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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE PSICOLOGIA

BIANCA MELYSSA GUIMARÃES DE SOUZA – RA: N84899-5;


JULIA ACQUATI SCHAUER – RA: G52CDF-9;
JULIA BOMFIM SANTOS – RA: N8643D-5;
NICOLIE MASSAFERA DE PAULO – RA: G4628J-4

PSICOLOGIA SOCIAL

Alphaville
2023
BIANCA MELYSSA GUIMARÃES DE SOUZA – RA: N84899-5;
JULIA ACQUATI SCHAUER – RA: G52CDF-9;
JULIA BOMFIM SANTOS – RA: N8643D-5;
NICOLIE MASSAFERA DE PAULO – RA: G4628J-4

PSICOLOGIA SOCIAL

Trabalho apresentado para a Disciplina


Psicologia Social, pelo Curso de
Psicologia da Universidade Paulista
(UNIP), ministrada pelo Prof. Pedro
Checchetto.

Alphaville
2023
SUMARIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO .................................................................................................4
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................5
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................6
INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o filme História de um Casamento, de 2019, e a relação de sua


narrativa com os conceitos retratados no livro O que é psicologia social, escrito pela
filósofa Silvia Tatiana Maurer Lane, conhecida popularmente como Silvia Lane, uma
das mais importantes figuras da Psicologia Social no Brasil. Referindo-se
principalmente os tópicos relacionados à família e gênero discutidos tanto no filme
como na obra literária.

DESENVOLVIMENTO

O filme ‘História de um Casamento’ retrata uma relação tradicional dos papeis de


genera na família, onde o homem é o provedor financeiro, e a mulher se
responsabiliza pela criação dos filhos e tarefas domésticas. Para a mulher, essa
divisão de tarefas é extremamente cansativa e intensa, e é o que acontece com
Nicole, que se sente sobrecarregada e insatisfeita em seu papel de mãe e esposa.
"A ela cabe também tanto a reprodução da força de trabalho como a perpetuação
da propriedade, tornando-a assim fundamental para a sociedade e,
consequentemente, objeto de um controle social bastante rigoroso por aqueles que
detêm o poder" (LANE, 1981, p. 38). Durante o filme é apresentada uma
contextualização de como é o relacionamento de Charlie e Nicole, tanto
profissionalmente como com suas obrigações familiares, nesse caso, nota-se como
a ideia de Silvia Lane se aplica ao filme.
Nicole recebe uma proposta para atuar em uma peça teatral em Los Angeles, o
que a leva a mudar de Nova York com seu filho, Henry, porém Charlie permanece na
cidade, devido ao seu emprego de diretor. Nicole estava feliz de poder realizar algo
por ela, após anos de dedicação total ao filho e ao marido, e a reação de Charlie
diante a isso foi extremamente egoísta, pois ele não enxergava sua esposa, e a
colocava em uma posição extremamente dependente, até como uma ‘extensão’
dele, o que a fez decidir pedir divórcio
Claramente Nicole se sente inferior ao Charlie, já que sempre é vista em sua
sombra, como se estivesse ali apenas por ele, afinal ambos trabalham no mesmo
ramo, ela sendo atriz e ele diretor. Até mesmo quando elogiada unicamente por seu
trabalho, ainda o cita, tirando toda a atenção de si mesma e voltando a ele, sendo
possível entender quando Silvia Lane cita sobre o papel de submissão e sujeição da
mulher em um casamento.
De início, o casal escolhe ter uma separação mais leve sem advogados e brigas,
utilizando de uma dinâmica diferente chamada “processo de mediação”, onde uma
terceira pessoa facilita o diálogo entre os dois. Porém, durante o desenvolvimento do
filme, ocorre uma mudança de ideia de Nicole, em relação a como ela gostaria de
lidar com o divórcio, afinal, até dado momento ela apenas estava fazendo as
vontades de Charlie. Até mesmo na separação, ela ainda aceitava as condições que
ele imponha, é possível perceber como mesmo durante o divórcio, Charlie ainda
assumia o papel de marido com máxima autoridade, onde suas escolhas e ideias
sempre são colocadas em primeiro lugar.
No desenvolvimento do filme, a relação entre Charlie e Nicole permanece instáveis,
e o fator principal dessa instabilidade é a decisão do que seria melhor para o filho
dos dois, Henry, e com qual dos pais ele irá morar. A desarmonia na relação de
poder que cada um exerce na família aumenta quando a protagonista, pensando em
seu filho e em como ela estava se sentindo em relação as decisões ainda tomadas
por Charlie, pela primeira vez, decide contrariar as escolhas do então ex-marido e
muda os planos, contratando uma advogada. A partir dessa escolha, começa a
acontecer uma mudança mais brusca nas atitudes de Nicole, que ocorre a partir de
uma conversa entre ela e Nora, sua advogada, após um profundo desabafo de como
ela se sente inferior e não valorizada por Charlie.
As relações de poder apresentadas no relacionamento entre os protagonistas
alternam durante o restante do filme, principalmente quando Nicole decide ficar em
Los Angeles com o filho, mesmo com Charlie em Nova York, fazendo com que a
figura de poder como pai para o protagonista começa a mudar. Essa mudança no
sentimento de ter o poder fica evidente quando o casal começa a ter discussões,
antes evitadas pelo comportamento submisso de Nicole. O ápice dessas discussões
acontece quando depois de terem ido ao tribunal e não terem conseguido resolver a
situação, Nicole vai até Charlie tentar entrar em um acordo, mas acabam na pior
discussão mostrada durante o filme.
Nesse contexto podemos associar a fala que é esperado culturalmente que
os meninos sejam, “fortes, independentes, agressivos, competentes e dominantes”,
e as meninas “dependentes, sensíveis, afetuosas e que suprimam seus impulsos
agressivos e sexuais” (BIAGGIO, 1976), sendo assim Nicole se sente dessa forma
justamente pelo papel que a sociedade impõe as mulheres dentro da família e
desempenhou por anos mesmo sem notar, fazendo que consequentemente Charlie
também desempenhasse o seu, dificultando no processo de divórcio e na
independência de cada um fora do casamento.
Durante a última discussão é possível enxergar a transição da relação de poder
e de papéis exercidos por eles, através de falas e ações, principalmente após
Charlie reconhecer que Nicole está ganhando dele na decisão de onde o filho deles
deve morar. Também é nítida a mudança na atitude de Nicole, agora conseguindo
falar pontos negativos de Charlie e não cedendo às vontades dele. A ruptura da
relação esposa e marido entre os dois mudou o papel que cada um exercia no grupo
familiar, mesmo que ainda estejam ligados pelo filho.
Por fim, o ex-casal se adapta a nova forma do grupo familiar, onde Charlie se
muda para Los Angeles por um tempo, e passa a parabenizar Nicole por sua
nomeação como diretora ao prêmio ‘Emmy’, sem se sentir inferior a ela, além de
participar de uma forma mais ativa na criação de seu filho. Também, por outro lado,
Nicole pode compreender lado pai de Charlie, além de finalmente poder fazer suas
escolhas e seguir sua vida de maneira independente.
Charlie e Nicole conseguem seguir com suas vidas de forma saudável, e mantendo
uma boa relação de ‘pais’ entre eles, afinal, segundo Lane, o papel da família é
garantir a sobrevivência e a criação de valores dos filhos, sendo assim, ambos
conseguem se fazer presente da vida de Henry.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No filme "A história de um casamento", é possível entender a relação de


poder que os dois protagonistas , Charlie e Nicole, tiveram durante o casamento e
que começa a sofrer mudanças durante todo o processo de divórcio, até se
estabelecer de outra maneira no fim do processo. O pensamento de Silvia Lane
sobre o papel da família e como se dão as relações de poder, podem ser
observados no decorrer do filme.
No início do filme a Nicole é uma mulher que se sente inferior no papel dela
como esposa e mulher dentro do casamento e com o divórcio essa estrutura começa
a se modificar. Os conflitos entre os protagonistas do filme ocorrem quando o poder
que Charlie tinha no casamento, começa a se modificar e diminuir e só acabam
quando os dois aceitam as mudanças que a nova estrutura familiar proporciona na
direção do poder

REFERÊNCIAS

LANE, Sylvia. O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL. 22° ed. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 1981.

HISTÓRIA DE UM CASAMENTO. Direção: Noah Baumbach. NETFLIX, 2019.

CARRASCO, Bruno. A história via família e escola: A família. In: CARRASCO, Bruno. A
história via família e escola: A família. [S. l.], 10 mar. 2017. Disponível em: https://www.ex-
isto.com/2018/12/psicologia-social-silvia-lane.html?m=1. Acesso em: 5 maio 2023.

Biaggio, A. (1976). A developmental study of moral judgment of Brazilian children and


adolescents. Interamerican Journal of Psychology, 10, 71-81.

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