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COMO

VENCER AS
DROGAS

7 práticas diárias para VENCER a


desintoxicação, SUPERAR os sintomas de
abstinência e se LIBERTAR das drogas.

RODRIGO LONGO
COMO VENCER
AS DROGAS

AUTOR

RODRIGO LONGO
CONSELHEIRO TERAPÊUTICO EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA

w w w . s o s s o b r i e d a d e . c o m . b r
A dependência química é uma doença
multifatorial, que envolve diversos
aspectos individuais, psicológicos e
sociais. Conhecer mais sobre a doença é
o primeiro passo para iniciar o processo
de recuperação. Neste e-book, você vai
conhecer as 3 etapas do processo de
recuperação da dependência química e 7
práticas diárias para vencer as drogas.

Mas não se preocupe se você não sabe


por onde começar!

Este material te ensinará como iniciar a


sua recuperação através de um método
já utilizado no tratamento da dependência
química, que ensina práticas essenciais
para a vida em sobriedade. Além disso,
estaremos à disposição para ajudá-lo
nessa caminhada.
SUMÁRIO

O que é a dependência química?............................................................................... 07


Critérios do DSM-5 para transtornos do uso de substâncias.........................10
Como as drogas agem no cérebro?...............................................................12
Dependência química: uma doença física..................................................... 14
O que é síndrome de abstinência?............................................................................ 22
Síndrome de Abstinência Aguda (SAA)......................................................... 25
A Fissura (Craving)........................................................................................ 27
Síndrome de Abstinência Demorada (SAD).................................................. 31
Comportamentos compulsivos e os Sintomas de Abstinência Demorada (SAD). 34
Hábitos e comportamentos negativos facilitadores dos SADs...............................41
O processo de recuperação........................................................................................47
Desintoxicação...............................................................................................49
Conscientização.............................................................................................51
Recuperação estável..................................................................................... 54
Lapso e Recaída............................................................................................56
Fatores de Proteção...................................................................................... 59
Fatores de Risco........................................................................................... 60

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SUMÁRIO

As 5 condições básicas da recuperação................................................................... 61


Autorresponsabilidade................................................................................... 63
Comunicação................................................................................................. 65
Participar ativamente..................................................................................... 74
Arriscar-se..................................................................................................... 79
Feedback....................................................................................................... 83
7 Práticas diárias para vencer as drogas.................................................................. 87
Busque ajuda profissional..............................................................................89
Fortaleça a autoestima.................................................................................. 91
Mude a sua forma de pensar.........................................................................93
Analise seus sentimentos e emoções........................................................... 95
Desenvolva suas habilidades sociais............................................................ 97
Evite vínculos dependentes ..........................................................................99
Fortalecimento pessoal..................................................................................101
Onde buscar ajuda? Informações úteis....................................................................104

5
SUMÁRIO

Anexos.......................................................................................................................... 106
Anexo 01........................................................................................................ 107
Anexo 02........................................................................................................ 111
Anexo 03........................................................................................................ 113
Anexo 04........................................................................................................ 114
Anexo 05........................................................................................................ 116
Anexo 06........................................................................................................ 119
Sobre o Autor............................................................................................................... 122
Referências.................................................................................................................. 123

6
O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?
7
O QUE É A DEPENDÊNCIA
QUÍMICA?

A dependência química é uma doença incurável e


multifatorial de aspectos biopsicossociais, que pode
variar de acordo com o tipo de droga usada e a
frequência de uso. Isso significa que diversos fatores
podem contribuir para o desenvolvimento da dependência
química, como os fatores biológicos, psicológicos, sociais
e ambientais.

FATORES FATORES
BIOLÓGICOS PSICOLÓGICOS FATORES SOCIAIS

Figura 1. Aspectos Biopsicossociais

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

FATORES BIOLÓGICOS
Predisposição genética: capacidade do organismo de metabolizar melhor determinada
substância. Quando isso acontece, o indivíduo pode aceitar melhor a substância com relação a
outras pessoas.
Tolerância: se desenvolve naturalmente à medida que a frequência de uso vai aumentando. O
organismo vai se adaptando à droga e começa a criar resistência naturalmente, fazendo com que
seja necessário doses cada vez maiores e em espaços mais curtos de tempo, para se obter o
mesmo efeito

FATORES PSICOLÓGICOS
Obsessão: é uma doença psíquica que o dependente químico geralmente desenvolve após iniciar
o uso de drogas. É o pensamento fixo numa única coisa, no caso a droga.

Compulsão: também chamada de fissura, é o desejo incontrolável de usar droga. Há muitos


relatos de pessoas que não queriam usar, mas não conseguiam se controlar, pois a vontade era
compulsiva, ou seja, incontrolável.

Transtornos mentais: os transtornos mentais podem favorecer o uso de drogas. Algumas


pessoas que sofrem de transtornos mentais (esquizofrenia, ansiedade, depressão, etc.) podem
encontrar nas drogas uma forma de se automedicar para aliviar os sintomas do transtorno. Porém,
os transtornos também podem se desenvolver como consequência do uso crônico de drogas.

FATORES SOCIAIS

Família disfuncional: São famílias com problemas de relacionamento. Os constantes conflitos


familiares podem favorecer o desenvolvimento da dependência química. Com a dependência
química, os relacionamentos familiares se tornam cada vez mais problemáticos se tornando um
círculo vicioso.

Vulnerabilidade social: A falta de acesso à educação, saúde, esporte e cultura contribuem para o
desenvolvimento da dependência química, bem como a exposição à ambientes com alta taxa de
consumo de drogas, violência, prostituição e criminalidade.
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Critérios do DSM-5 para transtornos do uso de substâncias:

Segundos os critérios diagnósticos do DSM-IV 5, a dependência de


substância se apresenta sob os seguintes sintomas:

Um padrão problemático de uso de substâncias, causando prejuízos ou


sofrimento clinicamente significativos, é manifestado por pelo menos dois
dos seguintes critérios, ocorrido durante um período de 12 meses:

1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:

▪ necessidade de quantidades progressivamente maiores da


substância para atingir a intoxicação ou o efeito desejado;

▪ significativa diminuição do efeito com o uso continuado da mesma


quantidade de substância.

2. Síndrome de abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes


aspectos:

▪ presença de sintomas e sinais fisiológicos e cognitivos


desconfortáveis após a interrupção do uso da substância ou
diminuição da quantidade consumida usualmente;

▪ consumo da mesma substância ou outra similar a fim de aliviar ou


evitar os sintomas de abstinência.
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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

3. Desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou


controlar o uso da substância.

4. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou


por um período mais longo do que o pretendido.

5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da


substância, na utilização ou na recuperação de seus efeitos.

6. Problemas legais recorrentes relacionadas ao uso de substâncias.

7. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em


desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa.

8. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais e


interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por
seus efeitos.

9. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são


abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância.

10. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa


perigo para a integridade física.

11. O uso da substância é mantido apesar da consciência de ter um


problema físico ou psicológico persistente ou recorrente, que tende a ser
causado ou exacerbado por esse uso.

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Como as drogas agem no cérebro?
Cada droga tem o seu mecanismo de ação específico no sistema nervoso
central do cérebro mas, em geral, elas causam prazer e reduzem
sensações desagradáveis. As drogas agem especificamente em uma
área do cérebro chamada sistema de recompensa, um grupo de
estruturas neurais responsáveis pela gratificação e prazer. Embora ele
pareça o vilão, o grande responsável pela dependência química, saiba
que ele é essencial à nossa sobrevivência, pois ele também é
responsável por grande parte dos nossos comportamentos, motivações,
aprendizado e emoções.

Quando uma pessoa usa drogas, o sistema de recompensa produz uma


substância chamada dopamina, uma substância que age na
comunicação entre os neurônios e gera sensação de prazer.
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Com o uso repetitivo de drogas, o cérebro sofre algumas
modificações para se adaptar à droga e manter o seu equilíbrio ou
nível de funcionamento normal, que é chamado de processo de
homeostase. Essa tentativa constante de adaptação do cérebro ao
uso de drogas altera o funcionamento do sistema nervoso central e
consequentemente o comportamento do usuário, o que resulta no
desenvolvimento da dependência química e no adoecimento.

E é por isso que a dependência química é uma doença, pois o


sistema nervoso central ficou comprometido, alterou o seu
funcionamento e isso reflete no comportamento do usuário, no seu
estilo de vida e nas suas relações sociais. Para que esse processo
de adoecimento seja interrompido é necessário que o usuário se
mantenha em abstinência, para que o sistema de recompensa e o
sistema nervoso central possa se reorganizar novamente, se adaptar
sem a substância psicoativa.
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Dependência química: uma doença física
Como uma doença física, a dependência química é uma doença:

✓ incurável,
✓ progressiva,
✓ e de término fatal.

Incurável: O organismo sofre modificações radicais no seu


funcionamento normal para poder adaptar-se ao álcool e as drogas, que
inicialmente são substâncias estranhas, intoxicantes, que com o tempo
passam a ser assimiladas diariamente.

Como o organismo se adapta àquilo que não consegue evitar, acaba


conseguindo funcionar “normalmente” com essa nova substância
circulante. Mas, como é característico também, acaba necessitando
dessa substância para poder continuar funcionando “normalmente”, já
que a partir do momento em que ocorrem modificações mais profundas
no organismo, este não conseguirá tão facilmente voltar a funcionar como
antes, e por isso exigirá diariamente a substância a qual forçadamente se
adaptou. A isto podemos chamar de dependência física.

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Mas por que Incurável?

Como toda estrutura inteligente, o organismo funciona de forma a evitar


o desperdício de energia e informação, por isso otimiza sempre o seu
desempenho, procurando não gastar tempo e energia além do
estritamente necessário.

Quando o organismo se adapta a uma substância, ele retém as


informações referentes a esta substância como, por exemplo, o tipo de
substância, a quantidade em que é ingerida (dosagem), e a frequência
de uso, o que significa que criará uma memória da substância referida.

Esta memória pode ser chamada de memória biológica, e é uma das


principais responsáveis pelo fato da dependência química ser incurável

IMPORTANTE LEMBRAR!

A memória biológica está formada pelas


informações referentes ao tipo de substância, à
quantidade consumida e à frequência de uso.
consumo.

A memória biológica é criada naturalmente pelo organismo, e


não se tem nenhum controle sobre ela. Nada pode ser feito para
apagá-la, e é justamente esta uma das características que tornam a
dependência química uma doença incurável. 15

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Progressiva: Significa que progride, que avança. De fato, a


dependência química é uma doença progressiva porque vai se
tornando cada vez mais grave com o passar do tempo. Não é
uma doença que se estaciona num ponto determinado.

Esta progressão acontece tanto em relação ao


comprometimento pessoal do indivíduo com a
droga, quanto à quantidade e frequência do uso.

Em relação ao comprometimento pessoal pode-se observar, em


praticamente todos os casos, como a droga vai progressivamente
tomando conta de todas as áreas da vida do indivíduo. Pode
começar consumindo somente aos finais de semana e em
algumas festas, tendo um comprometimento social, familiar,
escolar e laboral mínimo, mas com o tempo a frequência
aumenta e inevitavelmente colocará em risco as suas relações
sociais e familiares, assim como o seu desempenho escolar e
laboral.

Uma vez que a quantidade e frequência de uso aumentam,


inevitavelmente se verão comprometidas as outras áreas da vida,
e cada vez num grau maior.
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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Aquele que começa a ter um desempenho laboral menor por


causa da droga, numa hora ou outra chegará a não conseguir ter
mais nenhum tipo de desempenho laboral. Aquele que vê as suas
relações familiares e sociais comprometidas por causa da droga,
chegará a perdê-las por completo.

Mas por que a quantidade e a frequência aumentam?

Qualquer pessoa que comece a fazer uso de drogas com certa


frequência, por mínima que seja (uma vez por semana, por
exemplo), desenvolverá automaticamente a chamada tolerância
orgânica.

A Tolerância se desenvolve naturalmente, sem nenhuma


participação voluntária do usuário, porque o organismo começa a
acostumar-se à droga utilizada, começa a criar certa resistência
natural que faz com que sejam necessárias doses maiores e em
espaços mais curtos de tempo para obter o mesmo efeito.

IMPORTANTE LEMBRAR!

Tolerância é: maiores quantidades em


maior frequência para obter o mesmo efeito.

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Por este motivo o dependente sente-se


naturalmente impelido a aumentar as doses Não existe uso
controlado para
normais, assim como a aumentar a frequência de quem é dependente
químico. Após a
uso. Isso ocorre cada vez mais sem que o doença estar
instalada (memória
dependente o perceba, já que o que ele busca é
biológica) e a

simplesmente o mesmo efeito. Este é também tolerância do


organismo ter se
um dos fatores que contribuem para que, em desenvolvido, o
dependente químico
alguns casos, o dependente troque a sua droga terá que permanecer
em abstinência de
de preferência por uma droga mais forte como, sua droga de
dependência, seja
por exemplo, a frequente troca da maconha pela
através de

cocaína, e desta pelo crack. medicamentos para


controlar a vontade
de usar, ou através
Esta troca acontece porque o organismo cria de um
acompanhamento
uma resistência natural à droga que faz com que profissional, terapia e
um novo estilo de
ela não consiga mais provocar o efeito desejado. vida mais saudável.

Ocorrendo esta troca, de uma droga leve por outra mais forte,

ocorre também a progressão da doença, já que neste momento

de troca a dependência química atinge um grau mais elevado no

seu caráter de doença progressiva.

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Fatal: A dependência química é uma doença de término fatal.

Por que?

Porque leva à morte, um dependente químico que não estacione


a sua doença certamente acabará morrendo por causa dela.

Mas nem todas as drogas podem chegar a provocar a morte,


ou podem?

Em termos de morte, podem ser distinguidos dois conceitos:

✓ a morte por overdose


✓ a morte por desregramento

A overdose refere-se aos efeitos nocivos diretos de uma droga


sobre o corpo, no qual interagem o potencial de ação da droga, a
quantidade utilizada e a maneira em que a droga é utilizada,
assim como as características pessoais do indivíduo e do seu
contexto.

Ou seja, há drogas que possuem um nível de toxicidade elevado,


e que por isso, se usadas em grandes quantidades, e por uma
via específica (Inalada, injetada, etc.), podem provocar a
overdose, ou seja, a morte.
Nem todas as drogas provocam overdose, as mais comuns são
álcool, a heroína, a cocaína e o crack. 19

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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Por outro lado existe também a morte provocada pelo


desregramento, isto significa, a falta de regras e organização na
vida do dependente químico. Seriam as chamadas
consequências secundárias.

Quantos tipos de morte podem ser provocados direta ou


indiretamente pela droga e o álcool?

Acidentes com carros, acidentes de trabalho, brigas, violência, e


tantas outras formas de morte que, camufladamente, encontram
no álcool ou na droga alguns dos seus principais motivos.

Isto sem falar nas doenças adquiridas tanto pelo uso da droga
(HIV, Hepatite, etc.), pelo desregramento de vida (HIV, Destes,
anemia), e pela falta de defesas do organismo causada pela má
alimentação, a falta de sono, o nível de toxicidade no organismo
(doenças oportunistas).

Desta forma, pode-se concluir que qualquer dependente químico


que não estacione a sua doença deixando de fazer uso de
qualquer tipo de droga (incluindo o álcool) muito provavelmente
se encaixará num destes exemplos citados anteriormente.
Isto não quer dizer que o dependente químico necessariamente
morrerá em idade precoce, mas sim que a sua vida será muito
mais curta do que seria de maneira natural.
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O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Como apresentado até agora, a


dependência química é uma doença
de alta complexidade e exige um
tratamento adequado, em etapas que
veremos no capítulo “O processo de recuperação”.

Por ser uma doença incurável, muitas pessoas tentam parar mas
não conseguem, passam por sucessivas recaídas e tentativas
fracassadas, mas não conseguem por não conhecerem a doença e
como ela funciona. E esse é o propósito desse e-book, ajudar as
pessoas a parar de usar drogas. Para isso vamos entender o que é
a Síndrome de abstinência e como passar por ela.

IMPORTANTE LEMBRAR!

Para vencer as drogas, é necessário a mudança


do seu estilo de vida. Hábitos e lugares de
consumo, amigos, e situações que favorecem e
estimulam o uso devem ser substituídas por um
estilo de vida mais saudável, principalmente na
fase de desintoxicação, fase que os sintomas de
abstinência surgem e podem comprometer o
processo de recuperação.

Agora que sabemos o que é de fato a dependência química,


vamos para o próximo passo: entender o que acontece
quando uma pessoa tenta parar de usar drogas. 21

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?
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O QUE É
SÍNDROME DE
Neste capítulo você vai
aprender sobre o que é ABSTINÊNCIA?
e quais os sintomas de
abstinência mais
comuns nos diferentes ▪ Síndrome de Abstinência Aguda (SAA)

tipos de drogas e ▪ Sintomas comuns de abstinência

porque eles acontecem ▪ A Fissura (Craving)

após a interrupção do ▪ Síndrome de Abstinência Demorada (SAD)

uso.
Síndrome de abstinência ou sintomas de abstinência é o
"conjunto de modificações orgânicas que se dão em razão
da suspensão brusca do consumo de álcool e outras
drogas”. São sinais de aviso que aparecem devido à
suspensão do uso. Estes sintomas configuram a
dependência química e uma pessoa que sofre com estes
sintomas, certamente é dependente química.

Estes sintomas podem ser físicos e psicológicos, e sua


intensidade pode variar de acordo com a droga e com o nível
de dependência da pessoa.

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA AGUDA (SAA)

São sintomas que aparecem até 72 horas após o uso, como


compulsão, tremores, vontade de desistir, irritação, dores, mal-
estar de diversos tipos. Estes sintomas variam de acordo com
a droga.

Sintomas comuns de abstinência

Na tabela abaixo, estão relacionados os sintomas mais comuns


do álcool, cocaína, crack e maconha.
Figura 2. Sintomas de Abstinência Aguda - SAA

ÁLCOOL COCAÍNA CRACK MACONHA

Tremores Fissura Fissura Fissura

Alucinações e
Paranoia Paranoia intensa Ansiedade
delírios
Instabilidade de Agitação
Convulsões Instabilidade de humor
humor psicomotora

Sudorese Irritabilidade Irritabilidade Irritabilidade

Insônia Hipersonia Hipersonia Insônia

Ansiedade ansiedade x depressão Ansiedade intensa Ansiedade

Diminuição do Diminuição do
Variação do apetite Variação do apetite
apetite apetite
Pensamentos
Tristeza e angústia Ideação suicida Angústia
obsessivos

Delirium tremes*
* Delirium Tremens é um estado de confusão mental somado com perturbações como diminuição da claridade de
percepção do ambiente, confusão, alucinações e ilusões vívidas e tremores intensos. Os efeitos físicos podem
incluir agitação, tremores, arritmia cardíaca e sudorese. Casos mais graves, com episódios de hipertermia ou
convulsões, podem resultar em morte.
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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

Figura 3. Relação entre a interrupção do uso do álcool e o aparecimento de sintomas


como tremores, alucinações e delirium tremens.

Porcentagem de pacientes que


apresentaram sintoma de SAA
70

60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 Dias após parar de beber

Convulsões
Figura 4. Fases
Hiperatividade motorada síndromealteração
e autonômica, de abstinência dapercepção
de senso de cocaína
tremores
FASE DURAÇÃO CARACTERÍSTICAS

Intensa fissura em seu


início, irritação e agitação.
AtéVitor
Fonte: Adaptado de 5 dias após o
e Adams, uso(IndaTrevisam e col. 1998)
1953
FASE 1 Crash Evolui para
droga
hipersonolência, depressão
e exaustão.
Reemergência da fissura,
concomitante a quadros
FASE 2 Abstinência Até 10 semanas após a fase 1
depressivos e ansiosos
episódicos.
Redução gradativa da
FASE 3 Extinção Até 6 meses após a fase 2
fissura.

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A FISSURA (CRAVING)
A fissura ou craving é o desejo intenso e quase
incontrolável de usar a substância psicoativa. Esta vontade
pode causar sensações físicas desconfortáveis de mal-estar
e incômodos psíquicos, como ansiedade, irritação,
pensamento fixo em usar (obsessão), etc.

Muitos indivíduos quando estão em momento de fissura, por


não suportarem estes desconfortos físicos e psíquicos,
fazem uso de substâncias com o objetivo de amenizar estes
sintomas.

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

Podemos ainda categorizar a fissura em três tipos:

1. Fissura Somática:

A fissura somática é quando o desejo e o impulso de


consumir estão localizados no corpo. Um exemplo deste tipo
de fissura é quando a pessoa só de pensar em usar, “quer ir
ao banheiro”, “mexe tudo no estômago”, “o coração dispara”,
etc.

A fissura somática são reações fisiológicas que causam


desconforto no usuário, e por isso, muitas vezes para sair
deste desconforto ele acaba usando.

2. Fissura Cognitiva:

É quando o desejo e o impulso de consumir estão


localizados no pensamento ou na imaginação. Exemplos
comuns desse tipo de fissura é o pensamento fixo em usar
drogas como ficar se imaginando usando drogas,
pensamentos invasivos que surgem sem a vontade da
pessoa, etc.
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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

3. Fissura Afetiva:

É quando o desejo e o impulso de consumir estão


localizados na emoção. Como por exemplo quando a pessoa
fica nervosa, entediada, frustrada, etc.

A falta de habilidades em lidar com as emoções pode ser um


gatilho disparador da fissura e é por isso que no processo de
recuperação, lidar com elas de maneira assertiva é
importante para evitar recaídas.

Aliás, os três tipos de fissuras exigem habilidades e


estratégias de enfrentamento assertivas, mas isso veremos
nos capítulos a seguir.

IMPORTANTE!
O termo Síndrome de abstinência não deve ser confundido com Abstinência,
que é a privação do uso de substâncias psicoativas.
A Fissura também não deve ser confundida com a Síndrome de Abstinência,
pois a fissura é um dos sintomas que pertence a um conjunto de sintomas, e
este conjunto de sintomas é o que chamamos de síndrome de abstinência.

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

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SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)

São sintomas menos físicos e com características mais


emocionais e psicológicas que ocorrem a partir de meses ou
anos após o uso final da droga.

A American Society of Addiction define a SAD como sendo “...a


presença de sinais e sintomas de substâncias específicas
comuns a abstinência aguda, que persistem além do tempo
esperado pelos prazos indicados de abstinência aguda.”

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Mudanças de humor: não somente a mudança de humor
normal, mas uma reação desproporcional, ou seja, muito além
do normal. Alguém que fez algo que provoca a raiva, a pessoa
pode reagir com uma intensidade maior (muita raiva), ou
emocionalmente menor que o normal (apatia).

Dificuldades com a memória: principalmente com a memória a


curto prazo (aproximadamente 30 minutos).

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

Ansiedade: preocupação constante com o futuro, semelhante


com a obsessão, estudada anteriormente, mas neste caso a
ansiedade pode estar relacionada com outras coisas, como
trabalho, relação amorosa, um problema específico que a
pessoa está enfrentando, entre outras coisas.

Irritabilidade: a pessoa se irrita por pequenas coisas, “tudo lhe


irrita”, semelhante às reações desproporcionais relacionadas a
mudança de humor.

Oscilação na disposição física: se cansa mais facilmente do


que o normal. Hora se sente disposto hora se sente indisposto e
cansado.

Apatia: Fisicamente e emocionalmente, não consegue ter


reações expressivas de alegria/tristeza, motivação e ânimo para
fazer as coisas.

Perturbação do sono: Tanto a insônia como a hipersonia


(sonolência excessiva). Sonhos e pesadelos com droga são
comuns nesse sintoma.

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O QUE É SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA?

Dificuldade em controlar os impulsos, resolver problemas e


tomar decisões: Agir sem pensar, falar coisas de forma
impensada e depois se arrepender, criar problemas e não
conseguir resolvê-los e ter dificuldades para tomar decisões
simples, por não conseguir ponderar situações e avaliar relação
custo/benefício das coisas.

Vontade de usar: desejo e fissura sem causa aparente. Muitas


vezes a vontade vem do nada, sem motivo específico. Sonhos
com drogas são recorrentes.

Normalmente, a Síndrome de Abstinência Demorada tem


sintomas parecidos e comuns para todas as drogas, mas não
são exatamente idênticos.

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COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS E OS
SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)
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COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS E OS
SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA
(SAD)

A recuperação da dependência química exige uma busca


contínua de manutenção do novo estilo de vida adotado.

Aquele que não busca estar envolvido com algum tipo de


atividade relacionada ao cuidado da doença e a melhoria
constante do estilo de vida (saúde física, mental, emocional e
espiritual) começa, aos poucos, experimentar os sintomas de
abstinência demorada, o que pode facilitar a recaída.

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Gonçalves (2002), em uma pesquisa realizada com dependentes
em recuperação, constatou que ”Foi preciso mudar o ambiente
(fazer coisas novas) para que o ambiente modificado (...) possa
interferir sobre o indivíduo, modificando-o”. O autor define esta
questão como ”positivamente reforçadoras” de comportamento e de
mudança de estilo de vida, a fim de prevenir recaídas.

Por isso, durante o dependente químico deve buscar todas as


ferramentas necessárias para se fortalecer, que veremos no
capítulo “Práticas diárias para vencer as drogas”, e assim começar
a lidar com os desafios e dificuldades da vida em sobriedade.
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COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS E OS www.sossobriedade.com.br

SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)

Durante o uso, o dependente químico era acostumado a lidar


com os desafios e dificuldades sob o efeito de álcool e/ou
drogas, o que só aumentavam os problemas. Agora, em
sobriedade, ele tem o grande desafio de aprender viver a sua
vida de maneira sóbria, enfrentando as adversidades e os
desafios com lucidez e serenidade.

Dessa forma, é necessário aprender um novo repertório de


comportamentos para lidar com as diversas situações da nossa
vida, em especial aquelas que temos mais dificuldades.

Skinner (1974) define repertório comportamental como sendo


um conjunto de comportamentos resultantes da história de vida
do indivíduo, de suas relações com as pessoas e com o
ambiente ao longo de sua vida.

Através desta definição, podemos dizer que os antigos


comportamentos que faziam parte do repertório do dependente
químico, em grande parte, eram decorrentes da sua vida de
adicção, que tinham como elementos reforçadores o prazer do
álcool e/ou drogas e outros prazeres ligados ao uso, como
certos ambientes, jogos, prostituição, etc.
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SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)

Skinner (1974) ainda afirma que, o repertório de


comportamentos de um indivíduo é o resultado de um processo
de condicionamento do comportamento, promovido pelas
condições ambientais e seus diferentes eventos e situações
reforçadoras.

Para melhor compreensão destes conceitos, podemos resumir


este sistema através de dois modelos de comportamentos:

Exemplo 1. Modelo dos antigos comportamentos

AMBIENTE / SITUAÇÃO

DIFICULDADE DO INDIVÍDUO (ESTRESSE)

COMPORTAMENTO DE FUGA / ESQUIVA

COMPENSAÇÃO (uso de álcool e/ou drogas)

Obs.: A compensação também pode ser canalizada para outras


coisas como comida, sexo, jogos, trabalho, etc.

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SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)

Agora, vejamos um exemplo de novos padrões de


comportamento.
Exemplo 2. Modelo de novos comportamentos
AMBIENTE / SITUAÇÃO

DIFICULDADE DO INDIVÍDUO (ESTRESSE)

ENFRENTAMENTO

SOLUÇÃO DO PROBLEMA / NOVAS HABILIDADES

Com este novo modo de se comportar, o indivíduo aprende a


enfrentar situações que antes não enfrentava. É claro que, um
repertório de comportamentos não é simples de aprender, leva
tempo e muitas vezes necessita da ajuda de pessoas
especializadas, o que iremos falar no capítulo “Práticas diárias
para vencer as drogas”.

IMPORTANTE!
É importante lembrar também, que nem sempre, o uso de álcool e/ou drogas está
relacionado ao estresse, problemas e frustrações. Com a rotina de uso, o dependente está
condicionado a usar automaticamente, muitas vezes sem motivo aparente, mas
simplesmente porque está em um círculo vicioso que já não requer mais um motivo
específico para usar e que já não consegue mais sair.

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SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA DEMORADA (SAD)

Assim, o dependente químico deve modificar o seu ambiente e


aprender novos padrões de comportamentos, diferentes dos
anteriores, para que o ambiente modificado e as novas maneiras
de lidar com as situações possam reforçar comportamentos
adequados e que produzem consequências saudáveis, e assim
evitar os sintomas de recaída e melhorar a qualidade de vida.

Os hábitos e comportamentos, pensamentos e emoções


negativas do dependente químico, diminuem a qualidade de vida
e, consequentemente, promovem os sintomas de abstinência. O
dependente pode estar bem, sóbrio por meses ou anos, porém
se ele regredir em hábitos e comportamentos e não saber
gerenciar suas emoções os sintomas podem voltar a aparecer e
contribuir para uma recaída.

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HÁBITOS E COMPORTAMENTOS
NEGATIVOS FACILITADORES DOS SADs 41
Os hábitos e comportamentos
influenciam diretamente a nossa
qualidade de vida e a nossa recuperação,
o que pode contribuir para o aparecimento
dos Sintomas de Abstinência Demorada.

HÁBITOS E COMPORTAMENTOS
NEGATIVOS FACILITADORES DOS SADs

Os hábitos e comportamentos negativos podem ser o reflexo da


sequência anterior (Figura 1. Modelo Antigo de
Comportamentos) e a compensação como forma de aliviar o
estresse causado pelas dificuldades das situações do dia-a-dia e
do comportamento de fuga/esquiva. Por várias vezes em que o
indivíduo reprime o estresse, ele desenvolve uma série de
hábitos e comportamentos compulsivos, como forma de
compensar esse estresse e ansiedade. 42

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FACILITADORES DOS SADs

EXPLICANDO!
COMPORTAMENTO DE FUGA: comportamento emitido pela pessoa para evitar situações
desagradáveis e aversivas, como uma discussão, uma dificuldade pessoal ou uma frustração.
COMPORTAMENTO DE ESQUIVA: consequência da fuga, ou seja, após a experiência de
fuga, o indivíduo buscará se esquivar antes da situação ocorrer para não ter que fugir.

Hábitos “são aquelas atitudes, positivas ou negativas, que


repetidas uma e outra vez se tornam quase que automáticas”.
Os hábitos tornam-se tão corriqueiros na vida de uma pessoa,
que ela não precisa pensar para eles acontecerem, ou seja, ela
pratica-os sem pensar.

Kurlander (2013) afirma que:

Nos casos dos dependentes químicos estamos falando, é claro, de impotência


perante hábitos negativos. Muitos defeitos de caráter, como a mentira, por
exemplo, se tornam tão comuns na vida do dependente que chegam a se
transformar em hábitos. é o caso da pessoa que já não mente somente quando a
situação o “requer”, mas mente o tempo inteiro, mesmo nas situações mais
insignificantes.

Comportamento é definido como o “conjunto de interações


entre o indivíduo e o ambiente. Existem diversos tipos de
comportamentos, como o verbal, o não-verbal (pensamento), o
comportamento social, o comportamento de fuga/esquiva, entre
outros.
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FACILITADORES DOS SADs

Sendo assim, o grande desafio é “substituir a rotina centrada na


droga por novos hábitos.” Os hábitos devem ser revistos como
forma de evitar e controlar os “estímulos de eventos
desencadeadores do comportamento de consumo”, como afirma
Marques (2008). Isso quer dizer que estes estímulos podem
enfraquecer a pessoa que está em recuperação, e que a melhor
forma de lidar com isso é a mudança de hábitos e
comportamentos.

NOTA!
Hábitos e comportamentos como, frequentar determinados lugares, falar de determinados
assuntos que lembram a vida de adicção, lembrar das falsas conquistas como roubos,
deturpações sexuais, brigas, quantidade de drogas que usava, entre outros hábitos podem
colocar o dependente químico em contato com a sua antiga realidade e desencadear os
sintomas de abstinência demorada novamente.

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Muitas vezes esses hábitos e comportamentos são uma forma
de aliviar a tensão gerada pelo estresse e ansiedade, mas que a
longo prazo podem provocar sintomas de abstinência e uma
possível recaída, ou seja, comportamentos que produzem
problemas a longo prazo em troca do alívio imediato e
momentâneo.

Estas ações produzem intensa excitação e euforia, seguida por


dor e desconforto.

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FACILITADORES DOS SADs

Dentre os hábitos e comportamentos, pensamentos e emoções, destacam-se os


que mais influenciam na recuperação e que podem contribuir com o reaparecimento
dos Sintomas de Abstinência Demorada:

Hábitos e comportamentos

✓ Mentiras;
✓ Manipulações;
✓ Vida sem regras, organização e disciplina;
✓ Impaciência (não saber adiar prazeres, querer tudo para agora);
✓ Procrastinação (deixar tudo para depois, adiar compromissos importantes).
✓ Álibis/justificativas (está sempre tentando justificar os erros para se esquivar das
consequências);
✓ Reclamações excessivas sobre tudo (não está contente com nada, tudo parece
estar ruim, demonstra grande insatisfação e descontentamento com tudo);
✓ Embalismo (fazer as coisas por influencia dos outros, não ter opinião própria).

Pensamentos e emoções

✓ Intolerância a frustração (querer tudo do seu jeito, reação desproporcional


quando as coisas não saem como esperava);
✓ Pensamento fixo (obsessão) em uma única coisa, normalmente que proporciona
muito prazer ou alívio de um desconforto/tensão;
✓ Hipersensibilidade (se magoa facilmente e com qualquer coisa);
✓ Falta de aceitação (não aceita a realidade como ela é, sempre tenta ajustar a
realidade, pessoas e situações conforme as suas necessidades);
✓ Ingratidão (causadora das reclamações excessivas).

Estes hábitos e comportamentos podem ser uma forma de compensar o


desconforto gerado pelos sintomas de abstinência, como podem também ser uma
consequência destes sintomas, podendo assim, iniciar um processo de recaída.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO
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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Como vimos anteriormente, a dependência química é uma doença


incurável e envolve diversos aspectos individuais, sociais e
ambientais. Dessa forma, a recuperação tem 2 objetivos básicos:

✓ Parar a doença
✓ Recuperar a pessoa

Esses objetivos estão intimamente relacionados e se


complementam entre si, o que quer dizer que um não ocorre sem
o outro e vice-versa. Para que aconteça a recuperação da pessoa
é preciso manter a abstinência, mas só será possível manter a
abstinência se houver uma genuína e efetiva recuperação pessoal
(hábitos e comportamentos). 48

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

O processo de recuperação pode ser dividido em 3 etapas:

Figura 5. Etapas do processo de recuperação

DESINTOXICAÇÃO CONSCIENTIZAÇÃO RECUPERAÇÃO


(0 a 3 meses) (tempo indeterminado) ESTÁVEL

Desintoxicação (0 a 3 meses): período em que o organismo


está eliminando a substância do corpo. É nessa fase que os
sintomas de abstinência aguda são mais intensos, por isso, toda
forma de proteção é válida, como não frequentar os lugares de
consumo, evitar os companheiros de uso e se privar de
quaisquer situações que possam estimular a recaída.

Nesta fase, é sugerido buscar ajuda profissional como um


psicólogo, terapeuta, grupos de apoio e medicamento prescrito
por um médico para aliviar os sintomas de abstinência e a
vontade de usar drogas.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

DICAS PARA A DESINTOXICAÇÃO!

Alimentação: ter uma boa alimentação pode ajudar na fase de


desintoxicação. Alimentos como beterraba, brócolis, espinafre e
limão. BEBA MUITA ÁGUA! O organismo quando hidratado, repele
com mais facilidade as substâncias.

Sono regular: ajuste seu hábito de sono, não durma demais e


nem de menos, mas o adequado (8 horas). Começar a criar novos
hábitos saudáveis ajudam a passar pela desintoxicação sem
sofrimento excessivo.

Pratique atividades físicas: as atividades físicas produzem e


liberam endorfina no organismo, o que melhorar o bem-estar,
melhoram o sono e alivia o estresse e a ansiedade. Pratique
atividades físicas!

O processo de desintoxicação exige boa vontade, motivação e


dedicação para que a adaptação com o novo estilo de vida
tenha sucesso. Utilize estas dicas para que esta fase seja
superada sem sofrimento excessivo e para criar os recursos
físicos, psicológicos e emocionais necessários para iniciar a
próxima etapa: a etapa da conscientização.

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Conscientização (tempo indeterminado): não há tempo
determinado para a etapa da conscientização. Este é um período
crítico de compreensão da própria personalidade, dos hábitos e
comportamentos e da realidade que a pessoa está vivendo.
Algumas pessoas não conseguem avançar nesta fase ou tem
muitas dificuldades, pois não conseguem aceitar a condição em
que se encontram, muito menos os hábitos e comportamentos
que as levam ao uso de álcool e drogas.

Por isso não há tempo determinado, pois depende do quanto a


pessoa esteja disposta a ouvir e aceitar e o quão aberta ela está
para as mudanças necessárias durante o processo de
recuperação.
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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Por mais que a situação esteja mostrando a realidade, o


dependente não consegue associar os seus comportamentos
com a adicção, ou seja, ele acredita que uma coisa não tem nada
a ver com a outra, e que o uso de drogas é “falta de vergonha na
cara” e que é só ter “força de vontade” que ele consegue parar.

Mas sabemos que a dependência química é uma doença


incurável e que não basta só força de vontade, mas estratégias
bem delimitadas e com objetivos concretos de recuperação.

É preciso olhar para si mesmo, aceitar as próprias fraquezas, ver


o que não via antes e ter ciência do que te leva às drogas e do
que pode te proteger delas.
Por isso, é crucial seguir um programa de recuperação e não
contar somente com a força de vontade, mas com todos os
recursos disponíveis e toda ajuda possível.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

DICAS PARA A CONSCIENTIZAÇÃO!

Busque ajuda profissional: tomar ciência dos próprios hábito e


conhecimentos parece simples, mas não é tarefa fácil. Por isso,
busque ajuda profissional com um psicólogo, terapeuta, etc.

Participe de grupos de apoio: os grupos de apoio são


importantes tanto para criar vínculos de recuperação, como para
aprender com outras pessoas que já estão nesse processo há
mais tempo. É uma ótima forma de identificar padrões de
comportamentos negativos, através da experiência vivida por
outras pessoas. Os dois grupos mais conhecidos são Alcoólicos
Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos.

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“O processo de admissão da doença, de reconhecer


as próprias fraquezas e limitações é uma das tarefas
mais complicadas e doloridas que uma pessoa pode
desenvolver, mas ao mesmo tempo é libertadora, é
aliviante e depois de um tempo, a sensação é de
que a pessoa se libertou de um fardo que
carregava durante anos.
Vale a pena viver essa experiência!”

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Recuperação estável: nessa etapa, a recuperação se torna
mais tranquila e a pessoa começa a colher bons frutos, resultado
de seu esforço e de sua superação. As etapas mais difíceis e
dolorosas já passaram, a desintoxicação e a conscientização. Na
recuperação estável, a pessoa experimenta a sensação
libertadora de não ser mais escravo da droga. É uma fase muito
edificante de vida, coisas boas começam a acontecerem, pois o
processo de recuperação foi construído em cima de uma base
sólida, com estratégia e planejamento de vida, considerando as
principais mudanças necessárias, descritas anteriormente.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Mudanças como melhora na saúde física, mental e emocional,


confiança da família, novos amigos e novos grupos e
principalmente a motivação pela vida e por novos
empreendimentos pessoais são comuns nessa etapa. Em outras
palavras, a pessoa retoma o gosto pela vida e começa a acreditar
que é possível viver sem a droga, pois enxerga uma vida melhor
sem ela.

Na recuperação estável, a vontade de usar drogas se torna cada


vez menos frequente, e mesmo quando a vontade vem, a pessoa
não quer mais usar por vontade própria, pois ela cria recursos
internos e externos para driblar a vontade.

DICAS PARA A RECUPERAÇÃO ESTÁVEL!


Manutenção: após todas as conquistas obtidas no processo de
recuperação, é fundamental a manutenção destas conquistas.
Muitos acreditam que depois de terem chegado a esta altura do
processo de recuperação nada mais pode abalar a forte estrutura adquirida.
Desta forma muitos dependentes químicos se tornam omissos nas suas
obrigações relacionadas à própria recuperação, considerando terem chegado
aonde pretendiam chegar.
A manutenção é a principal ferramenta da recuperação, pois é ela que garante a
continuidade do processo. Continue frequentando grupos de apoio e continue
buscando ajuda profissional sempre que precisar. A recuperação é para a vida toda!

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

LAPSO e RECAÍDA

Como esclarecido no início deste e-book, a dependência química é


uma doença crônica, multifatorial que envolve aspectos
biopsicossociais. Uma doença complexa e com tendência à recaídas.
Isso não quer dizer que a recaída é inevitável e que todo dependente
químico em tratamento irá recair, quer dizer que a recaída é uma
condição normal da doença e que deve ser olhada com atenção
estratégica.

Mas a que ponto uma volta a um determinado padrão de consumo de


uma ou múltiplas substâncias é recaída?

Esta resposta poderia ser simples: “Se uma pessoa volta a usar algum
tipo de substância pode se dizer que ela teve uma recaída.”
Entretanto, não é tão simples pois nem toda volta ao uso significa uma
recaída. Para resolver este problema foram estabelecidos duas
definições operacionais, o “Lapso” e a “Recaída”. Não é mera questão
de constructos mas uma questão instrumental e terapêutica. Em
outras palavras, a palavra lapso serve para impedir que, no caso de
um "escape" no tratamento, a pessoa já comece a ter pensamentos
catastróficos de que recaiu e tudo foi por água abaixo.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Lapsos são definidos como uso de substâncias em quantidade e por


períodos menores que não seguem o padrão pregresso. São muito
frequentes, e muitas vezes, os lapsos são consequências da
exposição a situações de risco das quais a pessoa não tem
capacidade de enfrentar. Normalmente eles ocorrem dentro de um
processo de transição em que a pessoa está tentando ficar abstinente,
mas por algum motivo acaba usando, mas este uso ainda não é
frequente, o que significaria uma recaída.

A recaída pode ser entendida como o retorno ao comportamento de


uso de álcool e/ou drogas do mesmo jeito que a pessoa usava antes
de iniciar um programa de tratamento e recuperação. Isso ocorre
muitas vezes devido às dificuldades impostas naturalmente pelo
tratamento, pelos lapsos frequentes e pelos esforços em manter-se
abstinente. A principal diferença entre a lapso e recaída é a frequência,
o padrão de consumo, pois no lapso a pessoa usa uma vez e retoma o
foco da recuperação rapidamente, já na recaída, a pessoa perde o
foco e volta ao padrão de consumo anterior, na mesma frequência e
quantidade de consumo, ou até pior.

Alguns fatores que contribuem com as recaídas são:

▪ Dificuldades inerentes à doença, como os sintomas de abstinência,


fissura, etc.;
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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

▪ Dificuldades de adaptação ao programa de recuperação e à


mudança do estilo de vida;
▪ Reações emocionais desajustadas;
▪ Regressão dos comportamentos aprendidos no programa de
recuperação;
▪ Pouca ou nenhuma participação em programas de manutenção,
como as terapias, grupos de apoio, etc..

É importante que o dependente químico compreenda que o risco de


recaídas é real e negar esta possibilidade é negar a própria doença.
Para evitar recaídas ele deverá realizar mudanças significativas a nível
cognitivo, emocional, comportamental e social em sua vida, e é por
isso que ele precisará de ajuda profissional. Estas mudanças estão
mais adiante neste e-book, no capítulo “7 Práticas Diárias para Vencer
As Drogas”.

Além da ajuda profissional, existem alguns fatores que podem tanto


prevenir recaídas como podem contribuir para que elas ocorram. Estes
fatores Chamamos de “Fatores de Proteção” e “Fatores de Risco”.

Existem diversos fatores que podem aumentar ou diminuir a


probabilidade da pessoa iniciar o uso de drogas, aumentar o consumo
ou voltar ao uso no mesmo padrão e frequência que antes.

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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Fatores de Proteção

Os fatores de proteção são todas aquelas razões ou situações que


diminuem as chances de alguém tanto iniciar quanto aumentar o uso
de álcool e/ou drogas como também ajudam na diminuição ou
interrupção do consumo.

Fatores Pessoais Fatores Familiares Fatores Sociais

- Bom relacionamento - Bom envolvimento com as


- Boa autoestima
- Pais e/ou familiares atividades escolares e/ou no
- Práticas religiosas ambiente de trabalho
participativos
- Aceitação de regras sociais - Amigos não usuários de
- Pais e/ou familiares que
transmitem regras claras de drogas e não envolvidos em
comportamento atividades ilegais
- Frequência de locais com
baixa disponibilidade ou oferta
da droga
- Forte vínculo com instituições
(escola, igrejas, etc.)
- Inserção em atividades
culturais
- Maneiras não estigmatizada
de lidar com o consumo de
drogas
- Oportunidades para trabalhar
- Atividades de lazer e esporte
- Bom nível socioeducacional

Fonte: Capacitação para comunidades terapêuticas, 2013 (p. 69)


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O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Fatores de Risco

Os fatores de risco são todas aquelas razões ou situações que


aumentam as chances de alguém tanto iniciar quanto aumentar o uso
de álcool e/ou drogas como também colaboram para recaídas de
pessoas que iniciaram algum tipo de tratamento.

Fatores Pessoais Fatores Familiares Fatores Sociais

- Baixa autoestima - Falta de envolvimento afetivo - Pouco envolvimento com os


- Isolamento social familiar estudos e trabalho
- Não aceitação de regras - Ambiente familiar conflituoso - Envolvimento em atividades
sociais - Educação familiar frágil ilícitas
- Pouca informação sobre - Consumo de álcool e/ou - Amigos usuários de drogas
drogas drogas pelos pais e outros - Propagandas que incentivam o
- Comportamento agressivo / familiares consumo de álcool e/ou outras
impulsivo - Modelos de comportamentos drogas
- Predisposição genética negativos - Pressão social para o consumo
- Aumento ou redução da - Poucas oportunidades de
motivação trabalho;
- Hábito de usar substâncias - Pouco acesso e disponibilidade
para celebrar e/ou diminuir de atividades de lazer e
sofrimentos esportivas
- Pouca habilidade de lidar com - Pertencer a grupos que vivem
relações interpessoais em situações de vulnerabilidade
social
- Dificuldades em expressar
sentimentos - Inserção em culturas que
aceitam e toleram o uso de
- Vivência de abusos na infância álcool e outras drogas
- Transtornos de personalidade - Baixo nível socioeducacional

Fonte: Capacitação para comunidades terapêuticas, 2013 (p. 70)


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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA
RECUPERAÇÃO 61
AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

Para que processo de recuperação funcione minimamente é necessário


que a pessoa não use drogas (abstinência), mas para manter a
abstinência (abstinência estável) é preciso haver uma mudança de postura
no sentido de promover a recuperação pessoal.

A recuperação pessoal consiste em uma mudança na maneira de pensar,


sentir e agir, e o processo de recuperação é toda atitude que propicie essa
reestruturação pessoal. Portanto, este processo se dá em todas as
relações, atividades e ambiente como família, amigos, trabalho, etc.

Para que esta nova maneira de viver seja alcançada é importante a


criação de algumas condições básicas a saber. Estas condições básicas
são o esqueleto de qualquer recuperação bem sucedida, pois representam
uma postura ativa de mudança, uma predisposição essencial para que a
evolução aconteça.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

1. AUTORRESPONSABILIDADE

A autorresponsabilidade é a primeira condição


básica no processo de recuperação.

Responsabilidade é diferente de autorresponsabilidade. Enquanto a


primeira está pautada nas atribuições gerais de uma pessoa, a
segunda está associada à consciência, ou seja, uma pessoa é
responsável porque se não for pode sofrer consequências, é uma
relação de causa e efeito, já no caso da autorresponsabilidade, uma
pessoa é autorresponsável porque entendeu que, se assim for, terá
uma vida melhor e será mais feliz, porque entendeu que a
autorresponsabilidade é a condição básica para o sucesso pessoal.

Em outras palavras a autorresponsabilidade é quando uma pessoa


compreende que as pessoas podem oferecer ferramentas de
recuperação para ajudá-la, mas ninguém pode se recuperar por ela.

Todo o processo de recuperação deve estar centrado na


autorresponsabilidade, pois tanto o profissionais envolvidos, os
medicamentos e as literaturas sobre dependência química podem ir
até um ponto da recuperação, mas cabe ao dependente químico em
recuperação construir a motivação necessária para seguir aprendendo,
se aperfeiçoando e desenvolvendo o seu repertório.

Ninguém pode e ninguém exigirá que o dependente químico siga e


pratique as orientações da recuperação, cabe a ele decidir se quer o
não quer fazer.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

A falta de autorresponsabilidade também é um dos motivos de recaída


do dependente químico, principalmente no que diz respeito aos
sentimentos e emoções, bem como a tendência em culpar os outros
por seus problemas e fracassos.

Um ser que não é autorresponsável terceiriza o seu bem-estar


emocional, acredita que para ele estar bem é preciso que, tanto as
pessoas quanto as condições sejam favoráveis, sem imprevistos,
contratempos e frustrações.

O conceito de autorresponsabilidade está ligado à consciência que nós


temos de que somos os únicos responsáveis pela vida que levamos.
Sendo assim, quando alguém me irrita, por exemplo, o ato de irritar
pode até ser culpa do outro, mas ficar irritado é uma escolha minha e
não do outro. E isso pode até ser um pouco assustador, mas também
pode ser motivador, pois significa que a recuperação e a mudança de
vida está sob o nosso controle.

Todo o processo de recuperação dependerá do nível de


autorresponsabilidade da pessoa. Nenhum profissional e nenhuma
literatura pode fazer com que a pessoa aprenda alguma coisa, se ela
mesma não quiser. Talvez em um primeiro momento ela precisa de
uma motivação externa, de um incentivo, mas cabe a ela interiorizar
esta motivação para aprender o básico para a sua recuperação.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

2. COMUNICAÇÃO
A comunicação sempre foi e sempre será o
meio pelo qual nós seres humanos interagimos
com o ambiente ao nosso redor. É uma habilidade que nos
diferencia das outras espécies.

Mas devido à dependência química esta habilidade ficou


comprometida, pobre e distorcida. Talvez, algumas pessoas vieram de
um contexto de vida em que a comunicação nunca tenha sido
estimulada e as pessoas do seu convívio não sabiam se comunicar
também, o que dificultou o aprendizado para desenvolver todo o seu
potencial de comunicação.
A habilidade de
expressar o que sente,
Sendo assim, dentro de um processo de pedir ajuda perguntar
recuperação, a comunicação é importante como sobre o que não é
compreendido,
uma ferramenta de habilidade social para que a dialogar para resolver
conflitos, ouvir e ser
pessoa possa falar sobre o seu problema, fazer ouvido é fundamental
para o processo de
perguntas assertivas visando soluções efetivas,
recuperação. A
resolver os seus próprios conflitos, exigir os seus comunicação faz parte
do desenvolvimento do
direitos e se proteger de possíveis ameaças à repertório que será
útil como fator de
sua recuperação, dar opiniões, etc. proteção contra
futuras ameaças à
recaídas.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

E para desenvolver estas habilidades de comunicação vamos


aprender 4 tipos de comunicação existentes:

2.1. Comunicação Assertiva:

A comunicação assertiva é capacidade de se comunicar minimizando


os conflitos. É um dos mais importantes recursos das habilidades
sociais que precisamos ter para viver em grupos. Na prática, a
comunicação assertiva abre portas, aproxima pessoas e facilita a
criação de vínculos.

E esta habilidade envolve tanto coisas simples como “olhar nos olhos
ao falar”, até habilidades mais complexas a serem desenvolvidas,
como:

▪ Pedir ajuda a alguém;


▪ Fazer uma crítica construtiva;
▪ Expressar uma opinião diferente;
▪ Dizer a alguém que ficou ofendido;
▪ Colocar limites nas relações.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

Pequenas negociações cotidianas, pedir ajuda, pedir perdão,


agradecer, questionar, reclamar, contestar, todas estas habilidades
fazem parte da comunicação assertiva.

Portanto, desenvolver a comunicação assertiva vai permitir:

▪ Defender posições sem ansiedade;


▪ Expressar sentimentos (positivos e negativos) de maneira
honesta e tranquila;
▪ Fazer e recusar pedidos;
▪ Fazer e receber elogios;
▪ Exercer os próprios direitos sem negar os direitos os dos
outros;
▪ Ir direto ao ponto (não fazer rodeios);
▪ Emitir um tom de voz equilibrado, sem gritos ou em um tom
agressivo;
▪ Olhar diretamente nos olhos;
▪ Falar tranquilamente e com a expressão facial relaxada, porém
séria.

E com essa postura assertiva perante o meio social, é possível:

▪ Crescer pessoalmente, tanto no âmbito social, quanto profissional,


emocional, etc;
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

▪ Gastar tempo e energia nas coisas que realmente importam;


▪ Desenvolver autoconfiança e motivação;
▪ Promover o bem-estar e qualidade de vida.

A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no meio-termo


entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressão), outro
por falta (submissão). E estes dois extremos são o comunicação
agressivo e o comunicação passivo.

2.2. Comunicação Agressiva:

Como descrito anteriormente, a comunicação agressiva sinaliza um


excesso comportamental e um desajuste na resposta emocional, que é
desproporcional neste tipo de comunicação. Uma pessoa assertiva
comunica o que quer comunicar sem exaltação, sem reação emocional
desproporcional, sem ataques ou ofensas. Já uma pessoa agressiva
tenta impor a sua vontade à força ou tenta ofender, e por isso muitas
vezes esta pessoa não é compreendida, pois a maneira com que ela
se comunica é precária. Muitas vezes o conteúdo da conversa é válido
e pertinente, porém a forma é distorcida e carregada de excessos que
tornam a comunicação pobre e ineficaz.

E é exatamente isso que a pessoa agressiva deve aprender na


recuperação, ou seja, ajustar a forma com o conteúdo, de modo que
ela consiga expressar o que deseja sem ferir os outros ou gerar
conflitos.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

A pessoa que se comunica de maneira agressiva:

▪ Geralmente consegue o que quer, mas com um custo muito alto a


longo prazo, pois apresenta uma conduta hostil, destrutiva e
ofensiva, e isso gera conflitos e problemas para si mesma;
▪ Fala quase sempre em tom de voz alto e com um discurso
carregado de raiva;
▪ Tentar fazer valer os seus direitos sem respeitar os direitos dos
outros;
▪ Magoa as pessoas e sua atitude gera ressentimento e frustração,
que mais tarde podem voltar como vingança;
▪ Devido ao seu comportamento, cria muitas inimizades.

Sem dúvida a comunicação agressiva vai na contramão do processo


de recuperação que consiste na reorganização de todos os aspectos
da vida do dependente químico, como aspectos biológicos,
psicológicos e emocionais e relações sociais. Nesse sentido,
comunicar-se agressivamente pode acarretar mais problemas para a
vida do dependente químico do que solucioná-los.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

2.3. Comunicação Passiva:

É o ato de violar os próprios direitos ao não expressar honestamente


sentimentos, pensamentos e convicções. Na comunicação passiva o
comunicador tem dificuldades em se posicionar perante os outros, o
que acaba dando permissão aos outros para violarem os seus direitos.

Enquanto na comunicação agressiva existe um excesso


comportamental e emocional, na comunicação passiva há um déficit
comportamental, mas não emocional, pois uma pessoa que se
comunica passivamente não expõe com frequência e os seus
sentimentos, mas isso não quer dizer que ela não sinta. Em outras
palavras, o comunicador passivo guarda muitos sentimentos (positivos
e negativos) por não saber se expressar, o que pode ser prejudicial
para a qualidade de vida.

Muitas vezes, esta forma de se comunicar é reforçada pela sociedade


devido ao comportamento manso, o que parece ser aceitável e
cômodo para muitos, pois uma pessoa assim é “quietinha”, “boazinha”,
“que não tem boca para nada”, etc.

Expressões e rótulos como estes transmitem a falsa ideia de


comportamento aceitável, mas na verdade é muito prejudicial para
quem se comporta assim, pois a pessoa negligencia seus direitos.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

A pessoa que se comunica de maneira passiva:

▪ Sempre cede e faz tudo o que os outros querem;


▪ Se importa mais com os outros do que com ela mesma;
▪ Fala com o tom de voz muito baixo e dificilmente olha nos olhos;
▪ Apresenta expressões de tristeza e medo;
▪ Esfrega as mãos demonstrando ansiedade.

Para que o processo de recuperação possa começar a trazer


resultados, é importante que o dependente químico rompa este padrão
de comportamento que negligencia as suas necessidades e direitos. É
preciso que a pessoa fale sobre os seus sentimentos e emoções, suas
dificuldades e suas necessidades, mesmo que isso possa ser difícil e
desconfortável no início.

Existe ainda um quarto tipo de comunicação que é uma ramificação


dos dois últimos. A combinação entre uma comunicação agressiva e a
passiva traz características manipuladoras de comunicação e está
muito presente no comportamento do dependente químico.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

2.4. Comunicação Passiva Agressiva:

A comunicação passiva agressiva pode ser entendida como uma


expressão dissimulada de hostilidade. É um tipo de comunicação que
as pessoas usam em situações em que querem evitar conflitos. Elas
raramente se manifestam, mas de maneira indireta podem apresentar
comportamentos dúbios e agressivos.

Este tipo de comunicação também é uma tentativa de utilizar a


manipulação como instrumento de controle e satisfação das
necessidades. Quando falamos em manipulação, estamos falando
sobre o ato de tentar influenciar o comportamento ou ações de outra
pessoa de forma indireta, com a finalidade de distorcer a realidade,
tornando difícil enxergar a verdade por trás da dissimulação que se dá
através de disfarces e fingimentos

A comunicação passiva agressiva está muito presente no


comportamento do dependente químico, que por meio da manipulação
tenta conseguir o que quer.

Algumas características deste tipo de comunicação são:

▪ Satisfaz as necessidades dos outros, mas apenas para satisfação


das suas próprias (interesse);
▪ Também desconsidera os direitos dos outros, mas o faz de forma
discreta, de modo a não provocar qualquer desconfiança;

.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

▪ É irônico e sarcástico, age com falsidade e bajulações;


▪ Usa, de forma sutil as vinganças;
▪ Utiliza frequentemente mensagens duplas, confusas, com indiretas
e contradições entre o que fala e o que faz;
▪ Faz chantagens emocionais que levam o outro a sentir-se tão mal
ou responsável pela pessoa que fará o que ela quer, ainda que
contra a sua vontade (autopiedade).

Esta é uma das formas mais prejudicais de se comunicar, pois agride o


outro silenciosamente e vai minando as relações sociais.

Vale lembrar que a comunicação assertiva, que minimiza conflitos,


soluciona problemas e promove uma interação social mais eficiente e
agradável, é aquela que não é nem tanto agressiva, nem passiva, mas
uma combinação, ou seja, em certas situações a pessoa terá que
fazer valer os seus direitos e colocar limites nas relações, e em outras
situação terá que ser mais empático e respeitar os direitos dos outros.

Sendo assim, podemos representar estes tipos de comunicação da


seguinte forma:

PASSIVO AGRESSIVO
Desejo dos outros ASSERTIVO Meus desejos

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3. PARTICIPAR ATIVAMENTE

A participação ativa na própria recuperação é uma condição


importante, pois delega ao dependente químico mais autonomia sobre
a sua própria vida. Devido ao uso crônico de álcool e/ou drogas, o
dependente químico perdeu o controle sobre vários aspectos da sua
vida e recuperar estes controle, esta autonomia proporcionará a ele
novas habilidades de enfrentamento do problema. Sendo assim,
participar ativamente do processo é sair do papel de “paciente” para
assumir o papel de “agente” da própria recuperação. Isso não quer
dizer que o dependente químico deverá fazer tudo sozinho, mas quer
dizer que, além da participação dos profissionais envolvidos e os
recursos terapêuticos de recuperação, ele deverá contribuir com o
processo de duas formas, a escuta ativa e o compromisso.

É importante participar ativamente do processo de recuperação para


conseguir as mudanças desejadas, pois nem todas as mudanças dependem dos
profissionais (médico, psicólogo, terapeuta, etc.) e dos recursos terapêuticos
de recuperação (medicamentos, livros, grupos de apoio, etc.). O
comportamento proativo, atuante, modifica a realidade do dependente
químico e suas interações, bem como desenvolve as habilidades necessárias
para viver sóbrio e ter qualidade de vida.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

3.1. Escuta Ativa:

Escutar é diferente de ouvir! Ouvir remete ao sentido da audição, é


aquilo que o ouvido capta. Já o verbo escutar corresponde ao ato de
ouvir com atenção, ou seja, estar ativo. Embora estas duas palavras
pareçam ter o mesmo significado, elas são diferentes, pois enquanto o
ouvir remete a uma condição passiva, o escutar remete a uma postura
ativa. Escutar é entender o que está sendo captado pela audição, mas
além disso, compreender e processar a informação internamente, ou
seja, é possível que uma pessoa ouça, mas não escute. Portanto,
quando uma pessoa está ouvindo há pouca interação, e escutando
quando está prestando atenção ao que é emitido e interagindo com o
ambiente.

Assim como a habilidade da comunicação, a habilidade da escuta ativa


tem papel importante na recuperação, pois está relacionada a
capacidade de absorver, tanto a teoria, quanto a execução de boas
práticas de recuperação. Algumas pessoas não valorizam a teoria,
dizem que o que importa é a prática, mas esquecem que quando se
faz “confusão na teoria, se faz confusão na prática”. Em outras
palavras, se você aprendeu errado, você vai executar errado.

Escutar ativamente significa estar atento para tudo, lembrando que


uma grande parte da mensagem não é dita em palavras, mas são
mensagens não verbais, transmitidas através de gestos, tons de voz,
pausas, postura pessoal, etc.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

Devemos lembrar também, que escutar ativamente significa ser capaz


de participar do assunto que está sendo exposto, colocando exemplos
pessoais, perguntando o que não foi compreendido, discordando,
debatendo, enfim, dando um pouco de si para que a conversa seja
mais produtiva.

As mensagens não verbais podem dizer muitas coisas e


proporcionarem grandes aprendizados. Grandes experiências de
recuperação podem ser adquiridas se o dependente químico em
recuperação estiver atento (escutando ativamente) às pessoas mais
experientes, com mais tempo limpo, e tentar observar como elas se
comportam, quais são os seus hábitos, como vivem o dia a dia, o que
elas fazem para evitar recaídas, etc.

Para aproveitar todos os benefícios da escuta ativa é preciso:

▪ Evitar distrações que desviem o foco do programa de


recuperação adotado;
▪ Estar aberto a escuta e não ser seletivo ao ouvir o que o outro
tem a dizer. Embora nem tudo o que ouvimos seja bom para nós,
fazer julgamentos ou selecionar somente aquilo que nos agrada
antes de fazer uma análise crítica pode ser um desperdício e um
erro. É importante escutar tudo e depois filtrar aquilo que é útil.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

▪ Evitar que as perspectivas e opiniões próprias interfiram na escuta,


o que pode criar uma barreira entre o comunicador e o ouvinte. É como
o item anterior, só que em vez de selecionar a informação que convém,
nesse caso há um bloqueio definitivo, capaz de impedir que qualquer
informação seja compreendida. Nessa caso, não há nenhum
aprendizado.

A escuta ativa, portanto, pode viabilizar as mudanças necessárias em um


programa de recuperação baseado em mudança de estilo de vida. Escutar
ativamente torna-se uma nova habilidade, uma nova maneira de se
comunicar com o mundo.

3.2. Compromisso:

Podemos afirmar que o compromisso é o resultado da escuta ativa, pois


conecta o que foi compreendido com o que será executado. Por outro lado,
o processo de aprendizado só ocorre quando uma pessoa consegue
aplicar os conhecimentos aprendidos em sua vida, e isso acontece quando
se assume compromissos que exigem uma nova maneira de se comportar,
agir e pensar. Isso não quer dizer que todo o conteúdo teórico aprendido
sobre dependência química não seja útil, mas quer dizer que toda essa
informação só trará benefícios se forem aplicadas no dia a dia e nas
relações do indivíduo. Portanto, a escuta ativa só e efetiva quando
conseguimos transferir a teoria para a prática.

Em outras palavras, assumir compromissos na recuperação é a


concretização do que está sendo aprendido, e muitas pessoas têm
dificuldades em executar o que aprendem.

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Atualmente existe uma vasta quantidade de Para que ocorra a


métodos de tratamento para a dependência recuperação, deve haver a
participação ativa e o
química, e todos eles envolvem mudança de comprometimento do
dependente, pois se não
hábitos e comportamentos e do estilo de vida houver um considerável
como um todo. Assim, uma pessoa em nível de motivação
pessoal, a doença
processo de recuperação deverá escutar continuará em atividade.
A motivação pessoal pode
ativamente tudo o que será importante para o ser ampliada, por assim
dizer, por aquele que
seu processo de recuperação e também, com trabalha com o
a ajuda de um profissional, planejar as dependente, seja o médico,
o psicólogo, o terapeuta
estratégias e compromissos de recuperação ou a instituição de
tratamento . Mas a
necessários para a concretização do que foi motivação interna se dá de
aprendido a fim de alcançar os objetivos forma absolutamente
subjetiva.
traçados.

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4. ARRISCAR-SE

O dependente é um ser medroso e inseguro, incapaz de encarar a


realidade, e por isso recorre às substâncias psicoativas para suportá-
la. E por não conseguir lidar com a realidade, ele dificilmente se arrisca
em tentar algo novo, pois a vida real é cheia de dificuldades, riscos e
incertezas.

É mais fácil continuar com o sofrimento conhecido do que assumir


riscos com o que não se conhece.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

Arriscar-se significa tentar algo novo, experimentar novas formas de


agir, de pensar, de fazer coisas e se comportar. Fazer algo novo, algo
que nunca se tentou antes, é sempre arriscado, mas muitas vezes
pode ser a única forma de aprender. Pessoas que não se arriscam:

▪ Não alcançam o crescimento profissional;


▪ São inseguras
▪ Vivem no “piloto automático”;
▪ Não se desenvolvem emocionalmente;
▪ Sentem constantemente medo e angústia;
▪ Sentem-se incapazes de realizar tarefas simples;
▪ Não conhecem os seus limites por não testarem.

Uma vida sem riscos calculados, sem tentar e viver coisas novas, priva
as pessoas de sentimentos positivos, aumenta o tédio e o estresse, o
que dá a sensação de uma vida vazia e sem realizações. A pessoa
tem que tentar alguma coisa nova para poder crescer interior e
emocionalmente. Arriscar-se pode ser amedrontador e, muitas vezes,
doloroso, mas todo crescimento causa alguma forma de dor, e crescer
como pessoa é fundamental para que aconteça a recuperação.

Arriscar não deve ser confundido com “situações de risco”, arriscar-se


é se empenhar em novos desafios, assumir novos compromissos, é se
envolver em uma situação nova, já no caso das situações de risco são
aquelas que aumentam a probabilidade de usar álcool e drogas
novamente, ou seja, não são situações novas.
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

E é por isso que aqueles que recaem se envolvem em situações de


risco, mas não se arriscam, porque as situações de risco, embora
ofereçam risco de recaída, são situações conhecidas, mas arriscar-se
em algo novo pode ser desafiador.

Arriscar pode ser difícil para muitos dependentes químicos que nunca
foram estimulados e encorajados a tentar algo novo ou a assumir
novos compromissos. Por isso, algumas ações concretas são
necessárias, como:

▪ Não procrastinar pequenas mudanças de hábitos, mesmo que no


começo essa mudança seja forçada;
▪ Não responsabilizar os outros pelos próprios planos, pelos erros ou
por coisas que não deram certo;
▪ Frequentar novos ambientes e conhecer pessoas novas, pois
estimulam o aprendizado de novos padrões de comportamento;
▪ Fazer mudanças, mesmo que pequenas, como mudar o cabelo, as
roupas, os móveis da casa, etc.
▪ Conversar com outros dependentes químicos e aprender a ver o
mundo sob uma perspectiva diferente;
▪ Identificar habilidades e competências e avaliar o que precisa ser
aprimorado e o que precisa ser aprendido;
▪ Tomar consciência dospensamentos, comportamentos, medos,
anseios, expectativas e limitações;
▪ Focar a atenção nas vantagens de se arriscar, e não no que pode
dar errado;
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

▪ Focar a atenção nas vantagens e benefícios de se arriscar, e não


no que pode dar errado;
▪ Desenvolver a motivação, confiança e a autoestima;
▪ Ser mais tolerante com os próprios erros, de modo que eles não
sejam um empecilho para novas tentativas;
▪ Não se deixar levar pela pressão de não arriscar por parte de
familiares, amigos e colegas de trabalho.

Estas podem ser boas práticas para começar a arriscar e fazer coisas
novas nesse novo estilo de vida de recuperação. Uma pessoa que
inicia o seu tratamento e quer mudar de vida precisa arriscar, mas isso
não quer dizer que ela precisa jogar tudo para o alto e começar do
zero, que dizer que ela pode começar dando pequenos passos para a
mudança de vida.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

5. FEEDBACK

O Feedback é uma palavra inglesa que foi incorporada no vocabulário


Português e que significa retroalimentação ou realimentação. Esta
palavra é muito utilizada no âmbito profissional, mas no tratamento da
dependência química ela é uma importante habilidade social que
contribui para o desenvolvimento pessoal. O feedback significa
compartilhar as impressões positivas e negativas que temos a respeito
de uma pessoa, de um grupo, de um trabalho, etc. É um instrumento
que permite testar a realidade através de apontamentos pontuais a
respeitos de nossos comportamentos, ações e atitudes, de modo que
percebamos o quanto influenciamos e afetamos as pessoas e o
ambiente ao nosso redor.

Mas o feedback não é só um instrumento para realizar críticas


construtivas, mas também para fazer elogios. É com se fosse um
termômetro que permite, tanto o dependente químico, quanto o
profissional que o ajuda, realizar medições a respeito do progresso
realizado no tratamento da dependência química.

Como o dependente químico consegue saber se ele está no caminho


certo ou não, se está avançando no tratamento ou não, quais
comportamentos ele tem que melhorar, etc?
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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

A prática do feedback pode contribuir para estas respostas e para o


autoconhecimento do dependente químico.

O feedback pode contribuir para:

▪ Ajudar com críticas construtivas;


▪ Motivar com elogios;
▪ Traçar estratégias para construir o futuro em vez de discutir o
passado;
▪ Desenvolver o autoconhecimento a respeito das qualidade,
defeitos, fraquezas e limitações.

Sendo assim o feedback é uma relação de mão dupla, ou seja, se o


dependente químico melhora, as pessoas que convivem com ele
também melhoram. Por isso se chama retroalimentação, pois a
melhora de uma pessoa afeta a outra e vice-versa, e essa
retroalimentação vai melhorando todas as relações do dependente
químico, o que contribui para a sua qualidade de vida e bem estar.

O dependente químico deve estar aberto para receber feedback, mas


também para dar feedback, por isso ele precisa aprender habilidades
sociais.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

É importante que o processo de recuperação da dependência química


tenha como objetivo promover o feedback, de modo que o dependente
químico possa aprender mais sobre si mesmo, bem como aprender a
falar o que sente, expor um problema, fazer uma crítica, dar uma
sugestão, etc.

Assim, para realizar o feedback, são necessárias algumas práticas,


como:

▪ Não generalizar e apontar comportamentos específicos. As


pessoas “não são assim”, elas “se comportam” de determinada
maneira (ex.: uma pessoa pode ter uma comportamento
inadequado, mas não quer dizer que ela é ruim);
▪ Fazer elogios específicos e não genéricos. É importante que a
pessoa saiba exatamente por que está sendo elogiada;
▪ Não usar outra pessoa para dar o feedback. Esta é uma habilidade
para falar diretamente ao outro o que se quer falar;
▪ Não fazer rodeios na hora de dar o feedback e não enfeitar demais
o que se quer falar;
▪ Sempre ser respeitoso quando falar, o feedback é uma habilidade
de critica “construtiva” e não “destrutiva”;
▪ O feedback deve ser finalizado com um agradecimento.

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AS 5 CONDIÇÕES BÁSICAS DA RECUPERAÇÃO

As 5 Condições Básicas da recuperação devem contribuir para que o


dependente alcance uma forma alternativa de reorganização pessoal
com novos padrões de comportamento e pensamento, ou seja, um
novo estilo de vida. Estas condições básicas irão servir de base para
as “7 Práticas Diárias para Vencer as Drogas” no Capítulo a seguir.

REVISANDO!

Durante o processo de recuperação da dependência química são


necessárias 5 condições básicas de mudança. Elas representam
uma postura ativa de mudança, uma predisposição essencial para
que a evolução aconteça.

❑ Autorresponsabilidade
❑ Comunicação
❑ Participar Ativamente
❑ Arriscar-se
❑ Feedback

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA
VENCER AS DROGAS 87
7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER
AS DROGAS

Vimos até aqui, o que é a dependência química, suas principais


características, os sintomas de abstinência, e os hábitos e
comportamentos que estão envolvidos tanto no processo de
progressão da doença, quanto na sua recuperação. Agora, vamos a
prática!

Vamos conhecer as principais práticas diárias para uma pessoa se


libertar das drogas e melhorar a sua qualidade de vida, de modo que
a droga não tenha mais função em sua vida.

É importante considerar que nem todas estas práticas depende


exclusivamente do dependente, e muito menos, ele vai conseguir
realizar todas as mudanças sozinho. Então, aí vai a primeira dica: o
grande segredo para vencer as drogas é pedir ajuda, não querer
fazer tudo sozinho e achar que já sabe tudo o que precisa! 88

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Busque ajuda profissional

A ajuda profissional é essencial para iniciar o processo de


recuperação. Grande parte das mudanças e práticas que vamos
apresentar aqui será necessário a ajuda externa de um profissional
especializado em dependência química, grupos de apoio, em alguns
casos, se for necessário, uma internação por um período curto de
tempo para que a desintoxicação seja feita com sucesso. É difícil
iniciar um processo de mudança sozinho, se o dependente
soubesse realizar todas estas práticas, não teria comprado este e-
book e não estaria usando álcool e/ou droga.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Algumas ajudas profissionais que recomendamos são:

✓ Psicólogo especializado em dependência química;


✓ Médico psiquiatra;
✓ Grupos de apoio (Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos);
✓ Clínica de recuperação (tratamento sob regime ambulatorial de
internação);
✓ Comunidade Terapêutica (tratamento sob regime residencial de
internação;
✓ CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas

Estas são algumas dicas de ajuda profissional disponíveis, porém,


cada uma delas tem suas características e singularidades. Procure
as que mais satisfazerem as suas necessidades e oferecerem um
programa que esteja adequado com o que você procura. No
capítulo “Informações Úteis” relacionamos alguns links para facilitar
a sua busca.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Fortaleça a autoestima

Entende-se por autoestima um conjunto de sentimentos e


pensamentos do indivíduo sobre seu próprio valor, competência e
adequação, ou seja, uma autoavaliação global que se reflete em
uma atitude positiva ou negativa em relação a si mesmo. É a forma
como o indivíduo se valoriza, o valor real que sente que possui de
fato, o modo como ele vivencia a experiência de ser ele mesmo.

Com o uso crônico de álcool e/ou drogas a autoestima fica


totalmente comprometida, e você vai ter que recuperá-la,
desenvolvê-la, ajustá-la.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

✓ Desenvolver as habilidades e qualidades (use o seu potencial


que ficou em desuso por causa da dependência, retome algo
que você parou de fazer, como hobbies, esporte, música, etc.);
✓ Valorize e reforce suas boas ações e conquistas e não espere
que as pessoas façam isso. Comece a reconhecer o que você
faz de bom;
✓ Evite situações e pessoas que colocam você para baixo e
estimulem sentimento de inferioridade;
✓ Procure situações que te deixam feliz e esteja ao lado de
pessoas que enxergam coisas boas em você, que acreditam em
você e no seu potencial;
✓ Enxergue as dificuldades com algo a ser superado, não como
algo impossível de ser realizado. Comece a creditar em você
mesmo.

A autoestima se desenvolve a partir de como o indivíduo sente-se


enxergado no meio em que vive, por isso, esteja ao lado de
pessoas que te deixam pra cima, feliz e valorizado.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Mude a sua forma de pensar

Alguns pensamentos são grandes sabotadores da nossa vida.


Muitos deles norteiam as nossas emoções e as nossa ações. Os
pensamentos interferem diretamente na nossa autoestima, nossa
recuperação e na nossa vida como um todo.

Outro fator importante, são os pensamentos daquilo que temos


como verdade absoluta e que acreditamos que funciona para nós,
mas que nunca nos questionamos se isso realmente é verdade e
acontece de fato. Por exemplo, o pensamento desonesto, de que
tiramos vantagem do outro ou da situação e que nos damos bem
sempre desse jeito.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

O pensamento ilusório de que basta controlar o uso de álcool e/ou


drogas, de que “eu consigo ter o controle”, os outros não tem, mas
eu tenho. Muitos não conseguem para de usar ou recaem por causa
deste pensamento, de que ele é forte, os outros não são.

✓ Reforce pensamentos como: “tenho que ser honesto comigo


mesmo”, “estou me manipulando?”, “porque estou pensando
isso”;
✓ Pense na ação x reação e causa x efeito, por exemplo, “se eu fiz
isso qual será a consequência?”. Agir sem pensar é ser
impulsivo e traz consequências danosas para a nossa vida;
✓ Ocupe satisfatoriamente o tempo para evitar os pensamentos
obsessivos.

Muitas pessoas desistem do processo de recuperação por não


saberem lidar com os pensamento obsessivos pela droga. Elas se
autossabotam, se manipulam

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Analise seus sentimentos e emoções

O sentimentos e emoções norteiam grande parte das nossos


pensamentos e ações.
Afeto é estado psicológico que o ser humano experimenta perante
alguma situação ou pessoa, como a ansiedade, medo, angústia,
carinho, amizade, amor.
Emoção é a manifestação física do afeto, como por exemplo:
“gelo na barriga”, sudorese, tremores, choro, riso, palpitações,
e tantas outras formas através das quais o nosso corpo nos
informa, o quanto estas situações ou pessoas são agradáveis ou
desagradáveis para nós.
Sentimento é a junção do afeto com a emoção, ou seja, uma
experiência muito significativa que pode influenciar diretamente a
nossa maneira de enxergar as coisas e se comportar de uma
determinada maneira. Assim, buscar a autoanálise como forma de
adquirir autoconhecimento, é fundamental para o processo de
recuperação. 95

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

✓ Supere os sentimentos e emoções negativas (raiva, inveja,


vingança, culpa, ressentimentos, intolerância, frustração);
✓ Procure um psicólogo para ajudá-lo a lidar com os seus
sentimentos e emoções. A psicoterapia é um ótimo recurso para
dar um novo significado para sentimentos negativos enraizados
há muito tempo;
✓ Pratique boas ações como forma de alimentar sentimentos e
emoções positivos;
✓ Repare erros do passado para se libertar de mágoas e
ressentimentos;
✓ Evite ambientes, situações, pessoas e conversas negativas e
pessimistas;

É importante lembrar que, quando se trata de sentimentos e


emoções, é sempre aconselhável buscar ajuda profissional.

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Desenvolva suas habilidades sociais

As habilidades sociais ´são repertórios de comportamentos


poderosos que auxiliam na recuperação. Ser habilidoso socialmente
aumenta as chances de consequências agradáveis, minimizam as
desagradáveis e auxiliam na solução de conflitos que vivenciamos
no dia-a-dia. Isso melhora a nossa qualidade de vida, e
consequentemente, melhora a vida em sobriedade, prevenindo a
pessoa de uma possível recaída.

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

✓ Busque defender seus interesses de forma clara e assertiva


(valorize o diálogo);
✓ Exija seus direitos sem negar os dos outros (seja empático e
desenvolva a tolerância);
✓ Faça elogios às outras pessoas;
✓ Aprenda a fazer críticas construtivas;
✓ Quando precisar de ajuda, PEÇA!
✓ Não crie expectativas demasiadas com relação ao
comportamento das outras pessoas;
✓ Aprenda a enxergar as coisas através de múltiplas perspectivas.
Abandone a sua verdade absoluta e aprenda a ter um plano B;

Estas habilidades podem ajudar você a melhorar seu convívio com


as outras pessoas, obter êxito na solução de conflitos e abrir novas
portas, seja para novas amizades, novas oportunidades
profissionais ou para reatar vínculos destruídos pela adicção.

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Evite vínculos dependentes

A dependência do vínculo ou codependência é considerada uma


doença emocional que pode afetar toda a família do dependente
químico. Normalmente, o codependente pode ser a esposa, mãe,
pai, irmãos ou alguém que convive diretamente com o dependente
químico. O codependente acaba vivendo em função do dependente
químico, controlando a sua vida, fazendo coisas que, por causa da
doença ele não conseguia mais fazer, não conseguia mais cumprir
com suas responsabilidades, porque ele perdeu o controle, e isso é
extremamente prejudicial para a recuperação, além de perpetuar a
doença. 99

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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Na recuperação romper com estes vínculos é de fundamental


importância. Romper não significa não conviver mais com o
codependente, mas mudar a forma como se relaciona com ele.
Para isso, é necessário fazer algumas mudanças, tais como:

✓ Não deixe que os outros façam por você. Cumpra as suas


responsabilidades;
✓ Seja seguro e independente.
✓ Comece a tomar decisões;
✓ Quando tiver um problema, peça ajuda, mas de preferência para
outra pessoa.

É importante que o dependente químico entenda que a família não


é o problema, mas a relação familiar. O dependente químico, por
estar adoecido pela dependência química, terceiriza a sua
autonomia, delegando ao codependente a responsabilidade por
suas ações, decisões, pensamentos, sentimentos e emoções, e
isso pode até ser cômodo e conveniente, mas impede que o
dependente químico tenha progresso em sua recuperação e
contribui para a recaída.

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Fortalecimento pessoal

Anteriormente, falamos da importância de desenvolver a


autoestima, a estrutura psicológica e mental. Quando estas
estruturas estiverem fortalecidas, é preciso fortalecê-las
constantemente, como forma de manter a qualidade de vida e
sobriedade. Para isso, daqui em diante relacionamos as mudanças
necessárias para a manutenção da estrutura de vida conquistada.
Quando falamos de fortalecimento pessoal, devemos pensar que
nós seres humanos somos constituídos por 4 estruturas básicas:
estrutura física, mental, emocional e espiritual.
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7 PRÁTICAS DIÁRIAS PARA VENCER AS DROGAS

Assim, devemos fortalecer estas 4 estruturas para ter uma vida


plena e de qualidade. Abaixo seguem algumas dicas para você
praticar no dia-a-dia:

✓ Assuma responsabilidades e papéis de compromisso;


✓ Fortaleça a autoconfiança e a segurança, cumprindo as
responsabilidades e exercendo os papéis de compromisso;
✓ Trace metas e objetivos;
✓ Encare os fracassos como aprendizado e como uma
oportunidade de crescimento;
✓ Aceite e peça ajuda aos outros quando necessário;
✓ Evite o sedentarismo e a apatia. SEJA ATIVO!
✓ Pratique atividades físicas (as atividades físicas proporcionam a
sensação de bem-estar, diminui a ansiedade e o estresse);
✓ Tenha uma alimentação equilibrada.
✓ Pratique o hábito da leitura;
✓ Frequente grupos sociais saudáveis, de preferência que não
tenha a rotina de consumo compulsivo de álcool e drogas;
✓ Se você tem um religião, busque reviver a sua espiritualidade e
dar sentido a ela, participando ativamente da comunidade a qual
você pertence;
✓ Busque resolver seus conflitos com outras pessoas. Grande
parte das razões que levam uma pessoa a usar drogas, são os
problemas nos relacionamentos.
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Existem muitas alternativas para o tratamento da dependência
química. Relacionamos aqui, diversas informações, recursos,
práticas diárias que certamente serão bastante úteis no seu dia-a-
dia de recuperação. É importante lembrar que a motivação por ficar
sóbrio e a dedicação diária é a condição básica para que o
processo de recuperação seja alcançado com êxito. Na próxima
página selecionamos algumas informações úteis para você!
Se você precisar de ajuda para iniciar a sua recuperação, entre em
contato conosco. Iremos ajudá-lo com prazer!

SOS SOBRIEDADE
QUER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE DEPENDÊNCIA QUÍMICA?
ENTRE EM CONTATO CONOSCO!
www.sossobriedade.com.br/contato/

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WEBSITES

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www.febract.org.br
www.confenact.org.br
www.mundosemdrogas.org.br

PROGRAMAS DO GOVERNO

Programa Recomeço
Políticas sobre Drogas
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD)
Ministério da Saúde – Portal da Saúde
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

GRUPOS DE APOIO

Alcoólicos Anônimos (AA)


Alcoólicos Anônimos para familiares (Al-Anon)
Narcóticos Anônimos (NA)
Narcóticos Anônimos para familiares (Nar-Anon)

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ANEXOS 106
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ANEXO 01 –CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

O Objetivo do Cronograma de Atividades é criar uma rotina de


recuperação com atividades recreativas, esportivas, artísticas e
culturais, promoção do desenvolvimento pessoal, autocuidado e
sociabilidade, capacitação e promoção da aprendizagem e
formação.

1. Procure adequar as atividades à sua rotina;


2. As atividades devem ser adaptadas considerando as
possibilidades e disponibilidade de cada pessoa para realizá-las;
3. Não é sugerido realizar todas as atividades de uma vez ou na
mesma semana, você deve escolher as atividades e colocá-las
em períodos conforme a sua disponibilidade. Por exemplo, se
não for possível praticar atividade esportiva de manhã, pratique
a tarde ou a noite. Você pode alterar o horário das atividades
conforme as suas necessidades.
4. Quanto maior a porcentagem de sucesso na realização das
atividades, maior será a evolução da pessoa;
5. Se sentir dificuldades em realizar as tarefas, peça ajuda, mas
não desanime e nem desista! As vezes, precisamos de um
estímulo, uma motivação, por isso fazer as atividades em grupo
pode ser mais motivador. Procure se incentivar e se
recompensar a cada atividade realizada!
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ANEXO 01 –CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

LISTA DE ATIVIDADES
Atividades recreativas, esportivas, artísticas e culturais

▪ Esportivas: caminhada, corrida, futebol, vôlei, basquete, musculação, natação, tênis,


bike, etc.;
▪ Recreativas artísticas e culturais: cinema, parques, clubes, teatro, shopping,
lanchonete, eventos culturais, feiras, festivais, dança, música, etc.

EVITE BARES, BALADAS OU QUALQUER PASSEIO QUE ESTEJA ASSOCIADO AO


SEU CONSUMO. ISSO É RECAÍDA NA CERTA!

Atividades de promoção do desenvolvimento pessoal

▪ Atividades religiosas (opcional): (celebrações, coral, estudos, grupos, eventos, etc.);


▪ Reflexão matinal: leitura de livros de autoajuda, mensagens motivacionais, textos e
artigos que visam o desenvolvimento pessoal, meditações, etc.;
▪ Estudo dos 12 passos: Leitura dos 12 Passos ou participação em grupos de apoio
(N.A. ou A.A.);
▪ Leituras indicadas: Estudos sobre dependência química, psicologia aplicada, etc.;
▪ Terapias: terapias ocupacionais, atendimento psicológico, acupuntura, etc..

Atividades de autocuidado e sociabilidade

▪ Cuidados pessoais: higiene pessoal; corte de cabelo, unhas, etc.;


▪ Cuidados com a saúde: cuidados dentários, exames médicos, vacinas, etc.;
▪ Organização: organizar roupas e objetos pessoais, limpar a casa, organizar os
horários de atividades, lavar roupas, etc.;
▪ Documentos pessoais: Verificar os documentos vencidos ou faltantes;
▪ Trabalho: organização, pontualidade nos horários e prazos, aparência, bom
relacionamento interpessoal, elaboração de currículo, procura de emprego etc..

Atividades de capacitação, promoção da aprendizagem e formação


▪ Conclusão do ensino fundamental e médio;
▪ Cursos livres, profissionalizantes e técnicos;
▪ Curso superior.

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ANEXO 01 –CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Com base na lista de atividades acima preencha o cronograma de atividades abaixo


com pelo menos 2 atividades de cada categoria durante a semana.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES SEMANAL Para imprimir

MANHÃ TARDE NOITE

DOM.

SEG.

TER.

QUA.

QUI.

SEX.

SÁB.
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ANEXO 01 –CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

PARABÉNS por começar um novo estilo de vida que certamente


irá ajudar você a melhorar a sua qualidade de vida!
Saia para fazer um passeio e se divertir com as
pessoas que você gosta!

▪ Grupos: Narcóticos Anônimos, Alcoólicos Anônimos, CAPS, Grupos religiosos


(estudo bíblico, recuperação, coral musical, etc.) coral musical, grupos de dança,
grupos de teatro, oficinas artesanais, instituições de caridade, movimentos culturais,
etc.
▪ Meditação guiada: encontra vários canais de meditação no Youtube para relaxar.
Procure por “meditação guiada” ou “mindfulness”.
▪ Alimentação:
▪ Coma pelo menos 3 frutas ao dia (café-da manhã, almoço e café da tarde);
▪ Evite ou diminua alimentos gordurosos, como lanches, pizzas e doces;
▪ Tome chás naturais detox (gengibre) e moderadores da ansiedade e stress (capim
cidreira, camomila, hortelã);
▪ Faça uma dieta rica em proteínas (carnes, ovos, leite, queijo branco) e carboidratos
(arroz, batata doce, tapioca), mas não exagere na quantidade.
▪ Prefira assados e cozidos ao invés de frituras;
▪ Coma verduras e legumes;
▪ Beba muita água (3 a 4 litros/dia);
▪ Procure comer nos horários certos, respeitando cada refeição (café da manhã,
almoço, lanche da tarde, janta);
▪ Se possível, jantar 2 horas antes de dormir.

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ANEXO 02 –RDA – REGISTRO DIÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO

RDA – REGISTRO DIÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO

O Objetivo do RDA – REGISTRO DIÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO é


treinar habilidades de autoconhecimento. Se conhecer é importante
para o processo de recuperação e este instrumento vai ajudá-lo a
identificar coisas importantes para a sua recuperação, tais como:

▪ Sintomas de abstinência;
▪ Pensamentos automáticos;
▪ Sentimentos e emoções;
▪ Comportamentos automáticos resultantes dos itens anteriores;
▪ Possíveis alternativas e soluções para o que foi detectado;

Este instrumento permite que o dependente químico treine a sua


capacidade de se perceber, de se autoanalisar e criar alternativas de
enfrentamento de problemas. É o que chamamos de desenvolver o
repertório comportamental, que será muito útil para a vida em
sobriedade. Com o RDA é possíveis identificar sinais que podem
representar uma ameaça à recaída, comportamentos de risco,
comportamentos inadequados à serem modificados, habilidades
sociais e emocionais desajustadas para enfrentamento de
problemas, entre outras habilidades. Portanto, use e abuse desse
recurso!

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ANEXO 02 –RDA – REGISTRO DIÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO

Para imprimir

RDA – REGISTRO DIÁRIO DE AUTOPERCEPÇÃO

SITUAÇÃO
*Coloque data e hora para cada
situação

SINTOMAS

PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS

SENTIMENTOS E
EMOÇÕES

COMPORTAMENTO
AUTOMÁTICO

ALTERNATIVAS E
SOLUÇÕES

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ANEXO 03 – LISTA DE PASSATEMPOS

LISTA DE PASSATEMPOS

Lista de passatempos que abandonei devido a minha dependência.

Para imprimir
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.

Escolha até 3 deles para retomar durante essa semana:


1.
2.
3.

Ao final da semana reflita como foi o seu desempenho!

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ANEXO 04 – LEVANTAMENTO SEMANAL www.sossobriedade.com.br
DAS SITUAÇÕES DE RISCO

LEVANTAMENTO SEMANAL DE SITUAÇÕES DE RISCO

A ideia do Levantamento Semanal das Situações de Risco é fazer


um balanço semanal das situações que ocorreram diariamente, em
qual horário e quais foram as estratégias de enfrentamento
empregadas. Você deve anotar também, onde estava, com quem,
sentimentos e pensamentos que ocorreram diante das situações,
para poder obter informações importantes de seu comportamento e
atitudes, no sentido de sempre ajudá-lo na manutenção da
abstinência. Este levantamento pode ser uma versão de bolso
resumida do RDA – Registro Diário de Autopercepção.
Imprima e leve com você para onde for, e registre!

Para imprimir

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


Data: ___/___/___
Horário: ____:____

Situações de risco:

Sentimentos e emoções:

Pensamento:

Atitude/estratégia:

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ANEXO 04 – LEVANTAMENTO SEMANAL www.sossobriedade.com.br
DAS SITUAÇÕES DE RISCO

Para imprimir

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


Data: ___/___/___
Horário: ____:____

Situações de risco:

Sentimentos e emoções:

Pensamento:

Atitude/estratégia:

Para imprimir

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


Data: ___/___/___
Horário: ____:____

Situações de risco:

Sentimentos e emoções:

Pensamento:

Atitude/estratégia:

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ANEXO 05 – INVENTÁRIO DO www.sossobriedade.com.br
AUTOCONHECIMENTO

INVENTÁRIO DO AUTOCONHECIMENTO

O inventário do autoconhecimento tem como objetivo estimular o


dependente químico a olhar para aspectos de si mesmo, do
ambiente e da sua vida. Ele só conseguirá vencer as drogas se
conhecer mais de si mesmo, duas qualidade e defeitos, forças e
fraquezas e habilidades e limitações. Para imprimir

INVENTÁRIO DO AUTOCONHECIMENTO
Uma ou mais coisas que eu gostaria de mudar em mim é...

Quando sinto-me só eu normalmente...

Quando estou deprimido, costumo...

Tenho vergonha de...

Tenho medo de...

Me preocupo com...

Ao falar de meus problemas sinto-me...

Uma ou mais coisas em que eu sou bom...

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ANEXO 05 – INVENTÁRIO DO www.sossobriedade.com.br
AUTOCONHECIMENTO

Para imprimir

INVENTÁRIO DO AUTOCONHECIMENTO

Os amigos, familiares ou grupos que podem um ajudar são...

Eu perco a tranquilidade quando...

Sinto-me rejeitado toda vez que...

Fujo das minhas responsabilidades quando...

Descarrego meus problemas com o uso nas pessoas que...

Ao saber ou lembrar o que eu fiz no dia anterior eu...

Eu recorro ao uso de bebidas e/ou drogas toda vez que...

Por causa do uso minha aparência pessoal está...

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ANEXO 05 – INVENTÁRIO DO www.sossobriedade.com.br
AUTOCONHECIMENTO

Para imprimir

INVENTÁRIO DO AUTOCONHECIMENTO

Ao pensar na minha vida hoje, sinto...

Estou buscando mudar em mim, algumas coisas, tais como...

Quem pode me ajudar com a minha dependência são....

Sou feliz quando...

Meu maior desejo é...

Sei que posso me sentir bem comigo mesmo, desde que...

As ocasiões em que me sinto útil são...

Minha maior força é...

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ANEXO 06 – INVENTÁRIO DE HABILIDADES

INVENTÁRIO DE HABILIDADES

Sabemos que as pessoas tem características e habilidades


diferentes para lidar com as situações da vida. Algumas pessoas
aprenderam que, bebendo ou usando drogas, elas estão obtendo
algum alívio para os seus problemas e dificuldades. Entretanto, este
tipo de comportamento revela que a pessoa que usa algum tipo de
substância para lidar com as suas dificuldades, possui um repertório
de habilidades pouco desenvolvido. No momento em que o
dependente químico inicia o processo de recuperação, ele precisará
desenvolver um novo repertório de habilidades sociais que servirão
como um fator de proteção contra recaídas.

Assim, segue abaixo o inventário de habilidades para lidar e


enfrentar com sucesso as situações de risco, sem o uso de
substâncias psicoativas, respondendo da seguinte forma:

▪ Número 0 (zero) – Nenhuma habilidade para lidar com a


situação apresentada e que precisa aprender estratégias de
enfrentamento;
▪ Número 1 (um) – Alguma habilidade para lidar com a situação
apresentada, porém precisa melhorar as habilidades necessárias
para enfrentamento;
▪ Número 2 (dois) – Habilidade suficiente para lidar com a
situação apresentada. 119

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ANEXO 06 – INVENTÁRIO DE HABILIDADES

Assinale com (0) Nenhuma habilidade (1) Alguma habilidade (2) Habilidade suficiente
Se possui alguma habilidade, descreva. Para imprimir

LIDAR COM EMOÇÕES NEGATIVAS


SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Quando eu me sinto deprimido, triste, desanimado

Quando estou ansioso ou estressado

Quando sinto angústia sem razão aparente

Quando me sinto sozinho, isolado

Quando estou preocupado

LIDAR COM SITUAÇÕES DIFÍCEIS


SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Enfrentar compromissos ou reuniões socias

Enfrentar reuniões de trabalho

Falar em público

Falar com estranhos

Falar com chefe ou superior

LIDAR COM DIVERSÃO E PRAZER


SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Em comemorações, festas e baladas

Quando me sinto eufórico, alegre e excitado

Quando estou com amigos que estão usando drogas

Quando alguma coisa boa acontece

Quando recebo dinheiro

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ANEXO 06 – INVENTÁRIO DE HABILIDADES

Assinale com (0) Nenhuma habilidade (1) Alguma habilidade (2) Habilidade suficiente
Se possui alguma habilidade, descreva. Para imprimir

LIDAR COM PROBLEMAS FÍSICOS OU PSICOLÓGICOS


SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Lidar com insônia

Lidar com problemas sexuais

Lidar com dores físicas

Lidar com a própria doença

Lidar com doença ou morte na família

LIDAR COM HÁBITO DE USAR ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS


SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Quando termino o trabalho

Quando chego em casa, no fim do dia

Quando vejo bebidas alcoólicas e drogas por perto

Quando vejo pessoas bebendo e usando drogas

Quando os amigos me oferecem (ou pressionam


para eu beber ou usar outra droga

LIDAR COM O TRATAMENTO

SITUAÇÃO 0 1 2 HABILIDADE
Quando sinto que meu tratamento está indo muito
lento ou é mais difícil do que eu imaginava

Quando sinto que ainda falta muito caminho a


percorrer para minha recuperação

Quando estou com excesso de confiança na minha


recuperação

Quando penso que não vou ser capaz de obter


prazer de viver sem usar drogas (a vida fica muito
sem graça)
Quando sinto falta de metas e objetivos na vida
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AUTOR

Rodrigo Longo é formado em Administração de Empresas e


idealizador do blog SOS Sobriedade.
É conselheiro terapêutico formado pela Federação
Latinoamericana de Comunidades Terapêuticas (FLACT) e
possui diversos cursos em dependência química. Trabalhou
como coordenador interno na Comunidade Terapêutica Nova
Jornada por 5 anos, e atualmente realiza atendimento online
para dependentes químicos, produz conteúdos, reuniões e
estudos sobre dependência química nas mídias sociais e
realiza palestras, cursos e treinamentos de equipe.

É um incansável pesquisador sobre o assunto e sua paixão é


poder ajudar as pessoas a se libertarem das drogas!

Se você quiser saber mais informações sobre mim e o meu trabalho,


acesse o site www.sossobriedade.com.br

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REFERÊNCIAS

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. Os Doze Passos. Disponível em:


<http://www.alcoolicosanonimos.org.br/36-principios/os-doze-passos.html>.
Acesso em 30 dez. 2013.

CORRÊA, F.K.; MAXIMIANO, A.Z. Capacitação para comunidades terapêuticas


– Conhecer para cuidar melhor: Curso para líderes, voluntários, profissionais e
gestores de comunidades terapêuticas. Brasília: Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas, 2013.

DONOVAN, D.M.; MARLATT, G.A. Avaliação dos comportamentos


dependentes. Tradução: RIGHETTO. L.; Revisão científica: VIEIRA, D.L. São
Paulo: Roca, 2009.

GONÇALVES, F.C.L.; GONÇALVES, M.J.L.; GUARANY, M.A. Dificuldades para


abandonar as drogas: Uma comparação de relatos de egressos de sistemas de
tratamentos fechado e aberto. Belém: Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde da UNAMA , 1999.

KURLANDER, Pablo Andrés. Os Doze Passos na Comunidade Terapêutica.


Disponível em: <http://www.novajornada.org.br/estagio.html>.

LIMA, Débora Silva de. Alcoolismo no trabalho: Uma percepção sobre as


condições do servidor alcoolista. Brasília: Universidade de Brasília, 2009.

123

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MARQUES, Kátia Indira da Graça. Dificuldades na manutenção da abstinência
nos toxicodependentes em tratamento. Santiago: Campus Universitário da
Cidade da Praia, 2008. Disponível em:
<http://bdigital.unipiaget.cv:8080/jspui/bitstream/10964/98/1/Katia%20Marques.p
df>.

MILBY, J.B. A dependência de drogas e seu tratamento. São Paulo: Pioneira,


1988.

SCHULTZ Jr, A.W.; RIBEIRO, S.G.C. Modelos de Prevenção e Prevenção de


Recaídas. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013.

SKINNER, Burrhus Frederic. About behaviorism. New York: Alfred A. Knopf,


1974.

124

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