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atlas em hematologia

OBSERVAÇÕES
DO HEMOGRAMA
SEGUNDA EDIÇÃO
CONTEÚDO
03
Eritrograma

45
Modelos de laudo - Eritrograma

49
Leucograma

76
Modelos de laudo - Leucograma

80
Plaquetograma

87
Modelo de laudo - Plaquetograma

89
Outros modelos de laudo

100
Planner de águia

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CAPÍTULO 1

ERITROGRAMA
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OBSERVAÇÕES
As alterações morfológicas observadas durante a avaliação da
distensão sanguínea de sangue periférico, podem ser relatadas de
várias maneiras.

De acordo com as recomendações do ICSH, essas anormalidades


podem ser reportadas das seguintes formas: como uma
descrição simples, com o uso dos termos presente ou ausente;
uma determinação semiquantitativa, leve/discreta (+), moderada
(++), acentuada (+++); uma porcentagem quantitativa das
anormalidades morfológicas sendo normal (<5%), leve (5–25%),
moderada (25–50%), acentuada (>50%).

Porém, existem certas alterações morfológicas, como por exemplo


esquizócitos/esquistócitos, que serão clinicamente significantes
mesmo que tenham números percentuais mais baixos do que
outras anormalidades, como hipocromia por exemplo, devendo
assim cada alteração ser avaliada criticamente e também de
acordo com o perfil do hemograma e as informações do paciente.

No entanto, o ponto é: essas observações não são padronizadas


pela maioria dos laboratórios no Brasil e, muitas vezes, não há
padronização nem entre os analistas de um mesmo laboratório,
onde se nota o uso de diferentes terminologias para se referir a
uma mesma alteração. Como consequência, isso acaba
dificultando o entendimento do laudo pelos médicos. Com isso,
é fundamental que haja um padrão entre microscopistas acerca
da classificação das anormalidades presentes em sangue
periférico, sejam elas relacionadas a hemácias, leucócitos ou
plaquetas.

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ANISOCITOSE
É o termo usado para caracterizar o aumento da variabilidade do
tamanho das hemácias. É uma alteração inespecífica,
comumente encontrada em vários distúrbios hematológicos.

Pode resultar da presença de hemácias maiores do que o normal


(macrocitose), hemácias menores do que o normal
(microcitose), ou, raramente, ambas, quando tanto hemácias
macrocíticas quanto microcíticas estão presentes na mesma
amostra.

Observações:
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ANISOCITOSE

Essa variabilidade no tamanho das hemácias é mensurada e


calculada apenas por equipamentos automatizados e expressa no
RDW (Red Cell Distribution Width/amplitude de distribuição dos
eritrócitos).

Valores diminuídos não são comuns, indicam uma população de


hemácias mais homogênea do que o usual (excesso de
normalidade).

Possíveis formas de reportar:

Anisocitose discreta Anisocitose (+)


Anisocitose moderada Anisocitose (++)
Anisocitose acentuada Anisocitose (+++)

Presença de anisocitose

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MICROCITOSE

É a diminuição do tamanho das hemácias.

As hemácias normocíticas têm o tamanho médio de um núcleo do


linfócito pequeno, aproximadamente 8,5 µm. Sendo assim, se
forem observadas na distensão sanguínea hemácias com
tamanho inferior ao núcleo dos linfócitos, confirma-se a
microcitose por observação microscópica.

A presença de micrócitos resulta de um defeito na formação de


hemoglobina. A microcitose é característica da anemia por
deficiência de ferro, vários tipos de talassemia e casos graves
de anemia de doença crônica. As causas mais raras incluem
anemias sideroblásticas congênitas e adquiridas.

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MICROCITOSE
Algo que devemos nos atentar na avaliação da microcitose, é que
essa alteração pode ser geral ou pode existir apenas uma parte da
população microcítica. Se todos, ou a maioria dos eritrócitos,
forem pequenos, haverá uma redução significativa do volume
corpuscular médio (VCM), mas uma pequena população
microcítica pode estar presente sem que o VCM esteja abaixo do
valor de referência.

O VCM (volume corpuscular médio) é o índice hematimétrico que avalia o


tamanho médio das hemácias. Recomenda-se que o resultado do VCM
seja utilizado para balizar a microcitose (se o VCM estiver abaixo do
valor de referência específico para a idade, já caracteriza-se uma
microcitose).

Possíveis formas de reportar:

Microcitose discreta Microcitose (+)


Microcitose moderada Microcitose (++)
Microcitose acentuada Microcitose (+++)

Presença de microcitose

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MACROCITOSE
É o aumento do tamanho dos eritrócitos. Essa alteração pode ser
observada na distensão sanguínea pelo aumento do diâmetro
celular superior a 9 µm, tamanho superior ao núcleo do linfócito
pequeno. Estes eritrócitos são chamados de macrócitos e
podem ser arredondados ou ovais (macro-ovalócitos).

Assim como ocorre na microcitose, a macrocitose poderá ser geral


e o VCM aparecerá elevado, ou poderá afetar apenas uma parte da
população de hemácias.

A macrocitose é comumente observada em anemias causadas por


deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, em alguns casos de
anemia aplástica, síndromes mielodisplásicas e em outras
condições diseritropoiéticas. Uma causa comum de macrocitose
é a ingestão excessiva de álcool. Nessas condições, os eritrócitos
tendem a ser bastante uniformes, podendo também ser
observados estomatócitos.

Em pacientes em tratamento com hidroxiureia, as hemácias


frequentemente são macrocíticas.

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MACROCITOSE
A macrocitose também pode ocorrer quando há o aumento da
eritropoiese, uma vez que essa condição é resultado do aumento do
número de hemácias jovens em sangue periférico.

Os reticulócitos são eritrócitos mais jovens, ainda imaturos e que,


normalmente, são maiores que as hemácias maduras.

Pode-se perceber a presença de hemácias jovens em distensões


sanguíneas rotineiramente coradas, por causa da leve basofilia
que se observa nelas, dando origem a policromasia. Isso é
simplesmente confirmado quando realizamos colorações
especiais, como por exemplo, com o azul de cresil brilhante, que
nos permite a contagem do número de reticulócitos.

O VCM (volume corpuscular médio) é o índice hematimétrico que avalia o


tamanho médio das hemácias. Recomenda-se que o resultado do VCM
seja utilizado para balizar a macrocitose (se o VCM estiver acima do
valor de referência específico para a idade, já caracteriza-se uma
macrocitose).

Possíveis formas de reportar:

Macrocitose discreta Macrocitose (+)


Macrocitose moderada Macrocitose (++)
Macrocitose acentuada Macrocitose (+++)

Presença de macrocitose

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HIPOCROMIA
O termo hipocromia refere-se à presença de eritrócitos que se
coram de forma incomumente pálida — a coloração do eritrócito
diminui com aumento da palidez central, normalmente 1/3 do
diâmetro do eritrócito.

Geralmente, a causa da hipocromia está relacionada a redução da


quantidade de hemoglobina, e essa redução resulta da síntese
de hemoglobina prejudicada. Isso pode ser decorrente da falha na
síntese do grupo heme da molécula de hemoglobina —
deficiência de ferro é uma causa muito frequente e anemia
sideroblástica é uma causa rara — ou de defeito na síntese de
globina como nas talassemias.

Em casos de infecções crônicas e outras condições inflamatórias,


a síntese de hemoglobina também pode ser prejudicada.

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HIPOCROMIA
Vale ressaltar que a hipocromia não significa necessariamente
deficiência de ferro, embora esta seja a causa mais frequente.

Na deficiência de ferro, os eritrócitos são caracteristicamente


microcíticos e hipocrômicos, porém, a extensão dessas alterações
vai depender da gravidade da anemia ferropriva.

A hipocromia pode ser geral ou pode existir uma população de


células hipocrômicas, entre as hemácias normocrômicas.

O HCM (hemoglobina corpuscular médio) é o índice hematimétrico recomendado,


por algumas literaturas, para balizar a intensidade da hipocromia. Quando o HCM
está abaixo do valor de referência, caracteriza-se uma hipocromia. Em
hipocromias mais graves, observa-se a redução do HCM e do CHCM
(concentração da hemoglobina corpuscular média).
NOTA: Na hematologia, alguns autores discordam em relação ao índice que indica
hipocromia, pois estes defendem que a hipocromia deve ser avaliada pelo CHCM.

Possíveis formas de reportar:

Hipocromia discreta Hipocromia (+)


Hipocromia moderada Hipocromia (++)
Hipocromia acentuada Hipocromia (+++)

Presença de hipocromia

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DUPLA POPULAÇÃO
ERITROCITÁRIA
O RDW é um índice hematimétrico fornecido apenas pelos
contadores automatizados, que permite avaliar a variação de
tamanho entre as hemácias.

Entretanto, algumas vezes, o RDW não é liberado e o principal fator


associado a isso é a presença de dupla população eritrocitária, que
pode ser observada, por exemplo, em casos de transfusão
sanguínea e anemia ferropriva em tratamento.

Nessas situações, a avaliação do histograma, assim como a análise


morfológica, são essenciais para a confirmação de dupla população
e liberação do resultado. Como o RDW é um parâmetro fornecido
apenas por automação, o laudo é liberado sem o valor do RDW e
com uma nota.

Possíveis formas de reportar: *Tamanho 1 *Tamanho 2

Presença de dupla população eritrocitária, com hemácias ***** e *****, não


sendo possível a liberação do RDW.

VCM sem valor estatístico.

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POIQUILOCITOSE
É um termo que se refere a alterações na forma dos eritrócitos e
pode ser originária não apenas da eritropoiese anormal, mas
também de danos aos eritrócitos após sua formação. O dano
pode ser resultado de uma anormalidade intrínseca do eritrócito,
como uma hemoglobina variante, um defeito de membrana ou um
defeito enzimático que torna a célula propensa a alterações de
forma.

A poiquilocitose pode resultar também de causas extrínsecas,


como quando um eritrócito é danificado por drogas, substâncias
químicas ou toxinas, pelo calor ou por forças mecânicas anormais.

Algumas alterações são típicas de doenças determinadas, como os


drepanócitos que, comumente, são observados nas doenças
falciformes.

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POIQUILOCITOSE
Importante: nenhum parâmetro automatizado é capaz de predizer
quais são as formas anormais de hemácias presentes na
amostra, logo a poiquilocitose é identificada na microscopia.

Nota: todas as vezes que a presença de poiquilocitose for


reportada em laudo, de forma obrigatória, você precisa informar qual
é a forma anormal encontrada na avalição da distensão sanguínea.

Possíveis formas de reportar:

Poiquilocitose discreta Poiquilocitose (+)


Poiquilocitose moderada Poiquilocitose (++)
Poiquilocitose acentuada Poiquilocitose (+++)

Presença de poiquilocitose

NOTA: a presença de uma única forma anormal de hemácias é considerada


poiquilocitose discreta, duas formas anormais é poiquilocitose moderada
e, três formas ou mais, poiquilocitose acentuada.

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ELIPTÓCITOS E
OVALÓCITOS
Embora alguns autores utilizem os termos eliptócitos e ovalócitos
como sinônimos para se referirem às hemácias elípticas,
alongadas e com as extremidades arredondas (em forma de
charuto), às vezes:
O termo eliptócito é usado para se referir às células que têm
menor diâmetro, muitas vezes são pequenas e têm os dois
lados paralelos.
E o termo ovalócito é mais usado para as células que têm os
lados mais curvilíneos e forma alongada oval.

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ELIPTÓCITOS E
OVALÓCITOS
O eliptócito é uma alteração marcante da eliptocitose hereditária,
uma condição na qual a maioria dos casos é clinicamente
silenciosa, e a suspeita da doença, tem indício após uma revisão
eventual da distensão sanguínea, onde, comumente, se observa
mais de 25% de hemácias elípticas.

Os eliptócitos podem ser vistos em outras doenças, tais como:


anemia ferropriva, doenças hepáticas, doença renal, na
mielofibrose e talassemias. Já os macro-ovalócitos são
característicos da eritropoiese megaloblástica.

Possíveis formasde reportar:

Ovalócitos (+) Eliptócitos (+)


Ovalócitos (++) Eliptócitos (++)
Ovalócitos (+++) Eliptócitos (+++)

Raros ovalócitos. Raros eliptócitos.


Alguns ovalócitos. Alguns eliptócitos.
Numerosos ovalócitos. Numerosos eliptócitos.

Observações:
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DACRIÓCITOS

São eritrócitos em formato de gota, lágrima ou pêra, com


extremidade pontiaguda.

Os dacriócitos são vistos em maior quantidade na mielofibrose ou


metástase de medula. Também podem ser observados em
amostras de pacientes com deficiência de ferro, anemia
perniciosa, insuficiência renal e em algumas anemias hemolíticas.

Possíveis formas de reportar:

Dacriócitos (+) Raros dacriócitos


Dacriócitos (++) Alguns dacriócitos
Dacriócitos (+++) Numerosos dacriócitos

Presença de dacriócitos

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ESQUIZÓCITOS
São fragmentos de hemácias irregulares, menores que as
hemácias normais e algumas vezes podem apresentar ângulos
agudos.

Os esquizócitos são produzidos, principalmente, por dano


mecânico na circulação ou por fluxo turbulento.

São observados nas microangiopatias trombóticas, como a púrpura


trombocitopênica trombótica (PTT), as síndromes hemolítico-
urêmicas e durante a gravidez. Na síndrome HELLP; na coagulação
intravascular disseminada; em próteses valvulares no coração,
entre outras condições.

Possíveis formas de reportar:

Esquizócitos (+) Raros esquizócitos.


Esquizócitos (++) Alguns esquizócitos
Esquizócitos (+++) Numerosos esquizócitos
Presença de esquizócitos

NOTA: Os esquizócitos também podem ser chamados de


esquistócitos e devem ser reportados mesmo em pequenas
quantidades.

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DREPANÓCITOS

As hemácias falciformes, ou em foice, em sua morfologia mais


típica, se apresentam com formato alongado, com coloração mais
densa e extremidades pontiagudas.

A formação dos drepanócitos ocorre devido a polimerização da


hemoglobina S que, além de alterar a morfologia da célula, lesa a
membrana prejudicando a capacidade de deformação das
hemácias, especialmente na passagem por vasos capilares.

Sua presença é extremamente específica das doenças falciformes


(SS, SC, SD, S-Beta Talassemia).

Possíveis formas de reportar:


Drepanócitos(+) Raros depanócitos
Drepanócitos(++) Alguns drepanócitos
Drepanócitos(+++) Numerosos drepanócitos

Presença de drepanócitos

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ESFERÓCITO
Os esferócitos são hemácias compactas, arredondadas, com
contorno regular e sem área de palidez central. Tem formato
esférico ou próximo de uma esfera, diferentemente de um disco
bicôncavo. O seu diâmetro é menor que o da hemácia normal.

Os esferócitos podem originar-se devido a defeitos genéticos da


membrana eritrocitária, como na esferocitose hereditária, ou da
interação entre as hemácias revestidas de imunoglobulina, ou
complemento e macrófagos do sistema reticuloendotelial, que
reconhecem essas células sensibilizadas e acabam por remover
pedaços da membrana. Observa-se essa última condição na
anemia hemolítica autoimune, nas reações transfusionais
tardias e na doença hemolítica ABO do recém-nascido.

Podem resultar de danos diretos à membrana das hemácias, que


podem ser causados, por exemplo, pelo calor, pela ação da
toxina clostrídica ou por veneno ofídico.

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ESFERÓCITO

Observação importante: Na distensão sanguínea, os esferócitos


destacam-se pela coloração intensa.

Ao avaliar uma distensão à procura de esferócitos, é fundamental


que esta avaliação seja realizada em áreas onde os eritrócitos
estejam bem distribuídos, ou seja, onde apenas se tocam, já que a
palidez central não é observada na área próxima à cauda da
distensão.

Nos casos de esferocitose, o valor do CHCM (concentração de


hemoglobina corpuscular média) costuma estar aumentado.

Possíveis formas de reportar:

Esferócitos(+) Raros esferócitos


Esferócitos(++) Alguns esferócitos
Esferócitos(+++) Numerosos esferócitos

Presença de esferócitos

Observações:
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HEMÁCIAS EM ALVO
As hemácias em alvo, ou codócitos, têm uma área de coloração
mais densa, no meio da área de palidez central, seguida por
uma faixa circular esbranquiçada e um novo círculo com
coloração normal.

São formadas como consequência de um excesso de membrana


em relação ao volume do citoplasma. Podem ser de tamanho
normal, microcíticas ou macrocíticas.

Estão presente na Hemoglobinopatia C (homozigota), doenças


hepáticas, anemias hemolíticas, associação da hemoglobina C com
talassemias e doença falciforme, na deficiência de ferro e pós
esplenectomia.

Possíveis formas de reportar:

Hemácias em alvo(+) Raras hemácias em alvo


Hemácias em alvo(++) Algumas hemácias em alvo
Hemácias em alvo(+++) Numerosas hemácias em alvo

Presença de hemácias em alvo

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QUERATÓCITOS
São células com alterações de forma semicircular da membrana
(mordida), com um ou mais pares de espículas. Se originam pela
retirada de Corpos de Heinz por macrófagos, ou, ainda, por dano
celular traumático e ruptura das hemácias em bolha.

Os termos "célula de capacete" e "célula de mordida", às vezes, têm


sido usados para descrever os queratócitos.

Estão presentes, principalmente, nas anemias por


deficiência de G6PD e nas hemolítica angiopática.

Possíveis formas de reportar:

Queratócitos(+) Raros queratócitos.


Queratócitos(++) Alguns queratócitos.
Queratócitos(+++) Numerosos queratócitos.

Presença de queratócitos

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ESTOMATÓCITOS

São hemácias, que na distensão sanguínea, apresentam uma fenda


linear, estoma central, ao invés de ser arredondada como o normal.

Uma pequena quantidade de estomatócitos, ocasionalmente, é


vista em esfregaço de sangue normal, no entanto, estomatócitos
são vistos em maior quantidade em várias condições clínicas, como
a estomatocitose hereditária (principalmente); anormalidades
hepáticas e biliares, intoxicação por álcool e, em certas ocasiões,
nas síndromes mielodisplásicas.

Possíveis formas de reportar:

Estomatócitos(+) Raros estomatócitos


Estomatócitos(++) Alguns estomatócitos
Estomatócitos(+++) Numerosos estomatócitos

Presença de estomatócitos

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EQUINÓCITOS
São células com pequenas projeções de membrana com forma
e distribuição regular. A quantidade de projeções que aparecem
nas hemácias pode variar entre 10 a 30.

Podem ser observados devido ao aumento da concentração de


ácidos graxos no plasma (ex: tratamento com heparina), em
casos de uremia, insuficiência renal, hepatopatias, síndrome
hemolítica- urêmica e outras condições.

Possíveis formas de reportar:

Equinócitos(+) Raros equinócitos


Equinócitos(++) Alguns equinócitos
Equinócitos(+++) Numerosos equinócitos

Presença de equinócitos

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ACANTÓCITOS
São hemácias que apresentam projeções citoplasmáticas com um
padrão de distribuição aleatória, heterogêneo e irregular.

São frequentes no distúrbio hereditário chamado


abetalipoproteinemia, onde ocorre uma má absorção de lipídeos,
prejudicando a bicamada lipídica que é lipoproteica. No entanto,
também podem estar presentes nas anemias hemolíticas,
cirroses, na administração de heparina, nas hepatites neonatal e na
pós-esplenectomia.

Os acantócitos têm espículas de tamanho variável, umas maiores


do que outras e em menor quantidade do que as dos equinócitos.

Possíveis formas de reportar:

Acantócitos(+) Raros acantócitos


Acantócitos(++) Alguns acantócitos
Acantócitos(+++) Numerosos acantócitos

Presença de acantócitos

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PICNÓCITOS
Os picnócitos são hemácias que, de modo geral, possuem formato
alongado e que apresentam hemoglobina retraída para as laterais
da célula, deixando a região central da célula vazia, sem
hemoglobina.

São células, geralmente, de baixa ocorrência, mas podem ser


notadas nos pacientes com deficiência de G6PD, anemia hemolítica
intravascular, anemia microangiopática, anemias hemolíticas
graves e na deficiência hereditária de lipoproteínas.

Essas células também são chamadas de dagmácitos.

Possíveis formas de reportar:

Picnócitos(+) Raros picnócitos


Picnócitos(++) Alguns picnócitos
Picnócitos(+++) Numerosos picnócitos

Presença de picnócitos

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HEMÁCIAS EM BOLHA
São originadas pela formação de bolhas no interior da célula. As
bolhas se formam pela fusão da membrana celular interna,
fazendo com que o conteúdo hemoglobínico fique concentrado
em apenas um lado da hemácia.

As hemácias em bolha também podem ser geradas a partir da


formação de Corpúsculo de Heinz nos pacientes com deficiência de
glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD), em embolias pulmonares
ou ainda nas anemias falciforme e microangiopática, raramente
presente em outros tipos de anemia.

As hemácias podem ter mais de um vacúolo ou bolhas, que quando


se rompem ou são fagocitadas originam os queratócitos ou
esquizócitos.

Possíveis formas de reportar:

Hemácias em bolha(+) Raras hemácias em bolha


Hemácias em bolha(++) Algumas hemácias em bolha
Hemácias em bolha(+++) Numerosas hemácias em bolha

Presença de hemácias em bolha

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HEMÁCIAS PINÇADAS
As hemácias pinçadas, ou em formato de cogumelo, é uma
característica dos esferócitos da esferocitose hereditária,
associada a deficiência de proteína de membrana banda 3, mas
podem ser observadas em outras condições, como na hemólise
induzida por oxidante ou devido à remoção de dois corpos de Heinz.

Embora raramente encontradas, as hemácias pinçadas também


estão presentes nas anemias hemolíticas hereditárias e outras
anemias hemolíticas, e é provável que a alteração morfológica
esteja associada ao traumatismo causado pelos filamentos de
fibrina, que estão aderidos na parede dos vasos capilares.

Recentemente, alguns estudos relataram a presença de hemácias


pinçadas em pacientes com infecção por SARS-CoV-2.

Os autores sugerem que o SARS-CoV-2 pode ter um impacto


significativo na fisiologia das hemácias, com um papel no estresse
oxidativo.

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HEMÁCIAS PINÇADAS

Possíveis formas de reportar:

Hemácias pinçadas(+) Raras hemácias pinçadas


Hemácias pinçadas(++) Algumas hemácias pinçadas
Hemácias pinçadas(+++) Numerosas hemácias pinçadas

Presença de hemácias pinçadas

Observações:
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CORPOS DE
HOWELL-JOLLY
Os corpos de Howell-Jolly são remanescentes nucleares. São
inclusões citoplasmáticas pequenas e redondas que se coram de
roxo.

De maneira comum, estão presentes em pós esplenectomia ou


quando há atrofia esplênica. Podem ser notados, também, em
recém-nascidos devido a imaturidade do baço. Outras situações
ainda incluem: anemias hemolíticas e megaloblásticas.

Possíveis formas de reportar:

Presença de Corpos de Howell-Jolly.


Presença de raros Corpos de Howell-Jolly.
Presença de alguns Corpos de Howell-Jolly.
Presença de numerosos Corpos de Howell-Jolly.

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ANEL DE CABOT
Estrutura presente no interior das hemácias, corada de vermelho-
arroxeado e sem estruturas internas. Assume, geralmente, um
formato arredondado ou em “8”.

Costuma estar mais presente na contaminação com chumbo,


anemias graves, anemia perniciosa, Talassemia Beta maior,
pacientes com síndrome mielodisplásica e na diseritropoiese.

Possíveis formas de reportar:

Presença de Anel de Cabot.


Presença de raros Anéis de Cabot.
Presença de alguns Anéis de Cabot.
Presença de numerosos Anéis de Cabot.

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PONTILHADOS
BASÓFILOS
A expressão “pontilhado basófilo” descreve a presença de
considerável número de pequenas inclusões basófilas, contendo
RNA, dispersas no citoplasma dos eritrócitos. São compostas por
agregados de ribossomos.

Está aumentado em pacientes portadores da deficiência de


pirimidina 5’ nucleotidase e contaminação por chumbo. De forma
moderada, são encontrados em portadores da talassemia beta
menor e maior, portadores de hemoglobina instável. Raramente são
encontrados em pacientes saudáveis.

Possíveis formas de reportar:

Presença de Pontilhados basófilos.


Presença de raros Pontilhados basófilos.
Presença de alguns Pontilhados basófilos.
Presença de numerosos Pontilhados basófilos.

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CORPOS DE
PAPPENHEIMER
Os corpos de Pappenheimer são pequenas inclusões eritrocitárias
basofílicas, irregulares e geralmente localizadas na periferia da
hemácia. Eles são menores que os corpos de Howell-Jolly.

Essas inclusões representam ribossomos e mitocôndrias


carregados de ferro, agregados de ferritina ou fagossomos que
contêm ferritina.

São mais comuns em pacientes esplenectomizados, etilistas, nas


anemias sideroblástica e diseritropoiética, na síndrome
mielodisplásica, na anemia hemolítica e intoxicação por chumbo.

Possíveis formas de reportar:

Presença de corpos de Pappenheimer.


Presença de raros corpos de Pappenheimer.
Presença de alguns corpos de Pappenheimer.
Presença de numerosos corpos de Pappenheimer.

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CRISTAIS DE
HEMOGLOBINA
Em indivíduos homozigotos para hemoglobina C, cristais densos de
hemoglobina podem se formar dentro das hemácias. Estes são
densamente corados, variam em tamanho e têm um formato típico
de um cristal hexagonal longilíneo.

Os cristais também podem estar presentes em heterozigotos para


as hemoglobinas S e C.

Possíveis formas de reportar:

Presença de cristais de hemoglobina.


Presença de raros cristais de hemoglobina.
Presença de alguns cristais de hemoglobina.
Presença de numerosos cristais de hemoglobina.

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POLICROMATOFILIA
OU POLICROMASIA
Policromasia é um termo utilizado para se referir às hemácias com
aparência mais roséa-azulada ou azulada. Essa variação na
coloração é decorrente da captação simultânea da eosina pela
hemoglobina e de corantes básicos pelo RNA ribossômico.

A policromasia é mais frequentemente observada quando há


um aumento da eritropoiese, ou quando há eritropoiese
extramedular, como, por exemplo, na mielofibrose primária.

Deve-se notar que em certas circunstâncias a ausência de


policromasia é significativa. Em um paciente com anemia grave,
indica que a resposta da medula óssea é inadequada (por exemplo,
na anemia aplástica e na aplasia eritrocitária pura).

Normalmente são maiores que as hemácias normais.

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POLICROMATOFILIA
OU POLICROMASIA

Possíveis formas de reportar:

Policromatofilia discreta.
Policromatofilia moderada.
Policromatofilia acentuada.

Ou então:
Presença de policromatofilia.
Presença de raras hemácias com policromatofilia.
Presença de algumas hemácias com policromatofilia.
Presença de numerosas hemácias com policromatofilia.

Observações:
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atlas em hematologia
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ERITROBLASTOS
São precursores eritrocitários e quando presentes em sangue
periférico devem ser quantificados e a quantidade encontrada
reportada na nota de laudo.

Podem ser notados em diversas condições, tais como: na resposta


hematopoiética reacional da medula, em crises hemolíticas agudas
intensas, hemorragias graves, na hematopoiese extramedular
intensa, eritroleucemias, metástases ou infiltração da medula
óssea por tumores não hematológicos que promovem quebras na
barreira de difusão entre a medula óssea e o sangue e raros casos
de mielodisplasias.

Possíveis formas de reportar:


.
Foram encontrados X eritroblastos em 100 leucócitos
contados.

atlas em hematologia
40
ERITROBLASTOS
DISPLÁSICOS
Algumas vezes, pode-se observar em sangue periférico a presença
de eritroblastos displásicos.

A displasia celular ocorre devido a um processo de maturação


anormal das células, de modo que as células produzidas fogem às
suas características morfológicas normais. Como sinais de
displasia em eritroblastos, podemos citar: a presença de ponte
intercitoplasmática ou nuclear e presença de núcleo multilobulado.

A principal condição em que essas células são observadas é na


síndrome mielodisplásica.

Possíveis formas de reportar:

Presença de eritroblastos displásicos.


Presença de raros eritroblastos displásicos.
Presença de alguns eritroblastos displásicos.
Presença de numerosos eritroblastos displásicos.

atlas em hematologia
41
HEMÁCIAS EM
ROULEAUX
É um termo que se refere ao empilhamento das hemácias. As
hemácias se enfileiram formando pilhas curtas ou mais longas.

As hemácias têm ao seu redor carga elétrica negativa e, por isso,


tendem a se repelir, ficando afastadas umas das outras. Essa
repulsão entre as hemácias recebe o nome de fator zeta.

Quando o fator zeta é anulado, as hemácias se empilham, formando


o rouleaux. Isso ocorre em condições que cursam com a elevação
de proteínas plasmáticas.

Algumas situações são típicas para o seu aparecimento, como por


exemplo, Mieloma Múltiplo e Macroglobulinemia de Waldenström.

atlas em hematologia
42
HEMÁCIAS EM
ROULEAUX

O aumento da concentração de proteínas plasmáticas e a formação


de rouleaux também podem ocorrer em processos inflamatórios,
nos quais há aumento policlonal de imunoglobulinas, α2-
macroglobulina, de fibrinogênio e na gravidez, na qual também
ocorre o aumento de fibrinogênio.

Possíveis formas de reportar:

Presença de hemácias em rouleaux.


Presença de raras hemácias em rouleaux.
Presença de algumas hemácias em rouleaux.
Presença de numerosas hemácias em rouleaux.

Observações:
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atlas em hematologia
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AGLUTINAÇÃO
ERITROCITÁRIA
A presença de crioaglutinina, ou anticorpos frios, promove a
aglutinação das hemácias em temperatura mais baixa do que a
corporal. Na distensão sanguínea, as hemácias aglutinadas formam
aglomerados irregulares de células que podem conter poucas ou
numerosas hemácias.

A aglutinação causa alterações no resultado do hemograma


automatizado, diminuindo, de modo artefatual, a contagem de
hemácias, hematócrito e, também, causa elevações irreais de HCM
e CHCM, como mostra o hemograma abaixo:

atlas em hematologia
44
AGLUTINAÇÃO
ERITROCITÁRIA
Uma das formas de corrigir as alterações do hemograma e da
lâmina, é aquecer a amostra por 30 minutos no banho-maria a 37°C,
processar a amostra imediatamente e confeccionar uma nova
lâmina com a amostra aquecida.

Possíveis formas de reportar:

Exame realizado e corrigido após incubação a 37°C devido a


presença de aglutinação eritrocitária.
Exame realizado e corrigido após incubação a 37°C.

atlas em hematologia
MODELOS DE
LAUDO
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
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MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
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MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 2

LEUCOGRAMA
50
HIPERGRANULAÇÃO
Hipergranulação, ougranulação tóxica,são termosusados para
caracterizar um exagero na granulação citoplasmática dos
neutrófilos, com grânulos que aparentam ser maiores e mais
basofílicos do que os normais. Por vezes, a hipergranulação é
notada nos bastões e metamielócitos.

Essas granulações grosseiras nada mais são do que os


grânulos primários dos promielócitos, que permanecem no
neutrófilo devido a um acelerado processo de maturação.

Quando a granulopoiese é constantemente estimulada/requerida,


geralmente por causa da extensão e da duração de um processo
inflamatório, ocorre o encurtamento do estágio intermitótico e a
redução do tempo de maturação das células precursoras, e isto,
por consequência, acaba fazendo com que os neutrófilos passem
para o sangue periférico com a persistência da granulação
primária.

atlas em hematologia
51

HIPERGRANULAÇÃO
De modo frequente, ocorre nas infecções bacterianas e muitas
vezes em outras causas de inflamação. Também pode ser uma
característica da administração de fator estimulador de colônias de
granulócitos (G-CSF), reações leucemoides neutrofílicas, gravidez,
queimaduras e outras condições.

Possíveis formas de reportar:

Presença de granulações tóxicas no citoplasma de raros


neutrófilos.
Presença de granulações tóxicas no citoplasma de alguns
neutrófilos.
Presença de granulações tóxicas no citoplasma da maioria
dos neutrófilos.
Granulações tóxicas no citoplasma dos neutrófilos.
Presença de hipergranulação nos neutrófilos.

atlas em hematologia
52

HIPOGRANULAÇÃO

Os neutrófilos hipogranulares são células que têm as granulações


reduzidas ou ausentes. Esta alteração causa uma coloração azul
clara ou cinza no citoplasma, diferente das células que
apresentam o seu conteúdo de granulação normal.

A hipogranulação é mais frequente na síndrome mielodisplásica,


podendo ser observada, também, na leucemia mieloide aguda, na
deficiência congênita de grânulos específicos, entre outras.

Possíveis formas de reportar:

Presença de hipogranulação citoplasmática em raros


neutrófilos.
Presença de hipogranulação citoplasmática em alguns
neutrófilos.
Presença de hipogranulação citoplasmática na maioria dos
neutrófilos.

atlas em hematologia
53

VACUOLIZAÇÃO
Nos neutrófilos,as vacuolizações citoplasmáticas ocorrem da
fusão entre os grânulos com vacúolos fagocíticos, com perda do
conteúdo lisossomal secundário. Os vacúolos podem ter tamanhos
diferentes e aparecem como áreas circulares brancas no
citoplasma da célula.

Em esfregaços sanguíneos confeccionados sem demora, a


presença de vacúolos nos neutrófilos costuma ser indicativa de
sepse grave e, geralmente, também há granulações tóxicas.

As vacuolizações podem ainda ser decorrentes do efeito tóxico da


ingestão do álcool.

A vacuolização citoplasmática também aparecem de forma artefatual


em amostras envelhecidas com contato prolongado com o EDTA.

Possíveis formas de reportar:

Presença de vacuolização citoplasmática em raros


neutrófilos.
Presença de vacuolização citoplasmática em alguns
neutrófilos.
Presença de vacuolização citoplasmática na maioria dos
neutrófilos.
Presença de vacuolização citoplasmática nos neutrófilos.

atlas em hematologia
54

CORPOSDE DÖHLE

Os corpos de Döhle são estruturas pequenas, redondas ou


ovais, cinza-azuladas pálidas, e que normalmente se localiza na
periferia do neutrófilo.

Podem ser notados nas infecções bacterianas, após lesão tecidual,


incluindo queimaduras, inflamação, após administração de G-
CSF,
em reações leucemoides neutrofílicas e durante a gravidez.

NOTA: Na maioria das vezes, trata-se de um corpúsculo único e


representa a liquefação do retículo endoplasmático do neutrófilo. É
frequente haver granulação tóxica e vacuolização citoplasmática na
mesma célula.

Possíveis formas de reportar:

Presença de Corpos de Döhle.

atlas em hematologia
55

MAY- HEGGLIN
May-Hegglin é uma condição hereditária genética, caracterizada por
apresentar trombocitopenia, plaquetas gigantes e inclusões azuis-
acinzentadas em todos os tipos de leucócitos, exceto nos
linfócitos.

Nos neutrófilos, essas inclusões têm estrutura morfológica


semelhante aos corpos de Döhle, porém, não são idênticas. Nessa
condição, as inclusões tendem a ser maiores e, geralmente, se
distribuem ao acaso na célula e não na periferia. Ademais, coram-se
mais intensamente do que os corpos de Döhle.

Possíveis formas de reportar:

Presença de inclusões azuis-acinzentadas no citoplasma de


raros/alguns/numerosos neutrófilos.
Presença de inclusões azuis-acinzentadas no citoplasma
dos neutrófilos, eosinófilos e monócitos.
Importante: A observação vai variar de acordo com as células em que
foi notada a inclusão.

atlas em hematologia
56

CHÉDIAK-HIGASHI

É um distúrbio autossômico recessivo raro, no qual observamos


a presença de grânulos gigantes no citoplasma dos granulócitos,
monócitos e linfócitos. Estes grânulos apresentam
características tintorias variáveis (variando do cinza ao
vermelho).

Os portadores exibem hipopigmentação cutânea e ocular, cabelos


prateados e fotofobia.

A neutropenia e a trombocitopenia são complicações frequentes à


medida que a doença progride.

Possíveis formas de reportar:

Presença de grânulos gigantes no citoplasma de


raros/alguns/ ou na maioria dos neutrófilos.
Presença de grânulos gigantes no citoplasma dos
neutrófilos, eosinófilos e monócitos.

Importante: A observação vai variar de acordo com as células em que


foi notada a inclusão.

atlas em hematologia
57

HOWELL- JOLLY LIKE


Raramente pode-seobservar nos neutrófilos inclusõesesféricas e
basofílicas de fragmento nuclear, semelhantes aos corpúsculos de
Howell-Jolly das hemácias. Nestes casos, essas inclusões são
chamadas de Howell-Jolly Like.

Apesar de serem mais presentes em neutrófilos, ocasionalmente


podem ser observados em outros leucócitos.

Estas inclusões aparecem nos granulócitos por causa de uma


granulopoiese displásica ou estressada, induzida por drogas
imunossupressoras, infecção viral ou quimioterapia.

Possíveis formas de reportar:

Presença de inclusões esféricas e basofílicas em raros


neutrófilos e/ou monócito (Howell-Jolly Like).
Presença de inclusões esféricas e basofílicas em alguns
neutrófilos e/ou monócito (Howell-Jolly Like).
Presença de inclusões esféricas e basofílicas em
numerosos neutrófilos e/ou monócito (Howell-Jolly Like).

atlas em hematologia
58

CRISTAISDA MORTE
São inclusõesazul-esverdeadas, refringentes e quepodem ser vista
no citoplasma de neutrófilos ou monócitos.

Essas inclusões são consideradas prenúncios de mau prognóstico


e morte, pouco tempo depois da sua identificação, e, por isso,
foram chamadas de “cristais verdes da morte” ou "inclusões
verdes críticas".

Esses cristais representam um achado clínico raro e já foram vistos


no sangue periférico de pacientes criticamente enfermos, com
doenças hepáticas, acidose lática com falência múltipla de órgãos
e choque séptico.

A patogênese dos cristais da morte ainda é pouco compreendida.


No entanto, estudos sugerem que a presença dessas inclusões,
no interior da célula, podem ser derivadas da lipofuscina, um tipo
de pigmento de desgaste celular, liberado das células do
parênquima hepático necrosado e captada por fagocitose.

Mais recentemente foram relatados em pacientes graves com


COVID-19.

NOTA: Os cristais da morte, quando presentes em sangue


periférico, devem ser considerados um achado crítico e o médico
deve ser notificado o mais breve possível. Além disso, essas
inclusões também devem ser reportadas em laudo com uma
observação adequada.

atlas em hematologia
59

CRISTAISDA MORTE

Possíveis formas de reportar:

Presença de inclusões azul-esverdeadas em raros


neutrófilos e/ou monócito.
Presença de inclusões azul-esverdeadas em alguns
neutrófilos e/ou monócito.
Presença de inclusões azul-esverdeadas em numerosos
neutrófilos e/ou monócito.
Presença de inclusões azul-esverdeadas em neutrófilos e/ou
monócito.

atlas em hematologia
60

FUNGO HISTOPLASMA
Na maioria das infecções, incluindo a septicemia, os agentes
causadores, geralmente, não são notados no sangue periférico. No
entanto, em algumas condições específicas, podem-se observar o
microrganismo no interior das células. Este achado é significativo e
o médico deve ser notificado.

O Histoplasma spp., por exemplo, é um fungo que pode ser


observado em distensão de sangue periférico, principalmente, em
pacientes neutropênicos ou imunocomprometidos e com cateteres
venosos implantados. Podem ser observados livres ou no interior
de neutrófilos ou monócitos.

NOTA: É de fundamental importância que os microrganismos livres na


distensão sejam cuidadosamente avaliados, pois devemos distinguir
se os microrganismos realmente estão presentes na amostra do
paciente, ou se são provenientes de equipamentos, lâminas ou
corante contaminado. Bactérias e leveduras com a coloração de
Wright apresentam tonalidade basofílica.

atlas em hematologia
61

FUNGO HISTOPLASMA

Possíveis formas dereportar:

Presença de Histoplasma spp.em raros neutrófilos e/ou


monócito.
Presença de Histoplasma spp. em alguns neutrófilos e/ou
monócito.
Presença de Histoplasma spp. em numerosos neutrófilos
e/ou monócito.
Presença de Histoplasma spp. em neutrófilos e/ou monócito.

atlas em hematologia
62
HIPERSEGMENTAÇÃO
NUCLEAR

Geralmente, os neutrófilos normais apresentam de 3 a 4 lóbulos


(raramente 2 ou 5 lóbulos). Os neutrófilos hipersegmentados
têm um número de lóbulos aumentado.

A hipersegmentação de neutrófilos em laudo, é definida quando


qualquer neutrófilo exibe 6 ou mais lóbulos ou quando mais de 3%
dos neutrófilos apresentam 5 lóbulos em 100 neutrófilos.

Podem ser observados na anemia megaloblástica, após tratamento


citotóxicos, ocasionalmente em pacientes com infecção, uremia,
síndromes mielodisplásicas e na deficiência de ferro.

atlas em hematologia
63
HIPERSEGMENTAÇÃO
NUCLEAR

Possíveis formas de reportar:

Presença de hipersegmentação nuclear em raros neutrófilos.


Presença de hipersegmentação nuclear em alguns
neutrófilos.
Presença de hipersegmentação nuclear na maioria dos
neutrófilos.

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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atlas em hematologia
64
HIPOSSEGMENTAÇÃO

Os neutrófilos hipossegmentados são caracterizados pela falha no


desenvolvimento normal da lobulação nuclear, ou seja, a
segmentação nuclear não ocorre como deveria. O núcleo pode
apresentar-se bilobulado, bastonado, em forma de halteres,
arredondado ou oval.

Estas células não devem ser confundidas com células jovens como
mielócitos, metamielócitos ou bastões.

São neutrófilos maduros, que apenas não segmentaram o núcleo


corretamente e podem ser diferenciados de células mais
imaturas pelo núcleo pequeno, com menor relação núcleo-
citoplasma e cromatina mais condensada.

Recomenda-se que os neutrófilos hipossegmentados sejam contados


como neutrófilos segmentados maduros e reportados com
observações adequadas.

atlas em hematologia
65
HIPOSSEGMENTAÇÃO
A segmentação nuclear reduzida é característica da anomalia de
Pelger-Huët, uma condição hereditária autossômica dominante
que é benigna em heterozigotos. Homozigotos podem
apresentar retardo de desenvolvimento, epilepsia e
anormalidades esqueléticas, porém, a maioria não apresenta.

Pessoas com a anomalia também mostram lobulação reduzida dos


eosinófilos e basófilos.

Alterações morfológicas semelhantes também podem ser vistas


em outras condições, como na síndrome mielodisplásica, leucemia
mieloide aguda e, ocasionalmente, na leucemia mieloide crônica
(durante a evolução). Essas condições são chamadas de pseudo-
Pelger.

Possíveis formas de reportar:

Presença de hipossegmentação nuclear em neutrófilos.


Presença de hipossegmentação nuclear em raros
neutrófilos.
Presença de hipossegmentação nuclear em alguns
neutrófilos.
Presença de hipossegmentação nuclear na maioria dos
neutrófilos.

atlas em hematologia
66
NEUTRÓFILO COM NÚCLEO
EM ANEL
São neutrófilos que apresentam o núcleo em formato de anel
ou rosquinha. Ocasionalmente, podem ser notados em
distensões sanguíneas de pacientes normais.

São mais frequentes em pacientes com leucemia mieloide crônica,


na leucemia neutrofílica crônica e também podem ser visto nas
síndromes mielodisplásicas e leucemia mieloide aguda.

Possíveis formas de reportar:

Presença de raros neutrófilos com núcleo em formato de


anel.
Presença de alguns neutrófilos com núcleo em formato de
anel.
Presença de numerosos neutrófilos com núcleo em formato
de anel.

atlas em hematologia
67
CÉLULAS IMATURAS DA
LINHAGEM EOSINOFÍLICA

As células imaturas da linhagem eosinofílica (bastão, metamielócito


e mielócito), quando presentes na distensão sanguínea, devem ser
quantificadas e a sua porcentagem informada.

Se o laudo não tiver um campo específico para esse tipo celular, as


células imaturas podem ser incluídas na contagem de eosinófilos,
e na observação, reportar qual foi a célula encontrada e a sua
quantidade.

Possíveis formas de reportar:

Presença de células imaturas da linhagem eosinofílica (xx%


de metamielócito eosinófilo, xx% de bastão eosinófilo)
acima incluídos na contagem de eosinófilos.
Presença xx% de bastão eosinófilo, acima incluídos na
contagem de eosinófilos.

atlas em hematologia
68
LINFÓCITO REATIVO
Linfócitos reativos, ou linfócitos atípicos, são termos designados
para se referir ao linfócito benigno que está reagindo a algum
estímulo imunológico.

Porém, recomendações mais recentes sugerem o uso do termo


“linfócito reativo” para esse tipo de linfócito, já que as alterações
morfológicas apresentadas por essas células são transitórias e
decorrente da resposta imunológica a determinados antígenos.

Os linfócitos reativos devem ser quantificados, e a sua


porcentagem, informada na contagem diferencial.

Se o laudo não tiver um campo específico para esse tipo celular,


os linfócitos reativos podem ser incluídos na contagem de
linfócitos e na observação reportar qual foi a sua quantidade.

Exemplo:

Presença xx% de linfócitos reativos acima incluídos na


contagem de linfócitos.

atlas em hematologia
69
GRANDE LINFÓCITO
GRANULAR
Os grandes linfócitos granulares (GLGs) têm a mesma aparência
que os grandes linfócitos, mas o citoplasma contém grânulos
de coloração vermelho-arroxeado ou azurofílica.

Essas células podem representar de 10 a 20% dos linfócitos do


sangue periférico de indivíduos normais.

Os GLGs, rotineiramente, não são contados como uma população


separada de linfócitos.

Recomenda-se que os GLGs sejam contados como linfócitos, mas


devem ser comentados se ultrapassarem 20% dos linfócitos
típicos, pois isso pode levar o médico a realizar investigações
adicionais, como a citometria de fluxo.

atlas em hematologia
70
GRANDE LINFÓCITO
GRANULAR
Para avaliar o aumento desses linfócitos grandes e granulares, uma
regra de três simples pode ser realizada, isto é, considerando o
número total de linfócitos contados.

Número total de linfócitos --------------- 100%


GLGs -------------------- x%

EXEMPLO: Se na contagem diferencial foram encontrados 25


linfócitos e 8 linfócitos grandes granulares, o total de linfócitos foi
33.
33 Linfs -------------------- 100 %
8 GLG ----------------x%
x = 24,24%

Sendo assim, 8 GLGs correspondem a aproximadamente 24% dos


linfócitos totais, já é uma quantidade superior ao que é
considerado normal e devem ser reportados em observação.

COMO REPORTAR:

Foram encontrados x de grandes linfócitos granulares acima


incluídos na contagem de linfócitos.

atlas em hematologia
71
PLASMÓCITOS
Os plasmócitos em geral são células teciduais, mas, algumas
vezes, podem aparecer no sangue periférico como um aspecto do
mieloma múltiplo ou como um fenômeno reacional.

Possíveis formas de reportar:

Presença de x% de plasmócitos.

Observação: Se o laudo não tiver um campo específico para


plasmócito, essas células podem ser contadas como linfócitos
reativos e usar a seguinte observação:

Presença de x% de plasmócitos acima incluídos na contagem de


linfócitos reativos.

atlas em hematologia
72

MANCHAS DE GUMPRECHT
As manchas, ou sombras nucleares, quando formadas por linfócitos
da leucemia linfoide crônica são denominadas de manchas de
Gumprecht.

Essas manchas são formadas devido a fragilidade dos linfócitos


leucêmicos que se rompem no momento da confecção da
distensão sanguínea.

Possíveis formas de reportar:

Presença de manchas de Gumprecht.


Presença de raras manchas de Gumprecht.
Presença de algumas manchas de Gumprecht.
Presença de numerosas manchas de Gumprecht.

NOTA: A expressão "sombras de Gumprecht", historicamente, se refere a


linfócitos observados em pacientes com leucemia linfocítica crônica
(LLC). Uma revisão da literatura revelou que esse termo é restrito aos
casos de LLC, não devendo ser aplicado a condições relacionadas à
linfocitose. O uso inadequado deste termo pode causar grande ansiedade
nos indivíduos que recebem o resultado do hemograma, bem como em
seus familiares.

atlas em hematologia
73
PROLINFÓCITOS

Os prolinfócitos são células intermediárias entre o linfoblasto e o


linfócito maduro. São maiores do que os linfócitos, têm mais
citoplasma e apresentam um nucléolo evidente.

Os prolinfócitos são vistos no sangue periférico em condições bem


especificas, e a sua presença está relacionado a doenças
linfoproliferativas crônicas como LLC, LLC mista ou leucemia
prolinfocítica.

Essas células devem ser quantificadas e a porcentagem liberada


em laudo.

Possíveis formas de reportar:

Se o laudo não tiver um campo específico para esse tipo celular,


a porcentagem de prolinfócitos encontrada pode ser liberada no
campo de outras células. A título de exemplo, pode ser incluída
na contagem de linfócito reativo ou atípico e uma observação
adequada reportada em laudo.

Foram encontrados x% de prolinfócitos acima incluídos na


contagem de linfócitos reativos.
Foram encontrados x% de prolinfócitos acima contados
como linfócitos reativos.

atlas em hematologia
74
MONÓCITOS ANORMAIS
Monócitos anormais, ou displásicos, são células que fogem a sua
característica normal. De modo geral, têm a cromatina mais
condensada do que a dos promonócitos, núcleos dobrados com
recortes variados, podendo ter aspecto bizarro. O citoplasma é
cinza com grânulos de cor lilás mais abundantes e, por vezes,
pode ser agranular. Os nucléolos, geralmente, estão ausentes ou
indistintos.

Monócitos anormais não são considerados equivalentes de


monoblastos, devem ser contados como monócitos e relatados em
laudo com uma observação adequada.

Possíveis formas de reportar:

Presença de raros monócitos displásicos acima incluídos na


contagem de monócitos.
Presença de alguns monócitos displásicos acima incluídos
na contagem de monócitos.
Presença de numerosos monócitos displásicos acima
incluídos na contagem de monócitos.

atlas em hematologia
75
CONTAGEM GLOBAL
CORRIGIDA
Muitos analisadores hematológicos não conseguem diferenciar os
eritroblastos dos leucócitos. Por este motivo, acabam contando
esse tipo celular também como leucócito, elevando falsamente a
contagem glóbulos brancos.

Nessas situações é necessário fazer a correção manual através de


um regra de três simples, conforme o exemplo abaixo:

CÁLCULO DE CORREÇÃO:

Contagem global -------------- 100 + nº de eritroblastos


X--------------100 células

Possíveis formas de reportar:

Contagem global corrigida pelo número de eritroblastos.

atlas em hematologia
MODELOS DE
LAUDO
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________
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CAPÍTULO 3

PLAQUETOGRAMA
81

MACROPLAQUETAS
Plaquetas grandes, porém menores que as hemácias normais, com
diâmetro acima de 4 µm, são chamadas de macroplaquetas ou
macrotrombócitos.

Possíveis formas de reportar:

Presença de macroplaquetas.
Presença de raras macroplaquetas.
Presença de algumas macroplaquetas.
Presença de numerosas macroplaquetas.

atlas em hematologia
82

PLAQUETAS GIGANTES
Plaquetas excepcionalmente grandes, geralmente maiores do que
as hemácias normais, são denominadas plaquetas gigante.

Possíveis formas de reportar:

Presença de plaquetas gigantes.


Presença de raras plaquetas gigantes.
Presença de algumas plaquetas gigantes.
Presença de numerosas plaquetas gigantes.

atlas em hematologia
83

METAMORFOSE VISCOSA
A “metamorfose viscosa” é uma alteração plaquetária visível da
ativação e da formação de longos pseudópodos.

Dessa forma, aparecem plaquetas com aspecto bizarro que podem


se aderir a qualquer superfície ou a outras plaquetas.

Possíveis formas de reportar:

Presença de plaquetas bizarras.


Presença de raras plaquetas bizarras.
Presença de algumas plaquetas bizarras.
Presença de numerosas plaquetas bizarras.

atlas em hematologia
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PLAQUETAS EM CITRATO
Em casos de agregação plaquetária, muitas vezes, faz-se
necessária a coleta de uma nova amostra em tubo com
anticoagulante diferente do EDTA (ácido etileno
diaminotetracético), visto que essa agregação pode ter sido
induzida pelo anticoagulante.

Algumas pessoas têm no plasma a presença de auto-anticorpo,


que, na presença de EDTA, reconhecem e se ligam a um epítopo da
glicoproteína IIb (GPIIb), componente do complexo GPIIb/IIIa da
superfície plaquetária e promovem a agregação das plaquetas.

A presença desses agregados reduz falsamente a contagem de


plaquetas e, portanto, esse interferente precisa ser identificado e o
resultado corrigido para a liberação correta do laudo.

atlas em hematologia
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PLAQUETAS EM CITRATO

Uma das formas de correção é coletar uma nova amostra em citrato


de sódio e realizar a análise logo após coleta. Para a liberação do
resultado das plaquetas em citrato de sódio, deve-se fazer um
cálculo de correção ajustando o valor em 10% acima do valor
liberado pelo equipamento, ou seja, deve-se multiplicar por 1,1. O
calculo é necessário por causa da diluição da amostra pelo
anticoagulante (0,5mL de anticoagulante para 4,5mL de sangue
total).

Exemplo: Se o resultado obtido em citrato foi de 240


mil/mm³, deve-se multiplicar por 1,1 (240 x 1,1 = 264
mil/mm³).
Resultado final a ser liberado: 264 mil/mm³.

Possíveis formas de reportar:

Contagem de plaquetas realizada em amostra colhida em


citrato de sódio.

atlas em hematologia
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PLAQUETAS
HIPOGRANULARES
Plaquetas hipogranulares não apresentam grânulos, ou,
simplesmente, os exibem em pequenas quantidades. Na distensão
sanguínea, essas plaquetas apresentam-se cinzentas ou azul-
pálidas.

Essa alteração morfológica é característica da rara Síndrome


das Plaquetas Cinzentas, na qual ocorre deficiência dos α e/ou
β- grânulos plaquetários. Porém, o aparecimento dessas
plaquetas é mais comum devido à displasia de megacariócitos.

Coletas traumáticas e demoradas, favorecem a ativação das plaquetas


que podem liberar os seus grânulos. Dessa forma, durante a avaliação
dessa alteração, a condição da coleta deve ser investigada a fim de
excluir qualquer interferente.

Possíveis formas de reportar:

Presença de plaquetas hipogranulares.


Presença de raras plaquetas hipogranulares.
Presença de algumas plaquetas hipogranulares.
Presença de numerosas plaquetas hipogranulares.

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MODELOS DE
LAUDO
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO
OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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OUTROS
MODELOS DE
LAUDO

Observações:
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REFERÊNCIAS
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/ edited by Steven H. Swerdlow, Elias Campo,Nancy Lee Harris, Elaine S.
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Graduação Das Alterações Morfológicas No Sangue Periférico.
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Oliveira, Raimundo. Atlas de Hematologia. – 1.ed. – São Paulo: Livraria


Médica Paulista Editora, 2014.

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Rozenberg, Gillian. Microscopic Haematology: a practical guide for the


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Wiley Blackwell, 2015.

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5th ed., Elsevier, 2016.

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Médica Paulista Editora, 2014.

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Barbara J. Bain. Leukaemia Diagnosis. 5th ed. Wiley Blackwell, 2017.

Naoum, Flávio Augusto. Doenças que alteram os exames


hematológicos / Flávio Augusto Naoum. - 2. ed. - Rio de Janeiro:
Atheneu, 2017.

Failace, Renato. Hemograma : manual de interpretação. – 6. ed. – Porto


Alegre : Artmed, 2015. e-PUB.

ICSH recommendations for the standardization of nomenclature and


grading of peripheral blood cell morphological featuresL. Palmer, C.
Briggs, S. McFadden, G. Zini, J. Burthem, G. Proytcheva, S. J. Machin.

Bachti Alisjahbana, Ian Huang, Amaylia Oehadian. The detection of


Howell-Jolly body-like inclusions in a case of coronavirus disease-
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December 2020. https://doi.org/10.5045/br.2020.2020186.

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McCallum,Ian M. Morison. Green neutrophil and monocyte inclusions –
time to acknowledge and report. British Journal of Haematology,
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Tratado de hematologia / editores Marco Antonio Zago, Roberto


Passetto Falcão, Ricardo Pasquini; editores associados Nelson
Spector, Dimas Tadeu Covas, Eduardo Magalhães Rego. -- São Paulo :
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Haematol. https://doi.org/10.1111/bjh.17127.

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acknowledge and report. British Journal of Haematology,
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Cardullo, L et al. Significance of Phi bodies in acute leukaemia J Clin


Pathol: first published as 10.1136/jcp.34.2.153 on 1 February
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Dusse, L. M. S.A. et al., Gumprecht shadows: when to use this


terminology? J Bras Patol Med Lab, v. 49, n. 5, p. 320-323, outubro
2013

atlas em hematologia
águia
PLANNER
PASSOS:
01
Identifique qual tem sido
sua maior dificuldade na
hora de avaliar as células e
liberar o hemograma.

032
Você não precisa estudar
tudo de uma vez. Estude por
etapas e de acordo com a
sua demanda.

03
No momento de estudo,
tenha tudo em mãos. Os
materiais que irá utilizar e
tudo que possa te auxiliar.

04
Se planeje! Seja usando uma
agenda, bloco de notas, um
app ou esse planner, você
precisa se organizar. Separe
um tempo para investir no
seu conhecimento!

atlas em hematologia
quais são suas
METAS DA SEMANA?
Temas do seu
ESTUDO SEMANAL
S
E
G

T
E
R

Q
U
A

Q
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I

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