Alfabetização de

crianças com TEA e

DI
Prof. Dr. Lucelmo
Lacerda
 Lucelmo Lacerda

Doutor em Educação (PUC-SP)

Especialista em Educação Especial, Inclusiva e

Políticas de Inclusão

Pós-Doutorando em Educação Especial na

UFSCAR

Autor de trabalhos acadêmicos sobre autismo

Professor do Ensino Básico e Superior

 3

Metodologia do 4 PERÍODOS DE CURSO SOBRE A PARTICIPAÇÃO

curso Será pontual; Será exigido o mínimo de 75% de

presença;
Serão trabalhados conteúdos
teóricos e práticas Será exigida nota mínima de 6 na
(através de simulações); média dos testes;

Em até 7 dias após o último dia O grupo de whattsapp é espaço de

de teste serão entregues interação e perguntas, fiquem à
os certificados digitais vontade.
(40h).
 “
4

Alfabetização é o processo de
aprendizagem do comportamento de
ler e de escrever com compreensão.
 Quando?

Entre 4 e 5 anos
 “
6

Infelizmente ainda não conseguimos

alfabetizar todas as crianças com TEA.
Principal aspecto distintivo é a fala (mas
eventualmente algumas pessoas sem
fala aprendem ao menos rudimentos)
 7

Teoria da aprendizagem (ciência

do comportamento)
 8

O que é “aprender”

É se comportar consistentemente de uma

forma nova
 9
▫ Fazer rastreio visual
▫ Sentar;
Pré-requisitos ▫ Esperar;
para o ensino da ▫ Fazer contato visual;
leitura ▫ Escolher;
▫ Executar e finalizar atividades
simples;

No processo de ensino de leitura são

ensinados diversas outras
habilidades pré-requisito também.
 10

S de Stimulus ou Estímulo, é toda relação

Comportamento do ambiente que afeta a pessoa –
respondente exemplos: um gosto na língua, uma cor
nos olhos, uma textura na pele, um som
(está em nossa
no ouvido, mas também o lugar, as
biologia) pessoas presentes.

S-R
 11

É uma relação de
Comportamento ELICIAMENTO ou ELICIAÇÃO –
respondente uma relação naturalmente
instalada, não depende de
aprender.

S-R
 12
R de Response ou Resposta – é toda a ação do
sujeito

▫ Exemplo:
Comportamento • Dilatamos a pupila quando no estímulo “escuro”
respondente • Contraímos a pupila quando no estímulo “luz”
• Produzimos ácido gástrico com o estímulo
“mastigação”
• Nós piscamos com o estímulo “olhos secos”

S-R
Por que você
gosta do que
gosta?
Transferência de estímulos – Ivan Pavlov

S = sino
+ R = inexistente
S neutro

S = carne
+ R = salivação aumentada
S elicia salivação
Transferência de estímulos

Dois S são apresentados juntos

S sino, neutro
S carne, elicia a salivação

R = salivação aumentada
Transferência de estímulos

S sino antes era S neutro

Agora é S que elicia salivação

S – R (salivação aumentada)
 Transferência de estímulos

Exemplos:

O cheiro ou a voz de uma pessoa que elicia lubrificação ou ereção;

O barulho do prato ou o cheiro da comida que elicia a salivação;

O que é comportamento?
O teste do homem morto
 ▫ Não está instalado em nossa biologia
▫ Não depende de algo que ocorre
Comportamento “naturalmente” em nosso organismo,
mas ele é ou não “vantajoso”.
Operante
▫ Há o público e o encoberto (ou privado)
▫ Está em uma contingência de 3 termos

S-R-C
 S - R - C

Sala de aula, em aula de certa Levantar a mão sinalizando que

matéria, com outros alunos e o deseja perguntar algo
professor, com certa disposição Professora grita, ofendendo o
física e intelectual estudante
 S - R - C

Sala de aula, em aula de certa Levantar a mão sinalizando que

matéria, com outros alunos e o
professor, com certa disposição
física e intelectual
deseja perguntar algo Professora diz “Temos uma
pergunta, muito bom! Qual é sua
dúvida?”
O QUE DEFINE SE UMA
CONSEQUÊNCIA FOI
REFORÇADORA?
O aumento da
probabilidade da
resposta.
Não há eliciação
Como saber se algo
é reforçador?

Medindo o
comportamento
 Como começo?
• Entrevista com pais
• Anotando o que ele
faz livremente
• Realizando teste de
preferências
 PRÁTICA
Teste de Preferências
1. Coloque os itens lateralmente
2. Peça para o aluno selecionar 1 item
(se ele avançar em 2, bloquear)
3. Anotar
4. Randomizar os itens restantes
5. Solicitar o item de volta (após 20 a 30s)
(Se ele não devolver, recolher com máxima suavidade)
6. Retirar o item escolhido do campo de visão.
7. Apresentar os itens restantes
ÁGUA
R$1,50
ÁGUA
R$15,00
ÁGUA
R$15,00
 Operações
motivacionais

ALTERAM O VALOR DO
REFORÇADOR
 “
30

Matching-to-Sample
ou Pareamento ao modelo

Procedimento utilizado para ensinar relações

permite reforçar respostas corretas
Normalmente
um estímulo
modelo vem
em cima
Um estímulo
comparação
corresponde
ao modelo
 Escolha do
estímulo
comparação que
corresponde ao
modelo é reforçada
 Um estímulo
nunca fica mais
de 2 vezes no
mesmo lado
 Mas temos
também um
estímulo
distrator
Escolha do
distrator
não é
reforçada
 Joãozinho

Sabe ler e escrever bem, mas um sério

problema em reconhecer as emoções
alheias
Triste
Paquerando
Feliz Nojo
Feliz Nojo
 “
51

Dica 1: Crianças com desenvolvimento

atípico podem “ficar sob controle” de
outras coisas, que não o que foi
programado. Exemplo: posição, cor,
ordem de apresentação
 “
52

Logo:
1. Na sua programação, coloque o estímulo
correto a mesma quantidade de vezes em cada
posição (nunca usar muitos estímulos
comparação)
58
 “
59

2. Evite dividir os estímulos por características que

não a que está ensinando a discriminar e
associar.
 “
60

Dica 2:
Erro diminui a motivação, trabalhe com
aprendizagem sem erros
 “
61

Logo:
Quando a criança tiver muita dificuldade,
comece com somente um estímulo
comparação
Equivalência de
Estímulos
A teoria de
fundamentação
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

Chamamos aqui de estímulos “B”

Discriminação de um do outro é chamado de

relações BB
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
Equivalência Estímulo escrito
de estímulos
TATU

Chamamos aqui de estímulos “C”

Discriminação de um do outro é chamado de

relações CC
 TATU

TATU IATE
 IATE

TATU IATE
 IATE

IATE TATU
 TATU

IATE TATU
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

Chamamos aqui os estímulos que a

TATU criança ouve de “A”

Diante dos estímulos “A”, a pessoa

aprende a discriminar a imagem
correspondente. Temos relação AB
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
Equivalência Chamamos aqui os estímulos que a
de estímulos criança ouve de “A”

Diante dos estímulos “A”, a pessoa

aprende a discriminar a palavra
correspondente. Temos relação AC

TATU
TATU
Estímulo escrito
TATU IATE
IATE TATU
TATU IATE
IATE TATU
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
Estímulo visual Equivalência
de estímulos

Depois de ensinarmos as relações AB e

AC, as relações BC e CB emergem.

Caso elas não emerjam, podemos

TATU ensiná-las diretamente.

Estímulo escrito
IATE TATU
IATE TATU
TATU IATE
IATE TATU
TATU
IATE
IATE
TATU
Equivalência Estímulo visual
de estímulos

TATU
TATU
TATU
Estímulo escrito
 Processo total
1. Definir um roteiro (exemplo: T, L, M - F, B, R - P, N, V - S, D, J - X, Z - C a/o/u,
G a/o/u)
2. Definir as palavras por letra e separar os estímulos
3. Ensinar vogais e sílabas com consoante
4. Testar palavras do primeiro conjunto
5. Testar reflexividade BB e CC
6. Ensinar BB e CC
7. Testar AB/BA’ e AC/CA’
8. Verificar emergência de BC-CB e em não havendo, ensinar a relação (leitura
com compreensão)
9. Ensinar relações CD e BD (escrita por resposta construída)
10.Testar novas palavras, com outros suportes e propriedades
11.Nova letra (se a criança já apresentar refexividade generalizada, pular este
passo)
 1º PASSO

Selecionar um
roteiro
 “
103

Roteiro de ensino de sílabas simples

(GOMES, 2016)
1. T, L, M 4. S, D, J
2. F, B, R 5. X, Z
3. P, N, V 6. C a/o/u, G a/o/u
 104

Definição de palavras por letra

Escolher palavras que tenham imagem correspondente
Priorizar palavras do universo temático do educando

Usados no modelo:
T – TATU, IATE, TEIA
L – LATA, LEITE, LUA (ATENÇÃO É CUMULATIVO)
 2º PASSO

Testar
conhecimentos
 “
106

Apresentar para a criança palavras e

pedir para ela ler.
Os testes devem ser apresentados antes e
depois de um conjunto (ex. T, L e M)
Lua, mola, tatu, tela, tomate, mato
3º PASSO

Ensinar
fundamentos
 “
108

OPÇÕES:
Apresentar para os educandos em um
caderno, pedindo nomeação
 T
Instrução: escrever a consoante, em preto, com o quadrado em azul, ler o
fonema para a criança (não o nome da letra) e pedir para o aprendiz repetir
 T
Instrução: escrever a vogal, em vermelho, quadrado azul, o aprendiz deve
falar a vogal, quando não o fizer, deve-se nomear e pedir para que ele repita

A
 T
Instrução: educador deve dizer “se eu pegar a letrinha ‘t’ que tem som ‘t’ e
juntar com a letrinha ‘a’ vira ‘ta’”. O aprendiz deve repetir o som da sílaba.

TA
 T
Instrução: escrever a vogal, em vermelho, quadrado azul, o aprendiz deve
falar a vogal, quando não o fizer, deve-se nomear e pedir para que ele repita

A E

TA
 T
Instrução: educador deve dizer “se eu pegar a letrinha ‘t’ que tem som ‘t’ e
juntar com a letrinha ‘e’ vira ‘te’”. O aprendiz deve repetir o som da sílaba.

A E

TA TE
 T
Instrução: escrever a vogal, em vermelho, quadrado azul, o aprendiz deve
falar a vogal, quando não o fizer, deve-se nomear e pedir para que ele repita

A E I

TA TE
 T
Instrução: educador deve dizer “se eu pegar a letrinha ‘t’ que tem som ‘t’ e
juntar com a letrinha ‘i’ vira ‘ti’”. O aprendiz deve repetir o som da sílaba.

A E I

TA TE TI
 T
Instrução: escrever a vogal, em vermelho, quadrado azul, o aprendiz deve
falar a vogal, quando não o fizer, deve-se nomear e pedir para que ele repita

A E I O

TA TE TI
 T
Instrução: educador deve dizer “se eu pegar a letrinha ‘t’ que tem som ‘t’ e
juntar com a letrinha ‘o’ vira ‘to’”. O aprendiz deve repetir o som da sílaba.

A E I O

TA TE TI TO
 T
Instrução: escrever a vogal, em vermelho, quadrado azul, o aprendiz deve
falar a vogal, quando não o fizer, deve-se nomear e pedir para que ele repita

A E I O U

TA TE TI TO
 T
Instrução: educador deve dizer “se eu pegar a letrinha ‘t’ que tem som ‘t’ e
juntar com a letrinha ‘u’ vira ‘tu’”. O aprendiz deve repetir o som da sílaba.

A E I O U

TA TE TI TO TU
 T
Instrução: pegar o dedo do aluno e apontar cada sílaba, na ordem, e pedir para que ele
nomeie. Quando a aprendizagem chegar a 100%, continuar em ordem aleatória, até
atingir 100% por 3 vezes.

A E I O U
TA TE TI TO TU
 TA TU
Instrução: Instrua o aprendiz a nomear esta e as demais palavras a seguir. É natural que
ele leia por sílaba, diga para ele, “vamos ler mais rápido” e você fala “tatu” e ele repete
mais rápido (fluência), ainda não é importante que ele tenha compreensão.
TA TU
TE TO
TA TU
TE TO
TI O
TA TU TU TU
TE TO
TI O
TA TU TU TU
TE TO TI A
TI O
TA TU TU TU
TE TO TI A
TI O I A TE
 “
127

Ensinar
ACs (sílabas)
ACv (vogais)
CsA’
CvA’
“
156
“
157
“
158
“
166
“
167
“
175
“
176
“
192
“
193
“
209
“
210
“
220
 221

Ensinar relações BB e CC com as palavras

e imagens escolhidas
Ensinar relações AB e AC
Verificar a emergência de relações BA’ e
CA’
 “
222

Pode-se usar sílabas ou letras

Deve-se primeiro ensinar CD e depois BD

D são pedaços de palavras

 5º PASSO
Testar generalização
com novas
palavras, suportes
e propriedades
 Processo total
1. Definir um roteiro (exemplo: T, L, M - F, B, R - P, N, V - S, D, J - X, Z - C a/o/u,
G a/o/u)
2. Definir as palavras por letra e separar os estímulos
3. Ensinar vogais e sílabas com consoante
4. Testar palavras do primeiro conjunto
5. Testar reflexividade BB e CC
6. Ensinar BB e CC
7. Testar AB/BA’ e AC/CA’
8. Verificar emergência de BC-CB e em não havendo, ensinar a relação (leitura
com compreensão)
9. Ensinar relações CD e BD (escrita por resposta construída)
10.Testar novas palavras, com outros suportes e propriedades
11.Nova letra (se a criança já apresentar refexividade generalizada, pular este
passo)
 229

Programar o ensino
1º definir o passo a passo
2º preencher a disposição
dos estímulos no
protocolo de registro
3º organizar os estímulos
físicos ou digitais
 230

Preparar estímulos
Baixar imagens e
produzir estímulos de
palavras
 “
231

O Power Point é um programa que não é o

ideal, pois não registra as respostas,
outros são superiores, mas difíceis de
programar
 “
232

SUGESTÃO: Colocar o Power Point em

loop em ambientes coletivos e retirar
loop e registrar todas as respostas
quando houver uma situação 1:1
 233

PRÁTICA
No notebook ou
celular, abra o
Power Point
(considerando que
criou uma pasta
com
 OBRIGADO!
Questões?
▫ lucelmolacerda@gmail.com

▫ Acesse Análise do Comportamento

▫ Página: prof.Lucelmo

▫ @lucelmo.lacerda
234