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O Professor Instrutor e o Professor Educador
O Professor Instrutor e o Professor Educador
Educador
Na cotidianidade das práticas educativas, duas posturas modulares podem ser
encontradas naqueles que as conduzem: os que assumem o predomínio das
características do papel de professores instrutores e os que se comprometem
primordialmente com os propósitos de professores educadores.
O professor instrutor dita conteúdos para que os alunos copiem e assimilem de modo
reflexo. O professor educador problematiza conteúdos para que os alunos reflitam e
compreendam criticamente. O professor instrutor encampa modelos uniformes
lastreados em certezas fixas. O professor educador articula múltiplas referências
fundadas em possibilidades abertas, em incertezas. O professor instrutor privilegia o
logos, a cognição, a mente. O professor educador entrelaça logos e eros, cognição e
intuição, mente e corpo.
O professor instrutor prima pelos vãos do ter. O professor educador prima pelos desvãos
do ser. O professor instrutor busca a reluzência das performances externas dos
indivíduos. O professor educador passa pela exterioridade como caminho que conduz às
dimensões mais profundas da interioridade do ser, ao autoconhecimento.
O professor instrutor acomoda-se nas linhas retas e regulares das planícies. O professor
educador aventura-se pelas curvas e acidentalidades das montanhas. O professor
instrutor habitua-se à rotina das tartarugas e das galinhas que rastejam e ciscam a
superfície da terra. O professor educador, como a águia, nutre-se das energias da terra e
alça seus vôos bailantes pelos ermos do incomensurável.
O professor instrutor privilegia o desenvolvimento das dimensões mais instintivas que
traduzem os aspectos mais materialistas do ser humano, as quais, isoladas, fomentam o
espírito de competição e de arrogância que desembocam em brutalização e barbárie. O
professor educador assume as múltiplas dimensões do humano, passando pelo instinto e
atingindo o coração e o espírito de fineza fomentando a solidariedade e a amorosidade.
O professor instrutor confina o humano apenas à esfera do material/físico, do imediato e
do visível (pedagogia do São Tomé). O professor educador educa para a imanência e
para a transcendência, para o invisível, para os valores humanos – a espiritualidade.