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Fisiopatologia da EI
transitória ou duradoura; estas se originam de infecções em diversos OBS.: Histologicamente, as vegetações são constituídas por inflamação
locais do organismo (cutâneas, urinárias, pulmonares etc.) ou são aguda, com predomínio de neutrófilos e número menor de
secundárias a manipulações dentárias, queimaduras, procedimentos macrófagos e outras células, de permeio a rede de fibrina e produtos
invasivos (hemodiálise, uso prolongado de sondas uretrais e, sobretudo, da destruição tecidual (BOGLIOGO, 10ª ed.).
cateteres intravasculares) ou uso de substâncias injetáveis por usuários
de drogas. Indivíduos nas duas últimas situações constituem grupo de IMPORTANTE: As lesões vegetativas intracardíacas também apresentam
risco para endocardite, sobretudo as do lado direito do coração efeitos locais e sistêmicos a distância. A organização frouxa dessas
(BOGLIOGO, 10ª ed.). lesões possibilita que os organismos e fragmentos da lesão formem
êmbolos, os quais são levados pela corrente sanguínea e causam
embolia cerebral, sistêmica ou pulmonar. Os fragmentos podem se
alojar em vasos de pequeno calibre, causando hemorragias de
pequeno porte, abscessos e infarto tecidual. A bacteremia também
pode iniciar respostas imunes supostamente responsáveis por
manifestações cutâneas, poliartrite, glomerulonefrite e outros
distúrbios imunes (PORTH, 10ª ed.).
Manifestações Clínicas da EI
Diagnóstico da EI
EXAMES LABORATORIAIS
↠ Os exames laboratoriais mostram com maior Imagem de ecocardiograma transtorácico mostrando vegetação em
face atrial da valva mitral.
frequência um hemograma com leucocitose e desvio de
células jovens para esquerda e aumento de provas
inflamatórias (proteína C-reativa e velocidade de ↠ Para auxiliar no frequentemente difícil diagnóstico de
hemossedimentação) (SOCESP, 5ª ed.). endocardite infecciosa, foram criados critérios, chamados
de critérios de Duke, subsequentemente modificados
↠ A hemocultura permanece como procedimento (BOGLIOGO, 10ª ed.).
diagnóstico mais definitivo e é essencial para direcionar o
tratamento (PORTH, 10ª ed.). Devem ser coletadas com técnica Critérios maiores são:
asséptica três amostras de hemoculturas puncionadas em veia
➢ cultura positiva para microrganismos típicos de
periférica de locais diferentes e antes do início dos antibióticos. A
bacteriemia da EI é contínua, portanto não há necessidade de se colher endocardite ou culturas persistentemente
as hemoculturas em vigência de febre (SOCESP, 5ª ed.). positivas a despeito de terapêutica
antimicrobiana;
↠ A análise da urina pode mostrar hematúria, proteinúria ➢ vegetações valvares, nova insuficiência valvar,
e até mesmo piúria causada pelas alterações imunológicas abscessos intracardíacos ou deiscência de
da endocardite sobre os rins (SOCESP, 5ª ed.). prótese valvar detectada por ecocardiografia;
➢ cultura positiva para Coxiella burnetti ou título de
ECOCARDIOGRAMA
anticorpos IgG anti-fase 1 ≥ 1:800.
↠ O ecocardiograma é a técnica primária para detecção
Critérios menores são:
de formações vegetativas e complicações cardíacas
resultantes da EI, constituindo uma ferramenta importante ➢ condições predisponentes;
no diagnóstico e no tratamento da doença (SOCESP, 5ª ➢ febre (T: >38ºC);
ed.). ➢ sequelas vasculares de endocardite (eventos
embólicos);
↠ O ACC e a AHA recomendam a realização de um
➢ deficiência imunitária;
ecocardiograma em todas as pessoas com suspeita de EI.
➢ culturas positivas para microrganismos menos
Recomenda-se o uso do ecocardiograma transtorácico
típicos de endocardite.
quando há risco inicial baixo ou uma leve suspeita clínica;
e o ecocardiograma transesofágico deve ser utilizado em ↠ O diagnóstico de endocardite envolve a combinação
casos com apresentações clínicas moderada ou de:
altamente suspeitas. Os indivíduos altamente suspeitos
incluem aqueles com próteses valvares, EI anterior, ➢ dois critérios maiores;
doença congênita complexa, insuficiência cardíaca ou ➢ um critério maior e ao menos três menores;
sopro cardíaco de início recente (SOCESP, 5ª ed.). ➢ cinco critérios menores.
OBS.: Quando há um critério maior e um menor, ou três menores, a
endocardite é considerada “possível”.
Estafilococos
➢ Oxacilina.
➢ Pacientes alérgicos à penicilina: vancomicina no lugar da
oxacilina.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
↠ O tratamento cirúrgico é indicado: (PORTO & PORTO).
➢ Quando falha o tratamento farmacológico,
particularmente nos portadores de prótese
valvar com infecção precoce e nos pacientes
que desenvolvem insuficiência cardíaca ↠ A antibioticoprofilaxia está recomendada para
refratária. pacientes de alto e médio risco, antes de procedimentos
➢ Nos casos de endocardite complicada por odontológicos invasivos que estimulam sangramento
perfuração de cúspide valvar, ruptura de (CINTRA, 2015).
cordoalha, abscesso de anel e múltiplos episódios
embólicos.
➢ Em infecções em que há dificuldade de
erradicação do germe com antibióticos (fungos
e Pseudomonas aeruginosa).
Medidas Preventivas da EI
MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO DE EI ↠ Percebe-se que para a maioria dos usuários, o primeiro
CARDIOPAPERS obstáculo para acessar os serviços de saúde, na zona
Higiene oral e cutânea rigorosa; rural, (seja indo até a unidade, ou recebendo visitas dos
Desinfecção de feridas; profissionais) consiste em falta de algo essencial, o
Evitar automedicação de antibióticos;
transporte oportuno. Por conta disso, seguem-se diversas
Medidas de prevenção de infecções para qualquer
procedimento de risco; dificuldades, desde estruturais a organizacionais, que
Limitar cateteres de infusão ou procedimentos invasivos, impactam diretamente no processo saúde-doença dessa
quando possível. população (MAGALHÃES et. al., 2022).
Referências