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PSICOLOGIA PUC PR
Profª Michaella Carla Laurindo

Fonte bibliográfica: História Social da Criança e da Família. Autor: Philippe Áries.

O SENTIMENTO DA INFÂNCIA

AS IDADES DA VIDA

A noção de infância:
A questão do nome e da idade:
Nos séculos XVI e XVII não havia a noção de infância como a conhecemos hoje.
As exigências atuais nos colocam que as crianças ao aprendem a falar já devem ser ensinadas de seus
nomes, nome de seus pais, onde moram, suas idades...
É preciso saber da idade pq ela indica a data do nascimento e está ligada a uma questão identificatória e
precisa, que não existe na savana Africana por exemplo, mas que nos é muito importante para indicar a
existência da pequena criança na escola, no pertencimento a uma turma X ou Y, de idades variados e
conhecimentos específicos, mensuráveis e classificáveis conforme a cronologia, nas fichas e cadastros,
lembradas a todo tempo, na possibilidade de um emprego, registrado na carteira de trabalho, em seu
número de inscrição... então, o sujeito terá um nome, uma idade, um sexo, dia, mês e ano de
nascimento (quem sabe hora e tudo mais), e todos os cidadãos terão seu numero de registro, uma
identidade que o decodifica na “vida civil”.
NA IDADE MÉDIA O NOME ERA IMPRECISO E COMPLEMENTADO POR UM SOBRENOME
QUE ESTAVA LIGADO AO LUGAR DE ORIGEM.
O nome pertence ao mundo da fantasia, enquanto o sobrenome pertence ao mundo da tradição.
A idade pertence ao mundo numérico, ao mundo da exatidão.
Nossa identidade está ligada a estes três mundos: fantasia, tradição e numérico.
Fantasia: tudo aquilo que as pessoas imaginam e desejam para este filho...
Tradição: seguimento dos passos, marcas, costumes, características de personalidade e físicas, sangue,
semelhança, reconhecimento, pertencimento, linhagem...
Exatidão: o mundo qualificável, classificável, enquadrável, rotulável, documentável...
Documentos são rigores da vida moderna que substituem os costumes.

A inscrição cronológica:
A importância pessoal da noção de identidade foi possível somente no século XVIII, com imposição da
inscrição do nascimento nos registros paroquiais (através de imposição já nos colégios do século XVI e
XVII, mas com rigor somente no século XVIII). Mesmo assim, nos séculos XVI e XVII sinais de
individualização, exatidão e autenticidade com a inscrição de idades, local e data de nascimentos dos
narradores e dos pintores em suas obras.
No século XVII aparece a necessidade de gravar as datas de nascimentos, mortes e atualidades como
uma marca do sentimento familiar que aparece em diários, cofres, baús e quadros pintados, camas,
talheres e copos de cerimônias como o representante de um álbum de fotografias familiares que registra
os fatos e as datas – momentos solenes da história familiar (Consistência histórica da família).
Em meados do século XVII as inscrições de datas foram consideradas ingênuas e provincianas e apesar
da importância que a idade adquiriu na epigrafia familiar no século XVI, ainda persistiram costumes
onde era difícil uma pessoa lembrar-se de sua própria idade.
- Falar da própria idade com reservas seria um sinal de boas maneiras,
- Não saber exatamente a idade dos filhos,
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Idades da vida na Idade Média:


Estudos pseudocientíficos sobre as idades: idades, idades da vida, idades do homem: infância e
puerilidade, juventude e adolescência, velhice e senilidade para designar períodos diferentes da vida,
mas acepções ainda puramente verbais.
E que foram adotadas para designar noções abstratas.
As ciências da Idade Média passam da fala erudita para a vida quotidiana, familiar, incorporadas aos
hábitos mentais, traduzindo as ciências naturais que estavam ligadas aos processos naturais e
sobrenaturais, Deus, e toda a causalidade verificável, porém sem possibilidades de alteração (a não ser
por milagres ou magias).
Se possível estabelecer a causa, não poderia mudar nada, pois não havia recursos.
O estudo numérico estava ligado à possibilidade de estabelecer correspondência entre os fatos
ocorridos.
Ainda imperava: Astronomia: estudo dos astros, planetas, horóscopo – signos do zodíaco, calendário e
a noção de temporalidade, simbolismo dos números, temperamentos...
As idades da vida também eram uma maneira de conceber algo do estudo da biologia. Os textos da
Idade Média trazem a questão, onde as idades correspondem aos planetas, em número de 7, assim
como as idades,
Isidoro, Constantino, Aristóteles.
Primeira infância:
Nascimento: enfant, infans, infante – (criança) aquele que não fala, ainda não tem dentes ordenados e
por isso não fala, e não fala muito bem...
Até os 7 anos: é o período onde se “planta os dentes”, estabelece a fala...
Segunda infância:
Dos 7 anos aos 14 anos: pueritia, “menina dos olhos”, idade do resguardo...
Terceira idade:
Inicia-se aos 14 e termina os 21 anos ou mais (28, 30 ou 35) - Adolescência – “a pessoa é bastante
grande para procriar, os membros são moles e aptos a crescer e a receber força e vigor do calor natural.
Aqui a pessoa cresce toda grandeza que lhe é devida pela natureza”.
Juventude:
Idade que dura até os 45-50 anos: onde a pessoa está na plenitude de suas forças para ajudar a si mesmo
e aos outros,
Senectude: entre a juventude e a velhice. Idade da gravidade, onde a pessoa é muito grave com os
costumes e maneiras (rigidez).
Velhice: dura até os 70 anos (ou até a morte). As pessoas já não têm os sentidos tão bons, caducam... a
última parte é a Senies, onde o sujeito escarra, tosse, sujando tudo...ate voltar a ser cinza...
ATENÇÃO PARA A NOÇÃO DE TEMPO E EXPECTATIVA DE VIDA-MORTE NA ÉPOCA,
EXPECTATIVAS E EXIGÊNCIAS SOCIAIS-CULTURAIS.
Alta mortalidade.
AS NOÇÕES ERAM VISTAS COMO CIENTíFICAS.

Século XIII
A criança pequena ate os 6 anos ainda não vale quase nada, não possui quase nenhum saber, mas deve
ser bem alimentada pois quem tem um bom começo terá um bom fim...
Depois, semear o bom trigo...
Aos 60 anos deve ser valoroso e semear para os jovens boas palavras como exemplo e dar esmolas...
Século VXIII – as idades não correspondiam somente as etapas biológicas, mas também as funções
sociais ocupadas...
A idade dos brinquedos,
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A idade da escola,
As idades do amor ou dos esportes da corte e da cavalaria,
As idades da guerra,
Idades sedentárias, dos homens da lei, da ciência ou do estudo,

Degraus das idades: delimitação da vida em etapas: começo, meio, fim, agregados aos modos de
atividades, tipos físicos, modas no vestir, funções. Do nascimento até a morte (um esqueleto com uma
foice).
Os velhos: ora apontados como importantes anciãos na era romântica, ora ridicularizados... 50 anos,
sem dentes, sofrente de gota, cambaleante!!! Muito velho... (antes do século 18 os velhos eram
considerados ridículos). No século 19 o ancião de cabelos prata, sabedoria, respeito, lugar ancestral de
destaque, sábios e prudentes conselhos, patriarca... noção que persistiu durante todo o século XIX, e da
qual ainda se conserva a idéia. Mas, nunca como idade privilegiada pois nossa cultura ocidental não
contempla a velhice.
O ancião na nossa época atual desapareceu moral e biologicamente. A idéia tecnológica de conservação
substituiu o ancião por pessoas muito bem conservadas, senhores de certa idade, terceira idade, melhor
idade...
Cada período histórico privilegia uma determinada idade.
A juventude no século XVII
A infância no século XIX
A adolescência do século XX
Qual a idade privilegiada hoje::::::::::
A noção do uso da palavra criança é importante.
O que é uma criança:::::::

A DESCOBERTA DA INFANCIA
Retrato de criança
A arte ate o século XI e XII não representava as crianças, e quando ocorria, eram vistas como adultos
em miniatura: sem a expressão, características, músculos da infância, apenas reproduzidos em tamanho
pequeno.
No século XIII aparecem mais retratadas, porém com as características de adultos em tamanho
pequeno.
Século XIV - Com ênfase ao clérigo e a retratação de anjos e querubins aparecem as figuras
arredondadas das crianças nas obras de arte.
A arte Italiana representada a maternidade da virgem Maria, menino Jesus em seus braços e cenas
familiares.
Primeiro na iconografia religiosa e depois em cenas quotidianas, retratos da infância.
Séculos XV e XVI – sentimento de infância anedótica, pitoresca e engraçadinha, as obras retratam a
criança no meio dos adultos.
Somente no século XVI a criança aparece no desenho dos túmulos (dos professores).
Século XVII - Morriam muitas crianças, e muitas nasciam... não era necessário apegar-se a elas, pois a
perda era mesmo eventual. “Fazia-se muitas, para conservar algumas”.
A CRIANÇA ERA INSIGNIFICANTE
Não entrava na vida até sair da infância...
Crianças recém-nascidas eram abandonadas... sociedades Romanas ou Chinesas.
Não tinham alma imortal ate o batismo (por isso eram enterradas no jardim, quintal)
As crianças mortas eram esquecidas...
Sentimento de importância para a infância é muito parecido com o sentimento moderno que se tem com
os animais.
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As pessoas se divertiam com as crianças (assim como se divertiam com os macacos).
- Retrato das crianças mortas (agora não mais vistas como perdas inevitáveis ou insignificantes), era
possível preservar os traços na memória. Marco importante no campo dos sentimentos (Século XVI), as
crianças são pintadas em torno dos mortos (seus pais), e as que já morreram aparecem com uma cruz
ou uma caveira nas mãos.
- No século XVIII a idéia de desperdício necessário desaparece com as práticas contraceptivas.
No século XVII – as crianças aparecem numerosamente nos retratos-pinturas, e em cenas que tentam
captar a cena infantil.
Cristianização dos costumes: a alma imortal da criança.
PUTTO – Putti na Itália. No final do século XVI – a criança é retratada nua, de maneira que guarda
pudores. Cena mais realística.
Foi portanto no século XVII que os retratos de crianças sozinhas se tornaram mais números e os
retratos familiares tinham crianças no centro.
A descoberta da infância foi no século XIII, mas a evolução está no século XVI e XVII.
Ainda, surge aí a preocupação com os termos usados pelas crianças toutou (au-au), bonbon (originário
do som das armas) e outras onomatopéias...
Descobre-se a fala, o corpo, os hábitos da criança, ou da primeira infância.

O TRAJE DAS CRIANÇAS


As crianças eram vestidas com cueiros e quando se desfaziam deles usavam as roupas destinadas aos
adultos sem nenhuma diferenciação. A diferenciação possível estava na hierarquia e classe social que a
família ocupava e não na idade da criança.
Século XVII a nobre ou burguesa criança era vestida de uma maneira diferente.
Aos 10 anos aproximadamente o menino era vestido como um adulto, mas para idades menores havia
uma espécie de camisola-vestido, uma túnica com botões na frente. Cabe ressaltar que no século XVI
os meninos pequenos eram vestidos como as meninas: saia, vestido e avental, e as meninas eram
vestidas como as mulheres adultas, pois para elas ainda não havia diferenciação.
Havia tiras nas roupas para facilitar o adulto a ensinar a criança a andar.
No final do século XVI estava decidido que a criança deveria vestir-se de forma muito particular, vista
como uma entidade separada.
As roupas eram extremamente valorizadas e destacavam a classe social e os valores gastos com vestes
eram enormes, pois roupas eram muito caras.

OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS
Século XVIII
A criança Luis XIII não ia à escola mas foi educado como as outras crianças da época:
- Aulas de manejo com armas e equitação,
- Os brinquedos habituais eram o cata-vento, o cavalo de pau e o pião,
- Canto, música (violino e tambor) e dança eram incentivados desde muito cedo,
- Jogos de malha (como críquete ou golfe na atualidade),
- Quando não se comportava bem era surrado,
- Ganhava bonecas,
- Ainda dorme num berço, mas gosta da companhia dos soldados (as vezes conduz pequenas ações
militares),
- Conhece noções de religião aos 2 anos e meio e nessa mesma idade é conduzido à sua própria cama
(com enorme alegria),
- Ganha bolas no natal e alguns dos brinquedos servem tanto aos adultos quanto às crianças,
- Aos 3 anos e cinco meses começa a aprender a ler e aos 4 anos a escrever,
- Aos 6 anos ainda brinca com bonecas e miniaturas de madeira,
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- As amas contavam histórias e tinham a preocupação em dizer que eram fábulas e não histórias reais
(preservação da criança), mas, ao mesmo tempo eram as mesmas histórias contadas aos adultos nas
reuniões noturnas,
- com 5 anos praticava o arco, jogava cartas, xadrez e participava dos jogos dos adultos (raquetes e
jogos de salão),
- Assistia à lutas de pessoas e animais (cães, ursos e touros), e também corridas de bichos,
- Aos 7 anos deve abandonar as brincadeiras e os brinquedos da infância e é entregue aos cuidados dos
homens para aprender de fato a atirar, cavalgar e caçar. Joga jogos de azar. Era a época de entrar na
escola e trabalhar,
- Mas é contraditório pois ainda brinca até os 13 anos de esconder e outras diversões próprias da
infância,
- O pássaro parecia ter sido um dos brinquedos mais comuns,
- Os brinquedos não pareciam ser exclusivamente infantis (eram presentes dados às mulheres e
crianças, como os fantoches),
- As crianças participavam ativamente das festas (de Reis e outras), e tinham papéis determinados
como sortear o pedaço de bolo ou “ler a sorte”, havia encenação com fantasias e a festa durante até de
manhã, a criança levava a vela dos reis,
- Nos séculos XVII e XVIII a elite educadora, moralmente mais rígida, aponta a proibição dos jogos
maus para as crianças, separando e recomendando os jogos considerados bons,
- Os jogos de azar (que envolviam dinheiro) foram considerados como perigosos e possuem uma carga
moral importante. É necessário romper com os devassos,
- Vários autores da época se colocaram a defender os jogos de azar com inúmeras noções teóricas e
filosóficas,

A QUESTÃO DO DESPUDOR
- Não existia pudor quanto a nudez ou assuntos sexuais diante da criança,
- As crianças eram manipuladas pelas amas sem nenhuma reserva ou culpa,
- As crianças mostravam as partes genitais para os visitantes sem vergonha alguma da situação, e os
visitantes riam diante do ato, ou participavam de alguma forma disso,
- Com pouco mais de um ano de idade o casamento de Luis XIII é decido e ele aponta o pênis como
sendo o “benzinho da infanta”,
- Os adultos faziam brincadeiras tocando os mamilos e o pênis das crianças e o pequeno Luis só se
esquivou de tal brincadeira quando a ama o alertou sobre a possibilidade de um adulto cortar-lhe fora o
pênis,
- Mesmo assim, as ereções eram mostradas a todos e os comentários não eram punidos, as partes
intimas dos criados e dos pais tb estavam sempre às ordens do pequeno,
- Aos 7 anos era preciso ensinar modos e linguagem decente ao menino, com a reforma dos costumes
(reforma religiosa e moral do século XVII),
- Aos 14 estava casado e sua noite de núpcias é descrita no livro, os meninos passam depois da
reforma, a se casarem mais tarde, e as meninas continuam se casando por volta dos 13 anos de idade.

OS DOIS SENTIMENTOS DA INFANCIA


A constatação dos sentimentos da infância versam sobre duas importantes existências:
- a paparicação,
- a irritação com a paparicação
A constatação é a consciência da particularidade infantil, que distingue a criança do adulto.
A criança muito pequena e muito frágil “não contava”, a alma dela ainda não movimentava o corpo.
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O que ocorria não era um desprezo para a criança e sim uma não diferenciação, quando havia a
preocupação ela não era expressa. A mudança também está na questão da expressão.
Ocorre que tal expressão se torna exagerada e ganha criticas (as crianças começam a conviver com os
adultos de forma expressiva e serem o centro das atenções, e serem muito mimadas, sem educação). Os
chamados rabugentos estavam contrariados. Mas surge tb uma nova idéia: a de separação.
Separar o mundo da criança e o mundo dos adultos (as crianças deveriam ser ensinadas sobre limpeza e
outros hábitos de educação).
Não era bom que as crianças se misturassem aos adultos.
A paparicação não era só na nobreza mas em todas as camadas “as crianças só fazem o que querem,
sem que os pais se importem (não por negligencia, mas por permissão), chegando a serem
idolatradas”...
Começa a surgir o interesse psicológico (sempre conectado à preocupação moral) de organizar as
vivências e as situações que envolviam a criança. Era preciso transformar a frágil criança em um futuro
homem cristão, honrado e honesto.
Era preciso tratar a criança com doçura e razão.
O primeiro sentimento da infância surge no seio família e corresponde à paparicação, e o segundo,
surge do meio externo (homens da lei, eclesiástico, moralistas) que se preocupavam com a disciplina e
a racionalidade dos costumes.
A VIDA ESCOLASTICA
Não havia divisão por idades nas salas de aula.
As salas de aula (auditórios) eram alugadas pelos mestres, forradas com palha, (os bancos somente em
século XIV) e nelas concentravam-se os alunos (cerca de até 200 alunos), das diversas idades (de 06 a
20 anos), sem distinção.
O que importava era a matéria e não a idade, ou o aluno.
Internato: Havia também os que viviam em pensões (na casa do próprio mestre, padre ou cônego)
através de um contrato de aprendizagem.
Os alunos se adaptavam aos mestres.
A transição para classes separadas ocorreu no século XV-XVI, mas não exatamente de forma regular,
pois ainda por muito tempo as classes ficaram mistas em relação às idades. A precocidade estava ligada
ao sucesso, e depois a repugnância pela precocidade muda o tempo da infância.
- a noção de primeira infância se alargou, ficou mais longa (dos 6-7 anos) para os 9-10 anos, e por isso
esperavam mais tempo para colocar a criança na escola (ela era frágil, imbecil e sem capacidade!!!),
mas isso muda radicalmente a preocupação em separar as crianças e verificar os conteúdos
pedagógicos,
- século XIX correspondência entre a idade e a classe: classes mais homogêneas, menos numerosas,
regularização do ciclo anual, com uma pedagogia nova e a obrigação de uma seqüência completa de
classes.

A IDEIA DE HUMILHAÇÃO: Sempre que as crianças estivessem sob a guarda dos mestres, estes
eram responsáveis pela salvação inclusive moral das almas. O sistema disciplinar ficava cada vez mais
rigoroso.
- Vigilância constante,
- Delação erigida em principio governo e em instituição,
- Aplicação ampla de castigos corporais,
Tal idéia também foi descartada e substituída pela noção de que a criança não deveria ser humilhada e
sim formada em etapas graduais (nova concepção de educação).
No século XVII houve a separação das crianças em classes e depois no século XVIII a separação dos
pobres e dos ricos.
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A classe escolar em determinada época do século XVI foi confundida com a classe de vagabundos e
foras da lei, e tornava-se uma afronta. Mas, tal mentalidade foi abandonada.

As mulheres sempre estiveram excluídas. Nem a infância, nem a precocidade, nem a questão militar
fazia parte do mundo feminino a principio.
As mulheres eram treinadas para as atividades domésticas, o comando da casa e das camareiras e amas.
Os meninos iam para as escolas e as meninas eram treinadas pelas mães. Mesmo quando iam aos
conventos as meninas não eram exatamente alfabetizadas e educadas, e sim apenas, ensinadas das
questões religiosas. Quando sabiam ler e escrever, era pelo ensino vindo (precariamente) de suas mães.
No final do século XVII é que surge a preocupação em escolarizar as meninas.

A FAMILIA
AS IMAGENS DA FAMILIA
A questão do oficio – tradição, aprendizagem, bem de família, clientes e amigos dentro das casas,
As estações do ano – para organizar as etapas da vida,
A rua, os jogos, a participação na comunidade, a vida pública
A vida privada e a família – A casa,
A criança

DA FAMILIA MEDIEVAL À FAMILIA MODERNA


O modelo comum era o da aprendizagem e não o da escola.
Ingleses: Existia um costume de enviar aos 7 anos de idade as crianças para serem aprendizes em casas
de outras pessoas, e receber em suas casas crianças de outras famílias. As crianças faziam os serviços
domésticos e todos os afazeres pesados da casa. Eram aprendizes para serem ensinadas das boas
maneiras.
O conto da cinderela.
Depois que surgiram as escolas, as crianças iam para as escolas e não se separavam mais por tantos
anos dos pais (exceto nas pensões).
A distinção de preferências por um ou outro filho era explicita.
Havia o beneficio para o primogênito.
Os quartos possuíam muitas camas, e não havia a possibilidade de muitas paredes (ou não era usual
construí-las) e a questão da privacidade não era resguardada.
Os criados não se separavam dos senhores e participavam das conversas com naturalidade.
As crianças dos criados brincavam com as dos senhores.
Depois, a postulação de zonas de intimidade física e moral foram delimitadas.
FAMILIA E SOCIABILIDADE
A vida era vivida público,
Cerimônias tradicionais públicas,
Visitas aos recém-casados,
Tudo e todos misturados (crianças e adultos, criados e senhores, público e privado),
Valor primordial a vida pública - social,
Existência densa e coletiva.

Hoje:
Espaços privados, reservados, exclusão para os não-familiares, estabelecimento de um tipo ideal,
Convencional, padronizado, reclusão, intimidade resguardo, solidão, valor à família, sociedade
fechada, setor privado.

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