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Coleta de amostras: o Cateteres esterilizados devem ser usados

Há quatro métodos básicos para coleta: sempre, assim como luvas também
o Micção natural; estéreis;
o Compressão vesical; o Pode ser colocada uma pequena
o Cateterização; quantidade de gel lubrificante hidrossolúvel
o Cistocentese. estéril;
o Neste tipo de coleta espera-se encontrar
Amostra evacuada: na urinálise proteinúria, hematúria e um
o Não é satisfatória para exame número moderado de células.
bacteriológico, pois fica quase sempre Cistocentese:
contaminada durante a micção; o É o método de eleição para obtenção de
o Ocasionalmente, amostras evacuadas urina destinada à cultura bacteriana;
apresentam contagem leucocitária elevada o Pode ocorrer hematúria iatrogênica;
por conta de lesões inflamatórias do trato o Outras complicações incluem punção do
genital. cólon, laceração da bexiga e dos seus
o Deve-se evitar a coleta dos primeiros vasos sanguíneos dorsais;
jatos, que podem conter células, bactérias o Ultrassonografia pode ser utilizada para
e debris provenientes da uretra, vulva ou guiar a coleta.
prepúcio. Conservação de amostras:
o Se possível, lavar a vulva ou o prepúcio o A urina deve ser analisada rapidamente
para reduzir a contaminação da amostra. após a coleta, de preferência em até 30
Compressão vesical: minutos;
o Amostras obtidas dessa forma são o A refrigeração pode preservar a maior
insatisfatórias para cultura bacteriológica; parte dos constituintes por 06 a 12h
o Os genitais externos devem estar limpos adicionais;
antes da compressão vesical; o Se as amostras precisarem ser
o Nunca se deve usar este método em preservadas por um tempo maior,
animais obstruídos ou cuja parede vesical adicionar conservantes (formalina, tolueno,
esteja frágil, pois a bexiga pode se romper. timol, fenol.. );
o Este procedimento pode induzir refluxo o Em caso de adição de conservantes,
vesico-uretral e se a urina estiver realizar testes bioquímicos antes
contaminada há o risco de pielonefrite (formalina x glicose).
ascendente. o Cristais podem se formar quando a urina
Cateterismo vesical: esfria e podem não se dissolver quando a
o Devem-se limpar os genitais externos amostra é aquecida;
antes do procedimento; o Amostras em longo período na
temperatura ambiente:
→ Redução da glicose e bilirrubina; → Obstrução uretral completa ou ruptura
→ Aumento de pH por degradação bacteriana vesical.
da ureia em amônia; Cor:
→ Formação de cristais e maior turvação da → A urina normal é tipicamente
amostra; transparente e amarela à inspeção visual;
→ Desintegração de cilindros e hemácias → Amostras de urina concentrada podem
(urina diluída ou alcalina); apresentar uma coloração âmbar;
→ Proliferação bacteriana. → Amostras diluídas mostram-se amarelo
claras.
Urinálise → Urina marrom-amarelada ou esverdeada
que produz espuma amarelo-esverdeada
o Exame físico;
quando agitada pode conter pigmentos
o Exame químico;
biliares;
o Análise do sedimento urinário
→ Urina vermelha ou marrom-avermelhada
Exame físico pode indicar hematúria ou hemoglobinúria
Volume urinário: (centrifugação difere).
→ É o volume da amostra enviado ao → Urina castanha pode sinalizar mioglobinúria,
laboratório; que indica afecções que causam lise das
→ O proprietário quase sempre proporciona células musculares.
informações satisfatórias sobre o Transparência:
funcionamento do sistema urinário do → Eritrócitos, leucócitos, células epiteliais,
paciente; cristais, muco, gordura e bactérias podem
→ Podem confundir: polaciúria x poliúria. turvar a urina.
Volume urinário – Poliúria: Espuma:
→ Geralmente acompanhada por polidipsia; → Agitar uma amostra de urina normal pode
produzir pequena quantidade de espuma
→ Em geral, a urina fica pálida e com
branca;
densidade baixa;
→ Urina com grande quantidade de proteínas
→ Ocorre em muitas doenças: nefrite, DRC,
tende a formar quantidade maior de
diabetes melito, diabetes insípido, piometra
espuma, que permanece por algum tempo;
e hepatopatias;
→ Espuma amarelo-esverdeada pode indicar
→ Também é observada após administração
pigmentos biliares.
de diuréticos, glicocorticoides ou fluidos.
Odor:
Volume urinário – oligúria:
→ Odor amoniacal: infecção por bactérias
→ Pode ocorrer quando o animal tem acesso
produtoras de urease;
restrito à água;
→ Odor adocicado e de fruta: corpos
→ Nefrite aguda, febre, choque, cardiopatia
cetônicos;
e desidratação.
Volume urinário – anúria:
→ Odor pútrido: necrose, degeneração nas glomerular: esforço muscular, estresse
vias urinárias. emocional e convulsões;
Densidade: → Na maioria das vezes, a proteinúria indica
→ A densidade de um paciente poliúrico tende doença do trato urinário, particularmente
a ser baixa; dos rins;
→ A DU de pacientes oligúricos tende a ser → Inflamação do trato urinário ou genital
alta. pode provocar proteinúria pós-renal.
Glicose:
→ DU alta: redução do consumo hídrico, → Hiperglicemia, diabetes (excede limiar
desidratação, nefropatia aguda, choque e renal);
aumento da excreção de solutos urinários; → Síndrome de Fanconi.
→ DU baixa: administração excessiva de Cetonas:
fluidos, diabetes insípido, polidipsia → Ocorre quase sempre em animais com
psicogênica, terapia com diuréticos, diabetes;
nefropatias crônicas. → Dietas ricas em gordura, inanição, jejum,
anorexia de longa duração ou
Exame químico comprometimento de função hepática
pH: Bilirrubina:
→ Herbívoros: urina alcalina; → Na urina encontra-se apenas a bilirrubina
→ Carnívoros: urina ácida. conjugada, pois a indireta não atravessa o
glomérulo;
pH – alcalino: → Cães normais (especialmente machos)
→ Alcalose; apresentam ocasionalmente bilirrubina em
→ Infecção por bactérias produtoras de sua urina, por causa do limiar renal baixo
urease; e capacidade dos rins em conjugar
→ Amostras repousando abertas em bilirrubina;
temperatura ambiente (perda de gás → Pode ocorrer em doenças hepáticas,
carbônico). obstrução biliar ou anemias hemolíticas..
pH – ácido: Hematúria x hemoglobinúria:
→ Febre; → Hematúria indica doença que está
→ Inanição; causando sangramento em algum ponto
→ Dieta rica em proteínas; do sistema urogenital, mas pode também
→ Acidose; ocorrer como parte de uma lesão
→ Atividade muscular excessiva. inflamatória;
Proteínas: → Hemoglobinúria indica quase sempre
→ Estão quase sempre ausentes ou hemólise intravascular;
presentes em quantidades vestigiais; → Urina muito diluída ou altamente alcalina:
→ Urina muito diluída pode produzir um falso células-fantasma.
negativo;
→ A proteinúria transitória ocorre por Mioglobinúria:
aumento temporário da permeabilidade → Danos musculares graves;
→ Difícil distinguir de hemoglobinúria. → Epiteliais: são observados em casos de
Nitritos: nefrite aguda ou outras afecções que
→ Sugere bacteriúria, mas a ausência não causem degeneração do epitélio tubular
descarta; renal;
→ Dieta rica em nitratos e urina retida na → Leucocitários: indicam inflamação nos
bexiga por tempo suficiente;
túbulos renais;
→ Resultados positivos: cultura.
Leucócitos: → Eritrocitários: indicam sangramento renal;
→ Podem-se obter evidências presuntivas; → Céreos: indicam degeneração grave
→ Ocorrem muitas reações falso-negativas. crônica dos túbulos renais;
→ → Gordurosos: observados com frequência
Análise do sedimento em gatos com nefropatias e
ocasionalmente em cães diabéticos. Grande
Eritrócitos: já comentado. número sugere degeneração dos túbulos.
Leucócitos: Ovos de parasitas e microfilárias:
→ Indica inflamação em algum lugar do trato → Capillaria plica: verme vesical de cães e
urinário ou genital; gatos;
→ O termo usado para descrever é piúria; → Dioctophyma renale: verme renal de cães;
→ Piúria pode ser observada na nefrite, → Microfilárias.
pielonefrite, cistite, uretrite ou ureterite; Cristais:
→ Uma urina com elevada contagem de → Fosfato triplo (estruvita): encontrados em
leucócitos deve passar por cultura. urina alcalina;
Células epiteliais: → Biurato de amônio: são mais comuns em
→ Escamosas: presença não é considerada animais com hepatopatias graves, como
significativa; desvios portocavais;
→ Transicionais: um aumento em seu número → Oxalato de cálcio: envenenamento por
pode indicar cistite ou pielonefrite; etilenoglicol, animais com urolitíase por
→ Renais: doenças do parênquima renal. oxalato ou predispostos;
Cilindros: → Leucina e tirosina: hepatopatias;
→ Hialinos: elevação indica a forma mais leve → Cistina: disfunção tubular renal ou urolitíase
de irritação renal, podendo estar por cistina.
aumentados também em caso de febre,
má perfusão renal, exercício com esforço
ou anestesia geral;
→ Granulosos: são observados em grande
quantidade na nefrite aguda e indicam
danos renais mais graves que os cilindros
hialinos.

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