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Unidade 2 – METABOLISMO

ENERGÉTICO
Nas reações metabólicas as principais reações energéticas são as do
tipo óxido-redução (oxirredução) que envolvem a transferência de
elétrons (e-).
A substância que doa/perde o e- sofre a reação de oxidação e é chamado de
nutriente/molécula reduzida
A substância que recebe/ganha o e- é sofre a reação de redução e é chamado de
nutriente/molécula oxidada.
Forma reduzida Forma oxidada

Vamos ver o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=AkzkaXmiePc


No metabolismo ocorre reação de oxirredução indireta e os elétrons que são energéticos são
temporariamente transferidos para um co-fator ou uma coenzima (normalmente são
vitaminas do complexo B)

Nutriente (A) Nutriente (B)

Reação 1
Perdeu elétron e-
Sofreu oxidação
O número de elétrons
coenzima
Ganha elétron
reduziu => agente redutor
Sofreu redução
O número de elétrons aumento => agente oxidante

Reação 2
e- Oxigênio (O2)
Sofreu redução
Sofreu oxidação

O2e-
Radical livre:
superóxido
Qual átomo encontrado em substância orgânica podemos facilmente “tirar” elétron(s)?
Obs: importante pensar na eletronegatividade (qtidade de prótons (Z) e o tamanho do núcleo(A)

Z=1
Z = 15 A=1
Z = 20
A= 31 A = 20

Z=6
Z=7 Z=8 Z=9
A =12
A = 14 A =16 A = 19
Qual molécula orgânica podemos “tirar” mais elétron(s)?

Metano metanol formaldeído ácido fórmico dióxido de carbono


Quanto mais elétrons retiramos de uma molécula, mais energética a molécula será?
Sim ou não?
Vejamos algumas comparações:

versus

Ácido graxo saturado

versus

Aminoácidos de cadeia ramificada


Proteína albumina Branched-Chain Amino Acids
Possui alta energia Possui baixa energia

Metano metanol formaldeído ácido fórmico dióxido de carbono

Perde mais elétrons Ganha elétrons com


Faz mais oxidações baixa energia
Agente redutor Sofre redução
Forma reduzida Agente oxidante
Forma oxidada
Coenzimas
Vitamina B2 - riboflavina
Vitamina B3 (nicotinamida – NAD)
Vitamina B5
Moléculas energéticas
ATP = Adenosina TrifosFato
Energia química acumulada (3)
Produzida na Cadeia transportadora de
elétrons e Fosforilação oxidativa em todos os
tipos de catabolismos (carboidrato, lipídeo,
aminoácidos e proteínas).

GTP = Guanosina TrifosFato


Energia química acumulada (3)

Produzida no ciclo do ácido cítrico (Krebs) em


todos os tipos de catabolismos (carboidrato,
lipídeo, aminoácidos e proteínas).
Energia que Energia que será
vem dos
usada pela célula
nutrientes

Fosfato
inorgânico
(Pi)
CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO, TRICARBOXÍLICO,
KREBS
Os grupos acetil são introduzidos no Ciclo de Krebs, o qual os
oxida enzimaticamente até CO2. A energia liberada pela oxidação é
conservada nos transportadores de elétrons reduzidos, NADH e
FADH2.
1
8
Figura 14: Ciclo do ácido
cítrico em detalhes.

7 Os números dentro dos


2 círculos mostram as
a reações enzimáticas. As
reações 2 e 3 ocorrem em
2 duas partes.
b Fonte (modificado):
6 RODWELL, Victor
W. Bioquímica Ilustrada de
Harper. Grupo A, 2021.
9786558040033. Disponível
em:
3 https://integrada.minhabibl
5 a ioteca.com.br/reader/book
s/9786558040033/epubcfi/
6/46[%3Bvnd.vst.idref%3DC
4 3 16.xhtml]!/4[RODWELL_Co
mpleto-
b
19]/2/34/2/2%4051:57

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Nos organismos aeróbicos, o ciclo do ácido cítrico é uma VIA
ANFIBÓLICA, isto é, ela serve tanto para processos catabólicos quanto
anabólicos.

Figura 16: vias catabólicas e


anabólicas do ciclo do ácido
cítrico
Fonte: SMITH, Colleen; MARKS,
Allan D.; LIEBERMAN,
Michael. Bioquímica Médica
Básica de Marks. Grupo A,
2007. 9788536309415.
Disponível em:
https://integrada.minhabibliote
ca.com.br/reader/books/97865
58040033/epubcfi/6/46[%3Bvn
d.vst.idref%3DC16.xhtml]!/4[RO
DWELL_Completo-19]/2/64/2/2
A medida que os intermediários do ciclo do ácido cítrico são removidos
para servir de precursores biossintéticos, eles são repostos por meio das
REAÇÕES ANAPLERÓTICAS. Desta maneira as concentrações dos
intermediários do ciclo do ácido cítrico permanecem quase constantes.
REGULAÇÃO DO CICLO DE KREBS

Relação Quantidade individual CK


NAD+ ativado
alta
NADH

FAD ativado
alta
FADH2

ADP + Pi ativado
alta
ATP

NAD+ inibido
baixo
NADH

FAD inibido
baixo
FADH2

ADP + Pi inibido
baixo
ATP
Referências desta aula:

Bioquímica Básica Anita Marzzoco


Ciclo de Krebs página 126 – 129 (não ler sobre o ciclo do glioxilato)

Harper Bioquímica Ilustrada 27ª edição


Ciclo do ácido cítrico: o catabolismo do acetil-coA páginas 137 a 139
RESPIRAÇÃO CELULAR OU AERÓBICA
Cadeia transportadora de elétrons Fosforilação oxidativa

4 4
H+ H+

Membrana
interna da
mitocôndria

Figura 18: As proteínas da cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa


Fonte (modificado): BETTELHEIM, Frederick A.; BROWN, William H.; CAMPBELL, Mary K.; FARRELL, Shawn O. Introdução à
Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana. Cengage Learning Brasil, 2016. 9788522126347. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522126347/pageid/230
CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS
Vídeo: How mitochondria produce energy
https://www.youtube.com/watch?v=39HTpUG1MwQ
Gradiente de prótons, gradiente elétrico, força próton motriz

4H 4H Força próton motriz


+ +

Figura 19: Força próton motriz


A força próton motriz (seta azul) formada pelo gradiente de H+ e gradiente elétrico, e H+ impulsiona o a sair do
espaço intermembrana para a matriz mitocondrial.
Fonte (modificado): MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo B. Bioquímica Básica. [Digite o Local da Editora]: Grupo
GEN, 2015. 978-85-277-2782-2. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-
277-2782-2/epubcfi/6/46[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter11]!/4/264/1:66[lic%2Cado]
Este acoplamento foi proposto por Peter Mitchell, em 1961,e é chamada de Teoria
quimiosmótica.

ATP SINTASE
A membrana interna da mitocôndria é impermeável a prótons em toda sua extensão
exceto na ATP SINTASE; é por esse canal que os prótons atravessam a membrana,
de volta à matriz mitocondrial.

Veja o vídeo “Gradients (ATP synthases)”


Na curadoria.

MATRIZ

ESP.
INTERM.

ATP sintase
Produção de ATP a partir de 1 NADH

4H
+

Fonte (modificado): SMITH, Colleen; MARKS, Allan D.; LIEBERMAN, Michael. Bioquímica Médica Básica de Marks. Grupo A, 2007.
9788536309415. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536309415/. Acesso em: 03 mar. 2022. página
380

Na fosforilação oxidativa são necessários que 4H+ sejam usados para fazer
1 ATP, então para um NADH:
Fosforilação oxidativa: 4H+ ----------- 1 ATP
1 NADH são formados 10H+ ---------- X
X = 2,5 ATPs
Produção de ATP a partir de 1 FADH2
Cadeia transportadora de elétrons Fosforilação oxidativa

4 4
H H
+ +

Membrana
interna da
mitocôndri
a

Na fosforilação oxidativa são necessários que 4H+ sejam usados para fazer
1 ATP, então para um NADH:
Fosforilação oxidativa: 4H+ ----------- 1 ATP
1 FADH2 são formados 6H+ ---------- X
X = 1,5 ATPs
REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO AERÓBICA

A quantidade de ADP é o fator limitante porque a maior produção de ATP acarreta,


forçosamente, diminuição da concentração de ADP.

ADP + Pi + 4H+ <=> ATP

Turnover ADP-ATP
Relação Quantidade individual Resp Aero

NAD+ ativado
alta
NADH

FAD ativado
alta
FADH2

ADP + Pi ativado
alta
ATP

NAD+ inibido
baixo
NADH

FAD inibido
baixo
FADH2

ADP + Pi inibido
baixo
ATP

A quantidade de oxigênio respirado regula o


metabolismo energético
Os hormônios tireoidianos aceleram a síntese e a hidrólise do ATP (turnover, setas
azuis), ou seja, aceleram o metabolismo energético, acredita-se que estes
hormônios aumentam a quantidade dos complexos da cadeia transportadora de
elétrons, assim como a termogênese induzida pelos desacopladores.

Fonte: Thyroid hormones and the mechanisms of adaptation to cold DOI:10.1007/s42000-020-00200-2


BALANÇO TOTAL DO METABOLISMO
ENERGÉTICO.

3 NADH + 1 FADH2 + 1 GTP + 2CO2,


3x(2,5 ATPs) + 1x(1,5 ATPs) + 1 GTP
10 ATPs (considere o GTP como ATP)
e duas moléculas de gás carbônico por
acetil coA.

Arredondamento:
2,5 ATPs para 3 ATPs
1,5 ATPs para 2 ATPs
3 NADH + 1 FADH2 + 1 GTP + 2CO2,
3x(3 ATPs) + 1x(2 ATPs) + 1 GTP
12 ATPs
Inibidores específicos do metabolismo
energético
Inibidores específicos do metabolismo
energético
Agentes desacopladores
Um ionóforo transportador de prótons H+, como o 2,4-dinitrofenol (DNP),
desacopla a fosforilação oxidativa da cadeia respiratória por desfazer o
gradiente eletroquímico de prótons H+ gerado pelo transporte de elétrons.
A Produção de Calor pela Tecido Adiposo Marrom é um exemplo fisiológico de
desacoplador

As mitoncôdrias da gordura marrom


possuem uma proteína denominada
termogenina ou proteína
desacopladora (UCP1). Os prótons H+
retornam para a matriz mitocondrial
pelo canal existente nesta proteína e
não pelo canal da ATP-sintase. A
energia do retorno produz calor.
Atualmente conhecemos outros tipos
de UCPs-UCP2, UCP3, UCP4 e UCP5
em outros tecidos.
Radicais livres
Espécie química capaz de existência independente (daí a denominação livre) e que
contém um ou mais elétrons não pareados na camada externa da sua eletrosfera.
Essas espécies, em geral, são instáveis (meia-vida curta) e altamente reativas; e ao
reagirem com uma molécula, geram outro radical livre, iniciando uma reação em
cadeia. Sua fórmula química é acompanhada de um ponto, representando o elétron
não pareado.
Alguns exemplos são o ânion radical superóxido e o radical hidroxila. O ânion radical
superóxido, o peróxido de hidrogênio e o radical hidroxila são chamados,
conjuntamente, de espécies reativas de oxigênio (EROs em português ou ROS, da
denominação inglesa)
A principal fonte de produção de EROs na célula é a cadeia transportadora de elétrons
(pode haver escape de elétrons do complexo I e III), porém pequenas quantidades são
produzidas nos peroxissomos, retículo endoplasmático e nas membranas celulares.

Escape de H+
UCP 2 a 5

Enzimas anti-oxidantes:
SOD: superóxido dismutase
CAT: catalase
GPx: glutationa peroxidase
Fonte (modificado): Hormonal Regulation of Oxidative Phosphorylation in the Brain in Health and
Disease https://doi.org/10.3390/cells10112937
Referências desta aula:

Bioquímica Básica Anita Marzzoco 3ª edição


capítulo 11

Harper Bioquímica Ilustrada 27ª edição


capítulo 13

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