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Teoria da Administração

Fabricio dos Santos Senario

Estudo de Caso – Afinal, Quem Manda Aqui?

1) O conflito entre Ricardo e seus filhos acontece porque, a partir do momento


em que a empresa entra numa situação crítica, próxima a quebrar, os filhos
de Ricardo sugerem que ele deveria deixar a empresa, visto que para eles,
as contribuições do pai já estariam obsoletas e eles deveriam gerenciar a
empresa por terem estudado Administração, tendo conhecimento formal e
atual do negócio. Em contrapartida, o pai tem uma visão oposta,
acreditando que sua experiência na área ainda pode agregar valor para a
empresa.

2) No meu ponto de vista, não se deve eleger uma única pessoa para
“mandar” na empresa, na verdade, é importante que as decisões sejam
tomadas em conjunto. Os conhecimentos dos filhos e de Ricardo se
complementam, uma vez que enquanto Ricardo consegue trazer uma
perspectiva prática (aprendida através de testes, erros e acertos) sobre os
processos da empresa, os filhos possuem o conhecimento da atualidade,
trazendo uma possibilidade maior de inovação e adaptação no novo
mercado. Trabalhando em conjunto, é possível trazer uma visão mais
inovadora e atual, se destacando no mercado, ao mesmo tempo que se
têm a experiência de como implantar um novo negócio e novas ideias na
prática.

3) Como mencionado anteriormente, ambos possuem pesos significativos


para a manutenção do negócio. Enquanto a educação formal é capaz de
trazer embasamento teórico sólido, visões diferentes e inovadoras,
conhecimento da atualidade e capacidade de lidar com crises através da
atualização com o mercado, a experiência também tem sua importância,
uma vez que traz um olhar mais realista para os visionários, traz maior
agilidade na execução de processos e projetos, visões palpáveis e
identificação de possíveis erros que se pode cometer, tendo em
consideração que a experiência traz a pessoa o benefício de já ter passado
por determinadas situação, testando, errando, acertando e aprendendo
com elas.

4) Ricardo possui um conhecimento prático muito valioso, contudo, se


continuar administrando a empresa, algumas consequências negativas
podem ocorrer:
i) Dificuldade em acompanhar as tendências de mercado: Por não
possuir educação formal e ter uma abordagem exclusivamente
prática, Ricardo pode encontrar dificuldades em se atualizar com
as tendências de mercado, tendo uma visão mais focada no que
funcionava no momento de surgimento de seu negócio e deixando
passar insights atuais que podem alavancar sua empresa;
ii) Insustentabilidade de seu negócio: Se Ricardo continuar sendo o
único a administrar a empresa, ele não irá passar para as próximas
gerações seus conhecimentos e responsabilidades, fazendo com
que o negócio não seja sustentável e não perdure por tanto tempo,
deixando os filhos com falta de experiência para tocar a empresa.
Teoria da Administração

Fabricio dos Santos Senario

iii) Falência da empresa: A empresa já estava em um momento de


crise e dívidas enquanto Ricardo era a figura de liderança da
empresa, portanto, enquanto ele continua administrando da
mesma forma, o caminho da empresa é a falência total.

5) É importante que os filhos sejam importantes tomadores de decisão na


empresa tanto pela educação formal como pelo fato de que eles são quem
continuarão o negócio do pai, mantendo vivo o legado. Contudo, algumas
consequências negativas são previstas caso liderem a empresa sem ele:
i) Dificuldade na execução de ideias: apesar de terem o
conhecimento teórico forte, pode ser difícil para os filhos
executarem suas ideias na prática, visto que não possuem muitas
vivências fora do mundo das ideias. Em um contexto de alta
competitividade e rápidas mudanças, eles podem se tornarem mais
lentos na aplicação de seus projetos e carecerem de agilidade,
visto que encontrarão desafios que só aparecem na prática.
ii) Falta de rede de apoio: Como eles ainda são novos do mercado,
eles não devem ter o mesmo network que o pai, que provavelmente
já tinha uma relação de anos estabelecida com os fornecedores,
clientes, comunidade etc. Com isso, torna-se mais difícil influenciar
externamente, fechar alguns negócios e ter suporte de parceiros
em momentos de crise, o que poderia ser evitado com a presença
do pai.
iii) Dificuldade ao lidar com imprevistos: a experiência traz a
possibilidade de aprender com os imprevistos, tomar decisões mais
ágeis em momentos que não estavam no planejamento inicial.
Como os filhos não possuem isso, eles podem ter uma maior
dificuldade e tomar escolhas erradas inicialmente por falta da
presença do pai como guia.

6) Se não houver um acordo entre as duas partes, além de haver uma


possibilidade de quebrar a empresa – visto que não se aproveitou as
habilidades essenciais que tanto o pai como os filhos poderiam oferecer –
é possível que a relação familiar entre eles seja afetada, de forma que
possa acarretar afastamentos, conflitos e discussões familiares. Com o
negócio quebrando, a família passa a entrar numa condição financeira
mais baixa, podendo ter questões socioeconômicas mais complexas
também.

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