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Aula Prática de História das Ideias Políticas

Professor Ulisses Gagueliano

Apolitismo quando não existe acesso ao direito político. Ou seja, não há qualquer tipo de
direito à participação politica, como o direito ao voto nem poder de decisão.

Outra possibilidade, já num modelo distinto, afirma: “Se tenho direito a participar, mas decido
abster-me, não perco a minha possibilidade de intervenção politica. Simplesmente, eu tendo-a
decidi não a usufruir.”

Os sofistas eram dialéticos e davam uso a ferramentas para que conseguissem vencer, ou
impor a vitória ao adversário. Nunca dotados de mecanismos éticos e/ou morais.

 O império Macedónico foi o primeiro maior império;


 Alexandre, o Grande: foi imperador;

Ataraxia Procura de um prazer equilibrado. Sem grandes picos de felicidade, onde o ser
humano deve conseguir ficar satisfeito num estado mediano do ser. É portanto, um estado de
espirito apolítico.

Cosmopolitismo conduz a uma situação natural. Onde a natureza é tudo o que nos rodeia, e
nós inserimo-nos nisso mesmo. Há uma corrente filosófica da Grécia Antiga que faz referencia
à relação do ser humano com a natureza: o Cinismo.

Expressocráticos razão VS sentidos. Questionar a variabilidade/pluralidade do mundo.


Afirmam que a realidade do mundo é meramente ilusória. Defendem que não há fins
alcançáveis na integra. Há limites em todos os objetivos humanos. O que existe é um principio
de unidade.

A física foi sendo debatida entre a historia, ao ponto de concluírem que essa discussão não
levará a lugar nenhum. A dialética e construção destes pensamentos filosóficos culminaram na
ideologia dos sufistas.

Sufistas desrespeito por qualquer conceito moral. Sócrates não concordava com nenhuma
ideologia deste grupo de filósofos, e vem a corromper com as suas ideias.

Sócrates era um puro moralista. Inclusive, morre a defender a sua conceção politica. Acaba por
culminar na própria decadência da democracia ateniense. Platão, professor de Sócrates, era
defensor de um governo do rei filosofo, numa sofiocracia. Platão afirma que os sentidos são
falaciosos e nos induzem em erro. Devemos então sobrevalorizar a razão e o que é factual.
Platão parte do principio da unidade metafisica: o humano. A realidade física é apenas o
reflexo da realidade ideal. Há um reconhecimento de um pensamento politico

Os expressocráticos tentavam explicar a unidade e a multiplicidade. Contudo, é o primeiro e o


maior problema físico. Platão para tentar explicá-lo cinge o mundo separando um mundo
sensorial e um mundo da razão.

Há uma ideia, um conceito, um partido politico conceito da unidade politica!


Aristóteles, pai da lógica
Organizar o raciocínio humano de forma sistemática. Tenta explicar o que é a razão e o
pensamento humano. Vai tentar combater o que Platão cingiu, explicando-o. Mas como?

 Da física ele deliberava metafisica e é desta metafisica que ele constrói a sua ideologia
moral e politica. A sua metafisica é a razão de toda a sua filosofia politica. A ideia dos
conceitos ideais insere-se no âmbito dos corpos intermédios.
 É uma transformação. Ou seja, nós estamos constantemente a deixar de ser o que
fomos, e seremos o que nunca fomos. Concluindo, nós nunca somos. Somos
impotência!
 Estas ideias convergem no pensamento politico de Aristóteles.
 Ideia de impotencialidade onde converge as duas realidades que Platão distingue, no
conceito de um corpo intermédio
 Atos convergem em hábitos que originam em virtudes;
 Parte do indivíduo, do ser humano em si com o seu valor intrínseco;

Budismo preparar a hora da sua morte, durante toda a sua vida, seno essa a sua maior
ambição. Relevante por representar a ideologia oriental. Há uma profunda aceitação da
realidade, para ser feliz.

Imperador oriental domina de forma autocrática. Há até uma certa confusão entre o
conceito de imperador e o conceito divino.

Modelo Espartano de organização politica modelo intervencionista grego. Que frisa a


importância da obediência à lei, que é daqui que surge o conceito igualdade. Esparta mostra
uma preponderância do modelo coletivo sob o modelo individual. Desapego à família, e à
propriedade privada, substituindo-a pela primazia militar.

Modelo de Atenas de organização politica destacava-se pela valorização de um regime


democrático.

Platão, o percursor do totalitarismo


Politica socialista, contudo não no sentido moderno da palavra. Platão cinge a realidade
sensível da realidade factual. A realidade da razão é a que sobrevaloriza, já que os sentidos são
falaciosos e podem induzir-nos em erro.
Género modelo ideal feito através de uma generalização. Daí o termo, género. Há
novamente uma sobrevalorização do coletivo ao individual. Género>Espécies. Sendo que a
ideia parte de cima para baixo, é obvio que o modelo seria totalitarista.

Santo Agostinho
Prossegue com as ideias de Platão. Sendo fortemente influenciado pela sua doutrina
ideológica. A justiça é uma virtude, não é o conceito utilitário e objetivo que hoje temos. É
antes algo não palpável.

Mistura de ideologia cristã com a filosofia grega, no seu período. Há uma transposição da
ideologia aristotélica, através dos mecanismos platónicos. Ou seja, o que é intrínseco ao
coração dos homens, a impotência, é combinada com a noção de pecado original. Esse pecado
é exatamente a justificação do poder politico, onde um homem domina os restantes. É a única
forma que Santo Agostinho consegue justificar o poder. Fora isso, estando o Homem num
estado de inocência e ignorância não seria necessário.

Depois da queda do império romano, há um vácuo de poder, de ordem. A religião cristã acaba
por tomar as rédeas dessa mesma falta. Há um culminar de todas as ideologias de Santo
Agostinho, quando a religião cristã se torna soberana na Europa.

Existe uma asserção inicial, aceite por todos, de que os homens não podem viver sem ser em
sociedade. O homem é ainda, incapaz de se governar a si próprio. Ele necessita da
espiritualidade, caso contrario estaria perdido. Ele reconhece que no Homem, existe um
sentimento presente no coração. Contudo, há uma ordem superior que afirma que toda a
virtude humana vem de Deus. Logo, todo este desdobramento de virtude, vem de Deus, daí a
justificação de que o Homem é imperfeito, tal e qual como a sociedade em que se insere.

Universalidade do poder império, unidade de ordem.


Escolástico pensamento ocidental que une a ideologia cristã com a razão.

Aula Zoom: na semana do dia 4 (16:00)

Santo Agostinho: A Cidade de Deus: O filosofo nasce pagão, antes de se tornar cristão. Ao
escrever esta obra afirma que não precisamos do paganismo. Fez parte de uma ceita chamada
de Maniqueísmo, que consistia no confronto constante entre um Deus do Bem e um Deus do
Mal. Ou seja, não há meio-termo, ou serão todos salvos, ou serão todos castigados. O
neoplatonismo é o fim, é a decadência da filosofia grega, como forma de especulação
independente. Vai até ao seu apogeu, e começa a cair a partir do estoicismo.

Os filósofos estoicos tentaram recuperar os debates pré-socráticos e voltar a explicar o mundo


e a sua existência. Acabam por confundir a ideia geral platónica: sol cria sombras em corpos
sensíveis com a ideia de Deus. É necessária a criação de uma ideologia que una o corpo
intermedio aristotélico com a ideia platónica de Deus. Eles traduziram Aristóteles para latim,
traduções essas que se perderam para os Árabes, o que originou a fama do filosofo no mundo
ocidental.

Santo Agostinho vem a contrariar a ideia de que foi o Cristianismo que acabou com o império
romano. Vai antes dizer, que foi o cristianismo que salvou o império, da invasão dos
germânicos.

Nas invasões e na tentativa de colonização estável, são deixadas instituições politicas, culturais
ou religiosas na ânsia de evitar revoltas futuras do povo colonizado. Como foi o caso dos
germânicos, ao deixarem os templos intactos. É necessário que o poder seja mantido, uma
sociedade coesa e ordenada. Quando o imperador passa a ser deposto, ficando o império
acabado e desordenado, o Papa “calça as botas” do Imperador, aproveitando-se disso. Passa a
ter a missão de propagar o cristianismo como a religião assertiva e tenta também que os reis
se apercebam disso. O cristianismo critica as outras religiões, principalmente o paganismo.

A ideia de obediência ao poder cristão, que origina não só ordem na sociedade, como a
salvação da alma. Para Santo Agostinho não há distinção de pessoas, o critério é somente a
obediência e a fé cristã. Critérios esses que culminariam na entrada do reino de Deus. A ideia
de um poder teológico, vem trazer o conceito de aceitação de todo o tipo de pessoas.
Como é o exemplo dos escravos, e da maior parte da população de todo o mundo, que ao não
ter bens, nem proteção e segurança, eram na realidade, animais apolíticos. Vêm agora, na
religião cristã uma possibilidade de salvação, não só térrea como eterna: no céu.

Visão de unidade, unitária o cristianismo traz a ideia de ordem de um império que deixou
de a ter. Para além de virtuosa, surge o conceito de legitimidade do poder. Porque tudo o que
é, Deus assim o quis. É a justificação da centralização do poder, onde quem o tem, é mandado
e representativo de Deus. Há sempre uma razão para as deliberações politicas.

O estoicismo acaba por ter várias parecenças com o cristianismo. Sendo que o estoicismo já
era proveniente do império romano, como foi o caso do Marco Aurélio. O que muitas pessoas
tentaram fazer, foi estoicizar a nova religião. O pensamento de santo agostinho tem um
dogmatismo, que vai ser amenizado ao longo da Idade Média, com a entrada de relevância de
São Tomás de Aquino, que era efetivamente mais Aristotélico.

Influência Germânica no pós a queda do Império Romano

Há uma influência gritante da cultura germânica para a formação do que vai ser o feudalismo
medieval. Organizavam-se num regime que era quase democrático, organizando-se em
assembleias. O que dispara do império, onde o poder era centralizado. A cultura deles era
essencialmente agrária e militar. Existe a aceitação por Santo Agostinho da entrada de todos
no Mundo de Deus, inclusivamente dos pagãos. O cristianismo, segundo Agostinho, é o que dá
legitimidade ao poder. Todo o poder é proveniente de Deus. Não existe um contrato de
eleição democrática entre os eleitores e o poder régio.
Existe a dicotomia entre vassalagem germânica e cidadania romana. A primeira acaba por se
focar na troca de deveres e direitos, onde proteção era dada em troca de prestação militar,
por exemplo. Este vinculo de fidelidade é o que origina a intenção cristã: os Papas
ambicionavam fazer os reis de seus vassalos. A cidadania é no entanto, um vínculo com a
nação, numa visão muito mais unitária. A vassalagem é então um vinculo contratual.
O Papa através da intermediação divina, reconhece a legitimidade do rei. A rotura do poder
régio por parte do Papa (excomungação), permite também a rotura do vínculo de fidelidade
dos vassalos ao antigo rei. Posteriormente, originará a possibilidade de outra pessoa subir ao
trono, no período lacunoso de poder. Para enfraquecer a autoridade do Papa, é necessária a
existência de uma centralização do poder. A lógica feudal é substituída pela contratação direta
de exércitos reais. Esta contratação decorre do enriquecimento que foi possibilitado pelo inicio
da época mercantilista.
Este exército real vem a acabar com o conceito feudal, no âmbito de vassalagem. A
dependência vinculativa com o Papa vai também progressivamente diminuir, através do
mercantilismo, a partir do século XII/XIII. O Papa vai perdendo então a autoridade e o papel de
Imperador, que conquistou depois da queda do Império Romano. É retirado o conceito ideal
Papal, que é progressivamente atraído para o rei.

Teste próxima quinta feira (31 de março)

Tomás de Aquino, querela universal


Aristotélico e finalista. Os árabes que traduziram Aristóteles, vão influenciar a dialética de
Tomás de Aquino. Quando bem traduzidas, as obras de Aristóteles, surpreenderam todo o
mundo ao se aperceberem que o filósofo era contra as ideologias de Platão. Algo que contrarie
o que está estabelecido na dogmática platónica, que estava na base do pensamento
agostiniano, traz diversos problemas e destabilizações ao dogma da Igreja.
O poder local dos reis germânicos, vai se consolidando. O que acaba por ser bastante
pejorativo para a Igreja, já que o Papa perde assim o devido valor e reconhecimento. São
Tomás de Aquino faz a diferenciação entre os virtuosos e os não virtuosos, tal como
Aristóteles. Ele não é tão finalístico como os restantes, mas sim empírico, tem uma visão
racional e real da sociedade. Este filósofo pertence à primeira escolástica, que consiste numa
compilação que une o dogma cristão com a racionalidade humana.
Analítica explica como funcionava o silogismo. A dialética ontológica;
Gramática não no sentido gramatical léxico, mas sim a gramática filosófica;
Retórica como funciona o uso e a arte de persuadir alguém através do uso querente de
palavras.

Tomás de Aquino é bastante mais realista do que Santo Agostinho. Todo o seu pensamento
medievo era como os outros, bastante dialético. A base das discussões politicas e até no
próprio direito, são dialéticos. Afirma que a monarquia é a melhor forma de poder. Não
obstante que a tirania, é o pior modelo politico. Toda a hierarquização das 4 leis que Aquino
distingue, vem a confirmar novamente a supremacia de Deus e do poder da religião, contudo,
não obstante um governo de leis (referencia a Aristóteles). É necessário um discurso que
mantenha a supremacia papal, dentro deste mesmo diálogo. Daí a justificação da deposição do
rei. Até Deus se sujeita à razão divina. Aristóteles parte então que a racionalidade humana
persiste a tudo. Esta racionalidade governa tudo e todos, não é evitável.

Dante não é teológico, mas sim um poeta e político. As suas obras politicas são de grande
relevância, já que nelas, faz a análise do pensamento Aristotélico. Afirma que o homens
necessitam, para a sua boa ordenação, de um forte governo temporal, porque a isso
corresponde a sua vocação de eminentes animais sociais. Essa ordenação só é alcançável
debaixo de uma orientação laica e pacifica que promoverá a felicidade entre homens. Só é
contudo, alcançável, através da monarquia ou do império, por serem os regimes mais
aproximados de um ambiente divinizador. O que justifica a “descida” do poder de Deus
diretamente ao monarca/imperador, não necessitando da intervenção Papal. Já que o império
é uma realidade naturalizada, enquanto a igreja é uma institucionalização do direito divino
universal e positivo. O temporal não se deve confundir com o espiritual, sendo a figura divina a
única coisa que partilham.

Sto. Agostinho reconhece que o poder ainda é proveniente do papa, contudo reconhece que
as matérias temporais cabem ao imperador. Há a diferenciação do divino e do temporal. Não
tem duvidas que as matérias temporais são também encarregues do Papa, já que não há a
diferenciação de pecado e de ilegalidade. O pecado que cai sobre a moral, pode também cair
sobre o mundo real e penal. Na tese de Agostinho, ambas são de relevo cristão, onde o Papa
deve ser o julgador supremo.
Sendo Tomás de Aquino um “meio Aristotélico”, ele acaba tendo uma conversa de caracter
platónico, já que persiste na ideia do ideal. Faz referencias aos temas universais, da
generalidade. A universalidade a que se refere, é de facto existente. É uma teoria então,
realista. As coisas do mundo existem, empiricamente. E toda a sua visão é assim.

O cristianismo precisava de se atualizar, e foi exatamente isso que São Tomás de Aquino fez.
Vem também iniciar a ideia de contratualismo. A ideia do direito à resistência, volta a
reafirmar que só é admitido se não propagar efeitos piores, à falta dessa mesma revolta. Existe
uma dicotomia entre regicídio e tiranicídio. Havendo, contudo, autores que se divergem entre
a aceitação de Tomás de Aquino na aceitação da morte do tirano.

Tópica aplicação concreta do silogismo aristotélico. Ou seja, o mundo funciona através da


razão, da razão de Deus. Vivemos num mudo racional. A verdade que é procurada através
deste método, não é empírico, mas sim lógico.
Voluntarismo construções relacionadas ao método lógico usado pela própria Igreja. Antes
dessa razão, existe uma vontade. A vontade de Deus, antecede a sua própria razão. Deus pode
então alterar conceitos, já que a sua vontade antecede a própria razão. Logo, está tudo sob a
forma da vontade precedente de Deus.

Marsílio de Pádua introduz a temática da relevância suprema do governo temporal, em prol


do espiritual. Combate essencialmente o poder temporal exercido por parte dos papas. Frisa a
ideia de consentimento por parte dos súbitos como critério de legitimidade na condução de
coisa publica. O governo depende do povo para a sua eleição e também para a manutenção
em funções. O governo tirânico pode e deve ser deposto pelo povo. Considera que a
monarquia é a melhor forma de governo, não parecendo grande adepto do império. Afirma
ainda que o clero tem que se submeter às leis e normas ditadas pelos legisladores. É no fundo,
um anti Escolástico, ao afirmar a ideia de contrato celebrado entre o povo e os governantes,
para a posterior concretização da sociedade politica.

Guilherme de Okhan à semelhança de Marsílio de Pádua, defende a formulação em que a


Igreja e o Estado deveriam ficar separados em absoluto, antecipando ponto de vista dos
autores da reforma, propondo assim, um estado laico. Assume mais diretamente o seu
descontentamento em relação ao papado. Combate a realidade da prepotência da Igreja que
se ia arrogando nas suas relações com as demais instituições politicas e sociais. É um puro
franciscano, admitindo a deposição de um papa herético, se assim houve justificação para tal,
por parte do imperador. Refutando assim a infalibilidade papal, utilizando como fundamento o
direito de resistência e o estado de necessidade. O papado não tem qualquer poder para
intervir no poder temporal. O poder deve ser usado para o bem comum, já que tem origem
divina e mediação popular. Considera que a lei natural é a lei divina positivada, por ser Deus
quem pode alterá-la, e não proveniente da vontade dos homens. É percursor de uma grande
querela entre os franciscanos e o papado, onde reflete sobre a incompatibilidade da
propriedade eclesiástica com os conceitos base da religião. Com base no pensamento lógico de
Aristóteles, desenvolve a noção de direito natural, baseado no ato e na potência: “A natureza
enquanto potencia atual, funciona independentemente da liberdade divina”.

O papado acaba por refutar a ideia franciscana de: “não temos nada”, com a simples
afirmação, de que na verdade têm. Referindo-se claro, aos seus direitos.

A ideia de universalidade de Tomás de Aquino:

O ser humano: se todos nós somos humanos, existe uma universalidade e generalização de
todos nós. Fazendo assim, parte de um todo. Ele é bastante empírico, trazendo assim uma
realidade com o significado atribuído respetivamente. (debate teleológico do poder e da
justiça, entre vários autores, com a perspetiva de Tomás de Aquino)
A razão natural de Aristóteles, para os nominalistas, não sujeita Deus. Ou seja, o fundamento
da existência de toda a nossa realidade não tem de partir de Deus.

O que trouxe realmente o empoderamento dos reis:


 Poder económico;
 Poder militar- referência ao direito romano, com a relação de plebeus e patrícios;

O fluxo de capital e a obtenção de vários novos tipos de tecnologia militar, vêm trazer uma
nova autonomia ao poder régio. O rei passa a estar independente ao ponto de deixar de ter de
passar pela opinião das cortes.

Maquiavel

Moore ganhou a aura de Sócrates moderno, enquanto Maquiavel ficou conhecido como o
príncipe do mal. O seu livro ao contrário de Moore usa a verita effetuale (verdade efetiva), não
realiza um mundo imaginário, usa antes, exemplos práticos. Enaltece os seus pontos com base
em argumentos fundamentados pela a sua metodologia (Estudo Empírico).
 Crueldade pode ser boa desde que seja exercida para um fim justificado, como a
segurança;
 O príncipe devia pensar e fazer todas as crueldades de uma só vez. Ela não é desejável,
mas por vezes é necessária aplicá-la;
 Para contornar a fortuna, o príncipe tem de ser calculista, frio;
 Razão do Estado Abandona a ideia de Agostinho, sobre a justiça ser o fundamento
do estado. Para ele, o príncipe não deve ter outro objetivo nem pensamento sem ser a
arte da guerra e organização militar. Mas ser odiado não é bom para nenhum príncipe.
 Propriedade Deve-se abster tocar na propriedade privada dos particulares. “os
homens esquecem mais facilmente quem mata os pais do que quem os rouba a
propriedade”;
 Os direitos das pessoas são uma realidade inexistente, tem de todas subordinar-se as
ideias de razão do estado;
 Era então defensor do republicanismo e neorrepublicanismo.

FRASE CHAVE: Tudo é valido, desde que o fim justifique os meios.

Protestantismo inovação à religião católica convencional. As liberdades individuais e o papel


do indivíduo passam a ter mais reconhecimento e valorização. A tradução da Bíblia vai originar
a própria interpretação do texto religioso, permitindo novamente, a individualidade de cada
um. O cristão passa a poder ser rico, se essa riqueza tiver sido adquirida pela própria virtude e
trabalho. Este movimento é a consequência de movimentos medievos, e não a causa. A causa
é antes, os descobrimentos e o aumento progressivo do poder de capital dos reis.

Luterismo dá um passo atras não só em relação a Maquiavel mas também em relação à


Escolástica. Os elementos que são negados, criam uma instabilidade, porque surge o conceito
de refutar o que sempre foi verdade absoluta e irrefutável: o Aristotelismo. Ele prega a
submissão ao rei, não reconhecendo a possibilidade de o depor. Ele dá os braços à nobreza,
consolidando-se no poder.
Há também que frisar o fluxo do humanismo. O que realmente está por detrás deste
pensamento protestante, é exatamente a aceitação cega do poder do rei. É portanto a
validação do absolutismo.

No caso português, com o reinado de D. José I acompanhado de Marquês de Pombal, houve


também uma corrente absolutista. Contudo, não pela influencia do protestantismo, mas antes
pela segunda escolástica. Essencialmente, pela Companhia de Jesus. A própria igreja participa
nesta secularização, através do pensamento de Francisco Suarez e Francisco de Victoria.
Francisco de Victoria:
 Ocupação de terras que “não eram ocupadas por ninguém”. Ele refuta esta
observação, porque de facto havia pessoas a viver nessas mesmas terras.
 O autor interioriza a ideia de republicas com identidades independentes, a imagem de
um príncipe. A ideia de um estado nacional: Guerra e Paz.
 É considerado o pai do direito internacional, enaltecendo a ideia de soberania nacional

O método dialético dava um peso de probabilidade e de veracidade, muito grande. O


pensamento escolástico era fechado dentro do método rigorosamente lógico. Os estudos da
lógica, da retórica e da gramatica eram obrigatórios. O problema passa pela chegada da
modernidade: a razão. A escolástica passa a ser confundido com a Igreja. Ou seja, o método
era confundido com a instituição que usava o método. Algo que não ambicionavam,
começando assim a repudiar todo o conceito medievo. O pensamento escolástico, da razão e
da logica é então, perdido.

Passa a existir um positivismo do Direito. A racionalização sofre uma alteração. A razão que
impera agora, é distinta da de Aristóteles. Uma razão secular e positiva, onde o Direito se
confunde com a lei. A interpretação da lei é proibida, sendo que a única possível é a do rei: a
lei tem de ser praticada e lida na integra. É necessário a absorção do conteúdo intrínseco da
lei. O estado aparelha-se burocraticamente tal e qual a Igreja fazia, inclusivamente como
outrora o Império Romano fazia.

Protestantismo, ambiente paradoxal

Uma visão diferente, sendo uma variante da religião católica. Estes movimentos protestantes
tiveram a sua origem no repúdio pelos movimentos absolutistas, que marcaram toda a Europa
medieva. Esta época esteve relacionada com ideias capitalistas e mercantis. Passa a haver uma
nova visão, quanto à propriedade, e à materialidade dos bens, sendo estes agora aceites e até
incentivados, desde que sejam atingidos por meio do trabalho digno.
Há um ambiente paradoxal no protestantismo, entre Lutero e Calvin (movimentos luterano e
calvinista). No pensamento politico, o facto antecede o pensamento (qualquer um).
Uma ideia só se trona numa ideia política, se efetivamente, houver uma repercussão política. É
necessário o alcance às elites. Tendo estes grupos, de aceitar como solução/alternativa
politica.

Luterismo interesse individual, refutando o ideal monástico;


Calvinismo tipo mais puro de protestantismo, refutando todo o poder mediador.

A ideia politica, acaba por se transformar numa ideia absoluta. Enquanto, a organização
politica defende que para se fazer valer, tem de partir dos grupos minoritários. Tendo assim,
uma intervenção direta e integrante, opondo-se ao catolicismo. A atração dos grupos
minoritários era realmente destacável, pelo contacto com os protestantes, ser feito corpo a
corpo, olhos nos olhos. Há então, uma maior proximidade e intimidade entre quem ensina e
quem aprende. Os textos sagrados, ao serem traduzidos para diversas línguas, dão a
possibilidade a novos povos de ler e fazer a sua própria interpretação da Bíblia e de outros
textos. É no fundo, uma doutrina social. A igreja foi de facto, na sua era primitiva, criticamente
social, perdendo progressivamente esse valor, restaurado pelos protestantes. Já que Santo
Agostinho vem eliminar esse caracter do âmbito religioso.
A religião católica, pela primeira vez, precisa de competir. Competir com o protestantismo,
essencialmente, através da Companhia de Jesus, retornando as suas condutas sociais.
Entramos assim, no pensamento de Francisco de Victoria e Francisco Suarez.

Teste Escrito: dia 21 de abril e o segundo no dia 30 de maio (facultativo)

John Locke

Liberalismo politico repartição de poderes e interdependência. Considerava que o poder


legislativo era o mais tirânico, e tinha que ser fiscalizado e tido em conta.

Guilherme de Orange há uma polarização entre catolicismo e protestantismo na época


onde viveu. James II era católico. Guilherme é convidado a invadir a Inglaterra, tendo parte do
apoio da corte de James II.

Montesquieu inspiração na constituição britânica: separação com interdependência de


poderes

Humanistas unem-se através do que negam nas suas ideologias. Eles não querem pertencer
à escolástica nem ser medievos. A sociedade é mutante ao longo do tempo, nota a frisar dada
a revolução industrial e do capitalismo. As diversas revoluções que se vão dando nesta época
são politicas e não sociais. Como foi o caso da revolução francesa, americana, gloriosa e
industrial. A movimentação das massas não pressupõe uma revolução social, dado que não
houve uma reforma de grande calibre.

Revolução social gera acesso politico à massa social, cria um estado de amparo social. A
francesa não o foi já que na sua agente não tinha direitos sociais agregados.

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