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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

Licenciatura em Engenharia Rural

Ano: 3º Semestre: 1º

Unidade Curricular: Metodologia de Investigação Científica

Conhecimento Jurídico

Discentes: Docente:

Andrea Guiamba; dr. Lario Herculano (Msc)


Admirson;
Horma Tchamo;
Luzineide Silva;
Melayn Ca mbula;
Nilza Manjate;

Vilankulo, Março de 2024


ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos do trabalho .............................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral ...................................................................................................................... 4

1.1.2. Objectivos específicos ........................................................................................................... 4

II. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 4

III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 5

3.1. Formas de conhecer .................................................................................................................. 5

3.2. A Possibilidade do Conhecimento ............................................................................................ 5

3.3. Graduação do conhecimento .................................................................................................... 6

3.4. Tipos de conhecimento: ............................................................................................................ 6

3.5. Conhecimento jurídico ............................................................................................................. 7

3.5.1. Métodos do conhecimento jurídico ....................................................................................... 7

3.5.2. Tipos de conhecimento jurídico ............................................................................................ 8

3.6. O desconhecimento da população sobre a legislação ............................................................... 9

3.7. Importância do conhecimento jurídico básico no âmbito da formação .................................. 10

IV. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 11

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 11

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I. INTRODUÇÃO

Em nossas experiências cotidianas, nós estabelecemos comparações entre as coisas e entre as


pessoas: elas são semelhantes, diferentes, sucessivas, são causas umas das outras etc., contudo, nós
estamos construindo conhecimento. Fazemos isso muitas vezes sem sequer perceber; outras vezes,
tomamos consciência de que estamos construindo conhecimento e estabelecemos métodos para
isso (Hessen, 2003).

De acordo com Júnior (2004), o conhecimento tem origem na conservação da vida, afinal, para
viver, precisamos pôr ordem no caos que nos rodeia. E nós determinamos, no interior do
conhecimento, o que é verdadeiro ou falso a partir dele. Conhecer é incorporar um conceito novo,
ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das
experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos
relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento, portanto,
não está no grau de verdade que ele possa ter, mas em seu caráter de condição para a vida.

O estudo de conhecimento jurídico é de suma importância, pois põe nos ao alcance de todos
conhecimentos jurídicos como noções básicas de direito civil, direito penal, direito constitucional,
direito tributário, direito consumidor, os meios para ter acesso ao judiciário, facilitará o acesso à
justiça, o exercício da cidadania, e a vivencia em um estado democrático. A população que não tem
contacto com um curso de Direito sabe pouco a respeito do poder judiciário, visto que a ciência
jurídica é restrita ao mundo acadêmico. Assim sendo, o presente trabalho, traz menção sobre o
conhecimento jurídico.

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1.1. Objectivos do trabalho
1.1.1. Objectivo geral
 Abordar acerca de Conhecimento Jurídico

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceituar o conhecimento jurídico;
 Identificar os tipos de conhecimentos;
 Caracterizar os tipos de conhecimentos jurídicos;
 Descrever os métodos de conhecimento jurídico e sua importância.

II. METODOLOGIA

A pesquisa usada nesta para elaboração do presente trabalho é pesquisa bibliográfica, que centra-
se na busca de materiais já publicados pelos outros autores, usou-se livros e artigos disponíveis na
internet, e para sua autenticidade estão citados e referenciados no ultimo capitulo.

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III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Formas de conhecer

O conhecimento é o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre sujeito que conhece
e objeto a ser conhecido.

A teoria do conhecimento é uma disciplina filosófica que investiga os problemas decorrentes da


relação entre sujeito e objeto do conhecimento, bem como as condições do conhecimento
verdadeiro. Assim, a teoria do conhecimento se ocupa de forma sistemática com questões sobre
origem, certeza e essência do conhecimento: o que é a verdade, qual o critério de verdade, se é
possível conhecer o objeto, qual o campo e a origem do conhecimento. Trata-se de uma definição
bastante geral de conhecimento e que pressupõe que haja uma regularidade no acontecimento do
mundo. Sem essa pressuposição, o conhecimento é simplesmente impossível. O termo
conhecimento é bastante ambíguo, pois designa tanto o ato de conhecer quanto o produto que
resulta desse ato (Júnior, 1995).

3.2. A Possibilidade do Conhecimento

Uma das mais importantes discussões acerca do conhecimento é sobre a possibilidade do espírito
humano de atingir a certeza. Da necessidade de responder a essa questão, surgiram duas tendências:
o dogmatismo e o ceticismo.
A palavra ceticismo vem de skeptikós que significa “que observa”, “que considera”. O cético é
aquele que observa, considera e conclui: não podemos garantir que o conhecimento é possível. Há
ainda aqueles céticos que concluem: o conhecimento é impossível.
Há gradações de ceticismo. O cético moderado admite ou uma forma relativa de conhecimento,
reconhecendo limites para a apreensão da realidade, ou que, mesmo que seja impossível encontrar
a certeza, devemos continuar buscando-a. Para o cético radical, se a certeza é impossível, é melhor
renunciar ao conhecimento, o que traz como consequência prática a indiferença absoluta em relação
a tudo.

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Contudo, o ceticismo radical apresenta um problema lógico em sua afirmação. Ora, dizer que toda
certeza é impossível significa que quem afirma tem certeza de sua afirmação, ou seja, dizer que a
certeza é impossível é ter pelo menos uma certeza: que ela é impossível. Mas se ela é
impossível, não podemos ter certeza de que a certeza é impossível (Júnior, 1995).
A palavra “dogmático” também tem origem grega, dogmatikós, que significa “que se funda em
princípios” ou “relativo a uma doutrina”. O dogmatismo é doutrina segundo a qual o espírito
humano é capaz de atingir a certeza, ou seja, que ele é capaz de conhecer a realidade.
O dogma tem uma íntima relação com a religião, pois, do ponto de vista religioso, dogma é uma
verdade fundamental e indiscutível de uma doutrina, ou seja, é um artigo de fé. Quando transposto
para o campo do conhecimento não-religioso, ela designa verdades inquestionáveis. Assim, o
dogmatismo é uma atitude prejudicial, pois quando o homem acredita possuir a verdade, para de
procurá-la. Os dogmas são prisões onde o homem se fixa e não consegue acompanhar as
modificações do mundo (Júnior, 2004).

3.3. Graduação do conhecimento

O conhecimento humano é escalonado de acordo com o índice de abstração, até atingir o mais alto
grau de generalização: conhecimento vulgar, científico e filosófico, que seriam, respetivamente, de
primeiro, segundo e terceiro graus. Admite-se que se passe de um grau a outro do conhecimento,
do particular ao universal, do vulgar ou empírico ao científico, do científico ao filosófico e do
filosófico ao conhecimento que ainda virá. Ou seja, abre-se ao homem a capacidade de evoluir. Se
o vulgar é conhecer o que salta aos olhos, com pouco esforço de abstração ou generalização, pode
o ente cognoscente evoluir ao conhecer científico e deste ao filosófico, até o momento nível mais
alto de abstração e generalização do conhecer (Júnior, 1995).

3.4. Tipos de conhecimento:

Conhecimento Empírico;
Conhecimento filosófico;
Conhecimento teológico ou religioso;
Conhecimento científico;

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Conhecimento jurídico;
Conhecimento sociológico.

Mas vamos falar em específico do conhecimento jurídico.

3.5. Conhecimento jurídico

O conhecimento jurídico é um ramo do conhecimento humano. Como manifestação de regras de


comportamento aos componentes de uma dada sociedade, o Direito é manifestação cultural que
remonta aos primórdios da vida em grupos. Inicialmente existiam deveres e direitos essenciais à
convivência social, a exemplo do direito à vida, interpretado naturalmente como o mais primordial
na história do homem. Em decorrência da maior complexidade da convivência em grupos maiores,
pouco a pouco as regras foram aceitas, adotadas e tidas como obrigatórias. Evoluindo o próprio
processo de observação das regras de convivência, nasceram formas simples de aplicação.
Melhoradas durante milhares de anos, chegou-se aos sistemas jurídicos atuais, de grande
complexidade e responsável por defender os interesse da sociedade (Hessen, 2003).

3.5.1. Métodos do conhecimento jurídico

O conhecimento jurídico apresenta-se nos mesmos moldes de profundidade do conhecimento


comum do homem. Primeiro, em decorrência de ser também humano, localiza-se em determinada
realidade social. Depois, as manifestações do conhecimento jurídico são culturais e, como tal,
sujeitas a maior ou menor grau de aprofundamento.

Com essa possibilidade pode-se conceber conhecimento jurídico expressado pelo direito quando
este direito, do ponto de vista epistemológico nas categorias da essência e da existência, não é o
direito em si. O direito está sendo porque não para. Porque as partes envolvidas em determinada
realidade se transformam. Não ficam parados.

Consequentemente o direito é anti-dogmático em razão de que os fatos evoluem se modificam na


medida em que a realidade é alterada (Hessen, 2003).

Assim, no conhecimento jurídico observamos os três graus de conhecimento:

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Jurídico vulgar,
Jurídico científico e
Jurídico filosófico.

3.5.2. Tipos de conhecimento jurídico

 Conhecimento jurídico vulgar

É o contato fortuito e passageiro com um ou outro problema do Direito. Ocorre no cotidiano,


quando se depara com a eficácia de uma ou outra norma jurídica disciplinando comportamentos
simples e que nos dizem respeito de modo particular. Ante a dúvida jurídica, recorremos às pessoas
mais preparadas, mas, ainda leigas na matéria de Direito ou procuramos diretamente nos códigos e
leis a forma com que tratam a problemática. É o conhecimento do detento que, através das
informações diretas que lhe são passadas pelo código ou leis penais, conhece o crime que cometeu
e ainda orienta outros menos experientes. É o conhecimento do antigo rábula, advogado
provisionado que militava nos juízos do interior do Brasil no passado distante. Porém, tais
conhecimentos estão desvinculados da unidade do sistema geral do Direito em que se insere,
embora possam até, no caso do rábula, obter a guarida do judiciário e até fazer justiça
(Maximiliano, 1981).

O conhecimento jurídico vulgar compara-se a um amontoado de material disforme, que, embora


em quantidade suficiente para grande construção, não forma nenhum edifício. Permite apenas a
interpretação pontual da problemática do Direito.

 Conhecimento científico jurídico ou do segundo grau

Permite solução do problema mediante a fixação das relações essenciais do fenômeno jurídico,
estabelecendo os pontos semelhantes, a constância dos fatos e conclusões lógicas para aplicação
ao caso específico. Por conseguinte, o conhecimento jurídico científico possibilita percepção de
dessemelhanças entre casos, não perceptíveis na abordagem unicamente pelos meios do conhecer
jurídico vulgar.

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É conhecimento sistemático, mas, não utiliza tipologia e categorização. Segundo este, advogar é
tipificar de acordo com a lei, julgar é tipificar, doutrinar é tipificar. Porém, além de tipificar, deve-
se adentrar no emaranhado escuro de quase um milhão de leis em sentido lato, descobrir a relação
daquela com o fato concreto. E ainda buscar o testemunho abalizado dos doutrinadores e
aconselhamento dos julgados dos tribunais judiciários. Ora, nenhuma lei existe isolada, fora do
sistema jurídico de um determinado espaço político. Além da obrigatoriedade de verificar as inter-
relações internas ao direito positivo, o trabalhador da Lei deve ater-se ao rumo geral emanado dos
princípios que regem a Constituição Federal. Em que momento esta percepção estará afeita àqueles
que mantêm apenas contato superficial com o Direito, através de um conhecimento jurídico vulgar?
Em síntese, essas são as ferramentais conceituais e práticas que nos oferece o conhecimento
jurídico científico (Reale, 1987).

 Conhecimento filosófico jurídico ou do terceiro grau

É mais alto ponto que pode cultuar o estudioso do Direito. É o conhecimento privativo dos
doutrinadores, que não se contentam em estudar o fenômeno jurídico unicamente no sistema pátrio
ou resumindo ao que lhe é requisitado no exercício profissional. O estudioso do Direito investiga
os fundamentos dos institutos, o porquê do próprio sistema, conduzindo a avanços que possibilitam
melhor desempenho e prestação jurisdicional. O trabalho do estudioso do Direito é trabalho sem
final, sem conclusão, considerando ser a matéria expressão cultural de um povo ou de uma época.
Como tal, nada é definitivo, abrindo-se à mudanças requeridas pelo clamor social, muitas vezes só
pressentidas pelo estudioso do Direito. Sem dúvida, eis um trabalho estafante, mas permeado de
realizações pessoais e profissionais (Hessen, 2003).

3.6. O desconhecimento da população sobre a legislação

Uma vez que o estado exige o conhecimento da lei no artigo 3° do decreto lei nº 4.657, de 4 de
setembro de 1942, na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, a LINDB, Ninguém se
escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece, é obrigação do mesmo disponibilizar tal
conhecimento e meios para compreensão das normas, para que assim possa exigir que essas sejam
cumpridas. O sistema jurídico precisa ser conhecido pela população para ser melhor utilizado,

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sendo ensinado nos locais púbicos será compreendido e utilizado de maneira mais igualitária.
Verifica-se, que o estado tem obrigação para com a sociedade, no sentido que este precisa prover
conhecimentos acerca dos direitos e deveres aos cidadãos (artigo 205 CF/88).

3.7. Importância do conhecimento jurídico básico no âmbito da formação

O conhecimento adquirido possibilita novas escolhas e novas oportunidades. As leis são um


conjunto de normas que mantem o equilíbrio estatal e social. Ter a ciência dessas regras faz toda
diferença na vida e no desenvolvimento do indivíduo, saber sobre garantias Constitucionais as
cláusulas pétreas, os meios para se ter acesso aos órgãos públicos com os juizados especiais e suas
finalidades, sobre a dignidade sexual que está presente no Código Penal, sobre Direito do
Consumidor, e também sobre Direito Tributário. este conteúdo precisa fazer parte da grade
curricular nas escolas de ensino regular (Maximiliano, 1981).

A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores. O conhecimento filosófico do Direito abrange e ultrapassa o conhecimento
científico da mesma matéria. Buscam as respostas às indagações não respondidas através da
simples aplicação do texto da lei.

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IV. CONCLUSÃO

Feito a pesquisa, concluiu-se que o conhecimento jurídico expressado pelo direito enfrenta
mutações em duas direções: a primeira no mundo dos fatos e a segunda no mundo dos valores. O
mundo dos valores é a razão de ser do espírito e o ânimo de dado momento e reproduzido pelo
legislador. O mundo dos fatos é o mundo responsável pelo cotidiano das pessoas. Todas as vezes
que o conhecimento jurídico faz uma descoberta, está reaberta a possibilidade de aperfeiçoar aquilo
que se descobriu. Tal conhecimento progride da luta dialética entre o que é e o que deveria ser, na
medida em que o direito não é, está sendo. E assim é o conhecimento jurídico expresso pelo direito
porque a ideia de aperfeiçoamento está no homem e esse homem é constantemente mutável.

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

I. CRETELLA JUNÍOR, José. Introdução à Filosofia do Direito, 10ª ed. - Rio de Janeiro:
Forense, 2004.
II. CRETELLA JUNÍOR, José. Primeiras lições de direito, 6ª ed. – Rio de Janeiro: Forense,
1995.
III. HESSEN, Joannes. Teoria do conhecimento. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003
IV. REALE, Miguel, Filosofia do Direito, 12ª ed.- São Paulo: Saraiva, 1987.
V. MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicaçao do direito. 9ª ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 1981.

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