Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivo da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
1 /3
ʪ Material Teórico
Introdução
Quero iniciar fazendo uma pergunta simples: “Você, por acaso, já precisou aplicar, em algum
momento da sua vida, algum procedimento de primeiros socorros numa vítima de acidente ou
mal súbito?”. Se sim, então posso perguntar outra coisa: “E aí, foi fácil e tranquilo?”. Bom, a
resposta eu até posso imaginar...
Não, certamente não foi nada fácil nem tranquilo. Porém, se sua resposta à minha primeira
pergunta foi não, ou seja, se você nunca aplicou nenhum procedimento de primeiros socorros,
posso imaginar que você não teria conhecimento ou autoconfiança suficiente para atuar nessa
situação.
Num caso ou no outro, fique tranquilo. Esta disciplina vai lhe proporcionar conhecimentos
teóricos e práticos sobre algo tão importante, mas tão pouco difundido: os primeiros
atendimentos a vítimas de mal súbito ou de acidente. No final você vai estar bem preparado para
atuar nas mais diversas necessidades.
Vamos começar? Você sabe de onde surgiu o termo “primeiros socorros”? Desde quando
existem e são aplicados?
O termo “primeiros socorros” é comumente utilizado para definir diversos procedimentos que
visam à preservação da integridade física, do bem-estar ou da vida em situações de risco
iminente, ou seja, em circunstâncias de urgência ou emergência.
Com sua origem registrada em 1859, os primeiros socorros nasceram por iniciativa do
filantropo suíço Jean Henry Dunant, que ficou impressionado e inconformado com o que
presenciou após a Batalha de Solferino, ao observar os sofrimentos de milhares de soldados
feridos, abandonados à própria sorte e sem nenhuma assistência. A campanha de Dunant
sensibilizou vários nomes de influência da época, inclusive o imperador Napoleão III, que deu
todo apoio ao projeto do filantropo suíço.
Se houve algo de positivo nas Guerras Napoleônicas, com certeza foi a sensibilização para o
horroroso sofrimento dos soldados feridos no front. Por causa dela, teve início a campanha pela
criação da Convenção de Genebra, que mais tarde culminaria com a fundação da Cruz Vermelha.
Você Sabia?
Jean Henry Dunant foi o fundador do Movimento Internacional da
Cruz Vermelha, instituição filantrópica criada, inicialmente, para dar
assistência aos soldados feridos em guerra. Mais tarde, passou a
prestar auxílio a toda e qualquer pessoa necessitada devido a eventos
provocados pelo ser humano ou pela natureza, como terremotos,
inundações, epidemias, furacões, tsunamis etc. O Comitê Internacional
da Cruz Vermelha, ou simplesmente Cruz Vermelha, nasceu em 1864. A
sede fica em Genebra, terra natal de Dunant.
Os primeiros socorros vêm evoluindo em suas formas de aplicações por causa do avanço
tecnológico. Embora haja tantos recursos tecnológicos para nos auxiliar nos atendimentos de
emergência, não podemos nos esquecer de que a interferência e a atuação humana nos
primeiros momentos são imprescindíveis e insubstituíveis.
Antes se acreditava que prestar bem os primeiros socorros era fazer a vítima chegar o mais
rápido possível até um hospital, independentemente de como seria transportada até lá. Isso
porque os serviços de atendimento pré-hospitalar implantados há pelo menos quatro décadas
nos países mais desenvolvidos (entre eles, o Brasil) se baseavam nos procedimentos aplicados
nos atendimentos aos feridos em batalhas, os quais priorizavam a remoção e o transporte para o
hospital de campanha o mais rápido possível.
Ainda bem que hoje a mentalidade é diferente. Compreende-se que, muito mais importante que
levar a vítima o quanto antes para um hospital, é levar até a vítima o hospital ou, pelo menos, os
melhores recursos disponíveis e, após prestar os primeiros socorros a ela, conduzi-la da forma
mais adequada para um hospital. Sabe-se também que a prestação dos primeiros socorros no
local da ocorrência reduz o período de internação hospitalar da vítima, que volta mais rápido às
suas atividades profissionais, o que resulta em um menor impacto na economia de toda a cadeia
envolvida no processo.
Você deve estar se perguntando: afinal, como os feridos eram transportados até os hospitais de
campanha?
Bom, naquela época, a única opção de transporte era por tração animal (daí você já pode
imaginar em que estado a vítima chegava). Quem teve essa brilhante ideia?
Em 1792, um médico-cirurgião, aliás, não um médico qualquer, e sim o médico do imperador
Napoleão Bonaparte, o barão Dominique Jean Larrey, identificou a necessidade de resgatar e
remover com maior rapidez para um hospital os soldados feridos durante as batalhas e projetou
a primeira ambulância da história. Sabe como ela foi chamada? De ambulância voadora. Meio
estranho esse nome, não acha? Se eram de tração animal, então por que esse nome?
Simplesmente porque eram bem leves e rápidas para a época.
O mais incrível é que, desde o começo, havia duas versões, uma mais leve, coberta e com duas
rodas, que transportava até duas vítimas, e a outra um pouco mais pesada, com quatro rodas,
puxada por quatro cavalos, a qual chegava a transportar de duas a quatro pessoas.
Leitura
História da Medicina: a Origem das Ambulâncias
Conheça mais sobre a história da medicina e a origem das
ambulâncias.
ACESSE
Felizmente, as coisas mudaram para melhor. Hoje em dia os serviços de atendimentos pré-
hospitalares contam, por exemplo, com equipamentos mais leves de corte para, em casos de
acidente automobilístico, acesso rápido a vítimas presas em ferragens e extração segura delas,
com dispositivos eletrônicos que facilitam a localização de pessoas soterradas após um colapso
de estruturas (desabamento), com aeronaves não tripuladas (drones) que possibilitam uma
visão panorâmica de um local em chamas ou a localização de pessoas acidentadas em áreas de
difícil acesso, além de cães farejadores, de helicópteros que prestam serviço aeromédico para
agilizar a remoção da vítima até o ambiente hospitalar, do desfibrilador externo automático
(DEA), equipamento de suma importância em situações de emergências cardíacas, entre tantas
outras tecnologias que vieram tornar menos penosa a árdua missão de salvar vidas em risco.
Saiba Mais
Algumas cidades do país têm dois tipos de serviços públicos de
atendimento pré-hospitalar: o SAMU (192) e o Resgate (193).
O SAMU pode ser acionado através do telefone 192. Por esse motivo, é também conhecido como
SAMU 192. Esse serviço geralmente é custeado por convênio firmado entre o Ministério da
Saúde e as Secretarias de Saúde dos estados e municípios. Atua sob responsabilidade das
Secretarias de Saúde, e as equipes são compostas por profissionais da área da saúde (médicos
nas Unidades Avançadas e auxiliares técnicos de enfermagem nas Unidades Básicas).
Já o Resgate do estado de São Paulo, inicialmente chamado Projeto Resgate, foi criado em 22 de
maio de 1989 através da Resolução Conjunta SS-SSP 042/89, assinada em parceria com a
Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. O serviço é
prestado pelo Corpo de Bombeiros, sendo efetivamente operacionalizado em 1990 na Grande
São Paulo e em mais 14 municípios de São Paulo. O acionamento é feito pelo telefone 193, da
Central de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM).
As viaturas são tripuladas por bombeiros militares com especialização técnica em emergências
médicas e profissionais da área da saúde. Também há Unidades Básicas e Avançadas com a
mesma composição de médicos e enfermeiros do SAMU.
Leitura
A Comunicação entre os Serviços Médicos de Emergência Pré-
hospitalar e Intra-hospitalar: Revisão de Literatura
No Brasil, o sistema de atendimento pré-hospitalar foi regulamentado
com a promulgação da Portaria 2048, de 25 de novembro de 2002. Leia
mais a respeito a seguir:
ACESSE
Agora que você já sabe da existência desses serviços de atendimento, eu lhe pergunto: você sabe
quando solicitar o SAMU ou o Resgate? É o mesmo serviço?
Na verdade, normalmente, essa não é uma decisão tão fácil de tomar, por isso muitas pessoas
ficam na dúvida, e não bom ter dúvidas em situações de urgência ou emergência, não é mesmo?
Para decidir o serviço a ser acionado, é preciso estabelecer um critério para a avalição da
gravidade da situação. Resumidamente, em caso de vítima de mal súbito, solicitar o SAMU; se
houver suspeita de que a vítima tenha algum trauma, é melhor chamar o Resgate.
Em geral, o SAMU consegue atender muito bem os casos em que a vítima não está em local de
difícil acesso nem há suspeitas de trauma, pois as ambulâncias do SAMU não dispõem de
recursos materiais apropriados para um atendimento seguro para as equipes, as quais também
não são treinadas para operações de busca e resgate, enquanto as viaturas de Resgate do Corpo
de Bombeiros, tanto as de Suporte Básico como as de Suporte Avançado, possuem, além da
equipe especializada, os materiais e equipamentos que possibilitam acessar, imobilizar, resgatar
e transportar vítimas de lesão com trauma severo ou, simplesmente, de mal súbito. Ficou bem
mais fácil decidir agora, né?
Você Sabia?
No município de São Caetano do Sul localizado na região
metropolitana de São Paulo, existe uma Central Única de Emergência
chamada S.O.S. Cidadão que atende 24 horas pelo telefone 156, pelo
qual o munícipe consegue acionar vários serviços públicos de
emergência como Ambulância, Polícia Militar, Guarda Civil (GCM),
Defesa Civil e Trânsito. Trata-se de um canal de comunicação bem
parecido com o 911 dos Estados Unidos. Aqui no Brasil outros
municípios, como Londrina no Paraná, também estão buscando
implantar esse modelo de central de serviços que funciona de modo
muito mais abrangente, pois pode receber e direcionar rapidamente as
solicitações de serviços públicos de emergência, reduzindo aquela
preocupação ou dúvida sobre para qual número ligar em caso de uma
emergência.
Leitura
Samu e Resgate Atuarão em Conjunto para Atender Urgências em SP
Leia mais a respeito da possível parceria entre o SAMU e o Resgate na
matéria indicada a seguir:
ACESSE
Tão importante quanto saber para onde ligar em caso de emergência é saber quais informações
dizer. Ao solicitar um serviço de emergência, é necessário:
Identificar-se;
Durante instruções, muitas pessoas já me fizeram perguntas assim: “Se eu atender a uma vítima
e ela não achar que foi bem atendida, ela pode me processar?”, “Se eu não me sentir seguro para
prestar o atendimento, posso responder por omissão de socorro?”. Talvez você já tenha tido
uma dessas dúvidas.
Pode ficar tranquilo, porque, embora não sejam duas situações impossíveis, são muito raras de
ocorrer. Além disso, o próprio Código Penal Brasileiro, no artigo 135, define omissão de socorro
da seguinte maneira: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e
iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.
Observe que, na parte final do artigo, está descrito que, se você solicitar o apoio de uma
autoridade pública, você descaracteriza a omissão de socorro. Assim, basta ligar para 192 ou 193
e passar todas as informações necessárias sobre o fato ocorrido e o que mais o atendente lhe
pedir.
Não podemos esquecer ainda que a vítima tem o direito à recusa de ser atendida por você, caso,
sendo adulta, esteja em suas perfeitas faculdades mentais e em condições para decidir sobre a
questão; se estiver consciente, lúcida e orientada, porém for menor de idade, a recusa só pode
ser declarada pelos pais ou responsáveis presentes no local dos fatos. Em casos assim é
importante arrolar, no mínimo, duas testemunhas que comprovem a recusa ao atendimento,
por precaução, entende?
Uma tomada de decisão em um momento de alta tensão e adrenalina pode ser decisiva para a
segurança ou a sobrevivência tanto da vítima quanto do socorrista. Ei, espera um pouco aí, mas o
que é um socorrista? Bem, imagino que você já tenha identificado quem é essa figura neste
nosso contexto, certo?
Nesta nossa conversa, há outros termos que ainda vão surgir e cuja definição é importante que
você conheça.
Urgência: é uma situação em que o tempo gasto entre o momento em que a vítima é
encontrada e seu encaminhamento ao hospital deve ser o mais breve possível;
Sintoma: toda informação obtida a partir de um relato da vítima, não sendo possível
detectá-la apenas observando.
Basta lembrar que hoje já temos a telemedicina, que praticamente faz exatamente isso. Trata-se
de uma nova forma de atendimento à distância, com trocas de informações entre o paciente e a
equipe médica. A telemedicina agiliza o diagnóstico e possibilita até mesmo a emissão de laudos
de exames médicos.
É muito simples... Imagine uma pulseira que hoje já nos informa a quantidade de passos dados
em 24 horas, a frequência dos batimentos cardíacos e da respiração, a temperatura corporal, o
índice de açúcar no sangue e o nível de oxigênio. Uma pulseira desse tipo poderá facilmente
transmitir todas essas informações para uma nuvem ou uma central, na qual esses dados
poderão ser acessados e avaliados, e os resultados permitirão traçar um roteiro de
procedimentos simples para o socorrista no local.
Atualmente, o DEA, utilizado em emergência cardíaca, uma das mais graves situações, já é
autoexplicativo e, interagindo com o operador, consegue orientá-lo, passo a passo, no
atendimento (também vamos falar mais sobre isso adiante).
Isso sem falar das outras tecnologias avançadas que já fazem parte do nosso cotidiano, como a
nanotecnologia, inteligência artificial, o sequenciamento genético, a impressora 3D que já
consegue reproduzir peças anatômicas e até alguns órgãos para transplantes, a tecnologia 5G e
a internet quântica.
E aí ficou interessado nas novas tecnologias? No material complementar, você vai encontrar um
link com mais conteúdo sobre o tema. Não deixe de acessá-lo.
Nada impede que essas tecnologias venham a ser implantadas e aplicadas nos serviços de
atendimento pré-hospitalar. Com elas, o tempo resposta, que é um ótimo indicador da qualidade
dos serviços prestados, poderá ser consideravelmente reduzido.
A hora de ouro é um conceito que também se refere ao pós-parto. Trata-se da primeira hora de
vida do bebê, que nesse momento está na adaptação ao ambiente externo. Em nossa disciplina,
no entanto, a hora de ouro se refere somente às vítimas de traumas, certo?
Uma vítima de trauma pode chegar a óbito em três momentos críticos após uma lesão
traumática. O primeiro momento, chamado morte súbita ou imediata, pode ocorrer em até 30
minutos após um trauma que comprometa o cérebro, o sistema medular, provoque lesões
cardíacas ou afete grandes vasos sanguíneos. O segundo momento crucial é chamado morte
precoce, a qual pode acontecer entre a primeira e a quarta hora após o trauma e, geralmente, está
relacionada com hemorragias severas internas ou externas, que podem levar a vítima a um
estado de choque hipovolêmico ou hemodinâmico. Calma que vamos esclarecer esses termos
nas próximas Unidades do nosso material didático.
É exatamente nessa fase que se enquadra o conceito da hora de ouro. De acordo com dados da
DATASUS, departamento de informática do Sistema Único de Saúde, aproximadamente 45% das
vítimas de acidente morrem durante o atendimento no próprio local da ocorrência ou no trajeto
até o hospital, ou poucas horas depois.
É por isso que a hora de ouro é considerada a contagem do tempo resposta a partir do momento
da ocorrência do acidente até a admissão da vítima em um hospital de referência.
O conceito da hora de ouro surgiu, infelizmente, em 1976, após um grave acidente aéreo com um
médico ortopedista de Nebraska chamado James Styner e sua família. O monomotor pilotado por
ele caiu em uma fazenda, em uma área de difícil acesso, em meio a árvores. A esposa de Styner
morreu na queda. Os quatro filhos do casal sofreram diversas lesões graves. As equipes de
socorro tiveram muitas dificuldades para chegar ao local e prestar os primeiros atendimentos.
Depois do episódio, Styner mudou a história do atendimento pré-hospitalar ao criar o suporte
avançado de vida no trauma (ATLS), cujos procedimentos são aplicados até hoje.
Leitura
Atendimento Pré-hospitalar no Trauma: a Importância da Hora de
Ouro na Recuperação e Sobrevivência da Vítima
Para você saber um pouco mais sobre o importante conceito de hora de
ouro (golden hour), indico aqui este artigo de Viviane R. Gomes, em que
a autora aborda o tema de forma simples e clara. Garanto que você vai
curtir a leitura!
O último momento crítico é denominado morte tardia. Pode ocorrer após a primeira semana de
ocorrência do fato, ocasionada geralmente por quadros infecciosos ou falência múltipla dos
órgãos.
É fato que um atendimento bem-sucedido depende de uma corrente forte em todos os elos. Uma
pessoa leiga, mas com conhecimento básico em atendimento pré-hospitalar, pode atuar nos
primeiros minutos e, assim, fortalecer os dois primeiros elos da corrente, aumentando,
sobremaneira, as chances de sobrevivência da vítima.
Agora que já viajamos no tempo e fizemos várias descobertas bem interessantes, posso dizer
que começamos muito bem a nossa conversa. Garanto que, nas próximas unidades da
disciplina, você vai ficar cada vez mais curioso e motivado para construir novos conhecimentos
sobre o atendimento pré-hospitalar (APH).
E só para deixar você com um pouco mais de vontade, já lanço aqui a primeira pergunta da
Unidade II: “Como você descreveria a localização das lesões que uma vítima apresenta?”.
Lembre-se de que a resposta pode fazer toda a diferença no atendimento que a vítima vai
receber.
Já percebeu que conhecer um pouco mais sobre a anatomia humana também faz parte dos
primeiros socorros, né?
2/3
ʪ Material Complementar
Vídeos
Leitura
ACESSE
3/3
ʪ Referências
DE MOURA, J. S. G. et al. Primeiros socorros nas escolas: uma revisão integrativa. Revista
Portuguesa de Educação Contemporânea, v. 2, n. 1, p. 72-85, 2021.
OLIVEIRA, A. C. de; SILVA, E. de S.; MARTUCHI, S. D. Manual do Socorrista. São Paulo: Martinari,
2013.
PORTO, F.; CAMPOS, P. F. S.; OGUISSO, T. Cruz Vermelha Brasileira (filial São Paulo) na imprensa
(1916-1930). Escola Anna Nery, v. 13, p. 492-499, 2009.