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CG – 2.1 ÍNDICES DE RETORNO

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Sumário
2.1 Índices de Retorno ..........................................................................................................................2
Outros Indicadores............................................................................................................................2
Índices de Endividamento .................................................................................................................4
Índices de Liquidez ............................................................................................................................7
Índices de Rotação ............................................................................................................................8
Índice de Rentabilidade ..................................................................................................................11
ROA e ROC.......................................................................................................................................12
Referências bibliográficas ...................................................................................................................13

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2.1 Índices de Retorno


Outros Indicadores

1. Giro do Ativo – GA
Este indicador mostra quanto a empresa vendeu para cada real investido do total, ou seja, quantas
vezes o ativo girou com o efeito das vendas quanto maior o giro do ativo melhor será para a empresa,
pois mede o volume de vendas da empresa em relação ao capital total investido. O giro do ativo
serve para mostrar a eficiência com que a empresa utiliza seus ativos, com o objetivo de gerar reais
de vendas.
O Giro do Ativo é dado por:

𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 (𝑜𝑢 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎)


𝐺𝐴 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜

2. Retorno sobre as Vendas – RSV


Também chamado de Margem Líquida mostra percentualmente em quanto corresponde o lucro
líquido do exercício em relação às vendas líquidas. Quanto maior o RSV, melhor.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑆𝑉 = × 100
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 (𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎)

3. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL) ou ROE


A taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido, também chamada de Rentabilidade do Capital Próprio
quantifica percentualmente o retorno conseguido sobre o investimento realizado pelos empresários
proprietários e os acionistas da empresa.
É uma medida de eficiência de como a empresa aplica o capital do acionista.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido engloba três “alavancas” a disposição da administração para
acelerar ou desacelerar uma empresa: a lucratividade; a administração de ativos; e a alavancagem
financeira. Entendendo o Retorno sobre o Patrimônio Líquido como uma composição dessas três
alavancas a disposição da administração, os investidores poderão ter uma boa ideia do tipo de
Retorno sobre o Patrimônio Líquido que poderão esperar, e da capacidade administrativa da
empresa.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido é calculado dividindo-se o lucro obtido naquele ano pelo
Patrimônio Líquido Médio do mesmo ano. O Lucro vem do Demonstrativo de Resultados e o
Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial, que estão disponíveis gratuitamente no site da CVM.
(existem outras variações como, por exemplo, utilizar o Patrimônio Líquido do ano anterior, ou o

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Lucro médio dos últimos cinco anos. Os lucros podem também ser anualizados. Uma forma de
estimá-los é somar os quatro últimos resultados trimestrais disponíveis. Os investidores devem ter
cuidado para não anualizar resultados de um negócio sazonal onde todos os resultados estão
concentrados em um ou dois trimestres).
Patrimônio Líquido é a diferença entre Ativos e Passivos existentes no Balanço Patrimonial.
Assumimos que esses ativos (sem os passivos correspondentes) são função direta do capital que o
acionista colocou no negócio originalmente, assim que ele foi criado. Logo, o Patrimônio Líquido é
uma convenção contábil que representam os ativos que foram gerados pelo próprio negócio.
A forma mais comum de encontrarmos o Patrimônio Líquido é na forma de valor patrimonial por
ação. Valor patrimonial por ação é o Patrimônio Líquido total dividido pelo número de ações
existentes. Um valor contábil do negócio que não leva em consideração seu valor econômico
intrínseco nem seu valor de mercado. Um negócio que cria bastante Patrimônio Líquido é um bom
negócio porquê os investidores que criaram o empreendimento poderão ser recompensados pelos
resultados auferidos pelas operações do negócio. Um negócio que possui alto Retorno sobre o
Patrimônio Líquido é um negócio que paga condignamente os seus acionistas, criando ativos
substanciais para cada real investido. Esses negócios são autossustentáveis, pois não necessitam de
empréstimos ou investimentos adicionais em Patrimônio para continuar funcionando.
Uma das maneiras mais fáceis de verificar se uma companhia é criadora de ativos ou consumidora
de caixa, é olhar para o Retorno sobre o Patrimônio Líquido que ela gera. Comparando os lucros
gerados com o Patrimônio Líquido é possível verificar quanto de lucro ela produz em cima dos ativos
existentes. Se o retorno de uma firma é de 20% então, ela gera 20 centavos de novos ativos para
cada Real investido originalmente. Como reinvestimentos na firma aumentam os Ativos no Balanço
Patrimonial, se aumentarmos os investimentos em uma firma, estaremos aumentando seus ativos
e, para ela manter ou aumentar o ROE, ela terá que aumentar também os lucros.
A taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido é calculada:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑆𝑃𝐿 = × 100
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜

Pela fórmula Du Pont Modificada:

𝐿𝐿 𝐿𝐿 𝑉 𝐴𝑇
𝑅𝑆𝑃𝐿 = = × ×
𝑃𝐿 𝑉 𝐴𝑇 𝑃𝐿
𝐿𝐿
𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑉
𝑉 𝐴𝑇
= 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠; é 𝑜 𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜; é 𝑎 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎
𝐴𝑇 𝑃𝐿

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Como as Vendas e Ativos estão tanto no numerador como no denominador da equação, eles se
cancelam. Quando nós quebramos essa equação dessa forma, surgem os três componentes do
Retorno sobre o Patrimônio Líquido: Lucros / Vendas é chamado de margem Líquida; Vendas / Ativos
de Giro de Ativos; e Ativos / Patrimônio Líquido de alavancagem financeira.

4. Retorno sobre o ativo – RSA – ou Return on Assets – ROA

O ROA é um indicador que calcula a capacidade de uma empresa e/ou negócio gerar lucro a partir
dos seus ativos. Com esse indicador, investidores e analistas podem avaliar o quanto um negócio
pode retornar aos acionistas, além da eficiência dos seus gestores. O ROA é um indicador de
rentabilidade, ou seja, ele mede se a empresa está ganhando ou perdendo dinheiro em cima dos
ativos, que podem ser estoque, máquinas, equipamentos, imóveis, investimentos, duplicatas a
receber, entre outros. Logo, quanto maior o ROA, melhor.
𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠(1 − 𝐼𝑅)
𝑅𝑂𝐴 = × 100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜

Índices de Endividamento

1. Participação de capital de terceiros


Indica qual a “dependência” dos negócios em relação a recursos de terceiros (bancos, fornecedores,
recursos trabalhistas e tributários).
Uma participação próxima a 1 denota insolvência e extrema dependência de terceiros. O ideal é que
esta participação seja igual ou inferior a 0,6.
A PCT é dada por:

𝑃𝐶 + 𝐸𝐿𝑃
𝑃𝐶𝑇 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Alternativamente

𝑃𝐶 + 𝐸𝐿𝑃
𝑃𝐶𝑇 =
𝑃𝐿

Em que 𝑃𝐶 é o passivo circulante; 𝐸𝐿𝑃 é o exigível de longo prazo; 𝑃𝐿 é o patrimônio líquido.


A interpretação do índice de PCT isoladamente, para o analista financeiro, cujo objetivo é avaliar o
risco da empresa, é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores.

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Para a empresa pode ocorrer que o endividamento lhe permita melhor ganho, porém, associado ao
maior ganho estará um maior risco.
O índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto as duas grandes fontes de
recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de risco ou
de dependência a terceiros, por parte da empresa. Também pode ser chamado índice de Grau de
Endividamento.
Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais de Terceiros/Patrimônio
Líquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esse
terceiros.
Do ponto de vista da obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais
de Terceiros, se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro conseguido com a sua
aplicação nos negócios.
Portanto, sempre que se aborda o índice de Participação de Capitais de Terceiros, está-se fazendo
análise exclusivamente do ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência e não em relação
ao lucro ou prejuízo.
A falência, entretanto, nunca se deve exclusivamente ao endividamento. Há invariavelmente um
quadro de má administração, desorganização, projetos fracassados – a isso tudo soma-se o excessivo
endividamento.

2. Composição do Endividamento (CE)


Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a Curto Prazo, isto é, as Obrigações a Curto
Prazo comparadas com as obrigações totais.

𝑃𝐶
𝐶𝐸 = × 100
𝑃𝐶 + 𝐸𝐿𝑃

A interpretação do índice de CE é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os


demais fatores. A razão é que quanto mais dívidas para pagar a Curto Prazo, maior será a pressão
para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos.

3. Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)


O índice de imobilização do PL indica quanto do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no
Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu
Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de
terceiros para manutenção dos negócios.

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𝐴𝑃
𝐼𝑃𝐿 = × 100
𝑃𝐿

Onde 𝐴𝑃 é o ativo permanente; 𝑃𝐿 é o Patrimônio Líquido.


A interpretação do índice de IPL é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os
demais fatores. As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são exclusivas do Ativo
Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos
recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em consequência, maior será a dependência a
Capitais de Terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. O ideal em termos financeiros é a
empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma
parcela suficiente para financiar o Ativo Circulante.

4. Imobilização dos Recursos Não Corrente (IRNC)


Este índice indica que percentuais de Recursos Não Correntes a empresa aplicou no Ativo
Permanente.
𝐴𝑃
𝐼𝑅𝑁𝐶 = × 100
𝑃𝐿 + 𝐸𝐿𝑃

A interpretação do índice é no sentido de que “quanto menor, melhor”.

5. Endividamento Financeiro Sobre Ativo Total (EFSAT)


Esse índice indica a participação do Passivo Financeiro (PF) no financiamento do Ativo da empresa,
mostrando a dependência da empresa junto a instituições financeiras. O Ativo Total representa a
totalidade dos recursos aplicados na empresa, enquanto a dívida financeira representa os recursos
provenientes de bancos ou outras fontes financeiras.

𝐷𝐷 + 𝐼𝐹 + 𝑇𝐿𝑃 + 𝑂𝑁𝐶 + 𝐸𝐿𝑃


𝐸𝐹𝑆𝐴𝑇 = × 100
𝐴𝑇

Em que 𝐷𝐷 se refere às duplicatas descontadas; 𝑇𝐿𝑃 às transferências de Longo Prazo; 𝐼𝐹 às


Instituições Financeiras; 𝑂𝑁𝐶 a Outros não Cíclicos, como dividendos, IR, entre outros; 𝐸𝐿𝑃 o
exigível a Longo Prazo; e 𝐴𝑇 o ativo total.
A interpretação desse índice é no sentido de que “quanto maior, pior”, que significa que quanto
menos a empresa depender de recursos remunerados para financiar seu Ativo, melhor será a
qualidade de sua estrutura de Capitais.

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O DD, é o Nível de Desconto de Duplicatas, que indica o percentual de duplicatas descontadas em


relação ao total de duplicatas a receber. Sua formulação é dada por:

𝐷𝐷
𝑁𝐷𝐷 = × 100
𝐷𝑅

Índices de Liquidez

1. Liquidez Geral – LG
Este índice leva em consideração a situação a longo prazo da empresa, incluindo no cálculo os
direitos e obrigações a longo prazo. Estes valores também são obtidos no balanço patrimonial.
Sua formulação é dada por:

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜


𝐿𝐺 =
𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

2. Liquidez Corrente – LC
Tem por função medir a capacidade da empresa de cumprir com suas obrigações no curto prazo.
Normalmente, na gestão financeira, é ele que serve de referência para a maioria dos pagamentos,
representando a saúde do caixa.
Seu cálculo é feito pela divisão dos ativos circulantes da empresa (aqueles de curto prazo – menores
que um ano), pelo passivo circulante (empréstimos, alguns impostos, fornecedores). Para obter
precisão nesses valores é importante que o balanço da empresa seja feito periodicamente.
Por se tratar de um indicador extremamente importante para qualquer companhia, é interessante
que o valor de seu cálculo seja superior a 1. Dessa forma, o gestor saberá que a organização estará
preparada para a cumprir com a maioria dos seus compromissos com terceiros.

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐿𝐶 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

3. Liquidez Seca – LS
Tem função similar ao de liquidez corrente, com a diferença de que o estoque não é computado no
cálculo do ativo circulante. Isso ocorre devido ao fato de o estoque representar um ativo que, às
vezes, pode não estar atrelado diretamente ao patrimônio.
Ou seja, a liquidez seca vai informar ao gestor o valor real da liquidez do ativo circulante, mesmo que
nada no estoque seja vendido ou utilizado. Normalmente, o valor desse indicador fica bem próximo
ao da liquidez corrente, porém sempre menor ou igual.

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Seu cálculo é feito utilizando a formula conhecida da liquidez corrente. Neste caso, no entanto,
retiramos o estoque do ativo circulante e completamos o cálculo dividindo o valor resultante pelo
passivo circulante descrito no balanço patrimonial da organização.

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒


𝐿𝑆 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

4. Liquidez Imediata – LI
Representa todos os valores da empresa que estejam imediatamente à disposição dos gestores,
como: o caixa da empresa, conta corrente, investimentos de curto prazo, entre outros.
Geralmente, a liquidez imediata da empresa está atrelada à sua capacidade de lidar com emergências
financeiras. Desse modo, um alto grau de liquidez imediata, proporciona à empresa uma boa vazão
para lidar com as incertezas do mercado de forma ágil.
Sua capacidade de pagamento imediata acaba por excluir do seu cálculo fatores como estoque e as
contas a receber, sobrando apenas os valores disponíveis.

𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝐿𝐼 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

Índices de Rotação

Os índices de Rotação têm por objetivo fornecer informações ao analista sobre o tempo necessário
(giro) para a renovação de determinados elementos patrimoniais, como estoques, fornecedores e
contas a receber.
A análise dos prazos médios constitui em um dos aspectos mais importantes e interessantes a serem
observados na análise financeira de Balanços das empresas.
Estes índices, importantíssimos, representam a velocidade com que elementos patrimoniais de
relevo se renovam durante determinado período de tempo, seus resultados são normalmente
expressos em dias, meses ou períodos maiores, fracionários de um ano. Além disso, têm grande
contribuição na interpretação da liquidez e da rentabilidade da empresa.
Através dos dados das demonstrações financeiras, podem ser calculados quantos dias, em média, a
empresa terá que esperara para receber suas duplicatas (provenientes das vendas a prazo); quantos
dias seus estoques ficam estocados e quanto tempo demora para pagar seus fornecedores
(proveniente de compras a prazo).
Na determinação dos índices de Rotação, o analista deve dispor de informações que nem sempre
estão contidas nas Demonstrações Financeiras. É o caso dos saldos mensais dos estoques, das vendas
a prazo e das compras a prazo. Porém, quando estes elementos não estão disponíveis, utiliza-se,

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como saldo médio, a média aritmética entre o saldo inicial e o saldo final da respectiva conta no
período. Em questões de concurso, quando aplicável, tais informações devem constar do enunciado
ou devem ser passíveis de apuração, por parte do candidato, a partir do enunciado.
A concepção dos índices de giro parte da ideia que a empresa investe em sua atividade o próprio
valor auferido com ela. Assim, a venda gera recursos para aquisição de bens e esses bens são
realizados (sacrificados, patrimonialmente, pela empresa) no intuito de auferir mais receitas de
vendas.

1. Giro do Estoque – GE

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠


𝐺𝐸 =
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜

Este índice consiste na relação existente entre o custo das mercadorias ou dos produtos vendidos e
o valor médio dos estoques do período. O índice indica a quantidade de vezes que o estoque é
vendido e reposto novamente no período analisado.
Este índice expressa quanto dias, em média os produtos ficam armazenados na empresa antes de
serem vendidos, ou seja, quanto tempo o estoque demora para se renovar.
Este índice consiste na relação existente entre o custo das mercadorias ou dos produtos vendidos e
o valor médio dos estoques do período. O índice indica a quantidade de vezes que o estoque é
vendido e reposto novamente no período analisado.

2. Prazo Médio de Rotação dos Estoques – PMRE


Reflete quantos dias a empresa demora para girar seus estoques. Logo, quanto maior, pior.

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜
𝑃𝑀𝑅𝐸 = × 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠

3. Prazo Médio de Recebimento de Vendas – PMRV


É o cálculo que indica o tempo médio que uma empresa leva para receber de seus clientes aquilo
que vende a eles.
Um PMR muito longo faz com que a empresa aumente o risco de cair em financiamento bancário e
aumenta também o risco de aumentar a taxa de inadimplência já que de certa forma começa a atuar
como uma espécie de banco para seus clientes pois aumenta a necessidade de fluxo de caixa para
operar dentro de seus ciclos.
Seu cálculo é dado por:

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𝐷𝑅𝑚
𝑃𝑀𝑅𝑉 = × 𝐷𝑃
𝑉𝐿 + 𝐼𝑀𝑃

Em que 𝐷𝑅𝑚 constitui as duplicatas a receber médias; 𝑉𝐿 as vendas líquidas; 𝐼𝑀𝑃 os impostos
incidentes sobre vendas; e 𝐷𝑃 os dias do período.

4. Prazo médio de pagamento das compras (PMPC)


Indica quantos dias a empresa tem para pagar seus fornecedores.

𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜𝑠
𝑃𝑀𝑃𝐶 = × 𝐷𝑃
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠

5. Ciclo Financeiro
Aponta quantos dias a empresa financia suas atividades, sendo constituído por:
𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 – 𝑃𝑀𝑃𝐶
Quanto maior, pior.

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Índice de Rentabilidade

1. Margem bruta
É quanto se ganha com a venda de um produto ou serviço depois de diminuir as despesas para
produzi-lo. Indica o lucro bruto em relação a receita operacional líquida:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜
𝑀𝐵 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

2. Margem Líquida
A Margem Líquida mostra o quanto sua empresa lucra de verdade para cada real que entra como
receita no caixa da sua empresa. Isso significa que é necessário diminuir todas as despesas envolvidas
na produção. O que sobrar será, portanto, a margem líquida ou o lucro líquido.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝐿 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

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ROA e ROC

Return On Assets (ROA) ou retorno sobre os ativos, é um indicador financeiro que demonstra a
capacidade dos ativos da empresa em gerar resultados, sendo expresso em porcentagem. A partir
do ROA pode-se transmitir uma noção do quanto à empresa consegue fazer aquilo que ela possui,
permiti fazer comparações empresas do mesmo setor a eficiência no uso do capital investido e
também dá uma ideia da intensidade de capital de cada indústria.
Sua formulação é dada por:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐴 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑜

Já o ROC, Retorno sobre o Capital, ou ROIC, é dado por:

𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇
𝑅𝑂𝐶 =
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜

Em que NOPAT = resultado líquido – dividendos. O NOPAT é um indicador que, na teoria, mede o
valor que poderia ser distribuído aos acionistas caso a organização não tivesse dívidas. Trata-se da
receita operacional da empresa menos os impostos hipotéticos sobre a mesma. O NOPAT é líquido
de imposto de renda. Para calcular o ROIC devemos retirar os impostos, afinal, o efeito deles foi
considerado no cálculo do custo de capital (WACC ou CMPC).
Valor Contábil do Capital Investido: para calcular o ROIC utilizamos o valor contábil da dívida e do
capital próprio. A explicação é simples: para calcular o ROIC temos que buscar o retorno sobre o
capital investido em ativos já existentes. Fazendo isso estamos assumindo que o valor contábil da
dívida e do capital próprio englobará o investimento.
Muito similar ao ROE. A diferença é que enquanto o segundo está relacionado apenas ao Retorno
sobre o Capital Próprio, o ROIC é o retorno sobre o capital total investido, isto é, o capital próprio
somado ao capital de terceiros.
O ROIC é um método muito utilizado para determinar o desempenho financeiro de uma empresa,
sendo inclusive considerado como a fonte mais confiável para tal fim.

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Referências bibliográficas

Assaf Neto. Mercado Financeiro (2012)


Bodie, Kane, Marcus. Investimentos (2014);
Bruni, Famá. Gestão de Custos e Formação de Preços (2014);
Damodaran, A.. A Face Oculta Da Avaliacao (2001);
Damodaran, A.. Avaliação de Empresas (2007);
Debastiani, Carlos Alberto. Russo, Felipe Augusto. Avaliando empresas, investindo em ações: a
aplicação prática da análise fundamentalista na avaliação de empresas (2018);
Ehrhardt,Michael C.Brigham,Eugene F.. Administração Financeira (2012);
Marion, José Carlos. Contabilidade Empresarial (2015);
Ross, S. A.; Westerfield, R. W.; Jaffe, J. F, Administração Financeira (2012);
Vieira, Marcos Villela. Administração Estratégica do Capital de Giro (2014).

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