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Revisão: Scarlett
1
Amish é um grupo religioso cristão anabatista baseado nos Estados Unidos e
Canadá. São conhecidos por seus costumes ultraconservadores, como o uso
restrito de equipamentos eletrônicos, inclusive telefones e automóveis.
Ela balançou a cabeça, genuinamente
sem noção.
— O que? De onde você é, afinal?
— Eu... — Seus olhos se encheram de
lágrimas. Ela não sabia.
— Olha, me desculpe por ter zombado de
você — ele disse sem jeito, coçando o
queixo. — Você não precisa chorar por
isso. Foi apenas uma piada de mau gosto.
— Eu não entendo nenhuma de suas
piadas — disse ela, seus olhos cor de lavanda
escuros de tristeza e dor. — Eu nem sei quem
eu sou. Tudo o que sei é meu nome, mas não
consigo me lembrar de mais nada. Não sei
quem você é, não sei quem são os homens
que estavam atrás de mim e não sei por que
essas árvores cheiram e parecem tão
engraçadas. Nada faz sentido. E sinto muito,
mas também não sei o que são os Amishes.
Ele a observou seriamente e depois riu.
— Você quer dizer que perdeu a memória
então? — Ele perguntou.
Ela assentiu. Era isso que estava
acontecendo, gostasse ou não. Talvez se ele
ainda a ajudasse, seria melhor se soubesse a
verdade.
— Isso é difícil — disse ele. — Já ouvi falar
de coisas assim antes, e geralmente é por
causa dos Guardiões. Eles realmente mexem
com sua cabeça. Se eles te torturaram, às
vezes você sai e não se lembra de
nada. Temos algumas pessoas em casa que já
lidaram com isso antes. Talvez você deva
conversar com eles. Aposto que poderiam
ajudá-la a descobrir o que está acontecendo.
— Por que eles me torturaram? — ela
perguntou, franzindo as sobrancelhas. — Eu
não fiz nada de errado.
Um olhar triste escureceu o rosto de
Zaden, e ele olhou para o chão. Os
Guardiões estavam atrás dos Shifters Dragões
há séculos e seu único refúgio se tornara o
assentamento subterrâneo liderado pelo clã
Kersh.
— Não, ninguém que eles torturaram fez
algo errado. Eles são apenas pessoas
terríveis. Eles nem sempre tratam pessoas
diferentes com muito respeito. De fato,
geralmente tentam nos matar ou nos dissecar
como experimentos científicos para ver o que
podem aprender.
— Isso soa horrível, por que fariam isso?
Mas Zaden parou de falar. Ela não
conseguia se lembrar de nada e ele não via
sentido em colocar memórias falsas em sua
cabeça. E se ela não fosse uma Shifter
dragão? Seria a maior quebra de confiança
com o clã que já pensou, para contar seus
segredos sobre a mudança de forma, para
alguém que não saberia ou entenderia do que
ele estava falando. Clayton o veria como um
traidor e isso era algo que ele não podia
tolerar. O homem praticamente o criou e
permitiu um tratamento especial após a
morte de seus pais. Ele não trairia seus
segredos, nem mesmo a esta linda mulher.
— Viajamos para muito longe ontem à
noite e não sei exatamente onde estamos —
admitiu Zaden, evitando o assunto. — Eu
nunca estive aqui antes. E teremos que voltar
ao meu clã antes que os Guardiões nos
encontrem. Não sei o que eles querem com
você ou por que escolheram você. Suas
razões são só deles. Tudo o que você precisa
saber é que são maus e machucarão você se
te pegarem e aqui estamos
desprotegidos. Então, teremos que encontrar
um caminho de volta o mais rápido possível.
Ela assentiu e ele serviu o café da
manhã. Comeram em silêncio, cada um
deles perdido em seus próprios pensamentos
e preocupações com o futuro.
CAPÍTULO SEIS
— O que?
Peter, o Guardião que perseguia Kala e
Zaden, abaixou-se quando o punho de Zaden
quase alcançou seu rosto. Ele se afastou e
Zaden o agarrou pela frente do roupão.
— De onde você surgiu? — Zaden latiu
para ele. Seu aperto era forte e Peter
começou a tremer de medo. O resto dos
Guardiões estava ocupado reunindo as
pessoas da cidade que tinham visto as luzes
de Kaldernon.
— Por ai! — Peter disse, projetando o
queixo desafiadoramente. Zaden rosnou e
deu um soco forte no rosto dele. O estalo alto
de seu nariz ecoou na floresta e Peter caiu no
chão em uma pilha, lágrimas queimando seus
olhos. Todo mundo era tão violento hoje em
dia.
— Leve-me ao seu covil — exigiu Zaden.
— Por que você quer ir lá? Você será
morto — ele disse, segurando o nariz e
olhando para Zaden.
— Talvez você possa me ajudar então —
disse Zaden, reconsiderando. A última coisa
que equeria era entrar no parquinho do
diabo.
— Por que eu te ajudaria? Você quebrou
meu nariz!
— Eu poderia fazer muito pior que isso —
ameaçou Zaden.
— O que você quer saber?
— Diga-me o que você sabe sobre a garota
— disse Zaden.
— Eu não sei nada sobre ela.
Zaden o chutou com força nas costelas.
— Que tal agora?
— Você está errado! — Peter chiou no
chão. — Eu não sei de nada.
Zaden suspirou. Parecia que a única
maneira de obter informações seria a pior
maneira imaginável. Mas faria o que tinha
que fazer para ajudar Kala a recuperar sua
vida.
— Então me leve a alguém que
sabe. Antes que eu te mate.
Peter gemeu quando se levantou e olhou
para Zaden.
— Tudo bem, se você insiste, me siga.
Fim...
Ou apenas o começo?