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CURSO DE PROCESSO CIVIL

TEORIA E PRÁTICA
SERGIO REIS FERRADOZA

EMBARGOS DE TERCEIRO

Ferradoza
CURSO DE PROCESSO CIVIL Ferradoza

CONCEITO

EMBARGOS DE TERCEIRO é uma ação atribuída


àquele que não é parte, para fazer cessar a
constrição judicial que indevidamente recaiu
sobre bens do qual é proprietário ou possuidor.
(MARCUS VINICIUS, 2013, 821)
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Para Rogério Marrone (2004, p. 14), “é uma ação


de intervenção formada por terceiro, que não foi
parte na causa.“

O Mesmo autor (2004, p. 18) assenta que os


“Embargos de Terceiro trata-se de uma ação
constitutiva negativa, já que o provimento a ser
obtido além de declarar o direito de
propriedade ou de posse do embargante, volta-
se ao desfazimento do ato judicial constritivo.‘
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TERCEIRO

Para Rogério Marrone (2004, p. 53), “terceiro é


todo aquele que, em relação a determinado
processo, não são partes“.
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Partes Autor: requerente,


embargante, suplicante.

Réu: requerido,
embargado, suplicado.

Fundamentos jurídicos Art. 1.046 e ss do CPC

provas Documentos
testemunhas

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TEORIA E PRÁTICA
SERGIO REIS FERRADOZA

EMBARGOS DE TERCEIRO:
CONFUSÃO COM OUTROS INSTITUTOS

Ferradoza
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EMBARGOS DE TERCEIRO NÃO PODE SER


CONFUNDIDA COM POSSESSÓRIA

! Os Embargos de Terceiro é uma edida processual que


visa a intervenção de uma terceira pessoa num
processo judicial que se já se encontra em curso.

! Quando um possuidor é esbulhado, turbado ou


ameaçado em sua posse, poderá valer-se do interdito
apropriado, para reaver a coisa, ou fazer cessar a
agressão ou ameaça.
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! No estudo das possessórias, foi estudado que nos


EFEITOS DA POSSE, o possuidor possui presunção de
propriedade.

! O Código Civil vigente em seu art. 1.228, assegura que o


proprietário tem a faculdade de usa, gozar e dispor da
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e


dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha.

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! Da mesma forma, ele pode intentar ações específicas de


proteção da posse – ações possessórias;

a) direito a defesa direta ou


autodefesa
Ação de
manutenção da
posse;"

Ação de
b) direito aos interditos reintegração de
possessórios" posse e;"

Interdito proibitório"

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Não é possessória porque pode ser ajuizada pelo


possuidor ou proprietário.

! Sua função é permitir ao terceiro, que não é parte do


processo, recuperar a coisa que é objeto de constrição
judicial.

! Não visa proteger o terceiro de esbulho, turbação ou de


ameaça.

! Ele visa proteger da ameaça indevida.


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"
"
Afastar turbação

Afastar Afastar
esbulho ameaça

possessórias

Afastar apreensão
judicial indevida, porque
Embargos terceiros recai sobre bem de quem
não é parte
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! Assim, o terceiro não poderia sofrer limitações ou


supressão de sua posse por ordem ou atos judiciais de
apreensão, os quais ele não é parte:

Art. 1.046. QUEM, NÃO SENDO PARTE NO PROCESSO,


sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato
de apreensão judicial, em casos como o de penhora,
depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial,
arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá
requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por
meio de embargos.

A medida apropriada para o proprietário ou possuidor


do bem faça cessar a constrição indevida, não será a
ação possessória, mas os embargos de terceiro.
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! Os embargos de terceiro também serão admitidos nos


casos do art. 1.047 do CPC:

Art. 1.047. Admitem-se ainda embargos de terceiro:


I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão
ou de demarcação, for o imóvel sujeito a atos materiais,
preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de
rumos;
II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial
do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese.
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DIFERENÇA EMBARGOS DE TERCEIRO E OPOSIÇÃO

! Não há como confundir a oposição com embargos de


terceiro.

! Embargos de terceiro, um terceiro vai a juízo para


posturlar que seja desconstituída a apreensão de bem
que foi indevidamente realizada, porque a coisa lhe
pertencia, e não pertencia as partes litigantes.
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2. OPOSIÇÃO (arts. 56 a 61)

Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o


direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser
proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

Terceiro REIVINDICA PARA SI, no todo ou em


parte, O OBJETO DA AÇÃO disputado pelos
demandantes.

! É uma verdadeira ação proposta pelo terceiro em face dos


demandantes da ação principal (autor e réu).

Ex.:
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Ex.:

A disputa com B titularidade de imóvel.

B e C entendem ser proprietário desse mesmo bem.

C ingressará no processo nas condições de opoente para


disputar com as partes originárias (A e B) o domínio do
imóvel.

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JUÍZO COMPETENTE DOS EMBARGOS DE TERCEIRO


Os embargos de terceiro sempre estarão associados a
uma outra ação, na qual foi determinada a apreensão
indevida.
! A natureza dos embargos de terceiro é de AÇÃO
AUTÔNOMA.

! Eles serão DISTRIBUÍDOS POR DEPENDÊNCIA ao


juízo em que corre o processo no qual foi determinada a
apreensão do bem.

! T R ATA - S E D E R E G R A D E C O M P E T Ê N C I A
FUNCIONAL (ABSOLUTA).
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EMBARGOS DE TERCEIRO EM CARTA PRECATÓRIA

! Se a apreensão tiver sido feita por carta precatória,


temos 2 competências:

a. Precatória determina a apreensão de um bem


determinado, e o juízo deprecado se limita a executar
a solicitação, a competência será do juízo
DEPRECANTE;

b. Precatória era para que o juízo deprecado


penhorasse os bens do réu que fossem localizados
na Comarca, sem indicação de quais seriam tais
bens, a competência será do juízo DEPRECADO.
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EMBARGOS EM GRAU DE RECURSO

! Se estiver em grau de recurso, haverá distribuição por


dependência, para o juízo de 1º grau onde o processo
correu, e onde foi proferida sentença.
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EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS PELA OU


CONTRA A UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS OU EMPRESAS
PÚBLICAS

! Neste caso a COMPETÊNCIA SERÁ DA JUSTIÇA


FEDERAL.

! Se a apreensão tiver sido determinada em processo que


corre perante a Justiça Estadual, A COMPETÊNCIA
SERÁ DESLOCADA PARA A JUSTIÇA FEDERAL.
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NOVO PROCESSO

! Os embargos de terceiro têm natureza de ação, isso


implica na formação de um novo processo.

! Devem estar relacionados com outros processos, no qual


foi feita ou determinado a apreensão do bem.

! Os embargos serão distribuídos por dependência e


correrão em autos distintos.

Art. 1.049 do CPC esclarece que “Os embargos serão


distribuídos por dependência e correrão em autos
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REQUISITOS DOS EMBARGOS DE TERCEIRO


(Marcus Vinicius, 2013, p.821)

a) Que haja um ato de apreensão judicial

! Necessariamente deve haver um bem de terceiro


envolvido.

! Não é necessário que a apreensão esteja consumada,


pois cabe embargos de TERCEIRO PREVENTIVO.
(Marcus Vinicius, 2013, p. 822)
(ex. Basta que haja a indicação do bem de terceiro para
que haja os embargos deste terceiro)

"
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b) Que sejam interpostos por quem invoque a condição


de proprietário ou possuidor

! A legitimidade da oposição dos embargos de terceiro


aquele QUE NÃO FIGURA COMO PARTE NO
PROCESSO em que a apreensão ocorreu ou foi
determinada.

! Pode ser o possuidor ou o proprietário

Art. 1.046 [...]


§ 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e
possuidor, ou apenas possuidor.
"
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! Mesmo possuidor sem registro em cartório, pode.

Súmula 84 STJ: É admissível a oposição de embargos


de terceiro fundados em alegação de posse advinda de
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que
desprovido do registro.

"
"
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Fraude à execução. Contrato de compra e venda sem


registro em cartório imobiliário. O possuidor de boa-fé
tem legitimidade para defender a posse do bem adquirido
por contrato de compra e venda, independentemente de
registro em cartório imobiliário. Tal posicionamento
encontra respaldo no enunciado 84 da Súmula do
STJ. É admissível a oposição de embargos de
terceiro fundados em alegação de posse advinda do
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda
que desprovido do registro. Precedente do TRF1.
Unânime. (ApReeNec 0004939-54.2007.4.01.3802, rel.
Des. Federal Reynaldo Fonseca, em 16/09/2014.)

"
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! Se for a parte do processo que estiver sofrendo a


constrição do bem, ela NÃO PODE VALER-SE DOS
EMBARGOS E SIM RECORRER DA DECISÃO, OU
NAS EXECUÇÕES CIVIS, EMBARGAR OU
IMPUGNAR."

"
"
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c) Que o embargante seja terceiro

! Não pode figurar como parte no processo em que houve


a apreensão.
! Só o terceiro pode valer-se.

! O art. 1.046, § 2º e 3º ampliam esta possibilidade.

§ 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no


processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou
pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos
pela apreensão judicial.
"
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! Este terceiro, que apesar de fazer parte, os bens não são


discutidos no processo.
Ex.: numa reintegração na posse, restituiu ao autor não
somente o terreno postulado, mas uma parte do terreno
vizinho que pertence também ao mesmo réu.

! Rogério Marrone (2004, p. 56) lista QUEM NÃO PODE


SER EMBARGANTE DE TERCEIRO:

• Todos aqueles que foram chamados no processo,


seja através da nomeação à autoria, seja com o
chamamento ao processo ou a denunciação da
lide, e até mesmo o assistente.
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! Segundo o mesmo autor, eles tornam-se partes ou ficam


sujeitos aos efeitos da decisão de forma direta ou
reflexa.

§ 3o Considera-se também terceiro O CÔNJUGE QUANDO


DEFENDE A POSSE DE BENS DOTAIS, PRÓPRIOS,
RESERVADOS OU DE SUA MEAÇÃO.

! o cônjuge, seja qual for o regime de casamento, responde


pelo pagamento das dívidas do outro, desde que tenha
revertido em benefício do casal.
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! Ainda que a execução tenha sido dirigida tão somente


contra o cônjuge que firmou o título executivo, a penhora
recairá sobre os bens do outro.

! A jurisprudência autoriza que o cônjuge (que não é


parte) UTILIZE TANTO EMBARGOS À EXECUÇÃO
COMO EMBARGOS DE TERCEIRO, dependendo do
que pretenda alegar . (Marcus Vinicius, 2013, p.823)
Embargos de devedor " Embargos de terceiro "
Para discutir a dívida, Para afastar da constrição à
alegando: fatos extintivos, sua meação, ou seus bens
impeditivos e modificativos próprios ou reservados,
do débito. atingidos pela execução"
"
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! Rogério Marrone (2004, p.60) da mesma forma, entende


que se UTILIZE TANTO EMBARGOS À EXECUÇÃO
COMO EMBARGOS DE TERCEIRO.

! Para isso é necessário demonstrar:

• Não tem responsabilidade patrimonial pela dívida,


• Que a dívida não reverteu em proveito do casal ou
dos filhos
• Que a dívida reverteu tão somente ao cônjuge que a
contraiu.

! Para oposição dos embargos de terceiro, o cônjuge deve


provar que a apreensão não poderia ter recaído sobre
os seus bens, sendo indevida.
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! Para isso é necessário verficar:

1) Se a execução foi dirigida contra os 2, marido e


mulher (título executivo contra ambos).

O mecanismo de defesa será embargos de devedor


ou impugnação, quando se tratar de cumprimento de
sentença).

Não cabe embargos de terceiro porque ambos são


parte.
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1) Se a execução é dirigida SÓ CONTRA UM.

Este UM, já integra o título executivo, ele deverá


interpor embargos de devedor.

Já o cônjuge poderá ajuizar embargos de devedor,


SE QUISER DISCUTIR O DÉBITO; ou dos embargos
de terceiro, SE QUISER AFASTAR A PENHORA
sobre a sua meação, conforme súmula 134 do STJ.

Súmula 134 do STJ: Embora intimado da penhora


em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode
opor embargos de terceiro para defesa de sua
meação.
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! Pelo PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE, tem-se admitido


os embargos opostos pelo cônjuge, podendo o juiz
receber os embargos de devedor como embargos de
terceiro e vice-versa. (Marcus Vinicius, 2013, 824 e;
Theotônio Negrão. Código de Processo, 30. ed. São
Paulo. Saraiva, 2932, p. 864)

! Se for bem INDIVISÍVEL DO CASAL, a meação do


cônjuge recairá, não sobre o bem, mas sobre o produto
de sua venda em hasta pública.

Art. 655-B. Tratando-se de penhora em bem indivisível, a


meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem. "
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d) Que a apreensão seja indevida

! Não basta apenas a condição de terceiro, mas que não


seja responsável pelo pagamento da dívida.
"
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EMBARGOS DE TERCEIRO EM PENHORA DE BENS


DOS SÓCIOS

! Pelo benefício da ordem, havendo execuções contra


pessoa jurídica, a penhora só pode recair sobre os
bens da pessoa jurídica, e não dos sócios.
! Havendo desconsideração da personalidade jurídica,
pode-se estender a responsabilidade patrimonial aos
bens pessoais dos sócios.
! Despersonalizando, os sócios figurarão no pólo
passivo da execução, tornando-os co-executados.

! Havendo penhora, A DEFESA SERÁ POR EMBARGOS


DE DEVEDOR.
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EMBARGOS DE TERCEIRO DO ADQUIRENTE EM


FRAUDE À EXECUÇÃO

! Havendo reconhecimento da fraude à execução, a


alienação será ineficaz, isso permite ao credor requerer
a penhora do bem em mãos do adquirente.

! Para isso, o comprador deverá utilizar OS EMBARGOS


DE TERCEIRO para negar a fraude.

STJ Súmula nº 375 - O reconhecimento da fraude à


execução depende do registro da penhora do bem
alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
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EMBARGOS DE TERCEIRO DO ADQUIRENTE EM


FRAUDE CONTRA CREDORES

! Não cabe embargos de terceiros em fraude contra


credores .

Súmula 195 do STJ: Em embargos de terceiro não se


anula o ato jurídico, por fraude contra credores.
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Direito civil e processual civil. Recurso especial. Embargos


de terceiro à execução. Fraude contra credores. Embargos
de declaração. Dissídio. Súmula 195/STJ. - Não é possível
a apuração e o reconhecimento de fraude contra
credores no âmbito dos embargos de terceiro à
execução, notadamente porquanto existente ação
própria para tanto. Recurso especial provido. (STJ - REsp:
841361 PA 2006/0081128-7, Relator: Ministra NANCY
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 03/04/2007, T3 -
TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 23.04.2007 p.
267)
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PRAZO DOS EMBARGOS DE TERCEIRO NO


PROCESSO DE CONHECIMENTO

Art. 1.048 do CPC: Os embargos podem ser opostos a


qualquer tempo no processo de conhecimento
enquanto não transitada em julgado a sentença, […]

! A qualquer tempo no processo de conhecimento


enquanto não transitada em julgado a sentença.
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PRAZO DOS EMBARGOS DE TERCEIRO NO


PROCESSO DE CAUTELAR

Art. 1.048 do CPC: Os embargos podem ser opostos […]


e, no processo de execução, até 5 dias depois da
arrematação, adjudicação ou remição (não existe mais),
mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

! No PROCESSO CAUTELAR QUE PODE SER DE


CONHECIMENTO OU EXECUÇÃO, prazo será de 5 dias
após a arrematação ou adjudicação, desde que não
expedida a respectiva carta.
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PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. Art.


1.048, CPC. EXTEMPORANEIDADE. APELAÇÃO
IMPROVIDA. I. A teor do disposto no art. 1.048 do CPC, na
execução, o prazo para oposição de Embargos de
Terceiro é de, até 5 dias após o auto de adjudicação. II
– […]. III - Apelo improvido. (TRF-3 - AC: 5713 SP
2005.61.11.005713-1, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL SALETTE NASCIMENTO, Data de Julgamento:
31/07/2008, QUARTA TURMA)
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PRAZO PARA O 3º ALHEIO AO PROCESSO

! O STJ já se posicionou sobre o tem, definindo que o 3º


não se submete ao prazo de 5 dias do art. 1.048 do CPC:"
"
Embargos de Terceiro - Tempestividade - Arrematação -
Imóvel arrematado em hasta pública - Terceiro alheio ao
processo que não se submete ao prazo de 5 dias de
que trata o art. 1.048 do CPC. Ementa oficial: Embargos
de Terceiro. Tempestividade. O terceiro alheio ao
processo pode defender a posse que exerce sobre o
imóvel arrematado sem estar submetido ao prazo de
cinco dias previsto no art. 1.048 do CPC. Recurso
conhecido e provido. (STJ - 4ª T.; REsp nº 299.295-RJ; Rel.
Min. Ruy Rosado de Aguiar; j. 17/5/2001; v.u.) JBC 192/480.
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TERMO A QUO DO 3º ALHEIO AO PROCESSO


"
PROCESSUAL*CIVIL.*APELAÇÃO.*EMBARGOS*DE*TERCEIRO.*PRAZO*
PARA*OPOSIÇÃO.*TERMO*A*QUO.*DATA*DA*CIÊNCIA*DO*TERCEIRO*
SOBRE*A*PENHORA.*PRECEDENTES.*APELAÇÃO*IMPROVIDA.*[...]*3.*
É"certo"que"a"jurisprudência"do"Egrégio"STJ"(REsp"nº"723.950/PR"
e" REsp" nº" 345.997/RO)" e" também" desta" Corte" Regional" (AC" nº"
541.340)" têm" entendimento" no" senMdo" de" que" o" art." 1.048" do"
CPC" comporta" interpretação" extensiva" para" determinar," como"
termo" inicial" para" o" ajuizamento" tempesMvo" dos" embargos" de"
terceiro" no" processo" de" execução," a" data" em" que" o" terceiro"
efeMvamente" tomou" conhecimento" da" turbação" ou" esbulho.* 4.*
[...]* (TRF@5* @* AC:* 20035220124058205* ,* Relator:* Desembargador*
Federal*Joaquim*Lustosa*Filho,*Data*de*Julgamento:*29/05/2014,*
Primeira*Turma,*Data*de*Publicação:*05/06/2014)*
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CASOS ESPECIAIS DE EMBARGOS DE TERCEIRO

! O art. 1.047 traz 2 outras situações, cabíveis:

I — Para a defesa da posse, quando, nas ações de


divisão ou demarcação, for o imóvel sujeito a atos
materiais, preparatórias ou definitivos, da partilha ou da
fixação de rumos.

Marcus Vinicius (2013, p.826) assenta que neste caso, o


que altera é que não há propriamente uma apreensão
judicial, mas apenas atos materiais de partilha ou
fixação de rumos que, se não implicam na perda de
posse pelo terceiro, traduzem turbação em seu direito
sobre a coisa;
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II — para o credor com garantia real obstar a alienação


judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese

Conforme determina o art. 615, I e art. 698 do CPC, os


credores com garantia real são intimados da penhora e
da expropriação dos bens gravados, para que
possam exercer direito de preferência (crédito com
garantia real é preferencial)

Eles terão prioridade para levantar o valor da


arrematação de bens.
Neste caso os embargos de terceiro só poderão ter por
fundamento:

i. que o devedor tenha outros bens, desonerados,


sobre os quais poderá recair a penhora;
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i. O credor com garantia real poderá opor embargos


de terceiro se não tiver sido intimado das hastas
públicas, com pelo menos 10 dias de
antecedência.

O Credor impede a realização da hasta e requer que na


nova, ele seja intimado com a antecedência necessária
de 10 dias.
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LEGITIMIDADE DOS EMBARGOS DE TERCEIRO


Pólo ativo Terceiro que se diga proprietário ou possuidor
do bem.
Pólo passivo O autor do processo em que ocorreu a
apreensão do bem.

Litisconsórcio Quando o réu de alguma forma tiver concorrido


no pólo para ela.
passivo
Ex.: Num processo de execução, o devedor
indica um bem que pertence a terceiro.
Nesse caso, figurarão no polo passivo tanto o
exequente quanto o executado.
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PETIÇÃO INICIAL

Art. 1050. O embargante, em petição elaborada com a


observância do art. 282 do CPC, fará a prova sumária de
sua posse e da qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas.

! As provas requeridas do artigo 1.050, servem para a


audiência preliminar.

! Para a audiência de instrução e julgamento, será dado


novo prazo para indicação de provas.
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A LIMINAR

! Pode ser requerido na inicial, ao juiz que, liminarmente,


expeça mandado de manutenção ou de restituição
dos bens que foram indevidamente constritos.

! Necessário demonstrar a posse do embargante e a sua


qualidade de terceiro.

! Havendo dúvida, o Magistrado pode designar audiência


preliminar, na forma do art. 1.050, § 1º, do CPC.

§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar


designada pelo juiz.
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DIFERENÇA ENTRE A LIMINAR POSSESSÓRIA E A


DOS EMBARGOS DE TERCEIRO (Marcus Vinicius, 2013,
p. 828)

! O deferimento dos embargos fica condicionado a que o


autor preste caução de devolver os bens com seus
rendimentos, casos os embargos sejam julgados
improcedentes.

ex.: Para que o embargante o receba de volta bem


apreendido por ato judicial, LIMINARMENTE, é
preciso que preste caução.
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A SUSPENSÃO DO PROCESSO EM QUE HOUVE A


APREENSÃO DO BEM

! O art. 1.052 do CPC determina que o Juiz ao receber os


embargos de terceiro, além de examinar o pedido de
liminar e de determinar a citação do réu, ORDENARÁ A
SUSPENSÃO DO PROCESSO PRINCIPAL:

Art. 1.052: Quando os embargos versarem sobre todos os


bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo
principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o
processo principal somente quanto aos bens não
embargados.
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Não há
Não recebidos suspensão do
processo

Embargos Suspende a
recebidos
de terceiro demanda

Indeferidos de
plano, mesmo Não haverá
com recurso do suspensão
indeferimento
! O processo principal ficará suspenso até o julgamento
dos embargos de terceiro.
! HAVENDO RECURSO, até o julgamento do recurso.
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CITAÇÃO

! Os embargos têm natureza jurídica de nova ação, por


isso é necessário a citação.

! Se o embargado tiver advogado no processo principal,


não haverá CITAÇÃO PESSOAL, mas por intermédio
de seu advogado, conforme § 3º, do art. 1.050, do CPC.

§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver


procurador constituído nos autos da ação principal
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RESPOSTA DO RÉU

! O prazo de contestação é de 10 dias (CPC, art. 1.053).


Havendo litisconsortes com advogados diferentes, o
prazo dobra.
reconvenção a finalidade dos
nem embargos é somente
Não se
determinar o fim do
admite ação
constrição judicial no
declaratória
processo principal
incidental

os embargos são
exceção de
distribuídos por
incompetência
dependência
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! A falta de contestação implicará na aplicação, aos


embargados, dos efeitos da revelia.
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APÓS A RESPOSTA

! O procedimento será o dos processos cautelares, fixado


no art. 803 do CPC.

Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão


aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos alegados
pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz
decidirá dentro em 5 dias.
Parágrafo único. Se o requerido contestar no prazo legal,
o juiz designará audiência de instrução e julgamento,
havendo prova a ser nela produzida.
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NÃO HAVENDO:
julgamento antecipado;
O juiz analisará a
necessidade ou não
de provas.
HAVENDO: determinará a
produção e depois julgará.

Sendo procedente os embargos, o juiz


determinará que cesse a constrição judicial
determinada no processo principal.
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BIBLIOGRAFIA

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil


esquematizado. 3. ed. Rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013.

SAMPAIO, Rogério Marrone de Castro. Embargos de


terceiro. São Paulo : Atlas, 2004.

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