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OFICINA EDUCACIONAL

TEMA: MANEJO COMPORTAMENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR

MENTORA E CONSULTORA EDUCACIONAL


NEUROPSICOPEDAGOGA CLÍNICA
ANALISTA DO COMPORTAMENTO APLICADA EM ABA
NEUROCIENTISTAS COMPORTAMENTAL
ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
MESTRANDO EM NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL

horleanaholanda_neuropsico Horleana Holanda

(85) 9.9140-0996
REFLEXÃO
■ Qual professor ou educador que não tem uma história de alunos com comportamento
inadequado em sala de aula, e precisou de ajuda e estratégias para conseguir o manejo?
Por Horleana Holanda

Manejos comportamentais e metacognição


LEGENDA
0- NÃO IMPACTO
MATRIZ DE IMPACTO CRUZADO 1- BAIXO IMP.
2- MEDIO IMP.
3- ALTO IMP.

O QUE NÃO FUNCIONA


1 2 3 4 5 TOTAL
Por Horleana Holanda
LEGENDA
MATRIZ DE IMPACTO CRUZADO 0- NÃO IMPACTO
1- BAIXO IMP.
2- MEDIO IMP.
3- ALTO IMP.

O QUE FUNCIONA
1 2 3 4 5 TOTAL
Por Horleana Holanda
Manejo do Comportamento
Qual é a Funções do Comportamento?
1-Por fuga de demanda?
2- Choros?
3- Atenção?
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4- Por função de se comunicar?


5- Comportamentos estereotipados?
Como fazer uma Avaliação Funcional escolar?
Observar os antecedentes, as emissões destes comportamentos e as consequências e as
frequências que ocorre neste ambiente.
VAMOS ENTENDER MELHOR
■ Por causa de limitações de linguagem, a criança pode ser incapaz de identificar
seus sentimentos ou intenções.
■ Para lidar adequadamente com comportamentos, você terá que observar e
entender as suas funções.
■ O que fará para lidar com estes comportamentos dependerá completamente da
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função que eles têm para cada criança em particular.


■ Por exemplo, embora um comportamento possa parecer agressivo (como bater),
isto não significa necessariamente que a intenção ou função do comportamento
também seja agressiva. Bater em alguém poderia ser um modo inadequado de
comunicar-se e dizer “oi!”.
■ Para outra criança, bater pode ser usado para dizer “não”; e para outra criança
pode ser puramente um gesto agressivo.
Funções do Comportamento Modificar um comportamento significa mudar os
eventos ambientais (antecedentes e consequências) sob os quais ele ocorre. Para
fazer isto, precisamos entender bem a relação funcional entre essas condições e o
comportamento. Em outras palavras, o comportamento que está acontecendo
tem alguma função para a pessoa, ou não estaria acontecendo.
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O ‘ABC’ do comportamento
■ Um dos princípios para entender a análise do comportamento é o que chamamos de ‘ABC’ do
comportamento. Termo derivado também das siglas em inglês, ele é formado da seguinte forma:
■ (A)ntecedent ——> (B)ehavior ——> (C)onsequence
■ Antecedente ——> Comportamento ——> Consequência
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Basicamente, essa estrutura define a forma como todos os comportamentos funcionam. O que significa que
sempre existe um antecedente – algo que antecede o comportamento – o comportamento em si é uma
consequência que ocorre logo em seguida e pode se tornar um reforçador para que aquele comportamento
continue acontecendo no futuro.
De um modo prático, vamos imaginar o seguinte cenário: A criança está na escola, mas não quer mais assistir
a aula de matemática e resolver os exercícios. Então, ela começa a chorar e jogar os objetos da carteira no chão.
Ao presenciar a situação, o auxiliar de educação inclusiva a retira da sala e leva para o pátio da escola, onde ela
pode brincar. Após esse episódio, ela começa a chorar e jogar o material no chão com frequência, para
conseguir sair da sala e ser levada ao pátio.
Criança Ela começa a chorar Auxiliar de sala a
não quer assistir e jogar o material no leva para o pátio
aula de matemática chão para brincar
(Antecedente) (Comportamento) (Consequência)
■ Sem observar esse aspecto, é impossível conseguir modificar e ensinar novos comportamentos,
uma vez que a observação e avaliação do comportamento é o primeiro passo nesse processo.
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Aqui tem um modelo para observação e anotação de análise funcional para preencher.
Entendendo a função do comportamento
Seja adequado ou inadequado, todo comportamento tem uma função e acontece por um
motivo. Quando o comportamento acontece para gerar uma consequência, isso significa que ele
está sendo reforçado. Esse reforço pode ser:
Social: elogios, atenção etc.....
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• Tangível: sempre que se comporta daquela forma, a pessoa ganha algo que queria: Um
doce, um brinquedo etc
• Se esquivar ou fugir de algum lugar ou atividade: Como no caso da aula de matemática do
exemplo acima
• Reforço auto estimulatório: Se acalmar, sentir uma sensação agradável. Esse reforço
normalmente está ligado às estereotipias e conseguir o controle do ambiente!
Funções do Comportamento
Reforçamento Social Positivo:
¨Este reforçamento é proporcionado por outra pessoa¨.
■ a) Uma pessoa presta atenção a uma criança quando esta exibe um comportamento
específico ou um conjunto de comportamentos.
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■ b) Uma pessoa apresenta atividades reforçadoras ou tangíveis para uma criança, tais
como brinquedos, comida, etc., quando ela apresenta um comportamento específico ou
conjunto de comportamentos.
■ c) Pode prestar atenção a uma criança (ou dar lhe seu brinquedo favorito) porque ela
está fazendo birra ou batendo em alguém.
■ d) Frequentemente chamado COMPORTAMENTO DE BUSCA DE ATENÇÃO.
Reforçamento Social Negativo
■ Este reforçamento é mediado por outra pessoa.
■ a) A pessoa interrompe uma interação aversiva, tarefa ou atividade, quando a
criança exibe certos comportamentos.
■ b) Quando a criança apresenta uma crise de birra e alguém a deixa escapar de fazer
a tarefa, como resultado desta birra, isso também é reforçamento social negativo.
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■ c) Comportamento frequentemente chamado COMPORTAMENTO DE FUGA DE


DEMANDA
Reforçamento Positivo Automático
■ Este reforçamento é uma consequência automática do próprio comportamento.
■ a) Fazer algo para satisfazer sua própria necessidade é Reforçamento Positivo
Automático.
■ b) Comportamento auto-estimulatório (“stims”) que provê estimulação sensorial,
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tal como se balançar, “agitar mãos”, repetir frases continuamente, são exemplos de
Reforçamento Positivo Automático.
■ c) Comportamento muitas vezes chamado “stim”
Avaliação Funcional é “o processo de coletar informações sobre os antecedentes e
consequências que estão relacionadas funcionalmente à ocorrência de problemas de
comportamento”.
■ Anteriormente, intervenções ou tratamentos se baseavam na topografia (forma) do
comportamento em vez da função. Esta abordagem, na verdade, poderia resultar no
fortalecimento do comportamento em vez de sua redução.
■ Pense, como exemplo, em uma criança fazendo birra na “hora do círculo” na escola. A professora
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vê a forma do comportamento (chorar e bater) e intervém retirando a criança do círculo (porque


esta é sua política de lidar com o comportamento de bater). O resultado é que o comportamento de
bater fica fortalecido, porque o que a professora fez de fato foi dar Reforçamento Social Negativo –
permitiu à criança escapar da exigência “hora do círculo”. Amanhã a criança exibirá o mesmo
comportamento de bater PARA SAIR DA “HORA DO CÍRCULO”. Se a professora tivesse feito uma
avaliação funcional para ver o porquê da função de bater, provavelmente ficaria aparente que era
um comportamento de Fuga de Demanda. Como resultado, a intervenção dela provavelmente seria
outra.
Folha de Observação e Avaliação Funcional:
Nome da criança:
Professora: Sala: Turno:
Data e hora da ANTECEDENTE COMPORTAMENTO CONSEQUÊNCIA
observação e período O que aconteceu Descreva O que aconteceu
(Manhã /Tarde) imediatamente antes do (Comportamentos e imediatamente após o
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comportamento? exatamente o que comportamento?


aconteceu ou foi dito).
O tipo de coisas que você está procurando nos Antecedentes é:
■ Quando o comportamento-problema usualmente ocorre?
■ Onde o comportamento-problema usualmente ocorre?
■ Quem esteve presente quando o comportamento-problema ocorreu?
■ Que atividades ou eventos aconteceram imediatamente antes da ocorrência do comportamento?
■ O que as outras pessoas disseram e fizeram imediatamente antes do comportamento problema ocorrer?
■ A criança emitiu quaisquer outros comportamentos antes do comportamento-problema?
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■ Quando, onde, com quem e sob que circunstâncias é menos provável do comportamento-problema ocorrer?
O tipo de coisas que você está procurando nas Consequências é:
■ O que aconteceu depois que o comportamento-problema ocorreu?
■ O que outras pessoas fizeram quando o comportamento-problema ocorreu?
■ Que mudanças ocorreram depois da ocorrência do comportamento-problema?
■ O que a criança recebeu depois da ocorrência do comportamento-problema?
■ O que a criança evitou ou do que ela escapou depois do comportamento-problema?
SUGESTÕES E INSTRUÇÕES PARA CRIANÇA ATIPICAS
Uso de instruções claras, diretas e simples para cada tarefa orientada:
Vejamos o seguinte exemplo:
■ Quando a professora diz aos alunos: “Abram o caderno, copiem o que estou escrevendo na lousa,
leiam o enunciado e realizem as seguintes questões”, crianças com desenvolvimento típico podem não
apresentar, em sua maioria, problemas para entender e realizar várias instruções simultâneas, mas
uma crianças com TEA, DI ou TDAH-Desatento, podem ainda estar tentando entender a primeira ou
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a segunda parte do que a professora disse, não realizando com sucesso o que foi pedido. Logo, é
importante que se divida uma instrução complexa em várias instruções simples.

Uso de estímulos visuais para o estabelecimento de rotina e instruções Utilize cartazes e figuras que
orientem a criança em relação às tarefas e às atividades que ela precisa realizar ou a determinados
tipos de comportamento em que ela deve se envolver, como, por exemplo, permanecer sentada.
Quadro de Rotina Escolar! Quadro de Comportamento!
Regra 1: Chegar no horário

Regra 2: Permanecer sentado


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Regra 3: Respeite a fila

Regra 4: Pedir desculpas

Regra 5: Não gritar


■ Ensino de comportamentos de obediência a regras Crianças com desenvolvimento atípico, como no caso dos TEA,
Down, DI e etc.., também entendem instruções e regras. Muitas vezes, profissionais, pais e cuidadores não exigem
nem se organizam para que crianças dentro da neurodiversidade cumpram regras. Muitas vezes, acreditam que,
pelo fato de uma criança ser neurodivergente, ela não precisa seguir regras como as outras crianças, e deixam que
decida o que quer fazer. Crianças atípicas e neurotípicas ou com dificuldades especificas na aprendizagem, devem
ser treinadas para o cumprimento de regras. Exemplo: João era uma criança com TEA que frequentava a sala de
aula do ensino particular. Interrompia a professora a todo o momento, falando alto, emitindo gritos, levantando e
até pegando o pincel da mão da professora para desenhar na lousa, atrapalhando a aula. Entretanto, como João
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tinha TEA, a professora o deixava fazer o que quisesse, transformando a sala de aula em um ambiente
desorganizado. Depois de á professora ter entendido que, assim como outras crianças, João também poderia
aprender e seguir regras, ela conseguiu modificar esses comportamentos inadequados. Através de manejos e com
trocas de informações pelo uso do quadro de redução de comportamentos. Hoje em dia, João anda pela sala muito
menos do que antes, espera sua vez para falar e grita muito pouco, em comparação a como fazia anteriormente.
■ Ensino de comportamentos de solicitação Muitas vezes, crianças neurodivergentes, não sabem
solicitar e pedir ajuda, agindo de forma inadequada. É muito importante ensinar às crianças
quais são os comportamentos adequados para pedir o que precisam (verbal ou não verbal).
Exemplo: Sarah, quando queria borracha ou lápis, levantava da cadeira e pegava o objeto do
colega mais próximo sem pedir. A professora ensinou a Sarah que esse comportamento era
errado, que ela precisaria pedir para o coleguinha antes de pegar. Sarah começou a pedir
emprestado o material e a ser reforçado (Elogios social) pelos coleguinhas e pela professora.
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■ Estímulo ao desenvolvimento da autonomia e da independência Exemplo: Leo comia na escola


somente quando lhe davam comida na boca, e somente subia para sala de aula com
acompanhamento de uma monitora escolar, antes de todos os outros alunos. Leo foi
incentivado a comer sozinho (Já que apresentava esse comportamento em casa) e a se deslocar
até a sala de aula com a professora e seus colegas.
Alunos neurodivergentes tem o direito adaptação curricular dentro das
suas necessidades cognitivas!
■ Nesses currículos devem ser contempladas as metas da escola para a idade e para o ano escolar da criança, em
congruência com manejo comportamental adequado que possibilite a adaptação desse aluno ao currículo. Nos
currículos adaptados é essencial o uso de dicas textuais (palavras escritas), auditivas (falas) e gestuais (físicas) bem
como uso de imagens visuais.
■ Use abordagens sensorial e itens que auxiliam na autorregulação, propor atividades, dentro do interesse do perfil do
aluno, evite atividades muitos longas, propor atividades que estimule o lógico, use jogos, gamificação e privilegie suas
habilidades.
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■ Busque avaliar, depois observar e lançar o PEI SEMENTRAL.


■ PROPOSTA DE PROJETOS INCLUINDO SOCIOEMOCIONAL E GOMAKER- ROBÓTICA(LEGO) E OUTROS.
DICAS DE INSTRUÇÕES PARA OS NEURODIVERGENTES!
1- Envolver os colegas (grupos).
2- Materiais concretos e com repetições.
3- Evite discurso do ¨ Não pode¨, ¨Não sabe¨, ¨Não faz.¨
4- Estimule áreas motoras, percepções e discriminação auditivas, tátil e visual.
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5- Instruções clara, linguagem formal curta, devagar bem articulado para o mesmo
compreender.
6- Conheça seu aluno(a)
7-Planeje as transições.
8- Realize pausas.
9- Crie um ambiente confortável.
10-Use e abuse de pistas visuais.
Gratidão por fazer parte deste processo!!!

¨se eles não aprendem como nós estamos


ensinando, vamos ensinar como eles
aprendem' e essa deve ser a máxima da
intervenção com as crianças e adolescentes:
entender que eles conseguem aprender, a
gente só precisa achar o caminho¨.

Horleana Holanda

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