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Fisiologia da audição

central (parte 1 )
FGA.DRA.MAYRA PIRES
CRFa: 2-9263-5
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“Um fonoaudiólogo que entende


sobre fisiologia da audição
central tem a tendência a errar
menos no que se refere ao
processamento auditivo.”

—Fga. Dra. Mayra Pires


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O que vamos falar nessa aula?

01 02 03 04

Sitema Reflexos Colículo inferior e


Tronco
auditivo acústicos corpo geniculado
encefálico.
periférico. Estapedianos medial.
.
processamento auditivo!
Topodiagnóstico no
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SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO

Onda sonora mecânica


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SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO

Orelha média e suas características

Sistema de alavanca e redução de área


como mecanismo de amplificação.

Janela redonda e janela oval

Fonte: Blause.com
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Sistema auditivo periférico

Fonte: Sistema sensorialblogspot Fonte: Inoaka et al., 2011

Perilinfa: Rica em sódio (líquido cefalorraquidiano)


Endolinfa: Rica em potássio (líquido intracelular)
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Sistema auditivo periférico


Como a onda sonora se transforma em energia elétrica e
se despolariza?
Mecanismo transdução mecano-elétrico/ eletro-mecano.

Fonte: gogsci.stackexchange.com

CCI: Células sensoriais e receptoras que


conduzem o estímulo elétrico.
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A vibração do estribo proporciona uma onda

Sistema auditivo periférico viajante nos líquidos cocleares que se move de


acordo com o tamanho da membrana basilar.

▪ Velocidade e características físicas da


Organização tonotópica membrana basilar.

▪ Ponto máximo de deflexão (ressonância)


▪ Representação de frequência (periodicidade).

Fonte: www.reddit.com
Fonte: Inoaka et al., 2011
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Sistema auditivo periférico


Nervo auditivo

• Tem em média 22 a 36 mm e em torno de 30 mil


fibras nervosas.

É o mensageiro do que foi codificado pelas CCI e levar


esse impulso nervoso para o SNAC (Moller, 2000)

• Parte coclear e vestibular

• Tonotopia coclear

• Ponte entre a orelha interna e


o tronco encefálico.

• Carregam pistas de informações de frequência, Fonte: Goutman (2015)


intensidade e fase da onda. (Ryugo e Parks, 2003)

Exames: IPRF, PEATE e eletrococleografia.


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Sistema auditivo periférico


• Codificação da informação sonora;
• Aferência e eferência da células ciliadas;
• Neurônios tipo I ( tem 90% maiores e
mielinizadas);
• Neurônios tipo II (10% CCE);
• Gânglio espiral;
• Potencial de ação.

Fonte: Parson et al (2006) e Batrel et al. (2018).


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Sistema auditivo periférico

• As fibras do nervo auditivo convertem a


informação sensorial da CCI para o tronco
encefálico utilizando um código neural
elaborado baseado do tempo e taxa de disparo
(intensidade) que traduz a representação neural
do som (Huet et al.,2018).

• Phase Locking (sincronia de fase)

• Está associado ao tempo do disparo neural em


frequências mais baixas e codificação temporal
(frequência)

• É importante para a localização sonora, Volley Theory –disparo neural por


detecção do som, percepção de frequência, ciclos até 10000 Hz.
compreensão de fala no silêncio e no ruído
(Moore, 2008). Fonte: Wall (2010)
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Sistema auditivo periférico


Frequency Follow Responde (FFR)
Baseado no Phased Locking e
representação neural de estímulos
complexos.

Fonte: openi.nlm.nih.gov
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Sistema auditivo periférico

Reflexões!!!
Plasticidade neural começa no tronco
encefálico.

Cóclea e nervo auditivo não tem


plasticidade neural!

Treinamento auditivo em pacientes com


neurinoma ou neurofibromatose?
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O tronco encefálico e as vias


auditivas.
Estrutura cerebral que forma um sistema
complexo de neurônios em núcleos e fibras
nervosas que se agrupam.

No tronco encefálico acontece as


codificações de estímulos de fala no
silêncio e no ruído com suas características
temporais e espectrais em atividades
neuronais em microsegundos.
(Abramns e Kraus, 2014)

▪ Frequência fundamental
▪ Harmônicos
▪ Estrutura do formante: Picos do espectro
da frequência que resultam da interação
da vibração com as pregas vocais e
tratos de ressonância.
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Com o Potencial evocado auditivo de tronco


encefálico (PEATE) é possível verificar as
habilidades auditivas?

Na prática clínica, o PEATE é utilizado para


acessar a integridade do sistema auditivo
periférico e tronco encefálico baixo. Alterações
referentes ao tempo de aparecimento de resposta
são sugestivas de problemas auditivos periféricos
e patologias retrococleares (Hall, 1992).

Ponton (1996)
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Sistema auditivo central – Tronco


encefálico
Núcleo coclear

• Primeira estrutura do SNAC e


está localizado no aspecto latero-
posterior da ponte caudal.

• Tem 3 divisões: dorsal, anterior


ventral e posterior ventral (Musiek
e Baran, 2020).

Fonte: Neupsky Key


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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Núcleo coclear

• É composto por quatro tipos de


neurônios que codificam o impulso
neural de forma diferente.

• A resposta é representada pelo


processamento complexo de sons
que acontece no núcleo coclear.

• Tonotopia:
Frequências baixas (região lateral)
Frequências altas (região medial).

(Romand e Avan, 1997) Fonte: Wall (2010)


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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Núcleo coclear
Sobre intensidade:
• À medida que o estímulo acústico aumenta
a taxa de disparo neural, assim como a
quantidade de neurônios aumenta de forma
monótica (ipsilateral)

• A integridade da codificação temporal


também depende do Phase-lock e O estímulo auditivo é conduzido
periodicidade do estímulo.
para o complexo olivar
• Essa estrutura responde muito bem para superior de forma ipsilateral
tons modulados, como o estado estável. e contralateral.
(Musiek e Baran (2020).
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Complexo Olivar Superior (COS)

• Essa é a maior estrutura da ponte após o


núcleo coclear.
• Tem um número individual de núcleos que
são localizados nas porções: medial,
lateral, ventral e caudal da ponte.

• Tonotopia: Frequências altas na porção


medial.
Frequências baixas na porção lateral.

(Moore, 2000)
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

O COS é o primeiro estágio mais robusto do


sistema auditivo onde há representação
bilateral do estímulo acústico.

Essa representação permite comparar de


forma precisa a entrado do estímulo ipsi
e contralateral

A comparação temporal e de intensidade


são a base para o COS referente às
habilidades auditivas de localização e
lateralização auditiva.

(Musiek e Baran, 2020) Fonte: lookfordiagnosis.com


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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

O COS tem menos tipos de neurônios do que o


núcleo coclear

Presença de neurônios excitatórios (aumento na


taxa de disparo neural) e inibitórios
(diminuição na taxa de disparo neural).

Esses disparos são complexos no COS e


interferem na localização sonora.

(Baudreau e Tsuchitani, 1968)

Neurônio do núcleo coclear do corpo


trapezóide.
Fonte: Wall (2010)
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O COS apresenta
uma alta
sensibilidade para a
percepção de dois
mecanismos
importantes para a
localização sonora.
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Diferença interaural de intensidade:

• Diferença em nível de pressão sonora (SPL)


do som entre as orelhas para uma
frequência particular em dB (Tollin, 2003).

• Efeito sombra da cabeça:

Para ondas sonoras com sons de frequência


alta que tem o tamanha similar ao tamanho do
diâmetro da cabeça humana, o efeito sombra
da cabeça pode acontecer com perda de até 20
dB (Tollin, 2003).
Fonte: Wall (2010)
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Diferença interaural de tempo:

• Pequena diferença no tempo que o


estímulo acústico chega em cada
orelha (Lewicki, 2006)

• Para essa diferença de tempo, o


cérebro calcula um ângulo de
origem do som em relação à
cabeça.

• Esta relacionado com o início e


duração do estímulo auditivo.
Fonte: Wall (2010)
(Grothe, 2003)
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Correlação clínica com perda auditiva!

• Perda auditiva condutiva ou


sensorioneural em ao menos uma orelha
irá comprometer a localização e
lateralização do som.

• A redução da intensidade do sinal


também chegará ao COS. Perda auditiva
unilateral ou assimétrica vai tirar pistas
de diferença interaural temporal e de
intensidade no COS.
(Musiek e Baran, 2020)
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Interação binaural

Masking Level Difference (MLD) –


Cuidado com inferências de
topodiagnóstico!
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Reflexos acústicos estapedianos.

Menor intensidade no imitanciometro capaz de


desencadear os reflexos acústicos nas
frequências de 500 a 4.000 Hz.

Acontece de forma binaural para proteção da


orelha média e interna.

Auxilia na percepção de fala no ruído e atenuação


de ruídos do corpo.

ATENÇÃO: Não podemos afirmar que os


reflexos acústicos avaliam dificuldades de fala
no ruído!
(Carvallo, 2004)
Sistema auditivo central –
Tronco encefálico
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Os reflexos acústicos e o transtorno do processamento


auditivo.

Fonte: Cochlea.eu
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Lemnisco lateral
• Estruturas mais superiores das vias auditivas do tronco encefálico.

• Essa estrutura é pouco descrita pelos estudos e sabemos que tem


grande contribuição para a onda V do PEATE.

• É sensível para mudanças no templo e amplitude do estímulo sonoro


envolvido no reflexo de Moro.

• É importante para a modulação da amplitude e codificação dos


aspectos temporais.

• A tonotopia também é desconhecida devida a sua complexidade, porém


essa estrutura, assim como o COS tem neurônios excitatórios e
inibitórios responsáveis pelas pistas de localização sonora.
Fonte: pt.abcdef.wiki
(Helfert e Aschoff, 1997; Musiek e Baran, 2020).
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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico
Colículo inferior
É o centro de integração auditiva e da
localização sonora e tem uma sofisticação
para codificação de frequência.

Acredita-se que essa estrutura faz o “mapa”


tonotópico espacial de todo o ambiente
auditivo, assim como é responsável pela
diferença interaural de tempo e amplitude.
Fonte: pt.slidesshare.net
Os neurônios dessa estrutura são responsáveis
pela percepção da duração do estímulo
acústico.

Fonte: Wall (2010) Musiek e Baran (2020)


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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Colículo inferior
Nessa estrutura há uma boa codificação da intensidade e o
phase-locking não é tão bom quanto observado em
níveis mais baixos do tronco encefálico.

Os neurônios do colículo inferior são especializados para


uma papel impotante na percepção de gap de forma
sincrônica.

Há no colículo inferior, assim como no COS há neurônios que


respondem para diferença de tempo e intensidade,
alguns contralaterais e monoaurais.. Essa estrutura é
muito sensível para estimulação binaural e localização
sonora.

(Litovsky et al., 2002) Fonte: J.neurosci


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Sistema auditivo central –


Tronco encefálico

Corpo Geniculado Medial- Tálamo


• Último estágio da via auditiva ascendente e tem um papel
importante na comparação da duração e intensidade do
estímulo, que é semelhante ao colículo inferior.

• 10% dos neurônios mononaurais e 90% binaurais


Presença de interneurônios e GABA www.auladeanatomia.com

• Porção ventral: Codificação temporal, localização sonora


(diferença de tempo e intensidade).

• Neurônios sensíveis à estimulação binaural.

• Participação do exame de média latência

(McGee et al., 1992)


O sistema Nervoso auditivo central é extremamente complexo!
Na próxima aula tem mais!
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Obrigada!
Perguntas?
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