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O ensino formal de matemática: uma análise do contrato didático e os aspectos

determinantes para uma aprendizagem significativa

Em aulas de matemática ao ser apresentados um novo conteúdo/tema/conceito o professor geralmente


inicia com uma situação-problema ou ideia-chave, com finalidade de estimular ou motivar os alunos a
adquirirem um novo conhecimento. No entanto, o docente deve estar ciente do contrato didático firmado com
aluno e das condições ideais desse “contrato” para o desenvolvimento do ensino/aprendizagem satisfatório para
os envolvidos. Para tanto, há aspectos determinantes para que esse contrato didático não seja interrompido e que
o mesmo garanta um ambiente organizado, estimulante e com uma aprendizagem autônoma.

O contrato didático é uma ideia do educador matemático Guy Brosseau, em que o professor e o aluno
firmam condições iniciais para que o ensino e a aprendizagem ocorram durante as aulas letivas, e a depender
também em atividades extraescolares. Esse “contrato” ou relação contém características, segundo seu autor,
como o professor ter habilidades e conhecimentos de promover a apropriação dos conhecimentos a ser
repassado, aluno ter conhecimentos prévios capaz de satisfazer condições determinadas, relação didática ser
contínua a todo custo e o professor garantir condições para apropriação de conhecimentos prévios para que
possibilite o estímulo necessário para a apropriação dos novos conhecimentos. Não obstante, caso alguma dessas
características sejam eliminadas ou falhas, o contrato poderá ser encerrado ou mesmo insatisfatório para uma
aprendizagem de qualidade.

É comum o docente de matemática utilizar uma situação-problema para iniciar os estudos quanto a um
novo conteúdo e no mesmo induzir ao erro ou dificultar a resolução por meio de complexidade na interpretação
do problema, mas conforme o contrato didático esse cenário necessita de cautela para que os alunos (as) não
fiquem frustrados, desestimulados ou mesmo que os conhecimentos preestabelecidos estejam aquém do ideal
para com a complexidade ou do conteúdo novo. O erro faz parte do processo e os alunos devem ser encorajados
a expressarem sem receio de errar, mas o erro também precisa ser gerenciado para ter uma avaliação concreta do
progresso na aprendizagem. O processo de aprendizagem de matemática superando o medo de errar promove
condições para que haja uma situação a-didática, Bruno D’amore defini como sendo uma menor interferência
didática por parte do professor para que o aluno alcance seu conhecimento pessoal e objetivo. As situações a-
didáticas talvez sejam o ápice para a autonomia e desenvolvimento dos alunos, são nessas circunstâncias que os
significados e conjecturas ficam mais claros e o professor tem um papel importante para que no contrato didático
essas situações sejam contínuas e reflexivas.

Concluindo, ao estabelecer o contrato didático, professor e aluno, e um ambiente organizado que


estabeleça uma situação a-didática constrói-se uma situação didática que permite as resoluções dos problemas
com gerenciamento e com autonomia dos alunos, reconhecendo o erro como parte do processo de aprendizagem
de matemática e o professor garantido condições e tutoria para apropriação do novo conhecimento.

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