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5/2/2014

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA GERAL
PROFESSORA: Adriana Silva Lima Domínio Archaea

DOMÍNIO ARCHAEA Antigo

 No Final da década de 70 foi descoberto um tipo  Evidências baseadas no Ácido Ribonucléico


distinto de célula procariótica. ribossômico ou rRNA, que é essencial para a
 Esse grupo era tão diferente do que era conhecido até síntese protéica, e portanto para a sobrevivência
o momento da célula
 Parede celular não possuía PEPTIDEOGLICANA,
comum a maioria das bactérias
 Nos ribossomos de todos os organismos vivos,
 Possuíam muitas sequências de rRNA em comum, e
o rRNA é composto de muitas unidades pequenas
que eram diferentes daquelas encontradas no Domínio
Bacteria ou dos organismos eucarióticos denominadas ribonucleotídeos.

Kimura (1983) – “Relógios evolucionários” Subunidades Ribossomos

23 S - 2900 bases
5S
Estabelecimento de relações filogenéticas
5 S - 120 bases

23S 16 S - 1540 bases


Procariotos
50S
Carl Woese – Catalogação e 16S 70S

seqüenciamento de ácidos
ribonucléicos (RNA) 30S

(relógio evolucionário). 5S

5.8S 28 S:5.8 S - 4800 bases


Revolução na taxonomia de Eucariotos + 160 bases
(mamíferos) 28S

Procariotos. 60S 5 S - 120 bases

18S 18 S - 1900 bases


80S

40S

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•Os RNAs ribossomais


são considerados
cronômetros
moleculares, sendo o
gene 16S um dos mais
utilizados para
detectar as relações
entre bactérias
(Woese, 1991).

Figura Estrutura secundária


do 16S rRNA de E.coli.
Nucleotídeos estão
subdivididos em cinco grupos.
As regiões mais variáveis
estão em vermelho, as mais
conservadas em azul. Regiões
absolutamente conservadas
Fonte: Van de Peer et al., (1996). estão em preto.

Os três Domínios Archaea


 Distante em termos evolutivos de Bacteria.

 Capacidade de habitar ambientes em condições extrema


de temperatura, salinidade e pressão.

VISÃO GERAL DA FILOGENIA

 A árvore filogenética tem 3 filos:

Euryarchaeota

Crenarchaeota

Korarchaeota

Árvore filogenética baseada na comparação de sequencias de rRNA 16S

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 FILO EURYARCHAEOTA
 É um grupo fisiologicamente diverso, sendo composto
pelos grupos:

as archaea metanogênicas, que são anaeróbias,


(Methanococcus, Methanobacterium e
Methanosarcina), encontradas em ambientes de
condições extremas,

as halofílicas extremas, que são aeróbias


(Halobacterium, Halococcus).

 Thermoplasma, composto por bactérias acidófilas,


termofílicas, que não apresentam parede celular.

ARCHAEAS PRODUTORAS DE METANO:  Habitats de metanogênicos:


METANOGÊNICAS  Sedimentos de pântanos
 As metanogênicas compreendem os organismos mais  Trato digestivo de animais
anaeróbios conhecidos,
 rúmen de animais ruminantes
 O oxigênio mesmo em concentrações baixíssimas,
 Intestino grosso de animais monogastricos
exerce um efeito extremamente letal sobre estes
 Porção final do intestino de insetos celulolíticos
organismos.
(cupins)
 Dentre as metanogênicas, encontra-se o gênero
 Fontes geotermais, fendas hidrotermais
Methanopyrus, que cresce em temperaturas de até
 Usinas de biodegradação artificial: digestores de lodo de
110 C.
esgotos
 Capazes de produzir metano (CH4)

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Tabela. Características de Archaea metanogênicas


Gênero Morfologia Número de espécies Substratos para a metanogêneses
Ordem: Methanobacteriales
Methanobacterium Bacilos longos 8 H2 + CO2, formato
Methanobrevibacter Bacilos curtos 7 H2 + CO2, formato
Methanosphaera Cocos 2 Metanol + H2 (ambos necessários)
Methanothermus Bacilos 2 H2 +CO2; também capaz de reduzir S0;
hipertermófilo
Methanothermobacter Bacilos 6 H2 +CO2 formato, termófilos
Ordem: Methanococcales
Methanococcus Cocos irregulares 3 H2 +CO2, piruvato + CO2, formato
Methanothermococcus Cocos 1 H2 +CO2 formato
Methanocaldococcus Cocos 4 H2 +CO2
Methanotorris Cocos 1 H2 +CO2
Ordem: Methanimicrobiales
Methanomicrobium Bacilos curtos 1 H2 +CO2 formato
Methanogenium Cocos irregulares 4 H2 +CO2 formato
Methanospirillum Espirilos 1 H2 +CO2 formato
Methanoplanus Células discóides 3 H2 +CO2 formato
(a) (b) (c) (d) Achatadas como discos finos com
bordas agudas
Methanocorpusculum Cocos irregulares 4 H2 +CO2 formato, alcoóis
Methanocullens Cocos irregulares 6 H2 +CO2 formato, alcoóis
Methanofollis Cocos irregulares 2 H2 +CO2 formato,
Figura: Eletromicrografias de varredura de células de Archaea metanogênicas Methalacinia Bacillus irregulares 1 H2 +CO2 alcoóis
revelando a grande diversidade morfológica. (a) Methanobrevibacter ruminantium. Ordem: Methanosarcinales
Methanosarcina Grandes cocos irregulares em 5 H2 +CO2 metanol, metilaminas, acetato
Uma célula tem diâmetro de 0,7 µm. (b) Methanobrevibacter arboriphilus. Uma pacotes
célula tem diâmetro de 1µm (c) Methanosspirillum hungatii. Uma célula tem diâmetro Methanolobus Cocos irregulares agregados 5 Metanol, metilaminas
Mathahalobium Cocos irregulares 1 Metanol, metilaminas, halófico
de 0,4µm (d) Methanosarcina barkeri Uma célula tem diâmetro de 1,7 µm Methanococcoides Cocos irregulares 2 Metanol, metilaminas,
Methahalophilus Cocos irregulares 3 Metanol, metilaminas, metil, sulfetos; halófilo

Methanosaeta De bacilos longos a finamentos 2 Acetato


Methanosalsum Cocos irregulares 1 Metanol, metilaminas, dimetilsulfeto
Ordem: Methanopyrales
Methanopyrus Bacilos em cadeias 1 H2 +CO2, hipertermófilo, crescimento a 110ºC

 Estruturalmente os organismos metanogênicos ARCHAEA HALOFÍLICAS EXTREMAS:


correspondem a células procarióticas que exibem uma

diversidade química de paredes celulares.  Habitam ambientes altamente salinos

 Paredes com pseudopeptideoglicano  EX: Tanques de produção de sal, lagos salinos

naturais ou habitats salinos artificiais, como a


 Paredes de metanocondroitina
superfície de alimentos salgados (peixes e carnes)
 Paredes de proteína e glicoproteína
 Ambientes HIPERSALINOS
 Paredes do tipo camada S

 São anaeróbios obrigatórios

Lago Grest Salt,


Utah

Vista aérea de uma região próxima a Baía de são Francisco, Califórnia

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ARCHAEA HALOFÍLICAS EXTREMAS:


Tabela. Gêneros de Archaea halofílicas extremas
NÚMERO DE
GÊNERO MORFOLOGIA HÁBITAT
ESPÉCIES
Halófilos extremos
Halobacterim Bacilos 1 Peixes salgados; peles(couros);
lados hipersalinos; salinas
Halorubrum Bacilos 7 Mar morto; salinas
Halobaculum Bacilos 1 Mar morto
Haloferax Discos achatados 4 Mar morto; salinas
Haloarcula Discos irregulares 7 Piscinas de sal; Vale da Morte, CA;
salinas marinhas
Halococcus Cocos 3 Peixes salgados; salinas
Halogeometricum Bacilos 1 Salinas solares
Haloterrigena Bacilos ovais 1 Solos salinos
Haloalcalifílicos
Natronobacterium Bacilos 1 Lagos ricos em carbonatos,
altamente salinos.
Natrinema Bacilos 2 Peixes salgados, peles (couros)
Natrialba Bacilos 2 Lagos ricos em carbonatos, areia da
praia
Natronomonas Bacilos 1 Lagos ricos em carbonatos
Lago Hamara, Egito, apresentando crescimento de organismos
Natronococcus Cocos 2 Lagos ricos em carbonatos
Natronorubrum Células achatadas 2 Lagos ricos em carbonatos

ARCHAEA HALOFÍLICAS EXTREMAS


THERMOPLASMATALES
(CONT.):

 Neste filo há ainda o gênero Thermoplasma, composto


 Geralmente coram-se como Gram negativas,
por bactérias acidófilas, termofílicas, que não
 não apresentam esporos e, apresentam parede celular.

 em sua maioria, são imóveis, geralmente  Thermoplasma sp

apresentando grandes plasmídeos, contendo  Ferroplasma sp

cerca de 25 a 30% do DNA da célula.  Picrophilus sp

THERMOPLASMATALES

 O gênero Thermoplasma cresce bem em temperaturas


de 55 C e pH 2, em meios complexos.
 Estes organismos apresentam a membrana
citoplasmática bastante diferente, contendo compostos
semelhantes a lipopolissacarídeos, contendo ligações
tetraéter.
 Um outro gênero, Picrophilus, que cresce em pHs de
0,06 a 0,7.

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FILO CRENARCHAEOTA
 Separa-se muito próximo da raiz da árvore universal,
sendo composto por organismos hipertermófilos
 (Thermoproteus, Pyrolobus e Pyrodictium),
 Compreendendo os organismos capazes de crescer
nas maiores temperaturas conhecidas.
 Estes hipertermófilos são, em sua maioria,
quimiolitotróficos autotróficos, sendo então classificados
como produtores primários.
 Neste grupo há também organismos isolados (mas
ainda não cultivados em laboratório) de ambientes frios,
tais como águas oceânicas.
Pilha de refugo da mineração de carvão, que muitas vezes sofre auto-
combustão. Hábitat da archaea Thermoplasma.

Lagoa quente, rica em enxofre, que é convertido a ácido sulfúrico, por


Colunas de vapor rico em sulfeto de hidrogênio emergem da superfície
espécies de archaea.
terrestre

FILO KORARCHAEOTA
 Considerado um grupo de hipertermófilos. Até o
momento, poucos espécimes de Korarchaeota
foram cultivados em laboratório.

 Pesquisas realizadas em uma fenda termal


localizada no fundo do mar da Islândia, em 2002,
levaram à identificação de uma nova espécie de
archaea apresentando características bastante
distintas, quando comparada aos demais membros
Típica fonte efervecente de pH Neutro; Geiser Imperial desse domínio.

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HALÓFILAS :

 vivem em concentrações salinas extremas,

 dezenas de vezes mais salgadas que a água do mar,

 em locais como salinas, lagos de sal ou soda, etc.

 A sua temperatura ótima é entre 35 e 50ºC.

METANOGÊNICAS :
HIPERTERMÓFILAS
 Vivem em pântanos,
 Metabolizam o enxofre
 no fundo dos oceanos,
 Vivem em meios ácidos e extremamente quentes
 estações de tratamento de esgotos
 Encontrados no fundo do mar em locais de fumaça
 e no tubo digestivo de algumas espécies de insetos e
negra
vertebrados herbívoros,

 onde produzem metano (CH4) como resultado da

degradação da celulose.

Morfologia:
Suas dimensões são extremamente variáveis, de 0,1 a

15 µm, com alguns filamentosos atingindo 200 µm.


Podem ser esféricas, bacilares, espiraladas,

achatadas, quadradas, discóides e muitas vezes


As archaea apresentam várias características
de morfologia irregular ou pleomórficas.
especiais, que permitem seu desenvolvimento em uma

vasta gama de ambientes.

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