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INSTED - INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR E

DESENVOLVIMENTO HUMANO

ANA LUIZA MUSSI BRUSAROSCO

PORTFÓLIO DE MATRIZES DO PENSAMENTO EM PSICOLOGIA:


BEHAVORISMO

Trabalho apresentado à graduação


de Psicologia, 3º Semestre,
disciplina de Matrizes do
Pensamento em Psicologia:
Behavorismo, Professor Diogo
César.

CAMPO GRANDE – MS
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 2

2. PARECERES DAS AULAS 3

2.1. Behavorismo Radical 3

2.2. Comportamento Verbal e Governado por Regras 4

2.3. Linguagem & Cognição 5

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1. INTRODUÇÃO

O presente portfólio trata-se de um compilado a respeito das aulas ministradas


pelo professor Diogo acerca da disciplina de Matrizes do Pensamento em Psicologia:
Behaviorismo.

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2. PARECERES DAS AULAS

2.1. Behavorismo Radical

O Behaviorismo Radical possui várias influências filosóficas que o caracterizam


como uma visão de comportamento humano a partir de monismo e naturalismo;
determinismo e externalismo; interacionismo e funcionalismo; selecionismo e
contextualismo. Skinner tornou o Behaviorismo Radical, por meio do método
científico, uma ciência natural do Comportamento Humano. As Terapias
Comportamentais tem fases, chamadas de “Ondas” ou “Gerações”.

1ª onda: Terapias embasadas empiricamente; Leis de Aprendizagem [técnicas


comportamentais]; Pouca ênfase à “subjetividade”.

2ª onda: Terapia Cognitiva (Beck) + Técnicas Comportamentais com ênfase


nas cognições. Surge TCC.

3ª onda: Início das terapias comportamentais modernas. Desenvolvimento de


terapias focadas no Comportamento Verbal (Linguagem e Cognição).

A abordagem comportamental é caracterizada por estudo do comportamento


humano de modo objetivo e racional, com rigor científico e por meio de leis de
aprendizagem empiricamente fundamentadas.

A Psicologia Baseada em Evidências (PBE) passa a desenvolver informações


sobre tratamentos psicológicos apoiados em pesquisa (evidências). De todos os
tratamentos, a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é a que apresenta as
maiores evidências. Ativação Comportamental (BA) apresentam as maiores
evidências para Depressão; Terapia Comportamental Dialética (DBT), apresentam as
maiores evidências para Transtorno Borderline e; Terapia de Aceitação e
Compromisso (ACT), apresentam as maiores evidências para Dor Crônica.

A Terapia Baseada em Processos (TBP) é um modo de organizar o


desenvolvimento de modelos psicoterápicos a partir da identificação de processos de

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mudanças clínicas funcionalmente definidos. Já as Terapias Comportamentais
Contextuais são modelos de intervenção Baseados em Evidências segundo a lógica
da Terapia Baseada em Processos.

As Terapias Comportamentais Contextuais são orientadas para análises


funcionais e mudanças contextuais baseadas em processos, propondo objetivos
clínicos que se estendem muito além das síndromes. É importante destacar que as
Terapias Comportamentais Contextuais se prestam a ser um Metamodelo,
fornecendo uma linguagem comum para comunicação científica.

2.2. Comportamento Verbal e Governado por Regras

O comportamento verbal é mantido por consequências que dependem da ação


mediada por outra pessoa, o ouvinte.

Comp. Ecoico: o estímulo antecedente e a resposta devem ser falados.


Comp. Textual: resposta verbal [falada] está sob controle do estímulo verbal
(texto);
Comp. de Transcrição: estímulo verbal pode ser sonoro ou escrito e a resposta
verbal é sempre escrita.
Comp. Intraverbal: estímulo discriminativo verbal [vocal ou textual] para
respostas verbais mantidas por reforçamento generalizado.
Mando: Operante Verbal determinado por estímulo antecedente, em que
ocorre sob controle de condições específicas de privação ou estimulação aversiva.
Tato: Operante Verbal determinado por estímulo antecedente, em que ocorre
sob controle de condições específicas não verbais [SD=objetos/eventos]. O tato
possui extensão metafórica, onde os estímulos descritivos controlam diferentes
respostas de tato; e metonímica, emitido sob controle de parte ou partes da
estimulação complexa não verbal.

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Autoclíticos: Operante Verbal secundário, no qual o falante deliberadamente
organiza seu discurso, fala, inserindo expressões ao tato ou ao mando no sentido de
aumentar a precisão da influência de seu comportamento verbal sobre o ouvinte.
Autoconhecimento: É o resultado da discriminação de eventos privados,
instalados pela comunidade verbal e da descrição pública de estados privados sob
controle de tato.
Os estímulos verbais podem ser combinados em regras verbais elaboradas
que tem a capacidade de regular o comportamento. Para que a regra adquira funções
é necessário uma história de reforçamento específica nos indivíduos por Responder
Relacional Arbitrário (base da RFT). Quando a relação entre o comportamento e as
consequências se modifica, o comportamento instruído (Regra) levará mais tempo
para adaptar-se, a não ser que novas Regras sejam emitidas.
Autorregras é quando o próprio indivíduo e não outro agente, arranja as
condições necessárias para a emissão de uma determinada resposta (Skinner, 1953);
As Autorregras são um tipo de Autocontrole, justamente porque o individuo ao
desenvolver seu repertório, aprende por ele mesmo a emitir respostas que sejam
adequadas no futuro.
Tipos de Regras
▪ Tracking [rastreamento] envolve seguir regra verbal com base em uma
ligação histórica entre tais regras e contingências naturais.
▪ Augmenting [ampliar] é o comportamento gov. por regras que altera em que
medida algum evento irá funcionar como uma consequência. São dois tipos:
Formativos e Motivadores.

2.3. Linguagem & Cognição

O Comportamento Verbal é: i) Operante; ii) Mediado por outros indivíduos


[controle] e iii) Comunidade verbal precisa ser treinada sistematicamente.
M. Sidman, no final do século XX, demonstrou que funções de estímulos
podem ser estabelecidas “indiretamente” [derivação], a partir de formação de classes
de estímulos equivalentes.
Sidman (1971) estruturou o procedimento de pareamento ao modelo (matching
to sample) como uma serie de treinos de discriminações condicionais.

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A Cognição Analítica Funcional Introdução a Teoria das Molduras Relacionais
[RFT]

A partir da constatação que estímulos assumem funções derivadas das


relações estabelecidas com outros estímulos, nasce o campo de pesquisa
denominada Relational Frame Theory (RFT), Teoria das molduras relacionais.
As bases são: Operantes Discriminativos e Generalização = Abstração.
A Abstração seria um fenômeno que descreve uma contingência na qual uma
resposta está sob o controle de uma faixa estreita de estimulação, seja uma
propriedade específica do estímulo ou um conjunto delas.
O Responder Relacional Arbitrariamente Aplicável (RRAA) é o Operante que
compõe a linguagem e cognição humana. Emoldurar é um termo usado para
comportar-se de modo a responder a um estímulo em termos de outro a partir de suas
propriedades arbitrárias; Um evento que tem efeitos porque ele participa de um
enquadramento relacional é um estímulo verbal = símbolo.
Molduras relacionais são metáforas utilizadas como recurso didático para
tornar gráfica a explicação do responder relacional derivado.
Contexto e Molduras: As molduras são reguladas por duas características
contextuais distintas: a) Contexto Relacional (Crel): determina como e quando os
eventos estão relacionados. b) Contexto Funcional (Cfunc): quais funções serão
transformadas em termos de redes relacionais.
Relação Operante-Respondente: As emoções se referem a uma alteração na
predisposição para a ação.
O pareamento de estímulos: é uma técnica utilizada na Análise do
Comportamento para comparar e relacionar diferentes estímulos presentes no
ambiente. Essa técnica consiste em apresentar dois ou mais estímulos
simultaneamente e observar a frequência ou a intensidade de uma resposta
específica do organismo em relação a cada um desses estímulos.
Eliciar: Capacidade de um estímulo de produzir no organismo uma resposta
programada geneticamente. Sinônimo de reflexos fisiológicos ou comportamento
inato.

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Respondente: Resposta do organismos programada geneticamente, sinônimo
de reflexos ou comportamento inato.
A presença de estímulos discriminativos (SD) altera a chance do organismo
conseguir algo. Já as operações motivadoras (OM) alteram momentaneamente o
valor dos estímulos reforçadores ou punidores e a probabilidade de agirem de dadas
formas.
Geração de Terapias Comportamentais
• FAP (Functional Analytic Psycotherapy) – Características: a) Terapeuta
conscientemente age na Relação Terapêutica = Princípios comportamentais
(recentemente atualizou-se com a RFT); b) Modificação de comportamentos mais
eficazes [interpessoais] após identificar respostas que tem função de afastar ou inibir
relações saudáveis; c) O terapeuta precisa estar atento à avaliação funcional em
sessão e história de vida. Além de ser capaz de evocar e responder em sessão a
quaisquer comportamentos de melhora.
A FAP usa os comportamentos Clinicamente Relevantes [CCR] que são
divididos em 3: a) CCR1 = Classes funcionais de comportamentos problemas do
cliente. É provável que o cliente se comporte de modo semelhante em sessão, dadas
as contingências; b) CCR2 = Classes funcionais de comportamentos de melhora do
cliente. c) CCR3 = Classes funcionais de Autoconhecimento.
• ACT (Acceptance and Commitment Therapy – Terapia de Aceitação e
Compromisso) Características: ACT define o sofrimento humano decorrente do
responder relacional de modo universal e transdiagnóstico. Possui um modelo para o
Sofrimento e Flexibilidade Psicológica conhecido como Hexaflex e fundamenta suas
práticas e exercícios experienciais e metáforas embasados na RFT. Escolha de 1°
linha para Dor Crônica em Praticas Baseadas em Evidências. O alvo da ACT é a
Inflexibilidade Psicológica: decorrente do responder relacional.
a) Atenção Inflexível: Estar sob controle de uma parte da estimulação
ambiental e déficits em Autoconhecimento.
b) Esquiva Experiencial: Tentativas de fugir ou controlar eventos privados como
resultado da história de contingências aversivas.
c) Fusão Cognitiva: Processo decorrente do responder relacional [Crel e Cfunc]
= processos cognitivos são “coisas”.

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d) Self como conceito: Processos do responder relacional se estendem ao Self
[Autoconhecimento] e passamos a generalizar experiencias.
e) Falta de Clareza em Valores: A inflexibilidade afasta os valores.
f) Inércia, Impulsividade ou Persistência de Esquiva: A inflexibilidade gera
padrões rígidos.
• BA (Behavioral Activation) – Ativação Comportamental Classificação: Terapia
Comportamental de 1 Geração (estendendo-se até a 3); Características: a) Utilizada
em conjunto com FAP; ACT; DBT; etc.; b) Caracterização e análise de contingências
aversivas que contribuem para taxa de respostas ao reforçamento positivo e negativo
(esquiva/fuga). Tratamento de 1° linha para Transtornos Depressivos em Prática
Baseada em Evidências.
Objetivos: Aumentar a taxa de Respostas Contingentes ao Reforçamento
negativo e, em especial, positivo; A avaliação funcional fundamentada nos contextos
de perda da efetividade do reforçador, interrupção de sua disponibilidade e na falta
de repertório. Utiliza estratégia de enriquecimento de Agenda de Eventos Prazerosos
= Ativação Comportamental.
• DBT (Dialetic Behavior Therapy) – Terapia Comportamental Dialética
Classificação: Terapia Comportamental de 3 Geração; Características: Tratamento
de 1° linha para pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline, pacientes
cronicamente suicidas e Automutilações em Práticas Baseadas em Evidências.
Possui uma visão de “equilíbrio entre mudança comportamental e aceitação”. Mescla
elementos do Behaviorismo Radical, Terapia Cognitivo Comportamental, Filosofia
Dialética e Mindfulness. Foco terapêutico da DBT: a) Foco na validação e Aceitação
do Comportamento; b) Foco em comportamentos que interfiram a sessão e riscos ao
paciente; c) Foco na relação terapêutico; d) Ênfase no comportamento verbal e
Mindfulness; e) Ênfase na Regulação Emocional.
Técnicas são sistematizações de intervenções com objetivo de produzir certos
resultados em situações específicas. Em termos teóricos, Técnicas são Estímulos
Antecedentes (SA = Regras verbais). Em Psicologia Comportamental,
sistematizações implicam em: a) Descrição suficientemente precisa e padronizada. b)
Resultados empiricamente comprovados em termos de efetividade.
São Exemplos de Processos Comportamentais mais comuns em Terapias:

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▪ Manejo de Contingências: Através de objetivos clínicos pré-estabelecidos,
oferta-se reforçamento sistemático ao atingir tais objetivos. Bastante usual em
Transtornos de Substâncias/Economia de fichas;
▪ Controle de Estímulos: Comum na prática clínica e educacional. Consiste em
manipular o ambiente para mudar estímulos antecedentes ou consequentes.
Atualmente, também campo da RFT com estímulos verbais.
▪ Treino de Habilidades Sociais: Ampliar o repertório comportamental por meio
do Condicionamento Operante. Comum o uso de Role Play, Imaginário, Experimentos
Comportamentais, Modelagem, Autorrelato etc.;
▪ Autogerenciamento: Mudança do próprio comportamento, por meio do treino
de autocontrole e autoconhecimento [Psicoeducação + planejamento de mudanças
de comportamentos indesejáveis e aumento de comportamentos desejáveis];
▪ Redução da Excitação: Visa reduzir a ativação fisiológica aversiva, muito
presente em transtornos de ansiedade. Por meio de protocolos como: Relaxamento
muscular progressivo, Treino respiratório, Respiração diafragmática, Mindfulness, o
paciente aprende a identificar mudanças no organismo e produzir
contracondicionamento e construir novas repostas.
Enfrentamento e Regulação Emocional: Modificar a intensidade das emoções.
Baseiam-se em duas grandes áreas de técnicas: Reestruturação Cognitiva (TCC
clássica) e Aceitação (ACT/DBT/Mindfulness), explicadas por processos
respondentes e operante (RFT).
Solução de Problemas: Através do autoconhecimento e autocontrole, permite
que o paciente crie estratégias de solução de problemas pelo princípio “pare,
desacelere, pense, aja” e outros como “hierarquia de prioridades”, etc.
Estratégias de Exposição: Apresentação dos estímulos (eventos) com histórico
aversivo ao cliente, controlando a intensidade, frequência e tempo. A exposição é
gradual, personalizada e podem usar recursos de apoio como dessensibilização
sistemática, imaginário, role play, mindfulness, desfusão, aceitação, etc.
Enriquecimento de Agenda: [Presente no Protocolo de Ativação
Comportamental] é usado para ajudar o individuo a desenvolver monitoramento e
ações engajadas em valores para aumento das taxas de reforçamento = muito usado
em Depressão;

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Experimentos Comportamentais: Testar Crenças e Regras de modo planejado
colaborativamente, visa enfraquecer o controle dos estímulos verbais;
Modificação de Crenças e Regras: Criar novas Crenças e Regras por princípios
da Reestruturação Cognitiva (TCC clássica) e aceitação/desfusão. Podem ser
combinadas com role play, imaginário, mindfulness etc.
Reestruturação Cognitiva: Apesar de ser uma técnica da TCC clássica, pelo
princípio da RFT, o “ressignificar” dos pensamentos disfuncionais significa
transformar funções em molduras.
Autoexposição: Modelação e Imitação. Permite generalização e construções
de novas redes relacionais.
Questionamento Socrático: Psicoeducar sobre os padrões comportamentais
por meio de perguntas abertas, levando ao autoconhecimento. Metáforas: Estímulos
verbais que auxiliam no tato e no responder relacional.
Desfusão Cognitiva: Processo que permite reduzir o controle de estímulo
verbal arbitrário por meio de alteração de funções nas molduras.
Aceitação: Elucidar o conteúdo verbal sem avaliação cognitiva (transformação
de função das molduras).
Mindfulness: Técnicas de Atenção Plena que auxiliam a direcionar a atenção
para eventos privados específicos, reduzindo o controle de outros estímulos
(transformação de função das molduras).
Planos de Ação: Regras com contingencias elaboradas colaborativamente
visando a ampliação e generalização de repertório.

2.4. EXERCÍCIO DE COMPREENSÃO ABAIXO

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