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DIAGNÓSTICO MÉDICO I.

PROF. VINICIUS MIOLA.


LUIZA O. BOTH – XXVII.

FEBRE REUMÁTICA E ENDOCARDITE INFECCIOSA.

FEBRE REUMÁTICA.
 Infecção que surge após uma faringoamigdalite bacteriana.
o Streptococcus Piogens. Causa a febre reumática e a Glomerulonefrite.
o Tempo de incubação é importante → 10 dias a 6 semanas após a
faringite em 3% dos casos.
o Infecções por amigdalite por Streptococcus Piogens são raras.
o Incidência aumenta dos 2-5 anos (importante a partir dos 5 anos). A
maioria das vezes, a amigdalite em crianças é de causa viral.
o Tratamento com bezentacil – penicilina pura.
 É uma agressão de auto anticorpos formando contra as proteínas M do
estreptococos com reação cruzada com auto antígeno do corpo.
 Doença autoimune.
 Células TCD4 específicas para peptídeos estreptocócicos reagem com proteínas
do coração e produção de citocinas. Reações inflamatórias que o próprio corpo
induz.
 ASLO e anti-Dnase B são auto anticorpos que diagnosticam febre reumática.
o Importante em caso de clínica de FR.
 Conhecer FR para saber as complicações.
o Estenose mitral é a sequela mais comum em casos de FR.
 Lesão aguda → a doença valvular mais frequente é insuficiência mitral!
 Estenose mitral.
o Aumento do AE → abre quadro de fibrilação atrial.

CRITÉRIOS DE JONES MODIFICADOS DE 1992.


 Critérios maiores.
o Artrite – inflamação articular.
o Cardite.
o Coreia de Sydenham.
o Eritema marginado.
o Nódulos subcutâneos.
 Critérios menores.
o Febre.
o Artralgia – dor articular sem inflamação articular.
o Aumento de VHS.
o Aumento de PCR.
o Aumento do intervalo PR (ECG).

EVIDÊNCIAS DE INFECÇÃO ESTREPTOCÓCICA PRÉVIA DE FR.


 ASLO elevado ou em elevação.
 Cultura de orofaringe positiva.
 Teste rápido para estreptococos positivo.
 NECESSÁRIO TER CLÍNICA PARA HAVER ESSE DIAGNÓSTICO.

DIAGNÓSTICO.
 Dois critérios maiores
 Um critério maior e dois menores.

PATOLOGIA.
 Achados no coração, principalmente.
 Nódulos de Aschoff – focos de linfócitos ativados (célula de Anitschkow) com
citoplasma abundante e núcleo central, a cromatina está disposta em uma fita
central, ondulada e delgada, as vezes multinucleada.
 Placas de MacCallum – lesões subendocárdicas com necrose fibrinoide e
espessamento irregular.
 Espessamento dos folhetos, a fusão e o encurtamento das comissuras, e o
espessamento e a fusão das cordas tendíneas.
o Geralmente na fase aguda.
o Muito importante o acometimento valvular.
o Principal válvula acometida: mitral. Depois mitral e aórtica, aórtica
isoladamente e, por fim, todas as 4 juntas.
ENDOCARDITE INFECCIOSA.
 É infecção do endocárdio, principalmente do endocárdio mural e das válvulas
cardíacas.
 Válvula é mais acometida que o endocárdico por ser um local de
Turbilhonamento de sangue – mais suscetível a êmbolos, trombos, etc.

AGUDA x SUBAGUDA.
 Aguda = doença que se manifesta liberando citocinas e mediadores
inflamatórios. Quadro de febre alta, sinais toxêmicos e sistêmicos, associados a
lesão cardíaca (sopro, por exemplo).
o S. Aureus.
o Doença aguda na válvula – cirurgia! Troca valvular.
 Subaguda = febrícula todo dia. Ao longo do tempo há perda de peso, menos
dinâmico, mais caquético – quadro de inflamação sistêmica por acometimento
da válvula.
o S. Viridans.
o Costuma responder melhor por ATB.

LESÃO PREDISPONENTE.
 Geralmente ocorre em válvulas com algum grau de lesão.
 Prolapso de válvula mitral.
 Estenose valvular calcificada degenerativa.
 Valva aórtica bicúspide.
 Valvas artificiais.
 Defeitos Congênitos.
 Ao se realizar a troca de valvular e se, após um ano, houver endocardite =
endocardite hospitalar.

CAUSADORES.
 Streptococcus Viridans (50-60%).
 S. Aureus (10-20%).
 Enterococos e HACEK (Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium,
Eikenella e Kingella).
 S. Epidermis (Prótese valvar).

DIAGNÓSTICO.
 Dois critérios maiores.
1. Hemocultura + para alguma das bactérias típicas encontradas.
o Rara.
o Ao menos duas amostras de culturas separadas de locais diferentes.
o Streptococcus Bovis – boi. Endocardite por esse germe lembrar de
associação com CA de intestino.

2. Imagem Positiva para Endocardite.


o ECO (ideal o transesofágico).
o Fístula endocárdica.
o Perfuração valvular.
o PET-CT.
o Lesão paravalvular em TC cardíaca.

 Caso haja apenas um critério maior → Para dar positivo para endocardite = Um
critério maior e três menores.
o Uso de droga injetável.
o Febre acima de 38 aferida.
o Interferência biológica que não preencha esses critérios.
o Fenômenos vasculares ou imunológicos.
 Rim – Glomerulonefrite.
 Nódulos de Osler.
 Manchas de Roth.
 Fator reumatóide positivo.
 Vascular → formação de trombos → embolização sistêmica.
 Infarto pulmonar.
 Aneurisma micótico – embolização sistêmica.
 Lesões de Janeway.
 Diagnóstico patológico.
o Confirmação por histologia.
o Microrganismos demonstrados por cultura.
o Lesões patológicas.
ACHADOS DA ENDOCARDITE.
 Vegetações volumosas, friáveis e potencialmente destrutivas.
 Abscesso anular.
 Êmbolos provocando infartos sépticos ou aneurismas micóticos.

ENDOCARDITE TROMBÓTICA NÃO BACTERIANA.


 Pequenos trombos estéreis nos folhetos de valvas cardíacas.
 CA, sepse, lesão por cateter, adenocarcinomas mucinosos.

ENDOCARDITE DE LIBMAN-SACKS.
 Lesões estéreis em valvas atrioventriculares, histologicamente apresentam
material eosinofilico fibrinoso, com corpos hematoxilínicos remanescentes
homogêneos de núcleos lesados por antígenos nucleares.
 Lúpus.
 Também não é bacteriana.

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