMPREGADAS NA SOLUÇÃO
DO PROBLEMA ............................................................................................... 16

2 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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CAPÍTULO 2: PROBLEMA TÉCNICO

OBJETIVOS ..................................................................................................... 20
2.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 20
2.2. DO CONFLITO AO PROBLEMA TÉCNICO .............................................. 20
2.2.1. DO PROBLEMA TÉCNICO À DECLARAÇÃO DE OBJETIVOS ......... 22
2.2.1.1. INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO DE OBJETIVOS .................. 23
Exemplos de objetivos bem redigidos ...................................................... 23
Exemplos de objetivos errôneos .............................................................. 24
Método SMART de definição de objetivos ................................................ 24
2.2.2. DEFINIÇÃO DE RESULTADOS ......................................................... 25
2.2.3. DEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS……………………………………..………………26
2.3. CRITÉRIOS A SEREM UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO .... 27
2.3.1. ENFOQUE PARA AVALIAR O SUCESSO ......................................... 27
2.3.2. DEFINIÇÃO DE INDICADORES......................................................... 27
2.3.3. LINHA BASE ....................................................................................... 28

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CAPÍTULO 1
CENÁRIO DO PROJETO: PROBLEMA E
SITUAÇÃO CONFLITIVA

OBJETIVOS

 Compreender a diferença entre Problema e Conflito (ou Situação Conflitiva).


 Introduzir o conceito de Projeto.
 Apresentar o processo do projeto como um processo de resolução de
problemas.

1.1. INTRODUÇÃO

Quando se propõe a realização de um projeto, o projetista deve analisar os


fatores que condicionarão a solução. Neste capítulo se apresentam de um
modo geral estes fatores que compõem o cenário do projeto.

Costuma-se utilizar com frequência os conceitos de problema, conflito e


projeto, e neste capítulo veremos que estão relacionados entre si, cada um
com uma conotação muito particular

De uma maneira simples pode-se dizer que sempre existem problemas, mas só
quando geram um conflito (ou situação conflitiva) torna-se necessário criar um
projeto para solucionar este problema.

1.2. PROBLEMA

Um problema é uma situação indesejada que ocorre em um determinado


momento e produz mudanças nos objetivos previstos ou distorce a realidade.
Os problemas podem ser gerados por erros (humanos, técnicos, de
planejamento, etc.), ou podem ser expressos em forma de carência ou
necessidade não coberta.

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A situação problema pode não ser nova, mas pode existir e coexistir com seu
entorno há um certo tempo. Apenas quando este problema comece a criar
conflitos para as pessoas será um problema que mereça ser solucionado por
meio de uma intervenção externa denominada projeto.

1.2.1. ENUNCIADO OU DESCRIÇÃO DE UM PROBLEMA

Um problema é enunciado através de uma exposição clara e detalhada dos


aspectos de um estado de coisas que gera conflito. Neste sentido, o problema
é entendido como uma situação negativa com a qual não se está de acordo e
deseja-se modificar, ou seja, resolver.

A exposição do problema é feita através da descrição das variáveis que são


relevantes. Estas variáveis são analisadas para determinar em que deveriam
ser modificados para alcançar valores consequentes com nossos desejos.

1.3. SITUAÇÃO CONFLITIVA OU CONFLITO

Uma situação conflitiva ou conflito é uma situação complexa que afeta um


determinado grupo de indivíduos ou uma organização. Geralmente de difícil
saída e com consequências que parecem incertas.

São situações conflitivas o mal-estar, a inconformidade, o descontentamento


por algo. Geralmente ocorre devido à existência de um problema, quer dizer, se
não houver problema não será criada uma situação conflitiva. Quando existe
uma situação conflitiva deve-se resolver o problema que a gera, e isto se
obtém através da execução de um projeto.

Normalmente o que as pessoas afetadas identificam com facilidade é uma


situação conflitiva, cuja origem está associada a um problema real. Problema
que pode gerar numerosos conflitos de maior ou menor gravidade, o que
dependerá de quem são os afetados e das implicâncias negativas que o
problema tenha para eles.

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Para conseguir que uma situação conflitiva desapareça ou reduza


significativamente, é necessário desenvolver um projeto que atenda às causas
que a geram, quer dizer, que solucione o ou os problemas que a provocam.

1.3.1. QUANDO A MOTIVAÇÃO É UMA OPORTUNIDADE

Alguns projetos não nascem pelo reconhecimento de um conflito nem estão


motivados pela identificação de um problema. Há projetos que têm sua gênese
em uma oportunidade, associado sempre a uma necessidade não coberta, ou
à possibilidade de gerar essa necessidade em um determinado público.

Esta é a essência dos projetos de criação de empresas. Neste caso


poderíamos associar o conflito à necessidade não coberta, e o problema à
oportunidade gerada a partir dessa necessidade não coberta, onde serão
explicadas as causas pelas quais essa situação (conflito) pode implicar uma
oportunidade de negócio.

1.4. PROJETO

1.4.1. DEFINIÇÃO

Segundo os conceitos da NCB1 de IPMA: “um projeto é uma operação limitada


em tempo e custo para materializar um conjunto de entregáveis definidos (o
alcance para cumprir os objetivos do projeto) de acordo com alguns requisitos
e padrões de qualidade”.

A definição é muito clara e concreta, mas para definir qual será essa operação,
devemos reconhecer o que queremos solucionar ou em que queremos
contribuir. Para isto será fundamental conhecer com profundidade a situação,
reconhecer os requisitos dos envolvidos, assim como as pretensões de
qualidade que há por parte dos mesmos. Isto nos permitirá calcular os recursos
que necessitaremos, tanto de tempo, de custos, quanto humanos e materiais.

1
Bases para a competência em Direção de Projetos versão 3.1 (2009).

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1.4.2. ANTECEDENTES

De um modo geral existe um “cliente” ou um “contratante” que requer uma


mudança da situação não desejada em que se encontra, para chegar à
situação desejável. Este cliente exporá a situação sob sua perspectiva, com
uma linguagem natural, e é o profissional em projetos que se encarregará de
criar um projeto que entregue a melhor solução possível nas circunstâncias
descritas.

O cliente pode expressar-se a partir de um destes três âmbitos: o problema, a


situação conflitiva ou o projeto, e é dever do projetista identificar em seu
discurso as três partes e fazer uma proposta que solucione o problema.

Em resumo, pode-se afirmar que “com o projeto trata-se de resolver com


sucesso um conflito do mundo real.

Figura 1.1: Ciclo do Problema – Conflito – Projeto.

1.4.3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PROJETOS

Os projetos são criados e executados com um objetivo principal que é a


satisfação de certas necessidades. O projeto pode ser tão complexo quanto
seja complexo o problema que pretende resolver, incluindo a possibilidade de
dar respostas simultaneamente a um conjunto de problemas multidisciplinares,
relacionados entre si.

Um projeto pode ser definido como a ação de homens e/ou mulheres


intencionada para a consecução de um resultado ou, o meio ou a ação

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organizacional mediante a qual uma organização-empresa procura resposta


a um problema, conflito ou necessidade. Esta ação conduz a uma solução
na forma de um produto ou serviço que é posto na organização-empresa
uma vez aceito.

Em um sentido mais específico, um projeto é concebido como uma operação


de envergadura e complexidade notáveis, singular, com datas definidas de
início e finalização. É um trabalho não repetitivo, que deve ser planejado e
realizado segundo especificações técnicas determinadas, com um orçamento
preestabelecido e uma organização temporal que inclui a participação de vários
departamentos ou escritórios da organização-empresa e de terceiros, e que
pode ser desfeita quando termina o projeto.

Do parágrafo anterior pode-se inferir os três fatores chave a serem


considerados em um projeto: prazo, custo e qualidade.

Figura 1.2: Quadro marco do projeto

Os projetos se caracterizam por ser:

 Complexos.
- Em conteúdo (muitos campos).
- Em tamanho (volume, investimentos, tempo).
 Integrais.
- Estendem-se a todo o ciclo de vida do projeto.
 Multidisciplinares.
- Para poder abranger a complexidade e a integralidade.

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1.4.4. AS FASES DO PROJETO

O projeto é desenvolvido em uma sucessão de fases, que são resumidas em:


fase criativa, fase de execução e fase de exploração (o fechamento, caso
ocorra, também pode ser considerado uma fase). As tarefas que o projetista
desenvolve em cada fase são diferentes. O termo “projetista” deve ser
entendido como a equipe humana que é responsável pela realização do projeto
e não como uma pessoa física, já que a complexidade da maioria dos projetos
realizados é tal que não pode ser implementada por apenas uma pessoa. As
fases podem ser relacionadas com as denominadas “etapas do fazer racional”.

1.4.4.1. FASES DO PROJETO

Fase Criativa: transformação da ideia em um projeto.

- Definição de Objetivos: aqui é estabelecida a “ordem de magnitude”. É


uma primeira aproximação ao projeto em que são estabelecidos os seus
principais parâmetros e restrições para poder realizar sua colocação.
- Particularização: compreende as etapas de estudo preliminar, anteprojeto
e projeto de desenvolvimento.
- Estudo preliminar ou de viabilidade: parte de uma proposta do
projeto, analisa-o, identifica e pesquisa as possíveis soluções
alternativas.
- Anteprojeto: aqui é identificada a melhor solução do projeto.
- Projeto de Desenvolvimento (ou Desenho de Detalhe): define
exaustivamente tanto o conjunto quanto cada uma das partes do
projeto, mediante o cálculo detalhado dos elementos, sua avaliação
e o planejamento dos trabalhos necessários para sua execução.

Esta fase depende exclusivamente do projetista.

Fase de Execução: conversão do projeto em realidade física.


- Corporificação ou materialização: correspondem às ações necessárias
para o armado, a construção, a fabricação ou a montagem, e finaliza
quando o processo ou produto estão em condições de entrar em
funcionamento, oferecer o serviço e dar os resultados previstos no
projeto. São chaves, nesta fase, as funções de planejamento,

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acompanhamento e avaliação que requerem uma gestão muito


complexa.

Esta fase depende do projetista, mas também dos fornecedores e do promotor


do projeto.

Fase de Exploração: vida do processo ou produto objetivo do


projeto.
- Implementação: momento em que se inicia o sistema dinâmico que
permitirá obter os resultados, no qual podem ser identificados quatro
estados:
- Produção ou prestação: geração do produto ou serviço.
- Distribuição: oferta do produto ou serviço aos usuários.
- Consumo: chegada aos consumidores com o produto ou serviço.
- Recuperação: caso isto seja possível, reincorporação na cadeia de
produção de parte dos resíduos gerados na exploração, ou
feedback na prestação do serviço ou no desenvolvimento do
processo.

- Verificação de resultados: consiste em comprovar que os resultados


obtidos depois da implementação são os esperados, em base aos
critérios de avaliação fixados no princípio do projeto.

Esta fase depende da empresa, principal usuário ou explorador do projeto, mas


deve ser considerada pelo projetista na fase de criação.

1.4.4.2. FAZER RACIONAL

Em forma gráfica podemos ver as etapas do fazer racional:

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Figura 1.3: Etapas do fazer racional ou Ciclo de vida do projeto

A fase criativa ou fase de criação em que são realizadas as etapas de definição


de objetivos e particularização é fundamental, pois o projeto será executado de
acordo ao planejado. Portanto, o sucesso do projeto dependerá de que o
produto final seja uma solução válida do problema.

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1.5. FATORES A SEREM CONSIDERADOS PARA


ANALISAR O PROBLEMA E A SITUAÇÃO DE
CONFLITO

1.5.1 SITUAÇÃO INICIAL

Encontramos uma situação inicial em que existem um ou vários conflitos


humanos ou sociais, é uma situação que queremos modificar pois “algo vai
mal”. Pretende-se modificar por meio da execução de um projeto, que ainda
não foi definido, por isso a análise deve ser abstraída das soluções e centrar-se
nas situações conflitivas que existem e que requerem uma intervenção para
reduzi-las ou eliminá-las.

Para iniciar a análise é fundamental expor, da forma mais natural possível, os


fatores e situações que contribuem para gerar esse cenário negativo, assim
como descrever esta situação em termos precisos e objetivos. Pode-se focar
esta análise tanto aos conflitos que são gerados, quanto ao problema em si.
Trata-se de explicar por que se está descontente com o estado atual.

Para caracterizar a situação atual podem ser mencionados alguns elementos


chave do entorno onde são desenvolvidos. Por exemplo, caso se trate de uma
empresa, qual é seu mercado atual e/ou potencial e que circunstâncias ou
situação nova está sendo produzida que faz com que o problema gere os
conflitos que foram identificados.

1.5.2 LUGAR

É muito relevante para entender a situação, conhecer em que lugar geográfico


é produzida, ou seja, onde o conflito se manifesta, não só identificando qual é o
lugar, mas também o que é relevante nessa localização geográfica, quanto a
características que o fazem particular.

Para descrever o lugar no qual se desenvolve o conflito podem ser incluídos


aspectos do âmbito social, econômico e técnico que fazem com que esse lugar
em particular seja diferente de outros, onde o conflito não se manifesta.

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1.5.3. MOMENTO

Devemos identificar, em termos cronológicos, quais são os momentos em que


o problema ocorre, explicar por que é esse momento que gera o conflito, quer
dizer, se identificamos determinados dias, horas ou períodos. Será necessária
uma justificativa associada, por exemplo nos meses do verão por
superpopulação, ou determinadas horas do dia porquê... ou só alguns dias da
semana, ou só quando chove, etc.

Para precisar ainda mais, é necessário ressaltar por quanto tempo se manteve
este conflito, ou seja, datar o início do problema e de seus efeitos negativos.

Finalmente, pode-se adicionar um valor global que permita dimensionar e dar


um valor ao impacto negativo da situação, tantas horas ao dia, tantos dias ao
mês, etc.

1.5.4. PESSOAS ENVOLVIDAS

Existem diferentes formas de referir-se aos envolvidos em um conflito ou em


um projeto, há quem os chama de usuários, ou pessoas envolvidas, ou partes
interessadas, ou stakeholders, ou pessoas afetadas, ou atores envolvidos. Não
importa a forma como sejam citadas, estamos sempre nos referindo a quem é
de alguma forma alcançado pelo conflito reconhecido ou pelo que poderia ser
uma provável solução.

As pessoas afetadas pela situação conflitiva e a forma que os afeta


determinará as prioridades a serem consideradas para as possíveis soluções
do problema que lhe dá origem, do mesmo modo que é possível identificar as
pessoas que na situação inicial não estão envolvidas, mas que estarão quando
for implementada uma solução.

Neste sentido é importante identificar os usuários relevantes do sistema, com o


maior detalhe possível.

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Por exemplo, caso se trate de uma empresa, o afetado pode estar em qualquer
elo da cadeia produtiva, por isso terá que pensar sob o ponto de vista dos
fornecedores, dos produtores e dos clientes, estendendo tudo o que seja
necessário.

É necessário reconhecer se houver atores sociais “com peso” envolvidos no


problema ou vinculados a uma possível solução, fazendo uma lista o mais
completa possível.

Devem ser diferenciados os atores que possam estar afetados positivamente,


dos afetados negativamente. Do mesmo modo teremos que reconhecer aos
que possam ser aliados ou pessoas a favor do projeto, e diferenciá-los
daqueles que possam estar opostos ao mesmo.

Claro que cada ator ou pessoa envolvida desejará um determinado tipo de


solução, que se circunscreve aos efeitos que o envolvem, por isso os usuários
devem estar bem identificados e caracterizados, o que facilitará a proposta de
solução a ser criada.

1.5.5. VARIÁVEIS A SEREM CONSIDERADAS PARA A


DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Trata-se de avaliar ou dimensionar o problema, com variáveis específicas cujas


ordens de magnitude permitam identificar uma brecha entre a situação
desejada e a atual, embora ainda não identifiquemos valores precisos.

Levar em conta que um problema não é a ausência de uma solução, pois ao


tratá-lo assim se está restringindo, a priori, a busca de soluções, mas é uma
descrição de fatos específicos que provocam uma situação não desejada.

A possível solução deve considerar todos os pontos que pareçam relevantes


com o detalhe que sejam julgados pertinentes. Entre estes se encontram as
transformações, substituições ou mudanças que a solução do problema
devesse introduzir no estado atual das coisas (situação inicial), a utilidade que
espera-se obter com a solução e como esta não será válida nem sempre nem
universalmente, mencionando os limites espaciais da colocação e o horizonte
temporário mínimo aceitável.

14 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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Neste ponto da metodologia têm que definir os resultados específicos que são
esperados do projeto. Deve-se predizê-los baseando-se na intuição.

1.5.6. LIMITAÇÕES

1.5.6.1 PREMISSAS

As premissas (constricciones em espanhol) são as restrições sem nenhum


grau de liberdade (não negociáveis) que condicionam a solução e a operação
do projeto em si.

As premissas podem provir do ambiente ou ser próprias. Os arredores sociais


gerarão, por exemplo, premissas no âmbito legal, comercial ou econômico. As
premissas próprias, como ser uma limitação tecnológica, condicionarão as
possibilidades das alternativas de solução.

Elaborar bem um projeto, considerando sua redução do campo pelo excesso


de premissas, depende da capacidade do projetista. E é seu dever estudar a
fundo, quando há oportunidade e se dispõe de tempo, inúmeras circunstâncias
e limitantes que podem ter repercussão sobre o lucro, para estar em condições
de chegar a uma proposta que gere a solução mais acertada.

Assim como as premissas, as limitações também são inflexíveis, não podendo


ser modificadas caso se queira ou se deseje. Tanto por parte da sociedade, do
cliente, do projetista ou do própria do projeto, devem ser consideradas com
suma atenção e avaliadas prioritariamente no momento de elaboração das
possíveis soluções, porque a solução final dependerá de maneira substancial
das premissas impostas.

Exemplo de premissas
Para um projeto de produção de cultivo, uma premissa pode ser o clima, já que
é uma variável sobre a qual não podemos atuar para mudá-la.

1.5.6.2. RESTRIÇÕES

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Nos referimos a restrições quando falamos de limitações que certas classes de


liberdade possuem, por isso podem ser modificadas em função do benefício do
projeto.

As restrições têm a condição, com respeito às premissas, de que seus


limitantes não são rígidos, mas podem variar eventualmente. A possível
solução dependerá das restrições impostas, porém de uma maneira mais leve
que das premissas.

As magnitudes mais relevantes que não possam ser alteradas e as que (com
sua respectiva classe de liberdade) podem ser modificadas, devem ser
identificadas inicialmente, assim como os critérios que o usuário aplicará na
avaliação dos resultados que pretende-se conseguir, referentes à confiança na
disponibilidade e bom funcionamento, aos custos econômicos e de qualquer
outra índole que possa lhe representar a solução e o tempo que deverá esperar
para obtê-la.

As restrições podem ser dadas pelo cliente, por exemplo, quando exige uma
máquina que faça determinada tarefa; pelo projetista, quando define com o
cliente o prazo de tempo de execução do projeto, ou própria do projeto, quando
o projeto não pode ser realizado em uma localidade específica, enquanto
persistam determinadas condições.

Um exemplo de restrição
Para a instalação de uma indústria produtora, uma restrição poderia ser a
ausência de pavimento nos acessos diretos, o que implica uma limitação
possível de ser solucionada.

1.5.7. ALTERNATIVAS QUE PODERIAM SER


EMPREGADAS NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Usando a criatividade, podemos procurar muitas alternativas, todas as


possíveis que dariam uma solução ao problema. Dentre elas se escolherá a
que melhor contemple os fatores que mencionamos.

Para que o projeto tenha êxito devem ser consideradas todas as ferramentas
disponíveis, das quais pode-se tirar proveito (Figura 1.5), e entre estas

16 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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ferramentas, há as alternativas tecnológicas excludentes que possam ser


aplicáveis e que impliquem abordagens específicas e diferentes.

Figura 1.5: Fatores a serem considerados no projetar

Pode ocorrer que um determinado problema possa ser resolvido com diferentes
métodos/procedimentos/tecnologias ou, pelo contrário, que apenas exista um
único método/procedimento/tecnologia que resolva o problema. Sem importar
qual seja o caso, devem ser expostos estes
métodos/procedimentos/tecnologias e de que maneira contribuirão a solucionar
o problema, proporcionando o serviço nas condições estabelecidas e
permitindo completar a estrutura de funções do sistema projetado.

Em muitas ocasiões o uso de certos métodos/procedimentos/tecnologias pode


conduzir o projeto a custos muito elevados, no entanto, sua eficiência pode ser
melhor, resultando em uma melhor qualidade em um curto tempo. Estes
valores devem ser avaliados cuidadosamente pelo projetista, e identificar que
fator é mais importante em cada caso em particular e com qual deles o usuário
estaria mais de acordo e satisfeito.

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18 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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CAPÍTULO 2
PROBLEMA TÉCNICO

OBJETIVOS

 Compreender como expor um problema técnico a partir da identificação do


problema e das situações conflitivas associadas.
 Identificar os objetivos, resultados e indicadores associados a um problema
técnico.
 Utilizar indicadores como critérios para a avaliação de uma possível
solução.

2.1. INTRODUÇÃO

A apresentação do Problema Técnico é a base da criação de um projeto. O


projetista deve ser capaz de especificar as variáveis que definem o problema,
tanto em seus aspectos qualitativos quanto quantitativos.

Na medida que o Problema Técnico esteja bem exposto, haverá maior


probabilidade que o projeto criado permita solucionar este problema. Isto
simplesmente porque haverá uma definição clara da situação, dos objetivos
que pretendem ser alcançados, dos resultados esperados e dos critérios que
serão utilizados para sua posterior avaliação.

2.2. DO CONFLITO AO PROBLEMA TÉCNICO

Ao descrever a situação conflitiva identificou-se o problema que a provoca.


Trata-se de uma situação em que existe desconformidade, e acredita-se que
poderia obter um estado de coisas mais conveniente. Então, se já se conta
com uma descrição na linguagem natural do problema, estamos a um passo de
definir o problema técnico.

CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS 19


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O que se quer é acabar com o problema, que seria a finalidade da operação


projeto. Para alcançar o sucesso é necessário saber o que resolve? E em que
condições? Sob esta perspectiva o problema técnico consiste em descrever
objetivamente a situação que queremos melhorar, considerando todas as
variáveis e parâmetros que se desejaria modificar. Como consequência disso,
será encontrado um sistema artificial que contribuirá para a solução nas
devidas condições.

Na figura a seguir, podemos ver de uma forma gráfica como se chega, da


situação conflitiva -que é a situação em que não se está de acordo com a
evolução das coisas, e acredita-se que tem acordo (embora não se saiba
como)- até o problema, onde se descreve a situação específica que origina o
conflito. Neste ponto e mediante variáveis, são analisados de forma objetiva
quais são os estados de coisas mais desejáveis aos que podemos aspirar.
Estas variáveis e suas medidas definiriam o problema técnico, que se delimita
por certos critérios de prazo, custo e qualidade.

Figura 2.1: Do conflito ao problema técnico

20 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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2.2.1. DO PROBLEMA TÉCNICO À DECLARAÇÃO DE


OBJETIVOS

A forma mais correta de proceder neste processo é centrar a primeira definição


de objetivos na necessidade, no porquê e para que se deseja resolver este
problema, e não diretamente em uma solução concreta das múltiplas possíveis.

Uma boa descrição de um Problema Técnico permite imediatamente


dimensionar a mudança que se deseja no estado atual das coisas, por isso traz
implícita uma declaração de objetivos, aquela que não está associada a uma
solução.

Um objetivo define de forma clara e breve o efeito esperado devido à execução


do projeto, ou seja, a solução ao problema identificado e a modificação à
situação inicial descrita. E pode ter condicionantes de duração e custo já que
deve ser alcançado em um prazo previsto, com certos recursos disponíveis.

Algumas considerações para uma declaração de objetivos é que se exponha


quais são os desejos que aspiram ser cumpridos, quais são os estados de
coisas que lhe darão satisfação e que condições validarão esta transformação
de um estado de coisas a outro mais satisfatório.

Figura 2.2: Objetivo do projeto

2.2.1.1. INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO DOS OBJETIVOS

CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS 21


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Os objetivos devem:
 ser claros, precisos, realistas, não dando lugar a dúvidas a respeito de
seu propósito;
 promover a ação, direcionando os esforços para o que quer alcançar;
 propor o “que”, o que se deseja alcançar, e não o “como” a modalidade
de ação;
 propor os parâmetros (dentro de que limites, com que alcance temporal
e em que lugar geográfico ou instituição);
 ser mensurável, ou seja, que possamos comprovar seu êxito; e,
 definir claramente o “porquê” e o “para que”. Ser facilmente justificáveis,
quer dizer, que existam evidências para apoiá-los.

Escreve-se um objetivo iniciando a frase com um verbo no infinitivo, já que


desta forma dá sentido de ação à frase e não de hipótese ou pensamento.

O objetivo define de forma clara e breve o efeito esperado devido à execução


do projeto, ou seja, a solução ao problema identificado e a modificação à
situação inicial. Tem condicionantes de duração e custo já que deve ser
alcançado no prazo previsto e com os recursos disponíveis.

Exemplos de objetivos bem redigidos


Problema ou necessidade: a empresa X não possui um modelo apto para o
mercado dos setores sociais de médios recursos, altamente demandante de
automóveis.
Objetivo: produzir um novo modelo de automóvel dentro da empresa X,
dirigido aos setores sociais de médios recursos do país Z, que possa satisfazer
a demanda total do mercado.

Estamos dizendo o que queremos obter (produzir um novo modelo de


automóvel), onde (dentro da empresa X), para quem (dirigido aos setores
sociais de médios recursos do país Z) e com que alcance (que possa satisfazer
a demanda total do mercado).

Problema ou necessidade: a disposição dos resíduos da cidade X em lugares


não aptos produz um impacto ambiental altamente negativo.
Objetivo: transformar os resíduos orgânicos da cidade X em um subproduto
útil, diminuindo o impacto ambiental gerado por estes resíduos.

22 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


MESTRADO EM DESENHO, GESTÃO E DIREÇÃO DE PROJETOS

Estamos dizendo o que queremos obter (transformar resíduos orgânicos em


um subproduto útil), onde (na cidade X), para que (para diminuir o impacto
ambiental). Também estamos delimitando o alcance (só se refere à
transformação dos resíduos, correspondendo o recolhimento e o transporte a
outro ou outros projetos relacionados, que não são parte de nosso projeto).

Exemplos de objetivos errôneos

Em relação aos mesmos exemplos anteriores, seria errôneo propor como


objetivos exemplos como os seguintes:
- Montar uma área da fábrica X para produzir um novo modelo de
automóvel.
- Criar uma central para transformar os resíduos da cidade X.

Estes não são os objetivos do sistema que vamos projetar, já que não estão
dando solução ao problema ou necessidade. A nova área da fábrica de
automóveis e a central de transformação de resíduos são os Produtos Finais
de nossa Operação Projeto, quer dizer, são as estruturas que vamos montar ou
os instrumentos dos quais vamos nos valer para alcançar os objetivos (produzir
um novo automóvel, transformar os resíduos).

Método SMART de definição de objetivos

A técnica SMART contribui com uma série de critérios que são muito úteis para
a seleção e definição de objetivos. SMART é o acrônimo do Specific,
Measurable, Achievable, Relevant e Time-based, embora existam variações do
acrônimo apresentado. Em português SMART significa:
S: Específico
M: Mensurável
A: Alcançável
R: Realista
T: Delimitado no tempo

Esta técnica nos permite fazer uma autoanálise de nossos objetivos e revisá-
los. Todos os objetivos que nos proponhamos devem ser:

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Específicos: nos permitem demarcar nossa intervenção e reduzir as áreas


cinzas, mantendo nosso enfoque durante todo o projeto.

Mensuráveis: que nos permita relevar ou comprovar as melhoras, que


implique ou acarrete uma série de indicadores de sucesso.

Alcançáveis: você deve se perguntar se o objetivo for possível de ser


alcançado, o que implica uma análise das potencialidades e as possibilidades,
em comparação com o trabalho que deverá realizar para conquistar o objetivo.

Realistas: é importante tomar consciência real dos recursos disponíveis e os


recursos necessários para poder concretizar o objetivo.

Delimitado no tempo: o objetivo deve ter um marco temporal demarcado, um


tempo no qual espera-se tê-lo concretizado.

2.2.2. DEFINIÇÃO DE RESULTADOS

O problema técnico deve ser formulado de tal modo que possam ser
identificados os resultados esperados. Em primeira instância haverá uma
aproximação, pois ainda não foram definidos que métodos, procedimentos ou
tecnologias serão utilizados, entretanto pode-se fazer uma predição sobre eles,
em função dos objetivos que sejam identificados.

Os resultados são as mudanças concretas, quantificáveis e verificáveis,


esperados da situação inicial e que podem ser expressos como:

 Produtos, quando se obtém algo concreto que cumpra a função identificada


como necessidade.
 Metas, quando se obtém uma situação determinada, que é um progresso
sobre a situação inicial, como por exemplo aumentar produtividade ou
reduzir custos.

Frente a uma avaliação é conveniente especificar resultados intermediários ou


parciais que permitem medir o grau de avanço do projeto e resultados finais
cuja conquista indica a obtenção do objetivo específico associado.

24 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


MESTRADO EM DESENHO, GESTÃO E DIREÇÃO DE PROJETOS

Para verificar o sucesso de um projeto deve-se prever certos critérios de


avaliação ou indicadores de sucesso que permitam verificar a obtenção dos
resultados.

2.2.3. DEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS

Para encarar o estudo da realidade é necessário saber selecionar as variáveis


pertinentes. Denomina-se variáveis aqueles elementos da realidade que
mudam em virtude da dinamicidade da mesma. E serão pertinentes na medida
que as variáveis selecionadas façam a essência do problema encarado.

Medição das variáveis

Todas as variáveis devem ser medidas. As variáveis quantitativas são de


medição simples, por exemplo, para conhecer a quantidade da população de
uma cidade realiza-se uma contagem. Em troca, as variáveis qualitativas
(típicas das ciências sociais) requerem uma seleção prévia dos indicadores
através dos quais será realizada a medição. Por exemplo, para medir o nível de
pobreza de diferentes setores sociais, poderiam ser utilizados indicadores
como o tipo de moradia, características da mesma, sistema de posse, renda do
grupo familiar, etc.

2.3. CRITÉRIOS A SEREM UTILIZADOS NA


AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO

Para a futura avaliação da solução a ser proposta deve-se ter especial cuidado
em que os interesses e critérios de cada nível de usuário estejam
representados, quer dizer, incluir critérios e indicadores de sucesso sociais,
políticos, locais, técnicos, ambientais, etc. Considerando, além disso, que
também será necessário que o sistema esteja estruturado para documentar
estes múltiplos critérios e indicadores de sucesso.

CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS 25


MESTRADO EM DESENHO, GESTÃO E DIREÇÃO DE PROJETOS

2.3.1. ENFOQUE PARA AVALIAR O SUCESSO

Dependendo do objetivo e fundamentalmente de quem é nosso eleitor, quer


dizer, dependendo dos fins que quem encarrega o projeto tenha, a solução
poderá ser avaliada com distintos enfoques ou sob distintas perspectivas,
sobressaindo sempre uma sobre a outra. O projeto poderá ser analisado com o
foco no êxito social e/ou político e/ou ambiental e/ou econômico e/ou
tecnológico, etc.

2.3.2. DEFINIÇÃO DE INDICADORES

Frente a uma avaliação é fundamental contar com elementos objetivos como


os indicadores, que permitam verificar que a alternativa tecnológica ou
metodológica aplicada na resolução foi a mais adequada.

Os indicadores de resultados são as medidas explícitas e objetivamente


verificáveis dos resultados esperados, que permitem acordar como medir a
conquista dos objetivos e ao mesmo tempo entregam informação sobre como
saber que se conquistou realmente o objetivo do projeto, ou seja a solução do
problema ou necessidade. Especificam quantidade, qualidade e oportunidade.

Ao construir os indicadores é possível ajudar-se com as seguintes perguntas:

 QUE qualidade ou aspecto queremos medir?


 Em QUEM/O QUE esperamos que se encontre?
 Que TIPO DE MEDIDA teremos? (Número, percentagem, grau, nível)
 QUANDO ESPERAMOS que esse aspecto ou qualidade ocorra?
 ONDE esperamos que ocorra?

Nos pontos anteriores, temos elementos suficientes tanto para definir os


critérios técnicos com os quais serão avaliadas as soluções do problema
técnico, assim como os critérios gerais com os quais será avaliado o sucesso
na superação da situação conflitiva.

26 CONCEITOS BÁSICOS EM PROJETOS


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2.3.3. LINHA BASE

Para poder utilizar adequadamente os indicadores selecionados, em uma


avaliação de um projeto, é necessário quantificá-los de acordo aos dados
compilados da situação inicial do projeto.

Estes valores dos indicadores no momento zero, ou seja, no início do projeto


definem a “Linha Base”.

Com uma clara definição da Linha Base é possível comparar o antes e o


depois, quer dizer, a situação inicial com a situação final.

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