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ENDOCARDITE INFECCIOSA

DEFINIÇÃO
 Endocardite infecciosa (EI) é a inflamação da camada interna das câmaras cardíacas e válvulas
cardíacas (endocárdio). Causada por uma infecção bacteriana ou, raramente, por fungos.

EPIDEMIOLOGIA
 EI de valva nativa ou do endocárdio: é afecção incomum, com incidência aproximada de 2-10 casos
por 100 mil pessoas-ano. Apresenta elevada mortalidade, estimada em até 30% nos primeiros 30
dias. EI associada a cuidados de saúde: 25-30% dos casos nos dias de hoje.

FISIOPATOLOGIA

Estruturas constituídas por restos


celulares, plaquetas, fibrina
(proteína ligada à coagulação do
sangue
 As principais manifestações clínicas da EI, assim como suas complicações, são decorrentes desses
mecanismos:
I. Destruição valvar;
II. Extensão paravalvar da infecção e insuficiência cardíaca;
III. Embolização micro e macrovascular;
IV. Infecção metastática em órgãos-alvo (cérebro, rins, baço, pulmões);
V. Fenômenos imunológicos.
PREDISPOSIÇÕES
 Doenças congênitas (defeito do septo ventricular e valva aórtica);
 Doenças valvares adquiridas (valvopatia degenerativa);
 Fatores intracardíacos;
 Má saúde bucal; Uso de droga ilícita intravenosa;
 Hemodiálise;
 Hepatopatia crônica;
 Neoplasias;
 Imunodeficiência.
MICROBIOLOGIA
 Streptococcus spp. (constituem a principal etiologia de EI no Brasil)
 S. mitis;
 S. mutans;
 S. sanguis;
 S. oralis;
 Presentes na cavidade bucal e faringe.
STAPHYLOCOCCUS AUREUS
 Pode ter origem em processos infecciosos de pele e partes moles, assim como em usuários de drogas
ilícitas injetáveis.
 Maior probabilidade de levar a eventos embólicos, e está associado a maior risco de óbito. Responde
atualmente por cerca de 30% dos casos de EI
• Os fungos habitualmente encontrados são:
− Candida albicans;
− Candida de espécies não albicans (C. parapsilosis, C. glabrata, C. tropicalis);
− Aspegillus spp.
− Apresentam-se como causa de aproximadamente 2% de todos os casos de EI, com elevadas
taxas de mortalidade (50-70%), maior risco de embolização e de recidiva.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
 As manifestações clínicas são muito variadas - até portadores de destruição valvar com insuficiência
cardíaca e instabilidade hemodinâmica.
 O intervalo de tempo entre a bacteriemia e o início dos sintomas é em geral menor que 2 semanas.
 A maioria apresenta-se com sintomas inespecíficos, como: febre baixa, mal-estar, calafrios, fadiga,
anorexia, perda de peso e/ou dores articulares
• Sopro (75% dos pacientes);
− Decorrência da alteração valvar predisponente ou ser intensificado por destruição do folheto
valvar
• Febre (90% dos pacientes);
− A febre pode ter menor intensidade ou estar ausente, em casos com uso recente de antibióticos
• Embolias para o SNC (20-40% dos pacientes)
− Infarto cerebral, aneurismas, abscessos, hemorragia intraparenquimatosa ou subaracnoide
LESÕES DE JANEWAY
 Lesões hemorrágicas ou eritematosas, não dolorosas, nas palmas das mãos e plantas dos pés,
secundárias a fenômenos embólicos
NÓDULO DE OSLER
 Nódulos subcutâneos eritematosos dolorosos nas polpas digitais e regiões proximais dos dedos
MANCHAS DE ROTH
 Hemorragia retiniana, classicamente oval, com parte central pálida

DIAGNÓSTICO
 A EI definida inclui:
 Critérios laboratoriais: microrganismos demonstrados por cultura ou histologia; ou presença de
vegetação ativa ou abscesso intracardíaco confirmado por histologia.
 Critérios clínicos: dois critérios maiores ou um critério maior e três menores ou cinco critérios
menores (Duke).

TRATAMENTO
 Medicações: Antibiótico (Vancomicina, ceftriaxona);
 Antibiótico bactericida, geralmente em combinação;
 Nos casos de insuficiência cardíaca secundária a alterações estruturais importantes da valva
cardíaca, falha na terapêutica clínica, embolizações recorrentes, endocardite em valva recém-
implantada e endocardite por fungos, o tratamento cirúrgico deve ser associado ao tratamento
clínico, pois promove melhora na sobrevida

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