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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL –

CAMPUS ERECHIM
COMPONENTE CURRICULAR: GCH291 - INTRODUÇÃO AO
PENSAMENTO SOCIAL
TURMA: FILOSOFIA
ALUNA: KAREN DE LIMA BORGES

Apesar de Max Weber não afirmar que o capitalismo surge somente a


partir da religião protestante, fica claro que uma espécie de "espírito capitalista"
se desenvolve após a concepção de vocação atribuída a Martinho Lutero.
Onde a salvação das pessoas vinha da aceitação de suas tarefas profissionais
como vocação incutida por Deus a cada um e que se fossem cumpridas com
disciplina estariam aptos a serem salvos. Com o tempo essa motivação se
desligou do viés religioso, entretanto a ética que visava lucro através do
trabalho metódico e racional se manteve ainda com bases mais fortes. Do
mesmo modo, propiciando a ascensão da "racionalização da vida"
característica da sociedade moderna que acreditava que o mundo, a natureza
e a sociedade seriam passíveis de completo domínio por meio dos processos
objetivos da ciência. Essa óptica colocava o conhecimento como cerne social,
filosófico e do mundo e apagava quaisquer visões humanistas que fugiam
disto. Weber chama este processo de "desencantamento do mundo".
Nesta época o positivismo partia da pressuposição de que toda
realidade social poderia ser explicada mediante a descoberta de um sistema
objetivo e fixo de leis inerentes ao funcionamento da sociedade e que nesse
sentido, as ciências sociais e humanas deveriam adotar o mesmo método
objetivo utilizado pelas ciências naturais. No entanto, Weber parte de um
pensamento contrário criticando a visão positivista e sendo fortemente
influenciado por pensadores como Immanuel Kant que acreditava que o
conhecimento não era capaz de captar toda a essência presente na realidade
ou por Friedrich Nietzsche que criticava a racionalização em alta que anulavam
o humano e suas particularidades, e mais tarde influenciado pelos
neokantianos. Se para os positivistas a ciência deveria partir do objeto como
sua primazia e seria passível de uma redução empírica, Weber assim como os
neokantianos, rejeita essa visão. Para Weber o indivíduo era elemento
fundante na explicação da realidade social.
Até então as teorias sociológicas tratavam como base o objeto, assim
como toda ciência derivada do período moderno e industrial. No entanto, Max
Weber muda essa visão e cria uma revolução nas ciências sociais. Sua teoria
intitulada de Teoria Sociológica Compreensiva negava tanto a racionalização
positivista que queria atribuir o mesmo método científico tanto para as ciências
naturais e ciências sociais, quanto a grande separação requerida pelos
neokantianos que considerava as ciências sociais oposta às ciências naturais.
Para Weber o indivíduo enquanto parte das ciências sociais era objeto e sujeito
ao mesmo tempo e nesse sentido deveria existir uma concordância entre os
dois métodos, dependendo da finalidade atribuída a sociologia. Segundo o
autor, devido a infinitude da realidade esta não poderia ser definida unicamente
por leis, mas ainda sim essas leis cunhadas nas ciências naturais não
deveriam ser descartadas.
Nesta busca da delimitação das ciências sociais perante as ciências
naturais, Max Weber coloca o ponto de partida da explicação sociológica no
indivíduo e suas ações. Já que uma sociedade e grupos sociais não poderiam
existir sem a realização das ações humanas recíprocas entre os indivíduos e
por isso, o objeto de análise da sociologia não poderia ser a sociedade,
somente a ação dos indivíduos. Esta análise levaria em conta o
comportamento dos indivíduos visando compreender e explicar as ações e
seus efeitos. Buscando determinar tais sentidos e significados destas ações e
recuperando a razão que os próprios indivíduos conferem a suas atividades.
Max Weber entendendo que as ações humanas são infinitas e seria
impossível acompanhá-las completamente, cria sua conhecida teoria de Tipos
de Ação como motivos básicos para as ações. Ordenada em 4 tipos: 1. Ação
racional referente a fins; 2. Ação racional referente a valores; 3. Ação social
afetiva; 4. Ação social tradicional. Por fim, essas ações deveriam ser
legitimadas por uma ordem legítima de convenção ou direito.

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