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Técnicas Laboratoriais de Química e Bioquímica

Cromatografia
Docente: Joana Patrícia Araújo Ferreira

Contato: jpferreira@isa.ulisboa.pt

2023/2024
Programa 2

1. Introdução à cromatografia: tipos de cromatografia;


mecanismos de separação cromatográfica;

2. Cromatografia em fase líquida: cromatografia em papel,


cromatografia em camada fina, cromatografia líquida em
coluna.

3. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC).

4. Cromatografia em fase gasosa.


Cromatografia
Significado

Cromatografia
kroma (cor) + graph (escrever) … grego

TSWEET – 1903 – Separação de misturas de


pigmentos vegetais em colunas recheadas com
adsorventes sólidos (carbonato de cálcio) e
solventes variados
Significado

CROMA TOGRAFIA

Cor Escrever
Para que serve?
É um método físico-químico de separação de elementos amplamente utilizado para identificar
substâncias, purificação e /ou separação de compostos.

● Monitorizar a qualidade do ar

● Testar a qualidade da água potável em estações de tratamento de águas residuais

● Testar a qualidade da água proveniente de agro-indústrias, pecuárias

● Deteção de drogas e/ou fármacos na urina, controlo anti-dopping

● Perfis nutricionais de alimentos

● Etc…
Princípio básico
Como acontece a separação?
Separação de misturas por interação diferencial dos seus componentes entre uma
FASE ESTACIONÁRIA (líquido ou sólido) e uma FASE MÓVEL (líquido ou gás) – eluem a
diferentes velocidades.
8
Princípio básico
A separação depende:

- da interacçao dos componentes da mistura com a fase móvel e a fase


estacionaria;
- das diferentes forças intermoleculares (iónica, dipolar, apolar)
Eficiência 9

A eficiência de uma separação (medida do alargamento


da banda de um pico) pode ser medida
quantitativamente através de:

N, número de pratos teóricos

N mede a relação entre o tempo de retenção


de um pico e a sua variância (σ)
Eficiência 10

Cada estágio de equilíbrio é


designado PRATO TEÓRICO

O Nº DE PRATOS TEÓRICOS numa


coluna é calculado por:

𝑡𝑅 3
𝑁=
𝑊𝑏

> N, coluna mais eficiente


Migração 11

Quanto menos um componente da


mistura interage com a fase estacionária
maior a migração;

Quanto mais um componente da mistura


interage com a fase estacionária menor a
migração

Quando um componentes da mistura atinge o equilíbrio entre a fase


estacionária e a fase móvel, a sua migração termina.

Posto de outra forma….


Coeficiente de distribuição 12

É o equilíbrio de distribuição: Km = [X]s


[X]m
Com,

[X]s: a concentração do componente da mistura na fase


estacionária;

[X]m: a concentração do componente da mistura na fase móvel

Assim sendo…
Coeficiente de distribuição 13

Cada componente da mistura terá um valor de Km diferente;

Componentes com Km baixo ficam menos retidos na fase


estacionária e mais na fase móvel – valor do denominador mais
elevado;

Km = [X]s
[X]m
Estes componentes eluem mais.
Coeficiente de distribuição 14

Cada componente da mistura terá um valor de Km diferente;

Componentes com Km elevado ficam mais retidos na fase


estacionária e menos na fase móvel – valor do numerador mais
elevado;
Km = [X]s
[X]m
Estes componentes eluem menos.
15

Tipos de Cromatografia
Classificação quanto à natureza: da fase móvel, da fase
16
estacionária, do equipamento utilizado e do equilíbrio químico
Cromatografia

Fase Modo de
Forma física Fase móvel
estacionária separação

Planar Coluna Sólida Adsorção


Gasosa

Líquida Líquida Partição

Supercrítica Quimicamente
Troca iónica
ligada

Exclusão
molecular
17

Natureza da fase estacionária


Natureza da fase estacionária (FE) 18

• Sólida
• Líquida
• Quimicamente ligadas
Fase Estacionária 19

Os principais fatores numa fase estacionária que determinam a


separação cromatográfica de uma mistura são:

• Interações entre dipolos,


• polaridade
• pontes de hidrogénio.

Ausência (a) e presença (b) de ponte de hidrogênio entre Fase


Estacionária (FE), diglicerol e etanol
Fase Estacionária 20

Fatores a considerar na fase estacionária:

• Ponto de ebulição elevado


• Inércia química e catalítica
Fase Estacionária 21

Fases não polares – fases reversas

• Grupos alquilo
• Grupos fenilo

Fases polares – fases normais

• Grupos ciano
• Grupos sulfonilo, carboxilo, azotados…
Fase Estacionária 22

Adsorventes usados como fases estacionárias

Também conhecidos como fases estacionárias, interagem com a amostra


por diferentes mecanismos, ocorrendo assim a separação das substâncias.

• Silica SiO4 Separaçao de aldeídos, cetonas, fenois, acidos gordos, aa,


terpenoides, esteroides

• Celulose
• Gel de dextrana
• Silica modificada A grande vantagem em se utilizar sílica modificada com grupos
alquilo é que tais modificações alteram completamente a
seletividade da separação.

• Quirais
Fase Estacionária 23

Suporte

• Terras diatomáceas
24

Natureza da fase móvel e equipamento


Natureza da fase móvel (FM) e equipamento 25

Cromatografia

Planar Coluna

FM líquida FM FM FM fluído
líquida gasosa supercrítico

Coluna Gasosa Fluído


clássica supercrítico
Camada Papel
delgada Líquida alta
eficiência
Cromatografia planar 26

em papel

Amostra

Fase móvel: líquida - eluente Fase estacionária: sólida - papel


Cromatografia planar (ou em leito aberto) 27

em papel
28

Aplicações
 Controlo da pureza de produtos farmacêuticos;
 Deteção de adulterantes em diversos produtos;
 Deteção de contaminantes em alimentos e bebidas;
 Estudos de fermentação em bebidas alcoólicas
 Deteção de drogas e dopping em animais e humanos;
 Análise de cosméticos;
 Análise de misturas de reação em laboratórios
29
Processo
A amostra (contendo uma mistura de componentes) é aplicada em
papel (fase estacionária);

Uma das extremidades do papel é imersa num solvente;

O solvente (fase móvel) move-se através do papel, subindo por


capilaridade.
Capilaridade 30

A capilaridade é uma propriedade física


manifestada pela tendência que algumas
substâncias apresentam para subirem ou
descerem por paredes de tubos finos (tubos
capilares) ou de se deslocar por curtos
espaços existentes em materiais porosos,
como tecidos de algodão, esponjas ou fibras
de celulose do papel.

Esse mecanismo permite que os fluidos se


A água sobe pelo guardanapo de papel devido à
desloquem contra a força gravitacional. forte atração das moléculas de água pelo grupos –
OH das fibras de celulose do papel e da atração das
moléculas de água entre si.

A fase móvel (solvente) move-se


pela fase estacionária (papel)
por capilaridade
Mecanismo de separação dos componentes da 31

amostra
Cada componente da mistura é transportados pelo solvente ao longo do
papel por uma distância específica, que depende da tendência do
componente para:

- Ser adsorvido no papel, composto por celulose, à qual moléculas polares


adsorvem;
- Ser transportado pelo solvente, menos polar e geralmente constituído por
uma mistura de água com um composto líquido orgânico.

Na cromatografia em papel a fase estacionária celulósica


é mais polar que a fase móvel orgânica.
Fase estacionária - papel 32

O papel de cromatografia é geralmente


constituído por celulose altamente
purificada com centenas de unidades de
anidro-glucose ligadas entre si por átomos
de oxigénio;

Tem troca iónica e adsorvência fracas.

Composition: a-cellulose (98


to 99%), b-cellulose (0.3 to
Atualmente há formas modificadas de 1%), Pentosans (0.4 to 0.8%),
Ash (0.07 to 0.1%) & ether
papel de cromatografia, nomeadamente soluble matter (0.015 to
com integração de alumina, sílica, resinas 0.1%).
de troca iónica.
Fase móvel – critérios de escolha do sistema 33

de solventes
Solubilidade da amostra:
- Se for excessiva o componente move-se com o solvente para a frente do
solvente;
- Se for demasiado baixa pouco se distanciará do ponto de aplicação.

Polaridade da amostra:
- Os componentes da amostra têm polaridades diferentes entre si e pode

Bhanot, 2018
ser modificada alterando as proporções dos solventes;

- O aumento da polaridade do sistema de solventes aumenta o


movimento dos componentes da amostra ao longo do papel de
cromatografia.
Mecanismo de separação dos componentes da 34
amostra
Tipos de cromatografia em papel 35

A mais utilizada Conveniente para separar


compostos com valores de Rf
semelhantes
Tipos de cromatografia em papel 36
Cromatografia planar (ou em leito aberto) 37

em papel VANTAGENS

• Rapidez
• Facil execução DESVANTAGENS

• Baixo custo
• versatilidade • Dificil reprodutibilidade
• Dificil determinaçao de Rf
Cromatografia planar 38

em camada fina
thin layer chromatography (TLC)

Amostra

Fase estacionária:
sólida – cobertura
da placa (ex.
sílica)
Fase móvel: líquida - eluente
https://www.youtube.com/watch?v=rMGQavOMAmc
Cromatografia planar 39

em camada fina
thin layer chromatography (TLC)
Separação e identificação:
Cada componente da mistura
migrará de forma diferente,
sendo assim separados;

Por comparação com a


migração de padrões, é possível
identificar cada componente.
1.2.2.2. Cromatografia planar 40

em camada fina
thin layer chromatography (TLC)

Termos e parâmetros técnicos


Princípio 41

Envolve um adsorvente (fase estacionária), um


solvente ou uma mistura de solventes (fase
móvel) e os componentes da amostra.

Os componentes da mistura são adsorvidos


por eluição do solvente através da superfície
adsorvente.
Fase estacionária - sílica 42

As placas revestidas com sílica são as mais usadas, mas também se


utilizam outras como óxido de alumínio, celulose ou poliamida.

Nas placas de sílica standard as partículas


de sílica têm 5 a 17 μm e diâmetro dos
poros de 60 Å, sendo a espessura da
camada de 0,25 mm;

Estas dimensões resultam numa superfície


de adsorção de aproximadamente 500
m2/g.

Em cromatografia em camada fina de alta performance (HPTLC) as


partículas de sílica têm 2 – 10 μm e a espessura da camada é de 0,2 mm.
Fase estacionária 43

– óxido de alumínio
Fase estacionária - 44

celulose, poliamida
A celulose usa-se principalmente para cromatografia de partição de
substancias polares, como aminoácidos ou carboidratos;

Quando comparada com a cromatografia em papel, a cromatografia em


camada fina em celulose permite tempos de migração menores e
manchas mais concentradas.

A poliamida é apropriada para separação de fenóis e compostos


fenólicos.
Suportes da fase estacionária 45

O suporte mais utilizado é o vidro, no entanto dada a sua


fragilidade e peso, o alumínio poliéster tem vindo a ser usado
como alternativa.
Fase móvel 46

A seleção do solvente envolve algum grau de tentativa e erro.

Um sistema de solventes de partida é o sistema hexano: acetato de


etilo (1: 1) e a variação das proporções pode ter um efeito
pronunciado nos Rf.

Compostos fortemente polares, ácidos e bases: a adição de ácido


acético ou fórmico pode melhorar os resultados;

Compostos polares: a adição de metanol pode melhorar os


resultados.
Fase móvel 47

OUTRAS MISTURAS DE SOLVENTES

•Compostos fortemente polares: acetato de etilo:butanol :


ácido acético : água (80:10:5:5);
•Compostos polares: <10% de metanol em diclorometano
•Compostos fortemente básicos: 10% NH4OH em metanol na
proporção 1 a 10% em diclorometano.
Fase móvel 48
Especificidades da técnica 49

Atmosfera da câmara de
desenvolvimento: tem que estar
saturada, pelo que o sistema de
eluentes deve ser adicionado com
antecedência.

Antes de a placa ser introduzida na


câmara, o solvente no qual as
amostras estão diluídas tem que ter
sido totalmente evaporado (o uso de
secador facilita o processo).
50

Métodos de visualização e identificação


Visualização dos compostos 51

Na maioria dos casos os componentes


da amostra não são corados, pois não
contêm cromóforos.

Uma vez que a maioria das substancias


absorve radiação UV, o uso de placas
com indicador de fluorescência (silicato
de zinco) incorporado permite a
visualização sob lâmpada de UV a 254
nm.
Visualização 52
Outras reações menos
específicas incluem
reações com compostos Vanilina -
de iodo. para muitos
aldeídos,
cetonas e
Iodo - para
Noutras situações existem compostos
álcoois

compostos em spray aromáticos

específicos. Após
aplicação na placa as
bandas são reveladas por
ação de calor (ex. estufa)
Verde de
Diversas composições de bromocresol -
para
agentes de revelação compostos
Cloreto de
ferro - para
existem também para acídicos fenóis
substancias específicas.
Cromatograma 53

Por forma a determinar a extensão do movimento de cada


componente no papel de cromatografia, calcula-se o valor resolution
front (Rf) após a sua separação;

O valor de Rf é dado pela distância percorrida pelo componente a


partir do seu ponto de aplicação.
Cromatograma – cálculo de Rf 54

Rf = Distância percorrida pelo composto desde o ponto de aplicação


Distância percorrida pelo solvente desde o ponto de
aplicação
Exemplos:

Rf = 8 cm =
0,8
10 cm

Rf = 2 cm =
0,2
10 cm
Identificação dos compostos 55

Para as mesmas condições cromatográficas o valor de Rf de um


composto é constante;

Com recurso a padrões,


é possível identificar
compostos presentes na
amostra.
56

Cromatografia em coluna clássica


Princípio 57

É o método mais usado para separar


componentes de uma mistura.

A fase móvel é líquida e a fase estacionária


pode ser sólida ou um líquido suportado por
um sólido inerte (resina, gel ou material de
enchimento);

Ismail, 2010
Caraterísticas da coluna 58

O fracionamento ocorre através da


migração diferencial das componentes
ao longo de um tubo fechado,
geralmente de vidro;
O comprimento e diâmetro do tubo é
selecionado de acordo a quantidade
de amostra, o modo de separação e o
grau de resolução requerido

Quanto mais compridas e estreitas


forem as colunas, maior a separação.
Clark, 2016; Ismail, 2010
Fase estacionária 59

A fase estacionária tem que ser preparada previamente de acordo


com as instruções do fabricante:

Frequentemente é necessário hidratá-la ou insufla-la com fase móvel e só


então é introduzida na coluna;

As colunas de adsorção podem ser ter enchimento seco ou húmido;


nestas ultimas frequentemente é necessário fazer uma pasta constituída
pelo adsorvente com o solvente e derramá-la na coluna. Consoante ela
vai estabilizando, o excesso de solvente vai sendo retirado e vai-se
adicionando mais pasta. O processo é repetido até se atingir a altura de
enchimento da coluna desejado.

Quando o solvente da pasta é diferente do solvente utilizado na eluição,


há que lavar (equilibrar) a coluna com a fase móvel. Ismail, 2010
60
Mecanismo
A cromatografia clássica (baixa pressão)
utiliza a apenas a gravidade ou uma bomba
peristáltica para manter o fluxo de fase

Chakravarti et al, 2016 Ismail, 2010


estacionária através da coluna;

Sistema por gravidade: o eluente é


simplesmente sifonado de um reservatório
para a coluna , sendo o taxa de fluxo
determinada pela distancia entre o nível de
liquida no reservatório e a altura da coluna;

Sistema por bomba peristáltica: a taxa de


fluxo é determinada pela velocidade da
bomba.
Tipos de eluição 61

Eluição: é processo de passagem da fase móvel através da coluna;

Eluente: é a fase móvel;

Eluato: é a porção que emerge do final da coluna.

A eluição pode ser:

Isocrática: a composição da fase móvel é a mesma ao longo de toda a


eluição

Ismail, 2010
Por gradiente: a fase móvel muda durante a eluição (ex. Aumento da
força do solvente ou do pH), por forma a aumentar a resolução e/ou
diminuir o tempo despendido na análise.
Recolha das frações 62

Ismail 2010; Lambda, Laboratory Instruments, 2017


O eluato pode ser recolhido para um
coletor que pode ser ajustado para
recolher a intervalos de tempo
específicos.

Quando os componentes não têm


cromóforos, há que saber
previamente os tempos de retenção
de cada.

Exemplo de análises posteriores.


63

Parâmetros de cromatografia

Mateus, 2008
Tempo de retenção 64

O cromatograma é a representação gráfica da cromatografia, refletindo


o sinal dado pelo detetor. t’R

tM (tempo morto): tempo


necessário para que um
composto que não interaja
com o sistema cromatográfico
elua da coluna; tempo desde
a injeção (t0) até à chegada
ao detetor.
t0
tR (tempo de retenção): tempo decorrido entre a injeção e o pico
cromatográfico de um composto.

t’R (tempo de retenção corrigido) = tR - tM


Volume de retenção (vR) 65

vR = tR. u

Com:

U – débito da fase móvel (volume por unidade de tempo)


Fator de capacidade (k’) 66

É a razão entre o tempo do soluto (no qual a


K’ = tR - tM amostra está dissolvida) na fase estacionária e o
tM tempo do soluto na fase móvel

Quanto mais alto é o K´, mais tempo o composto é retido na coluna


levando mais tempo a eluir
Coeficiente de partição (k) 67

É a razão entre concentração de uma


K = CE substância na fase estacionária (CE) e a
CM concentração dessa substância na fase móvel
(CM).

O fator de capacidade e o coeficiente de partição indicam se uma


substância é mais ou menos retida na coluna e se estamos a trabalhar em
boas condições.
68

Parâmetros de separação dos componentes da


amostra
Diferença de tempos de retenção (retenção 69
relativa)
Para os compostos 2 e 1, componentes da mistura a separar:

α = t R2 ou α = k’2 ou α = k2
t R1 k’1 k1

Permite perceber se os componentes da mistura estão a ser bem ou mal


separados

Quanto mais alto for o valor de α, melhor estão os componentes a ser


separados
Resolução cromatográfica (r ) S 70
Dá a resolução entre dois picos num cromatograma, permitindo
compreender se está a haver uma boa separação dos componentes da
amostra:
Com:
(B)

Δz - separação entre os
R (A)
picos correspondentes
ΔZ aos compostos A e B;

W – largura da base do
pico.
WA WB

Rs = 2 Δz__ ou Rs = [2 tR(B) – tR(A)]


WA+WB WA+WB
Eficiência de uma separação cromatográfica 71

A separação cromatográfica de dois componentes de uma


amostra é tanto maior quanto:
- Maior a diferença dos tempos de eluição de dois picos
diferentes;
- Menor a largura de cada um dos picos.

Em análise quantitativa é desejável que a resolução seja > 1,5;

Com alterações em condições cromatográficas as fases,


temperatura e velocidade, é possível melhorar a resolução.
Forma do pico cromatográfico 72

Deverá ter um aspeto semelhante a uma curva de


Gauss:

Maus picos:
73

Parâmetros de uma coluna cromatográfica


Eficiência da coluna 74

E eficiência de uma coluna cromatográfica pode ser expressa em termos


de nº de pratos teóricos;

Na prática o estabelecimento de um equilíbrio entre as duas fases numa


coluna é impossível.

Prato teórico: é uma camada imaginária da coluna com tal espessura que
a solução provindo dela tem a mesma composição que seria obtida se
efetivamente existisse equilíbrio.
Pratos teóricos (N) 75

Quanto mais comprida for a coluna (L),


maior o nº de pratos teóricos;

Quanto menores forem as partículas da


coluna (dp) maior o nº de pratos
teóricos.

Quanto maior o nº de pratos teóricos mais estreitos os picos, o que


implica uma melhor separação e eficiência.
Qualidade da coluna 76

A qualidade de uma coluna é dada pela Altura Equivalente de um


Prato Teórico (AEPT):

Com:

AEPT = L/N L – comprimento da coluna;


N – nº de pratos teóricos
Cromatografia em coluna 77

Clássica
Fase móvel: líquida -
eluente
Fase estacionária:
sólida –
Amostra enchimento da
coluna
(ex. alumina, sílica, carbonato
de cálcio)
Cromatografia em coluna
Clássica
Cromatografia em coluna

purificação de substâncias orgânicas

isolamento de compostos

A mistura passa por um tubo de vidro vertical preenchido com a fase estacionária
(sílica ou alumina), o eluente (solvente ou mistura de solventes) paassa pela coluna
e arrasta os compostos, separando-os pelas suas características de solubilidade e
adsorção.
Cromatografia em coluna 79

Clássica • escoar o solvente até que uma pequena


quantidade de solvente em torno de 1,0 cm fique
na superfície

• Introduzir, na sequência, o material que se deseja


separar, com a ajuda de uma pipeta de Pasteur

• A coluna é, então, preenchida com o solvente, e


iniciada a eluição

https://www.youtube.com/watch?v=2R2iq_XR1IY
Cromatografia em coluna 80

Líquida de Alta Eficiência


High Performance Liquid Chromatography (HPLC)
Fase móvel: líquida – eluentes

Amostra

Fase estacionária:
líquida – revestimento
interno da coluna
Cromatografia em coluna
Líquida de Alta Eficiência
High Performance Liquid Chromatography (HPLC)
amostra e solventes no estado líquido

ex: cromatografia em coluna

 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC)


 Um dos métodos mais complexos e atual, utiliza colunas metálicas e pressão
de fase móvel elevada, obtidas com o auxílio de uma bomba de alta pressão.
Neste caso, é possível separar substâncias termicamente instáveis.
Cromatografia em coluna 82

Líquida de Alta Eficiência


High Performance Liquid Chromatography (HPLC)

• tem a capacidade de realizar separações e análises quantitativas em poucos minutos, com alta
resolução, eficiência e sensibilidade.
• A versatilidade reside no grande número de fases estacionárias existentes
Cromatografia em coluna 83

Líquida de Alta Eficiência


High Performance Liquid Chromatography (HPLC)
Reservatório de Fase Móvel

Sistema de desgaseificação

Bomba

Válvula de injeção

Coluna

Detetor

Sistema de aquisição de dados


Cromatografia em coluna 84

Líquida de alta eficiência


High Performance Liquid Chromatography (HPLC)
Separação e identificação:

Concentração
Recorrendo a padrões:
Tempo
O tempo de retenção, permite identificar os componentes da mistura (ex. se dede
um padrão retenção
cafeína eluir da coluna
aos 0,5 min então, um componente da amostra que também elua aos 0,5 min (nas mesmas condições
cromatográficas) será identificado como sendo cafeína.
Cromatografia em coluna 85

Líquida de alta eficiência


High Performance Liquid Chromatography (HPLC)
Quantificação:

Concentração
Recorrendo a padrões: Tempo de retenção
As injeções de um mesmo padrão a diferentes concentrações conhecidas permite obter uma curva de calibração
área do pico vs. concentração (ex. um pico observado no tempo de retenção da cafeína com uma área de
15000000, corresponderá a uma concentração de 694 µg/mL de cafeina.
Tipos de cromatografia

Cromatografia Gasosa

ex: separação de misturas de


substâncias voláteis

A amostra é vaporizada e
introduzida em um fluxo de um
gás adequado denominado de
fase móvel ou gás de arraste.
Cromatografia em coluna 87

Amostra
Gasosa
Gas chromatography (GC)
Fase estacionária: líquida(1) ou
sólida (2) – revestimento interno
da coluna

(1) cromatografia gás liquido Fase móvel: gasosa – gases de arraste,


(2) Cromatografia gás sólido que circulam no interior da coluna
88
Cromatografia em coluna 89

Gasosa
Gas chromatography (GC) Cromatograma
Identificação e Quantificação:

Concentração

Padrões Tempo de retenção


Cromatografia em coluna 90

Em fluído supercrítico
Supercritical fluid chromatography (SFC)

A fase móvel é um fluido com características


intermédias entre o gás e o líquido, obtido
através de condições específicas de
temperatura e pressão.
Cromatografia em coluna 91

Em fluído supercrítico
Supercritical fluid chromatography (SFC)

Nos fluidos supercríticos características relacionadas com a capacidade


de:

- Solubilização, como a densidade, são mais semelhantes à dos líquidos;


sendo que os líquidos solubilizam melhor que os gases;
- Transporte, como a difusão elevada e a baixa viscosidade, são mais
semelhantes à dos gases; sendo que os gases transportam melhor que
os líquidos.
Cromatografia centrífuga 92

Chromatotron®
Chromatotron é uma cromatografia de camada fina preparativa acelerada em
centrífuga

- Não há necessidade de aplicação


- As separações são rápidas
- Observação direta
- Pouco solvente
- Prevenção da oxidação
- Económica
93

Modo de separação
Natureza do processo cromatográfico
(interações entre soluto, fases móvel e
estacionária)
Modo de separação 94

• Adsorção
• Partição
• Troca iónica
• Afinidade
• Exclusão
Cromatografia de adsorção 95

Adsorção:

É a adesão de moléculas de um fluido (o


adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente);

O grau de adsorção depende da temperatura, da


pressão e da área da superfície;

Sólidos porosos como o carvão ativado são ótimos


adsorventes;

As forças que atraem o adsorvido podem ser


químicas ou físicas.

FASE MÓVEL: LIQUIDO OU GÁS FASE ESTACIONÁRIA: SÓLIDO


Cromatografia de adsorção 96

A cromatografia de adsorção baseia-se na interação ente


as moléculas da amostra e a fase estacionária (sólida). A
fase móvel é um líquido ou um gás;

O grau de interação depende da polaridade do soluto no


qual a amostra está dissolvida (polar atrai polar e não polar
atrai não polar).

Uma vez que a fase estacionária é mais polar que a fase móvel:

Componentes da amostra mais polares ligam-se mais fortemente à fase


estacionária (migração menor/ tempo de retenção maior);

Componentes da amostra menos polares ligam-se mais fracamente à fase


estacionária (migração maior/tempo de retenção menor);

Ex. TLC, cromatografia em coluna.


Cromatografia de adsorção 97

A função das fases moveis na cromatografia por adsorção


tem sentido amplo:

Função solvente
• Solubilizar os componentes
• Ter baixo p.eb.

Função eluente
• Transportar os componentes da mistura pela
coluna
• Remover ou dessorver estes componentes do
adsorvente
Cromatografia de adsorção 98

ORDEM CRESCENTE DE POLARIDADE: hexano < éter de petróleo < ciclohexano < benzene <

tolueno <diclorometano < clorofórmio < éter etílico < acetate de etilo < acetone < etanol <

metanol < ácido acético

Utilização

• Laboratórios de quimica orgânica – separações e purificações

• Laboratórios de produtos naturais

• Laboratórios de analyses clínicas – separação de esteróides na urina ou sangue (doping)


Cromatografia de partição 99

Os componentes da mistura são distribuídos entre duas fases líquidas


não miscíveis, as fases móvel e estacionária, com base nas suas
diferentes afinidades para cada uma delas (ou seja, nas diferenças
de coeficientes de partição);

KA/B= CA/ CB
Com: Depende da natureza dos solventes e da
afinidade do soluto por eles, esse valor
K – coeficiente de partição; varia ainda de acordo com a temperatura,
CA – concentração do soluto no solvente A; pressão e pH das soluções.
CB – concentração do soluto no solvente B;
Cromatografia de partição 100

Baseia-se assim, nas diferenças de solubilidade dos


componentes da amostra, na fase estacionária e na
fase móvel.

Depende da volatilidade da fase móvel

A fase móvel arrasta o soluto que contem amostra.

Um componente da amostra que tenha maior solubilidade na fase estacionária


terá um tempo de retenção maior, que um componente que tenha mais
solubilidade na fase móvel.

Ex. cromatografia líquido-líquido e gás-líquido


Cromatografia de troca iónica 101

O mecanismo de separação baseia-se no


estabelecimento de interações
electroestáticas reversíveis entre solutos
iónicos (da amostra) e uma fase estacionária
(um permutador iónico) que contém grupos
com carga contrária.

A fase estacionária é revestida com catiões ou aniões.


Cromatografia de troca iónica 102

Quando a coluna é revestida com


catiões, os aniões presentes na amostra
são atraídos para a fase estacionária;
Quanto maior a atração para a fase
estacionária maior o tempo de
retenção.

Utilizada para separar moléculas


biológicas como proteínas,
aminoácidos ou nucleótidos.
Cromatografia de troca iónica 103

Quanto a coluna é revestida com catiões, os aniões presentes na amostra


são atraídos para a fase estacionária; Quanto maior a atração para a fase
estacionária maior o tempo de retenção.

1. O grau ligações cruzadas de uma resina deve ser satisfatório para que não
ocorra a sua solubilidade.
2. A resina deve ser bastante hidrofílica para permitir a propagação de íons
pela estrutura em uma velocidade finita e possível na prática.
3. A resina deve ser quimicamente estável e possuir grupos de troca de íons
suficientemente acessíveis.
4. A resina, quando ensoberbecida, deve ser mais densa que a água
Cromatografia de exclusão molecular 104

Depende da ausência de qualquer interação entre o analito e a fase


estacionária integrada na coluna; A fase estacionária tem um gel com
uma rede porosa mais ou menos fina, consoante o tipo de análise.

As moléculas são separadas da maior à menor em


proporção ao seu tamanho molecular:
As moléculas muito grandes são excluídas do leito
empacotado e eluem primeiro;
As moléculas médias poderão penetrar os poros em
vários graus dependendo de seu tamanho;
As moléculas menores difundem-se mais dentro da
estrutura dos poros eluem por último.

Aplica-se em análise de proteínas


Cromatografia de exclusão molecular 105

Permite:

• Separação de tamanhos específicos

• Separação de polímeros e proteínas

• Determinação de Massa Molar

https://www.youtube.com/watch?v=NC2Zi1x5WXc
Cromatografia de exclusão molecular 106

FASE MÓVEL: LÍQUIDA

FASE ESTACIONÁRIA: GEL


Inércia química (sem interação entre a matriz e o soluto)

Estabilidade (o gel deve suportar uso contínuo)

GEL
• Dextrano
Baixo teor de iões (porque as cargas interferem na
• Poliacrilamida
separação)
• Ágar e agarose
Cromatografia de afinidade 107

É mais específica e seletiva. https://www.youtube.com/watch?v=hyzJaVv9aoc

Na fase estacionária há uma molécula que só reage com um outro tipo


de molécula (ex. antigénio – anticorpo, enzimas – substratos, hormonas-
recetores);

Todas as outras moléculas são eluídas, não ficando retidas na fase


estacionária.
Posteriormente altera-se o pH ou a força iónica
para eluir as moléculas de interesse que ficaram
retidas na coluna.

FASE MÓVEL: LÍQUIDA


FASE ESTACIONÁRIA: SÓLIDA

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