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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo a análise sobre o instituto da Usucapião, modo originário
de aquisição de posse, previsto nos artigos 1238 e seguintes do Código Civil brasileiro.

Em suma, Usucapião nada mais é do que modo de aquisição de posse originário, pelo qual se
identifica pela própria prescrição. Além disso, vale destacar alguns requisitos gerais para que se
aconteça a Usucapião. São eles: posse mansa, pública, contínua, decurso do prazo legal e
animus domini.

O Código Civil divide os modos aquisitivos em 2 partes: Originário e Derivado. A Usucapião, em


específico, é originário, pois não possui translatividade, ou seja, é adquirida livre e
desembaraçada. Vale salientar que não existe relação jurídica processual entre o antigo e novo
proprietário

Além dos requisitos genéricos, A usucapião também possui requisitos específicos de acordo
com a sua espécie.Tais requisitos são a boa fé e o justo título.Assim, a espécie que constitui tais
requisitos mencionados é a Usucapião Ordinária. Ela se identifica pelo prazo prescricional de 10
anos. Contudo, o juiz pode diminuir para 5 anos se observado que a propriedade está sendo
utilizada em sua máxima função social, além do justo título estar sob instrumento público. Por
justo título, entende-se que é um título hábil, e que não se realiza caso haja algum defeito ou
falta de qualidade específica. Possuindo justo título, presume-se que o usocapiente está de
boa- fé. Vale lembrar que estamos tratando de Modo originário de aquisição de posse de bens
imóveis.

A outro espécie de Usucapião seria a Extraordinária. Prevista no artigo 1238 do Código Civil,
ela se identifica por não possuir requisitos específicos. O prazo dela é de uma maior tempo: 15
anos. Contudo, se o juiz observar que o imóvel está sendo utilizado para uma função social
produtiva pelo usucapiente, mesmo que de má fé, o juiz pode reduzir a prescrição para 10 anos.

O dispositivo também prevê a posse contínua para esse instituto, ou seja , de acordo com o
artigo 1243, pode-se somar o tempo em posse permanecido junto de ascendentes e descentes.

∙ art 1243: O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores , contanto que todas
sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242 , com justo título e de boa-fé.

Fora do âmbito dessas duas outras espécies de Usucapião, pode-se falar em modalidades
especiais. Uma delas é a Usucapião especial rural, mais conhecido como constitucional agrário.
Ela se caracteriza como uma fixação do homem no campo, como caracteristica principal sua
política social. O prazo desse modo é de 5 anos, além do imóvel que for usucapir não ser supeior
a 50 hectares. Ademais, a finalidade de moradia ou produtividade do imóvel são necessárias.
Vale destacar que o usucapiente não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano,
caso queira concretizar a usucapião. Essa modalidade está prevista,sobretudo, na Constituição
Federal, em seus artigos 186 e 191.

Dentre as modalidades especiais, existe também a especial urbano. Ela se identifca pela
prescrição de 5 anos, além de imóvel poder ser só urbano e não poder ultrapassar a 250
metros quadrados. Ademais, deve possuir finalidade de moradia e não possibilitando ao
usucapiente ser proprietário de outro imóvel, independente se é rural ou urbano, e
impossibilidade de repetir essa modalidade.

Continuando as modalidades especiais, existe também a urbano coletivo. Prevista nos artigos
10 a 12 do Estatuto da Cidade, tal modalide constitui-se com prazo de 5 anos; imóvel superior a
250 metros quadrados; finalidade de moradia; posse coletiva de população( também conhecida
como composse) de baixa renda e impossibilidade de ser proprietário de outro imóvel rural ou
urbano.

Vale lembrar que a ação para essa modalidade poderá ser ajuizada por substitutos processuais
como associação de moradores como prevê o artigo 12 da lei 10257/2001.

Além dessas modalidades especiais, existem outros tipos também, como a usucapião
conjugal,previsto no artigo 1240-A do Código Civil.Apesar de não ser muito utilizado, vale
ressaltar que também não pode ser descartada. Com prazo de 2 anos, se encontra fundamento
nas hipóteses de abandono de lar por cônjuge, parceiro ou companheiro.Dentre os requisítos,
imóvel deve ser de até 250 metros quadrados, além do parceiro abandonado continuar a residir
no bem após o evento.Além disso, o imóvel deve ser comum único pertencente ao casal, com
finalidade de moradia.

Como último caso de Usucapião de bens imóveis, encontra-se a usucapião indígena,previsto


na lei 6.001/73. Em suma, nenhum negócio jurídico será válido entre indígena e pessoa estranha
a ele, sem a presença da FUNAI. Vale ressaltar que, se o indígena tiver conhecimento de seus
atos, seus atos serão validados sim. Para comprovar tal capacidade, deve-se observar os
requisitos previstos no artigo 9º dessa lei, em conjunto com o artigo 11º também da lei 6.001/73

Além disso,O artigo 33 tem a prerrogativa de que se o Indio ocupar, por mais de 10 anos,
terreno ou trecho de terra inferior a 50 hectares, adquirir-lhe-a a propriedade plena. A ação de
usucapião pode ser proposta pelo próprio indigena, se ele tiver capacidade para tal ato, ou terá
auxílio da FUNAI.

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