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Paixões Gregas
Sempre te amei
1ª Edição
2017
NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS
1ª edição
2017
É proibida a reprodução
NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS
Índice
Capítulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capitulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capitulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capitulo 18
NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS
Capítulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capítulo 26
Capitulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capítulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
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PERIGOSAS
Capitulo 39
Capítulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capitulo 45
Capitulo 46
Capítulo 47
Capitulo 48
Capitulo 49
Capitulo 50
Capítulo 51
Capitulo 52
Epílogo
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PERIGOSAS
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Capítulo 1
Nick
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Capitulo 2
Annie
mais solitária.
Ted fez o que tinha que fazer ou obrigou
Tracy a fazer. Entregaram meu pai, quando ele foi
preso me levaram para ser cuidado pelos auxiliares
do demônio e foi lá que cresci. Só uma vez Trace
se atreveu a me visitar, eu tinha onze anos, um olho
roxo e escoriações, ela não fez nada.
Quando saí me deu dinheiro. Trezentos
dólares que meu pai deixou como herança antes de
morrer de pneumonia na prisão. Eu tentei. Venho
tentando desde então. Um tempo aqui, outro em
Los Angeles, garçonete, ajudante de cozinha,
faxineira de motel, nunca dura muito e dessa vez eu
não tive escolha.
As garotas com quem dividia
apartamento há seis meses simplesmente me
mandaram sair e sem dinheiro e emprego só Tracy
me receberia.
Olho uma garota passando de mãos
dadas com um rapaz, os dois sorriem um para o
outro ao atravessarem a rua, acho bonito, mas não
para mim.
Annie Keller nunca vai ter essa chance.
Quem ficaria com uma garota com meu passado?
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amenizar.
— Eu vou, Tracy, não se preocupe. –
Aviso sabendo que ela está angustiada.
— Claro que vai. Acha que vai ficar
mais tempo aqui? Que tenho alguma obrigação com
você?
— Ted não faça isso, as coisas deram
errado para ela por minha culpa. Eu devia ter
cuidado dela quando a mãe morreu, não podia ter
denunciado ele e depois que ele morreu eu podia...
— Tracy, está tudo bem. – Tento
acalma-la, ela chora.
— Vê o que faz com ela? Toda vez que
está aqui ela fica assim. Vou tomar um banho e
jantar no quarto.
Ted se retira. Encaro Tracy, ele tem
razão. Minha presença abre as feridas do passado e
isso é demais para ela.
— Você não tem culpa de nada, estou
bem, vou gostar do trabalho tenho certeza, se odiar
só tenho que aguentar dois meses. Posso viver com
um velho milionário por dois meses. – É meu jeito
de tentar ajeitar as coisas.
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confiança.
— Eu sou de confiança. – Aviso
apertando o botão para chamar o elevador.
— Nesse ponto sou obrigado a admitir
que não puxou aquele safado. Por isso arrisquei,
não estrague tudo.
A porta do elevador se abre e entro, Ted
fica me olhando enquanto a porta fecha e quase
posso tocar em seu arrependimento.
O elevador sobe ao topo do edifício,
estou nervosa e respiro fundo. A porta se abre num
hall elegante, uma porta está aberta e uma mulher
surge quando a porta do elevador se fecha atrás de
mim.
— Bom dia. – Sorrio.
— Isso não vai nada bem. Nada bem. –
Ela balança a cabeça quando me encara. – Bonita
demais, jovem demais.
— Beleza é questão de gosto. Ele pode
me achar um dragão. – Tento defender o emprego
que parece que perdi mais uma vez. – Vai me
demitir antes mesmo de me contratar?
— Não posso, realmente não posso. –
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entrevistar?
— Não vai. Ele não tem tempo a perder
com isso. Está contratada. Não vai conhece-lo hoje
por que ele não vem jantar, então deve chegar
tarde.
— Amanhã de manhã?
— Ele vai sair muito cedo, tem um café
marcado, coisa do trabalho dele, então você mesma
se apresenta a noite.
— Eu? Sem a senhora aqui? E se ele me
odiar?
— Seja uma boa moça e ele não vai
odiá-la, eu viajo amanhã à tarde. – Ela não tem
qualquer certeza, mas isso parece uma emergência.
Então eu devo ter uma boa chance.
— Certo.
— Agora ande por aí. Se familiarize com
tudo. Vou arrumar minha mala. Boa sorte.
— Obrigada. – Fico de pé e deixo a sala
de empregados, minha sala já que vou ser a única
empregada.
Nada de fotos pela casa, nada que conte
um pouco sobre ele, não entro no quarto e nem no
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Capitulo 3
Nick
negando algo.
— Tolice. – Diz para si mesma.
— Então veio trabalhar para um velho
babão sem personalidade? Me admira não ter
fugido.
— Preciso do emprego. E agora sabemos
que não é um velho babão. – Ela sorri e depois leva
o garfo a boca. Uma boca bem bonita alias.
— Sim, agora sou só um cara sem
personalidade.
— Talvez seja só um cara que não liga
para detalhes, que trabalha muito e deixou essas
coisas na mão de outra pessoa.
— Foi exatamente isso. Na época não
me passou pela cabeça me envolver em nada. Eu
estava deixando a universidade e só queria ser
rápido.
— Viu? Além disso tem essa vista
perfeita, o resto não importa.
— Foi por isso que escolhi o lugar, a
vista e o silêncio. – Ela olha para a vista,
continuamos a comer.
— O silencio me faz sentir surda, olho
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de cafeína.
— Também não. Tem uma cafeteria bem
boa quando volto da minha corrida, vou começar a
trazer café.
— Tem dinheiro?
— Sim. Não, quer dizer, tem dinheiro
numa gaveta da cozinha, mil dólares, dá para
tomarmos café até enjoar.
— Se precisar de mais...
— Ligo para um senhor Simon e ele me
dá mais. Ela me disse. – Annie explica risonha.
— Senhor Simon. – Acabo rindo. – Ele
vai gostar de ouvir isso. Não precisa ligar para ele,
é só falar comigo, qualquer coisa que precisar. A
senhora Kalais era formal demais.
Como uma fatia de queijo e tomo meio
copo de suco, depois fico de pé.
— Já ia me esquecendo. Conseguiu
voltar a dormir?
— Desculpe, mais uma vez. Não queria
incomodar. Eu... só me desculpe.
— Está tudo bem. – Sorrio. Sei
exatamente como é ter um pesadelo. Talvez melhor
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resto.
— Ok Ellen. Obrigado.
Quando me sento em meu lugar, Simon
entra cantarolando.
— Que bom humor!
— Encontrei uma vizinha sua no bar.
Sarah. Conversei com ela meia hora.
— Sei quem é. Ficaram juntos? – Pelo ar
feliz ele teve uma boa noite.
— Não. Mas você podia me convidar
para jantar um dia desses. Quem sabe nos
encontramos de novo?
— Não. Liga para ela.
— Ela não me deu o telefone. Convida
ela para jantar também?
— Não. O que temos essa tarde? – Mudo
de assunto. Troquei meia dúzia de “Bom Dia” com
a mulher, não posso convida-la para jantar.
— Você não vai me ajudar, já entendi.
— Se ela quisesse te ver te daria o
telefone dela.
— Só por que todas as garotas do mundo
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Capitulo 4
Annie
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então... Quer?
— Não. Já escovei os dentes, vou ficar
com preguiça de escovar de novo.
— Certo. Fico com a caixa. Boa noite.
Ele some e fico me sentindo meio que
numa outra dimensão, o que foi isso?
Me encolho no sofá da salinha e ligo a
tevê, definitivamente vou tentar não dormir e
pronto. Acabo pegando no sono no sofá, acordo
com dor no corpo as seis da manhã. Tomo uma
ducha rápida e me visto para minha corrida. Deixo
o apartamento pelo elevador de serviço e assim que
passo pela portaria começo a correr.
Nova York não dorme, seis da manhã,
seis da tarde, tem sempre gente indo e vindo. Tento
limpar minha mente, não quero pensar no meu
príncipe, não quero pensar no passado, não quero
pensar em Nick.
Ele é meu patrão, nada além disso, em
dois meses vou estar fora de suas vistas para
sempre, não é meu emprego, não é minha casa, não
somos e nem vamos ser nada um para o outro e
preciso ter consciência disso antes que me
apaixone.
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bonito e gentil.
— Vou chegar bem tarde. Não se
preocupe com o jantar. – Nick me dá as costas e
some em direção ao elevador.
Noite de sexta-feira, ele é rico, bonito e
solteiro, claro que não vem jantar. Vai sair com
alguma mulher linda e ter uma noite incrível. Uma
mulher bem elegante e alta.
Guardo tudo, arrumo a casa correndo e
depois sigo para a associação. Vou de metrô, vinte
minutos e estou na frente da associação, é um
prédio bem cuidado, uma senhora me recebe com
um sorriso largo.
— Bom dia. Meu nome é Annie, eu vim
me oferecer para ajudar. Tenho muitas horas livres
todos os dias.
— Bom dia, Annie. Bem-vinda. Como
soube de nós?
— Ni... O Senhor Stefanos trabalha aqui.
— Ah! Sim. Isso não existiria mais sem
ele. Se ele te indicou é muito bem-vinda. Sou
Naomi, cuido das escalas.
Ela me mostra tudo, no local tem salas
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Capítulo 5
Nick
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— É.
— Cada dia mais bonita. Sabia que eu a
vi na capa de uma revista? E você deixou ela ir.
— Ela é legal, Simon, só que quer
compromisso e eu não, foi bom.
— Saiu três vezes com ela, nem isso.
Não sabe se foi bom. As garotas estão vindo.
Ele olha para porta e quatro garotas
entram, claro que ele iria convidar um time delas.
Simon é muito sem noção.
— Seja legal. – Elas se aproximam, e
tem aquele momento chato de apresentações. –
Essas são, Amanda, Emma, Cindy, e acho que não
sei seu nome. – Simon pergunta a quarta mulher
que eu cumprimentava sem qualquer ânimo.
— Jane.
— Jane. Sentem. O que querem beber? –
Ele pergunta e lá está a garçonete anotando
pedidos, faço um esforço gigante para prestar
atenção na conversa. Começa com moda, os
melhores bares da cidade, viagens, gastronomia, e
então chega em quem está solteira e a quanto
tempo.
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casa.
— Está certo.
Deixamos o balcão, se pudesse a
convidaria para ficar um pouco mais conversando
na sala.
— Boa noite, Nick.
— Boa noite.
Não é nada fácil dormir, fico pensando
nela, imaginando Annie com os idosos da
associação. E desejando que a senhora Kalais
nunca mais queira voltar ao trabalho.
No meio da noite acordo num
sobressalto, um sono confuso e preocupado e penso
se não é por que Annie está lá em baixo. Tento
ouvir se está dormindo ou gritando. Será que dá
para ouvir daqui? E se não der? Ela vai ficar
agonizando até acordar sozinha? E quando eu
viajar?
— O que você tem com isso?
Escuto um barulho na cozinha e desço
apressado. Quando chego Annie está varrendo
cacos.
— Tudo bem?
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muito fofo.
— Vamos logo jantar. Pizza?
— Como o combinado. – É sua resposta
acompanhada de um sorriso.
Comemos numa pequena lanchonete,
simples e muito lotada, Annie adora, ainda saímos
pela rua tomando sorvete e não faço isso desde...
desde... Nunca fiz.
Gosto, me sinto bem, falamos de tudo,
livros, filmes, politica, rimos também e eu não sei
fazer muito isso sem ser com meus irmãos.
Subimos os degraus de volta em direção
ao elevador. Acho que foi o dia que menos
trabalhei na vida, o almoço demorado, passeios
pela noite. O que afinal está acontecendo comigo?
— Então Lizzie é a sua preferida? –
Annie pergunta depois de ouvir sobre os contratos.
— Não. Ela é a mais velha, só isso, tem
mais dialogo.
Paramos no meio da sala. Um de frente
para outro.
— Eu sei, vai trabalhar. Estou lá dentro
se precisar. Boa noite.
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ela.
— Dormiu? – Pergunto na segunda-feira
quando tomamos café no balcão da cozinha.
— Uhum. – Ela desvia os olhos, vou
separar um tempo para pesquisar sobre distúrbios
do sono. – Vou ficar na associação o dia todo, mas
eu chego para deixar o jantar pronto.
— Tudo bem. Qualquer coisa pedimos
comida.
Me arrasto para o elevador. Quando
entro em minha sala Ulisses está lá com Simon.
— Chegou finalmente. – É meu jeito de
cumprimentar meu irmão junto com um aperto de
mãos.
— Sim. Obrigado por me cobrir aqui.
— Como está a Sophi?
— Bem, mais uns dias e tira o gesso. –
Não parece mesmo ter sido grande coisa. Ulisses
está tranquilo.
— Como aconteceu?
— Foi na montanha. Houve um pequeno
deslizamento de gelo, ela ficou pendurada e
descobri que amo a Sophia.
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Capítulo 6
Annie
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qualquer coisa.
Me viro e dou de cara com Nick. Ele tem
um leve sorriso. Fico ali olhando para ele e
pensando que em poucos dias ele vai embora por
três semana e só de pensar meu coração se aperta.
Nunca me senti tão perto de alguém, só
uma vez, uma pessoa me fez tão bem. Me deu tanta
coragem, força e vontade de continuar. Meu
príncipe que me deixou e desapareceu para sempre.
— Não sabia que estava aqui.
— Houve uma emergência. Eu vim
resolver. Está de saída?
— Sim. Coloquei todos os meus
velhinhos na cama. – Sorrio orgulhosa, ele continua
me olhando.
— Soube que eles te adoram.
— É, acho que sim. Obrigada. Não sabia
que podia fazer algo assim.
— Pode. Acho que é perfeita para isso. –
Afirmo, acho que poderia sempre fazer isso, mas
sei que quando a senhora Kalais voltar e eu tiver
que deixar essa vida perfeita e passageira, não vou
mais ter tempo para nada disso. Mesmo assim vou
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consegui.
— Com o proprietário?
— É. Eles têm quatro crianças. Os dois
trabalham, são gente boa, as crianças passam a
tarde na associação.
— Então você pagou a dívida e o dono
da casa prometeu que quando receber vai devolver.
Para você ou para a associação? – Ele me olha
surpreso como se não esperasse que eu descobrisse
seu segredo.
— Como sabe?
— Foi um palpite. – Dou de ombros, o
modo como ele gosta desse lugar e dessas pessoas
simples sempre me emociona.
— Ele vai receber o dinheiro
normalmente para o senhor Wilson não se sentir
humilhado e vai doar para a associação. Não é nada
demais, eu doaria esse dinheiro a associação do
mesmo jeito, meus irmãos doam, meu assistente.
— Coloca todo mundo para ajudar.
— Não. Doar dinheiro quando sobra não
é grande coisa. Você ajuda. Cuida dos idosos. Com
seu tempo, seu esforço, mas claro que dinheiro é
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acalmar.
— Não, eu não bebo, só precisava ter
uma crise de choro. Ainda estou tendo. – Continuo
chorando, Bob, se abanando e me lambendo e
Sarah segurando minha mão até que me acalmo.
Seco o rosto.
— Melhor?
— Muito.
— Quer me contar? – Sarah é tão gentil
que me emociona ter uma amiga.
— Estou apaixonada por ele. Não sei
como aconteceu.
— Ele é lindo e trata você muito bem,
mais do que isso, dá para ver quando os vejo
passando por aí. E tem as coisas que me conta.
Quer dizer, te acordar a noite, chama-lo de Nick
quando todo mundo, até eu, o chama de senhor
Stefanos, comerem juntos. Ele deixou que se
apegasse. Não é só culpa sua.
— Isso mesmo, a culpa é toda dele. – Ela
sorri secando minhas lágrimas. – Agora uma tal de
Cindy ligou para ele, queria ter desligado na cara
dela, e ainda tem essa viagem, vou ficar um tempão
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volta. Impossível.
— Não consigo falar disso Sarah, um dia
eu conto.
— Vamos na cozinha. Vou te fazer um
chá.
Seguimos para cozinha. Bob nos esquece
e sentamos numa mesinha na varanda com nosso
chá.
— Mais calma?
— Sim. E com vergonha. Acho que ele
pode ter percebido. Faço tudo errado e ele é tão
bom para mim. Nem consigo fazer uma comida
descente em gratidão.
— Eu disse que ensinava, mas se enfia o
dia todo com os idosos.
— Eu gosto deles. Me divertem, são
carentes, me dão colo também. Eu nunca tive isso,
não de um adulto. – Só meu príncipe me dava
abraços, será que quando cresceu ele conseguiu
carinho? Ele precisava. Até mais que eu. Ninguém
nunca tinha abraçado ele até eu fazer isso.
— Pensando nesse passado que não quer
contar?
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brilham.
Sarah me acompanha ao elevador. Beijo
e aperto Bob enquanto espero a porta abrir. Quando
abre abraço Sarah em gratidão. Não quero mais
pensar sobre Nick e o que sinto por ele.
Quando entro sigo direto para cozinha.
Abro a geladeira e pego água. Quando fecho ele
está parado na porta me olhando, mais uma vez me
assusto.
— Não queria te assustar.
— Eu sei, eu é que me assusto fácil.
Com fome?
— Não. E não precisa se preocupar com
o jantar. Pedimos alguma coisa.
— Tudo bem. Amanhã tenho um
compromisso, não vou estar aqui a tarde toda. Não
tem problema, não é mesmo? – Afinal é
oficialmente minha folga.
— Compromisso? – Ele pergunta e deve
mesmo achar estranho, não conheço ninguém, não
faço nada de útil além dos meus velhinhos.
— É. Se quiser posso deixar almoço
pronto.
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Capitulo 7
Nick
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bem assim?
— Melhor. Comida italiana é a preferida
da Sophi e a Lissa aprendeu com grandes chefs.
— Acho que nunca vou conseguir. – Ela
não parece decepcionada, é apenas uma
constatação.
— Quem precisa saber cozinhar quando
se mora em Nova York? Não se preocupe com isso.
Fujo mais uma vez para o escritório logo
depois do jantar.
Não acordo Annie durante a noite
nenhuma vez. No fundo fico até meio incomodado,
gosto de ir vê-la. De manhã ela está elétrica e
ansiosa e fico irritado. Preciso ficar longe por que
não aguento ver sua animação.
Já odeio esse cara e fico em dúvida se
saio cedo para não vê-lo ou se espero para enche-lo
de defeitos. Me decido por ir de uma vez e vou me
arrumar. A camiseta dos Jets está na última gaveta
junto com as outras. Umas quatro delas. Visto e
deixo o quarto. O jogo começa as duas. São quase
uma da tarde, não vou chegar tão cedo assim.
Dou de cara com Annie na sala, nos
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envergonhado.
— Mas não sou nenhuma ativista não.
As feministas teriam vergonha de mim. Eu acho
que gosto de ser apenas uma garota e das gentilezas
que merecemos, mas acho que isso é feminismo
também. Direito de ser qualquer coisa. – Ela
pondera pensativa. Annie é uma linda garota e isso
me mata.
— O que quero mesmo saber é como
conseguiu comer aquele sanduiche? – Pergunto
achando graça.
— Não almocei. É uma ótima estratégia
e talvez não coma nunca mais.
— Acho que é bem possível, eu acho que
não como mais, ao menos hoje.
— Agora vai sentar e trabalhar.
— Vou. E ligar para meus irmãos.
— Se não eles ficam bravos. Até o
Ulisses? Vê ele todo dia. – Ela já conhece tudo que
pode sobre eles. Adora se informar sobre os
Stefanos.
— Ele não, mas o Leon e o Heitor.
— Leon é seu irmão preferido.
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Capítulo 8
Annie
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— Quando é igual?
— Quando ainda quero proteger você
mais que qualquer coisa, quando me sinto bem a
seu lado mais que com qualquer pessoa.
— Quando é diferente?
— Quan... quando não é mais o bastante.
Quando quero tocar você de um jeito que não
queria antes, que nem sabia que existia, quando
quero beijar você.
Eu quero isso, quero isso com todo meu
coração, quero que seja ele porque não pode ser
mais ninguém.
— Príncipe, eu quero o mesmo. Quero
que me toque e me beije. – Não tenho medo de
dizer. Não tenho medo de nada com ele.
Vamos nos aproximando bem
lentamente, meu coração vai dançando de encontro
ao dele e nem sei se sou eu ou ele, mas sinto seus
lábios sobre os meus e sua mão na minha nuca
enquanto a outra ainda segura a minha como
sempre foi e seus lábios são macios e vou me
envolvendo e então minha boca cede a dele e
mergulho num mundo novo e meu corpo cola ao
dele, sua mão aperta minha cintura e vamos nos
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Capítulo 9
Nick
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— Prometo.
— Então agora chega de conversa. –
Annie brinca e a conversa realmente nos deixa, só
quero matar meu desejo e o dela. Tudo vivo e
intenso, nunca foi assim, nunca me senti tão inteiro
com uma mulher.
Depois só ficamos ali, nos olhando em
silencio um longo momento.
— Está com fome? – Ela me pergunta
com o rosto corado. – Se estiver salgada são
minhas lágrimas, então a culpa é sua.
— Hora sou eu, hora é a Gloria, tem
sempre alguém estragando esse seu talento nato.
— Verdade. Vem, precisa comer
príncipe.
Ela veste minha camisa. Apenas isso,
fico olhando aquela linda mulher vestindo nada
além da minha camisa e pensando como é que eu
vou conseguir continuar a fazer tudo que fazia
antes.
Annie caminha pelo quarto, volta do
closet com uma bermuda que me atira.
— Veste isso príncipe, nada de calça,
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Capítulo 10
Annie
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outro.
— Sempre. Cada mensagem vai ganhar
um sorriso. – Seus dedos tocam meu rosto, descem
pelo braço e se entrelaçam aos meus.
— Fez uma boa bagunça com essa gente.
─ Seu tom é orgulhoso, sei que ele não consegue
participar disso, mas gosta que aconteça. Não é
fácil para mim também me entregar a esses
estranhos, a qualquer momento posso cair na
escuridão de onde eu vim, basta uma rejeição.
Olhamos os dois para a mesa e os risos e
conversas, crianças e idosos misturados, os
funcionários animados com aquele momento, tanta
gente boa envolvida em cuidar de estranhos, não
lembra em nada o mundo que vivia antes de
reencontra-lo.
— Bagunça é bom.
— Te vejo a noite. – Ele toca meus
lábios com os seus.
— Bom trabalho.
— Você também. – Fico assistindo ele
sumir pelo corredor, volto para a confusão da hora
do almoço.
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olhares.
— Então foi um plano ardiloso de fazê-
lo duvidar de seus dotes culinários?
— Com certeza, justo eu que nasci para
isso.
— Aposto que sim. Agora vou girar
você, não pisa no meu pé, presta atenção.
Ele me gira, o pé fica a salvo e
aplaudimos. Depois é a vez de Gloria, os dois ficam
dançando mais um pouco, assisto desejando
envelhecer ao lado de Nick e a ideia me parece tão
natural e possível.
Eu os deixo no fim da tarde como de
costume, corro para casa decidida a surpreende-lo.
No caminho paro para comprar velas perfumadas,
Nova York e suas mil oportunidades. Assim que
aperto o botão do elevador Ted surge ao meu lado.
— Não pode subir por esse elevador, use
o de serviço como todo empregado do prédio. – Ele
tem prazer em me magoar, antes achava que
merecia isso, que todas as lagrimas que Tracy
derramou pela culpa eram a causa de sua ira contra
mim, mas não é isso, ele me odeia e pronto, está
nele, não em mim, não em Tracy, me canso, apenas
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isso.
Reencontrar Nick me deu uma nova
visão das coisas, eu sofri, não Tracy, eu passei as
coisas ruins, ela chorou numa cama quentinha com
comida na mesa, não preciso me encolher com
medo dele.
Não vou mais fazer isso, nunca mais. Eu
não sou mais sozinha.
— Ted, você não precisa me odiar para
sempre, meu pai está morto, eu nunca mais vou
pisar na sua casa, me deixa em paz. Se o problema
é o elevador reclame com o senhor Stefanos
quando ele chegar. Bom trabalho.
O elevador chega, as portas se abrem e
enfrentando seu olhar eu entro, aperto o botão da
cobertura de cabeça erguida, ele nunca vai reclamar
com Nick, é covarde e subserviente quando acha
que alguém é superior a ele, desconta sua revolta
nos mais fracos, pois bem, não sou desse time. Não
mais.
A porta se fecha e o elevador começa a
subir, me esqueço de Ted, ele não vale o esforço,
subo direto para o quarto e chego ao banheiro.
Espalho as velas e ligo a banheira, preparo a
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espuma.
“Devia vir logo, tem um presente para
você no seu banheiro”
“Dez minutos, curioso, pena não poder
voar. “
Acho que ele vai gostar da surpresa,
corro para meu quarto, prendo os cabelos, me olho
no espelho, hoje não tem nenhuma gatinha, vamos
ver o que ele acha disso.
Entro na água quente, a espuma está
perfeita, o banheiro só iluminado por velas. Um
clima romântico, isso é uma boa surpresa, ao
menos eu acho, vamos ver o que ele acha.
— Gatinha! Annie! – O recado foi bem
claro, presente no banheiro, por que ele fica
gritando por mim pela casa? Sorrio, gosto de pensar
que está ansioso e com saudades.
Escuto seus passos pela escada, cubro
meu corpo com mais espuma. Ele para na porta
surpreso, me olha um tanto boquiaberto e mudo.
— Seu presente embrulhado em espuma.
– Digo erguendo a perna.
— Gatinha... – Ele continua imóvel.
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momento pensativos.
— Seria um badass, calça jeans, botas,
jaqueta de couro preta, óculos escuros e cara de
mal. – Rimos os dois da ideia.
— Estaria preso, drogado, bêbado como
meu pai, sei lá. Sou grato. Depois que voltar dessa
viagem vamos viajar juntos. O que acha?
— Pode ser.
— Vamos sair para jantar? – Ele
convida.
— Vamos. Quero sushi.
— Claro que quer. Sempre quer. – Beijo
seus lábios.
— Vou no outro quarto colocar uma
roupa.
— Por que suas roupas ficam lá é que
não entendo. Traz logo para cá, o closet é tão
grande e suas roupas tão pequenas.
— Quando estiver viajando faço isso,
Sarah vai me ajudar.
Vou para o outro quarto e ele me segue.
— Simon tem uma quedinha por ela,
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sabia?
— É sério? Ela nunca falou dele. –
Coloco calça jeans, camiseta, tênis e deixo os
cabelos soltos, quando meus olhos encontram os
dele Nick está rindo. ─ Que foi?
— Primeira vez que te vejo de calça.
Gosto dos shortinhos.
Sigo até ele e o abraço. Ele beija meu
pescoço, depois meus lábios.
— Você tem que dizer que gosta de mim
de qualquer jeito.
— Eu gosto, mas se precisar escolher
então vou ter que admitir que prefiro quando está
vestida de chocolate.
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Capítulo 11
Nick
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nenhum arrependimento.
— Certo. – Seus olhos deixam claro que
está sendo sincera e fico feliz em saber que ela
pode suportar isso. ─ Amanhã não vou ao
escritório, vamos passar o dia juntos, você sabe, é o
último dia. Não queria ir.
— Não queria que fosse. – Trocamos um
beijo. Depois voltamos para sala onde Simon
fotografa o cachorro.
— Annie vai me ajudar ou não a
conquistar a Sarah?
— Simon eu vou tentar, mas isso é com
você. Ela é minha amiga, se magoa-la eu corto
essas suas orelhas de gnomo. Estão com fome?
— Depende de quem cozinhou. ─ Simon
provoca, já teve oportunidade de experimentar a
pior comida do mundo.
— Você fica falando mal da minha
comida para o Simon? – Annie me pergunta de
braços cruzados, adoro sua carinha de brava.
— Sua comida fala por si só. – Simon
responde por mim enquanto eu a puxo para meu
colo, abraço Annie.
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Capitulo 12
Ulisses
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Annie
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família.
— É louca por ele, não é? – Sarah sorri.
Nossa amizade ficou ainda mais forte essa semana
que passei sozinha, Bob ficou sempre que possível
comigo e ela veio me ver todos os dias.
— Amo o Nick. Sempre amei, na
infância quando nos conhecemos era amor, mas
diferente. Amor de amigo, eu acho, ou sei lá,
cuidávamos um do outro. Crescemos num abrigo
Sarah.
— Isso é sério? – Ela tenta confirmar
surpresa demais com a novidade.
— Sim, nos perdemos, ele encontrou os
irmãos e segui minha vida, agora nos
reencontramos.
— Foi lá que ganhou tantos traumas?
Annie, dá para ver que tem coisas em você que não
conta. Medo de dormir por exemplo, está com
olheiras.
— Achei que os pesadelos tinham
acabado, mas não, foi só ele partir e tudo voltou.
— Quer contar?
— Desculpe, não consigo.
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Capitulo 13
Nick
meus planos.
— Vamos na Disney, não pode ser muito
grande, se não, como vamos fazer nossas coisas
juntos?
— Sempre vamos a Disney, todo ano,
isso não muda, e vamos ver os filmes juntos e será
como sempre foi, mas eu tenho uma namorada
Lizzie, gosto muito dela, seu nome é Annie.
— Acho que eu não gosto muito dela. –
Sinto sua preocupação. – Ainda vamos na Disney?
— Sabe que sempre cumpro minhas
promessas.
— Mas já quer ir embora, se não estiver
aqui no meu aniversário eu vou ficar bem triste.
Quer ir ficar com ela? Por isso vai me deixar?
— Pretendia voltar para o seu
aniversário.
— Então ela é a primeira pessoa que
você gosta no mundo?
— Annie é a primeira pessoa que gosto
no mundo ao lado da outra primeira pessoa que
gosto no mundo que é você. Pode dividir isso com
ela?
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pergunta.
— Não estou rindo. – Volto a realidade.
— Está sim, não tem problema rir Nick,
as pessoas fazer isso, é normal.
— Eu sei Ulisses, eu rio, só não estou
rindo agora, estou aqui fazendo meu trabalho.
— E rindo sozinho. Eu vi.
— Leon! – Apelo de primeira. Antes que
ele continue a me perturbar.
— Ulisses deixa ele. – Leon pede.
— Como é que vocês se viram em Nova
York sem o Leon para interferir nas implicâncias
de vocês? – Heitor pergunta.
— O Nick não fica um bebê chorão
longe do irmão. É que aqui ele sabe que o Leon
sempre fica do lado dele.
— Lá, o Ulisses não fica no meu pé o dia
todo. E não fico choramingando.
— Só sorrindo para a massa do pão,
estão se conhecendo melhor? Não se apega ela vai
para o forno caçula.
Decido ignorar Ulisses, sou bom nisso,
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eu estava só...
— Tentando ter certeza antes de atira-la
aos lobos? – Ele brinca.
— Não. Eu... – As coisas não saem
muito da minha garganta, estão sempre ligadas a
uma parte de mim que eles não conhecem. – Vai
conhece-la logo.
— É por causa dela que não consegue
dormir?
— Sente falta da Lissa quando está
longe?
— Não sei ficar longe, mas ela também
não, então estamos juntos nessa, a gente se
organiza, só viaja se for todo mundo, isso é ter uma
família. Está pronto para uma cama cheia de
crianças?
— Não querer filhos não é crime, é só
um modo de vida diferente do de vocês. Ulisses e
Sophia não tem e são muito felizes. – Leon desvia
os olhos um momento. – Annie também não quer.
— Tudo bem, só não esquece que eu
estou aqui. Para o que precisar, embora nunca
precise.
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dizer nada.
Demoro a ter forças de me afastar um
momento.
— Senti saudade, muita mesmo. – Ela
diz e eu a beijo, dane-se a plateia, só quero matar a
saudade que me consome desde que a porta do
elevador se fechou atrás de mim há uma semana.
— A vida é sem graça sem você
príncipe.
— Muito sem graça. Está abatida, desde
quando eles voltaram?
— Desde que me deixou.
— Não deixei você. Não diz isso.
Trabalhei dia e noite para voltar logo para você.
— Também está abatido.
— Quase não dormi esses dias. Me
esqueci que posição eu durmo.
— Em cima de mim. – Ela sorri e olha
para varanda. – Quantos Stefanos. – Tem uma
ponta de medo no tom de sua voz.
— Todos eles. De uma só vez. Seja
corajosa. – Seguro sua mão e caminhamos para
eles. Ela olha para si mesma. – Está linda. Não se
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preocupe.
Chegamos a grande mesa. As crianças
acenam sem se importar muito. Annie tem um
sorriso no rosto.
— Está é a Annie, minha namorada. –
Ela me olha contente. O que achou que eu diria? –
Gatinha esses são...
— Eu sei. Espera. – Ela encara todos
eles. – Lissa e Leon, tem gêmeos e moram aqui.
— Acertou, seja bem-vinda. – Ela ganha
um beijo de Lissa e um aperto de mão de Leon.
— Ela gosta de ver as fotos de todos. –
Explico aos Stefanos curiosos.
— Sim. Vamos lá. Esses são Liv e
Heitor, moram em Londres e não ligam a mínima
para a escassez dos recursos naturais.
— Na mosca. – Heitor aperta sua mão,
Liv a abraça. – Para nossa defesa preciso dizer que
plantamos árvores.
— Esses são Ulisses e Sophia, moram
em Nova York e amam aventura.
— E somos os mais bonitos. Gatinha. –
Ulisses não perderia a chance, ele a abraça, dá um
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Capítulo 14
Leon
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– Eu conto a elas.
— Primeiro nunca entendi porque não
perguntam a ele o que o deixa assim sempre
distante, podem estar errados. – Liv é tão sensata
quando Heitor e vê as coisas de modo diferente. –
Nick faz qualquer coisa por vocês, você disse a ele
que ficaria aqui e ele obedeceu simplesmente. É um
homem, tem dinheiro, posição, vida e namorada
como agora sabemos, mas obedeceu feito um
garotinho, sem nem discutir. Ele quer agradar vocês
o tempo todo.
— Liv está certíssima, amor. – Lissa
aperta minha mão. – Nick ama muito vocês e isso
não é atitude de quem tem magoa.
— Acho que ele pediria para voltar lá se
sentisse falta, telefonaria, pelo que entendo dessa
história, ele simplesmente aceitou.
— Mas vocês não sabem como ele era.
Nick mal falava, está certo que no começo a gente
falava em grego e ele não entendia, mas depois ele
continuou super calado, sempre quietinho, olhando
de longe, acho que só mesmo quando foi para
faculdade começou a melhorar.
— Ulisses está certo, no começo ele era
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bebê.
— Jure que nunca vai comentar algo
assim na frente do Ulisses, ele nunca mais me daria
paz.
— Ulisses tem ciúme. – Ela diz me
beijando. – Eu também tenho.
— Tem nada, é louca pelo Nick desde
que chegou aqui.
— Nick é como um irmão.
— Vocês têm muito em comum. – Ela se
encosta em mim. – Onde será que estão os gêmeos?
— Atrás do vovô Cristus, é claro.
Deviamos fugir, amor. Para nossa praia. Faz muito
tempo que não vamos lá.
— Muito tempo! Uma semana. – Rio de
Lissa, passamos uma noite perfeita juntos, há uns
dias, na nossa tenda.
— Boa memória.
— Nunca esqueço nada quando se trata
da minha Afrodite.
— Então vamos. Na hora do almoço
estaremos todos reunidos. Esse negócio de novos
amores me inspirou.
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Pov – Annie
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semana.
— Quer dormir um pouco? Não dormiu
todos esses dias.
— Não, porque ainda estou com muita
saudade. – Nick me sorri, eu o amo tanto, isso é tão
claro.
— Teve pesadelos todos os dias?
— Sim. Foi... dormi no sofá, não
conseguia ficar na cama. – Meus olhos marejam um
pouco com a lembrança dos sonhos ruins. –
Promete que não vai me deixar dormir sozinha
nenhum dia?
— Claro que não.
— Então diz, eu prometo, não quero
acordar gritando, sua família vai me achar uma
louca e vou morrer de vergonha.
— Eu prometo. Vamos dormir juntos
todas as noites. Morri de saudade. Por que ficaria
longe?
— Está certo. Já que eles estão pensando
que estamos fazendo coisas é melhor não
desapontá-los. – Ele abre um largo sorriso, os olhos
brilham e meu coração pula alucinado.
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Capitulo 15
Lizzie
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Nick
chocolate derretido.
— Senhor Stefanos, o senhor é realmente
um bom advogado que parece trabalhar muito bem
em causa própria. – Annie me acusa e sorrio
afirmado.
— Primeiro em Harvard.
— Meu tio é muito inteligente. Uma que
temos que falar sempre no telefone e não podem
ficar só com os outros quando estão aqui.
— Perfeito, essa é ótima. – Imprimo três
copias, estico as folhas e uma caneta. Lizzie sorri
orgulhosa ao escrever seu nome no fim da folha,
depois Annie faz o mesmo.
— Agora o senhor. – Lizzie me espera
assinar. Depois fica de pé. – Muito obrigada,
senhor Stefanos, vou contar para as pessoas, e você
leva a Annie para ver que linda que é a praia.
Aquela do tio Leon e da tia Lissa.
— Vou fazer isso agora mesmo. – Lizzie
caminha para porta, depois volta do meio do
caminho, abraça Annie, a deixa um tanto surpresa.
— Vou te chamar de Annie mesmo.
Você é muito pequena para ser tia.
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como faz.
— Conscientemente, eu sei disso.
— Mesmo assim não consegue evitar.
— Não me sinto grego. Nasci aqui e
parti com dois anos. Aprendi a língua com um
professor. Fui criado no abrigo e quando saí de lá
continuei na américa. As coisas que gosto de
comer, meus costumes, os meus esportes favoritos,
tudo é diferente.
— Eu sei. Acho que isso não é
importante para eles.
— Eu penso em inglês e depois traduzo,
eles pensam em grego. Meu grego é pior do que o
da Sophia que é italiana, ou da Liv que é inglesa.
Eu me matei dia e noite para aprender a falar, eu
tento torcer e comemorar quando um grego ganha
uma medalha em algum esporte, mas no fundo
torço para os americanos.
— O que importa é o amor que tem por
eles. Nenhum de vocês teve culpa de como as
coisas foram, não acho que eles esperem tanto
assim de você.
— Às vezes algum deles solta frases
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Capítulo 16
Nick
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escritório.
— Reverencia irmãos, a realeza acaba de
chegar. – Faço careta para Ulisses. Me sento perto
de Leon que tem um papel em mãos. – Veio
trabalhar, príncipe? Não resistiu?
— Quer parar de ser bobo? Isso não é
um apelido fofo apenas, é sobre... – Me calo,
suspiro desistindo de contar. – Quer saber, ria o
quanto quiser, não me importo.
— Eu sei, está todo romântico. De
beijinhos para lá e para cá, mãos dadas pela casa. O
último dos moicanos e agora o mais novo
cabeleireiro.
— Os moicanos entraram oficialmente
em extinção. – Heitor brinca. Sabia que sofreria no
momento que ficasse sozinho com eles.
— Vai pedi-la em casamento? Já pediu e
não sabemos? – Leon pergunta.
— Casamento? – Nunca tinha pensado
nisso. – Acho que não precisa dessas coisas, somos
felizes como estamos agora.
— Não vai casar com ela? – Heitor fica
desapontado.
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aconteceu?
— Você e a Sarah estão namorando?
— Ainda não, mas fomos jantar juntos
depois de te deixar no aeroporto, sabe quem chegou
no restaurante?
— Fala logo, Simon?
— Nosso quarterback e já pode me amar
eternamente, eu fiz o papel ridículo de ir até o carro
onde esqueceu a camiseta dos Jets e pedi um
autografo. – Ele mostra a camiseta. Annie fica
boquiaberta.
— Gnomo, vou te promover a elfo! – Ele
ri. O celular vibra anunciando uma mensagem, olho
por puro reflexo. Uma conversa com FZ. Quem é
esse? Leio a mensagem. “Volta logo, estou com
saudade. Quer perder seu lugar no meu coração? ”
Tudo me mim parece falhar, a cabeça para de
funcionar. ─ Obrigada Gnomo. Tchau. Convida a
Sarah para um cinema. Beijo.
Simon desliga a conexão, Annie me olha
sorrindo, não consigo devolver o sorriso, não
consigo pensar em nada além da mensagem.
— Vamos? – Ela me pergunta.
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Capítulo 17
Nick
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Annie
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— Balsa?
— É. Para Atenas. Quem sabe encontro
um voo para casa ainda hoje, ou o primeiro que
tiver amanhã? Posso esperar no aeroporto.
— Não tem mais hoje. Amanhã, se ainda
quiser partir, então o Cristus te leva ao aeroporto.
— Obrigada.
— Nick é um bom menino. – Ela me diz.
— O melhor, Ariana, não tem ninguém
como ele e quero que ele seja feliz, mais que tudo
na vida. Quem sabe ele não está só esperando eu
partir para voltar?
— Mas que dramalhão. – Ela seca
minhas lágrimas, não tem jeito, amo gente velha,
será que ela quer entrar para minha coleção de
velhinhos? ─ Nick é louco por você. Seja o que for,
já vai se resolver.
— Não sei não. Pode me conseguir um
quarto só para eu descansar um pouco? Não se
preocupa em arrumar nada, não vou dormir, só
descansar até amanhecer.
— Tem certeza?
— Tenho. Já me acostumei a ser
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Capitulo 18
Nick
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Capítulo 19
Leon
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— Também te amo.
Ficamos só nós, os irmãos, Ulisses já
parece de novo tranquilo, eu e Heitor nem tanto,
não levamos a vida como Ulisses, para nós as
coisas são bem maiores.
— Cerveja para relaxar? – Ulisses
convida, é boa ideia.
— Vai ser bom, vamos tomar uma
cerveja na varanda, depois jantamos. Se o Nick não
quiser descer a Ariana leva o jantar deles.
— Para de mimar o Nick! – Ulisses
reclama quando deixávamos a biblioteca.
— Está com ciúme? – Heitor provoca.
— Claro, como vou ser o irmão
preferido se o Leon fica só agradando ele? Heitor
eu sou seu preferido?
— Sempre! – Heitor responde tranquilo.
É mais fácil que dizer que gosta de todos igual.
— E você, Leon? Nick não conta, agora
é papai Leon.
— Meu irmão preferido é você, Ulisses,
você é o preferido de toda a família.
— Vai magoar o Heitor dizendo isso na
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frente dele.
— Eu entendo. – Nos sentamos cada um
com uma cerveja gelada, é bom, vencemos muito
para esse momento, hoje vencemos mais uma
etapa.
Annie
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divertidos.
— Acha que fica escrito na testa?
— Na minha fica. Nem vem, depois do
jantar e com a porta trancada. Você tem uma
visitinha que não bate.
— Lizzie, eu sei, mas é só aqui que ela
entra sem bater. Ela acha que como sou eu, tudo
bem. Acho que Lizzie me vê como criança.
— Ela é bonitinha demais, me sinto bem
com ela, não fico com medo de me apegar e sei lá,
saber que tem coisas ruins a sua espera, ela tem
tanta gente a sua volta, cuidando e se preocupando
que não tem como dar errado.
— Ela tem mesmo muito carinho.
— Talvez seu irmão Heitor esteja certo.
Já que eles têm uma família. Por que não ter uma
bem grande, para crescerem juntos, cuidando uns
dos outros?
— Pode ser. Sobre nós, eu não estou
pronto Annie, entende isso? Filhos, não posso.
— Nem eu. Acho que não sei lidar com
esse sentimento, morreria de medo, prefiro que
continue como está. E tem seus sobrinhos, podemos
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mais um casamento.
— É sério. – Aviso e elas se olham.
— Com papel ou sem papel é uma
Stefanos e por isso essa casa é sua. Sobre casar
estamos falando do homem dos contratos. Acha
mesmo que ele não vai acabar te fazendo assinar
um? – Lissa diz enquanto elas caminham para
porta, aceno meio sem fala. Casar? Eu e ele? Não
que tenha dúvidas, mas não precisa disso, será que
eu iria gostar? Nick entra no quarto e esqueço isso.
— Pronto? Posso ficar? – Ele pergunta e
sorrio. Nick se senta na cama me olhando daquele
jeito que faz meu coração pular. – Vai ficar aí?
Longe de mim?
— É que temos um problema para
resolver antes, Nick.
— Um problema? – Ele sorri, estica a
mão para me alcançar, mas me afasto.
— Sim. Talvez algo que só o Senhor
Stefanos possa resolver.
— Que tipo de problema?
— Uma camiseta autografada.
— Ah! Entendo, prossiga. – Seus olhos
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Capitulo 20
Nick
ela.
— Acho que vamos deixar a corrida para
quando chegarmos em casa. – Ela se afasta
sentando. – De todo modo a Ariana fica implicando
comigo. Nessa casa ninguém se exercita?
— Sim, do jeito deles, fazem tudo a pé e
correm atrás de crianças.
— E sexo né? Lissa tem uma carinha de
feliz que diz tudo.
— Não quero falar disso, são minhas
cunhadas! – Eu reclamo e ela ri.
— Um príncipe certinho que arrumou
uma namorada toda torta. – Ela diz nua remexendo
suas roupas. – Vem tomar banho comigo?
— Meus irmãos ficam falando que
vamos acabar casando. – Comento deixando a
cama.
— Eu sei, suas cunhadas também. Tenho
até medo de um dia desses a sobremesa ser um
padre.
— Se eu pedisse, diria não? – Pergunto
abrindo o chuveiro.
— Devia ter uma banheira aqui, adoro
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muito apaixonado.
— Vou ficar? Já estou. – Annie faz
aquele olhar sexy e beijo seus lábios com a água
sobre nós. Um longo beijo, depois nos separamos. –
Chega, o chuveiro está ligado.
— Nossa não aguento isso. Tem gente
que fica horas no banho, as meninas que eu morava
me chamavam de fiscal do chuveiro. Por isso que
gosto da banheira, a gente pode gastar horas lá e
nada de pensar em salvar o planeta.
— E dá para limpar o chocolate que
restou bem lentamente. – Ela me olha de modo
intenso com a lembrança. – Aquilo é de longe meu
melhor momento na vida.
— O problema é que nunca vou saber se
fui eu ou o chocolate. – Annie brinca se enrolando
na toalha.
— Que tal a mistura perfeita?
— Posso me contentar com isso. – Olho
para ela enrolada na toalha, linda, os cabelos
úmidos, a pele clara, tão íntimos, de um modo tão
natural como nunca foi com ninguém. Como
sempre foi com ela.
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para ela.
— Eu sei que é esquisito, mas ele está
aqui e eu também, então... prometo tomar um copo
de suco depois e comer... e mais nada.
A arrumação começa como toda vez, nós
homens recebendo ordens, montar mesas e
cadeiras, afastar móveis, ir e vir com caixas e
outras coisas, as horas vão passando. No meio da
tarde já quero que a festa acabe e ela nem começou.
— Nick, você devia tirar sua namorada
daquela cama elástica. – Ariana pede e ergo meu
olhar em busca de Annie, ela está com Lizzie
pulando na cama elástica, sorrio. Não tivemos
infância, brincar assim despreocupados, foi algo
que nunca nos aconteceu, as coisas eram tão
difíceis que nem mesmo sonhamos com isso.
— Deixa ela pular mais um pouco
Ariana, é seguro.
— Eu vou lá. Ela pode testar a piscina de
bolinhas se quiser. – Ariana me ignora, olho em
volta em busca de alguém para parar Ariana, mas
estão todos ocupados com algo. Ariana fala com
elas, aponta a piscina de bolinhas, Annie e Lizzie
trocam um olhar ofendido, mas deixam o
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Heitor pergunta.
— O engenheiro e Lissa estão
conversando, está quase pronto, as obras devem
começar no próximo mês. – Leon comunica. – Será
um caos isso aqui. Por isso quero tudo bem
definido, quando a empreiteira chegar, não quero
atrasos.
— Nem vai ter Leon, eles não atrasariam
a obra do patrão, nem vamos ter problemas com
orçamento também. – Ulisses comenta.
— Por mim não precisava fazer, eu
posso ficar no hotel se o problema for espaço. Não
me importo. – Aviso e recebo três pares de olhos
firmes.
— Cala a boca, Nick! – Ulisses reclama.
— Desculpem. Não falei por mal, só
disse que eu e Annie podíamos dormir no hotel
quando viéssemos. – Penso nas surpresas de Annie
e o hotel nem seria má ideia. A ideia me faz
lembrar da volta para casa amanhã, da cama no
jatinho, o sorriso se amplia.
— Do que está rindo? – Ulisses
pergunta.
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irmãos.
— E sobrinha. Olha a Emma aqui.
— Ela não vai contar. Vai bonitinha? –
Leon brinca com o bebê. – Viu? Emma sabe
guardar segredo.
Encaro meus irmãos, depois a escada.
Por que demoram tanto para se arrumar? Que horas
que elas vêm me salvar desse constrangimento?
— Esqueçam! Ele ainda não confia na
gente o bastante. – Ulisses apela e encaro Leon, não
é verdade, mas ele sabe como fazer uma cena.
— Você parece uma garota carente. –
Reclamo antes de mais um olhar para escada. – São
duas coisas diferentes. Uma vez ela me esperou na
banheira, embrulha em espuma e... e... outras
vezes... Bom ela... Eu adoro chocolate, todo mundo
sabe, então ela me espera com uma panela de
chocolate derretido. – Eles têm as sobrancelhas
erguidas e os queixos caídos. Até que gosto de me
exibir um pouco. Sorrio para suas caras perplexas.
– Só a panela com chocolate, se é que me
entendem.
— Ok! Vou ter uma longa conversa com
Sophia. – Ulisses brinca.
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Capitulo 21
Annie
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arrumar.
— Eu realmente adoro isso em vocês.
Esse jeito de viver simples, sem ostentação.
— Também gosto muito disso. Quando
cheguei eles já estavam ricos. Não como hoje, mas
bem perto disso e eram bem tranquilos, teria sido
difícil se eles tivessem deixado o dinheiro subir à
cabeça, eu nunca me acostumaria, mas não
aconteceu com nenhum deles.
— Nem com as esposas.
— De outro modo, esses casamentos não
teriam dado certo. E é por isso que nós dois vamos
dar certo, porque não liga a mínima para nada
disso.
— Só ligo para meu príncipe! – Beijo
Nick, ele toca minha trança. – As meninas me
obrigaram a usar os cabelos presos. Lissa que fez,
ela sabe fazer tranças lindas.
— Aprendeu com o Leon. – Adoro essa
história deles. Gosto de como são unidos. E vejo
como falar ajudou Nick, seus olhos agora não
parecem mais carregar uma nuvem de tristeza como
antes. – Quer beber alguma coisa? Comer?
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— Verdade.
— Impossível não estar passando nada
por essa cabeça toda cheia de ideias.
— Estava pensando na volta para casa.
— Na cama do jatinho? – Ele pergunta e
me arranca um sorriso.
— Nisso quem pensa é você. O tempo
todo.
— Boba. Sinto falta de casa também. Da
nossa rotina. – Me movo um pouco para olhar para
ele. – Gosto de te encontrar a minha espera.
— Gosta mesmo? Não me acha meio...
— Acho que é perfeita Annie. Gosto da
vida que temos, não quero mudar nada, não somos
meus irmãos e suas esposas, não precisamos viver a
mesma vida que eles.
— Você está certo. Vamos ajudar a
arrumar toda a bagunça da festa. – Encontro a
família já trabalhando quando descemos, todos
empenhados em recolher coisas e organizar a casa.
— Tome café, depois ajudam. – Ariana
avisa passando de mão dada com Alana.
— Sim, senhora. – Respondo e Nick ri
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a sua cunhada?
— Acho que já pode olhar para elas
como suas cunhadas também.
É muita família assim de uma vez, nem
sei se mereço ganhar tanta gente junto, todos tão
especiais, sorrio diante da ideia, de novo tenho
vontade de chorar, beijo Nick, isso realmente muda
minhas emoções, seus beijos mexem comigo e
sempre fazem meu coração disparar.
No fim todas elas se reúnem comigo no
quarto, Lizzie e Alana remexendo minhas roupas,
Emma dormindo na cama enquanto vou ouvindo
delas suas histórias de amor.
Sophia me mostra o vídeo do casamento
de Liv e Heitor com um não no altar.
— Morria se o Nick fizesse isso comigo.
— Ulisses não contente em gravar, ainda
espalha. – Liv diz rindo. – Foi um susto, mas foi
rápido e importante, ele não tinha dito eu te amo,
acho que foi bom ter dito ali, me feito ter certeza,
acho que não tinha ainda, sabia sobre mim, sobre
como eu o amava, como amo, do mesmo jeito de
sempre.
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Capitulo 22
Ulisses
casa.
— Vai abrir o palácio, príncipe? –
Brinco com ele.
— Vou, seria bem-vindo se morasse
longe o bastante para isso, mas não tive essa sorte.
— Estou a cinco minutos da sua casa
Nick, cuidado, posso me sentir no direito de ir te
visitar duas vezes por semana.
— Pode ir. – Nick diz tranquilo, troco
um olhar com os outros. – Eu sei que já devia ter
feito isso, mas não fiz e quero consertar um pouco
essas coisas.
— Vamos gostar de passar um fim de
semana com você Nick, não importa o passado.
Leon diz tranquilo. Heitor concorda.
— Lizzie vai adorar. É sua última
semana de férias.
— Que bom, eu vou arrumar um berço
para Emma, assim todo mundo fica acomodado.
— A palavra berço, saindo da boca do
Nick não fica estranha? – Eles riem. – Vai ser bom
ter um berço lá também, para quando meu futuro
filho for dormir na casa do tio Nick.
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deixar.
Nick sorri todo apaixonado, vai ser
muito bom conviver com esse novo cara que ele
está deixando surgir. Os dois se beijam e seguimos
para a varanda para as despedidas.
— Eles vão todos no fim de semana,
gatinha. – Nick avisa e ela sorri com a novidade.
— Sério? Vai ser muito bom. Vou gostar
muito. Mas não sei cozinhar. – As outras três se
olham.
— Vai ter muita gente para isso não se
preocupe.
Lissa diz e já sei que vou passar o fim de
semana picando legumes.
— Obrigada por tudo. – Temos aquela
seção abraços do tipo o mundo acabou e foi muito
bom te conhecer, como se não fossemos nos ver em
cinco dias. Ariana aperta a mão de Annie
carinhosa.
— Se cuida direitinho, não se mata de
exercício e come bem.
— Sim, senhora. Prometo. – Annie a
abraça.
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relaxada.
— Podem esperar aqui ou posso
telefonar quando ficar pronto. – A enfermeira avisa
antes de nos liberar.
— Voltamos em uma hora. – Aviso a ela
que sorri. Sophia fica de pé quando ficamos
sozinhos, me olha de um modo intenso.
— Ulisses, eu quero. Não sabia que
queria desse jeito intenso, mas agora... E se não
estiver? – Sinto sua ansiedade, beijo Sophia, a
mulher mais bonita que já vi.
— Então amor, se não estiver, vamos
continuar tentando, eu sei que é chato, mas... –
Sophia abre um largo sorriso.
— Amo você. Amo como deixa as coisas
fáceis para mim. Não me pressiona.
— Esse filho, Sophi, o que vamos ter
agora ou depois, ele vem como um complemento,
um presente. Não dependemos dele para sermos
felizes, já somos felizes, se acontecer é perfeito, se
não acontecer não muda. Não vamos de jeito
nenhum tornar isso um problema.
— Você tem razão. Não vamos criar um
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Capitulo 23
Annie
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— Lizzie.
— É muito diferente. Mas é tanto
quanto.
— Quanto tempo a gente ainda tem?
— Pouco para tudo que podemos
aproveitar.
— Então vamos parar de perder tempo. –
Ele afirma, vou me lembrar desse momento para
sempre. Tem um mundo de pequenas coisas boas
que vou me lembrar e todas elas vieram dele e
sempre foi assim.
Chegamos antes de amanhecer, tudo
deles é organizado e quando descemos um
motorista nos esperava, ser chic é muito diferente e
acho que não me acostumo.
Quando chegamos é de manhã, assim
que entro no apartamento, me sinto chegando em
casa e isso é bom, o apartamento tem cheiro de
casa. Comemos sentados no balcão da cozinha.
Depois aproveitamos para dormir, coisa que
devíamos ter feito no avião.
Nick vai para o escritório e eu para meus
velhinhos, quero matar a saudade e contar as
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Não sei.
— Melhor descobrir logo, não acha?
Vou adorar se estiver. É tudo que precisamos por
aqui.
Suas palavras perdem o sentido,
mergulho dentro de mim recapitulando minha vida
toda. Os últimos dias e todas as chances de
realmente estar gravida. Os outros idosos chegam
caminhando juntos. Todos querem um abraço, um
carinho, contar algo, tento me concentrar, ouvir o
que estão dizendo, é difícil. Nas duas horas que se
seguem uma pequena parte de mim está presente.
Depois levo Ava para o lado de dentro,
ela quer assistir televisão, toma uma xicara de chá,
volto para os outros. Luto com meus pensamentos
até servir o almoço e depois preciso de tempo e
solidão para pensar.
— Volto amanhã, senhor Fernandez,
desculpe perder sua aula hoje.
— Vá resolver o que está apertando seu
coração. Está com uma carinha confusa e assustada
a manhã toda.
Eu o abraço, depois me afasto apressada,
antes que entre em pânico ou tenha uma crise de
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choro.
Caminho pelas ruas meio atordoada.
Como pude não pensar em nada disso? Mesmo
quando gravidez e filhos eram praticamente os
assuntos principais entre os irmãos Stefanos?
O que Nick vai dizer? O que vai pensar?
Não queríamos isso, uma criança é a coisa mais
sagrada que existe, como pude ser tão... preciso ter
certeza ou vou enlouquecer. Pego o celular, numa
rápida busca encontro uma clínica próxima de casa,
telefono e marco uma consulta em uma hora.
É isso, um exame é o que preciso, depois
posso pensar em entrar em pânico. Me sento na sala
de espera da clínica, depois de falar com a
recepcionista.
Enjoo, mal-estar, desejos estranhos, tive
tudo isso. Por que não me dei conta? Por que Nick
não percebeu? O que pensamos? Não queria chorar
em público, mas as lagrimas vão correndo sem que
possa controla-las e meu peito se aperta numa
angustia sem dimensão. Nick deixou sempre tão
claro. Falamos sobre isso e nunca, nenhuma vez,
me passou pela cabeça um remédio para evitar.
— Senhorita. – A recepcionista me
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estamos em um quarto.
— Pedi um chá e uma aspirina, agora
descansa. Consegue me contar?
— Prometa que não vai dizer ao Nick
onde eu estou. Nem ao Simon.
— Está me assustando. Por que está
fugindo dele?
— Preciso de um tempo. Eu estou com
medo e ele... Sarah, me ajuda, não conta.
— Prometo, mas está com medo dele?
Nick é tão gentil, educado.
— Não é medo dele. Tem algo que
preciso dizer a ele, algo que pode acabar com o
amor que ele sente por mim e não estou pronta para
isso. Amo o Nick. Tinha tanta certeza que seria
para sempre e agora... Ele não vai entender, vai
pensar coisas de mim.
— Annie, pode ficar aqui o quanto
quiser, é minha amiga e quero seu bem, mas não
pode sumir e não dizer a ele onde está. Nick vai
enlouquecer se apenas desaparecer. Vai colocar a
polícia atrás de você, se realmente o ama não pode
fazer isso. – Sei que ela tem razão. Só que não
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Capitulo 24
Nick
nesse jantar?
— Não. Saímos mais uma vez,
almoçamos há dois dias. O almoço se estendeu até
o meio da tarde de tanto que conversamos. Foi
bom.
— E? – Pergunto curioso.
— E agora eu não sei bem, se você
entendesse de mulher poderia pedir um conselho,
mas só entende de Annie, então... Não sei como
agir, se falo sobre termos alguma coisa, se deixo ir
acontecendo, mas não quero passar meses nessa de
jantares e almoços.
— Está querendo namorar? – Dou risada
de sua careta.
— Parece boa ideia, gosto de pensar em
ter um relacionamento com ela. Marcamos de
jantar na sexta-feira, depois desse jantar eu penso
que as coisas se definam um pouco, temos nos
falado por telefone todos os dias.
— Sobre o que falam?
— Nick Stefanos curioso? – Ele ri, se
arruma mais na cadeira e dá de ombros. – Sobre
tudo, trabalho, como foi o dia, o que estamos
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Leon
de todos.
— Annie deixou um recado confuso para
o Nick e sumiu, ele está desesperado.
— Droga! Ariana não devia ter guardado
segredo. Aposto que ela descobriu e surtou. –
Heitor conta enquanto vou telefonando para
Ulisses.
— Ulisses, Nick está com problemas.
Annie sumiu, deixou um recado então ela deve
estar bem, acabo de me registrar no hotel, vamos
deixar as garotas e as crianças nos quartos e
encontramos você na casa do Nick.
— Estou indo. Coitado, está muito
assustado? Como sabe disso?
— Ele está péssimo. Acabou de me ligar.
— Se te pediu socorro deve estar mesmo
muito mal. Te encontro lá.
Entramos no elevador. Lissa e Liv
segurando Harry e Emma enquanto os outros
pequenos vão assonados se encostando em nós.
— Tem algo errado com o tio Nick,
papai? – Lizzie pergunta muito atenta.
— Não solzinho, seu tio está ótimo, o
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Heitor pede.
— É, o coitado já está sofrendo demais.
– Ulisses continua.
— Claro que não vou brigar com ele. Só
não sei como ajudar. Onde começar a procurar.
A porta do elevador se abre e a moça
desce.
— Detetives, policia. Não sei, deve ter
um jeito. – Heitor continua. A porta se fecha. – Mas
acho que ela vai procura-lo é claro. Annie não vai
fugir gravida, ela só está com medo.
A porta se abre e Nick está de pé
andando pela casa, ainda de terno e gravata. Os
olhos fundos, o rosto cansado.
— Leon. Nem quero saber porque está
aqui na cidade, mas obrigado. Eu não... Sabe como
encontrá-la? Pensou em alguma coisa? – Ele me
pede socorro e fico angustiado de não saber o que
fazer. – Olha a mensagem, faz sentido? – Ele me
estende o celular. Só então parece ver os irmãos. –
Obrigado por terem vindo também.
A mensagem faz todo sentido se ele
soubesse que ela está grávida e com medo, mas ele
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Capitulo 25
Nick
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preocupado.
— Bem, eu acho, com fome, muita fome.
– Isso é bom.
— Leon trouxe comida.
— Leon?
— Chamei meus irmãos, estava
desesperado. – Ela fica triste no mesmo instante.
— E agora sua família me odeia?
— Não. Agora minha família está
aliviada que está bem e em casa. Quer descer para
comer? Quer que traga para você? O que quer
fazer?
— Vou tomar banho e desço.
— Banho é boa ideia. Vamos. – Fico de
pé, Annie me olha meio confusa.
— Vai tomar banho comigo?
— Estamos retrocedendo muito. Vai
pedir o cargo de governanta de volta? Vem. – Eu a
puxo pela mão, Annie sorri, o primeiro sorriso
desde que chegamos e gosto de vê-la assim.
Descemos juntos para cozinha, fico assistindo
calado enquanto devora a comida que Leon trouxe.
Penso que isso é efeito da gravidez e gosto, algo
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Capítulo 26
Annie
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é essa clínica?
— Aqui perto. O endereço está no
celular. Pensei que ela não devia sair logo dizendo
isso. Tive medo, fui embora correndo.
— Vou saber mais sobre esse lugar,
visitar essa médica. Não vai acontecer. Com certeza
Sophia pesquisou e vão no melhor médico.
— Contou para eles o que aconteceu
com a gente? – Nick sorri.
— Se falar assim na frente do Leon ele
vai brigar com você. Me deu uma bronca e tanto,
ando deixando ele bem bravo. Tem que dizer,
grávida, filho, bebê. Essas coisas.
— Ainda bem que avisou. Se ele brigar
comigo eu choro. – Nick me beija. – Sete semanas
a médica disse.
— Sete! – Ele se espanta. – Foi no
começo então.
— Acho que foi por isso que fiquei tão
apegada naquele pudim.
— Está toda gatinha. Quando contei eles
ficaram bem felizes. Amanhã eles vêm ficar aqui
em casa. Sabia que eles vieram antes por que
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sua preocupação.
— Acha que seu irmão Heitor estaria
desejando ter o quarto filho se tivesse que esperar
nove meses ou mais toda vez?
— Verdade. Nesse caso acho que
podemos continuar a conversa na cama.
— A conversa do cara mau? – Brinco
com ele. Nick me pega no colo.
— Essa fica para outro dia. Hoje é coisa
de gatinha.
Acho boa ideia assim mesmo. Ele me
beija o pescoço. Na cama é carinhoso como se eu
fosse de cristal, todo dia amo mais esse homem,
nunca diminui, só aumenta. Ele diz coisas bonitas,
faz meu coração se apertar de amor, depois ficamos
abraçados, namorando.
— Que boba fugir de você, não acha?
— Muito. Desligar o telefone foi
crueldade.
Cubro meu rosto com a mão e me
encosto em seu peito com vergonha do meu papel
de boba. Nick ri de mim, afasta minhas mãos.
— Que vergonha. Me desculpou?
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Capitulo 27
Sarah
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Ulisses.
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Capítulo 28
Annie
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— Te vejo no altar.
— Sim, senhor príncipe. Se der dou uma
passadinha por lá mais tarde.
Corro para as garotas que bebem suco e
conversam.
— Gastou meia hora! – Sophia reclama.
Elas me aprontam, maquiagem leve,
cabelos soltos com cachos caindo sobre o colo nu,
um arranjo delicado de flores prendendo a parte da
frente para o rosto ficar à mostra.
Pronto, agora o vestido. Elas me ajudam
a colocar, dou um giro e todas parecem aprovar.
— Está parecendo Alice no país das
maravilhas. – Sarah diz encantada, é curto, delicado
e simples, sapatos baixos.
— Aqui está o buquê. – Lissa me entrega
com lagrimas nos olhos. – Casamentos sempre me
emocionam.
— Obrigada. Por tudo, a todas, são
incríveis, nunca conseguiria sem vocês. Será que
meu príncipe me esperou?
— Não. Despachei todos eles como de
costume. – Thaís avisa.
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Capítulo 29
Nick
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Annie.
— Vamos gatinha? – É hora de voltar
para a mansão e comemorar com um jantar em
família.
— O Ulisses vem trazendo o carro. –
Simon avisa rindo e entendo o motivo quando um
carro pintado e cheio de latas amarradas atrás
estaciona na frente da igreja.
— A noiva é americana, resolvemos
respeitar as tradições dela. – Ulisses diz rindo.
— Eu gostei, príncipe! – Annie sorri. –
Obrigada, Ulisses.
— Claro que gostou sua maluca. Vem eu
te ajudo. – Descemos os degraus da igreja, ajudo
Annie a entrar no carro e seguimos em comboio
para casa.
A noite caia quando chegamos, então
tem mais cumprimentos, champanhe, riso e festa e
dessa vez não me importo de ser o centro de tudo,
meus dedos estão entrelaçados com os dela, me
sinto seguro e feliz.
Dançamos, conversamos, pelos beijos
que Simon e Sarah trocam na varanda, ele deve ter
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— Tem razão.
Ficamos duas longas horas na festa, mas
quero mesmo é ficar sozinho com ela.
Hora do buquê, um burburinho começa e
Annie se anima. Vai com as moças para o centro de
tudo.
— Espera! Deixa eu tirar minha
princesinha dessa brincadeira. – Heitor puxa Lizzie.
— Papai eu nunca posso tentar pegar! –
Ela reclama.
— Só faltava essa, e se funciona? Nem
pensar. Pronto Annie! – Ele grita e Annie se vira.
— Sarah e Thaís fiquem prontas. Vou
jogar. Um, dois e... – Annie atira o buquê em
direção as moças, as duas pegam ao mesmo tempo.
Sorriem. Se abraçam e bato no ombro de Simon.
— Thaís não tem nem namorado, então
meu amigo, acho que é sua vez. – Ele me olha meio
pálido. Annie volta para meus braços rindo. Beijo
seus lábios.
— Vocês dois foram tão bonitinhos e se
comportaram tão bem que vou ajuda-los a fugir. ─
Lissa se aproxima sorridente.
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lá.
— Você vive lá. Mas hoje não vamos
estar em casa. E não eu não vou te contar.
— Devia, assim eu teria um segredo seu
que seus irmãos não têm e seria de novo seu melhor
amigo.
— Juro que é meu melhor amigo. Tchau.
Caminho apressado pelas ruas de Nova
York, tenho que ir a um shopping e uma loja de
carros para alugar, preparar tudo e estar na porta da
associação as quatro da tarde que é o horário que
Annie saí. Isso sim é surpresa, se vou fazer tem que
ser uma super produção.
O Mustang preto e antigo que escolhi
pela internet está a minha espera. Pago com cartão,
encaro o carro velho à minha espera e sorrio. Dirijo
até o shopping, é um bom carro. Compro os óculos,
a jaqueta, e o jeans.
Está tudo dentro do tempo quando paro
na porta da associação, o motorista previamente
dispensado em segredo. Coloco os óculos e me
encosto no carro com os braços cruzados, a jaqueta
preta e o jeans que devia parecer velho. Nick
Stefanos se trocando num banheiro de shopping.
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Capítulo 30
Annie
dele.
— Quem sabe? Quer um? – Me lembro
que ele é rico, que eu também sou. – Um mais
novo, esse está meio acabadinho.
— Não. Vivemos em Nova York, não
precisamos de nem um carro, quanto mais dois.
— Boa menina. – Me encosto no banco,
não consigo para de sorrir. A noite está bonita,
silenciosa, estrelada, abro o vidro e sinto o vento
bater em meu rosto.
— Você me faz feliz. – É só um
desabafo, ele sabe, é claro que sim, demonstro em
cada gesto, mas as vezes quero só lembrá-lo disso.
— Retribuo apenas.
Ele puxa minha mão, beija e depois volta
a se concentrar em dirigir.
— A aliança está presa em seu dedo? –
Nick me pergunta preocupado.
— Sim.
— Isso não é bom, vamos mandar
alargar.
— Antes vamos precisar de detergente,
ou sei lá, uma serra. – Ele ri encaro a mão, gosto
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retratos.
Tenho dificuldade para dormir, penso
toda hora no modo carinhoso com que Sophi e
Ulisses tratam a gravidez. Não falo com minha
barriga, Nick também não faz isso nunca.
Isso não está certo, temos que mudar
essa coisa dentro de nós que nos machuca a ponto
de tornar momentos que poderiam ser doces e
puros nessa pequena agonia escondida. Nenhum
dos dois pode admitir o medo sem sentir de certo
modo vergonha.
Não é falta de amor, fico repetindo
mentalmente e o mesmo acontece na semana
seguinte toda, insônia recheada de maus
pensamentos, uma ideia começa a surgir dentro de
mim. Preciso mudar isso, e talvez dar um pulo no
passado me ajude, tenho que parar de fugir.
Aconteceu, não posso negar, não posso apagar,
preciso achar um jeito de olhar para isso sem tanto
medo e magoa.
Preciso ser corajosa, por mim, por Nick e
pelo nosso bebê. Me movo na cama em mais uma
noite de insônia.
— Não consegue dormir? – Mais uma
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palavras.
— Vou cuidar disso, Annie. – Sorrio. –
Eles podem encontrar uma família, não é? – Nick
questiona. – Soube que tem muitas adoções aqui.
— Mais do que em qualquer outro lugar,
é triste o que vou dizer, mas esse lugar por ser bem
cuidado, é como um selo de qualidade e muita
gente vem aqui, mas no caso deles é quase um
milagre, dois de uma vez, um garoto já grande e
uma menina com problemas de saúde, duvido.
— O que ela tem? – Pergunto olhando a
garotinha sorrir para o irmão que vira a página do
livro e continua a ler.
— Asma, mas em alto grau, muitas
crises. Por isso não os separamos, toda vez que
tentamos por mais cuidadoso que fosse o processo
terminava numa crise de correr para o hospital.
Não consigo parar minhas pernas, elas
me levam até os dois, me sento com eles nas
almofadas no chão, ela se parece comigo, ele
também. Os dois me olham mudos, ele de
expressão fechada, ela curiosa.
— Oi. – Nick fica de longe ouvindo o
que a diretora diz. – Meu nome é Annie. O que
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Capitulo 31
Nick
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July conta.
— Ainda vão, é só questão de tempo. –
Annie avisa.
— Não vou deixar ela aqui, July não
sabe se cuidar. Se vieram para me convencer como
essas psicólogas podem desistir.
— Nós não somos psicólogos. – Aviso
aos dois. Troco um olhar com Annie. – Nós dois
crescemos aqui. – Os dois me olham surpresos.
— São irmãos? – Josh questiona agora
interessado.
— Não. Somos casados. – Annie mostra
a aliança. – Quando moramos aqui era diferente,
mas liamos esse mesmo livro. Sei que não é muito
legal ficar aqui, mas é melhor que o outro lugar que
moravam antes.
— É sim. Lá todo dia não respirava, todo
dia, todo dia. – July conta. A diretora surge,
observo as crianças, quero ver como se sentem
perto dela, não ficam mais calmos, mas não sentem
medo, ao menos não parecem sentir.
— Desculpem a demora. Fui atender
uma ligação. Querem conhecer os dormitórios?
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meio tensos.
— Viu? Eles vão nos mostrar onde
dormem e depois podemos ir se quiser. Quer ir
embora? – Annie me abraça, sinto quando puxa o
ar com força e solta, repete mais uma vez e depois
outra. Está com enjoo.
— Aqui. Da para ela. – July me oferece
seu inalador.
— Não querida, ela não precisa.
Obrigado. – July afirma guardando no bolso mais
uma vez. Annie se acalma.
— Quero ver o quarto de vocês. – Diz
tentando sorrir, dá a mão para a garotinha depois da
gentileza.
Caminhamos os quatro em silencio, ouço
barulho de bola, riso, tênis raspando chão de
borracha, é um lugar descente agora. Consegui
fazer algo bom, valeu a pena. Josh abre uma porta.
É um escritório. Apenas isso, com mesa,
estante, telefone, apenas duas camas de abrir e
fechar acomodadas lado a lado, não gosto disso.
Eles merecem o mesmo que os outros.
Os dois ficam na porta olhando abatidos.
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Capitulo 32
Annie
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assistindo.
Josh sai do banheiro envergonhado numa
roupa gigante de Nick, anda rápido até a cama.
— Boa noite, Josh, vocês viram qual é
nosso quarto, qualquer coisa é só ir até lá, a porta
vai ficar aberta. Tudo bem, July?
— Sim. Esse quarto é bem lindo! Tudo é
bem lindo com vidro e luzinha. – Ela aponta a
vidraça pegando toda a parede. – Bem clarinho.
Uns minutos depois os dois adormecem
vencidos pelo cansaço, nós três deixamos o quarto.
— A senhora vai dormir e deixa essas
bagunças para amanhã. – Aviso a senhora Kalais
que coloca a mão na cintura ofendida.
— Annie, você acha que eu sou um dos
seus velhinhos?
— Eu acho. – Ela ri e nos da as costas
levando consigo as roupas das crianças.
Quando finalmente me deito estou
realmente cansada. Me enrolo em Nick, queria
muito conversar, mas sinto um sono sem fim.
— Vou dormir, príncipe. Amanhã de
manhã a sopa vai estar louca para voltar pelo
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mamãe é linda.
Acaricio minha barriga. Algo se quebra,
cruzei a linha que faltava, me sinto mãe, meu filho
está aqui e parece que agora eu realmente me sinto
assim, grávida. Não é mais enjoo e meias palavras.
Não é mais, essa coisa que está acontecendo. É meu
filho dentro de mim.
— Te amo. – Eu digo a ele que me sorri.
— Eu também te amo. – Esse é um
desses momentos que te amo pode ser gasto.
Olho para July, nunca mais vou esquecer
isso, que ela estava ao meu lado, que foi a primeira
pessoa a falar com meu bebê. July faz parte da
minha vida agora e gosto disso e tenho medo, por
que é como se não pudesse mais me despedir dela.
— July. – Josh está de pé na porta do
quarto, o rosto pálido talvez de susto de ter
acordado sozinho, segurando as roupas grandes,
angustiado.
— Vem ver o bebê que tem aqui dentro.
– Ela chama o irmão se deitando de novo na minha
barriga. – Fala alto bebê.
— Está tudo bem, Josh. – Digo ao garoto
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Capitulo 33
Nick
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surpreso.
— Eu? A July....
— Você, Josh. O que você quer comer?
— Ele quer hambúrguer, porque é a
coisa que ele mais gosta de comer na vida toda. –
July avisa as voltas com o cabelo desgrenhado da
boneca. – Mas nunca tem isso onde a gente fica.
Abaixa cabelo. Annie você estragou o cabelo dela.
— Eu? Você que quis lavar com a
garrafinha de água. – Annie se defende. – Vamos
comer hambúrguer, pedimos para senhora Kalais
salvar o cabelo dela quando a gente chegar.
Eu não acho que aquilo tem salvação,
mas de todo modo não custa tentar.
Passamos antes em uma loja de roupas,
Annie se diverte comprando roupas para os dois.
Coisa que acho estranho já que ela odeia fazer
compras, deixamos a loja com cinco sacolas. Claro
que tenho que carregar todas e começo a pensar
sobre os recursos naturais e o petróleo em especial.
Comemos numa lanchonete perto de
casa, July tinha razão, é visível o quanto
hambúrguer e fritas deixam o garoto feliz. Só me
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pouco disso.
— Será? Não parece muito interessado.
Ainda está todo vestido.
— Isso é coisa que se resolve rápido. –
Aviso arrancando a camiseta. Ela sorri, passa a
língua pelos lábios de modo sensual, é o bastante
para envolve-la.
— Nada disso, preciso que se deite.
Como posso fazer massagem assim?
Ela me afasta. Caminha pelo quarto
despida, pega um vidro de hidratante. Posso ser
paciente ou posso ao menos tentar. Ela olha para
cama e obedeço. Eu sempre obedeço.
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a diretora se aproxima.
— Nos falamos depois. Eu tenho que ir.
– Annie está encolhida no carro e acho que precisa
de mim agora. Não tem como eu consertar isso,
mas não posso deixar de tentar.
— Me leva para casa. Não quero ir na
associação hoje. – Ela pede secando as lágrimas.
Achava que nossa vida seria sempre riso e amor,
que não teria mais dor e medo. Estava errado.
Subimos em silencio. A senhora Kalais surge na
sala abatida também.
— Quer um chá, Annie?
— Não. Obrigada. Vou só deitar um
pouquinho. – A mulher apenas nos dá as costas. –
Fica comigo um pouco? Precisa ir trabalhar agora?
— Achei que estivesse brava comigo. –
Ela me olha espantada. Me abraça e já é um alento.
— Que culpa tem nisso? Acho que fui eu
quem nos enfiou nessa confusão. Achei que a gente
podia... Que seria como quando damos tchau para
Lizzie. Que teria saudade as vezes e apenas iria
visita-los, que eles teriam saudade as vezes e nos
chamariam.
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Capitulo 34
Simon
perfeito.
— Começou com uma coincidência de
dividirmos um quarto na universidade. Nick era
todo quietinho, achei que não daria muito certo,
mas fomos ficando amigos.
— Tão rico e morando num quarto da
faculdade. É até engraçado.
— Ele ganhava uma mesada. Nem era
nada demais. Mesmo assim, me ajudava todo final
de mês quando meu dinheiro acabava. – Sarah ri de
mim, se encosta na parede ao lado do espelho.
— Os Stefanos nunca ostentam, acho
isso bonito.
— Eu também, e o Nick não saía nunca,
então o dinheiro sobrava toda vez. No segundo ano,
eu saí um pouco dos eixos, fiquei meio
deslumbrado com as festas e tudo mais. – Evito
dizer garotas.
— Mulheres. – Ela completa de má
vontade.
— Chegava bêbado, caindo. Ele me
ajudava, de manhã estava de ressaca e ele me
arrancava da cama para ir para aula. Um dia ele
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Annie
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tempo?
— Bem menos. Provavelmente amanhã
um assistente social deve ser designado para ir ao
abrigo e nos procurar, dei o endereço da
associação, disse que você trabalhava aqui e ele
ficou impressionado com minha linda e filantropa
esposa.
— Também sou isso? – Nick afirma. – O
que tenho que dizer?
— A verdade Annie. Apenas isso, não
trabalho de outro modo.
— O que acha? Vamos conseguir? –
Nick para num farol, aproveita para me olhar nos
olhos.
— Gatinha. Não é difícil, o juiz
conversou um pouco comigo, ser um Stefanos tem
suas vantagens. Ele não vai descobrir nada sobre
nós, então acho que sim.
— Descobrir? Como assim?
— Segredos, envolvimento com sei lá,
drogas, crimes.
— Termos crescido num abrigo não
atrapalha? Eu ser filha de um homem que morreu
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Capitulo 35
Ulisses
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outra coisa?
— Fatalities. Pensa neles. Aquele sangue
todo vai desviar seus pensamentos.
— Ulisses, eu estou grávida. Isso é coisa
para me mandar pensar?
Me encolho entre as cobertas, tão
escurinho e quentinho. Falta tanto ainda para a hora
de acordar. É tão bom saber que posso só dormir de
novo assim que ela parar de falar.
— Não pensa nisso quando está jogando.
— Vou buscar pêssegos.
— Tudo bem. Assim que o sol surgir no
céu com todo seu esplendor. Vem cá vem, fico
fazendo carinho e você dorme. – Tateio a cama em
busca de Sophia.
— Estou indo agora. Sozinha. Tchau. –
Abro os olhos, esfrego para ver se desperto. Ela
veste jeans.
— É sério? Quer pêssegos? Por que não
pode ser uma gravida como as outras. Não tinha
que estar no banheiro vomitando? Essas vontades
não vêm quando a barriga fica grande?
— Eu não sei. Estou indo. – Ela tenta
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Nick
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meu chocolate.
— Não tem, príncipe. Ela disse que não
tem.
— Sério? – Suspiro.
— Não está conseguindo dormir? –
Pergunta me abraçando mais, se enrola em mim. –
Por causa das crianças?
— É. E porque queria chocolate. – Annie
ri ainda de olhos fechados.
— Eu vou te ajudar a procurar no seu
escritório. – Ela suspira.
— Não. Fica quietinha. Eu já procurei a
casa toda. – Ela me encara sorrindo. – Não ri de
mim.
— Acho que não dá para evitar, príncipe.
Está com desejo? – Annie me provoca. Afundo a
seu lado.
— Ulisses não mandou esse mês. Aposto
que é coisa da Lissa. Ela é muito egoísta. Deve ter
ficado com tudo.
— Nick! Acha que a Lissa faria isso?
— Ela é ardilosa. Com aquela carinha de
boa moça.
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agora dormir.
Os tênis ficam pelo caminho, ela sobe e
se deita, toca a barriga.
— Gostou do passeio noturno, bebê?
— Comprar chocolate no meio da noite
para o papai. Que bebê bonzinho. – Faço carinho na
barriga arredondada, depois beijo. – Tão bonzinho.
Não pede nada.
— Só o papai que pede! – Annie ri. Me
faz carinho no cabelo e beijo sua barriga mais uma
vez. – Vamos dormir. É sério. Esse sono é algo
alucinante.
Beijo Annie, ela se enrola em mim. Fico
impressionado com a rapidez com que pega no
sono.
O assistente social entrevistou as
crianças há dois dias, não perguntamos o que
disseram, mas isso martela meu cérebro.
Sei que eles são treinados para levar em
conta não o que a criança diz, mas como diz, então
espero que tudo tenha ido bem. Agora o juiz vai
analisar e se aprovar, emite os novos documentos e
vamos busca-los. Só quero que seja logo.
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um sorriso.
— Vou buscar mais e deixar com você. –
Ele concorda.
— Um homem esteve aqui. Duas vezes.
─ Josh conta com o seu esforço habitual em se
expressar.
— Falei que quero morar com vocês
logo! – July conta. Annie beija sua bochecha
rosada. – Perguntei porque esse juiz fica só
pensando.
— E o que ele respondeu?
— Que é assim mesmo, como que foi,
Josh? – Ela sai do colo de Annie e vem para o meu.
– Cadê aquele joguinho do celular? – Coloco para
ela enquanto olhamos Josh. O garoto olha para o
chão.
— Ele disse que o juiz pensa no que é
melhor para nós. Perguntou o que queríamos.
— Não precisa contar se não quiser,
Josh. – Eu aviso e Annie revira os olhos.
— Príncipe, já faz um mês. Temos que
saber. Se tiver algo errado...
— Eu disse que cuidam bem da July.
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Capítulo 36
Leon
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o Dobby é filho?
— E se quiserem um cachorro? Não vou
arriscar. O tempo todo eu me preocupei com o
irmão errado. – Heitor sorri. É só uma brincadeira.
Nick fica mais leve, mas então me olha. Espera
minha opinião.
— Não planejei meus filhos como o
Heitor e o Ulisses, eles aconteceram e são tudo que
mais amo na vida, Nick. Se está acontecendo o
mesmo com você. Parabéns. Seja um bom pai, ame
seus filhos e cuide deles. Tem meu apoio.
— Eu... Annie não fica brava. – Nick
pede a ela que revira os olhos.
— Vá em frente. – Ela determina.
— Eu fico pensando se vocês vão ama-
los igual. Se vão aceita-los como Stefanos. Com
tudo que isso significa. Eles não têm sangue grego.
— Você é muito paspalho, Nick, mas é
bom saber como nos vê. – Ulisses ralha com ele.
— Desculpem. Eu sinto muito se parece
isso. É que... eu admiro vocês. Sei que são bons e
justos. Que não são alienados. Que ajudam as
pessoas. Acontece que eu vivo num mundo
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questiona.
— Não tem um prazo. Quando ele
quiser. Ele deve seguir a ordem das coisas, analisar
os processos em ordem, eu acho.
— Toda noite vamos lá ficar um pouco
com eles. Colocamos na cama, esperamos dormir e
voltamos. July chora por que quer vir e não
podemos trazer. Josh fica achando que estamos
mentindo. Ele carrega o peso de cuidar da irmã, não
podemos traze-los, não podemos dar nada a eles se
não umas horas de carinho.
Os olhos de Annie marejam um pouco.
Nick a envolve carinhoso, se conheço meu irmão
vai esperar o tempo que for preciso.
— O juiz sabe que é você quem sustenta
o abrigo? – Sophia pergunta.
— Talvez. Eu realmente não sei dizer.
Não usei isso.
— Você é irritante de tão certinho. Eu já
os teria roubado. Ia nos jornais. Sei lá. – Ulisses
comenta determinado e aposto que faria isso,
acabaria encrencado e envolvendo todos nós em
suas confusões. E Sophia estaria a seu lado. Dois
malucos.
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Capitulo 37
Pov – Nick
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Capitulo 38
Pov – Annie
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moderno e pré-adolescente.
Já July é simples, ela deixa tudo claro,
no sorriso, nos olhos brilhantes, e colocando em
palavras.
— Aí que lindo. – Ela sorri para um
vestido rosa. – Fiquei linda? – Ela pergunta quando
encosto em sua frente para ver se serve.
— Muito.
A vendedora tem um largo sorriso
quando deixamos a loja, então vamos comprar os
brinquedos, Alana está impaciente.
Dessa vez entramos todos, Ulisses e
Sophia como se tivessem eles cinco anos, são os
que mais se divertem. Acho que fica mais fácil
comprar algumas coisas para Josh. Os olhos do
garoto não escondem seus interesses. Brilham
diante de carrinhos de controle remoto e materiais
de futebol.
July abraça uma caixa com uma boneca
quase do seu tamanho e me dou conta que jamais
tive isso, nunca ganhei um presente de natal, ou fiz
compras numa loja de brinquedos.
Ao menos não que me lembre, talvez
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Capitulo 39
Pov – Heitor
maduro.
— O tio Nick é meu preferido, papai. Ele
era tão sozinho, eu ficava sempre querendo que as
férias chegassem logo para viajar com ele e fazer
um pouco de companhia para ele, agora não fico
mais preocupada, ele tem a Annie e os filhos dele.
Como você e os outros. O tio Ulisses ele não tinha
também, mas ele sempre sabia se divertir e tinha
amigos e namoradas.
— É, mas não precisamos falar em
namoradas que essas senhoras Stefanos são muito
ciumentas.
— Verdade mesmo. Até minha mãe. E
você se comporta sempre.
— Vê como minha vida é difícil? – Ela
sorri. O sorriso mais lindo que existe.
— Vamos ter nosso último bebê, papai?
Acho que já podemos né?
— Amo você princesa. Sabia disso? Já
quer recomeçar com tudo aquilo? Mamãe gravida,
nós dois correndo para cuidar dela, dormir com os
tios para o papai ir para o hospital com a mamãe.
— Sim. Eu gosto, com a Annie e a
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comigo.
— July já dormiu na própria cama? –
Leon pergunta.
— Ela vem no meio da noite. – Nick diz
sorrindo.
— Daqui a pouco isso vai diminuir. – Eu
conto. – Lizzie fazia isso, Harry ainda faz um
pouco e Emma vai fazer.
— Vocês devolvem eles na cama? Não
ficam com pena? – Nick pergunta.
— Não. – Leon ri. – Eu realmente amo
minha mulher e acho que mereço tê-la só para mim
pelo menos a noite.
— Concordo. De vez em quando
devolvo Harry na cama duas vezes na mesma noite,
vamos vence-lo pelo cansaço. Além disso, é bom
para se tornarem independentes.
— Heitor, eu não quero que sejam
independentes. – Nick diz quando entramos na loja.
Pego a bola e seguimos para o caixa, pago e saímos
uns segundos depois.
— Bom. Vão ser um dia. Não podemos
fugir disso. – Eu conto fatalista. – Ah! E quero
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Josh
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Me aproximo do vidro.
— Te ajudo. – July se abaixa.
— Não mexe nisso! – Nick se aproxima
de July. A voz brava me assusta.
— Fui eu! – Entro na frente de July de
novo, é só a droga de um abajur. – Corre, July! –
Ela corre, sabe que quando eu mando correr é o que
tem que fazer.
— July volta aqui. – Annie pede.
— Josh, ninguém está bravo, não
importa. Só fica longe do vidro. – Nick toca meu
ombro com a voz calma. Olho para ele tentando
enxergar as coisas direito, eu não sei o que fazer, eu
não sei mais nada. – Nessa casa, nem você, nem
July correm risco, não vamos nunca machucar
vocês.
— Está tudo bem. – Annie se aproxima
de mim, começo a acreditar. – Só não mexe nisso,
não quero que se corte. Está tudo bem. – Ela beija
meus cabelos e então ouvimos todos um grito.
Nick é o primeiro a correr, subimos mais
um lance de escadas e quando consigo entender
Nick já saia da piscina com July no colo, os dois
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Capítulo 40
Nick
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tranquilo.
— Ele não está nada bem, doutor. A
febre está muito alta?
— Um pouco, a garganta está bem
infeccionada, vou receitar antibióticos. Ele vai
tomar uma injeção, descansar um pouco aqui até a
febre baixar. Deve levar uns três dias até estar
recuperado, amanhã já vai conseguir comer melhor
no fim do dia.
— Que bom. – O médico se senta para
preencher a receita. Josh mal se mantêm de pé
cheio de sono e moleza por conta do mal-estar.
— Aqui está. – Ele me estende a receita.
– Agora a enfermeira vai dar a injeção, vou aplicar
um soro só para ser mais rápido e ele se hidratar um
pouco.
Somos levados a uma enfermaria, a
mesma que July ficou. A enfermeira ajuda Josh a
deitar na maca, passa um algodão em seu braço.
— Não vai doer. – Ela diz a ele.
— Eu não tenho medo. – Josh avisa
firme e realmente se comporta muito bem. Ela
aplica a injeção no cano de entrada do soro e depois
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ele.
— Joshua Stefanos é seu nome agora. –
Ela diz solene. – Não tem mais como fugir de nós.
Josh fica um longo momento encarando
a folha, não fala nada, mas sente. É visível, July
não entende, não faz diferença para ela.
— Eu que fico com isso? – Josh
pergunta com a folha na mão, sua expressão mais
suave.
— Não filho. O papai tem pastas para
isso. O papai tem pastas para tudo. – Annie diz e
faço careta. – E contratos, e vai assinar alguns,
acredite.
— A gente não vai passear logo? – July
pede e eu a pego no colo, deixamos a casa e
seguimos para o médico de Annie.
Quando o médico passa a geleia na
barriga de Annie estamos os três na sala. Ele não
reclamou e quero mesmo que as crianças vejam o
irmão, que criem laços com ele.
— Aqui está ele. – O médico diz
mostrando as imagens na tela o computador, dá
para ver muitos detalhes, é um aparelho bem
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moderno.
— Olha papai príncipe, que lindo. – July
dá tchau para tela do computador. Não sei o que
fazer, para onde olhar. Se olho para Annie de olhos
brilhantes e marejados, para Josh com seu ar
surpreso e encantado, July completamente
admirada e como sempre mantendo contato ou para
aquela pequena parte de mim que cresce a olhos
vistos, meu bebê de coração acelerado prestes a
receber todo amor do mundo. O mais puro e
imaculado ser que existe.
— Leva um pouco dessa pomadinha,
mamãe, para a gente ver ele em casa. Você
empresta um pouco, doutor? – July pede ao médico
que ri.
— Precisa do aparelho. – Ele explica
para a garotinha ansiosa que não sabe se olha para a
tela ou fala com a barriga já que com a pomadinha
ele pode ouvi-la melhor.
— Você compra um papai? – Adoraria,
seria mesmo perfeito, meus olhos cruzam com os
de Annie.
— Me salva, doutor, diz que não pode ou
ele vai mesmo fazer isso e serei refém dessa
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máquina.
— Precisa de um especialista. – O
médico avisa e nem deve ser tão difícil contratar
um.
— Se esforce mais doutor! – Annie
insiste. O médico me olha, ergue uma sobrancelha
quando se dá conta que estou considerando o fato.
— Vocês Stefanos, seu irmão queria me
contratar. Não pode ficar repetindo toda hora, sinto
muito. Faltam agora dezoito semanas. Querem
saber se é menino ou menina?
— Queremos! – July grita animada, está
sentada na maca com Annie, olho para Josh, Annie
faz o mesmo, ele tem que se sentir parte disso.
— Quer saber o sexo do seu irmão, Josh?
– Pergunto e ele me olha surpreso, sempre se
surpreendendo a cada movimento nosso.
— Quero. – Diz olhando de mim para
Annie. – Podemos?
— Doutor. – Me preparo, aperto a mão
de Annie, nos olhamos, não faz diferença na
verdade, mas torna ele real.
— Um menino. Vão ter um menino. –
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Capitulo 41
Annie
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para todos.
— Vem cá, Josh. Me contar como foi
tudo. – Nick pede a ele que sai de perto de Sophia e
se senta ao lado de Nick com July no colo.
— O professor ensinou um pouco mais
sobre inglês hoje. – Josh conta. – E me indicou um
livro para ler. Você tem ele na sua estante do
escritório, se me emprestar eu posso começar a ler
hoje mesmo.
— São seus, Josh. Não precisa pedir. –
Nick avisa e ele afirma. Não conta dos elogios. É
muito humilde para isso.
— Ele disse que está cada dia mais
surpreso e que Josh é muito inteligente.
Nick sorri orgulhoso. Ele dá muito valor
a isso, foram seus estudos que deram a ele alguma
dignidade, através dos estudos ele deixou de se
sentir menor que os outros, então ele sabe o valor
disso.
— Puxou muito ao tio Ulisses,
inteligente, bonito. Charmoso também. – Ulisses
faz Josh rir. – Vai partir os corações das garotas
como o titio aqui.
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Capitulo 42
Nick
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Capítulo 43
Annie
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Nick
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sendo dois?
— Por isso fechamos a fábrica. – Leon
me conta e compreendo, faria o mesmo.
Vou fazer, isso nunca mais. Não aguento
ver Annie sentindo dor e não podendo fazer nada.
Uma maca nos espera, meus irmãos
devem ter avisado o hospital, os enfermeiros
tomam a frente, aceno para meus irmãos, seus
olhares me acalmam, todos parecem bem
tranquilos.
— Vamos deixa-la pronta e o médico
vem examinar. – A enfermeira avisa. Uns minutos
depois o médico chega, Annie ainda mantém sua
mão em torno da minha.
— Muito bom. Está perto, senhora
Stefanos, vamos preparar a sala e logo terá seu
bebê nos braços.
O médico nos deixa a enfermeira se
aproxima. Toda tranquila, penso que deve assistir a
esse momento muitas vezes ao dia. Annie me olha,
sorri, mas também chora.
— O senhor tem que se preparar
também, vocês se encontram na sala de parto.
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Capítulo 44
Annie
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dele.
Depois de mamar ele fica ali,
adormecido em meus braços, aproveitamos que
estamos sozinhos para ficar admirando sua beleza.
Decorando seus detalhes.
— A boca parece a sua. – Nick diz
baixinho.
— Acha? Acho que ele é você direitinho.
Pena não ter fotos. – Nick concorda. – Isso é algo
que sinto pena. Depois de conviver com Sophi, de
todas as fotos que ela tira da gente o tempo todo,
não tem nada de nós para comparar. Nem July e
Josh.
— É isso, somos uma família sem
passado. Sem passado, sem arrependimentos, isso é
bom. – Ele me anima e concordo. Escuto vozes no
corredor e sei que é a faladeira July chegando.
A porta se abre, ela é a primeira a entrar.
Seguida por Josh, Lizzie e Leon. Sabia que ele não
deixaria mais ninguém vir.
— Saiu mesmo da sua barriga! – July diz
assim que nos vê. Dá os braços para o pai, ansiosa,
tanto que a respiração começa a pesar.
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— Estou bem.
— Ele não vai ficar aqui não? Vai
amanhã também?
— Sim.
— Ele tem alguma doença?
— Nenhuma, Josh, não se preocupa.
— Ajudo a cuidar dele. Cuidava da July.
Desde assim bem pequena. Nunca fiquei longe
dela. Não, só uma vez, me esqueceram na escola e
fui parar num abrigo, depois me levaram para casa
e fiquei dois dias sem ver ela. – Ele mais uma vez
não pretendia contar, diz sem querer, de todos os
olhares sobre ele, Lizzie é quem parece mais
perturbada, ela não conhece nada de falta de amor,
sempre foi coberta por ele, mesmo quando não
conhecia o pai.
— Amo você, filho. – Digo só para ele
saber, eu sempre digo, e ganho um sorriso. Agora
ele acredita.
— Não vejo a hora de estarmos todos em
Kirus. – Leon diz sorridente. ─Agora só falta o
Ulisses.
— Errado. – Eu o lembro. – Agora
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Leon
Lissa sorri.
— Bonitinho. É tão parecido com Nick.
– Ela diz quando saímos.
— Não tem ideia do quanto. – Brinco
com ela. – Deixamos a porta do quarto aberta?
— Melhor amor. Estou com medo da
July passar mal. – Deitamos, nada de namorar, só
esperar o dia amanhecer. July foi dormir com a
respiração alterada.
— Gosto daqui. Mesmo assim sinto
saudade de casa. – Ela diz deitada em meu peito. –
Do cheiro da nossa casa. A casa da gente tem um
cheiro, acha que é assim com todo mundo? – Lissa
me pergunta. Olhos os grandes olhos azuis. – Não
fica me namorando, amor. É sério.
— Minha Afrodite. Estou em casa. O
cheiro da minha casa é o seu cheiro, onde você
estiver é minha casa.
— Só fica derretendo meu coração.
Assim é difícil. Te amo.
— Eu te amo também.
Beijo Lissa, mas ela tem razão, o jeito é
nos comportarmos, adormeço um tanto preocupado.
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Capitulo 45
Ulisses
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jogo me esquecendo.
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mais?
— Não. Eu não sei, acho que vou me
deitar um pouco.
— Está na hora? Você está me
enganando? Não quer me assustar. O que está
sentindo?
— Nada, amor. Por que?
— Você não deita. Me atormenta o dia
todo, mas não deita de dia. Agora quer ir para
cama?
— O jeito como me ama é especial. –
Ajudo ela a deitar. Arrumo os travesseiros como de
costume, uma dúzia deles em torno dela. – Vem
ficar comigo. Estou com saudade.
— Querendo me agradar. – Brinco
afastando alguns travesseiros. – Não adianta
colocar um monte de travesseiros mesmo, você
sempre escala.
— O que pensava de mim? – Ela se
aconchega em meus braços. – Quando acordava de
manhã e eu estava toda enrolada em você.
— Que era louca por mim e muito
atirada. – Ela me belisca. – Aí! Brincadeira. Já
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bom, mas sei que essa noção quem deu a Lizzie foi
a mãe. As mães são mais duras, fico pensando se o
jeito de amar é diferente. Não sei como funciona
isso. Talvez eu queira encher minha garotinha de
coisas demais.
Vou ser forte e dar apenas o que precisar
e merecer. O amor é o mais importante. Isso é fato.
Quando eu não tinha nada era feliz, tinha meus
irmãos por perto e o amor deles me fazia feliz. Nick
por outro lado não teve amor e a vida marcou ele de
um modo diferente. Como Annie, Lissa. É isso. O
que importa é amor. Isso eu posso dar sem medo de
passar dos limites.
Sophia acorda no meio da tarde, algo me
diz que está perto. Mais perto do que imagino, tem
uma aura em torno dela, um certo incomodo,
mesmo depois de tomar banho e vestir uma roupa
leve está ainda, um tanto incomodada.
— Que horas são amor? – Ela pergunta
andando em direção a cozinha. – Vou tomar uma
água e acho que podemos pedir qualquer coisa para
os seus irmãos comerem.
— Cinco e meia. Eles devem estar
chegando. Não precisamos pedir nada, não vão
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a bolsa estourou.
— Fui eu, não dava para ficar digitando.
Vamos.
— Quase tive um infarto. – Nick me diz
quando o afasto de Sophia e eu a amparo. ─ Chama
o elevador, Heitor.
Ergo Sophia nos braços quando meus
irmãos iam pegando o que era preciso e chamando
o elevador, deixamos o apartamento.
— Me põe no chão, amor. Não vai me
aguentar.
— Vou. Dobrei a malhação para esse
momento. Estou pronto para carregar um elefante.
Não é o caso. – Me apresso quando ela torce o
nariz.
O caminho para o hospital é feito às
pressas, ela começa a ficar ansiosa, as dores vêm e
parecem que não vão mais embora. Leon está no
volante o resto de nós parece prestes a entrar em
pânico.
— Se ela nascer no carro vai ficar de
castigo até quinze anos. – Sophia reclama. – Calma
filha, não faz isso. – Ela vai apertando meu braço e
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Capitulo 46
Nick
ter celular.
— Todo mundo vai ter doze? – Ele ri da
ideia da irmã.
— Todo mundo, eu e o papai também! –
Annie comemora.
— Vamos descer? – Convido. – Daqui a
pouco os tios chegam e vem ver vocês. Sai mais
cedo por que estava com muita saudade.
— Isso. Vamos esperar os outros na sala.
– Annie concorda.
— Vou buscar umas bonecas para
esperar a Alana.
July deixa o quarto. Josh olha de um para
o outro. Quer dizer alguma coisa. Dá para ver que
fica meio engasgado.
— Que foi, Josh?
— Eu estava pensando uma coisa. Na
casa do tio Heitor tem árvore de natal, e pensei se
não posso trocar um dos presentes lá da carta por
uma. É que eu e July nunca tivemos um natal
desses que os presentes ficam em baixo da árvore.
— Claro! Nossa como não pensamos
nisso? – Annie me olha. – Nós também não, quer
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Capítulo 47
Annie
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irmãozinho aqui.
Nos aproximamos, me sento no chão,
Nick se junta a eles para ajudar. July sorri e
agradece a cada presente com seu nome, rasga
papeis animada, os olhinhos brilham, não consigo
evitar de chorar, também não consigo não pensar
nas crianças que estão como eu estive um dia, sem
forças para sonhar.
Só quando ele termina com os de July é
que começa com os de Josh. A caixa enorme com a
bicicleta é uma grande surpresa. Depois tem o
boné, uns jogos para o videogame, a coleção
completa de Harry Potter.
— Todas essas coisas... não precisava,
eu disse que trocava pela árvore.
— Papai Noel estava irredutível, disse
que foi um ótimo menino nos últimos doze anos e
não abriu mão de agradecer. – Nick diz a ele que
sorri.
— Obrigado. – Josh está tão surpreso
que nos faz bem vê-lo.
Não tem sorriso mais bonito do que o do
meu garoto, os olhos brilham, ele é doce, esperto e
bom, tão bom quanto o pai e quando os vejo
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Josh nega.
— Não. Eu aprendo, não tenho medo de
cair.
— Que bom, filho, agora o papai vai
abrir o presente dele e vão poder ir juntos ao
parque. – Digo ao meu menino corajoso.
Nick sorri ao ver a caixa enorme. Contei
com a ajuda dos irmãos para trazer o presente.
— Comprou uma bicicleta para mim? –
Ele pergunta.
— Não papai, foi o Papai Noel. – July
avisa, ele rasga o papel, vê a bicicleta, vem até
mim.
— Feliz natal, papai. – Digo quando ele
me abraça. Ganho um beijo.
— Feliz natal, mamãe. Papai Noel não
esqueceu de você também. – Nick me estende um
presente em papel elegante. Abro ansiosa. –
Lembra que falamos sobre fotos? – É um porta-
retratos digital, com fotos de todos nós mudando
lentamente, os três irmãos juntos, nós cinco, eu e
ele, ele com as crianças, eu com as crianças.
— Príncipe... – Não consigo falar nada,
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legal comigo.
— Isso é algo importante para aprender.
Os Stefanos têm muito dinheiro. Você é um
garotinho muito rico. – Aperto seu nariz. – Muita
gente vai parecer gostar de você só por isso. Às
vezes as coisas vão parecer ser bem fáceis, só vai
bastar dizer seu sobrenome, mas isso não é bom.
Vai ter que aprender a não fazer isso.
— Entendo. Eu tenho que conseguir as
coisas com meu esforço.
— Muito bem. É isso mesmo. Como seu
pai.
— Prometo, mãe.
— Seu pai se esforçou muito para ser
quem ele é. Quero que faça o mesmo. Eu sei que
muito provavelmente nós vamos mimar você.
— Acho que sim. – Ele me sorri. –
Vocês fazem isso, mas eu vou ser a mesma coisa.
Porque eu vou no abrigo e na associação e daí
nunca me esqueço.
— Você me enche de orgulho, sabia? –
Beijo Josh na testa. – Mas tem que saber que não é
todo mundo assim, que merece bons amigos e que
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vai sim ter muita gente que gosta de você pelo que
é. Agora vai sei lá. Fazer qualquer coisa.
— Tenho dever de casa. Vou ficar no
escritório do meu pai estudando até ele chegar do
trabalho.
Duas coisas ficam bem claras. A
primeira é que Josh diz meu pai com muito
orgulho, chega a estufar o peito e a segunda é que
aquele escritório é mais dele que do pai. Faz meses
que Nick não se senta lá para trabalhar.
Os dias seguem, eu os conto, não apenas
por que sou uma mãe zelosa, mas realmente meu
príncipe anda mais bonito que o normal, mais
apaixonado também, e dormir anda difícil.
— Bom trabalho, príncipe. – Eu o beijo
na porta do elevador na manhã do quadragésimo
dia.
— Sabe que dia é hoje? – Ele diz no meu
ouvido. Sorrio.
— Te vejo a noite. – Digo com um beijo
no seu pescoço. – Vai ficar o dia todo no escritório?
— Vou. Tenho uma reunião as onze. O
Simon só me avisou ontem à noite. Nem sei direito
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Capitulo 48
Nick
particular.
— Está certo. Qual era sua matéria
preferida?
— Difícil, filho, não sei. Eu me enfiava
nos livros sem medo. Aquilo era tudo que eu
achava que tinha. Hoje eu penso que podia ter
aproveitado mais meus irmãos.
— É, mas hoje faz isso. Estão sempre
juntos quando dá.
— Sempre. Não vejo a hora de levar
vocês para Kirus. Só agora que tenho vocês é que
me sinto grego, fico querendo mostrar um pouco
como são as coisas na Grécia.
— Vou gostar muito. Nós vamos em
Londres também? – Ele me pergunta enquanto
vamos enfrentando o caótico transito de Nova
York.
— Muitas vezes, acredite. Seu tio mora
lá. Então estaremos sempre por perto.
Principalmente se ele não parar de ter filhos.
Josh ri. Heitor parece doido. Fico
apavorado com meus três e ele nessa competição
imaginária.
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vermelho.
— Está todo em mim? – Pergunto. Ela
afirma com um sorriso carinhoso.
— Mas eu tiro, príncipe. Só estou te
dando uma folguinha.
— Que generosa! – Beijo seus lábios. –
Me tira uma dúvida. Onde estão meus filhos?
— Josh está onde todo garoto de doze
anos deve estar, na escola, onde o deixou. Ryan e
July estão na tia Sophi, a senhora Kalais foi junto
para ajudar. Se ele sentir fome tia Sophi empresta o
peito.
— Muito esperta! – Ela se move se
ajeitando em meus braços, os dois enrolados no
sofá da minha sala, ainda não acredito que fiz isso.
– Gatinha, isso de algum modo significa que
Ulisses sabe que está aqui? Que estamos....
— Nick. Temos filhos agora. É preciso
toda uma logística para uma surpresinha como essa.
— Vale a pena aguenta-lo, acho até que
vou me divertir da inveja que ele vai sentir.
— Cadê meu príncipe discreto?
— Annie. Não sei se faz ideia do que
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Capitulo 49
Josh
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Capitulo 50
Lizzie
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como você?
— Seu pai e sua mãe são muito
inteligentes também. Sua mãe fala chinês. Quer
dizer, quem além dos chineses aprendem a falar
aquilo?
— Ela aprende tudo rápido demais. Eu já
estou aprendendo um pouco com ela. Vai ensinar
grego para eles? – Toco os cabelos de July
dormindo.
— Assim que as férias acabarem o
professor vai começar. Annie vai aprender também.
— Isso é bom. July já sabe um monte de
palavras, a Alana as vezes se confunde e fala em
grego quando elas estão brincando daí a July repete
e aprende.
— Quanto mais nova, mais fácil, vai
ficar como você que fala um monte de línguas.
Falo mesmo, inglês, grego, francês,
italiano eu aprendi só um pouco, mas consigo
conversar com a tia Sophia e quando vamos a
Itália, já fomos duas vezes.
— Vai me ajudar quando eu for
advogada?
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Simon
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comigo. Inacreditável.
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Capítulo 51
Ulisses.
indignam.
— Ela não liga! Dá tchau para as tias! –
Faço gesto balançando sua mãozinha. – Voltamos
daqui a pouco mamãe! – Imito uma voz de criança
e depois me retiro ouvindo as senhoras Stefanos
dizendo a Sophi que ela tem coragem de me deixar
sozinho com Giovanna. Blasfêmia.
Subo as escadas em direção ao nosso
apartamento, até que foi boa ideia termos um
apartamento independente aqui, gosto de ter mais
espaço, vai ser bom para longas férias.
Chegamos ao quarto, vou com meu bebê
no colo em direção ao banheiro, lá está sua pequena
banheira rosa, isso é injusto, temos uma super
banheira que para ela é como uma piscina olímpica
e Sophia a obriga a tomar banho naquela bacia
colorida.
— Vamos inovar, filha. Aproveitar que
estamos sozinhos. – Tampo a grande banheira e
coloco água morna para encher. – Agora vamos
tirar essa roupa e separar algo para vestir.
Ando pelo quarto, segurando Giovanna
com uma mão abro a gaveta dela, é tanta coisa rosa
que parece que a pantera cor de rosa mora aqui.
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fotos.
Enquanto mando as fotos e balanço
minha filha cantarolo uma canção grega do meu
tempo de criança.
Ela adormece tranquila. É linda, minha
bonequinha, adorável, não vejo a hora de estar
correndo pela casa me chamando de papai.
Brincando com videogame, e adorando suas futuras
aventuras.
Coloco Giovanna na cama com todo
carinho, ajeito o travesseiro, beijo sua testa, ela não
reclama, apenas ressona tranquila e quando me viro
Nick invade o quarto.
— Cadê ela?
— Quem? – Pergunto sem entender.
— A Giovanna. Que fotos são essas? –
Ele me mostra o celular. – Sua mulher está subindo.
— Em minha defesa devo dizer que ela
adorou a natação, está dormindo feito um anjo.
— Ulisses... eu... Cara, tem algo aí além
de vento? – Ele pergunta querendo rir.
— Não gostou do penteado? Já arrumei.
Nick vai até o berço, olha a menina
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Annie
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fica comigo.
Nick sai do banheiro com July enrolada
numa toalha, os dois rindo de qualquer graça que
July disse, ele a coloca no chão, uma leve batida na
porta anuncia a chegada de nosso educado garoto.
— Entra, Josh! – A porta se abre, ele
abre um largo sorriso quando me vê. Sabe que a
maquiagem de palhaça foi feita pela irmã, já que
ela não pode se maquiar ela se diverte me fazendo
de cobaia.
— Está linda, mãe. – Ele diz tentando
parecer sério.
— Fui eu que arrumei ela, Josh.
— Que... legal. – Ele responde por falta
de adjetivo. – Chegamos agora.
— Me substituiu direitinho? – Nick
questiona e ele dá de ombros, ás vezes acho que
acredita mesmo estar trabalhando.
— O tio Leon disse que nem sentiu sua
falta. Falou que fui muito bem hoje.
— Leon não tem coração. – Josh se senta
na cama, pega a escova de cabelo e começa a
desembaraçar o cabelo de July enquanto o pai calça
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Capitulo 52
Nick
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cabeça.
— Ele quebrou a regra primeiro, abriu
caminho para os outros. – Ulisses diz de modo
tranquilo e não tem como não viajar no tempo e em
nossa história.
— Começou com uma vingança. – Leon
nos lembra.
— Depois veio a filha perdida. – Heitor
comenta.
— Uma aventura contra a máfia italiana.
– Ulisses se lembra da própria história.
— Terminou com um amor da vida toda.
– Eu digo olhando o sorriso de Annie distraída com
as crianças. Leon toca meu ombro.
— Não terminou. Aí é que está a graça. –
Ele me aponta as crianças no jardim. – Cada um
deles vai ter uma história para contar. Ainda
estamos no começo.
Me emociona pensar neles, na vida que
vão ter, nas histórias que vão contar. É bom me
sentir em casa e dividir com os irmãos Stefanos
essa vida.
— Obrigado por me trazer de volta para
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Epílogo
Josh
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uma nuvem.
Ano passado fomos ver sua apresentação
de dança no colégio, foi lindo, eu não conseguia
desgrudar meus olhos dela no palco, gostar dela é
mesmo uma droga. Por que eles ficam sempre
repetindo que somos primos, que vamos cuidar de
tudo e de todos e nunca, nunca mesmo vou
desapontar minha família.
Amo todos eles. Tio Heitor é muito
ciumento, muito legal também e não merece isso.
Talvez ela goste um pouco de mim, não como
primo, mas nunca vou perguntar, não vou fazer
nada errado. Mesmo que o Chad e a Michelle
achem a coisa mais certinha do mundo. Eles não
entendem nada de ser um Stefanos, família vem em
primeiro lugar.
A loja é bem elegante, tem muito brilho,
anéis, pulseiras, colares e brincos de todos os tipos
e cores, pequenos e gigantes, até coroa tem e
imagino que July adoraria uma dessas para usar por
aí se achando uma princesa. Só sei disso.
Rio do meu pensamento, minha irmã está
com sete anos, mas parece a mesma menininha de
sempre, sempre arrumadinha, se achando linda e
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Nick
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