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cerrados,rios, flora elauna exubêrantes e, de quebra, um Se nos unirmos em tomo dessa idéia. Se os nossos
povoque, com resignação, coragem e persistência tem governantes e empresários pararem de sonhar pequenos
participadocom gestos largos da construção desse país. sonhos isolados e se somarem em tomo deste projeto, o
lstoé, em síntese, o Nordeste (terra do sol), que ao invés MERCOSUL será mais uma alternativa para oNordeste.

A amizade é Ull1dOll1gratuito?
IV AR CÉSAR OLIVEIRA DE VASCONCELOS
- estudante de Filosofiana UFPI -

A amizade tinha no povo grego uma importância
fundamental,incomparável a que se encontra hoje no
mundo e dela se ocuparam vários filósofos, estudando
seusaspectos e fundamentos. Assim, vemos em Sócrates,
Platãoe Aristóteles a dedicação de algumas obras,sobre
o assunto. Mas, sobretudo neste último - em sua Etica a
Nicômaco- vamos encontrar reflexões que nos mostram
ovalor e a atenção que aquele povo dedicara a esse tema.
Muitos estudiosos de Aristóteles, no entanto, querem
ver em sua doutrina da amizade um corretivo para o
egoísmo supostamente encontrado em toda a sua ética.
De nossa parte, vamos aqui estabelecer ligações entre o
egoísmo e a amizade, mostrando que o pensamento
aristotélico pressupõe aquele para a existência desta. Ou
seja, a pergunta "a perfeita amizade implica na amizade
comodomgratuito,implicanuma amizadesemegoísmo?"
mostraremos que Aristóteles responde que não.
Em primeiro lugar veremos como as pessoas se
aproximam. Segundo aquele filósofo, existem três razões
pelas quais gostamos uns dos outros: por interesse
recíproco, porque os resultados são bons; pelo prazer
recíproco, porque os resultados são agradáveis; e pela
bo~dade recíproca, por causa da própria natureza dos
anugos.
Osdoisprimeirostiposdeamizade,paraAristóteles, são
meios para alcançar aquilo que se deseja. São acidentaise
encontramo-Ias com mais frequência nos velhos e nos
jovens. Os velhos, com sua menor capacidade de
associabilidade, buscam á aproximação com os outros
indivíduos muito mais pela utilidade que daí advém do que
por realmente gostarem dessa pessoas. E os jovens,
carregados pela emoção que os particulariza, estão muito
mais propensos a se aproximarem uns dos outros pelo,que
tem de agradável nessa relação. Tanto um como o outro tipo
de amizade cessam ao ser atingido o objetivo pelo qual elas
existem. Esses tipos de amizade são secundários porque os
motivos que a levaram a existir são também secundários.
Vale dizer, o útil e o agradável são qualidade que estão
sempre em mudança.
,Já a amizade movida pela bondade, esta sim é
verdadeira. As pessoas se aproximam umas das outras
pelo que de bom existem nelas, ganhando o caráter de
:permanência na medida em que o bem é irrestritamente
ipermanente. A amizade aqui é fim em si mesmo e não um
meio para se alcançar objetivos, ou seja, ama-se o outro
não pelo que ele tem, mas pelo que ele é. Na verdade ama-
se porque se quer o bem do outro.
E, porque é verdadeira, logicamente essa amizade
inclui o que tem de bom e que é buscado nas outras
amizades, que é o útil e o agradável. De fato, as pessoas
boas são extremamente úteis e, decorrente disso, são
agradáveis. Com isso cria-se uma hierarquia entre os três
tipos de amizade.
Em segundo lugar é necessário saber o que é o egoísmo.
O senso comum dá-nos conta tratar-se de um sentimento
negativo, em que o indivíduo busca atrair para si as coisas
boas que existem. Mas que coisa boas? Para nós, algo que
nos dá prazer, segurança ou nos deixa orgulhosos -
acumulação de riquezas, por exemplo. Segundo Aristóteles,
esse egoísmo negativo está presente naquilo que impede
nossa caminhada rumo à perfeição. Mas existe um outro
tipo de egoísmo, que seria positivo, que conduz à perfeição,
destino final do homem. E quer buscá-Io, querê-Io para si, é
um ato de egoísmo benéfico.
Com então poder-se-ia afirmar que sem esse egoísmo a
verdadeira am!zade não seria possível?
Segundo Aristóteles, sem esse egoísmo positivo, que
leva o indivíduo a caminho do que é perfeito, o homem bom
não teria motivo para se aproximar de seu semelhante, isto
é, de outro homem bom. Se a verdadeira amizade se constitui
pela aproximação de duas pessoas que a buscam pelo que ela
tem de bom, isto é, a confiança, o respeito, a atenção, etc, e
o ser egoísta no sentido positivo colocado por Aristóteles é
buscar essa bondade infinita, então é óbvio que a relação de
amizade perfeita pressupõe esse egoísmo.
Dessa forma, não seria possível estabelecer relações de
amizades sem isenção de gratuidade. Na concepção
aristotélica de amizade não existe o dom gratuito. A amizade
é, em qualquer circunstância, um dar e receber, mesmo
quando se fala de amizade perfeita.
É fácil agora concluir o pensamento aristotélico:
transformar em bem para um amigo, significa atribuir-lhe
aquilo de que necessitamos, é também, em última instância,
um fazer algo por nós mesmos. A amizade como dom
gratuito pregada por muitas religiões - principalmente a
cristã - não existe em Aristóteles porque as pessoas boas se
aproximam dos outros e praticam o bem porque necessitam
satisfazer sua natureza.

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OPINIÃO
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Mercosol: uma alternativa para o Nordeste
CARLOS LÔBO
Professor e coordenador do Curso de Ciências Jurídicas da UFPI
Após a criação do Mercosul, com muita competência
as forças nele envolvidas têm procurado por todas as
formas convencer a todos que este novo mercado é a
grande solução não só para a região em que ele localiza
(o famoso Cone-Sul), como para todo o continente sul
americano. E, a partir daí, no Brasil grandes esforços
estão sendo desenvolvidos visando convencer as demais
regiões do país a direcionarem os seus investimentos na
qualificação profissional, agropastorial e industrial)
objetivando uma participação maior naquele mercado. E
válida a tentativa. Ocorre, porém, que nem tudo pode ser
encarado desta forrna e causa espécie até que alguns
setores responsáveis estejam "comprando" essa idéia
como fórmula salvadora para todos os nossos males.
Pelo contrário. Se a, criação do Mercosul é uma boa
idéia, cópia feliz, resguardada as proporções, do Mercado
Comum Europeu, por si só não é a solução para todos os
grandes problemas do Brasi. É, isto sim, uma feliz idéia,
e a partir de uma idéia como essa é que devemos pensar
urgentemente em outras alternativas para que, mais uma
vez, a nossa região não continue a viver em função do Sul
e dos seus simpáticos vizinhos, e, sim, de si própria. De
seus recursos, da sua força de trabalho e de suas
inteligências criadoras.
Se nos julgam apressadamente como região-problema,
isso não é verdade. Se o analista mais atento se detiver um
pouco mais na sua análise, verá que, pelo contrário,
somos, isto sim, com nossas características próprias e
diversas da região Centro-Sul, "aquele algo mais"
compensador e fator de equilíbrio na dosagem fantástica
com que foi feito esse gigantesco e magnífico país.
Mar! Lindo mar! Sol! Muito Sol! Mais de 3.000 horas
.~
TERESINA(PI), SEGUNDA-FEIRA, 18 D
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de se atrelar mais e mais no sonhado Mercosul, de certa
forma distante, deve, isto sim, através de suas lideranças,
se somar em tomo de outro grande projeto (o que ora
proponho) que poderemos chamar de MERCOSOL e
através de esforços conjuntos convencer a alta
administração nacional e setores empresariais a voltarem
suas vistas para essa região e desenvolverem aqui,
prioritariamente, uma verdadeira indústria de verão,
visando, dessa forma, incentivar a instalação de tudo
aquilo que se identifique com o nosso sol, nosso clima,
nossa paisagem, nossa flora, nossa fauna e nossa forma
de viver.
O Centro-Suljá encontrou o seu caminho. Possui uma
indúsria turística desenvolvida e seu parque industrial é
fabuloso. Tem o país todo como mercado e através do
Mercosul acaba de ampliar suas fronteiras comerciais. O
Nordeste, como disse acima, tem sol, muito sol, tem rios
pequenos e grandes, fauna e flora riquíssimas, paisagens
alucinantes. Praias, muitas praias. Brancas, lindas,
encantadoras, fantásticas! Coloquemos ao lado disso
tudo, mais estradas, mais aeroportos, portos, hotéis,
pousadas, motéis, postos de combustíveis, postos de
saúde, tlospitais, mais restaurantes com nossas comidas
típic~, o nosso artesanato, nossa música e nossa gente
boa, simples e hospitaleira, e teremos um outro grande
mercado a atrair gente do mundo inteiro para visitá-lo,
conhecê-lo, curti-loe deixaraqui ostão cobiçadosdólares,
libras, marcos, francos e outras moedas.
Flórida, Caribe, Hawai e tantos outros lugares com
menos mar, menos sol e menos praias, com menos
belezas que nós, têm sabido, com competência, explorar
os encantos que a natureza lhes deu. Ao Nordeste ela deu