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Falácias Informais

Prof. Carla Rodrigues


Falácia da Petição de Princípio

 Forma de inferência que consiste em adotar, para premissa de um


raciocínio, a própria conclusão que se quer demonstrar. Ocorre
sempre que se admite nas premissas o que se deseja concluir. O
caso mais óbvio é a mera repetição.
Exemplos:
 Não é moralmente correto matar seres humanos. Logo, matar pessoas é
eticamente condenável.
 Uma vez que estou a falar unicamente a verdade, segue-se que não estou
a mentir.
 Os copos de vidro partem-se facilmente, logo são frágeis.
 Quando pensamos na existência de Deus, ele é um ser perfeito, a um ser
perfeito não pode faltar a existência, portanto Deus existe.
Falácia do Falso Dilema

 Forma de inferência que consiste em apresentar apenas duas


alternativas sobre um determinado assunto, quando na verdade
existem mais.

Exemplos:
 Ou estudas ou jogas futebol. Como estudar é mais seguro para o teu futuro,
tens de deixar o futebol.
 Ou estás do nosso lado ou estás contra nós.
 O Miguel chegou atrasado ao trabalho. Ou adormeceu ou o automóvel
avariou pelo caminho. Telefonámos para casa e ninguém atendeu. Logo, o
automóvel avariou no caminho para o emprego.
Falácia da Falsa Relação Causal
ou da falsa causa
 Forma de inferência que consiste em apresentar uma relação de
causa-efeito entre dois fenómenos que ocorrem em simultâneo ou
um imediatamente após o outro.

Exemplos:
 O trovão ocorre sempre após o relâmpago. Logo, o trovão é causado pelo
relâmpago.
 Sempre que lavo o meu carro, a seguir chove.*

* Esta falácia está também relacionada com superstições.


Falácia ad hominem
ataque à pessoa
Forma de inferência que pretende mostrar que uma afirmação é falsa,
atacando e desacreditando a pessoa que a emite.

Exemplos:

 “Não podemos aceitar as tuas ideias sobre a gestão da empresa, porque


chegas sempre atrasado ao emprego”

 É impossível acreditar no que dizes. Como podes ter uma opinião sobre o
aborto? Não és mulher, pelo que esta é uma decisão que nunca terás de
tomar.
Falácia ad populum
apelo ao povo
Forma de inferência que apela à opinião da maioria para defender
que uma determinada ideia é verdadeira.

Forma:
A maioria da pessoas diz que P.
Logo, P.

Exemplo:
A maioria das pessoas diz que o é que natural faz bem à saúde. Logo, só o
que é natural faz bem à saúde.
Falácia de apelo à ignorância

Forma de inferência em que se afirma que algo é verdadeiro porque


ainda não se provou que é falso ou em que se afirma que algo é falso
porque ainda não se provou que é verdadeiro.

Exemplos:
 Nunca ninguém provou que há extraterrestres. Logo, não há extraterrestres.

 Deus existe, porque até hoje ninguém conseguiu provar que não existe.
Falácia do boneco de palha

Forma de inferência em que se procura distorcer uma opinião de


forma a poder refutá-la mais facilmente.

Exemplo:
“Mariana: Deveríamos reduzir o consumo de carnes vermelhas na nossa
alimentação, para prevenir determinadas doenças.
João: Se deixarmos de comer carne, ficaremos com falta de proteínas e
nesse caso corremos o risco de ficar doentes.”
Falácia da derrapagem

Forma de inferência que consiste num encadeamento de causas e


efeitos inesperáveis levando a uma conclusão improvável.

Exemplo:
“Se continuarmos a deixar os jovens jogar no computador, podem tornar-se
viciados no jogo. Os jovens são altamente influenciáveis e por isso ficarão
viciados no jogo. Pessoas viciadas acabam por gastar tudo o que têm e
entrarão num espiral de dependência.”
FIM

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