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CURITIBA
2019
JANYNE LUIZA BINDI NASCIMENTO
CURITIBA
2019
UNIVERSIDADE POSITIVO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Ana Paula França Carneiro da Silva (Orientador)
Universidade Positivo - Curitiba
_____________________________________
Gabrielle Da Fonseca Hartmann Grimm (Relator)
Universidade Positivo - Curitiba
_____________________________________
Michelle Aguiar (Convidado Técnico)
Universidade Positivo - Curitiba
Hoje em dia, conceitos como representatividade estão mais presentes nas produções
da indústria do entretenimento, como por exemplo no cinema, na literatura e,
especialmente, nas histórias em quadrinhos. A representatividade é a qualidade que
nos faz sentirmos contemplados, como parte de um grupo, como indivíduo ou devido
a um comportamento. Este sentimento está ligado com a autoestima, de forma que,
quando um personagem semelhante a nós realiza grandes feitos, nos sentimos bem.
Porém, quando ocorre a representação depreciativa de um grupo, os indivíduos
representados questionam sua participação no mesmo, justamente por ele está sendo
retratado de forma inferior. O objetivo deste projeto é trabalhar estes conceitos durante
a criação de uma nova adaptação em quadrinhos do livro clássico Volta ao mundo em
80 dias, do famoso escritor francês Júlio Verne, valorizando as diferentes etnias,
diversidade de corpos e cenários culturais dos países retratados pelo autor. O livro foi
dividido em três volumes, que narram a história de Phileas Fogg e seus amigos que,
depois de uma aposta inesperada, partem em uma incrível viagem ao redor do mundo,
desbravando os cinco continentes em apenas 80 dias. Para enfatizar a
representatividade no projeto, foram utilizadas diferentes formas de retratação de
personagens e cenários, através de traços suaves e naturais. Além disso, foi
desenvolvida uma identidade visual, remetesse a época em que o autor viveu, e capas
cativantes que transmitissem o espirito aventuresco das obras de Verne e seu amor
pelos maquinários e possibilidades do futuro.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2 LEVANTAMENTO DE DADOS................................................................................ 6
2.1 PROCESSO DE DESIGN DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS............................ 6
2.1.1 Imagem .............................................................................................................. 6
2.1.2 Tipografia ......................................................................................................... 11
2.1.3 Layout e Grid .................................................................................................... 14
2.1.4 Cores ................................................................................................................ 18
2.1.5 Metodologia ...................................................................................................... 20
2.2 A REPRESENTATIVIDADE NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS .................... 22
2.2.1 Exemplos de histórias em quadrinhos consideradas representativas .............. 26
2.3 MERCADO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ................................................ 29
2.3.1 Adaptações de clássicos literários para quadrinhos......................................... 31
2.4 JÚLIO VERNE E SUAS HISTÓRIAS .................................................................. 33
2.4.1 A volta ao Mundo em 80 dias ........................................................................... 35
2.4.2 Análise comparativa entre os livros: volta ao Mundo em 80 dias, 20 mil léguas
submarinas, Ilha Misteriosa e viagem ao centro da Terra ......................................... 37
2.5 ANÁLISE DE SIMILARES ................................................................................... 40
2.5.1 Definição dos similares diretos ......................................................................... 40
2.5.2 Definição dos similares indiretos ...................................................................... 45
2.5.3 Análise paramétrica .......................................................................................... 51
2.5.4 Conclusão ........................................................................................................ 66
2.6 INVESTIGAÇÃO DO PÚBLICO-ALVO ................................................................ 71
2.6.1 Entrevista ......................................................................................................... 71
2.6.2 Definição do público-alvo ................................................................................. 76
2.6.3 Personas .......................................................................................................... 76
3 PROPOSTA CONCEITUAL ................................................................................... 81
3.1 OBJETIVO........................................................................................................... 81
3.2 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 81
3.3 PERFIL DO PÚBLICO-ALVO .............................................................................. 82
3.4 CONCEITO ......................................................................................................... 82
3.5 DIFERENCIAL..................................................................................................... 87
3.6 BENEFÍCIOS....................................................................................................... 88
3.7 REQUISITOS E DELIMITAÇÕES ....................................................................... 88
3.8 INSIGHTS ........................................................................................................... 89
3.9 CENÁRIO ............................................................................................................ 95
4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................... 97
4.1 CRIATIVIDADE: PAINÉIS SEMÂNTICOS E REFERENCIAIS ............................ 97
4.2 FERRAMENTAS, TÉCNICAS E MATERIAIS.................................................... 103
4.3 PALETA DE CORES ......................................................................................... 104
4.4 ENRIQUECIMENTO DOS PERSONAGENS .................................................... 107
4.4.1 Estudo de referências de personalidade ........................................................ 107
4.4.2 Ficha Técnica ................................................................................................. 110
4.4.2.1 Ficha técnica do personagem Phileas Fogg................................................ 111
4.4.2.2 Ficha técnica do personagem Jean Passepartout ....................................... 112
4.4.2.3 Ficha técnica da personagem Sra. Aouda................................................... 113
4.4.2.4 Ficha técnica do personagem Detetive Fix.................................................. 114
4.5 CONCEPT ART................................................................................................. 116
4.5.1 Character Design ........................................................................................... 116
4.5.2 Design de cenários ......................................................................................... 131
4.5.3 Design de objetos ........................................................................................... 134
4.5.4 Design de meios de transporte....................................................................... 136
4.6 ROTEIRO .......................................................................................................... 138
4.6.1 Volume I: o criado, a aposta e uma viagem inesperada ................................. 143
4.6.2 Volume II: novos amigos, separações misteriosas e um passeio no circo ..... 163
4.6.3 Volume III: duelos épicos, resgates perigosos e uma recepção complicada . 166
4.7 LAYOUT ............................................................................................................ 171
4.7.1 Storyboard ...................................................................................................... 171
4.7.2 Letreiramento ................................................................................................. 174
4.8 IDENTIDADE VISUAL ....................................................................................... 178
4.8.1 Processo de criação/geração de alternativas ................................................. 178
4.8.2 Marca final ...................................................................................................... 179
4.9 IMPRESSÃO ..................................................................................................... 180
4.9.1 Capas dos volumes 1, 2 e 3 ........................................................................... 180
4.9.2 Boneco ........................................................................................................... 188
4.9.3 Feedback do boneco ...................................................................................... 189
4.10 FINALIZAÇÃO ................................................................................................. 191
5 PRODUÇÃO ........................................................................................................ 196
5.1 MATERIAIS E ACABAMENTOS UTILIZADOS ................................................. 196
5.2 DETALHAMENTO DA PRODUÇÃO E CUSTOS .............................................. 198
5.2.1 Estimativa de custos....................................................................................... 199
5.2.2 Canvas ........................................................................................................... 202
5.3 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS ........................................................................ 206
5.3.1 Ficha catalográfica ......................................................................................... 206
5.4 PRODUTO FINAL ............................................................................................. 208
6 VALIDAÇÃO ........................................................................................................ 214
6.1 VALIDAÇÃO COM USUÁRIO ........................................................................... 214
6.1.1 Grupo focal ..................................................................................................... 214
6.1.2 Análise dos dados .......................................................................................... 216
6.2 CONCLUSÃO.................................................................................................... 222
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 225
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 228
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO (FRENTE E VERSO) ........................................ 233
APÊNDICE B – DESENHOS DOS ENTREVISTADOS .......................................... 235
APÊNDICE C – TABELA DE ADJETIVOS E SUBSTANTIVOS ............................ 237
APÊNDICE D – STORYBOARD COMPLETO........................................................ 239
APÊNDICE E – HISTÓRIA EM QUADRINHOS (BONECO), PÁGINAS 1 A 19. .... 243
APÊNDICE F – ILUSTRAÇÕES FINALIZADAS (PÁGINAS 1 A 28) ..................... 248
APÊNDICE G – ILUSTRAÇÕES SEMI ACABADAS, PÁGINAS 29 A 54.............. 256
APÊNDICE H – INDICATIVOS DE USO DA IDENTIDADE VISUAL ..................... 263
APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO DA VALIDAÇÃO (FRENTE E VERSO) ............. 266
APÊNDICE J – ORÇAMENTO OFICIAL REALIZADO PELA GRÁFICA WL
IMPRESSÕES......................................................................................................... 268
APÊNDICE K – ENSAIO FOTOGRÁFICO DOS VOLUMES IMPRESSOS............ 269
APÊNDICE L – MOCKUPS DIGITAIS DOS TRÊS VOLUMES. ............................. 276
APÊNDICE M – PLANILHA DE CÁLCULO DE PREÇO DE VENDA PREENCHIDA.
................................................................................................................................ 279
1
1 INTRODUÇÃO
2 LEVANTAMENTO DE DADOS
2.1.1 Imagem
2.1.2 Tipografia
2.1.4 Cores
FONTE: https://splashpages.wordpress.com/2017/04/15/a-narrativa-das-cores-nas-historias-em-quadrinhos/.
Acesso: 25 de mai. 2019.
FONTE: https://splashpages.wordpress.com/2017/04/15/a-narrativa-das-cores-nas-historias-em-quadrinhos/.
Acesso: 25 de mai. 2019.
2.1.5 Metodologia
Através do estudo feito pelo estudante Allan Jefferson da Silva (2015) sobre
a metodologia do Design Gráfico aplicada à criação de histórias em quadrinhos, para
a Universidade Federal do Cariri, foi elaborada uma nova metodologia que une os
processos presentes no design e o processo básico de criação de quadrinhos, ver
figura 6. O estudo se baseou, principalmente, nos trabalhos feitos por Munari (1991)
e nos processos de concepção de histórias em quadrinhos de Lee e Buscema (1978),
ver figura 16.
22
comportamentais ou sociais (JUDAO, 2016). Andrea ainda reforça, “É por meio desta
qualidade que nos sentimos parte de um grupo, pertencentes a ele, compartilhando
experiências, impressões, sentimentos e pensamentos com seus membros”.
A psicóloga enfatizou que, transportando estas noções para o campo artístico,
por exemplo, quando um personagem de um livro se assemelha a um grupo ou
indivíduo, e realiza grandes feitos na história ou conduz sua vida para um rumo de
bem-estar, é natural que este sentimento seja transmitido ao público por ele
representado (JUDAO, 2016). Uma pessoa representativa, fictício ou real, atua como
a voz e a imagem de um segmento ou grupo social em questão.
Angela Davis e Djamila Ribeiro, são os principais nomes quando o assunto
é a representatividade da mulher negra na sociedade. A primeira nasceu 1944, em
Birmingham, cidade do estado americano Alabama e um dos principais centros de
conflitos raciais durante os anos 1960. A segunda em 1980, em Santos, São Paulo.
Ambas são filósofas, pesquisadoras e defensoras dos direitos dos negros, em
especial, do feminismo negro. Ambas também concordam e reforçam a importância
da atual representação da figura do negro dentro da sociedade, principalmente
da mulher negra, seja no meio político ou na economia criativa, ou economia do
entretenimento. Como aponta Djamila Ribeiro, autora do prefácio do livro de Davis
“Mulheres, raça e classe”, publicado em 2016,
mais sujeitos implícitos, mas sujeitos protagonistas, que não sejamos mais
aviltadas em nossa humanidade.
Além do seu trabalho como roteirista, Simone e outros artistas do meio criaram
o site Women in Refrigerators, "mulheres em refrigeradores", em 1999. O objetivo do
site era questionar sobre as violências que as mulheres são submetidas dentro das
histórias em quadrinhos, apenas como pretexto para heróis validarem suas vinganças.
Simone comentou sobre as motivações da criação do site, em entrevista ao HuffPost
Brasil, na Comic Con Experience (CCXP), em São Paulo, 2017,
FONTE: https://www.destakjornal.com.br/diversao---arte/livros/detalhe/kamala-khan-e-a-heroina-que-todos-nos-
precisamos. Acesso: 28 de abr. 2019.
Persépolis (2007)
Persépolis, escrita por Marjane Satrapi, traz uma perspectiva do que é ser
uma mulher iraniana e não se encaixar em sua própria cultura. O quadrinho é uma
autobiografia, e conta a trajetória da escritora, que com apenas 10 anos de idade,
testemunha o início da revolução islâmica no Irã. Marj se vê obrigada a utilizar um véu
para cobrir seu rosto e cabelos, conviver com a divisão de meninos e meninas na
escola e os frequentes problemas na escola, devido ao seu jeito franco de ser e de
falar, ver figura 20 (JUDAO, 2016; UNIVERSO HQ, 2008).
O pai de Verne, muito conservador, sonhava em ver seus dois filhos seguindo
a carreira de advogado e então, quando Verne completou 15 anos de idade, o mandou
para Paris, para concluir seus estudos. Em Paris, Verne ficou encantado com o
espírito boêmio e cultural da cidade, onde reinavam figuras como os escritores
Alexandre Dumas, autor dos clássicos Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte
Cristo, e Victor Hugo, autor de os Miseráveis e O Corcunda de Notre-Dame
(SUPERINTERESSANTE, 2016).
Verne escreveu o seu primeiro romance, Cinco Semanas em um Balão, em
1863, publicado pelo editor Jules Hetzel, este que viria a ser um grande amigo do
escritor. O livro conta a história sobre uma grandiosa viagem, que tinha como
finalidade atravessar todo o continente africano usando como veículo um balão de
hidrogénio. Com o sucesso da obra, vieram outros títulos que, hoje em dia, são
considerados clássicos da literatura mundial, como Viagem ao Centro da Terra, de
1864, Da Terra à Lua, de 1865, Vinte Mil Léguas Submarinas, de 1870, A Ilha
Misteriosa, de 1874, e A Volta ao Mundo em 80 Dias, de 1874 (GLOBO CIÊNCIA,
2011).
Para escrever, Verne realizava uma vasta pesquisa, estudando regiões ainda
pouco conhecidas e estudos científicos em estágios iniciais. A tudo isso, ele atrelava
a aventura e imaginação, com descrições detalhadas sobre as descobertas científicas
e de tecnologias que sequer existiam na época (EBC, 2015). Logo, seus textos
influenciaram o surgimento de um novo gênero literário, o Romantismo Científico,
aliado à ficção exótica e aventureira (L&PM, 2015).
Nos últimos anos de vida, dedicou-se a escrever livros sobre o uso indevido
da tecnologia e suas consequências para o meio ambiente e para sociedade. Seu
último livro publicado, Paris no Século XX, foi escrito entre 1860 e 1862. O livro só foi
publicado em 1994, depois que o manuscrito foi encontrado em um cofre pelo seu
bisneto.
35
FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2018/03/julio-verne-previsoes-do-autor-que-se-tornaram-
realidade.html. Acesso: 23 de abr. 2019.
FONTE: https://relicariodepapel.wordpress.com/2015/03/27/resenha-a-volta-ao-mundo-em-80-dias-julio-verne/.
Acesso: 23 de abr. 2019
De Nova Iorque (EUA) para Londres (Inglaterra) Paquete (navio de luxo) e Trem 9
TOTAL (dias) 80
FONTE: https://relicariodepapel.wordpress.com/2015/03/27/resenha-a-volta-ao-mundo-em-80-dias-julio-verne/.
Acesso: 23 de abr. 2019.
2.4.2 Análise comparativa entre os livros: volta ao Mundo em 80 dias, 20 mil léguas
submarinas, Ilha Misteriosa e viagem ao centro da Terra
TABELA COMPARATIVA
Variedade de cenários retratados nas obras
LIVRO LUGARES DA HISTÓRIA
FONTE: Autor.
explorar muito a relação dos protagonistas com outras etnias, apenas os mistérios do
centro da Terra.
TABELA COMPARATIVA
Variedade de etnias das obras
LIVRO TOTAL DE LUGARES DA HISTÓRIA
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA Otto Lidenbrock (alemão), Axel (alemão) e Hans Bjelke (islandês).
FONTE: Autor.
Figura 25 – CAPA DA ADAPTAÇÃO DO LIVRO VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS (2016), DE JÚLIO VERNE,
PELA EDITORA L&PM.
FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2016/07/1790879-a-volta-ao-mundo-em-80-dias-ganha-
versao-em-quadrinhos.shtml. Acesso: 22 de abr. 2019.
FONTE: Autor.
Figura 27 – CAPA DA ADAPTAÇÃO VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, DE JÚLIO VERNE, PELA EDITORA
MODERNA.
FONTE:
https://www.salamandra.com.br/main.jsp?lumPageId=4028818B2F212E9B012F2C6BF30801C2&itemId=8A8A8A
82380B6359013810179C4816A0. Acesso: 22 de abr. 2019.
em um elefante, página 51 (figura 28). Também há um trabalho melhor nas cenas, por
exemplo o salvamento de Aouda, que vai das páginas 53 a 70. Estes momentos
recebem uma carga dramática maior, consequentemente, uma quantidade maior de
páginas dedicadas a contar esta parte da história.
FONTE: Autor.
mercado, mas que se tornam relevantes para análise devido alguma qualidade em
particular.
Para os concorrentes indiretos, foram selecionadas três histórias em
quadrinhos. A primeira é uma adaptação, feita pela editora Farol Literário, do livro
Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne. Por se tratar de outra adaptação de Verne,
a análise da linguagem visual se mostra pertinente para projeto. Os outros quadrinhos,
Parafusos e Persépolis, foram selecionados por seu valor representativo, e também
por serem muito populares entre o público.
1 – Viagem ao centro da Terra, Col. Farol HQ, editora Farol Literário (2010 - 2011)
A Editora Farol Literário, possui em seu catálogo várias adaptações de
grandes clássicos literários, inclusive, algumas obras de Júlio Verne, entre elas, o livro
Viagem ao Centro da Terra (2010). O texto foi adaptado pelo escritor Lewis Helfand,
e as ilustrações foram feitas pelo artista Vinod Kumar (figuras 29).
Figura 29 – CAPA DA ADAPTAÇÃO VIAGEM AO CENTRO DA TERRA (2010), EDITORA FAROL LITERÁRIO.
Figura 30 – FOTOGRAFIAS DAS PÁGINAS DO LIVRO VIAGEM AO CENTRO DA TERRA (2010), EDITORA
FAROL LITERÁRIO.
FONTE: Autor.
Marcelo Brandão Cipolla. No quadrinho, Forney narra sua busca por estabilidade
emocional após ser diagnosticada com bipolaridade.
Ellen Forney, além de Parafusos, é autora de outro best-seller de memórias
gráfica, o Me and Rock Steady: Brilliant Advice From My Bipolar Life. Nasceu em 1968,
nos Estados Unidos, e sempre foi incentivada a trabalhar com arte. Em 1990, Forney
produziu sua primeira autobiografia em quadrinhos, I Was Seven in 75’s, uma coleção
de histórias que contam como foi ter crescido em uma família liberal e suburbana,
como por exemplo as festas da maconha e férias em uma colônia de nudismo.
Atualmente, seus trabalhos abordam temas como doenças mentais, ativismo político,
drogas e feminismo.
FONTE: Autor.
A grande dificuldade é o leitor encontrar o fluxo certo de leitura, mas isso não
interfere o contexto da mensagem na maioria dos casos. Forney utiliza uma linguagem
informal e dá uma aula sobre seu transtorno, tornando a leitura leve e prazerosa.
Quando começa a ler, o leitor não consegue parar até chegar na conclusão.
O quadrinho é em preto e branco, impresso em papel pólen. Entre os
similares, diretos e indiretos, ele foi o primeiro a variar o tipo de papel na impressão.
O resultado é uma experiência, em que a textura e cor do papel transformam e
enriquecem os desenhos simples, ou rabiscos, da artista. O tamanho do quadrinho é
ideal, um pouco maior que um A5 (14,8 x 21 cm), perfeito para ler em qualquer lugar,
como um ônibus, em uma fila de espera, etc.
Figura 34 – FOTOGRAFIAS DAS PÁGINAS DA REVISTA PERSÉPOLIS (2007), EDITORA COMPANHIA DAS
LETRAS.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
54
FONTE: Autor.
VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, Cores mais vivas e fortes, prevalecendo tons mais
EDITORA MODERNA quentes e terrosas.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
55
FONTE: Autor.
56
CARACTERÍSTICAS DA
QUADRINHO FOTO
CAPA (SUPERFÍCIE)
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Tabela 15 – SIMILARES DIRETOS: RECEPÇÃO.
QUADRINHO RECEPÇÃO
FONTE: Autor.
58
Origem: FRANÇA
VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, Editora: L&PM
EDITORA L&PM Ano: 2016 | Edição: 1
Nº de Páginas: 64
Origem: FRANÇA
VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, Editora: MODERNA
EDITORA MODERNA Ano: 2012 | Edição: 1
Nº de Páginas: 144
FONTE: Autor.
QUADRINHO IMPRESSÃO
FONTE: Autor.
QUADRINHO MEDIDAS
Altura: 23 cm
VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS,
Largura: 16 cm
EDITORA L&PM
Comprimento: 0,5 cm
Altura: 27 cm
VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS,
Largura: 22 cm
EDITORA MODERNA
Comprimento: 0,8 cm
FONTE: Autor.
59
QUADRINHO ACABAMENTOS
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Cartum, personagens
PARAFUSOS caricatos; traços simples.
Ex. Ellen Forney
Cartum, personagens
PERSÉPOLIS caricatos, traços simples.
Ex. Marjane Satrapi (10 anos)
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
61
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
CARACTERÍSTICAS DA CAPA
QUADRINHO FOTO
(SUPERFÍCIE)
FONTE: Autor.
64
FONTE: Autor.
QUADRINHO RECEPÇÃO
FONTE: Autor.
Origem: ÍNDIA
Editora: FAROL LITERÁRIO
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA Edição: 1
Ano: 2010
Nº de Páginas: 72
65
Origem: IRÃ
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
PERSÉPOLIS Edição: 1
Ano: 2007
Nº de Páginas: 352
FONTE: Autor.
QUADRINHO IMPRESSÃO
COLORIDA
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA
Papel couchê fosco, 150g (miolo) e 250g (capa)
FONTE: Autor.
QUADRINHO MEDIDAS
Altura: 21 cm
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA Largura: 14 cm
Comprimento: 1 cm
Altura: 23 cm
PARAFUSOS Largura: 15,3 cm
Comprimento: 2 cm
Altura: 24,5 cm
PERSÉPOLIS Largura: 16,5 cm
Comprimento: 2,1 cm
FONTE: Autor.
66
QUADRINHO ACABAMENTOS
BROCHURA;
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA
Laminação fosca na capa, couchê 200g ou 250g.
BROCHURA;
PARAFUSOS
Laminação fosca na capa, couchê 200g ou 250g.
BROCHURA;
PERSÉPOLIS
Laminação fosca na capa, couchê 200g ou 250g.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
2.5.4 Conclusão
Similares diretos
As duas histórias em quadrinhos, apesar de serem adaptações do mesmo
livro, são muito diferentes entre si. Ambas cumprem o objetivo de trazer a narrativa de
Verne em um novo estilo de linguagem visual. As diferenças estão na forma de
representação da história.
O primeiro similar, a adaptação trazida pela editora brasileira L&PM, segue
um estilo de ilustração realista, destaque para os detalhes das ilustrações dos
cenários. Os personagens seguem as mesmas características do livro: Fogg, um
visual padrão de um comum homem inglês, loiro, de olhos azuis e rico; Passepartout,
um francês simpático e humilde, mais moreno e de cabelos castanhos, no livro ele é
descrito com um físico mais definido, por causa de suas várias profissões; Aouda, é
67
uma jovem indefesa e bondosa, no final ela se mostra mais confiante ao pedir em
casamento o Sr. Fogg.
Já no segundo similar, adaptação francesa trazida ao Brasil pela editora
Moderna, há um desenvolvimento melhor dos personagens. A retratação de cada
personagem é parecida com a do primeiro similar, Fogg segue com as mesmas
características físicas, o mesmo acontece com Aouda e Passepartout. Porém, eles
ganham um espaço maior para se desenvolver, indo além das características
superficiais, assim como no texto original de Verne. O número de páginas está
diretamente relacionado com isso, uma vez que mais páginas são dedicadas para o
desenvolvimento da história, o segundo similar soma um total de 142 páginas,
enquanto que o primeiro tem apenas 62 páginas, contanto com o estudo realizado
sobre a obra e vida de Verne.
As duas adaptações trazem elementos que caracterizam cada lugar, de
acordo com a época do livro. Para retratar Suez, Egito, as duas adaptações se
basearam nas construções e nas silhuetas das janelas, características dos árabes,
além das vestimentas dos figurantes, com turbantes e tons de pele e cabelos mais
escuros. Para retratar as cidades e vilas da Índia, o segundo similar dedica mais
páginas para mostrar as características do lugar, dentro das construções e dos
templos, por exemplo, quando Passepartout foge dos religiosos e perde os sapatos,
páginas 37 a 45. Para as cidades asiáticas (Hong Kong, Xangai e Yokohama), as
construções, trajes, personagens e cores são parecidas. As construções possuem os
famosos ornamentos e telhados orientais, pagodes, decorados com várias lanternas.
Para a retratação dos Estados Unidos, no primeiro similar, São Francisco é retratada
como uma cidade no estilo “Velho Oeste”, ainda em crescimento, com casa de
madeira em construção, salões de jogos e personagens com roupas de típicas de
cowboys. Enquanto que no segundo similar, os cenários são muito parecidos com as
construções europeias, característica mencionada por Verne em seu livro. Apenas no
segundo similar, há a retratação da diversidade natural do país, com os cânions e as
florestas, descritas com muita precisão por Verne. Chegando em Nova York, a cidade
é representada ainda em crescimento, mas, nas duas adaptações, a cidade não
ganha muito destaque nas páginas.
As cores usadas para os cenários, em ambas adaptações, seguem o mesmo
padrão. Para os cenários do oriente médio, são usados tons mais terrosos, utilizados
nas construções, em contraste com cores mais vibrantes, como rosa, azul e vermelho,
68
Para uma melhor representação dos personagens, é preciso dar uma vida a
eles. McCloud (2006), recomenda que, durante a criação de um personagem, é
preciso a inserção de um território mental, visual e comportamental, tornando-os mais
interessantes.
Os cenários são fundamentais para contextualizar a história, ainda mais em
uma história que contempla uma variedade de ambientes e lugares como em Volta ao
Mundo em 80 dias. Por isso, os cenários devem ganhar destaque nas páginas.
Analisando os similares, foi concluído que a falta de equilíbrio entre texto e imagem
pode poluir muito a página. Se compararmos os dois, o segundo similar valoriza a
retratação dos cenários, não por causa dos detalhes, que são bem cartunizados, mas
por organizá-los em um layout maior. Além disso, para apresentar um material
representativo, além de explorar a individualidade, personalidade e traços físicos dos
personagens, é preciso explorar a diversidade dos locais, pesquisar mais sobre eles,
tornando cada um único, principalmente nas cidades chinesas e japonesas, tomando
cuidado para não virarem estereótipos.
A utilização de cores mais vibrantes, tipografias e uma valorização do
lettering, poderá ser o que diferencia o novo material dos demais do mercado. Seja
na capa ou em alguma outra parte no desenvolvimento do quadrinho, o importante é
deixar o material interessante para os leitores, inserindo novas técnicas e testando
novas paletas de cores.
Similares indiretos
visual este presente nas demais adaptações que pertencem a mesma coleção. Este
estilo não seria ideal para o projeto, que justamente busca a diversidade das pessoas.
O similar possui um tamanho menor, em comparação com os quadrinhos citados nos
similares diretos, mas o seu tamanho não interfere na compreensão do leitor sobre a
história e não compromete a qualidade das ilustrações.
Os quadrinhos Parafusos e Persépolis, são considerados muito
representativos, por abordarem temas como transtornos de humor e o papel da mulher
na religião. Ambos seguem o mesmo estilo de ilustração, mais cartunizado e simples.
Em Parafusos, a artista explorou várias formas de retratar seus problemas e
sentimentos, indo de quadrinhos a páginas dedicadas a explicar sobre o transtorno de
humor, enquanto que em Persépolis, a artista manteve o grid modular padrão. Esta
variação de grid presente em Parafusos, é o que torna o quadrinho interessante.
Utilizar este recurso na nova adaptação pode contribuir para um material inédito.
Em relação a qualidade do material impresso, o segundo e terceiro similares,
foram os únicos que não utilizaram couchê no miolo, no lugar foi utilizado papel pólen
de 90g e offset 90g, tornando o material mais interessante por causa das texturas. Por
serem impressos em preto e branco, o uso do couchê não é necessário. Já para a
impressão de cenários coloridos, o couchê é mais indicado por realçar e preservar a
qualidade das cores do impresso.
71
2.6.1 Entrevista
história que valorizasse tanto suas qualidades quanto seus defeitos, fugindo de
características superficiais e estereotipadas. Manoel destaca que “se houvesse mais
eventos sobre os quadrinhos como está havendo no cinema teríamos mais
representatividade”. Matheus comentou que precisam realizar histórias onde os
personagens devem ter suas próprias características, e que as histórias devem
mencionar relacionamentos homoafetivos, por exemplo, com mais sutileza, de forma
a deixar as coisas mais simples, como é na realidade, “Gravitty Falls realizou isso
perfeitamente com os policiais sendo um casal homossexual”, afirma o entrevistado.
Representatividade significa empoderamento, dar forças para aqueles que,
antigamente, não tinham. Porém, a representatividade não é apenas a representação
do físico, mas também das características comportamentais e psicológicas que nos
tornam únicos, que na maioria as vezes, é mais bem-sucedida.
e animes, podendo ser analisados como referências para o Concept Art de cenários,
personagens ou roteiro.
Questionados se já tinham ouvido falar sobre representatividade, a grande
maioria dos entrevistados comentaram que conheciam este conceito. Manoel e
Matheus T. afirmaram que conheceram este termo em filmes, “Sim, em muitos casos
usando o termo de forma a denegrir obras, como a nova trilogia de Star Wars tendo
um protagonista negro” comenta Matheus. Além dos filmes, foram citadas as redes
sociais, televisão e na escola.
Quando foram questionados se em algum momento se identificaram com um
personagem, seja de forma positiva ou negativa, a maioria dos participantes disseram
que sim. Gabriela, no questionário anterior tinha respondido que nunca se sentiu
representada, mas agora, após refletir melhor sobre a questão, afirmou que já foi
representada, tanto de maneira positiva quanto negativa, “antes não havia tanta
representatividade para mulheres do dia-a-dia como existe hoje, especialmente na
questão física”. Matheus T. manteve a mesma resposta do questionário anterior,
“Sendo Homem Branco Heterossexual, é difícil não me sentir representado”, e
complementa, “A maioria dos personagens que me identifico são pessoas assim que
são vistas de forma ruim, mas tentam se provar alguém bom”.
A maioria dos entrevistados não se identificaram com características físicas
ou culturais, mas com o comportamento, personalidade e história de vida dos
personagens. Thais foi a exceção, além do comportamento da personagem comentou
sobre sua aparência física, “tem um anime sobre uma garota que quando vai para
escola é toda certinha e tira sempre as melhores notas, mas em casa ela só pensa
em jogar, ver animes e ler mangás (exatamente eu), sem falar que ela é loira com
olhos cor de mel (eu também)”.
Perguntados se leriam um quadrinho que retratasse com propriedade etnias,
corpos e cenários culturais, todos disseram que sim. Porém, a história deve ser bem
escrita, e os personagens devem ser trabalhados com sutileza. Matheus B.
respondeu, “se a história for bem escrita, não ficar de maneira forçada, seria sim uma
ótima ideia e eu gostaria de ler”, Matheus ainda complementa, “quando fica uma coisa
muito forçada ou estereotipada, eu acho que isso mais afasta do que atrai o público”.
Matheus T. possui o mesmo pensamento, “Sendo bem escrito acho uma leitura
extremamente válida”. Gabriela reforça a importância de histórias com grande valor
75
2.6.3 Personas
3 PROPOSTA CONCEITUAL
3.1 OBJETIVO
3.2 PROBLEMATIZAÇÃO
3.4 CONCEITO
um texto base com os principais dados das pesquisas. Abaixo segue o texto
desenvolvido:
Texto base
A partir das entrevistas com um grupo de pessoas, foram observadas
algumas características que podem tornar produto mais interessante. Estas
pessoas foram selecionadas como um possível público-alvo, são elas homens e
mulheres com 20 a 35 anos de idade, engajados e atentos às mudanças na
tecnologia, no mercado e na sociedade, possuem um hábito de leitura regular de
histórias em quadrinho ou mangás (quadrinhos japoneses) e são exigentes quanto
a qualidade do produto que vão adquirir, mas não se incomodam em pagar um valor
alto em um produto, desde que tenha boa qualidade, um conteúdo rico ou um valor
afetivo.
A representatividade é importante, todos os participantes concordaram com
o seu valor em produções culturais. Para uma história ser representativa,
recomendam que ela precisa ser sutil ao abordar as diferenças, e não estereotipar
os personagens. Questionados se em algum momento se sentiram representados,
a maioria dos participantes responderam que se identificavam com características
psicológicas e comportamentais de algum personagem, mostrando que a
representatividade está além do físico/visual.
Em uma análise comparativa dos similares diretos, formado por outras
adaptações do mesmo livro de Verne, foi possível conhecer os produtos que já estão
no mercado, buscando analisar suas características e seus diferenciais. Foram
escolhidos dois similares, ambos de origem francesa. O primeiro é a adaptação
trazida pela editora L&PM, em 2016, originalmente publicada pela editora Glénat, e
o segundo é uma adaptação trazida pela editora Moderna, em 2012, publicada
originalmente pela editora Delcourt.
Verne, para escrever seu livro, se inspirou na grandiosidade tecnológica de
sua época, todos os avanços em meios de transporte, resultados da Revolução
Industrial, foram fundamentais para a realização da viagem de Fogg. O primeiro
similar, foi o único a representar este impacto na capa, com a ilustração de um
grande trem, o meio de transporte mais usado na história. Quanto a narrativa, o
segundo similar adicionou alguns momentos e diálogos novos que fortaleceram a
84
figura 39). Após a organização das palavras na nuvem, foi definido o conceito do
projeto, “cativante”, assim como outras características que vão contribuir na próxima
etapa do projeto, o desenvolvimento.
FONTE: Autor.
Cativante
Cativante pode ser considerado um elogio, é utilizado para definir aquilo “que
consegue cativar, capaz de inspirar, em que há simpatia (...)” (figura 40). Em outras
palavras, algo cativante desperta o interesse das pessoas, as envolve. Cativante
também é definido como algo que é amável, encantador, provocativo e benéfico,
qualidades estas que complementam o principal objetivo do projeto, que seria a
criação de uma nova adaptação da obra de Verne que comova as pessoas e desperte
nelas o sentimento de representatividade.
Os protagonistas e coadjuvantes são os pilares de qualquer história, são
eles que movem a narrativa até sua conclusão. Para criar uma história cativante e
inspiradora, é necessário que os personagens sejam interessantes e memoráveis
para público. Para isso, é pertinente acrescentar uma história de vida para eles, definir
uma personalidade forte, características incomuns, etc. Torná-los humanos,
imperfeitos e suscetíveis a cometer erros é uma alternativa, uma vez que nós somos
imperfeitos e falhos, e ver estas características em um personagem, mesmo que seja
fictício, favorece na identificação do público.
86
FONTE: Autor.
3.5 DIFERENCIAL
3.6 BENEFÍCIOS
3.8 INSIGHTS
Paleta de cores
De acordo com o requisito f), para o desenvolvimento do novo projeto,
mostrou-se pertinente a utilização de uma paleta de cores mais lúdica e encantadora,
para se diferenciar dos similares diretos e trazer o sentimento de aventura e fantasia
para a história. Entre as referências pesquisadas, a principal foi a animação
estadunidense “Hora de Aventura”.
A Hora de Aventura, criada por Pendleton Ward (2010 a 2018), conta a história
de um menino, Finn o humano, e de seu cachorro, Jake, que juntos vivem muitas
aventuras na terra de “Óoo”, salvando princesas e lutando contra monstros. Esta
animação foi um sucesso de audiência, conquistando, além das crianças, muitos
adultos. As cores utilizadas na animação são mais vibrantes, e refletem perfeitamente
a temática do desenho, com seus personagens excêntricos, reinos encantadores e
histórias surreais (figura 42).
90
FONTE: Autor.
Lettering
Conforme apontado no requisito b), seria interessante a variação de alguns
elementos das páginas em quadrinhos, como por exemplo, a tipografia. A utilização
de lettering, união entre ilustração e tipografia, pode destacar o material dos similares.
Esta técnica poderia ser utilizada de diversas formas, como por exemplo, na capa da
adaptação, em subtítulos, mapas ou outros elementos no desenvolvimento da história.
O lettering poderá tornar o material mais rico visualmente e também auxiliar na
localização do leitor, indicando os países que os personagens cruzaram, seu trajeto,
dramatização de diálogos, etc. Foi desenvolvido um painel com alguns trabalhos de
duas artistas e ilustradoras, Linzie Hunter e Mary Kate McDevitt (figuras 46 e 47).
91
Figura 43 – PAINEL DE REFERÊNCIA COM OS PRINCIPAIS TRABALHOS DAS ARTISTAS LINZIE HUNTER E
MARY KATE MCDEVITT.
FONTE: Autor.
Personagens e cenários
De acordo com os requisitos a), trabalhar a representatividade dos
personagens e cenários sociais, c), valorização dos cenários nas páginas, e d), refinar
a retratação dos cenários, principalmente dos países asiáticos, os personagens e os
cenários são os elementos de maior importância, por isso eles precisam receber uma
atenção maior.
Para os personagens, a utilização de uma linguagem mais caricata mostra-se
pertinente, por apresentar traços mais acentuados e diversos, ajudando na distinção
e memorização do leitor. Além disso, uma linguagem mais cartunizado chama a
atenção e pode atrair mais o público. Por exemplo, nas animações atuais, por mais
que o público-alvo sejam as crianças, os adultos se sentem atraídos e encantados
pelas histórias, personagens, vestimentas, etc. Foram selecionadas algumas
referências visuais para o Concept Art dos personagens principais da história, estas
referências foram organizadas em um painel (figura 44).
92
Figura 44 – PAINEL COM AS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DE ESTILO PARA O CONCEPT ART DOS
PERSONAGENS.
FONTE: Autor.
Figura 45 – PAINEL COM AS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DE ESTILO PARA O CONCEPT ART DOS
CENÁRIOS.
FONTE: Autor.
Roteiro
Para ao projeto, mostrou-se pertinente fazer algumas adaptações no texto
original de Verne, como foi citado no item e) dos requisitos. Para que os personagens
se tornem interessantes, foi pensado em algumas alternativas para suas histórias de
vida. Levando em consideração as regras da Pixar para criação de história, é preciso,
antes de tudo, a definição de um tema, “a definição de um tema é importante, mas
você só vai descobrir sobre o que realmente é a sua história quando chegar ao fim
dela” (ESCOLA DO MARKETING DIGITAL, 2013). O tema da adaptação é a
representatividade e diversidade de corpos e cenários sociais. Logo, o mais
importante é tornar os elementos visuais da história interessantes para o público, ao
ponto de despertar o sentimento de representação neles. Outra regra importante, que
diz respeito da importância de trazer uma personalidade aos personagens, “dê
opiniões aos seus personagens; passivo/maleável pode parecer bom enquanto você
escreve, mas é um veneno para o público”. Por exemplo, a personagem de Aouda
94
Layout
A variação dos Layouts, mostra-se interessante para o comprimento dos itens
i) e j) da lista de requisitos. Para oferecer um material novo, parte da solução pode vir
da variação de estilos e formas de apresentação dos quadrinhos, de forma que
valorize a intensidade das cenas e as ilustrações.
Além do uso de páginas duplas, em que a cena abrange duas páginas ao
mesmo tempo, e hierarquia de quadros, a proposta é que o layout transmita a essência
da cena, ou seja, que a disposição dos quadros intensifique a mensagem. Por
exemplo, em cenas com tempestades, os layouts podiam seguir o movimento do mar
revolto, fazendo o leitor interagir durante a leitura, movendo e girando o quadrinho.
Outro exemplo seria a alteração de cores e formatos de quadros, como quando
Passepartout fica alterado depois de acidentalmente experimentar ópio, as páginas
podiam representam alucinações, tontura ou vista embaçada.
3.9 CENÁRIO
4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
McCloud (2006), reforça que não existe uma forma certa ou errada para a
criação de histórias. Segundo o autor, existem apenas duas ferramentas essenciais,
a mente, para os desafios que os quadrinhos apresentam, e as mãos, independente
da tecnologia que o artista utilizará, o importante é que elas devem se ajustar às suas
capacidades.
O processo de criação do quadrinho foi iniciado com esboços em papel, com
lápis e canetas para finalização. Nesta etapa serão realizados os rascunhos dos
personagens e enquadramentos rudimentares da história, em seguida os diálogos e
narração, por fim a arte final será feita em um software específico para ilustração
digital, seriam eles: o Paint Tool Sai, para rascunho digital, e Illustrator CC 2015, para
finalização e colorização dos desenhos, diagramação, letreiramento e fechamento
para impressão.
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FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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NOME
BIOGRAFIA
Phileas Brian Fogg, nasceu em 25 de setembro de 1842 (30 anos na história). Fogg era
um inglês, mas não nasceu em Londres, não se sabendo ao certo onde nasceu. Filho
único, o jovem Fogg, desde pequeno, já exibia um comportamento peculiar. Ele não
tinha muitos amigos da sua idade, sempre foi muito reservado. Seu melhor amigo era o
mordomo James Foster, grande amigo da família, o único que compreendia as
necessidades do menino.
Gostava de ler livros sobre aventuras épicas, mas, depois de um incidente, Fogg
abandonou seus livros de infância e os guardou em um antigo quarto. Sua família morava
próxima a uma zona portuária, e era possível, através das janelas de seu quarto, ver o
embarque e desembarque de grandes barcos. Quando tinha 11 para 12 anos, fugiu de
casa, decidido a desbravar os mares, assim como seus heróis. Embarcou no primeiro
navio que aportou e, sem olhar pra trás, sumiu pelos mares. O pai de Fogg, desesperado,
foi atrás do menino, encontrando-o no próximo porto. Fogg levou uma bronca severa, e
nunca mais se interessou por viagens, pelo menos até completar 30 anos.
Pouco depois de completar seus 30 anos, Fogg, com uma pequena ajuda de Foster,
encontrou seu antigo quarto, com seus livros tão queridos. Nas próximas semanas, Fogg
deixará de dormir para analisar seus escritos. Queria iniciar uma aventura, mas como em
sua cabeça tudo deve ter um objetivo, ficou adiando a viagem.
Calmo, metódico, TOC (transtorno obsessivo compulsivo); sem muitas ambições, deseja
dar a volta ao mundo em tempo recorde como forma de mudar sua vida.
VESTIMENTA
CONHECIMENTOS
Homem reservado, não gosta de se aventurar em festas; gosta de ler e jogar uíste (jogo
de cartas).
FONTE: Autor.
NOME
JEAN PASSEPARTOUT
BIOGRAFIA
Homem branco com altura mediana, forte e ágil, rosto angelical; pele mais morena
(queimada de sol), olhos azuis, cabelos castanhos escuros;
VESTIMENTA
CONHECIMENTOS
Não tem conhecimento de história ou ciências exatas; prefere se aventurar pelo ar livre
do que ficar dentro de uma biblioteca escura.
Expansivo, gosta de ver e conviver com pessoas, das mais diversas culturas; gosta de
aventuras e adrenalina;
FONTE: Autor.
NOME
BIOGRAFIA
Aouda nasceu dia 11 de fevereiro de 1848 (tem 24 anos na história), em Bombaim, Índia.
Filha de um comerciante, ela sempre acompanhou seu pai em suas viagens até a Europa,
adquirindo um conhecimento elevado de livros da época. Quando fez 14 anos, se mudou
para o Japão, na casa do seu tio. Depois de entrar na maioridade, voltou para a casa dos
pais, na Índia.
Aouda se casou contra sua vontade, com o príncipe rajá de Bundelkhand. Ela tentou fugir
do casamento, mas foi pega quando estava saindo da Índia. O rajá era mais velho e, antes
de consumar o casamento, veio a falecer. Com a morte de seu marido, Aouda iria ser
sacrificada por monges hindus em uma cerimônia religiosa, até que foi resgatada por
Fogg e seus amigos.
Devido a mágoa que sentiu de seus parentes, renunciou o nome da família, se
identificando apenas com o primeiro nome. Seu nome foi herdado de sua bisavó e, como
ela, também não concordava com algumas tradições religiosas, principalmente aquelas
que falavam sobre casamento.
Aouda se casa com Phileas Fogg, alguns dias depois de retornarem para Londres. Aouda,
sempre foi muito comunicativa, orgulhosa e decidida, foi ela quem fez o pedido a Fogg.
Durante a volta ao mundo, os dois ficaram muito próximos. A cerimônia foi simples, com
114
poucos convidados, alguns membros do Reform Club, o mordomo Foster, Detetive Fix e
Passepartout, este levou a moça até o altar.
Mulher alta, morena, seios e quadril discretos; rosto longo, oval, olhos grandes e
castanhos, cabelos negros, sobrancelhas grossas.
VESTIMENTA
CONHECIMENTOS
FONTE: Autor.
NOME
BRONWEN FIX
BIOGRAFIA
Bronwen Fix nasceu dia 3 de maio de 1837 (tem 35 anos na história), em Londres. Se
tornou um eficiente detetive, costuma viajar o mundo procurando fugitivos nos portos
dos países que fizeram parte do império britânico. Fix é um homem solitário, de poucas
palavras e, também, de poucos relacionamentos.
Durante sua perseguição do Sr. Fogg, que acredita ser um grande criminoso, Fix conhece
o simpático francês Passepartout, o qual desenvolve uma relação de amizade. Entre
conversas e brigas, os dois seguem juntos durante a viagem de Fogg. Mesmo cometendo
alguns atos duvidosos, como drogar Passepartout, com o objetivo de atrasar o cavalheiro
inglês, Fix é um homem da lei e faria de tudo para cumprir seu dever.
115
Homem, altura mediana, magro, levemente corcunda, cabelos escassos e claros e olhos
castanhos; olhos grandes, expressões faciais marcantes, sobrancelhas arqueadas e rosto
longo.
VESTIMENTA
Não tem paciência; é neurótico e ansioso; é um homem justo, cumpridor da lei; seu
trabalho em primeiro lugar, sempre; não tem interesses amorosos.
CONHECIMENTOS
Conhece várias curiosidades culturais dos países que visitou; perito em leis.
Gosta de beber um bom vinho; seu passatempo favorito é ler antigos casos não
solucionados.
FONTE: Autor.
116
Phileas Fogg
O personagem principal da história de Verne, é descrito pelo autor como um
verdadeiro inglês. Verne descreve o personagem como tendo “semelhanças com
Byron – na cabeça, pois aos pés, era irrepreensível – mas um Byron de bigode, um
Byron impassível, capaz de viver mil anos sem apresentar sintomas de velhice”
(VERNE, 2018), Verne não descreveu outras características físicas como cor dos
olhos ou cabelos. George Gordon Byron, 6º Barão Byron, ou apenas Lorde Byron, era
um importante poeta inglês, uma das mais importantes figuras do romantismo inglês.
Em algumas pinturas, Lorde Byron era retratado com cabelos negros e cacheados,
traços faciais fortes e vestes nobres, característicos de sua época (entre 1800 a 1850).
Nas duas adaptações da história de Verne para quadrinhos, ambas retratam Fogg
com cabelos cacheados, porém loiros, esbelto e elegante, porém, contido.
117
FONTE: Autor.
118
FONTE: Autor.
Para a arte final (ver figura 70), foram escolhidas cores vivas e lúdicas. Para
a colorização do personagem, sua pele é mais escura, assim como seus cabelos e
olhos. As cores de suas vestes foram escolhidas, primeiramente, apenas para criar
um contraste com seus cabelos e pele, porém, posteriormente, surgiu a possibilidade
de modificar alguns valores e padrões de cores consideradas impróprias para homens
usarem, ou seja, utilizar cores que, socialmente, seriam mais comuns em vestes
femininas. Foram criadas duas versões de vestimenta, utilizando duas cores
diferentes, rosa fúcsia e violeta. Entre estas duas versões, as roupas na cor violeta
ficaram mais interessantes para o personagem, adicionando uma leve seriedade ao
personagem.
Ainda comentando sobre as roupas do personagem, com relação a qualidade
da ilustração da ilustração, foi priorizado manter uma quantidade menor de traços e
detalhes na arte final, com o objetivo de facilitar a réplica do personagem nos demais
quadros da narrativa.
119
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
120
Figura 72 – MODEL SHEET DO PERSONAGEM MR. PHILEAS FOGG, VISTAS FRONTAL, PERFIL E ¾.
FONTE: Autor.
Jean Passepartout
O fiel criado de Phileas Fogg, o francês Jean Passepartout, é descrito como
um verdadeiro parisiense,
Era um rapaz de excelente condição, fisionomia amável, lábios um pouco
salientes, sempre dispostos a saborear ou acariciar, criatura meiga e serviçal,
(...) olhos azuis, tez corada, cara cheia, o quanto bastava para que pudesse
ver as próprias maçãs do rosto, peito amplo, corpo robusto, músculos
vigorosos e força hercúlea, (...) cabelos castanhos, andavam-lhe sempre
revoltos (...) passava três vezes o pente e nada mais. VERNE, 2018, p. 13.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
122
Para a finalização da arte final do personagem (figura 75), foi selecionada uma
paleta de cores mais lúdica. As cores predominantes foram o verde musgo e a rosa
claro, combinando com seu tom de pele mais moreno. A rosa foi escolhida com o
mesmo pretexto que fora escolhido o violeta para o personagem anterior, de modificar
algumas ideias e padrões de cores consideradas impróprias para homens usarem.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Sra. Aouda
A Sra. Aouda, é uma jovem indiana que seria sacrificada em uma cerimônia
religiosa indiana. Verne descreve Aouda como sendo uma “bela mulher (...) era jovem
124
e clara, como uma europeia” (VERNE, 2018). O autor ainda detalha seus trajes
cerimoniais presentes na cultura da personagem, “tinha a cabeça, o pescoço, os
ombros, as orelhas, os braços, as mãos, os dedos dos pés carregados de joias, (...)
uma túnica matizada de ouro”.
Para seguir os conceitos de representatividade, foi optado a representação
mais fiel as mulheres indianas, principalmente no tom de sua pele. Assim como nas
outras duas adaptações analisadas anteriormente, foi decidido manter algumas
características físicas da personagem, como por exemplo: tom de pele mais escura,
cabelos negros, olhos grandes e penetrantes. Apesar disso, a nova versão da
personagem se diferencia das demais através do estilo de ilustração escolhido. Logo
nos primeiros rascunhos (ver figura 78), é possível ver a diferença no formato do rosto,
mais alongado e oval, e em seus cabelos, mais cheios e volumosos. Além disso, foi
trabalhada algumas versões da personagem usando pequenos óculos, com o objetivo
de incentivar mais personagens que usam este acessório. Para seu tipo físico (ver
figura 79), foi escolhido manter tipo mais esbelto, com pernas e braços longos,
deixando o busto e cintura mais discretos.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Detetive Fix
Verne é bem objetivo na descrição do detetive, “um homenzinho magro, de
aspecto inteligente, nervoso (...)” (VERNE, 2018). Entre as duas adaptações, o
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FONTE: Autor.
Para seu físico (figura 84), foi adotada uma silhueta mais “corcunda”,
transmitindo a mensagem que o personagem é um homem cansado, que se preocupa
mais com o cumprimento do seu dever do que sua saúde.
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FONTE: Autor.
Finalizando a arte do personagem (figura 85), foi mantido uma expressão mais
envelhecida, ou seja, com mais linhas de expressão, como por exemplo marcas nos
olhos (pés de galinha) e marca nas sobrancelhas. Para a colorização do personagem,
foram escolhidos tons de azul e amarelo.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
131
Dentro da história escrita por Júlio Verne, o autor descreve vários exemplos
de cenários culturais, que vão desde cenários mais urbanos, como por exemplo as
ruas de Londres e as cidades norte americanas, à cenários mais naturais, como as
florestas e aldeias indianas. Para o desenvolvimento do Concept Art dos cenários, a
produção foi limitada apenas para a criação daqueles que estão presentes apenas no
primeiro volume da coleção. Foram priorizadas as cenas que antecedem um novo ato,
foram elas: o cenário de Londres (Inglaterra), Suez (Egito), e Bombaim (Índia).
Para todos os cenários, utilizou-se o mesmo processo de criação. Primeiro foi
criado um rascunho, esquematizando os principais elementos de cada cenário, em
seguida, foi feita a arte final. Apenas o cenário de Londres recebeu coloração. Isso se
deve por que o cenário está presente na página um, que foi colorida como
demonstração.
A principal ideia era, através dessas três cidades, retratar três cenários, ou
paisagens, distintas, urbana, marítima e natural. Para Londres (ver figuras 88 e 89),
foi escolhida uma paisagem mais urbana, mostrando um importante símbolo da
cultura inglesa, o relógio Big Ben. Para a cidade de Suez (ver figuras 90 e 91), por ser
uma cidade portuária, foi escolhida uma cena que mostre esta característica, com a
chegada de vários barcos no porto. Por fim, para a retratação da Índia (ver figuras 92
e 93), foi escolhido um cenário com mais elementos da natureza, o interior da floresta
a qual o grupo de personagem percorre no final do volume.
132
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
133
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
134
FONTE: Autor.
Para o Concept Art dos objetos, foram selecionados itens que estão presentes
em boa parte da narrativa. A representatividade destes itens foi pouco enfatizada,
diferente do que aconteceu com o Concept Art de cenários e personagens, que
receberam uma preocupação maior. Isso se deve porque, este sentimento de
representatividade, está mais relacionado com o físico e comportamental do que com
bens materiais.
Os itens escolhidos foram: livros, com duas variações de estilo, referenciando
os textos originais de Verne; uma mochila de viagem, usada por Fogg e Passepartout
durante sua aventura; o sári da personagem Aouda, parte importante do figurino da
personagem indiana; um bolo de dinheiro em notas de banco, objeto comum na cultura
inglesa; e, com o objetivo de enfatizar a época que se passa a história, uma caneta
pena e tinteiro; pão e um porta retrato.
O processo de criação dos objetos, iniciou-se com os rascunhos dos itens,
organizados na mesma página (ver figura 94). Em seguida, foi realizada a arte final
dos desenhos, apenas line Art (figura 95).
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
136
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
4.6 ROTEIRO
FONTE: Autor.
Para auxiliar a narrativa da história, será utilizado o recurso de narração, ou seja, será
utilizado um balão narrador, geralmente encontrados no formato retangular, que
repete a mensagem em forma de texto do quadrinho ou complementa com
informações extras, como sentimentos, pensamentos, etc. O recurso de narração será
onisciente, ou onipresente, que conhece toda a história e narra as ações dos
personagens.
Para o projeto será produzido apenas um volume, o volume 1. O motivo desta
decisão se deve por dois fatores. O primeiro seria o tempo de produção e
desenvolvimento do quadrinho, que contaria com um prazo curto. O segundo está
relacionado com o conceito e diferencial do projeto, que tem como objetivo uma
melhor apresentação e exposição dos personagens e dos momentos mais relevantes
da história, buscando sempre cativar os leitores. Para isso, seria necessário um maior
cuidado no detalhamento das ilustrações, exigindo, consequentemente, uma maior
quantidade de páginas. Então, para a criação de cada volume, seriam destinados uma
maior quantidade de tempo e recursos, não se tornando viável para a apresentação
dos quadrinhos no final do projeto.
O roteiro dos volumes será construído com base no texto original de Júlio
Verne e nas adaptações da história em quadrinhos, e serão os textos base para a
construção da nova narrativa. Porém, para a história se adequar com o conceito do
projeto, serão inseridas novas cenas e diálogos que não estão presentes nos textos
base. Para o primeiro volume, foi elaborado um roteiro mais detalhado das cenas e
características dos personagens, intercalando os parágrafos com alguns rascunhos
da disposição dos quadros nas páginas (ver Storyboard completo no apêndice d –
Storyboard completo). Todos os diálogos da história serão apresentados no roteiro,
porém, alguns diálogos diferem dos quadrinhos finais porque, eventualmente, sofrer
alguma alteração durante a transição para as páginas do quadrinho. Já para os outros
volumes, foi criado um breve texto, sem diálogos, indicando os momentos da
narrativa.
As novas cenas foram inseridas com o objetivo de aumentar a
representatividade da adaptação, além de seguir o conceito do projeto. Estes novos
diálogos foram mais detalhados no roteiro do primeiro volume da coleção, enquanto
que os demais volumes, por não serem produzidos a princípio, não apresentavam a
necessidade de um maior aprofundamento.
143
Enredo detalhado
FONTE: Autor.
146
FONTE: Autor.
Contará também que o patrão, desde sempre teve esta mesma rotina, nunca
viajou ou tirou férias. Nunca teve nenhum interesse amoroso. Era muito inteligente,
possuía em sua biblioteca livros que vão desde matemática a geologia avançada. Ele
também descreveu, com riqueza de detalhes, a rotina do patrão:
– As 8h00 da manhã, o Sr. Phileas Fogg regularmente levanta – começou o
mordomo – às 8h23, o chá deve ser servido, em seguida, às 9h37, a água para a
barba, na temperatura exata de 30º, não se esqueça! O Sr. Fogg fica em casa até as
11h30, hora que saí para almoçar no Reform Club. Fica fora até meia noite – hora que
metodicamente se deita.
Passepartout memorizava cada palavra e, a cada frase, exibia uma
expressão de surpresa e admiração. Para Passepartout, alguém que consegue
manter uma rotina, é uma pessoa digna de respeito.
FONTE: Autor.
Ainda no mesmo dia, 2 de outubro, Reform Club, 11h30 (figura 106). Fogg
chegou e logo se dirigiu para a sala de jantar. O Reform Club era um edifício
deslumbrante. Na sala de jantar, possui grandes janelas que davam para um
jardim com árvores douradas. Fogg sentou-se, no seu lugar habitual, e pediu o de
sempre. Detalhe para os pratos – almoço de entrada: peixe cozido, temperado com
molho, carne malpassada, bolo recheado de talos de ruibarbo e groselhas verdes e
um pedaço de queijo. Em seguida, às 12h47, levantou-se e dirigiu-se para o salão
principal – ornamentado de pinturas ricamente emolduradas – e começou a ler o
148
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
transporte chegou, uma elegante carroça guiada por dois belos cavalos brancos, os
dois entram apressados. Após dar as instruções ao motorista, partiram para viagem.
Na estação de trem, Fogg e Passepartout tomam seus lugares e partem para o
primeiro destino da viagem, a cidade de Suez, no Egito. Em um sobressalto,
Passepartout surpreende seu patrão:
– Esqueci!
– O que esqueceu rapaz?
– O bico do gás ligado.
– Pois muito bem rapaz, você terá que arcar com este custo!
FONTE: Autor.
exagero de estampas e cores. Dois homens discutem acalorados o assunto que virou
febre em Londres, o possível roubo que o Sr. Fogg cometeu e sua inesperada viagem
de fuga. Um deles era o Sr. Cônsul, responsável chefe do consulado inglês, o outro
era Bronwen Fix, o detetive da Scotland Yard responsável pela investigação de Fogg.
O detetive era um homem bem-apessoado, robusto e muito elegante. Tinha uma
postura de autoridade e uma fala firme que fazia qualquer criminoso estremecer de
medo.
– Não sei como, com a descrição de que dispõe, o senhor poderia reconhecer
o homem que está perseguindo!
– Sr. Cônsul, é preciso ter faro. Já prendi muitos gentlemen na minha vida. Se
for verdade o que dizem que o suspeito irá desembarcar por aqui, certamente irei
reconhecê-lo.
– Assim espero senhor Fix, porque se trata de um furto importantíssimo.
O detetive, evidentemente estimulado pela boa gratificação prometida, estava
impaciente com a chegada do navio, então correu até o porto para não perder o
suspeito.
O Mongólia era um dos barcos mais velozes da Companhia Peninsular e
Oriental. Era um navio de ferro, com hélice e falsa coberta, de 2.800 toneladas de
porte e quinhentos cavalos de potência. Desembarcando do navio Mongólia, Fogg,
sem demoras, pede para seu empregado procurar o consulado para carimbar seus
passaportes. Por coincidência, ou não, Passepartout pede ajuda a Fix.
– Desculpe, com licença senhor! Será que o senhor poderia me informar em
que direção fica o consulado inglês? Preciso carimbar este passaporte...
– Este passaporte é do senhor...
Este, vendo os nomes nos passaportes, imediatamente se oferece para
ajudá-los.
– Ah sim! Claro – com um sorriso forçado – fica logo ali, ao canto da praça.
Mas é preciso se apresentar pessoalmente ao consulado para que a identidade seja
confirmada!
– Isso é mesmo necessário??
– Indispensável!
Após se apresentar para o Sr. Cônsul, Fogg justifica o motivo de precisar
do carimbo, mencionando sua aposta (figura 105).
– O senhor é Phileas Fogg? – pergunta o Sr. Cônsul.
154
– Sim, senhor.
– E este é seu empregado.
– Sim. Jean Passepartout.
– Estão indo para... Bombaim, correto?
– Correto.
– Ora, meu senhor – continuou o Sr. Cônsul – essa formalidade do visto não
é necessária, não exigimos a apresentação do passapor...
– Sei muito bem senhor – respondeu Fogg – mas gostaria de comprovar
minha passagem por Suez.
Quando Fogg e Passepartout saem da sala, Fix entra na sala e questiona o
Sr. Cônsul sobre o suspeito:
– E então?
– E então que ele me pareceu ser um cavalheiro perfeitamente honesto.
– Os maiores ladrões sempre parecem ser gente honesta!
FONTE: Autor.
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FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
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Enredo simples
Após o resgate da indiana, Fogg, Passepartout, o general Francis Cromarty e
o jovem guia, continuaram sua viagem. Chegando à estação, Fogg pede para
Passepartout comprar roupas e outros itens para a moça. Fogg decide entregar o
elefante para o guia cuidar, já que não poderia levá-lo na viagem. O guia ficou muito
feliz e prometeu cuidar bem do elefante. Passepartout e Fogg se despedem do general
e agradecem a ajuda.
A indiana desperta alguns minutos depois, estavam dentro da cabine do trem
para Calcutá. Sem saber muito bem aonde estava, a indiana ficou assustada e pegou
uma bengala para se defender. Fogg, um pouco inquieto, tenta acalmar a jovem
enquanto desvia dos golpes de bengala. Ela, depois que o inglês terminou de falar,
164
começou a chorar. Sem saber o que fazer, Fogg fica parado olhando as lágrimas
escorrerem no seu rosto. Ela esboçou um belo sorriso e começou a rir e, em um
movimento rápido, abraça Fogg. Passepartout chega neste exato momento com as
compras, a indiana ainda estava com a bengala na mão e quase acerta a cabeça do
francês.
Passados alguns minutos, ela volta a cabine com suas novas roupas. Era um
belo vestido, nas mesmas cores de seu antigo sári, Passepartout tinha bom gosto.
Seu cabelo estava preso e descia por suas costas. Fogg ficou sem palavras, mas logo
voltou para seu livro. A jovem é questionada sobre seu nome e passado, com muita
tristeza, ela responde que não era mais interessante, para ela, relembrar o passado.
Disse que se Chamava Aouda, só Aouda.
Fogg, ao resgatar Aouda, perdeu os dois dias que havia ganhado entre
Londres e Bombaim. Mas Fogg, apesar da perda, não demonstrava arrependimento.
Para não correr o risco de serem pegou pelos religiosos, Fogg decidiu que levaria
Aouda até a China, onde se encontrava o tio da jovem, um habilidoso comerciante.
Aouda não tinha palavras para agradecer os dois cavalheiros por toda a ajuda.
Quando o grupo desembarcou em Calcutá, um policial, após confirmar suas
identidades, intimou os três a comparecerem perante o juiz. A princípio, acharam que
era por causa da cerimônia religiosa frustrada, mas logo descobriram que era por
causa da confusão que Passepartout arranjou acidentalmente. Diante do juiz, na hora
marcada, Fogg assumiu os erros de Passepartout e pagou a fiança. Passepartout,
envergonhado por causar tanto prejuízo a seu patrão, prometeu para si mesmo que
não cometeria mais erros, por enquanto. Fix, ao assistir o julgamento, ficou irritado
com o veredito, pois seu objetivo era atrasar Fogg até que o mandato chegasse.
A caminho de Hong Kong, o navio que estavam foi surpreendido por uma
grande tempestade. Passepartout e Fix se encontraram novamente, mas dessa vez,
Passepartout ficou desconfiado, mas deixou de lado sua inquietação para ajudar os
demais passageiros do navio. Após um forte solavanco do navio, uma criança caiu no
mar. Depois de conseguir levar a criança em segurança até a lateral do navio, Aouda
é levada longe por uma onda, fazendo com que ficasse submersa por alguns
segundos. Nesse tempo, Aouda viu uma grande silhueta se aproximando. Não era um
animal, mas algo mecânico. Aouda tinha a impressão que, dentro daquela máquina,
alguém estava a observando. Depois de voltar a si, ela sobe para superfície. Aouda
era uma ótima nadadora, e conseguiu se manter a salvo no mar agitado enquanto
165
aguardava uma corda. Fogg imediatamente procurou algo para ajudar a moça. Depois
de ser resgatada, Aouda só mencionou o que virá para Fogg e Passepartout, deixando
os dois muito inquietos. Os três concordaram que era melhor deixar esta visão de
lado, por enquanto.
Chegando na China, descobrem que o parente de Aouda se mudou para
Europa. Fogg sugeriu que a moça acompanhasse ele durante a viagem e, quando
chegarem em Londres, ajudaria a encontrar o seu tio.
Passepartout, após sair do consulado inglês, se informou sobre os horários
do navio, e descobriu que sairia no mesmo dia, durante a noite, e não na manhã
seguinte. Em sua caminhada, viu novamente o detetive Fix. Passepartout decide
contar sobre suas suspeitas e defendeu o patrão. Passepartout acreditava que Fix
tinha sido enviado para seguir os dois a mando dos cavaleiros do Reform Club. Fix
decidiu revelar suas reais intenções, então convidou Passepartout para sair. No bar,
Fix falava sobre sua profissão, Passepartout estava decidido a não acreditar no home.
Sem querer, Passepartout bebeu o drink de outro senhor. O drink era muito forte,
deixando o rapaz desacordado. Vendo a situação, Fix, como um bom detetive, não
queria perder a oportunidade de atrasar Fogg, já que apenas ele e Passepartout
sabiam do novo horário do Navio. Fix deixou Passepartout no navio, com tristeza no
olhar.
No dia seguinte, Fogg foi surpreendido com o sumiço do empregado, e mais
ainda com o adiantamento do navio. Aouda estava preocupada com Passepartout, e
foi procurá-lo. Enquanto isso, Fogg encontrou um outro barco, mais simples, de um
capitão aposentado. Após oferecer uma boa remuneração, o capitão aceitou levar os
dois até Tóquio. Aouda disse que alguns homens viram Passepartout no navio que
saíram ontem de noite. Fix se aproximou do casal e disse que também tinha perdido
o navio. Fogg, muito gentil, ofereceu um lugar no barco. Aouda desconfiou de Fix.
No navio, Passepartout acordou de repente. Estava sentindo uma mistura de
raiva e vergonha. Raiva de ter aceitado aquele drink com Fix, e vergonha por ter
atrapalhado, novamente a viagem de seu patrão. Quando desembarcou em Tóquio,
Passepartout pensou que estava sozinho e perdido. Por sorte, Passepartout era
otimista, pensou em encontrar o patrão nos Estados Unidos, mas precisava arrumar
um emprego. Em um passeio pela cidade, viu um cartaz de um circo japonês que
estava contratando equilibristas. O circo misturava a cultura ocidental e oriental, os
donos eram um casal incomum, a esposa era americana, era uma bela morena com
166
cabelo cheio vermelho, o marido era japonês quieto, muito satisfeito com a simpatia
de sua esposa. Em seu currículo, Passepartout já tinha feito de tudo um pouco,
inclusive, já foi artista de circo. Retirou o cartaz da parede e logo conseguiu um
emprego. O número que o rapaz iria participar era conhecido como “os narigudos”,
vários homens e mulheres, usando máscaras com grandes narizes de madeira,
saltavam de um lado para o outro, erguendo pirâmides humanas sob os narizes.
Fogg, Aouda e Fix chegaram em Tóquio um dia depois que Passepartout.
Fogg decidiu procurar por Passepartout, Fix seguiu o inglês durante toda a busca,
inquieto com o atraso do mandato. Quando Fogg retornou sem sucesso, Aouda
conversou sobre suas suspeitas. Fogg disse que era estresse, devido o sumiço de
Passepartout, por quem Aouda criou uma forte amizade. Como solução, Fogg, um
pouco nervoso, convidou a moça para ir até o circo. Aouda aceitou sem hesitar.
De noite, um pouco antes do navio para a América sair, Fogg e Aouda foram
se distrair no circo. Fogg estava um pouco mais calmo, Aouda estava encantada com
as cores e luzes. Fogg comprou um cartão postal de Tóquio. Chegando na tenda
principal, Aouda e Fogg tomaram seus lugares, o detetive Fix estava encostado na
entrada observando o casal. Quando os narigudos começaram a se apresentar,
recebendo em troca muitos aplausos. No final, eles tinham que fazer uma grande
pirâmide, Passepartout, irreconhecível com a fantasia e a máscara, estava na base.
Passepartout, de repente, reconheceu o casal de amigos na plateia, e com um salto,
pulou na frente deles. A pirâmide começou a despencar. Fogg reconheceu o criado,
este gritou alegremente. Os três saíram correndo até o navio, que sairia em questão
de minutos, Fix correu atrás deles. Com muita alegria, o grupo se despede de
Tóquio.
4.6.3 Volume III: duelos épicos, resgates perigosos e uma recepção complicada
Enredo simples
No navio, o grupo estava a caminho dos Estados Unidos. Passepartout e
Aouda conversavam alegremente sobre as aventuras do francês em território
ocidental. Aouda conversava alegremente sobre Fogg, e como ele era um homem
peculiar, diferente de todos que já havia conhecido. Passepartout concorda. Fogg
estava mais descontraído, não ficava muito tempo na cabine e, acompanhado de
167
Aouda, davam vários passeios pelo navio, conversando sobre curiosidades. Fogg
conta as reais motivações da aposta. Fogg disse que em seu aniversário de trinta
anos, encontrou por acaso uma antiga sala, a qual não tinha acesso a muitos anos.
Disse que passou dias olhando suas antigas anotações e livros sobre outros
continentes, estava querendo mudar de vida, mas não tinha coragem.
Passepartout encontrou Fix que, sem palavras, não sabia como iria justificar
sua atitude. Passepartout, após ouvir parte do relato de Fix, deu um soco no detetive.
Passepartout disse que agora podia perdoar o detetive, concordou em não revelar a
verdade para o patrão. Também disse que iria fazer de tudo para provar a inocência
do patrão. Depois disso, os dois apertaram as mãos e saíram caminhando.
Chegando em São Francisco, a primeira parada do grupo nos Estados
Unidos, Passepartout ficou confuso com o que via. O francês tinha uma ideia errada
sobre o país, imaginava que era um lugar repleto de cowboys e índios, com
construções precárias. Porém, para sua decepção, a cidade era muito semelhante
com Londres, principalmente nas construções.
Passepartout queria comprar um revólver, estava preocupado com possíveis
assaltos de índios sioux e pawnee. Recebendo a aprovação do patrão, Passepartout
imediatamente foram às compras. Fogg e Aouda, enquanto caminhavam rumo ao
consulado, encontraram o detetive Fix. Fix tenta puxar conversa com os dois, mas
Aouda ainda estava desconfiada sobre as intenções do homem. Enquanto passavam
pela praça principal, viram um grupo de pessoas reunidas. Era um comício, dois
candidatos estavam discutindo. As pessoas começaram a ficar exaltadas e, em
questão de minutos, começaram uma confusão. Um coronel avançou para cima de
Fogg, mas, tentando ajudar, Fix entrou na frente. Fix levou um soco e ficou caído,
Fogg, nervoso com a situação, condenou a atitude do homem. O coronel, por sua vez,
intimou Fogg para um duelo. Fogg, disse que em uma próxima ocasião iria retornar
para São Francisco e duelar com ele.
Chegando no trem, Passepartout vê o patrão e Aouda com o detetive Fix.
Aouda foi quem contou a história para Passepartout e, por um tempo, tentou não
parecer tão desconfiada. O trem saiu no horário, a caminho de Nova Iorque. Passou
por diversos cenários, canyons, desertos e florestas nevadas.
Em uma noite, o trem parou. Passepartout, incomodado, decide ver o que está
acontecendo. Durante o trajeto, o trem deveria passar por uma ponte. Acontece que
esta ponte estava em péssimas condições, impossibilitando uma passagem segura.
168
senhor mostrou um trenó, que costuma usar em nesse período do ano. Fogg, após
acertar uma boa remuneração ao senhor, seguiram até a estação de trem. O tempo
estava bom, o vento soprava forte. Aouda e Passepartout estavam adorando a viagem
de trenó, principalmente Aouda, que nunca tinha conhecido a neve. Fogg e Fix
estavam congelados em seus lugares. Durante a viagem, o grupo passou por vários
cenários gelados, viram um grupo de lobos, rios congelados, raposas, etc.
Chegando na estação, todos correram para alcançar o trem, que estava de
saída. A viagem não demorou muito, faltando alguns minutos para o navio a caminho
de Liverpool sair, todos saíram apressados do trem, sem esperar o trem parar. Apesar
do esforço, perderam o navio, viram ele se afastando no mar. Fogg disse, após
encontrarem um hotel, que todos deveriam descansar e que amanhã pensaria em
uma solução. Porém, todos passaram a noite em claro. Aouda, em sua cama, se
mexia de um lado para outro, Passepartout e Fix, que dividiram o mesmo quarto,
conversavam sobre o que passaram, e Fogg, olhando para a janela, sozinho e em
silêncio, refletia.
O dia amanheceu, e todos já estavam despertos, prontos para a próxima
viagem. Fogg, que acordará antes de todos, voltava de um passeio no porto. Ele
contou que encontrou um barco, mas que não iria até Liverpool. Fogg, apesar da
situação, disse que tinha um plano, e que precisava de ajuda. Já no mar, Passepartout
batia papo com o capitão, um senhor ruivo, um tanto bronco. Em questão de
segundos, vários homens da tripulação pularam sobre o capitão, amarrando suas
mãos e pés. Fogg era o responsável pelo ataque, estava decidido a conseguir mudar
a direção do navio para Liverpool, custe o que custar. Aouda, irritada com os gritos do
capitão, amarrou sua boca com seu sári.
Faltando poucos dias para o fim da aposta, Fogg soube pelo imediato que não
teriam condições para chegar, não tinham carvão suficiente para a viagem. Fogg,
determinado, desamarrou o capitão e ofereceu quase todo seu dinheiro para comprar
o barco. Após uma intensa negociação, todos os homens, e Aouda, tiraram toda a
madeira do barco, deixando o mínimo do mínimo. No final, o barco completamente
pelado, o grupo chegou em Liverpool. Fogg e seus amigos chegaram no porto e,
imediatamente, correram para pegar o trem até Londres, faltando apenas um dia para
o fim da aposta.
Faltando poucas horas para o fim da aposta, o grupo chegou em Londres,
porém, Fix deu voz de prisão a Fogg, surpreendendo todos. Depois de algumas horas,
170
Fogg encontrava-se preso, com uma expressão sombria. Fix, Aouda e Passepartout
chegaram na cela, Fix disse que cometeu um erro, a polícia tinha prendido o
verdadeiro ladrão três dias atrás. Após sair da cela, Fogg fez o inimaginável, acertou
um soco no rosto de Fix e saiu.
A aposta tinha terminado, Fogg perdeu tudo. Em sua casa, Fogg estava
calado. Passepartout e Aouda estavam tristes, não sabiam o que falar para consolar
o pobre Fogg. Pouco antes de anoitecer, Fogg queria conversar com Aouda, queria
ajudar a moça, embora não tivesse mais sua fortuna. Aouda, determinada, se levantou
e perguntou se Fogg gostaria de aceitar sua mão em casamento. A indiana disse que
gostaria de estar ao lado de Fogg, ajudar ele a se reerguer, que era seu dever ajudar
ele depois de tudo. Fogg, sem palavras, declarou seu amor a indiana, e pediu para
Passepartout ir até o padre. Passepartout, em lágrimas, correu até a igreja. Contando
sobre o casamento de última hora, pediu para o padre casar os dois. O padre, sem
entender, disse que não poderia, uma vez que amanhã era domingo, não segunda.
Passepartout, sabendo disso, correu até a casa do patrão, a aposta não tinha acabado
ainda.
Logo após Passepartout chegar na casa, os três saíram correndo. Chegaram
no Reform Club faltando poucos segundos para a aposta terminar. Fogg conseguiu
ganhar a aposta, recuperando sua fortuna. No mesmo dia, Aouda disse que Fogg
poderia voltar a atrás e cancelar o casamento, Fogg, porém, calou a jovem com um
beijo. Passados alguns dias, os dois se casaram, na cerimônia estavam presentes
alguns membros do Reform Club, o mordomo James, o detetive Fix, que fora
perdoado pelo erro, e Passepartout, que levou a jovem ao altar. Na festa, Fix conta
que se aposentou da polícia, e que ia abrir um novo negócio de espionagem, mas
precisava de um parceiro para evitar problemas ou falsos julgamentos. Passepartout,
com um forte abraço, aceita.
171
4.7 LAYOUT
4.7.1 Storyboard
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Em um momento específico, foi utilizado o tipo ação por ação, ideal para
representação de cenas de ação. Este estilo de transição foi empregado na cena de
luta e perseguição do personagem Passepartout, mantendo um ritmo acelerado (ver
figura 117).
FONTE: Autor.
Durante o processo de criação das cenas, foi optado um grid de duas e três
colunas, podendo variar a largura desses quadros, de acordo com a mensagem que
será passada na página (figura 118). Com o objetivo de entregar um material diferente
dos similares, que comprimiam vários quadros em uma única página, há um maior
uso de quadros grandes, principalmente na representação de cenas, chamando a
173
Figura 118 – CENAS DO STORYBOARD, EXEMPLO DE GRID UTILIZADO NO QUADRINHO (DUAS E TRÊS
COLUNAS).
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
4.7.2 Letreiramento
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Para os textos especiais (ver figura 123), foram escolhidas duas tipografias
distintas. A Berolina apresenta, é caracterizada por apresentar serifas, enquanto que
a Bloomsbury, possui um estilo mais manual, caligráfico.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
178
FONTE: Autor.
179
FONTE: Autor.
180
4.9 IMPRESSÃO
FONTE: Autor.
181
FONTE: Autor.
Por fim, para a capa do terceiro volume, há a reunião dos quatro personagens
principais da história, viajando de treno no território Americano. Nesta versão, o verso
contará com um pequeno texto contando a história do projeto e curiosidades da
responsável pelos desenhos. A cor predominante foi o verde, também com o objetivo
de contrastar com o azul do cenário.
FONTE: Autor.
Figura 130 – RASCUNHOS DAS ILUSTRAÇÕES QUE IRÃO NO VERSO DE CADA VOLUME.
FONTE: Autor.
Figura 131 – ARTE FINAL DAS ILUSTRAÇÕES QUE IRÃO NO VERSO DE CADA VOLUME.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
em apenas 80 dias. Fogg jamais conseguiria realizar este feito sem os progressos
tecnológicos de sua época, como estradas de ferro e barcos a vapor, decorrentes
da Revolução Industrial.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Finalizando, temos o terceiro volume (figura 134), que, assim como nos
volumes vistos anteriormente, precisou de uma atualização da pintura. O cenário em
questão é uma paisagem nevada, por isso, precisou utilizar tons de azul misturados
ao branco, criando a sensação de gelo. Na animação Hora de Aventura (Adventure
Time), tem exemplos de cenários congelados, muitos deles foram usados como
inspiração.
188
FONTE: Autor.
4.9.2 Boneco
qualidade e acabamento brilhante. Assim que o material estiver com suas devidas
cores, será utilizado o papel couchê fosco, com 150 de gramatura, assim como na
maioria dos similares, diretos e indiretos, que entregaram um material colorido. Este
material realça as cores.
O acabamento escolhido, apenas para o cumprimento desta etapa do projeto,
é a encadernação com grampos, modelo canoa. Por se tratar de um teste, e não do
produto real, a encadernação simples, além de ser mais em conta, proporciona a
mesma qualidade para a análise. Serão estudadas algumas alternativas de
acabamento, entre elas, está a capa dura e lombada quadrada. Este tipo de
acabamento foi utilizado na adaptação da editora L&PM, este recurso agregou valor
ao produto, atraindo a atenção do leitor por sua qualidade.
FONTE: Autor.
similares diretos, não comprometeu a leitura e nem a qualidade das ilustrações, sendo
possível ver detalhes menores sem dificuldades. Além disso, o tamanho escolhido
permite um melhor manuseio, podendo ser transportado sem dificuldades em bolsas,
por exemplo. Agora, analisando com mais cuidado a superfície, ou seja, a capa que
envolve todo o conteúdo, de acordo com as observações recebidas durante a banca
de qualificação (presente na etapa três do projeto), esta poderia receber mais
detalhes, principalmente na coloração da ilustração principal, adicionando sombras ou
outros efeitos. Com relação ao acabamento escolhido, estilo brochura, não valorizou
o material, mostrando que o acabamento em capa dura, ou lombada quadrada, seria
a melhor opção. Apesar disso, a organização dos elementos nas capas, como por
exemplo os adornos e textos informativos, ainda de acordo com as análises dos
orientadores do projeto, a princípio, mostrou estar adequada.
O quadrinho não está colorido, em 19 páginas, as ilustrações receberam
apenas uma finalização em line art, com o objetivo de avaliar a qualidade do desenho
e enquadramento no layout, já nas outras, as ilustrações apresentadas são rascunhos,
organizados nos quadros. Por isso, a análise da paleta de cores, foi limitada as capas
dos três volumes impressas. As cores, no material físico, ficaram mais saturadas que
na versão digital, principalmente nas cores da marca, estas devem ser corrigidas
posteriormente. Com relação a escolha da tipografia, esta, por ser de um estilo mais
manual, o tamanho escolhido dificultou a leitura.
Quanto a análise das ilustrações e narrativa, os orientadores mostraram-se
satisfeitos, afirmando que a transição de quadros apresenta movimento, ritmo e
consistência. A condução da narrativa também foi elogiada, principalmente na
mudança de planos aplicadas, evitando a monotonia. Os personagens são orgânicos
e gestuais, foi possível perceber a representatividade, colocada de forma mais sutil.
Apesar dos problemas encontrados, a maioria das decisões, como roteiro,
diagramação, letreiramento, enquadramentos, foram assertivas, cumprindo a maioria
dos requisitos definidos na fase anterior. Posteriormente, será realizada a correção e
finalização do material. Pretende-se entregar o quadrinho completo, assim, todas as
pendências, como colorização do Concept Art e detalhamento, letreiramento e
colorização das ilustrações, serão resolvidas.
191
4.10 FINALIZAÇÃO
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
Após a conclusão da página, esta foi avaliada por uma banca formada por
orientadores do curso. Os orientadores fizeram algumas observações sobre o modo
que as ilustrações foram coloridas. De acordo com as análises, faltava a presença de
sombreamento e equilíbrio de cores, fazendo com que os quadrinhos não estavam
interessantes para os leitores. Assim, as ilustrações foram recoloridas, agora com um
uso maior de sombreamentos e variações de da paleta de cores. Como foi
mencionado anteriormente, a página não foi concluída a tempo da validação, sendo
apresentada apenas na versão digital, aplicada a um mockup. Outra alteração
sugerida pelos orientadores, foi o aumento da tipografia. Mesmo aumentando a fonte,
de acordo com a validação com os usuários, ela ainda continuou com um tamanho
que dificulta a leitura daqueles com problemas de visão mais acentuados. Logo, além
das cores, a tipografia da página foi corrigida novamente. Na figura 138, é possível
ver o resultado final da página 1, com as devidas correções. Nas figuras 139 e 140,
demonstram como a página ficaria aplicada no quadrinho, através de um mockup
digital.
O restante das páginas finalizadas pode ser encontrado no apêndice f –
ilustrações finalizadas (páginas 1 a 28). As demais páginas estão finalizadas apenas
194
FONTE: Autor.
195
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
196
5 PRODUÇÃO
Para a impressão das capas, foi mantido o mesmo tipo de papel, mudando
apenas a sua gramatura, para 250g. O motivo disso se deve porque o acabamento
escolhido, que será detalhado mais adiante, pede um material mais encorpado e
resistente para a capa. A segunda razão pela mudança é que esta nova gramatura
trará ao produto maior qualidade e o leitor poderá manusear o produto sem risco de
danificar o quadrinho.
Sobre o acabamento, como já foi mencionado anteriormente, o uso de
encadernação canoa, ou com grampos, não trouxe o resultado esperado, não
valorizando o material. Por isso, foi optado pela utilização da encadernação de
lombada quadrada com capa flexível. Na encadernação com lombada quadrada, o
miolo pode ser colado de diversas formas, sendo uma das formas mais populares é a
colagem com cola Hot Melt ou PUR, a qual pode-se fazer com as folhas soltas. Esta
técnica é recomendada para revistas mensais, com volumes de 40 a 200 páginas.
Apesar de simples, o resultado final é superior que a encadernação com grampos.
Para melhor compreensão, todas as informações descritas foram reunidas na
tabela abaixo (tabela 35):
Lombada quadrada,
Encadernação Canoa / Grampos
capa flexível
FONTE: Autor.
TOTAL R$94,86
FONTE: Autor.
O valor total mostrado na tabela não é totalmente exato. Como foi mencionado
nos tópicos referentes ao desenvolvimento do projeto, o quadrinho não foi entregue
com todas as páginas finalizadas, sendo a maioria das páginas finalizadas apenas
com o line art, ou contorno preto. Assim, os valores na impressão do miolo podem
199
sofrer alterações, uma vez que, de acordo com o que planejado para o quadrinho no
início do projeto, é que ele seria colorido.
Para trazer um resultado mais exato, foi feito um orçamento com uma gráfica
de grande porte, capaz de produzir mais de 10.000 ou mais exemplares. Para o
orçamento, foram descritos os mesmos materiais, alterando, apenas, o papel do miolo
para um com uma gramatura menor, e acabamentos determinados anteriormente,
somente com a adição de dois tipos de acabamentos nas capas, são eles: laminação
fosca nas capas e máscara de verniz UV na marca.
Na laminação fosca é uma técnica similar a plastificação, a qual é aplicada
sobre o papel uma película plástica e fosca. Por proporcionar um acabamento discreto
e elegante, este tipo de acabamento vem sendo muito usado em vários tipos de
impressões. É impermeável e oferece maior resistência para impressões com dobras,
preservando a qualidade do material mesmo com o manuseio frequente. Além disso,
a principal característica desse material é que ele proporciona um toque sedoso,
quase aveludado, minimizando possíveis marcas de gordura.
O segundo acabamento é a máscara de verniz UV (verniz ultravioleta), é um
tipo de revestimento que pode ser aplicado em toda a superfície do impresso ou
apenas em pequenos detalhes, a famosa máscara de verniz localizada.
Após o recebimento do orçamento, realizado na gráfica WL impressões, as
informações foram organizadas na tabela abaixo, o orçamento oficial pode ser
encontrado no apêndice j – orçamento oficial realizado pela gráfica WL impressões
(ver tabela 37).
200
Acabamentos: Aplicação de
Laminação Bopp fosca uma face
capa, Vincos na capa, Intercalação
do miolo, Lombada quadrada PUR
e Refile.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
5.2.2 Canvas
formado por nove blocos que representam as principais áreas de uma empresa, que
seriam os clientes, a oferta, a infraestrutura e a viabilidade financeira (SEBRAE, 2014).
Este modelo de negócios foi criado por Alex Osterwalder, com o objetivo de
facilitar o entendimento de um negócio. Neste modelo, são descritos todos os
elementos e fases que compõem um empreendimento (SEBRAE, 2014). De acordo
com Osterwalder, e como já foi mencionado anteriormente, são nove os componentes
centrais de um negócio: segmento de clientes, proposta de valor, canais de
distribuição, relacionamento com clientes, fontes de receita, recursos principais,
atividades chave, principais parcerias e custos (ver figura 143).
Figura 143 – MODELO DE NEGÓCIOS CANVAS, DESENVOLVIDO PELO SEBRAE (SERVIÇO BRASILEIRO
DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS).
Fonte: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigoshome/como-construir-um-modelo-de-negocio-
para-sua-empresa,6054fd560530d410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso: 20 de out. 2019.
• Para quem vou fazer? Definição do público consumidor e as formas que serão
usadas para se relacionar com ele;
• Como vou fazer? Definir quais são os principais recursos, atividades e
parceiros;
• Quanto vou gastar? Saber quais são as receitas e qual a estrutura de custo
para viabilizar o negócio.
• Estrutura de custos:
Divulgação R$ 0,00
Maquinário R$ 3.000,00
TOTAL R$5.600,00
*custos podem variar de acordo com o trabalho.
FONTE: Autor.
206
Figura 144 – FICHA CATALOGRÁFICA FEITA PELO AUTOR, DADOS REFERENTES AO VOLUME III.
FONTE: Autor.
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6 VALIDAÇÃO
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219
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de três perguntas simples, foi avaliada a qualidade visual e receptividade dos três
volumes, se eles despertavam o interesse dos leitores ou se pareciam pertencer a
uma mesma coleção, mantendo uma unidade visual. O resultado foi satisfatório, todos
concordam que a coleção despertava interesse, indo de “ótimo” a “bom”, além de
afirmarem que os livros pareciam pertencer a uma mesma coleção.
Alguns dos entrevistados, no final do questionário, preencheram um campo
reservado a observações e dicas que eles julgaram mais importantes, visando
enriquecer o projeto. Henrique, como foi mencionado anteriormente, comentou sobre
sua dificuldade em entender a representatividade e como encontrá-la nos
personagens e cenários do quadrinho. Os outros entrevistados se limitaram a
parabenizar o trabalho que lhes foi apresentado, afirmando que ficaram muito
interessados em adquirir uma cópia caso fosse publicada oficialmente. Outros, como
Gustavo B. e Tales, fizeram comentários mais voltados a observações para melhorar
o material. Gustavo, como também já foi mencionado anteriormente, reforçou sobre a
questão da tipografia, já Taler, se reservou a fazer comentários gerais sobre o
quadrinho, “falta de cores, mesmo que temporário, dificulta a diferenciação entre
certos elementos e o posicionamento 3D deles”. Isabelle também reforçou a questão
das cores, “eu vi que o texto é bem colocado, achei que por enquanto sem colorir, tem
uns personagens bem parecidos uns com os outros, mas eu amei e desejo sorte”. Por
fim, Wellington fez uma observação sobre as motivações do projeto, “A ideia do
quadrinho ficou excelente, trazer um livro tão antigo, de uma época tão diferente da
nossa, e conseguindo atualizar isso, é simplesmente fantástico”.
6.2 CONCLUSÃO
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
leiturabilidade dos textos. Por ser um elemento que, mesmo com problemas, não afeta
totalmente o entendimento da narrativa, foi optado por manter o material como estava
antes. Mesmo assim, o feedback recebido, tanto pelos orientadores responsáveis pela
disciplina e todos os participantes da validação, será levado em consideração caso o
material seja realmente produzido e divulgado no mercado.
228
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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JUDAO. Representatividade nas HQs: tá tendo sim. E vai ter mais. Disponível em:
<https://is.gd/2ZcpaM>. Acesso em: 6 abr. 2019.
LEGIÃO DOS HERÓIS. Kevin Feige diz que a diversidade será de extrema
importância pro futuro da Marvel Studio. Disponível em:
<encurtador.com.br/lqw79>. Acesso em: 13 abr. 2019.
LEGIÃO DOS HERÓIS. O mundo dos quadrinhos não tem espaço para
novidades. Disponível em: <https://is.gd/PLOXQ7>. Acesso em: 6 abr. 2019.
PAZMINO, Ana Verônica. Como se cria: 40 métodos para design de produtos. São
Paulo: Blucher, 2015.
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RUSSO, B.; LUCENA, B.; ADLER, I. K.; VIANNA, M.; VIANNA, Y. Design Thinking:
inovação em negócios. 1 ed. Rio de Janeiro: Copyright, 2012. 160 p.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
236
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
237
amorosidade, delicadeza,
Afeto desamor, depreciação sentimento terno de afeição
afetividade
reconhecimento,
indefinir,
Identificação afinidade, compreensão, ato ou efeito de identificar(-se)
irreconhecível,
assimilação, empatia
marcante, tocante,
Impactante banal que causa impacto
surpreendente
contraste,
igual, correspondente,
Equivalência desencontro, relação de igualdade
compatível
discordância
FONTE: Autor.
239
Páginas 2 e 3.
244
Páginas 4 e 5.
Páginas 6 e 7.
245
Páginas 8 e 9.
Páginas 10 e 11.
246
Páginas 12 e 13.
Páginas 14 e 15.
247
Páginas 16 e 17.
Páginas 18 e 19.
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Páginas 2 e 3.
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Páginas 4 e 5.
Páginas 6 e 7.
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Páginas 8 e 9.
Páginas 10 e 11.
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Páginas 12 e 13.
Páginas 14 e 15.
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Páginas 16 e 17.
Páginas 18 e 19.
253
Páginas 20 e 21.
Páginas 22 e 23.
254
Páginas 24 e 25.
Páginas 26 e 27.
255
Página 28.
256
Página 29.
Páginas 30 e 31.
257
Páginas 32 e 33.
Páginas 34 e 35.
258
Páginas 36 e 37.
Páginas 38 e 39.
259
Páginas 40 e 41.
Páginas 42 e 43.
260
Páginas 44 e 45.
Páginas 46 e 47.
261
Páginas 48 e 49.
Páginas 50 e 51.
262
Páginas 52 e 53.
Página 54.
263
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
270
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
271
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FONTE: Autor.
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