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Participação dos pais na


Terapia ABA
Um dos principais fatores responsáveis pelo sucesso da Terapia ABA é
a sua intensidade. Os terapeutas ABA programam muitas atividades
para as pessoas com autismo, de modo que elas fiquem ocupadas
muitas horas por dia. Algumas dessas atividades são estruturadas e se
assemelham ao que acontece em uma sala de aula. Outras atividades
são lúdicas, ocorrendo por meio de brincadeiras e interação social
natural. Há ainda ensino de autocuidado e planejamento de resolução
de comportamentos-problema. Todas essas áreas são interligadas e
possuem em comum o mesmo objetivo: promover, todos os dias, um
ambiente repleto de oportunidades de aprendizagem. Sendo que os
profissionais não podem estar com as pessoas com autismo durante
todo o dia, a intensidade ideal do tratamento só pode ser alcançada
com a participação dos pais.

Além da intensidade do trabalho, a efetividade de qualquer terapia


depende da ocorrência da Generalização do que foi aprendido.
Generalização, neste contexto, significa que a pessoa com autismo é
capaz de demonstrar em seu cotidiano, no seu dia-a-dia, as
habilidades que aprendeu nas terapias (seja Terapia ABA ou de
qualquer outro tipo). Em suma, os comportamentos aprendidos com
os profissionais de saúde e educação devem ocorrer no ambiente
natural da pessoa com autismo. A Generalização depende da
habilidade dos profissionais em programá-la, mas depende
fundamentalmente da participação dos pais em conhecer o que está
sendo ensinado a seus filhos e requisitar esses comportamentos em
ambiente natural.

Como explicado acima, a participação dos pais é importante para que


o tratamento de seus filhos seja intensivo e que ocorra Generalização
do aprendizado. Há várias formas de os pais contribuírem para o
desenvolvimento dos seus filhos:

Ensinar verdadeiramente
O diagnóstico de autismo, infelizmente, traz muitas preocupações aos
pais. Devido a esses sentimentos, é comum que os pais se tornem
demasiadamente protetores e privem os filhos de oportunidades de
aprender. Essa proteção pode tomar muitas formas, desde
constantemente dar comida na boca do filho ao invés de permitir que
ele aprenda a se alimentar sozinho, até protegê-lo de frustações ao
invés de permitir que ele aprenda a lidar tanto com a frustração
quanto com o sucesso. A proteção demasiada pode limitar o
desenvolvimento da criança, podendo até produzir a impressão de que
suas dificuldades de aprendizagem são mais graves do que de fato
são.
É altamente recomendado que os pais procurem ajuda para si
mesmos para lidarem melhor com o diagnóstico dos filhos. Estar bem
consigo mesmo é certamente uma das formas mais poderosas de
apoiar e demonstrar amor pelo filho diagnosticado com autismo.
Compreender verdadeiramente o filho, perceber que ele é muito mais
do que um diagnóstico, é um excelente primeiro passo para os pais
que desejam ajudar.

Pais que estão bem entendem que os filhos precisam aprender e,


portanto, não limitam o aprendizado nem protegem em demasia;
entendem que precisam programar e fornecer diariamente muitas
oportunidades de aprendizagem para os filhos; entendem que não
podem proteger os filhos da frustração e permitem que erros ocorram
e que situações difíceis sejam vividas. Mais importante, são capazes de
perceber mesmo as pequenas evoluções de seus filhos e valorizá-las,
o que constitui a base para seu aprendizado e promove uma
constante sensação de otimismo em todos os envolvidos. Pais que
estão bem, em suma, ensinam verdadeiramente!

Escolher os profissionais
Os pais também podem ajudar escolhendo com cuidado os
profissionais que vão contribuir na educação dos seus filhos. Sejam
profissionais remunerados ou que fazem trabalho voluntário, os pais
têm o direito de conhecer as estratégias de ensino que serão
utilizadas. O pais devem exigir dos profissionais que sejam
transparentes e (1) exponham as avaliações que fizeram da criança,
(2) deixem explícitos quais sãos seus objetivos a curto e a longo prazo,
(3) descrevam como pretendem alcançar esses objetivos e (4)
reportem continuamente suas dificuldades, sucessos e possíveis
mudanças de estratégias para manter a efetividade do trabalho.

Também é recomendado que sejam escolhidos profissionais dispostos


a escutar e serem flexíveis com as queixas trazidas pelos pais. É direito
dos pais cobrar resultados e pedir informações constantemente. Isso
mostra ao profissional que ele está lidando com uma família
interessada e participativa, o que provavelmente resultará em uma
prática mais cuidadosa por parte dele.

Auxiliar nas terapias


É válido que os pais peçam aos terapeutas para lhes ensinar técnicas
que possam ser aplicadas por eles mesmos em casa. O ensino de pais
por profissionais apresenta bons resultados. A literatura sobre o
assunto demonstra que os pais são bons aplicadores de terapia, são
proficientes em reduzir comportamentos-problema e se tornam
ótimos professores, sendo capazes de multiplicar o conhecimento
adquirido. Em outras palavras, pais são exímios terapeutas.
As maiores vantagens de os pais aplicarem técnicas terapêuticas é
que isso facilita a ocorrência da Generalização e aumenta o tempo em
que seus filhos passam engajados em atividades adequadas. Isso é
especialmente fundamental para crianças diagnosticadas com
autismo, para as quais tempo ocioso geralmente é dedicado a
comportamentos inapropriados. Ainda que seja impossível passar o
dia brincando ou aplicando técnicas, 1 ou 2 horas de atividade por dia
é o suficiente para melhorar a interação entre pais e filhos e aumentar
o nível de conhecimento das crianças.

Uma alternativa excelente, cabível no caso da Terapia ABA, é que os


pais se tornem eles mesmos os aplicadores da terapia, sob supervisão
de um profissional experiente. Como explicado acima, pesquisas sobre
o assunto demonstraram que os pais são excelentes terapeutas. As
possibilidades dessa prática são encorajadoras.

Pais sem acesso a qualquer tipo de técnica também podem ajudar


seus filhos. Para isso, basta se lembrarem de duas coisas
fundamentais. A primeira é: proteção demasiada não ajuda seu filho a
se desenvolver (exemplo: pais que sempre dão comida na boca do
filho estão o impedindo de aprender a usar talheres). Segunda coisa a
ter em mente: todos os momentos de interação podem ser usados
para ensinar (exemplo: guardar brinquedos, ligar a televisão, puxar a
descarga, montar blocos, brincar com bola ou boneca, etc).

Ensinar seu filho, no fim das contas, faz parte do seu trabalho natural
de pai e mãe. Um filho especial apenas significa que você terá que ser
um pouco mais cuidadoso. Lembre-se sempre de uma verdade que
algumas pessoas esquecem: seu filho é capaz de aprender muitas
coisas, basta você ter vontade de ensinar.

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