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devidamente qualificada nos autos do processo originário na condição de reclamante do
processo supracitado de RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com fulcro no artigo 5º,
inciso LV, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), aos artigos 769 e 847, da
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e artigos 335 a 342 do Código de Processo
Civil (CPC), e respeitando o rito ordinário, pelas razões de fato de direito a seguir
expostas:
II – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
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Solicito a gratuidade das despesas processuais, pois a reclamada não poderá
arcar com as despesas do processo sem comprometimento da manutenção de patrimônio
líquido, conforme farta documentação anexa, para fins de comprovação de direito ao
benefício da assistência jurídica gratuita, neste sentido, como previsto no artigo 98 do
Novo Código de Processo Civil (Lei Nº. 13.105/15) quanto no entendimento
Jurisprudencial dispõe que, na Súmula 463 I, do TST, preconiza que “A partir de
26.06.2017, para concessão da assistência judiciaria gratuita à pessoa natural ou
jurídica, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou seu
advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para este fim
(artigo 105 do Código de Processo Civil de 2015)”, bem como o art. 790, §4º, da
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), dispõe que o “benefício da justiça gratuita
será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo”.
Diante do exposto, nos termos do art. 790, §3º e §4º, da CLT, requer lhe seja
deferido a gratuidade judiciária.
III– DO MÉRITO
João da Silva foi contratado pela XYZ Tecnologia S.A. por meio da empresa da
qual é o único sócio, a Serviços Especializados Ltda. ME, para exercer as atividades de
analista de sistemas. Para tanto, foi firmado contrato de prestação de serviços entre a
XYZ Tecnologia S.A. e a Serviços Especializados Ltda. ME.
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Nele consta que o início da prestação de serviços foi o dia em 1º de abril de 2022
e que eles deveriam ser realizados presencial e exclusivamente por João da Silva. Em
julho de 2022, João da Silva foi diagnosticado com câncer de próstata e precisou de
tratamento médico. Ele alega que informou a XYZ Tecnologia S.A. sobre sua condição
e realizou pausas para o tratamento, períodos em que foi mantido o pagamento mensal
previsto no contrato de prestação de serviços. Desde o início de 2023, embora ainda
esteja em acompanhamento médico, está apto ao trabalho, exercendo normalmente suas
funções para as quais foi contratado por intermédio da empresa da qual é o único sócio.
No entanto, em 29 setembro de 2023, a XYZ Tecnologia S.A. decidiu encerrar o projeto
em que João estava trabalhando e, como resultado, rescindiu o contrato firmado com a
Serviços Especializados Ltda. ME. Embora a XYZ Tecnologia S.A. alegue razões
orçamentárias e a conclusão do projeto como justificativa para a dispensa, João acredita
que o contrato foi rescindido devido à sua condição de saúde. Ele declara que, no
momento da contratação, não foi lhe dada opção, a não ser a contratação a ser realizada
por meio de sua empresa (Serviços Especializados Ltda.). Informa que tinha que estar
presente pessoalmente na empresa todos os dias, em horários pré-determinados. Caso
precisasse faltar, era necessário o consentimento de seu chefe, que era funcionários da
XYZ Tecnologia S.A. Afirma que o pagamento era mensal, totalizando 12 (doze)
parcelas ao longo do ano. Não recebeu nem gozou nenhumas férias, assim como nunca
recebeu qualquer valor a título de décimo terceiro salário. Salienta que recebeu pela
prestação de serviços relativa aos 29 (vinte e nove) dias de setembro de 2023. Ele está
desempregado, necessitando de ajuda de familiares para sobreviver. Em que pese tal
situação, o trauma gerado pela dispensa foi tão grande que fica em estado de pânico
quando ventilada a possibilidade de retorno às atividades em prol da XYZ Tecnologia
S.A.
Em contrapartida o Sr. Tomás Andrade, informa que os fatos acima narrados não
correspondem à realidade.
Ele diz que a contratação se deu por meio de pessoa jurídica em virtude de ser
uma prestação de serviços especializada, somente para o denominado “Projeto Alfa”.
Aduz que João da Silva é o maior expert na temática para a qual foi contratado. Afirma
que, no meio de tecnologia da informação, ele tem excelente reputação e que presta
serviços, inclusive, para diversos concorrentes da reclamada.
Tomás informa que a contratação ocorreu no período declinado na petição
inicial, mas que a prestação de serviços nem sempre era feita somente por João da Silva.
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Em diversas ocasiões, João enviou em seu lugar outra pessoa, como o Sr. Elder
Magalhães e o Sr. João Paulo Ribeiro, sem que fosse necessária qualquer prévia
anuência ou consentimento da reclamada. Essas pessoas prestaram os serviços
contratados quando do agravamento do quadro de saúde que lhe acometia. Tomás
informou que tinha ciência do câncer na próstata que João foi acometido e que sabia que
o reclamante estava em tratamento.
Em conversa privada com o obreiro, chegou a oferecer indicações de médicos
renomados para que pudesse cuidar da sua saúde da melhor maneira possível. Tomás
entregou cópia de prints das redes sociais da empresa Serviços Especializados Ltda.
ME, em que se verifica a prestação de serviços para mais de uma dezena de outras
empresas, o que contraria a tese de que a contratação teria se dado por meio da pessoa
jurídica com o objetivo de fraudar a legislação trabalhista. Em vários desses prints,
existem fotos de João da Silva em estabelecimento comercial de outras empresas, ou
seja, em locais diferentes da sede da reclamada, para onde costumeiramente se
deslocava para a prestação de serviços, inclusive, nos mesmos meses em que houve
prestação de serviços em prol da reclamada.
Por fim, ele lhe entrega cópia do distrato firmado entre a Serviços
Especializados Ltda. ME e a reclamada, em que consta que houve a rescisão naquele
momento em virtude do término do “Projeto Alfa”. Ele também demonstrou que houve
o distrato de diversas outras empresas que foram contratadas para atuar no mesmo
projeto, com o fito de demonstrar que a rescisão contratual não teve nenhuma relação
com a doença que acomete o obreiro.
IV – DO DIREITO DO TRABALHO
O reclamante Sr. João da Silva, foi contratado pela reclamada a empresa XYZ
TECNOLOGIA S.A. em 1º de abril de 2022 para exercer as funções de analista de
sistemas.
Vislumbrando o não cumprimento da legislação trabalhista, sua contratação se
deu mediante contrato de prestação de serviços celebrado entre a reclamada e a Serviços
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Especializados Ltda. ME, empresa da qual o reclamante é o único sócio. Tratando-se de
uma típica hipótese de “pejotização”, que não é aceita pelo ordenamento jurídico pátrio.
Tendo em vista, a forma como foi realizada a contratação, o reclamante deveria
prestar serviços nas dependências da reclamada, obrigado a cumprir jornada diária, bem
como, caso houvesse a necessidade de se ausentar, deveria ter previa autorização de sua
chefia.
Portanto, conforme observado nos fatos supracitados, observa-se que os
requisitos previstos no art. 3º da CLT, estão presentes no contrato, por essa razão o
vínculo empregatício deve ser declarado.
Insta que João, alega que a contratação fora realizada por intermédio da
Serviços Especializados Ltda. ME com propositura da reclamada burlar a legislação
trabalhista, o que atrai a aplicação do art. 9º da CLT e, consequentemente, a nulidade do
contrato de prestação de serviços também consolidado. Neste sentido, é pacífica a
jurisprudência:
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Neste sentido, os requisitos para a caracterização do vínculo empregatício são:
serviço prestado por pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, subordinação e
onerosidade.
O serviço deve ser prestado por pessoa física, tendo em vista que não tem como
uma pessoa jurídica ser empregada/funcionária, o que ocorre com as pessoas jurídicas
são as entabulações de contratos, como os de prestação de serviços s, por exemplo.
Assim, para que se configure como empregado, deve, obrigatoriamente, se tratar de
pessoa física.
A não eventualidade se evidencia pelo fato de que o trabalho deve ser prestado
de forma habitual, ou seja, de maneira contínua. Ressalta-se que a CLT não determina
que os serviços sejam prestados todos os dias da semana, podendo ser semanal,
quinzenal, mensal, desde que haja uma habitualidade. A título de exemplo, o empregado
que trabalha toda segunda, quarta e sexta caracteriza a habitualidade, pois é contínua a
prestação de serviços nesses dias, pois a não eventualidade determina que o empregado
trabalhe de maneira habitual.
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O vínculo empregatício é controverso, sendo que a previsão de
incidência do próprio art. 477, §8º, da CLT, é aplicação de multa quando as verbas
rescisórias incontroversas não forem quitadas no prazo legal.
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V – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCOS
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Pagamento de 10/12 de décimo terceiro salário de 2023 ............... R$ (_____);
Do valor mensal do FGTS durante todo o pacto laboral ............. R$ (_____);
Multa de 40% do FGTS.....................R$ (_____);
IV. Que seja julgado improcedente o pagamento dos salários e das demais
verbas remuneratórias, em dobro, desde a rescisão do contrato de
trabalho até a prolação da sentença na presente reclamação
trabalhista ......R$ (_____);
Termos em que,
Pede deferimento.
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Cidade, ______ de ________________de ________.
Advogado:.
OAB Nº. (____)
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