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COLÉGIO MARIA IMACULADA

São Paulo - SP

CIÊNCIAS - 9o Ano - Profª. Celi

Nomenclatura utilizada em Genética

O Significado dos termos abaixo é fundamental para você poder trabalhar com
problemas de Genética, pois representam “ferramentas” que você utilizará daqui para
frente. É importante conhecer bem uma ferramenta antes de usá-la.

a) Gene: É a denominação que damos hoje ao “fator” mendeliano. Em termos


bioquímicos, o gene é um pedaço da molécula de DNA que contém a informação para
a produção de um polipeptídeo ou proteína. Os genes que se comportam segundo a 1ª
Lei de Mendel são ditos alelos e se encontram no mesmo locus* de dois
cromossomos homólogos. Existem algumas convenções para a designação de genes.
A mais simples estabelece o uso de uma única letra para designar os dois genes:
quando minúscula, ela indica o gene recessivo; quando maiúscula, o gene dominante.
A letra do alfabeto que se escolhe é a inicial do caráter recessivo. Assim por exemplo,
sendo o caráter recessivo rugoso, escolheríamos a letra r. R indicaria o gene
dominante (para o caráter liso) e r o gene recessivo (para o caráter rugoso). No caso
da cor da semente (amarelo e verde), usaríamos a letra v para indicar o gene para o
caráter recessivo verde e a letra V para o dominante amarelo.
* O termo latino locus significa o local do gene no cromossomo, sua posição. O plural
de locus é loci.

b) Genótipo: É a constituição gênica dos indivíduos. No caso das sementes que


discutimos anteriormente, dizemos que o genótipo da geração P(Parental) era RR e rr
(lisa e rugosa respectivamente). É claro que não se vê o genótipo; porém, ele pode ser
deduzido a partir da característica apresentada pelo organismo ou através do
resultado de cruzamentos.

c) Fenótipo: É cada variedade do caráter que pode aparecer no indivíduo; é, portanto,


observável de alguma forma, visualmente ou por testes. Com relação ao caráter forma
da semente, você diria que o fenótipo pode ser “liso”ou “rugoso”. Na espécie humana,
quando você falar em olhos claros e olhos escuros, estará se referindo ao fenótipo. É
importante entender, porém, que o fenótipo não indica apenas caracteres morfológicos

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(visíveis), mas também fisiológicos. Assim, por exemplo, se falamos que um certo
indivíduo é do grupo sanguíneo A, estamos nos referindo a uma certa substância que
ele tem no sangue. Como a presença dessa substância pode ser detectada
experimentalmente, trata-se também de fenótipo. Produzir ou não produzir
determinada enzima é também fenótipo.

Fenótipo= Genótipo + Meio Ambiente

d) Homozigoto e heterozigoto: Homozigoto é o mesmo que “puro”. Dizemos que um


indivíduo é homozigoto para um determinado caráter quando ele tem dois genes iguais
para aquele caráter, ou seja, um mesmo alelo em dose dupla. As plantas da geração P
nos experimentos mendelianos eram sempre homozigotas (RR ou rr). Heterozigoto é o
indivíduo que possui dois alelos diferentes para um certo caráter; é o que Mendel
chamava “híbrido”. Recorde-se de que os F 1 (1ª geração filial) dos experimentos
mendelianos eram sempre heterozigotos (Rr). Quando um indivíduo apresenta o
fenótipo recessivo, você pode deduzir de imediato seu genótipo, porque ele é
obrigatoriamente homozigoto; isso não ocorre com os indivíduos de fenótipo
dominante. Uma ervilha rugosa é seguramente rr. Já uma semente lisa pode ser RR
ou Rr.

e) Dominância e recessividade: Em termos mendelianos, um gene é dito dominante


quando, mesmo estando presente em dose simples (um só) no genótipo, ainda assim
ele determina o fenótipo. O gene recessivo é aquele que, estando em companhia do
dominante, no heterozigoto, comporta-se como inativo, não determinando o fenótipo.
Para uma semente de ervilha ser lisa, basta um gene para liso: o heterozigoto Rr
apresenta o mesmo fenótipo que o homozigoto RR. Para o caráter rugoso se
manifestar, é necessário o gene recessivo (r) estar em dose dupla (rr).

f) Chama-se autofecundação ao cruzamento entre organismos que apresentam o


mesmo genótipo. Serve de exemplo o cruzamento entre os indivíduos da geração F1:

F1 Vv x Vv

g) Entende-se por fecundação cruzada o cruzamento entre indivíduos de genótipos


diferentes. É o caso do cruzamento da geração parental:

P VV x vv

h) Retrocruzamento ou back-cross é o cruzamento de um indivíduo portador de um


fenótipo dominante com um ancestral recessivo. Trata-se de um cruzamento
consanguíneo, isto é, de indivíduos aparentados.

Exemplo: P Vv x vv
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i) Cruzamento teste ou test-cross é um tipo de cruzamento usado para determinar
se um indivíduo portador de um fenótipo dominante tem genótipo homo ou
heterozigoto.

Para essa determinação, cruza-se o indivíduo com outro de fenótipo recessivo e


analisa-se a descendência. Esse cruzamento tem dois resultados possíveis. Num
deles, todos os descendentes apresentam o fenótipo dominante, o que indica ser
indivíduo genotipicamente homozigoto.

No outro resultado, metade dos descendentes porta o fenótipo dominante e a outra


metade, o fenótipo recessivo. Nesse caso, o indivíduo testado é heterozigoto.

Mendel fez uso desse artifício para provar a pureza dos gametas. Para isso cruzava
ervilha amarela heterozigota de F 1 com uma ervilha verde recessiva.Obtinha sempre,
na descendência, 50% de ervilhas amarelas e 50% de ervilhas verdes. Isso só poderia
acontecer, segundo Mendel, se a ervilha amarela heterozigota de F 1 produzisse
gametas distintos e puros, isto é, metade dos gametas do F 1 levaria apenas o fator
(gene) dominante e a outra metade, o recessivo. Como a ervilha verde é recessiva,
forma um único tipo de gameta. Então, o resultado desse tipo de cruzamento, como o
próprio Mendel ponderou, poderia ser previsto.

Fontes: Biologia Vol. 3 – César e Sezar

Biologia, Ciência da Vida – Ayrton e Domingos.

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