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Farmacognosia

Aula Nº 3

Sumário: Fármacos aromáticos. Conceito. Acção farmacológica. Localização e


preparação. Métodos de extracção. Conservação. Classificação.
Fármacos resinosos. Conceitos. Acção farmacológica. Localização.
Composição química. Classificação das resinas.
Bibliografia: Farmacognosia. Aloísio F. Costa. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
2002, p 361-877

Fármacos Aromáticos

Conceito: Os óleos essenciais, mais simplesmente designados por essências, são


princípios imediatos de origem vegetal, próprios de vários grupos de espécies, só
definíveis por um conjunto de propriedades de entre as quais se destacam o cheiro e o
sabor já revelados nas plantas donde provêm e agora exaltados pela elevada
concentração.
A volatilidade e insolubilidade na água e a solubilidade nos solventes orgânicos (álcool,
éter, clorofórmio, benzeno, etc.) permitem caracterizá-los e, ainda, promover o seu
isolamento. Apresentam-se, então, geralmente, sob a forma de líquidos oleosos, de
aroma agradável e intenso, todavia alguns (isolados de cogumelos); lançados sobre
papel produzem manchas translúcidas de aspecto gorduroso, mas que desaparecem
rapidamente por exposição ao ar.
Estas essências caracterizam os fármacos aromáticos, quando justificam as respectivas
propriedades terapêuticas. Por tanto, consideram-se fármacos aromáticos não só as
plantas medicinais mas também as suas essências, exemplos: eucalipto e sua essência,
anis e sua essência, etc.
As indústrias de perfumaria, cosméticos e aromatizantes alimentares absorvem a quase
totalidade das essências naturais e respectivos derivados e dai o alto nível técnico
atingido na sua preparação e o elevado valor económico que representam; as tintas,
vernizes e outras industrias consomem quantidades importantes de algumas delas;
utilizam-se, ainda, na flutuação de minérios, preparação de agentes molhantes,
insecticidas, etc. A farmácia e a terapêutica consomem uma escassa e quota-parte.

Acção farmacológica: As acções simultâneas dos diversos constituintes, quer


directamente quer por via reflexa sobre as mucosas, secreções, músculos lisos, sistema
nervoso, etc., determinam efeitos benéficos utilizados na terapêutica.
A propriedade carminativa característica de numerosas essências resulta de uma
actividade complexa e explica-se pelo efeito anestésico sobre o cardia que, pelo seu
relaxamento, permite a saída de ar do estômago; e simultaneamente, pela acção sobre os
músculos lisos e terminações nervosas que favorecem a mobilidade do estômago e
intestinos e determinam também as suas propriedades antiespasmódicas.
Associa-se o efeito estimulante sobre as secreções naturais do aparelho digestivo,
justificando assim as propriedades mais gerais das essências como estimulantes
digestivos e aperitivos (hortelã-pimenta, melissa, alcarávia, gengibre, etc.).
A actividade sobre os músculos lisos explica também o seu emprego na dismenorreia
(canela, açafrão, benzoato de benzilo, etc.) e em doses elevadas como abortivo (zimbro,
arruda, losna, tanaceto, salsa, apiol, miristicina, etc.).
Sobre o sistema nervoso central actuam de modos diversos e determinam efeitos
diferentes, a cânfora, borneol, fenchona, carvona e as respectivas essências podem
determinar uma acção analéptica, com excitação do sistema nervoso central, outras
drogas como a melissa, camomila, hortelã-pimenta e em especial a valeriana possuem
acção sedativa e narcótica.
Em doses elevadas produzem fenómenos convulsivos (losna, tanaceto, hissopo,
alecrim), excito-estupefacientes (canela, cravinho, limão, angélica, hortelã-pimenta).

Algumas essências estimulam as secreções externas do aparelho digestivo que já


mencionamos, mas também dos brônquios (terebintina, eucalipto, felândrio, tomilho,
serpilho, guaiacol, etc.) usadas por isso como expectorantes, dos rins (zimbro,
terebintina, tomilho, salva, sândalo, sassafrás) com propriedades diuréticas.
Com propriedades antiflogísticas como a camomila, como anestésicos locais a cânfora e
o mentol.
Os fármacos aromáticos utilizam-se para destruir os agentes causadores de infecções
como fungos, bactérias e insectos parasitas tanto na profilaxia como na terapêutica de
várias doenças.
As essências de eucalipto, mentol, cajepute, niauli, terebintina, etc. na anti-sepsia das
vias respiratórias para diminuir a secreção brônquica e como calmante da tosse
(tomilho, serpilho), em outros tempos a essência de sândalo como desinfectante do
aparelho génito-urinário, em particular da gonorreia.
Actividade anti-helmíntica na expulsão de vermes parasitas dos intestinos do homem e
de animais domésticos (lombrigas, oxiúros, ténia, etc.) manifestada por varias essências
e seus constituintes (quenopódio eucalipto, tanaceto, tomilho, alho, ascaridol, timol,
santonina, etc.).
Resta referir o préstimo dos fármacos aromáticos na preparação de medicamentos, como
correctivos do sabor e cheiro (baunilha, bergamota, canela, hortelã-pimenta, limão, lírio,
etc.).

Localização das essências: As essências abundam nos grupos vegetais mais


evolucionados e localizam-se em células ou grupos de células que se particularizam pela
forma e conteúdo.
Em bolsas secretoras se acumula a essência que será segregada pelas células
glandulosas que a delimitam, encontram-se, com frequência, nas folhas, no limbo, e nas
raízes e caules, na casca, medula e líber, ainda no pericarpo.
A forma e localização dos aparelhos secretores constituem caracteres próprios de
determinados grupos naturais de plantas, como por exemplo, nos frutos das Umbelíferas
aromáticas.

Preparação: A indústria extrai as essências após a colheita para contrariar a perda da


vida celular, como sucede com frequência com as flores (alfazema, rosas, etc.).
Também utiliza técnicas que inactivam os fermentos, encarregados de prejudicar as
características olfactivas das essências.
Emprega, com frequência, as matérias-primas já secas, constituídas geralmente por
partes lenhificadas das plantas de fácil conservação, sem prejuízo das suas essências
(canela, sândalo).
Há por tanto, dois tipos de matérias-primas: umas exigindo uma destilação imediata
após a colheita e outras que suportam a armazenagem prolongada, incluem-se as raízes,
cascas, folhas e ramos floridos, frutos e sementes que podem sujeitar-se a uma secagem
prévia.
A matéria-prima divide-se consoante a localização do aparelho secretor, na dependência
do processo extractivo eleito: fragmentada, contundida, triturada ou pulverizada, por
métodos manuais ou mecânicos.
O rendimento e a composição química da essência variam sob a influência de
numerosos factores: origem específica, clima, região da planta e época da colheita,
métodos extractivos usados, etc.

Processos de extracção a nível industrial:

A indústria prefere o método de destilação pelo vapor de água em consequência da sua


maior simplicidade e economia, permite tratar de uma única vez quantidades enormes
da matéria-prima.
Constituído por um alambique, que consta de uma caldeira cilíndrica, vedável por uma
tampa plana, um tubo curvo ou angular que simboliza o colo de cisne, tão curto quanto
possível para evitar retornos de condensados para a caldeira e de um condensador.
Constroem-se geralmente em cobre, ferro galvanizado ou estanhado, menos vezes em
alumínio, a madeira e o cimento.
Referem-se três processos usados na separação das essências distinguidos na forma em
que se estabelece o contacto entre a planta e a água, na fase líquida ou vapor, e o tipo de
alambique usado: hidrodestilação, destilação pela água e vapor e destilação pelo vapor
de água.

Solventes voláteis: Adapta-se a todas as matérias-primas; plantas verdes ou ainda secas,


também permite trabalhar grandes quantidades de matéria-prima. As extracções
efectuam-se em aparelhos de capacidades convenientes, destinados a esta finalidade.
Indicam-se vários solventes: éter de petróleo, hidrocarbonetos alifáticos com três, quatro
e cinco átomos de carbono, benzeno, tolueno, metanol, etanol, acetona e diversos
derivados clorados e fluorados de hidrocarbonetos de pesos moleculares baixos.
Antes de concentradas, decantam-se ou centrifugam-se as soluções extractivas a fim de
excluir a água, só depois se eliminam os solventes para resultarem os respectivos
concretos e resinoides.

Extracção pelos corpos gordos, a quente: Agitam-se a matéria-prima com gorduras


apropriadas aquecidas a temperaturas convenientes, entre 40º e 70º, e substitui-se
progressivamente a matéria-prima esgotada por outra recente ate determinado grau de
concentração.
Estas soluções, conhecidas com o nome de pomadas, agitam-se em batedouros com
álcool, a temperaturas convenientes de modo a reduzir a solubilidade das gorduras,
separam-se assim os decantados, conhecidos por extractos alcoólicos. Finalmente,
depois de destilar o solvente, resultam os concentrados ou absolutos de pomadas.
Extracção pelas gorduras, a frio: Técnica criada pela indústria francesa de Grasse, a
única que a utiliza, para extrair essências de aromas delicados contidas nas flores de
jasmim, tuberosa e outras, só em parte no estado livre.
Colocam-se as flores frescas entre placas de vidro engorduradas, separadas por grades
de madeira. Substituem-se, em períodos regulares, as flores por outras recentes, ate
alcançar a saturação das gorduras, tratam-se as placas com solventes alcoólicos que
depois são eliminados.

Extracção por adsorventes sólidos: Empregam-se também adsorventes sólidos, como


carvões activados, gel de sílica, alumina, etc., e mistura-se com a substância
aromatizante.

Expressão: A indústria dispõe de varias técnicas desde raspar a superfície externa dos
frutos ou de comprimir o pericarpo separado dos hesperídos contra esponjas que de
tempos a tempos se espremem nos vasos onde se separa a essência, mais na actualidade
com auxílio de prensas ou máquinas centrifugadoras.

Conservação: As essências alteram-se com maior ou menor facilidade, na


dependência da natureza química dos seus constituintes e consoante as circunstâncias do
meio.
Entre os factores principais que as modificam contam-se o ar, a luz e o calor, e, ainda a
presencia de metais, água e impurezas diversas.
As alterações reconhecem-se por mudanças dos seus caracteres organolépticos (aroma,
sabor, cor, transparência e fluidez), mas também dos valores de seus índices
característicos físicos e químicos (densidade, índices de refracção e polarização,
viscosidade, solubilidade, resíduo fixo, índice de acidez e de éster e quantidades
relativas de seus constituintes dominantes e característicos).

Classificação dos fármacos aromáticos: Associamos os fármacos segundo a


natureza química dos constituintes dominantes:

- Fármacos caracterizados pelo predomínio de hidrocarbonetos nas


suas essências

São geralmente líquidos; exceptuam-se alguns, sólidos, em particular os das ceras de


flores. Identificam-se pelos seus caracteres físicos com dificuldade.
No isolamento e identificação tem o maior interesse a técnica cromatográfica na fase
gasosa e que também pode utilizar-se como método quantitativo.

Essência de terebintina: De certas espécies de coníferas que em farmácia se usa


também a essência purificada por redestilação em presença de um excesso de água de
cal, para neutralizar os ácidos livres e eliminar os compostos resultantes de oxidações,
fixos.
Usa-se como medicamento externo, pelas suas propriedades rubefacientes e revulsivas,
associada à amónia, cânfora e salicilato de metilo; também como desinfectante e
parasiticida. Internamente, como modificador das secreções e anti-séptico dos aparelhos
respiratório e urinário, vias por onde é eliminada.
Para uso externo em forma de emplastros, linimentos, unguentos e internamente em
forma de pérolas, cápsulas, espíritos, xaropes, etc., e nas bronquites sob a forma de
inalações.

Outras: Também a essência de pinheiro, de madeira, de alcatrão, utilizadas na


desinfecção das vias respiratórias em inalações, e devido a constituintes oxigenados de
odor agradável no uso na saboaria

Turiões de pinheiro: Com propriedades balsâmicas e diuréticas e desinfectantes das


vias respiratórias e urinárias.

Zimbro: Recomenda-se como diurético e sudorífico, indica-se na amenorreia e


atribuem-lhe também acção abortiva, sob a forma de infusos, tintura, vinhos, extracto
fluido, já madura utiliza-se para o fabrico de uma aguardente e genebra.

- Fármacos caracterizados pelos álcoois e ésteres das suas essências

Álcoois e ésteres naturais que encontram-se com frequência e contribuem de modo


particular para a caracterização das essências.
Aparecem, em geral, simultaneamente no estado livre e de ésteres de ácidos orgânicos,
em proporções diversas.
Conhecem-se vários álcoois da série gorda com um papel de pequeno relevo. O
metanol, etanol e vários insaturados como o chamado álcool das folhas de aroma
agradável.

Geraniol e citronedol:

Rosas pálidas e Essência de rosas: Conhecem-se numerosas espécies e variedades,


distinguem-se pelo seu aroma agradável e riqueza relativamente elevada de essência.
Não tem interesse terapêutico; pode, todavia utilizar-se para aromatizar medicamentos,
seu mais importante emprego é na indústria da perfumaria.

Essência de palma-rosa: Obtém-se de uma gramínea aromática de uma região


montanhosa da Índia, também de uso na perfumaria, em consequência do seu odor a
rosas.

Linalol:

Coentro: É uma Umbelífera anual, herbácea, da região mediterrânica. Utilizam-se os


frutos maduros e secos. Possui propriedades carminativas e estomáquicas.
Usado para corrigir o sabor desagradável de diversos medicamentos; associa-se a certos
purgativos com o fim de evitar cólicas que estes possam produzir, como se observa com
o sene e o ruibarbo, utiliza-se como condimento e no fabrico de licores.

Essência de Coentro: Resulta da destilação dos frutos maduros, é um líquido amarelo,


de aroma e sabor agradáveis, próprios dos frutos. Tem propriedades excitantes, em
doses fracas, quantidades maiores ocasionam uma espécie de embriaguez e quando
muito elevadas produzem fenómenos tóxicos, sem serem convulsivos. Emprega-se na
farmácia para corrigir o sabor e cheiro desagradáveis de certos medicamentos. Na
indústria para aromatizar bebidas alcoólicas, na confeitaria e culinária, mas em
particular na perfumaria.

Alfazema: Conhecida pelo nome vernáculo de Alfazema, é uma labiada subarbustiva


espontânea nos montes sílico-calcáreos, secos e áridos da costa mediterrânica da França,
Espanha, Itália, Dalmácia, Sílica e Argélia. Atribuem-se propriedades estimulantes,
antiespasmódicas e anti-sépticas. Em farmácia usa-se como aromatizante e correctivo.
As flores usam-se para preparar uma essência muito apreciada na perfumaria.

Essência de Alfazema: extrai-se das inflorescências da L. angustifolia Miller,


particularmente em França, não se emprega na terapêutica apesar de suas propriedades,
na farmácia para aromatizar loções, fricções e outras fórmulas. Consumida
principalmente na perfumaria e na saboaria.

Flores de laranjeira azeda: São os botões floríferos da Auranciácea originaria do


extremo oriente e introduzida pelos árabes nos países mediterrânicos, em particular
Grécia e Itália.
Utilizam-se as flores depois de secas, para preparar infusos de propriedades
antiespasmódicas e calmantes, particularmente no tratamento de insónias. Devem
conservar-se ao abrigo da luz e renovar-se anualmente. Com as flores recentes
fabricam-se a chamada água de flores e a essência.

Essência de flores de laranjeira azeda: A indústria destila as flores para obter a


essência de Neroli, de laranjeira azeda ou doce. É um líquido fluido, ligeiramente
amarelado, que o tempo escurece por acção do ar e da luz, cheiro agradável, intenso, da
origem, e sabor aromático, primeiro doce, depois um tanto amargo. Usada na indústria
da perfumaria.

Folhas de laranjeira azeda: A colheita efectua-se quando as folhas estão


completamente desenvolvidas, devem renovar-se anualmente. Utilizam-se sob a forma
de infusos, pelas propriedades sedativas e antiespasmódicas, também digestivas, podem
usar-se como correctivas do cheiro e sabor em várias fórmulas.

Essência da laranja azeda: Extrai-se pelos métodos habituais, desde os manuais ate os
mecânicos. Usa-se na perfumaria e no fabrico de doces e bebidas.

Essência de laranja doce: Citrus sinensis, originário da Ásia longínqua, é um liquido


amarelo, por vezes alaranjado ou avermelhado, aromático e de sabor doce. A industria
da perfumaria desterpena e dessesquiterpena esta essência com o fim de preparar
fracções enriquecidas de compostos oxigenados e de perfume mais delicado.
Utiliza-se como aromatizante de uso geral, na preparação de medicamentos, na
confeitaria, culinária, fabrico de bebidas.

Limão: Auranciácea arbórea de pequeno porte originária da Índia. Utilizam-se os


frutos, o pericarpo recente ou seco, o sumo e, ainda, a essência. O sumo, preparado
extemporaneamente, utiliza-se como antiescorbútico e como desinfectante nas anginas,
mas o abuso prejudica os dentes, predispondo-os à cárie, atribuem-lhe propriedades
anti-reumatismais, antigotosas e hipotensivas.
Na farmácia empregam-se também as cascas dos limões, recentes ou depois de secas,
como aromatizantes e correctivo de medicamentos.

Essência de limão: Utilizam-se todos os tipos de máquinas, cor e aspecto variam,


recente é amarela, por vezes amarela-acastanhada ou esverdeada. Conservar a essência
ao abrigo do ar e da luz para evitar alterações.
Atribuem-lhe propriedades eupépticas e carminativas, sobre a pele tem acção revulsiva.
Usa-se para aromatizar medicamentos, alimentos, bebidas diversas, na pastelaria e
confeitaria, também na perfumaria e cosmética.

Borneol:

Alecrim: É uma Labiada arbustiva, lenhosa e muito ramosa dos terrenos secos e pobres
da região mediterrânica. Utiliza-se pelas propriedades estimulantes, carminativas,
diaforéticas e ate emenagogas, em certas regiões emprega-se também com condimento.

Essência de alecrim: Geralmente destilam os ramos floridos recentes, é um líquido


incolor ou amarelado com cheiro próprio. Possui propriedades estimulantes,
carminativas e emenagogas. Usa-se como desodorizante das habitações. Também na
saboaria, detergentes, desodorizantes, ceras de polimentos, etc.

Valeriana: Valerianácea herbácea, dos lugares húmidos de Europa e Ásia, utilizam-se


os rizomas com as suas raízes. Actua como depressivo do sistema nervoso, primeiro
sobre o cérebro e depois sobre a medula.
Utiliza-se como calmante, como antiespasmódico e anticonvulsivo, na histeria e outras
doenças nervosas, é eliminada pelos rins e pela pele, de modo que a urina e o suor
adquirem o cheiro a valeriana, externamente como vulnerário e nas contusões, em
aplicações locais para diminuir a dor.

Mentol:

Hortelã-pimenta: Cultivada em diferentes países de Europa, descende particularmente


de chamada hortelã-pimenta negra dos ingleses. Deve conservar-se ao abrigo da luz e
renova-la todos os anos.
Possui propriedades eupépticas, carminativas e estimulantes de muitas plantas
aromáticas, Usa-se sob a forma de infuso, nas cólicas, indigestões e diarreias.

Essência de hortelã-pimenta: A essência é um líquido incolor ou ligeiramente


amarelo, com o cheiro próprio da origem e sabor característico, primeiro quente e
depois deixando a sensação de frescura.
Por exposição ao ar espessa-se e escurece. Possui propriedades estimulantes gástricas e
carminativas. Utiliza-se em certas neuralgias pelas ligeiras propriedades anestésicas, na
farmácia usa-se a essência como aromatizante.

Álcoois sesquiterpénicos:

Essência de sândalo: É uma Santalácea arbórea das regiões montanhosas da Índia. A


sua importância resulta do valor alcançado pela sua madeira nas ceremónias religiosas e
fúnebres. Utiliza-se na saboaria, perfumaria e cosmética.
Administrada por via oral, elimina-se pelos pulmões e rins, promove anti-sepsia
recomendada no tratamento das bronquites crónicas com secreção abundante, mas
especialmente nas cistites, uretrites e blenorragias.

Camomila: Planta herbácea anual, muito ramosa desde a base. Usa-se geralmente sob a
forma de infuso, como tónico amargo digestivo e como antiespasmódico, também
atribuem-lhe propriedades febrífugas, antihemínticas e emenagogas.
Externamente usa-se como anti-séptico em eritemas como o provocado pela luz, sob a
forma de cozimentos, em aplicações locais ou banhos. Também com interesse no
fabrico de licores. O cozimento usa-se para alourar o cabelo.

- Fármacos caracterizados pelas lactonas contidas nas suas essências:

Lactonas naturais: As lactonas ou ólidos, ésteres internos de hidroxiácidos, aparecem


com relativa frequências nas essências, mas por vezes em quantidades reduzidas,
algumas contribuem pelas suas qualidades para aromatizar, todavia outras há inodoras.
Apresentam-se em geral no estado sólido e cristalino, as suas soluções mostram-se
fluorescentes, utilizada esta propriedade na análise cromatográfica.

Aipo: Umbelífera dos solos salgados do litoral mediterrânico. A principal utilização é


como aromático na culinária.

Angélica: Encontra-se espontânea e também cultivada nas regiões montanhosas do


norte da Europa. Recomenda-se pelas suas propriedades eupépticas, estomáquicas e
carminativas.

- Fármacos caracterizados pelo predomínio de cineol nas suas


essências:

Óxidos naturais: Além do cineol, reconheceram-se outros éter-óxidos internos ou


epóxidos da série terpénica, mas encontram-se em quantidades reduzidas. O cineol é um
líquido incolor de aroma particular.

Eucalipto: Mirtácea arbórea de porte enorme, actualmente muito cultivada pela


importância de sua madeira como combustível, na construção, fabrico de pasta de papel
e outras aplicações. Possuem propriedades tónicas e adstringentes e ainda acção
febrífuga, devido aos taninos e princípios amargos.
As substâncias resinosas e a essência justificarão as propriedades carminativas,
expectorantes, anti-sépticas e rubefacientes.

Essência de eucalipto: A essência medicinal preparou-se destilando pelo vapor de água


em alambiques simples de ferro. Deve conservar-se ao abrigo da luz e o ar para que não
se escureça e se torne mais espessa.
Usa-se internamente como um anti-séptico balsâmico nas afecções respiratórias,
urinárias, do nariz e garganta, vagina, etc. Externamente, em fricções pelas suas
propriedades anti-reumáticas e anti-neurálgicas.
- Fármacos caracterizados pela presença de ascaridol:

É um peróxido terpénico, instável, decompõe-se bruscamente a temperaturas de 130º-


150º. Seu nome prove de sua actividade sobre os ascaris.

Quenopódio e essência de quenopódio: Quenopodiácea da América tropical. É uma


planta herbácea de cheiro persistente e desagradável.
A essência é um líquido de cor amarela que escurece com o tempo, foi considerada um
dos medicamentos mais activos para os nemátodos parasitas intestinais, em particular,
ancilostomíase, melhor ainda na ascaridíase, mas a sua elevada toxicidade contrário o
seu emprego.
Essa toxicidade depende ainda da resistência particular de cada doente. Contra-indicada
em grávidas, crianças, pessoas idosas ou subalimentadas e doentes renais, hepáticos,
cardíacos, ulcerosos gastrointestinais, etc.

- Fármacos caracterizados pelos aldeídos e cetonas das suas essências:

Aldeídos e cetonas naturais: Pertencem a três séries, gorda, aromática e terpénica. O


furfural e metilfurfural encontram-se nas essências em quantidades reduzidas, os
constituintes da seria aromática são aldeídos e cetonas e da série gorda, encontramos
aldeídos saturados, desde o fórmico ao laúrico e dos insaturados os álcoois das folhas e
o aldeídos oleico do rizoma do lírio.

Aldeído cinámico

Canela de Ceilão: Laurácea arbórea cultivada em Ceilão, utilizam-se as cascas dos


ramos novos mondados da cortiça e da maior parte do parênquima. As cascas
inicialmente esbranquiçadas, adquirem durante o tratamento aplicado tom particular
amarelo-acastanhado.
Muito antigo o uso da canela pelas suas propriedades estomáquicas, carminativas e
emenagogas. Quantidades excessivas irritam fortemente as mucosas e podem provocar
gastrenterites, hematurias e ate abortos.
Na farmácia emprega-se como correctivo do sabor, na preparação de certos
medicamentos. O uso principal e como condimento e aromatizante.

Essência de canela de Ceilão: Prepara-se quase exclusivamente na Europa e América


do Norte, já que as circunstancias não serem propícias para à indústria das cascas
preparadas, aproveitam-nas para extrair a sua essência.
É um excitante do sistema gastrointestinal e do útero. Usa-se como estomáquico,
carmitativo, antiespasmódico, emenagogo, etc.
Possui ainda propriedades anti-sépticas. Na farmácia utiliza-se como correctivo do
cheiro e do sabor de alguns medicamentos. O principal emprego da essência é na
aromatização de alimentos, doces e bebidas e na preparação de certos tipos de perfumes.
Canela da China: Esta espécie cultiva-se nas províncias do sudoeste da China. Com as
mesmas propriedades da de Ceilão.

Aldeídos terpénicos

Melissa: A Melissa o erva-cidreira é uma Labiada herbácea, erecta, ramosa, vivaz das
regiões meridionais de Europa, Ásia e norte de Africa. Utilizam-se as folhas e os ramos
floridos. As plantas colhem-se no começo da floração, secam-se à sombra, seccionam-se
e guardam-se da forma usual.
Com propriedades sedativas, antiespasmodicas e carminativas. É vulgarmente utilizada
na medicina popular, sob a forma de chá, como estomáquico e antiespasmódico,
atribuem-lhe também propriedades emenagogas. Emprega-se no fabrico de certos
licores.

Cetonas terpénicas

Lírio: Iridáceas vivazes cultivadas, com frequência como plantas ornamentais, das
quais se conhecem numerosos híbridos e variedades. Utiliza-se como aromatizante nos
pós dentífricos, higiénicos, etc. Mas usado na perfumaria e um pouco no fabrico de
licores e vermutes.

Essência de cânfora: Laurácea arbórea de grande porte da Ásia oriental. São


numerosos os usos, na preparação de celulóide, no fabrico de pólvoras, plásticos, tintas.
Na terapêutica, de forma externa em fricções com uma acção anestésica local,
geralmente sob a forma de soluções alcoólicas, também tem propriedades anti-sépticas e
parasiticidas.
De forma interna, por via hipodérmica em soluções oleosas, actua sob o sistema nervoso
central, produz acção benéfica sobre o centro respiratório bulbar, é um cardiocinético
pois estimula o músculo cardíaco pois reforça a sístole, regulariza as pulsações e a
pressão sanguínea.
Outras propriedades farmacológicas como antitérmico, antidiarreico, anti-helmíntica,
moderador das secreções sudoral e láctea.

Metilcetonas gordas

Arruda: Da família das Rutáceas, planta subarbustiva na região mediterrânica e Ásia


ocidental e central, caracteriza-se por um cheiro muito desagradável.
Possui propriedades anti-helmínticas, estimulantes, febrífugas e emenagogas, por isso a
utilizam na dismenorreia. É um abortivo de uso popular, mas muito perigoso devido à
sua toxicidade.

Cetonas macrocíclicas

Almíscar: O almíscar é a substância sólida e granulosa segregada pela glândula


prepucial do cervo almiscareiro, ruminante que vive na região montanhosa da Ásia
Central. Utilizou-se na Terapêutica, no passado, como estimulante, afrodisíaco e
emenagogo.
- Fármacos aromáticos caracterizados pelos fenóis e éteres fenólicos
das suas essências:

Reconheceram-se vários fenóis e éteres fenólicos em proporções variáveis, algumas


vezes representando os elementos predominantes das essências, mas outras, em
pequenas mostras.

Tomilho: Labiada subarbustiva lenhosa e ramificada na base, dos terrenos secos e


quentes do mediterrâneo. Usa-se como tónico, estimulante, diaforético e
antiespasmódico, sob a forma de infuso. Na medicina popular, como calmante da tosse,
anti-séptico, cicatrizante, etc.

Essência de Tomilho: Provém do tomilho, como seu nome o indica, considera-se um


anti-séptico de cheiro agradável, usa-se sob a forma de gargarejos, também como
desinfectante intestinal, desodorizante de feridas, etc.
Reconheceram-lhe propriedades rubefacientes e também cáusticas, o que justifica seu
emprego em odontologia. Internamente possui propriedades tónicas, estimulantes,
béquicas, diaforéticas e diuréticas.
Na indústria emprega-se directamente na saboaria, em produtos alimentares, para
aromatizar carnes, etc.

Anis: O fármaco anis ou anis verde, ainda conhecido por erva-doce, é uma Umbelífera
anual originária da região mediterrânica oriental.
Usado com frequência na medicina caseira como estimulante das funções digestivas e
carmitativo. Na Farmácia emprega-se como correctivo do gosto e odor.
Utiliza-se na culinária e nas indústrias da padaria, confeitaria, fabrico de licores, etc.,
como aromatizante.

Anis estrelado: Magnoliácea arbórea do sudeste da Ásia. Usado, à semelhança do anis


verde, como estomáquico, carmitativo, galactagogo, etc. Na Farmácia, como correctivo
do gosto e do sabor. Depois como aromatizante, na culinária, preparação de alimentos,
de bolos, licores, etc.

Essência de anis: Tem origem dupla, dão-nos essências com os mesmos caracteres
analíticos e de tal modo que é muito difícil, ou quase impossível, distingui-las, a
essência de anis verde possui aroma mais delicado e por isso a preferem como
aromatizante.
É um líquido incolor ou amarelado, de cheiro particular, anisado e de sabor quente. Na
terapêutica, em doses pequenas, utiliza-se por suas propriedades carminativas,
estimulantes de peristaltismo no caso das cólicas e gastralgias, como expectorante,
eupéptico e anti-séptico, em particular, dos produtos dentífricos, é um modificador dos
reflexos cerebrais e medulares, actuando como estupefaciente, em doses fracas facilita a
respiração e tonifica e activa o coração e a circulação, em doses elevadas revela-se um
tóxico do sistema nervoso central e produz perturbações análogas à embriaguez,
convulsões epileptiformes e congestões pulmonares e cerebrais.
Na confeitaria e no fabrico de licores e outras bebidas aperitivas.
Essência de noz-moscada: Miristicácea arbórea cultivada na zona intertropical da
Malásia. A essência prepara-se por destilação pelo vapor de água.
É um líquido incolor ou ligeiramente amarelado, fluido, com cheiro e sabor
característicos da origem. Exposta ao ar e à luz resinifica-se parcialmente, torna-se mais
viscosa e adquire cheiro desagradável.
É um estimulante gástrico e carminativo. Em quantidades excessivas possui
propriedades tóxicas manifestadas por dispneia, tremuras nervosas, diminuição da acção
reflexa, podendo terminar na morte.
Externamente usa-se como estimulante cutâneo, no reumatismo e gota. Em farmácia
como aromatizante, em particular de dentrifícios. Condimento de uso muito frequente
na culinária, conservas alimentares, fabrico de licores cordiais e digestivos, etc.,
também útil na indústria da perfumaria.

Fármacos Resinosos

Conceito

Numerosos táxones de várias famílias botânicas possuem bolsas e canais cheios de


secreções fluidas abundantes e que podem isolar-se das plantas vivas.
Os líquidos obtidos sempre espessos, não tem composição simples, pois deles podem
separar-se resinas sólidas e fixas e também algumas dissolvidas em óleos essências
líquidos e voláteis, designando-se por óleo-resinas.
Distinguem-se neste grupo de substâncias resinosas, as terebintinas e os bálsamos. As
óleo-resinas libertas dos seus canais secretores e expostas ao ar e à luz endurecem por
evaporação e oxidação de suas essências, resultando assim substâncias duras com
características próprias das resinas.
As resinas não devem encontrar-se isoladas nas plantas, mas si integradas com as óleo-
resinas.
Incluímos entre as substâncias resinosas, as lacto-resinas, certos látices dessecados que
pelos seus caracteres se aproximam das resinas, são emulsões leitosas brancas, poucas
vezes coradas, consistente, localizadas em células laticíferas.

Acção Farmacológica

Actuam como anti-sépticos e modificadores dos órgãos respiratórios e urinários. Por


isso se utilizam como desinfectantes pulmonares, modificadores das secreções
brônquicas e expectorantes (Bálsamo de Tolu), e anti-sépticos das vias urinárias
(terebintinas do pinheiro).
Atribuem-lhe propriedades que devem em grande parte às suas essências, como
carminativas e antiespasmódicas, emenagogas, por vezes ate anti-helmínticas.
Externamente utilizam-se pelas suas propriedades desinfectantes e cicatrizantes, mas
geralmente produzem a inflamação da pele, actuando como rubefacientes ou ate como
vesicantes, também como parasiticidas, no tratamento da sarna.
Em farmácia se utiliza na preparação de emplastros, unguentos, etc., por vezes também
de emulsões.
Localização

As de interesse na Terapêutica localizam-se num tipo de aparelho secretor constituído


por bolsas e canais esquizogéneos ou esquizo-lisigéneos como nos fármacos aromáticos.
Os canais óleo-resinosos localizam-se nas diferentes regiões e tecidos, geralmente nas
cascas, mas ate mais profundamente no lenho.

Composição química

Os principais constituintes das resinas com interesse na terapêutica e na Farmácia,


pertencentes às três séries: gorda, aromática e terpénica.

-Os constituintes acíclicos: os componentes de esta série são ácidos, os saturados


encontrados raras vezes e de elos o fórmico e o acético, sob a forma de ésteres o
capróico e caprílico.
-Os constituintes aromáticos: Aparecem no seu estado livre sob a forma de ésteres de
álcoois e fenóis.
-Os constituintes terpénicos: Ácidos resinosos diterpenóides, triterpenóides e os
resenos, em dependência da distribuição das unidades isoprénicas.

Classificação das resinas:

1-Óleo-resinas: São soluções naturais de resinas em essências, distinguem-se:


Bálsamos: Contem os ácidos, benzóico; cinâmico e seus ésteres.
Terebintina: Inclui o grupo particular das óleo-resinas das coníferas e leguminosas.
Pez: Reúne as terebintinas inspissadas pró exposição ao ar e pelo calor.

2-Resinas: Provem das óleo-resinas por perda total dos óleos essenciais e, por tal
motivo, são secas, duras, frágeis.

3-Gomo-resinas: São emulsões naturais de resinas e gomas, acompanhadas de


quantidades variáveis de essências.

4-Lacto-resinas: Compreende certos látices que depois de secos adquirem aspecto


resinoso.

1-Consideram-se soluções naturais de resinas, situadas em particular, nas cascas e


lenhos das plantas.
Obtêm-se pela intercepção dos canais secretores à custa de incisões ou feridas,
recolhem-se líquidos geralmente de consistência espessa, que por vezes endurecem
rapidamente.
Por destilação separam-se as essências das resinas, a parte sólida. São líquidos espessos,
viscosos, pelo menos quando recentes, podem tornar-se semi-sólidos e duros por
oxidação.
Os bálsamos distinguem-se pelos seus constituintes químicos característicos, os ácidos
benzóico e cinâmico e os ésteres dos respectivos álcoois aromáticos.
Bálsamo de Tolú: Papilonácea arbórea de Colômbia e Venezuela, também cultivada
nas Antilhas, principalmente em Cuba.
São massas secas, resinosas, relativamente duras friáveis, que amolecem por ligeiro
aquecimento, mostrando tendência para se amoldarem aos vasos que as contem, cor
castanha-avermelhada, cheiro balsâmico, arde produzindo fumo odorífico, agradável,
insolúvel na água.
Utilizado na anti-sepsia das vias respiratórias e urinárias, como expectorante, nas
bronquites, sedativo da tosse, etc. Externamente como desinfectante.

2-Encontram-se nos vegetais sob a forma de óleo-resinas. É a sua parte sólida e fixa que
constitui a resina propriamente dita.
Também consideramos resinas os produtos obtidos das óleo-resinas por perda o
transformação dos constituintes das suas essências, resultam assim, substâncias
resinosas sólidas, com características especiais, empobrecida de compostos voláteis
liquidas, se não privadas deles.
Apresentam cor variável desde o amarelo-claro, vermelho, castanho, violeta ate negro,
consoante a origem, modo de conservação e conservação, influência da luz, etc.

Pez-louro: Conhecido também por colofónia e resina do pinheiro, é o resíduo fixo que
resulta da destilação de terebintina do pinheiro.
Depois de coado e arrefecido obtém-se uma resina sólida, homogénea, transparente, de
estrutura vítrea, frágil, de cor entre o amarelo-claro e o castanho-escuro, se a matéria-
prima foi convenientemente preparada e filtrada.
Utilizado na Farmácia para a preparação de emplastros, esparadrapos e unguentos. A
resina amarela, que é o pez-louro com cerca de 10% de água incluída, emprega-se
também para preparar unguentos.

Resina de Podofilo: Também conhecida por podofilino, Berberidácea vivaz da costa


Oriental da América do Norte, extrai-se de seus rizomas.
Pó amarelado, amorfo, brilhante, de sabor amargo, insolúvel na água fria mas quase
solúvel na fervente, solúvel no álcool. Conserva-se em frascos rolhados, ao abrigo da
luz, pode provocar graves oftalmias si atingir os olhos.
A doses 0,02 a 0,06 g diárias utiliza-se como purgativo não mais, considera-se perigosa
ate mortal. Possui acção necrosante sobre células tumorais, inibe as mitoses das células
epiteliais em divisão, por isso, recomendou-se aos tratos de epiteliomas cutâneos.

3-São resinas em solução aquosa de gomas. Geralmente acompanhadas de quantidades


maiores ou menores de essências, que lhe conferem aroma particular.

Incenso: Burseráceas arbóreas da Arábia e Somália. Possui propriedades estimulantes e


balsâmicas, mas é pouco usado na terapêutica, a medicina popular emprega-o nas
doenças dos doentes.
Utiliza-se em perfumaria como fixador, também em fumigações, pratica comum no
culto católico.
4-As células lacitíferas encontram-se em diversos grupos de plantas. As constituídas por
camadas finas de protoplasma, contendo um suco denominado látice o látex, de aspecto
opaco, leitoso e branco, raras vezes corados de amarelo e vermelho.
Para extrair basta incisar as plantas de modo a interromper os canais laticíferos, ao
contacto com o ar rapidamente escurecem e solidificam sobre a própria planta, em
forma de lágrimas, se não depois amassadas.
Utilizam-se na indústria e na terapêutica com interesse medicinal aportado por alguns de
seus constituintes como alcalóides.

Eufórbio: Euforbiácea originaria de Marrocos, cactiforme de corte elevado, de caules e


ramos desenvolvidos, espessos, quadrangulares, as arestas salientes, e de folhas
reduzidas com estípulas espinhosas. Possui acção purgativa, mas foi abandonado por ser
perigoso o seu emprego.

Lactucário: Extrai-se de várias compostas herbáceas, cultivadas em França, Europa


Central e Meridional. Parcialmente solúvel na água, álcool, éter, etc. O uso principal é
como sedativo da tosse. Hipnótico ligeiro usado na medicina infantil.

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