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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Direito
Direito Processual de Trabalho

AULA PRÁTICA

Discente:
Charles Pita Alberto

Docente:
Mestre Nelson Manuel
Beira, Outubro de 2023
CASOS PRATICOS

Grupo 1

Imagina a seguinte Hipótese: António é trabalhador de Bento, Limitada. António vive


na Cidade de Dondo e foi concedido uma viatura, tendo sido aconselhado para que
sempre que use a via da portagem a ida ao serviço na Cidade da Beira.
António entende que deve levar o seu filho à creche usando a viatura do serviço e não
passa pela via da portagem e, foi se envolver num acidante numa estrada particular,
tendo o mesmo acidente levado a amputação das duas pernas.
Haverá ou não acidente indemnizável? Qual era o percurso normal de António?

RESPOSTA:

No caso em apreço verifica-se que o senhor António envolveu-se num acidente que
levou consequente a amputação das duas pernas. E no caso em destaque não restam
duvidas, ainda , que o trabalhador António usava a viatura do seu serviço para se fazer
transportar. O transporte do filho para creche constitui um desvio do fim que se destinou
a entrega da viatura. O facto de o acidente ter ocorrido no percurso diverso do acordado,
também constitui um desvio do acordado. Nestes termos, o acidente sofrido pelo
trabalhador António, não pode ser indemnizável. Não é indemnizável, porque o trabalho
António aparentemente fez omissão de ordens expressas, descaracterizando-se o
acidente e enquadrando-se perfeitamente no art. 223, n1 , al. ) do Regulamento que
estabelece o regime jurídico de acidente de trabalho e doenças . porem, se assumirmos
que o trabalhador António passou pela via da Machava , porque pretendia não passar
pela zona da portagem que na mesma altura estava cheia de agua e os carros desviavam
a rota por aquela razão , facto que fez com que o trabalhador António também o
fizesse , se ocorrer o acidente , o seu acto será justificável incorporando-se assim num
acidente de trajecto, também designado pior acidente in itinere, uma vez que ocorreram
circunstancias que não permitiram que trabalhador António passasse pela portagem.

II Grupo
Imagina que António é trabalhador de Bento Produções, Limitada empregador. António
é operário de Máquinas. Depois da prestação da actividade, ocorre um incêndio,
António corre para debelar o fogo e daí acontece um sinistro, que veio resultar na morte
ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho. Quid Juris.

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RESPOSTA:

Bem , no caso em apreço estamos em face de actos valorizadores dessa prestação. O


proveito económico nos mostra que para que seja acidente de trabalho constituí limite a
actividade ser proveitosa. O artigo 222, n2, al.d) da LT e artigo 9, n2, al. d) do
Regulamento que estabelece o regime jurídico de acidente de trabalho e doenças
profissionais parece ter dispensado no conceito de acidente de trabalho tanto da
autoridade, as condições da teoria do risco económico, bem como o elemento temporal
e especial, baseando-se exclusivamente do proveito económico do empregador. Importa
referir que de acordo com Carlos Alegre, "a única circunstancia que deve unir o
trabalhador(sinistrado) a entidade patronal, no exacto momento de um acidente, nesta
circunstancias , é, precisamente, uma qualquer relação de tipo laboral, ainda que não
tenha todas as características de um contrato de trabalho perfeito ou de um
equiparado. De facto, a execução dos serviços espontaneamente prestados, não
solicitados expressamente(de outro modo não seriam espontâneos), mas , de qualquer
modo, consentidos ou aceites , de que possa ( não necessariamente de deva) resultar
proveito económico para a entidade empregadora , pressupõe a previa existência de
um vinculo laboral entre sinistrado e beneficiário da acção."

Só para terminar, vale grifar que o art. 222, n 3 da LT, refere-se daquelas situações em
que a lesão resultante do acidente de trabalho, ou doenças profissionais, não é conhecida
de forma imediata, de tal forma que a ligação entre a lesão e o acidente deve ser
demonstrada pelo trabalhador. Portanto, deve haver um nexo causal entre a lesão e o
acidente. Essa demonstração pode ser feita pela vítima, ou ainda pelos beneficiários.

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