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/
Organização
Vera Maria Candau
Autores
Vera Maria Candau
Vera Maria Candau ·
Silvana Mesquita
Cinthia Monteiro de Araujo
Pedro Teixeira
Maria Inês Marcondes
Susana Sacavino
Adélia Maria Nehrne Simão e Koff
Magda Pischetola
Susana Sacavino e Vera M ál'là Candau
Vera Maria Cadau
Monique Marques Longo
Clea Maria da Silva Ferreira e Edi!eia de Carvalho
Daftiela Frida Drelich Valentim
Raehel Pulcino
0551
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4cr,cendo/reinventando j
saberes e práticas *ii ·
Organizadora
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Sumano
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DIFERENÇAS E PROCESSOS
DE ENSINO-APRENDIZAGEM • 219
A PROFISSAO ,
DO C ENTE
HOJE
16 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
Entre o "quadro-negro/verde/branco"
e as tecnologias .$.informação e comunicação:
que dinâmica construfr na sala de aula?
ENSINA R -
APRENDER: :
DESAFIOS ATU�IS
DA PR01FISSÃO i
D OCENTE*
Introdução
No entanto, não parece que toda a reflexão que tem sido desen
volvida, a partir de um significativo número de pesquisas e tra
balhos com diversos enfoques, tenha tido uma forte incidência
e provocado mudanças significativas nos processos formativos
dos docentes, assim como no cotidiano da maioria das escolas.
26 ÜIDÁTlCA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
dronizados.
E conclui:
É indispensável instrumentalizar didaticamente a escola para
trabalhar com a diversidade. Nem a diversidade negada, nem a
diversidade isolada, nem a diversidade simplesmente tolerada.
Também não se trata da diversidade assumida como um mal ne
cessário ou celebrada como um bem em si mesmo, sem assumir
seu próprio dramatismo. Transformar a diversidade conhecida e
reconhecida em uma vantagem pedagógica: este me parece ser
o grande desafio do futuro (FERREIRO in Lerner, 2007, p. 9).
Referências bibliográficas
Silvana Mesquita
PUC-Rio
SER PROFESSOR HOJE: DILEMAS E POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO DA PROFISSÃO 45
Introdução
Considerações finais
Referências bibliográficas
CANÁRIO, Rui. Entrevista. Rui Canário fala sobre como a escola deve
transformar problemas em soluções. Gestão escolar, São Paulo. En
trevista concedida a Paula Nadai, Ed 02, junho de 2009. Disponível
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CUNHA, Mai'ia Isabel da. O bom professor e sua prática .2ª ed. São
Paulo: Papirus, 1 996, 1 82 p.
SER PROFESSOR HOJE: DILEMAS E POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO DA PROFISSÃO 67
THIN, Daniel. Para uma análise das relações entre famílias populares
e escola: confrontação entre lógicas socializadoras. Revista Brasileira
de Educação. Rio de Janeiro, vol. 1 ! , nº. 32, maio/ago, p. 2 1 1 -225,
2006.
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1i CONSTRUINDO
, SABERES,
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TECENDO
! SENTIDOS
72 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
1
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Para lidar com essa escola, a autora defende que tanto nas
práticas pedagógicas como na formação de professores sejam
considerados principias pautados numa perspectiva intercul-
POR UMA ECOLOGIA DE SA5ERES ESCOLARES 75
4 Abordagem mais aprofundada sobre a crise dos paradigmas modernos pode ser
encontrada em Santos 2000, 2006, 20 1 3 e 2 0 1 7.
POR UMA ECOLOGIA DE SABERES ESCOLARES 77,
1,
essa seção na direção de fortalecer a segunda potencialidade
do saber escolar, apresentada por Gabriel.
Referências bibliogrãficas
__
. fusticia entre Saberes: epistemologias dei sur contra el epistemi
cidio. Madrid: Ediciones Morata, 201 7.
Pedro Teixeira
PUC-Rio
Ü ENSINO DE TEMAS CONTROVERSOS: RISCOS OU POTENCIAIS PARA A DIDÁTICA? 93
f
1· de militância do movimento "Escola sem Partido" é a defesa
1.
,!
dos valores morais da família dos estudantes, em especial em
relação à sexualidade e aos valores religiosos.
Conclusão
Referências
___ . The politics of common sense: why the right is winning. ln:
OJ!icial knowledge: democratic education in a conservative age. 3.
ed. New York: Routledge, 2014. p. 1 6 .
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1 14 ÜiDATlCA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
Introdução
O livro dialogado
da mídia.
O professor pode dar uma aula expositiva, pode encaminhar
uma discussão, pode organizar pequenos grupoE; de estudo den
tro da sala de aula, pode supervisionar pesquisas de campo fora
de sala de aula, pode exibir filmes, pode complementar pontos
de vista que faltam à classe, ou pode atuar como um bibliotecá
rio, na ajuda a grupos de estudos a encontrar materiais, ou pode
destinar longas horas de aula às apresentações dos estudantes
etc. Para os estudantes, essa flexibilidade é sinal da abertura do
curso (SHOR in FREIRE, e SHOR, I 986, p. I 1 6 ) .
Freire nos lembra que nenhuma tarefa deve ser considerada me
nor. Tudo deve ser visto como parte de um processo mais amplo.
Devemos evitar o pensamento de que nós somos os iluminado
res. Creio que a educação libertadora implica a iluminação da
realidade, mas os iluminadores são os dois agentes do proces
so, os educadores e os educandos juntos (FREIRE in FREIRE, e
SHOR, 1 986, p. 64).
Finalizando
Referências bibliográficas
____
._ Pedagogy ofthe Oppressed. New York: Continuum, 2000.
DIREITOS
. HUMANOS, -
EDUCAÇAO
. · E CIDADANIA
PLANETÁRIA .
Susana Sacavino
NOVAMERICA
DIREITOS HUMANOS, EDUCAÇÃO E CIDADANIA PLANETARJA 1 35
--
3 www.undp.org/content/undp/es/home/sustainable-development-goals/back
ground.html
DIREITOS HUMANOS, EDUCAÇÃO E ClDADANIA PLANETÁRIA 141
1
força do desenvolvimento como eixo central que pertence à
esfera do econômico. Frequentemente entendido em sua ver
são de crescimento infinito, como um paradigma de produ
ção, de progresso e de acumulação. Esse conceito nos leva
a afirmar que vivemos tempos dificeis e sombrios nos que o
poder econômico de uns poucos concentra, cada vez mais, as
riquezas do mundo correspondentes a todos, consolidando-se
um restrito clube de bilionários que ditam as regras em um 1
ambiente no qual o crescimento econômico beneficia àqueles i
que possuem mais. Segundo o Relatório de Oxfam, de 2 0 1 7,
Uma economia para os 99%:
\
Oito pessoas concentram em suas mãos o equivalente à rique
za de outros 3.600 milhões, a metade mais pobre da populaçãci'.
mundial (Trotta, 20 1 7, p. 1 ) .
1
são transformadora o desenvolvimento é uma categoria limi
tada que deve ser questionada.
! '
l Não tem o alcance necessário para se constituir em um enfo
que organizador da educação. Nesse sentido, propomos uma
mudança de enfoque e de paradigma deslocando o centro da
análise para a categoria sustentável e não para o desenvol
vimento. Como afirma Herrera Flores (2009, p. 25), com uma
nova perspectiva "dos direitos como processos institucionais e
sociais que possibilitem a abertura e a consolidação dos espaços
de luta pela dignidade humana" e a sustentabilidade da vida do
planeta e no planeta.
Referências Bibliográficas
____
Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra. Pe
trópolis: Vozes, 1 999.
Anexo 1
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1 54 ÜIOATICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
Por sua vez, creio que também não é exagero dizer que, des
de a sua invenção até os dias atuais, seu ideário e formato
original -que prevê espaços e tempos específicos destinados
à aprendizagem, uma determinada configuração institucional
e uma determinada organização pedagógica, curricular e/ou
didática- parecem se manter ainda muito próximos daqueles
que a caracterizavam na emergência do mundo moderno. E
mais do que isso, parecem se manter hegemõnicos e naturali
zados (CANÁRIO, 2006).
Todas essas críticas, entre outras que poderiam ser aqui apon
tadas, sugerem a escola dos nossos dias como um lugar desin
teressante e pouco comprometido com a realidade complexa
que marca o século XXI e na qual ela está inserida, levando,
inclusive, alguns/mas educadores/as a expressarem o que se
convencionou chamar de 'crise da escola'.
Sentimos que a escola está em crise porque percebemos que
ela está cada vez mais desenraizada da sociedade. Como refe
ri antes, a educação escolarizada funcionou como uma imensa
maquinaria encarregada de fabricar o sujeito moderno. Foi prin
cipalmente pela via escolar que a espacialidade e temporalida
de modernas se estabeleceram e se tornaram hegemônicas. [ ] . . .
1 Vale lembrar que a perspectiva crítica ganha ênfase na América Latina, especialmen
te no Brasil, a partir da década de 80 , suscitando um fecundo movimento "gerador de
ideias e práticas orientadas à elaboração de políticas públicas de educação e à reno
vação de práticas pedagógicas nas escolas e no âmbito dos movimentos sociais e po
pulares, orientadas à afirmação da democracia e da cidadania em nossas sociedades"
(CANDAU, 2003, p. 59).
r TRABALHO CENTRADO EM PROJETOS: REINVENTANOO A PRÁTICA ESCOLAR, DESAFIANDO PROFESSORES E ALUNOS J
2 Cabe sublinhar que reconheço que não há uma só concepção da perspectiva In
tercultural. Porém, tais concepções não se constituem objetos de nossas reflexões no
âmbito desse trabalho, tendo em vista os seus objetivos já explicitados. Por sua vez,
o artigo da professora Vera Maria candau, que integra esta publicação (p.222), apro
funda a reflexão sobre a interculturalidade/educação intercultural.
1 66 DIDÁTICA'. TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
1
TRABALHO CENTRADO EM PROJETOS: REINVENTANDO A PRATICA ESCOLAR, DESAFIANDO PROFESSORES E ALUNOS 1 67
4 Levando em consideração o espaço e os objetivos deste texto, não vou tratar aqui
sobre a polissemia que envolve o conceito de currículo, apenas registro que estou
lidando com um conceito bem amplo que envolve não só o que ensinar e aprender,
mas todas as dimensões e dinâmicas relacionadas a esses processos.
1 72 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
5 Cabe registar que no âmbito desse texto estou utilizando as expressões currículo
integrado e integração curricular como equivalentes. Considerando, contudo, que es
sas também são expressões polissêmicas e que vou utilizá-las, tendo presente uma
concepção crítica de currículo integrado ou de integração curricular que quer ser mui
to mais do que uma simples técnica de organização que se contrapõe à organiza
ção disciplinar para ser uma perspectiva que quer viabilizar uma maior aproximação
entre o que acontece na escola e a realidade cotidiana de seus/suas alunos/as e da
própria sociedade onde eles/elas estão inseridos (BEANE, 1997).
6 Cabe uma observação para lembrar que é comum entender as disciplinas escola
res como equivalentes às disciplinas científicas, sem levar em conta os processos de
recontextualização dos conhecimentos que acontecem no âmbito da escola. Nesse
sentido, entendo, em consonância com Lopes (2000) que as disciplinas escolares não
são meras cópias das disciplinas científicas reduzidas para fins didáticos. Elas têm
identidade e histórias próprias e, embora essas histórias possam, algumas vezes, se
aproximar das histórias de suas disciplinas de referência, elas não são homogêneas,
ao contrário, há uma série de fatores sociais, políticos, que ultrapassam uma dimen
são puramente epistemológica na sua criação.
r TRABALHO CENTRADO EM PROJETOS: REINVENTANDO A PRATICA ESCOLAR, DESAFIANDO PROFESSORES E ALUNOS ) 7 0
Um caminho possível:
o trabalho centrado em projetos
Por sua vez, cumpre registrar que mesmo orientado pelos fun
damentos, princípios e características que serão aqui explici
tados, o Trabalho Centrado em Projetos - que reconheço como
um caminho possível para a construção de uma "outra" escola
- não tem uma única maneira de acontecer, precisa ser reco
nhecido como algo em constante construção e reconstrução e,
portanto, em contínuo "redesenho" como o próprio movimen
to de reinvenção da escola.
E elés complementam:
Um projeto pode organizar-se seguindo um determinado eixo: a
definição de um conceito, um problema geral ou particular, um
conjunto de perguntas inter-relacionadas, uma temática que
valha a pena ser tratada por si mesma. Normalmente, superam
se os limites de uma matéria (HERNÁNDEZ E VENTURA, 1 998,
p. 6 1 ) .
E acrescenta:
Em sua dupla ancoragem, individual e coletiva, o projeto deve
poder assegurar-se de que nenhuma instância se arrogue à pre
tensão de se querer abusivamente proprietária .do que não lhe
pertence. Ele se apresenta como uma propriedade compartilha
da, na qual cada um sabe reconhecer a sua dívida (BOUT!NET,
2002, p. 257).
TRABALHO CENTRADO EM PROJETOS: RE!NVENTANOO A PRÁTICA ESCOLAR, DESAFIANDO PROFESSORES E ALUNOS 1 79 'li
ii
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1 1 Vale lembrar que quando estou me referindo a formato escolar estou querendo
falar sobre questões que vão muito além dos aspectos teóricos-metodológicos e/ou
instrumentais, para avançar no sentido de pensar a concepção de educação que orien
ta a concepção de escola, bem como os processos de aprender e ensinar nela vividos.
.
TRABAUfO CENTRADO EM PROJETOS: REINVENTANOO A PRÁTICA ESCOU.R, DESAFIANDO PROFESSORES E ALUNOS 18}
,Referências bibliográficas
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1
1 TIC'S
!
NA ESCOLA
1 86 ÜJDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
CULTU DIGITAL,
TECNOLOGIAS -
DE INFORMAÇAO
E COMUNICAÇÃO
E P ,. 'TICAS .
PEDAGÓGICAS
Magda Pischetola
PUC-Rio
CULTURA DIGITAL, TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E PRATICAS PEDAGôGICAS 1 87
1
pedagógica se deve à simples inserção de tecnologias em sala
188 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
1 Texto original: "Let it not be supposed that there is really any advance in the science
of education merely because there is a technical improvement ín the toais of mana
ging an educational scheme conspicuous for its formation prior to the rise of science.
such 'science' only rationalizes old, customary education while improving it in minar
details. Given the required intellectual equipment, the further immediate demand is
for hurnan qualities of honesty, courage, and invention which will enable one to go
ahead without the props of custam or the specious pretensions of custam niasquera
ding in the terminology of science''-
1 94 D10AT1CA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
2 - Múltiplas linguagens
uma segunda sugestão vem da nossa experiência direta em
sala de aula. As TIC se caracterizam por uma evolução muito
rápida em termos de linguagens e ferramentas. Por isso, a
formação técnica não dá conta de mostrar caminhos concre
tos para o professor e se torna um investimento inútil. Fazer
uma lista personalizada de sites ou softwares gratuitos dispo
níveis, para se pautar na imensidade das possibilidades que
a web apresenta, é muito mais interessante. A lista pode se r
ampliada a cada atualização do planejamento pedagógico ,
conforme o professor for descobrir novas ferramentas, indi
cadas por colegas ou alunos. Segue um exemplo de uma lista
CULTURA DIGITAL, TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E PRATICAS PEDAGÓGICAS 1 97"
Re ositórios on-line:
http:/ /www. everystockphoto.com/
Imagens/Ilustrações
http:/ /www. freephotosbank.com/
http :/ /www. freeimages.com /
htt :/ /www. vecteez .com/
http://incompetech.com/music/royalty
Músicas sem direitos autorais
free/
Recursos on-rme Para criacão de:
http://worditout.com/word-cloud/make-
Nuvem
-a-new-one
http://www.atividadeseducativas.com.br/
caça-palavras
index.oho?criarcacaoalavras
http://sites.google.com/ (acesso com
Webquest
conta Gmail)
Tutorial: https:/ /www.youtube.com/wat-
ch?V=LvOhGsoBFng
Site/blog http: //pt.wix.com/
http://pt-br.wikia.com/
Wiki Tutorial: https:/ /www.youtube.com/wat-
ch?v=W l nJ3Wu l fFw
http://www.scrapee.net/criador-de-tiri-
nhas-meme.htm
Tirinhas/memes/avatares http://garfield.com/game/comic-creator
http ://geradormemes.com/
htto://bitstrios.com/create/comic/
Anresentacões htto://orezi.com/
Nuvem de áudio https://soundcloud.com/
Softwares watuitos:
Baixar tube: http:/ /www.baixartube.com.
Baixar vídeos do Youtube
br/
Audacity: https://audacity.br.uptodown.
Gravação/edição de áudio
com
Movie maker üá instalados em sistema
operacional Windows)
Edição de vídeo:
VideoPad: http:/ /www.nchsoftware.com/
videopad/index.html
Cmap Tools: https://cmaptools.br.upt-
Criação de mapas mentais
odown.com/
Fig I - Lista persona/Jzada de alguns recursos on-/Jne. Fonte: a autora (2018).
3 - Apoio do aluno
Uma última sugestão é de o professor trabalhar em parceria
com os seus alunos. Em nossa pesquisa de 20 1 2 nas escolas .
da Bahia e de Santa Catarina sobre o projeto Um Computador
por Aluno, resultou evidente que o apoio técnico é fundamen
tal para o funcionamento de um projeto de inclusão digital e
é, infelizmente, o que mais falta nas escolas (Pischetola, 2015,
2016; Pischetola; Miranda, 20 15). Porém, as escolas investiga
das que tinham instituído um projeto de monitoria tiveram mui
to mais sucesso em termos de integração das TIC nas práticas
cotidianas. Os alunos ocupavam o papel de monitores, ficando
na escola no contra turno uma ou duas vezes por semana, e
ajudavam os professores preparando as salas com antecedên
cia e oferecendo apoio concreto na gestão da sala de aula. Dar
aula com o uso das TIC é muito trabalhoso. A sensação do pro
fessor é, muitas vezes, de perda de controle na gestão da sala
e de dispersão dos alunos durante a realização das atividades.
Porém, com a ajuda de um aluno monitor que cuida do apoio
técnico para a turma, o professor pode se concentrar na atua
ção pedagógica, na gestão dos tempos da aula, no acompa
nhamento concreto das tarefas que estão sendo desenvolvidas,
para atingir os objetivos pedagógicos preestabelecidos. Além
disso, trata-se para o aluno monitor de uma oportunidade ex
traordinária de desenvolver algumas habilidades didáticas, co-
CULTURA DIGITAL, TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO í: PRATICAS PEDAGÓGICAS 1 99
Considerações finais
Referências bibliográficas
ENSINO HÍBRIDO :
POSSIBILIDADES
E QUESTÕES
Susana Sacavino
NOVAMERICA
'.' ., ...
1
DIDATICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
1
desenvolvendo proj'\'tQ..S. [ ..] criando oportunidades para a cons
.
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1
J
. )
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216 DIDATJCA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
Referências Bibliográficas
http://porvir.org/ensino-hibrido-e-unico-jeito-de-transforrnar-edu
cacao/ Acessado em 231512 0 1 8.
:.,..,,....�. -·
J,,.
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·
DIFERENÇAS
E PROCESSOS
DE ENSINO
APRENDIZAGEM ,
220 ÜJDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
Introdução
·
1 Item tendo como referência o artigo CANDAU, Vera Maria Ferrão. Cotidiano escolar
e práticas interculturais. cadernos de Pesquisa, v. 1 6 1 , p. 802-820, 2 0 1 6 .
226 DIDATICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
j'
{NTERCULTURAUOADE E COTIDIANO ESCOLAR 235
Referências bibliográficas
52,1 993 . .
236 010ATICA: TEO:NDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
A MEDIAÇÃO
DE CONFLITOS
VIOLENTOS
QUE DESAFIAM
OS SABERES
DOCENTES
Por fim, viso neste texto trazer uma proposta aos professores,
coordenadores e demais agentes educacionais de mediação
dos conflitos interpessoais que acontecem cotidianamente nas
escolas. Acreditamos que, se bem direcionados, os conflitos
tornam-se relevantes estratégias de ensino emocional, filosó
fico e de autonomia ética.
2 Utilizo-me das fases postulados por Jean Piaget quanto ao desenvolvimento moral
infantil expostas em O Juízo moral na criança ( 1 974).
244 D10AT!CA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
Referências bibliográficas
---- --,-
--- -:--:::--
--· Habilidades sociais: conceitos e
camposteóricos. Trabalho apresentado na ANPED, 1 997. Disponi
bilizado online em www.rihs.ufscar.br acessado em 25 de fevereiro
de 2014.
---,-.,-.,-.,-----:---:----:::---· Contribuições para o treinamento
habilidades de interação.
em ln: GUILHARDI, H. J.; MADI, M. B. B. P.;
QUEIROZ, P. P.; SCOZ, M. C. (Org.). Sobre Comportamento e Cognição:
contribuições para a construção da teoria do comportamento v. 9.
Santo André: ESETec, 2002 p. 9 ! - 1 04.
A MEDlAÇÃO DE CONFUfOS VIOLENTOS QUE DESAFIAM OS SABERES DOCENTES 255
EDUCAÇAO PARA
AS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS :
uma conversa
com professores ·
da escola básica
Introdução
2 Usamos o termo teoria por estar de acordo com as observações de Ballestrin (2 1 03)
sobre o fato de que qualquer esforço de teorização feito fora do eixo norte seja cha
mado de pensamento e não teoria social e política, numa evidente tentativa de infe
riorização do conhecimento produzido no eixo sul.
264 DlDATlCA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
Referências bibliográficas
�···
....,�
...
�:·
�-..-�
....- 1
280 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
O DEPOIMENTO
COMO PRÁTICA
PEDAGÓGICA
INTERCULTURAL
NA LU TA
ANTIR CISTA
Introdução
Referencial teórico-metodológico
Não cabe aqui e nem seria viável descrever todas as falas e im
pressões dos alunos, todavia, gostaria de chamar atenção para
o fato de que elas costumam desembocar: na percepção dos
lugares sociais naturalizados dos brancos e negros, nas desi
gualdades educacionais dos mais pobres e negros, na valoriza
ção ou não das culturas euro e afrodescendentes havidas nos
cotidianos escolares, no cumprimento ou não da Lei, na dificul
dade ou não em reconhecer e adotar uma identidade racial, na
autoidentificação ou hétero identificação racial e no racismo.
1
zona de tensão (Ibidem).
í'.l
Ü DEPOIMENTO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERCULTURAL NA LUTA ANTIRRACISTA 289
Considerações Finais
bibliooráfi.cas
Referências �.i;r-......,...
....
2010.
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Kulé: educação e identidade negra. Maceió: EDUFAL, 2004. Disponí
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1
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dades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003. p.
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MATO, D. Universidades e diversidade cultural e epistêmica na Amé
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de Janeiro: 7 Letra, 20 1 6 .
MCLAREN, P. Multiculturalismo Crítico. São Paulo: Cortez, 1 997.
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NOVAK, J e CANÃS, A. A teoria subjacente aos mapas conceituais e
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2012.
296 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
DIÁLOGOS COM
A FORMAÇÃO
DOCENTE:
relações de
genero e
.,..
cotidiano escolar
Rachel Pulcino
PUC-RIO
DIALOGOS COM A FORMAÇÃO DOCENTE: RELAÇÕES DE G!ôNERO E COTIDJANO ESCOLAI� 297
Introdução
extremamente flexionada como o Português, continuo achando que vale a pena tentar
encontrar soluções {N. do T.)" (Elizabeth ELLSWORTH, 200 1 , p. 75).
298 DIDÁTICA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRATICAS
1
docente; (ii) a noção de que a possibilidade de não saber algo
seja um absurdo.
experiência:
Analisando uma a caixa de perguntas
de
"gênero no ensino história"
1
nero, mas também como uma forma de iniciar uma reflexão
sobre as interseções da temática com o ensino de História.
1
saberes históricos, a partir da experiência da caixa de per-
guntas?
'I
ÜIÁLOGOS COM A FORMAÇÃO DOCENTE: RElAÇÔES DE Gl:.NERO E COTIDIANO ESCOLAR 305
4 Por LGBT, estou nomeando as indivíduas que afirmam uma identidade sexual que
foge dos padrões da heterossexualidade. Opto por essa sigla para designar essas sujei
tas que representam suas identidades Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Trans
gêneros e Travestis. Concordo com Claudia Vianna (2015), ao reconhecer as inúmeras
representações que habitam esses grupos. A autora argumenta também que existem
variações da sigla incluindo a letra 1, para incorporar os Intersexos, e da letra Q, para
incorporar as chamadas identidades queer (do inglês, estranho). Porém, reconhecen
do a diversidade existente nos movimentos, utilizarei nesse trabalho a sigla LGBT em
concordância com a deliberação da I Conferência Nacional LGBT, em 2008.
DIALOGOS COM A FORMAÇÃO DOCENTE: RELAÇÕE� DE G�NERO E COTIDIANO ESCOLAR 307
1
lavras: resistência; empoderamento; pertencimento; ser livre;
ressignificação e representatividade. Estas palavras represen
tam uma dimensão mais ativa das disputas lideradas por agen
tes da educação e dos movimentos sociais que compreendem a
importância do debate de gênero para as escolas e a formação
docente. Elas apontam para a valorização de sujeitos e/ou te
mas comumente silenciados no ensino de História e, para as
possibilidades dessas experiências serem tratadas de modo em
que se sintam representados e pertencentes ao processo esco
lar. A noção de resistência surge na reflexão foucaultiana como:
( ... ) a resistência se dá, necessariamente, onde há poder, porque
ela é inseparável das relações de poder; assim, tanto a resistênc
eia funda as relações de poder, quanto ela é, às vezes, o resul
tado dessas relações; na medida em que as relações de poder
estão em todo lugar, a resistência é a possibilidade de criar es
paços de lutas e de agenciar possibilidades de transformação em
toda parte Gudith REVEL, 2005, p. 74).
Considerações finais
Referências bibliográficas
n. 1 9, 2013, p. 1 6 1 - 1 64.
312 DIDATJCA: TECENDO/REINVENTANDO SABERES E PRÁTICAS
Magda Pischetola
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trado e Doutorado em Educação pela PUC-Rio. É membro de
associações de pesquisa nacionais e internacionais e repre
sentante Nacional da International Study Association on Tea
chers and Teaching (ISATT) . É membro do Comitê Editorial
da Revista Teachers and Teaching (UK - Taylor and Francis
Group) . Foi visiting scholar na Faculty of Education/University
of Cambridge. Coordena o Grupo de Pesquisas sobre Forma
ção de Professores, Curriculo e Cotidiano Escolar, vinculado
à PUC-Rio. Foi coordenadora do GT de Didática da ANPED.
Atualmente, é Diretora do Departamento de Educação da PU
C-Rio. Areas de atuação: formação de professores, didática,
currículo e avaliação.
Susana Sacavino