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REDAÇÃO

O dilema da doação de órgãos no Brasil


INSTRUÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “O dilema da doação de órgãos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A recusa de doação de órgãos no Brasil é um problema grave, segundo a revista Estadão quase metade das
famílias diz “não” a doação de órgão. Se você acha a fila do mercado grande ou dos bancos, imaginem uma
com 34,5 mil pessoas, são aproximadamente cinco anos de espera. Em 2016, 2.013 pessoas que estavam na
fila por um órgão morreram e foram apenas 2.854 doações.

Muitos fatores contribuem por esse baixo índice, como: sofrimento com a perda familiar, crença religiosa a
não aceitação da manipulação do corpo e o desconhecimento. Para Edvaldo Leal de Moraes, vice-
coordenador da Organização de Procura de Órgão (OPO) do hospital das Clínicas de São Paulo com 21 anos de
carreira, frases como “Eu não tenho nada a ver com os filhos de outras mães” o assusta, para ele os motivos
da recusa envolvem fatores culturais e a falta de informação. “Ainda há muito a crença de que ocorrerá um
‘milagre’, mesmo em pessoas que até então não tinham manifestado nenhum tipo de ligação religiosa”,
relata.

Campanhas para doação de órgãos possuem um grande valor. José Ottaiano, vice-presidente do Conselho de
Oftalmologia afirma: “A divulgação pela imprensa e em novelas realmente facilita”. Entre os anos de 2013 a
2014 houve um aumento de 271 para 311 de transplantes de órgãos, sendo que em 2014 foi ao ar a novela
‘Em Família’, da Rede Globo, o personagem Cadu (interpretado por Reynaldo Gianecchini) passou por um
transplante de coração.

Uma boa capacitação dos profissionais também possui sua importância. “Uma das explicações para a rejeição
da doação é a falta de preparo profissional”, relata o coordenador médico José Eduardo Afonso.

“Doar órgãos é eternizar uma parte de você, fazer com que a gratidão faça da saudade apenas um detalhe”
(Professor Galvão).
E você, qual sua opinião sobre a doação de órgãos, você gostaria de ser um doador?

(Disponível em http://payattentionenf.blogspot.com.br/2017/03/os-dilemas-da-doacao-de-orgaos.html)
TEXTO II

Cresce doação de órgãos no Brasil, mas rejeição de famílias ainda é alta


Foram 7.898 órgãos doados no ano passado, segundo associação.
Taxa de negativa familiar para transplante foi de 46%.

Eduardo Carvalho. Do G1, em São Paulo

O Brasil registrou crescimento nas doações e transplantes de órgãos em 2014, de acordo com levantamento
da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgado nesta segunda-feira (23). Foram 7.898
órgãos doados no ano passado, 3% a mais que em 2013.

A taxa de doadores também subiu de 13,5 por milhão de pessoas para 14,2 por milhão, no entanto, ficou
abaixo da meta proposta pela associação para 2014, que era de 15 por milhão. Além disso, o índice está longe
da alcançar o objetivo de 20 doadores por milhão de pessoas até 2017.

Para se ter ideia, na Espanha, considerado o país que mais registra transplantes, a taxa é de 37 por milhão.

De acordo com Lucio Pacheco, presidente da ABTO, a má distribuição das equipes que realizam transplantes
pelo Brasil pode ser uma das respostas esta dificuldade.

Segundo o Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Brasileiro de Transplantes, há mais de mil equipes
preparadas para realizar cirurgias distribuídas pelo Brasil e 400 unidades prontas para atuarem nessa área.

Mas para Pacheco, há uma concentração desse tipo de mão de obra no Sul e Sudeste e quase nenhum ou
nenhum no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Enquanto em São Paulo há 20 equipes para realizar cirurgias de
fígado, o que é muito, em Minas Gerais há apenas 3. Em outros estados mais longes, não há”, explica.

Rejeição das famílias

Outro problema que dificulta a realização dos transplantes é a falta de autorização da família para a cirurgia.
Medida pela chamada "taxa de negativa familiar", o índice em 2014 ficou em 46%, apenas 1% menor que em
2013.

Em alguns estados, o percentual de famílias que não aceitam que um parente doe seus órgãos é ainda maior.
Em Goiás, por exemplo, o valor salta para 82%. Em Sergipe, para 78% e no Acre 73%.

“O brasileiro é muito mais solidário que isso. Não sabemos ao certo o que provoca esse alto índice, se é a falta
de preparo das pessoas na abordagem das famílias logo após a constatação da morte [cerebral ou não] ou se
é a desconfiança do serviço público de saúde”, explica.

Pacheco complementa que é preciso reverter tal situação com mais campanhas educacionais, que mostrem à
população o que é a doação de órgãos, explique a morte cerebral e tire dúvidas relacionadas ao sistema de
transplantes.

“É importante entender a doação de órgãos como um papel da sociedade civil. Hoje você pode não estar
precisando, mas no futuro, você pode ir para a fila de espera”, conclui.

(Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/02/cresce-doacao-de-orgaos-no-brasil-mas-rejeicao-de-familias-ainda-


e-alta.html)
(Gráficos retirados de: https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/
homens-doam-mais-sangue-do-que-mulheres-no-brasil-diz-relatorio-21189782)

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