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Aluna: Tainar Vieira dos Santos Barros; Medicina turma 12

Quais as diferenças entre as células (receptores) gustatórios e


olfatórios?

Os receptores gustativos estão localizados na cavidade bucal,


distribuídos no dorso da língua, na epiglote, parede posterior da orofaringe e
no palato.Os órgãos específicos para a recepção dos estímulos são os
botões gustativos ou corpúsculos gustativos e estão localizados nas paredes
das papilas linguais. As papilas são dobras da membrana mucosa da língua
que formam saliências, sendo de vários tipos: fungiformes em toda a
superfície da língua, com um número médio de botões gustativos;
circunvaladas, no dorso e parte posterior da língua, com muitos botões
gustativos; foliadas em pregas, nos bordos posteriores da língua, com
poucos botões gustativos; papilas filiformes, distribuídas na superfície da
língua, não apresentando corpúsculos gustativos. As quatro sensações
gustativas fundamentais se originam com intensidades diferentes nas
diferentes regiões da língua devido à presença de corpúsculos gustativos
específicos para cada sensação. Assim receptores para o doce existem mais
na ponta da língua, para o sabor ácido ao longo das bordas laterais, para o
sabor amargo na parte posterior da língua, para o sabor salgado parte
anterior e bordos posteriores.

As células gustativas, que são células sensoriais secundárias, estão


localizadas centralmente, rodeadas pelas células de sustentação. As células
basais estão em contato com as porções inferiores das células gustativas. As
extremidades apicais das células gustativas com microvilosidades se
dispõem sob o poro gustativo ficando entre elas e o poro um espaço cheio de
líquido. As microvilosidades ou pêlos gustativos constituem a superfície
receptora para o gosto. Nas bases das células sensoriais existem sinapses
com fibras nervosas eferentes, existindo em cada botão gustativo cerca de
50 destas fibras.A renovação das células do corpúsculo é contínua, sendo
substituída após sua morte pelas células basais.O mecanismo neural
responsável pela olfação é realizado por uma cadeia de neurônios que começa
no nariz. Este, por conseguinte, é considerado o órgão receptor da olfação
(embora participe também de outras funções importantes, como a respiração e
a fala).
A anatomia do nariz humano, bem como a dos mamíferos em geral, é
bem adaptada para a canalização do ar inspirado e o seu direcionamento à
traqueia e aos pulmões. As paredes internas do nariz são cobertas por uma
mucosa, na qual estão incrustados os neurônios quimiorreceptores da
olfação. O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado,
formado por três tipos celulares: as células de sustentação, as células basais e
as células olfatórias. Em meio a esses elementos existem glândulas produtoras
de muco.

O muco tem grande importância funcional para a olfação, pois é nele


que se dissolvem as moléculas odorantes, antes de entrar em contato com a
membrana dos neurônios receptores. Os axônios dos quimiorreceptores são na
realidade as fibras de primeira ordem do sistema olfatório. Os filetes nervosos
que eles formam constituem o primeiro nervo craniano, o nervo olfatório. A
estimulação da mucosa com um odorante constituído por um só tipo molecular
provoca a ativação de um conjunto de quimiorreceptores que, em função da
concentração do odorante, dispara em direção ao bulbo olfatório uma certa
frequência de potenciais de ação. A partir do bulbo olfatório, a informação
segue direto para o córtex cerebral, inervando uma extensa área chamada
córtex olfatório primário ou córtex piriforme.

Nesse aspecto, o sistema olfatório é diferente dos demais sistemas


sensoriais, pois a informação chega ao córtex sem passar pelo tálamo. Os
longos axônios das células m/t, reunidos no trato olfatório lateral, não projetam
apenas para o córtex piriforme. Muitos terminam em outras regiões
prosencefálicas, como o núcleo olfatório anterior, o tubérculo olfatório, a área
entorrinal e o complexo amigdaloide.

Como ocorre a transdução de sinal nas diferentes percepções


relacionadas aos receptores gustatórios?

Mecanismo de estimulação - transdução no receptor

As substâncias hidrossolúveis, portanto solúveis na saliva, entram em


contato com as papilas gustativas daí penetrando pelos poros
gustativos no espaço cheio de líquido onde estão mergulhados os
pêlos gustativos dosreceptores.

O contato da substância estimulante com a membrana do receptor


provocaria mudanças físicas na mesma, com alteração do seu
potencial negativo de repouso (potencial de membrana), havendo
assim uma despolarização no receptor. Esta alteração do potencial da
célula gustativa é o potencial gerador.

Existem evidências de que a molécula da substância


estimulante entre em interação com moléculas receptoras localizadas
em certos pontos da membrana sensorial. A molécula receptora
protéica modificaria a sua estrutura, isto provocando modificação da
permeabilidade da membrana com fluxo de íons, despolarização e
formação do potencial gerador. O tipo de substância receptora em
cada pêlo gustativo interage com os tipos de substâncias específicas
que provocarão respostas naquele receptor particular. Esta interação
entre a molécula estimulante e a molécula do receptor é a base da
teoria estereoquímica do gosto. É importante lembrar que é apenas
uma teoria, mas nos ajuda a compreender certos aspectos fisiológicos
da estimulação gustativa. Não explica entretanto certos fatos como,
por exemplo, porque as sensações gustativas variam quando a
concentração de uma substância é mudada.

Os potenciais geradores dos receptores geram impulsos nas


fibras gustativas aferentes, cuja freqüência depende do potencial
gerador e da intensidade do estimulo. Os neurônios que coletam
informações dos botões gustativos respondem de maneira semelhante
mas respondem mais a um tipo de estimulação do que outro. Cada
neurômo coleta informações de vários botões gustativos
(convergência) por isso os neurônios respondem a todos os tipos de
estimulação enquanto que em certos corpúsculos isto não acontece.
Os neurônios dos receptores gustativos produzem uma freqüência
pequena de descarga de impulsos que seria uma freqüência
espontânea de repouso na presença de saliva e ausência de outra
estimulação.

A introdução de um estímulo específico determina um aumento


na freqüência de descarga por um período curto. O estimulo
permanecendo, os neurônios reduzem a freqüência de descarga a um
nível mais baixo; sendo o estímulo removido, os neurônios voltam à
sua freqüência de descarga inicial.

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