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O material contido neste capítulo é de suma cobrados nos últimos exames foram:
importância. Especificamente a parte de tributação de dividendos no Brasil e de
investimentos no exterior por pessoa física e ADRs, tributação sobre ganho de variação
jurídica. Nas últimas provas foram cobrados cambial (conta não remunerada) no
os benefícios para uma pessoa física que exterior, tributação sobre ganho de capital
investe no exterior através de uma empresa no exterior, etc. Este material
offshore e como estes recursos são provavelmente será cobrado nas próximas
tributados no Brasil. Outros tópicos provas.
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Entretanto, aquela norma constitucional não é autoaplicável, de modo que entre 1988 (ano da
promulgação da CF) e os dias que correm foram editadas e revogadas diversas regulamentações
no âmbito do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil que ora facilitaram, ora
restringiram o fluxo de capitais para o exterior.
Pode-se dizer que a legislação hoje em vigor é a que impôs menos obstáculos para a remessa de
recursos ao exterior por residentes no Brasil, desde a Constituição Federal de 1988.
É preciso notar que, tanto no caso dos rendimentos como no caso dos ganhos de capital, a
incidência do IRPF não depende da transferência dos recursos financeiros para o Brasil.
Basta, nos termos da legislação em vigor, que tenha havido disponibilidade em favor da pessoa
física, ainda que essa disponibilidade tenha se materializado mediante depósito em conta
corrente no exterior.
Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pela pessoa física no exterior não podem ser
compensados com as eventuais perdas incorridas no mesmo período, também no exterior.
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Uma alternativa muito utilizada para reduzir as eventuais distorções criadas por esta “disfunção
tributária” é a estruturação de investimentos de pessoas físicas no exterior por intermédio de
pessoas jurídicas estabelecidas em Paraísos Fiscais (Private Investment Companies - PIC).
A interposição de uma pessoa jurídica no exterior, entre o investidor pessoa física, e seus
investimentos no exterior, gera pelo menos dois importantes benefícios tributários:
1. Permite a consolidação dos investimentos e a decorrente compensação entre
rendimentos, ganhos e perdas sob a pessoa jurídica, de forma que a pessoa física apenas
receba (e tribute) o efetivo resultado positivo líquido de suas aplicações;
Importa dizer que existem ferramentas de planejamento tributário que possibilitam reduzir a
carga tributária incidente sobre rendimentos auferidos no exterior por intermédio de uma
offshore. O mais simples e natural é agregar valor a uma offshore mediante a realização de
diferentes investimentos (bem-sucedidos) para, posteriormente, vendê-la a um terceiro
interessado. Ou seja, nessa hipótese, os rendimentos acumulados na offshore não chegam a ser
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disponibilizados e, portanto, não chegam a ser tributados no Brasil. Antes de sua
disponibilização, com a venda da empresa, a pessoa física realiza um ganho de capital, o qual é
tributado no Brasil à alíquota de 15% a 22,5% dependendo do valor do ganho auferido:
Ainda acerca dos investimentos realizados por pessoas físicas no exterior, um último ponto a ser
destacado diz respeito às mudanças introduzidas pela Medida Provisória n° 1.991-12/1999. Essa
medida instituiu um novo tratamento tributário para os ganhos de capital (não houve mudança
para os rendimentos) auferidos na alienação de bens ou direitos e na liquidação ou resgate de
aplicações financeiras no exterior, quando esses bens, direitos ou aplicações financeiras tiverem
sido adquiridos com rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira. Para a
tributação destes ganhos de capital, passou a ser desconsiderado o efeito da variação
cambial do dólar dos EUA em relação ao real.
O uso de empresas offshore entre a pessoa física e os investimentos no exterior gera algumas
importantes vantagens tributárias para a pessoa física residente no Brasil:
(i) diferimento da tributação, pois o lucro fica na offshore e somente é tributado no Brasil
quando houver disponibilização efetiva dos rendimentos (regime de caixa);
Além disso, é possível, em algumas situações, reduzir a alíquota de 27,5% para 15% a
22,5% (e.g. com a venda das ações da própria offshore).
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Rendimentos do exterior são tributados no Brasil pelo IRPF calculado conforme a tabela
progressiva.
Exemplo: Um imóvel pertence à offshore, a qual cobra e recebe o aluguel (não o investidor
brasileiro). Os aluguéis, portanto, são reconhecidos como receitas da offshore, compondo, assim,
seu resultado. Quando o resultado da offshore é positivo, ela pode distribuir lucros para seus
sócios. O lucro da offshore, uma vez distribuído para o investidor brasileiro, é tributado pelo
IRPF calculado conforme a tabela progressiva. Ainda que o imóvel fosse de propriedade da
pessoa física brasileira, diretamente, sem offshore envolvida, a tributação seria a mesma (tabela
progressiva). A offshore, no caso, pode trazer como vantagens o diferimento desta tributação e a
compensação de lucros com prejuízos.
É fundamental lembrar, por fim, que as pessoas físicas residentes no Brasil que possuem
participação em offshores devem informá-la, na forma da lei, à Receita Federal do Brasil e ao
Banco Central do Brasil, sendo obrigatória a sua declaração na Declaração de Ajuste Anual da
Pessoa Física e na Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (DCBE).
Para apuração do valor tributável no Brasil, é preciso fazer a conversão do valor recebido pela
pessoa física para reais, apurando-se, então a base de cálculo do IRPF.
• No caso dos rendimentos, o valor de alienação, resgate ou liquidação deve ser convertido
para reais pela cotação do último dia da primeira quinzena do mês anterior ao do
recebimento.
• No caso dos ganhos de capitais, a conversão para reais é realizada pela cotação do dia
do recebimento.
Tanto no caso de rendimentos como no caso dos ganhos de capital, o imposto eventualmente
pago no exterior pela pessoa física, incidente sobre a mesma operação, pode ser
compensado com o IRPF brasileiro. Esta regra aplica-se a países com que o Brasil mantém
Tratado e a países que concedem o mesmo tratamento ao imposto pago no Brasil por residentes
naquele país (e.g. os EUA).
A origem dos recursos utilizados para a aquisição dos bens, direitos e aplicações financeiras no
exterior ganhou fundamental importância. Quando tais recursos são provenientes de fontes
brasileiras, considera-se que são “rendimentos auferidos originariamente em reais”, de
modo que os bens, direitos ou aplicações financeiras no exterior, adquiridos com estes recursos,
são sempre considerados, para fins tributários no Brasil, pelo seu custo de aquisição em reais.
Assim, na sua alienação, resgate ou liquidação, o ganho de capital tributável é igual à diferença
entre o valor de alienação, resgate ou liquidação, em reais27, e o valor da aquisição,
também em reais. Para maiores explicações, veja item 3.4.6 desta apostila.
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Convertido pela cotação do dia do recebimento, conforme mencionado acima.
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Por outro lado, recursos provenientes de fontes no exterior são considerados “rendimentos
auferidos originariamente em moeda estrangeira” e, nesta hipótese, os bens, direitos ou
aplicações financeiras no exterior, adquiridos com estes recursos, são sempre considerados pelo
seu custo de aquisição em dólares dos EUA. Ou seja, na sua alienação, resgate ou liquidação, o
ganho de capital tributável é igual à diferença entre o valor de alienação, resgate ou
liquidação, em dólares, e o valor de aquisição, também em dólares28.
De forma bem objetiva, pode-se dizer que a MP n° 1.991-12/1999 trouxe uma isenção do IRPF
sobre a variação cambial do dólar dos EUA29 em relação ao real, relativamente aos bens, direitos
e aplicações financeiras realizados no exterior com recursos provenientes de fontes situadas no
exterior. Para maiores explicações, veja item 3.4.6 desta apostila.
Sobre o valor dos juros creditados e passíveis de saque pelo beneficiário, incide o imposto sobre
a renda sobre o ganho de capital (alíquota entre 15% a 22,5%). Neste caso, o custo de
aquisição deverá ser considerado igual a zero.
28
Se a aquisição e/ou a alienação, resgate ou liquidação forem realizadas em moeda diversa do dólar dos EUA, faz-se
necessário converter os valores para dólares dos EUA.
29
Se os bens são adquiridos e alienados em euro e há variação cambial positiva do euro em relação ao dólar, há tributação
pelo IRPF dessa variação. A isenção somente alcança a variação cambial do dólar.
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O detentor dos ativos poderá ser pessoa física ou jurídica, desde que residente brasileiro, e a
declaração deverá ser feita pela: (i) modalidade anual: ativos em montante superior a US$
100 mil no ano-base declarado; ou (ii) modalidade trimestral: ativos em montante superior a
US$ 100 milhões no trimestre-base declarado.
Os estoques de ativos externos devem ser declarados pelo valor de valor de mercado.
A data-base da declaração é a data de referência para os ativos detidos pelo declarante fora do
país (tais como saldo de depósitos, cotação de títulos e valor de mercado ou patrimônio líquido
de empresas). As datas-base são: 31/março para o 1° trimestre, 30/junho para o 2°
trimestre, 30/setembro para o 3° trimestre e 31/dezembro para a declaração anual.
A Declaração de Ajuste Anual (DAA) tem por objetivo acompanhar a evolução patrimonial do
contribuinte e apurar o que foi antecipado e aquilo que ainda é devido a título de imposto de
renda, tratando-se, portanto, de um verdadeiro ajuste de contas.
O contribuinte deverá informar, ainda, junto à sua declaração de ajuste, uma “Declaração de
Bens e Direitos” (DBD), onde apresentará a relação de todos os bens e direitos que constituem
o patrimônio do declarante e de seus dependentes, no Brasil ou no exterior, no dia 31 de
dezembro do ano-base, bem como todas as operações ocorridas neste período que reflitam a
variação positiva ou negativa do seu patrimônio (ou seja, todos aqueles bens e direitos
adquiridos ou alienados durante o ano).
Bens e direitos adquiridos no exterior devem ser declarados de uma maneira específica. No
campo “discriminação” devem ser informados: (a) o valor de aquisição em moeda estrangeira,
constante nos instrumentos de transferência de propriedade, bem como (b) o montante de
rendimentos auferidos originariamente em reais e/ou em moeda estrangeira utilizados na
aquisição. Observação: o custo de aquisição, quando expresso em moeda estrangeira, deve ser
primeiro convertido em dólares dos Estados Unidos da América pelo valor fixado pela autoridade
monetária do país emissor da moeda para a data da aquisição e, em seguida, em reais pela
cotação do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil, para a data da aquisição.
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As informações fornecidas à Receita Federal e ao Banco Central do Brasil devem guardar estrita
consistência entre si. Caso as informações prestadas ao Bacen divergirem daquelas prestadas à
Receita Federal, poderá ainda haver a caracterização daquilo que se conhece tradicionalmente
como “sonegação fiscal”, sem prejuízo da cobrança da diferença do tributo devido, bem como de
eventuais obrigações acessórias, acrescidos de multas e juros aplicáveis à espécie.
É necessário esclarecer que, embora este nome já não seja mais utilizado pela legislação pátria,
a atividade de sonegação se refere, genericamente, a crimes contra a ordem tributária que têm
em comum entre si não a falta de pagamento do tributo propriamente, mas sim a declaração
falsa, a omissão, a falsificação de dados (falso ideal) e de documentos (falso material). Em
outros termos, a sonegação se refere a tipos específicos de fraude e de falsidade.
Observe-se, ainda, que comete crime de evasão de divisas aquele que mantiver depósitos fora
do Brasil não declarados à repartição federal competente, seja o Banco Central ou a Receita
Federal. Não obstante, manter em depósito, movimentar, transferir ativos ilícitos poderá
configurar o crime de lavagem de dinheiro (“money laundering”).
Multa de ofício
Será aplicada a multa de 75% nos casos de lançamento de ofício por (i) falta de pagamento ou
recolhimento, (ii) pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de
multa de mora, (iii) de falta de declaração e (iv) nos casos de declaração inexata.
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Multa de ofício agravada
Nos casos em que o contribuinte não atende à fiscalização e não presta os esclarecimentos
devidos, os percentuais da multa de ofício poderão ser aumentados da metade. Desta forma: (i)
uma multa de ofício simples poderá ser agravada, atingindo 112,5%; (ii) já no caso da
constatação de fraude, caso o contribuinte se negue a prestar os esclarecimentos solicitados pela
autoridade fiscalizadora, a multa de ofício qualificada poderá ser agravada, alcançando 225%.
Existe, ainda, a previsão da chamada multa isolada quando a autoridade fiscal constatar o não-
recolhimento ou o recolhimento apenas parcial das estimativas mensais (antecipações), de 50%
sobre o valor do pagamento mensal. A aplicação desta multa em conjunto (concomitantemente)
com a multa de ofício é objeto de debate na jurisprudência, pois configuraria uma dupla
penalidade ao contribuinte (50% sobre as antecipações, mais 75% sobre o lançamento de
ofício).
Exclusivamente a multa por prestação de declaração fora do prazo será reduzida se: (a) o
atraso de for de apenas 1 a 30 dias na prestação da declaração, hipótese em que a multa
corresponderá a 10% do valor originalmente previsto; ou (b) o atraso for de 31 a 60 dias na
prestação da declaração, hipótese em que a multa corresponderá a 50% do valor originalmente
previsto.
Observe-se que a multa prevista, a ser recolhida ao Banco Central, aplica-se às pessoas físicas
ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no País que detenham, a partir de 5 de
setembro de 2001, “capitais brasileiros no exterior”, ou seja, os ativos em moeda, os bens e
direitos ou aqueles valores de qualquer natureza, detidos fora do território nacional por pessoas
físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, assim conceituadas na
legislação tributária, em valor superior a US$ 100.000,00.
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Constitui crime contra a ordem tributária, com pena de reclusão de 2 a 5 anos mais multa,
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes
condutas:
Também se caracteriza como crime, igualmente punível com reclusão de 2 a 5 anos mais multa,
a redução ou supressão das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, mediante as
seguintes condutas:
Na mesma pena incidirá aquele que deixar de repassar à previdência social as contribuições
recolhidas dos contribuintes no prazo e na forma da lei.
Extinção da punibilidade
Caso o contribuinte opte por realizar o parcelamento do débito, ficará suspensa a pretensão
punitiva do Estado enquanto durarem as prestações, desde que o pedido de parcelamento tenha
sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal.
Observe-se que a prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão
punitiva; em outras palavras, o crime não prescreve enquanto durar o parcelamento. Contudo,
ao final do pagamento das prestações devidas, estará extinto não somente o crédito tributário
como também a pretensão punitiva do Estado.
Sonegação
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É necessário esclarecer que, apesar de este nome não ser mais utilizado pela legislação pátria, a
atividade de sonegação se refere, genericamente, a crimes contra a ordem tributária que têm
em comum entre si não a falta de pagamento do tributo propriamente, mas sim a declaração
falsa, a omissão, a falsificação de dados e de documentos. Em outros termos, a sonegação se
refere a tipos específicos de fraude e de falsidade.
Observe-se que comete crime de evasão de divisas, punível com reclusão de 2 a 6 anos mais
multa, aquele que promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior,
ou que mantiver depósitos fora do Brasil não declarados à repartição federal competente, seja o
Banco Central ou a Receita Federal.
Por sua vez, converter em ativos lícitos, receber, guardar, manter em depósito, movimentar,
transferir, ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
penal, por sua vez, constitui crime de lavagem de dinheiro, punível com reclusão de 3 a 10
anos, mais multa.
O que se busca com a caracterização deste tipo penal é evitar que recursos com origem ilícita
(não tributados ou declarados) venham a ser incorporados ao sistema financeiro nacional.
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