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Interpretação para a área

Educacional
Ana Carolina Ferreira

Curso Técnico em
Tradução e
Interpretação de Libras
Interpretação para a área
Educacional
Ana Carolina Ferreira

Curso Técnico em
Tradução e Interpretação de Libras

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | Agosto 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
Ana Carolina Ferreira Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Ana Carolina Ferreira Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Bruna Nascimento da Silva George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Kátia Karina Paulo dos Santos
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer o papel do Tradutor/Intérprete na escola. ...................................... 7

2.Competência 02 | Aprender a atuação do Tradutor/Intérprete na sala de aula regular e o no


atendimento educacional especializado-AEE. .............................................................................. 24

3.Competência 03 | Desenvolver ações inclusivas para comunidade escolar. .............................. 37

4.Competência 04 | Identificar no espaço escolar a importância da participação do


Tradutor/Intérprete em ações: capacitações, formações, avaliações, seminários, atividades
extrassala de aula comum. .......................................................................................................... 49

Conclusão .................................................................................................................................... 61

Referências ................................................................................................................................. 62

Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 63


Introdução
Olá querido(a)! Esse e-book está de mais!!! \0/ \0/

Sabe por quê? Este e-book faz uma investigação sobre o papel do tradutor-intérprete de
língua de sinais no contexto inclusivo e outras atuações desse profissional. Vai ter indicações de
filmes? Tem sim, senhor! Na primeira competência, já vou te dizendo, prepara a poltrona pois tem
muita emoção, dando só uma palinha, você conhece o filme A Família Bélier? Não! Então prepare o
coração, que você irá viajar nessa história emocionante com o um objetivo específico, de caracterizar
a atuação do Tradutor/ Intérprete em: aprender o papel desse profissional na escola.
Qual é o papel profissional na inclusão do aluno surdo? Ficou curioso!? Não se avexe não
viu! Dentre os vários pré-requisitos necessários para a inclusão, você sabia que é necessário um
trabalho com esse aluno na sala do Atendimento Educacional Especializado- AEE? Para que o aluno
surdo seja incluído é fundamental ir além da simples presença física de tal na sala comum, em outras
palavras, é preciso que exista um trabalho para prepará-lo antes de ir para sala regular. Como
primeiro passo de um processo inclusivo, é necessário aprender a atuação do Tradutor/Intérprete
na sala de aula regular e no Atendimento Educacional Especializado-AEE, para um desempenho com
maiores resultados.
Uma vez que, a presença do profissional no campo da educação abre um leque de
oportunidades participativas para o aluno surdo, por esse e outros motivos é necessário: Desenvolver
Ações inclusivas para comunidade Escolar, devido que, atualmente muito se fala sobre a inclusão
escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, porém, ainda é comum encontrar
entraves para uma práticas que impossibilitem a concretização de uma verdadeira inclusão. Essa 3°
competência, traz informações e dicas úteis para facilitar esse trabalho.
E para fechar com chave de ouro, você irá identificar no espaço escolar a importância da
participação do tradutor/intérprete em ações como: Capacitações, Formações, Avaliações,
Seminário e Atividades extra sala de aula comum. Pois, pouco se sabe como esse profissional deve
se comportar/atuar, em cada uma das funções citadas acima.

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Partindo dessa perspectiva e, para fundamentar este trabalho, foi colocada algumas
pesquisas qualitativas realizadas por meio de entrevistas e observações em uma instituição escolar
pública que possui o profissional tradutor-intérprete de língua de sinais.
Agora, sem mais delongas, seja bem-vindo(a)!!!!
Tire o máximo de conhecimento que puder. *\(@.@)/*

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1.Competência 01 | Conhecer o papel do Tradutor/Intérprete na escola.
Olha, por mais assustador que pareça, todo recomeço é sinônimo de esperança, de um
futuro melhor e mais feliz! Não permita que o medo do desconhecido seja tão assustador, ao ponto
de travar seus ideais!

Olha, antes de você iniciar com a leitura, tem uma pequena observação a ser
feita! Pensando em uma compreensão mais realista do papel do
tradutor/intérprete na escola e sua importância, algumas figuras foram
introduzidas na intenção de presumir sentimentos da pessoa surda na falta
desse profissional no âmbito escolar.

Perceba essa realidade na imagem abaixo! Note que os dois personagens, se sentem
perdidos, confusos e temerosos em meio às pessoas. Ao olhar para a figura, tente colocar-se no lugar
dos personagens, procure entender o que está acontecendo naquela cena, elabore apenas em sua
mente uma saída prática se estivesse nessa situação. Vamos lá!?

Figura 1 - Língua de sinais indígenas


Fonte: https://revistacenarium.com.br/historia-em-quadrinhos-retrata-lingua-indigena-de-sinais/
Audiodescrição da figura: Um casal de índio, encostando o dedo indicador e o médio no braço em forma de sinal
gesticulado. Ao lado esquerdo, quatro mãos gesticulando em língua de sinais e a direita, o mesmo número de mãos
repetindo os gestos.

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E aí, consegue se imaginar nessa cena? Não! Realmente, apenas com uma figura
ilustrativa, fica difícil né! E se, essa imagem for descrita para você como um conto de história, você
compreenderia com mais clareza? Melhorou! Pois bem, fique atento (a) às informações que se
seguirão, te levará para dentro da história. Está preparado? Sim!

E se fosse você?
Imagine que você é um desses personagens, em um lugar completamente desconhecido,
onde pessoas lhe interrogam o tempo todo. Detalhe, pode piorar! Você não domina o idioma dessa
região. Quais sentimentos são aflorados neste momento por você? Medo, incapacidade, angústia,
tristeza ou simplesmente incompreensão!? Lembra da frase inicial? Não deixe que o medo do
desconhecido te paralise!

Está curioso para saber o resto da história? Antes corre lá no podcast, que tá
top!
Depois volta aqui, que estou te esperando para dar continuidade…

Sei que você ama novidades!!! Então confere essa!


A imagem acima é baseada em uma história real, de uma tribo indígena que
faz uso da língua de sinais para se comunicar com os surdos da etnia terena. O
link abaixo representa um vídeo com alguns sinais usados por essa tribo.
https://www.youtube.com/watch?v=PlYAv0LB8xY&t=25s

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Figura 2 - Inclusão na escola
Fonte: https://www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: Desenho tirado de uma tirinha, o personagem principal é um garoto vestido de calça, camisa
pólo e jaqueta de listras, calçado com tênis, cabelos divididos para o lado direito do personagem, que está olhando para
frente. Em volta do garoto aparecem várias pessoas, entre eles mulheres com óculos escuros e de grau. Nesta mesma
cena, aparecem homens de paletó e gravata, alguns com barba e bigode, dois deles com óculos, escuro e de grau.
Ambas as pessoas aparentam estar se comunicando oralmente e o garoto se encontra no meio dessas pessoas, onde
parece não interagir.

Ao visualizar atentamente a figura 2, perceberá o olhar distante de um garoto, que se


encontra perdido em um ambiente, onde atitudes de pessoas o levam a crer não pertencer aquele
lugar. Essa imagem traz à lembrança de quando na Educação da pessoa surda aplicavam a modalidade
do oralismo, e revela um pouco da educação atual. Segundo Solange Maria da Rocha, a educação de

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surdos deu-se início durante o congresso de Milão, (conferência internacional de educadores de
surdos, em 1880). Consecutivamente, de 6 e 11 de setembro de 1880, o congresso declarou que a
educação oralista era superior, colocando em cheque a língua gestual. Não demorou muito para
aprovação de resoluções que proibiam o uso da língua gestual nas escolas. Devido a essa aprovação,
em 1880 escolas em países Europeus e Estados Unidos, mudaram para a utilização terapêutica do
discurso sem língua gestual como método de educação para os surdos.

“As narrativas sobre esse período, encontradas nessa produção, ora são descritas
somente como o triunfo do oralismo e a proibição da Língua de Sinais, ora são
descritas como distanciadas dos sentidos da educação geral dos anos cinquenta no
Brasil” (ROCHA, 2010, p. 15).

Caso deseje conferir de perto essas resoluções do congresso de Milão, o link


abaixo o levará para uma página, onde encontrará as resoluções tomadas no
congresso de Milão, juntamente com informações do ocorrido durante o
congresso.
https://www.libras.com.br/congresso-de-
milao#:~:text=A%20oitava%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20estabelece%20um
a,e%20implementando%20o%20m%C3%A9todo%20oral

Não pode passar despercebido que, nas conquistas da sociedade moderna, o ensino tem
procurado se adaptar e acompanhar as transformações, almejando melhorias na qualidade do
ensino, principalmente na área da inclusão. Uma dessas conquistas é a inclusão daqueles que
anteriormente foram ignorados ou segregados (separados). Com a inclusão, pretende-se uma escola
que promova a formação do indivíduo, muitas vezes que o segure pela mão, para que ele se torne
um cidadão ético, ativo socialmente e politicamente instruído.
Finalmente uma luz no final do túnel!!!

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Figura 3 - Aperto de mão
Fonte: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-fraternal-do-aperto-de-m%C3%A3o-no-estilo-pop-art-os-
amigos-agitam-as-m%C3%A3os-fundo-c%C3%B4mico-image123415729
Audiodescrição da figura: figura em quadrinho, simulando um aperto de mão.

Já se sentiu em um mundo completamente perdido, sozinho? Ficou aliviado por encontrar


respostas, ou por encontrar aquele ombro amigo que te ajudou a sair de uma furada? Ou por alguém
ter te segurado, não deixando você cair e nem se machucar? Se já se sentiu assim, bem-vindo ao
clube, pois uma grande parte das pessoas passaram ou irão experimentar essas experiências, melhor
dizendo essas sensações. Mas por que trazer à tona essas informações? Pelo motivo da imagem acima
está representando aquela ajuda que recebe quando menos espera, e também fazer uma ligação
para o ambiente escolar da pessoa surda.
Pois no Brasil, foram criadas leis para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de
surdos. A lei (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
assegura o ingresso de estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação no ensino regular, garantindo, assim, sua educação e inclusão.
É como se fosse o empurrãozinho que faltava para o estudante surdo, para o ensino
ocorrer de forma eficaz, fazendo necessário a presença de um tradutor-intérprete de Libras. Segundo
o Decreto nº 5.626 (BRASIL, 2005), está prevista a função do profissional intérprete de libras, em

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escolas privadas e regulares, isto é, onde existir um aluno surdo em sala de aula, é obrigatória a
presença do tradutor/intérprete de libras.
Fazendo uma observação, para que a informação chegue até você de forma completa,
segundo o primeiro parágrafo do Artigo 14 do Decreto 5.626 (BRASIL, 2005):

“Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput,


as instituições federais de ensino devem: [...] III - prover as escolas com: a)professor
de Libras ou instrutor de Libras; b) tradutor e intérprete de Libras - Língua
Portuguesa; c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua
para pessoas surdas; e d) professor regente de classe com conhecimento acerca da
singularidade linguística manifestada pelos alunos surdos; IV - garantir o
atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a
educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno
contrário ao da escolarização; V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão
de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola familiares,
inclusive por meio da oferta de cursos; VI - adotar mecanismos de avaliação
coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas,
valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade linguística
manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa; VII - desenvolver e adotar
mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras,
desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e
tecnológicos; VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de
informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de
nos surdos ou com deficiência auditiva. Decreto 5.626”(BRASIL, 2005).

A presença desse profissional é recente no país e sua função é traduzir e interpretar a fala
do professor ou pessoa, no exercício da sua funcionalidade para o estudante surdo por meio da Libras,
por servir como mediador linguístico, no processo de ensino/aprendizagem e a interação verbal entre
os envolvidos (estudante surdo/estudante ouvinte-professor/comunidade escolar).
Qual é o meu papel como tradutor/intérprete na escola?

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Figura 4 - O aparecimento da intérprete de libras
Fonte: https://www.letraria.net/?s=Kelly+Priscilla+L%C3%B3ddo+Cezar
Audiodescrição da figura: quadrinho em preto e branco, o primeiro quadrinho mostra a cena de um menino
aparentemente surdo, vestido com jaqueta de listra e camisa polo (o mesmo da figura 2), uma mulher com cabelos
preso por um lenço em formato de laço, vestida de camisa com manga e calça jeans, usando um colar. Ela sinaliza para
o garoto com um “oi” em LIBRAS ao tocar seu ombro com a mão direita. No segundo quadrinho, ela gesticula alguns
sinais rapidamente. Na última cena, o garoto e a intérprete estão conversando em LIBRAS.

O intérprete tem a função de mediador em sala de aula, devendo interpretar a aula, e não
a ministrar ao estudante surdo. “Seu papel é o de mediador da aprendizagem e não de agente”, de
professor (FILIETAZ, 2008, p.2).

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Atenção! Essas informações se aplicam para o profissional
tradutor/intérprete. O professor intérprete da língua de sinais, tem além
dessas funções a de ensinar e ministrar uma turma de estudantes.

Isso faz relembrar um pouco a história do INES, o primeiro registro indicando a presença
de intérpretes ocorreu na década de 1950, prática que fora realizada por professores de educação
física, voluntariamente:

“Há de se destacar o trabalho realizado pelos profissionais de Educação Física no


Instituto. Muitos deles se tornaram referências importantes para os alunos. A
proximidade comunicativa era tamanha que eles atuavam como intérpretes dos
alunos nas cerimônias realizadas na Instituição e em eventos particulares dos alunos.
No tempo em que a comunicação gestual era desestimulada nas salas de aulas, esses
profissionais de maneira espontânea, chamavam para si a responsabilidade de
garantir aos alunos os sentidos do que estava sendo dito em língua oral pelos
ouvintes” (ROCHA, 2009, p.78).

Onde entra o intérprete/tradutor da língua de sinais?

Como instrumento de coleta de dados, foi empregado um questionário estruturado, com


algumas questões divulgadas pela Revista Sinalizar, tal ferramenta buscou fazer um levantamento a
respeito da realidade do tradutor-intérprete de Libras (TILS) atuantes em escolas de ensino público e
regular. Buscando identificar o perfil dos entrevistados para descrever suas características, foram
feitas perguntas para descobrir: fatores motivacionais que os levaram a escolher a profissão de TILS,
as contribuições da profissão etc.

Dê uma pequena pausa agora! Sabe porquê? Tem uma videoaula a sua
espera, então corre lá e depois você volta aqui!

Tive uma brilhante ideia para que possamos interagir, foi elaborada uma dinâmica onde
será necessário que você siga algumas regrinhas!

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Preste atenção às seguintes regras...

Figura 05 - Tabela
Fonte: Elaborado pela autora
Audiodescrição da figura: Tabela com 03 setas azuis com informações em seu interior

Estou ansiosa para saber sua opinião! Há, saberei se você colar! Kkkk… Ok para
o jogo?! Simbora!!!! *\(0v0)/*
Espero sua resposta pessoal!
Obs: É para você ir ao fórum do AVA tá! Não se preocupe, só conta como
participação!

Quadro 1: Papel do tradutor-intérprete de Libras numa sala de aula regular

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Qual o papel do tradutor-intérprete de Libras numa sala de aula regular? Como ele atua
e auxilia nos processos de ensino/aprendizagem do estudante surdo?

TIL 1: Intermediar a comunicação entre o surdo e a comunidade escolar.

TIL 2: No ensino regular o intérprete realiza a comunicação entre o surdo e a


comunidade escolar. Segue o código de ética intermediando a comunicação entre surdo
e ouvinte. No contexto de sala de aula o intérprete deve assumir uma postura de
neutralidade sendo fiel ao conteúdo da comunicação. Entretanto na prática o intérprete
assume o papel de professor auxiliando o surdo no processo de ensino/aprendizagem
uma vez que o professor do ensino regular desconhece a singularidade do indivíduo com
surdez.

TIL 3: Intermediar a comunicação entre o surdo e a comunidade escolar, "o intérprete é


vazio".

Quadro 1 - papel do tradutor/intérprete de LIBRAS em sala de aula


Fonte: https://www.revistas.ufg.br/revsinal/article/view/56444/33771

No quadro, o papel do TILS em sala de aula, os profissionais entrevistados


aparentemente demonstraram ter a mesma opinião: referente ao desempenho do TILS em
intermediar a comunicação do aluno surdo com o professor e a comunidade escolar, de modo a atuar
como um profissional neutro. O TIL 3 afirma que o “intérprete é vazio”, algo mencionado por alguns
pesquisadores da área alguns anos atrás. Quadros (2004, p.29) afirma que, em uma sala de aula
inclusiva, “os professores são professores e os intérpretes são intérpretes”.
Ao responder, o TILS 2 faz a observação que, na prática, o profissional intérprete tem
executado a função de professor, auxiliando o estudante surdo. Além disso, revela desconhecimento
por parte do professor do ensino regular em função, a Libras, o não entendimento da função do TILS,
cedendo seu lugar de docente para o tradutor/ intérprete.

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Quadros (2004, p.61) afirma que “o intérprete assumirá somente a função de intérprete
que em si já se basta e caso seja requerido um professor que domine língua de sinais que este seja
contratado como tal”. A opinião geral dos entrevistados é que: O que importa para execução da
função de tradutor/intérprete é, estabelecer a comunicação do aluno surdo com a comunidade
escolar por meio da tradução-interpretação da Libras para a língua portuguesa e da língua portuguesa
para a Libras, e só!
Mas será que é apenas isso, que está envolvido? Aguçou sua curiosidade?! Então, fica
aqui grudadinho que continua…

Quadro 2: Participação do tradutor-intérprete de Libras no planejamento pedagógico


escolar

O tradutor-intérprete de Libras participa do planejamento pedagógico escolar?

TIL 1: Não, sua responsabilidade é fazer a comunicação entre surdos e ouvintes com
fidelidade.

TIL 2: Não. O intérprete deve ser neutro. Sujeito vazio. Sua responsabilidade é com a
comunicação entre surdo e comunidade escolar. Entretanto é dever do intérprete
informar à comunidade escolar questões relativas ao surdo: cultura e identidade para
uma melhor interação entre professor e aluno e para que o educador faça adaptações
curriculares. A comunidade surda e pesquisadores vêm refletindo o papel do intérprete
de sala de aula.

TIL 3: Não respondeu.

Quadro 2 - Participação do tradutor-intérprete de Libras no planejamento pedagógico escolar.


Fonte: www.revistas.ufg.br/revsinal/article/view/56444/33771

Conforme percebido nas respostas acima dos TILS 1 e 2, fica claro que ambos chegaram
a um denominador comum: a da não participação do profissional intérprete no planejamento
pedagógico escolar.

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É de suma importância prestar o seguinte esclarecimento: as aulas devem ser elaboradas
pelo professor, no entanto o profissional intérprete pode opinar sugerindo atividades, trabalhos que
possam facilitar a compreensão do assunto em questão para o (a) estudante (a) surdo (a). Criando
um ambiente de parceria entre o professor e o intérprete. Desta forma, ambos (professor/educador
e tradutor/intérprete) contribuíram para promover o aumento do desempenho do (a) estudante (a)
surdo (a).
Ainda que, por diversas situações, passe como invisível e isolado, o intérprete precisa
preservar sua postura profissional, manter-se firme, como facilitador e coadjuvante, dentro e fora da
sala de aula, no espaço de tempo que estiver executando sua função. (Lacerda, 2002; Gurgel, 2010;
Marcon, 2012; Festa, 2014).
Pois a presença desse tem grande significado e relevância no contexto educacional, onde
há necessidade de interação do surdo com o ouvinte. O facilitador em promover essa comunicação é
o profissional tradutor/intérprete da língua de sinais (TILS), construindo uma ponte de interação
entre o surdo e o ouvinte, de forma eficaz para o processo da comunicação, segundo Quadros (2004):

“O intérprete educacional é aquele que atua como profissional intérprete de língua


de sinais na educação. O intérprete especialista, para atuar na área da educação,
deverá intermediar relações entre os professores e os alunos, também colegas
ouvintes com surdos. Ser intérprete educacional vai além do ato interpretativo entre
línguas”(Quadros, 2004)

Pegando carona em uma parte da citação de Quadros, quando ela menciona: “Ser
intérprete educacional vai além do ato interpretativo entre línguas”, a grande responsabilidade
imposta a esse profissional. Ao mesmo tempo surgem dúvidas quanto ao preparo desses profissionais
do ensino regular. Será que estão preparados, para receber estudantes surdos em turmas da
educação básica? Observe as seguintes informações abaixo:

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Quadro 3: recebimento do estudante surdo em turmas regulares na opinião do tradutor-intérprete de
Libras

Para você, os profissionais envolvidos na educação estão preparados para receber o


estudante surdo?

TIL 1: Não, a educação inclusiva mascara as reais necessidades dos alunos surdos.

TIL 2: Não, pois há pouco interesse na inclusão social.

TIL 3: A estrutura do ensino regular não contribui.

Quadro 3 - recebimento do estudante surdo em turmas regulares na opinião do tradutor-intérprete de Libras


Fonte: www.revistas.ufg.br/revsinal/article/view/56444/33771

Sobre o preparo dos profissionais do ensino regular para receber estudantes surdos em
turmas da educação básica, os participantes entrevistados foram unânimes em responder que, os
profissionais da comunidade escolar não estão preparados, não sabem interagir em sala de aula com
estudante surdo, indicando ainda, que há ausência de interesse por parte de escolas e profissionais
na inclusão de estudantes surdos. Segundo as palavras dos TILS 1 e 3, isso ocorre porque a educação
inclusiva, da forma que está elaborada, "mascara as reais necessidades dos alunos surdos”, mas, será
que esse é o caminho, generalizando a todos os profissionais, taxando-os de ter uma postura
questionável na escola?
A resposta à pergunta acima é, claro que não! Assim, como qualquer profissão existe
aquele funcionário que não executa seu papel como deveria, por simplesmente não se importar ou
acomoda-se em sua zona de conforto achando que está perfeito e nada precisa ser melhorado,
também existe aquele excelente profissional que veio para somar, contribuindo para o
desenvolvimento e bom atendimento da empresa, com o tradutor/intérprete da língua de sinais não
é diferente. O que fazer para você não se tornar uma vítima de pensamentos que podem atrapalhar
seu progresso e impedir que execute plenamente suas atividades profissionais como deveria?

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Saia da zona de conforto!!!

Figura 5e 6- Liberdade

Figura 06 - Libertação
Fonte: https://www.letraria.net/?s=Kelly+Priscilla+L%C3%B3ddo+Cezar
Audiodescrição da figura: a figura 6, mostra os punhos algemados por algemas semelhantes ao tempo da escravidão. A
imagem 6, revela a libertação dessas correntes por destruí-las.

A figura acima mostra uma pessoa presa por algemas, na sequência a libertação das
algemas por sua destruição completa, o objeto que a (o) prende pode estar envolvido: pensamentos,
conceitos errôneos, que podem ser facilmente destruídos pela busca do conhecimento e a
descoberta do saber seu papel em sala de aula como tradutor/intérprete, saindo assim da zona de
conforto.
O intérprete deve estar sempre buscando conhecimento e se atualizando para obter uma
boa interpretação na sala de aula, pois nas diferentes disciplinas como, biologia, química, física,
filosofia existem termos específicos e alguns deles não tem sinais em libras, exigindo jogo de cintura
por parte desse profissional e segurança do que está fazendo, para não comprometer o desempenho
do estudante. Para isso, o intérprete deve ser um bom conhecedor dos significados, tornando de fácil
aplicação para os estudantes surdos, para que consigam combinar os sinais entre si.

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Fica a dica: Se o intérprete não souber o significado de alguns termos
específicos de alguma matéria, o melhor a ser feito, é perguntar ao professor
que ministra a aula, e assim transmitir o correto para o aluno. (Lacerda, 2002).

Salientando que para esse momento acontecer, o intérprete tem responsabilidade de


tomar partido em um diálogo aberto com professores, demonstrando humildade em assumir que não
entendeu (Quadros, 2004).

Se liga na função desempenhada pelo intérprete na escola!

Por outro lado, sabe-se que a tarefa de interpretar múltiplas disciplinas pode ser
exaustiva e difícil, pois para cada conteúdo o intérprete terá que buscar sinais enriquecendo seu
vocabulário, transmitindo o conhecimento de forma fidedigna (Lacerda, 2006; Sanchez; Teodoro,
2006).
Um ponto importantíssimo, o professor regente não deve ignorar em nenhum momento
em sala de aula o profissional tradutor/intérprete, pois o seu trabalho vai além de uma simples
tradução, por meio dele que será executado o elo de comunicação entre professor e educando surdo
(Lacerda, 2006).

“O trabalho do intérprete não pode ser visto apenas como um trabalho linguístico;
também é necessário considerar a esfera cultural e social na qual o discurso está
sendo anunciado, sendo fundamental conhecer o funcionamento e os diversos usos
da linguagem” (Lacerda, 2011, p. 21).

O fato é que o tradutor/intérprete precisa ter em sua bagagem, conhecimentos teóricos


e práticos que proporcionarão o intercâmbio no processo da aprendizagem. Conhecimentos estes,
que darão a capacidade de analisar os aspectos da comunicação entre professor e educando e se esta
comunicação alcançará os objetivos desejados, para que o estudante surdo obtenha um aprendizado
similar entre os ouvintes. Por esses motivos, a função do intérprete exige que siga alguns preceitos
éticos, como:

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Figura 07 - Infográfico 1- preceitos éticos
Fonte: Feito pela autora
Audiodescrição da figura: Um mapa mental com números e símbolos

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Como destacado pelo infográfico acima, existem alguns conceitos que o profissional deve
aderir em sua função como tradutor/intérprete. Pois o intérprete de libras tem a função de ser o
canal comunicativo entre o estudante surdo, professor, colegas e equipe escolar. Seu papel em sala
de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham língua e culturas diferentes,
priorizando a participação do educando no contexto da aula.
Lembrando que quanto a sua postura, o intérprete deve ter a consciência de que ele não
é o professor, e em situações pedagógicas limitam-se às funções comunicativas de suas áreas. O seu
contato com os estudantes surdos não poderá ser maior que o do professor de sala.
Sendo assim, cada profissional deve reconhecer seu papel nesse processo de inclusão
escolar, pois desempenham funções diferenciadas e ao mesmo tempo parecidas (Lacerda, 2002;
Quadros, 2004).
“É necessário que haja uma mudança de postura por parte do professor, que
também tem o dever, como educador, de auxiliar o intérprete da Língua de Sinais
em suas práticas. Se o professor não assumir práticas que favoreçam a atuação do
intérprete da Língua de Sinais, consequentemente, a compreensão do aluno surdo
ficará comprometida. Lacerda et al.” (2011, p.18).

Tanto o educador, quanto o tradutor/intérprete da língua de sinais, tem a missão de


auxiliar os estudantes surdo, para tornar essa tarefa mais agradável para todos, e leve para o
educando, é importante que ambos trabalhem em conjunto.
Você quer conhecer um pouco da história da educação do surdo?

Então se liga nesse vídeo, que conta a história de um menino chamado Jonas e
sua trajetória de vida emocionante. Link:
https://www.youtube.com/watch?v=ezwoNRdKgEI

E aí o que achou do filme? É bastante tocante, o filme conta a história de Jonah um jovem
surdo, que recebe um diagnóstico errado de retardo mental e leva uma vida repleta de frustrações,
até que seus talentos são reconhecidos. Me conta o que achou desse vídeo lá no fórum do AVA ok!?

Se você gostou dessa competência imagine a próxima, corre lá que está cheia de
novidades!!! \0/ \0/

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2.Competência 02 | Aprender a atuação do Tradutor/Intérprete na sala de
aula regular e o no atendimento educacional especializado-AEE.
Eita que coisa boa, essa competência está com cheirinho de cinema!!! Por isso, te convido
a sentar no sofá e comer um balde de pipocas amanteigadas! De tantas indicações de filmes
relacionados a essa competência, ficou com a cara do Oscar! Só que antes, você fará uma reflexão do
poema de José Carlos Sartori…

Para refletir:

Figura 08 - Inclusão
Fonte: https://www.pensador.com/frase/MTY2MDc4MQ/
Audiodescrição da figura: Imagem com fundo cinza e letras brancas, fim da audiodescrição.

Perceba como soa belamente esse poema, pois para haver inclusão é preciso reconhecer
que as diferenças existem e fazem parte do ser humano, não tendo como desassociá-las. Se deseja
uma sociedade acessível, onde a inclusão se torna uma realidade, vale lembrá-lo(a) que será
necessário um verdadeiro “trabalho de formiguinha”, já ouviu essa frase? significa que deverá
trabalhar com muito esforço e dedicação, igualmente as formigas. Para finalmente alcançar os
objetivos, sejam eles materiais, sentimentais ou por uma causa, como a inclusão que acontece
quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades.

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Olha, sei que o nosso papo tá ótimo!!! Mas que tal, conferir o podcast?!
Foi feito um super resumão, para facilitar o seu entendimento aqui, nessa
competência! Então tá esperando o que? Te encontro já, já, para darmos
continuidade ao assunto!

Ser diferente não é um problema!

Figura 09 - Rejeição
Fonte: https://www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: desenho em quadrinho, mostra um menino sem seus olhos, por trás dele silhuetas de
pessoas. Ainda na imagem três cartazes com a figura de mãos e riscos de X em cada um deles, fim da audiodescrição.

A imagem acima expressa as inúmeras entraves enfrentadas por pessoas com


deficiências, na busca pela educação escolar. Alguns tipos de dinâmicas que são impostas pelas
instituições educacionais, podem prejudicar ainda mais os estudantes com surdez, por sentirem-se
sem estímulos em seu potencial cognitivo, sócio afetivo, linguístico e político-cultural, causando
assim, perdas consideráveis no desenvolvimento educacional.

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Por outro lado, como é atuar com estudantes com surdez, em escolas comuns que
reconhecem e valorizam as diferenças? Os processos curriculares e pedagógicos devem ser feitos
visando atender a todas as diferenças, tornando a escola disponível para todos, com isso, tornando-
a verdadeiramente inclusiva. Pois, ser diferente não é um problema! Assim, para Mittler (2003):

A Inclusão implica uma reforma radical nas reformas em termos de currículo,


avaliação, pedagogia e formas de agrupamentos dos alunos em sala de aula. Ela é
baseada em um sistema de valores que todos se sintam bem vindos e celebra a
diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de
origem, o background social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência.
(MITTLER,2003, p 34)

Neste sentido, a proposta inclusiva demanda uma reforma na estrutura educacional que
deve acontecer desde a infância até a educação superior, dando para esse estudante desde cedo, a
oportunidade de fazer uso de recursos necessários para superar barreiras no seu desenvolvimento
educacional, desfrutando dos seus direitos escolares, usufruindo da sua cidadania. Com base no
princípio constitucional Brasileiro, a inclusão de pessoas surdas na escola comum requer que se
busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no
Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Segundo Dorziat (1998), o aperfeiçoamento da escola comum em favor da inclusão, é
primordial. Por esses motivos, é observado a necessidade dos professores conhecerem e usarem a
Língua de Sinais. Vale lembrar, que a utilização dessa língua não é o bastante para educar o estudante
surdo. Fica claro que a escola comum precisa acrescentar ações, que façam sentido para os
educandos com surdez e para os demais.

Seguindo essa linha de raciocínio, o link abaixo é um trecho do filme, A


Linguagem do Coração, onde conta os desafios de uma jovem freira, que
acredita no poder de transformar pessoas através do ensino, essa freira
enfrenta o desafio de educar uma pequena jovem surda e cega em meio às
oposições de alguns, entre outras dificuldades, que você irá conferir ao assistir
ao filme!!!
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Wnz-0BJ9TTo

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Então o que fazer, para ajudar o aluno surdo na sala de aula comum?

Figura 10, 11 e 12 - Atendimento Educacional Especializado (AEE).


Fonte: https://www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: Tirinha em preto e branco, o primeiro quadrinho mostra um garoto sentado em um sofá. o
próximo quadrinho, destaca um homem com barba e bigode gesticulando em língua de sinais. O terceiro quadrinho, o
mesmo homem apontando um controle remoto para a televisão, fim da audiodescrição.

Como destacado na figura acima, o trabalho pedagógico para estudantes surdos nas
escolas comuns, precisam ser desenvolvidos em ambientes bilíngues, no uso da Língua de Sinais e a
Língua Portuguesa pelo professor. E, como pode ser visto na imagem, o uso de recursos visuais como
a tv, pode facilitar o entendimento desse aluno. O indicado é a utilização de algumas horas diárias de
estudo, para a execução do Atendimento Educacional Especializado. Este atendimento é definido pela
Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, tendo como:

(...) função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade


que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional
especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
(BRASIL, 2008, p. 10)

27
Perceba que, na citação acima, é mencionado o Atendimento Educacional Especializado
como caráter complementar e/ou suplementar para o ensino regular, destacando sua importância
na formação do estudante que a frequenta. Neste espaço, serão trabalhados campos conceituais, os
quais darão bagagens para o estudante ter uma compreensão dos temas em sala de aula. Perceba
mais abaixo, detalhes no atendimento na sala do AEE.

Nessa competência, você pode encontrar vários recursos valiosos, a exemplo


disso, as videoaulas, que falando nisso já está na hora de dar uma olhadinha
na nossa videoaula dessa competência, vai lá conferir!

Momento Didático-Pedagógico: O Atendimento Educacional Especializado, sala (AEE)


para o ensino de Libras especializado.

Ressaltando que, o sistema de ensino tem o compromisso de ofertar para o estudante


com alguma deficiência, um Atendimento Educacional Especializado, como destacado na Resolução
nº 04 de 2009 do Conselho Nacional de Educação, em seu parágrafo único mostra que:

(...) os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos


globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do
ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas
de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional
Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos. (BRASIL, 2009, p. 1)

Cabe esclarecer que, o sistema de ensino sendo ele: municipal, estadual ou federal devem
organizar este tipo de atendimento mencionado na citação acima, que se inicia com o diagnóstico e
acompanhamento do estudante diariamente, em horário contrário ao da sala de aula comum. Este
trabalho é realizado pelo professor tradutor/intérprete ou instrutor de Libras. O atendimento deve
ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o estudante tem a respeito da Língua de
Sinais. O professor e/ou instrutor de Libras organiza o trabalho no Atendimento Educacional
Especializado, respeitando as especificidades dessa língua, principalmente o estudo dos termos
científicos a serem introduzidos pelo conteúdo curricular.

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O planejamento didático-pedagógico no Atendimento Educacional Especializado é
desenvolvido juntamente com professores que ministram aulas em Libras, professores de classe
comum e tradutores/intérpretes de língua de sinais. O planejamento coletivo inicia-se com a
definição dos conceitos curriculares, exigindo aos professores que pesquisem sobre o assunto a ser
ensinado.
Ha, vale lembrar que, a elaboração didática nesse espaço de ensino, implica o uso de
gravuras e referências que possam colaborar para o aprendizado dos conteúdos escolares e da sala
de aula comum. Precisam estar presentes na sala do Atendimento Educacional Especializado, os
seguintes materiais:

Figura 13 - Materiais
Fonte: elaborado pela autora
Audiodescrição da figura: Quadro com círculos de diferentes imagens e caixas azuis com informações em seu interior,
fim da audiodescrição.

O gráfico acima apresenta alguns recursos para o atendimento da pessoa com surdez, é
ideal que haja professores habilitados que tenham domínio da Língua de Sinais, nas diferentes
modalidades, etapas e níveis de ensino.
Pois o Atendimento Educacional Especializado em Libras fornecerá a base conceitual que
o estudante precisa para a execução dos conteúdos curriculares na sala de aula comum, ajudando-o
no aprendizado desse conteúdo. Para um bom resultado, os professores farão uso de imagens,

29
recorrendo a outras modalidades como por exemplo, teatro, filmes entre outros recursos quando o
assunto abordado for abstrato.
As atividades do AEE também são indicadas no documento da Política de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva:

(...) são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de


linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva.
Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado
com a proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional
especializado é acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem
monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos
centros de atendimento educacional especializado públicos ou conveniados. (BRASIL,
2008, p. 10)

Tais atividades são organizadas pelos professores, que devem registrar o desempenho de
cada estudante, juntamente com os conceitos estudados, fazendo uso dos instrumentos que
possibilitem monitoramento e avaliação e um deles é:

O Caderno de registro para o atendimento na sala do AEE.

O caderno de registro serve para os discentes e professores, para o estudante, quando


há necessidade de relembrar algum sinal, como se fosse um dicionário particular, e para o professor
servirá de acompanhamento desse estudante na sala do AEE. Este caderno deve conter sequências
de fotos e figuras ilustradas.
Ainda falando no acompanhamento do discente surdo, será necessário que em conjunto
os professores de Libras e da sala comum analisem o desenvolvimento dos estudantes, avaliando o
nível de domínio dos idiomas, LIBRAS e língua Portuguesa, o caderno de registro será de grande valia
( valor, importância) facilitando as informações necessárias para uma boa execução na assistência,
de valor profissional.

Conteúdo abordado pelos professores na sala comum e no Atendimento Educacional


Especializado:

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No atendimento da sala comum, a (o) professora(o) de Língua Portuguesa poderá focar
os estudos nos níveis: morfológico, sintático e semântico pragmático, ou seja, ajudando os estudantes
atribuírem, significados às palavras juntamente com a organização dessas palavras nas frases em
diferentes contextos, levando os estudantes a compreensão da estrutura gramatical através de
atividades diversas, procurando priorizar o conhecimento já adquirido de forma natural pelos
educandos surdos.
No Atendimento Educacional Especializado, o professor usará a metodologia de trabalhar
os sentidos das palavras de forma contextualizada, respeitando e explorando a estrutura gramatical
da Língua Portuguesa. Reforçando que, esse processo deve iniciar-se na educação infantil e
intensificá-lo na alfabetização dando prosseguimento no ensino superior.
Esse estudante surdo, precisa incorporar regras gramaticais da Língua Portuguesa em
textos feitos por eles. Para isso, ele precisará de uma ajudinha extra:

O Papel do Intérprete Escolar


Antes de qualquer coisa, para que você entenda melhor o papel do intérprete escolar,
veja na citação, quem é o profissional tradutor e intérprete de língua de sinais?

O profissional intérprete é aquele que interpreta a mensagem de forma “precisa e


apropriada” de uma língua para permitir que a comunicação aconteça entre as
pessoas que não usam a mesma língua, isto é, o profissional intérprete intermedia a
interação comunicativa (BRASIL, 2004, p. 79).

De acordo com a citação, o profissional tradutor e intérprete é uma pessoa fluente em


Língua de Sinais e necessariamente na Língua Portuguesa, conseguindo verter a interpretação
simultânea (Língua de Sinais/Língua Portuguesa) em tempo real. Sendo essa tradução escrita,
gesticulada ou por via oral (através da fala, por fazer a enunciação do surdo). Sendo assim é
necessário que esse profissional tenha:

O total domínio da compreensão do português na modalidade oral é considerado


tarefa difícil para os surdos. Por conta disso, esses geralmente, precisam de uma
terceira pessoa para mediar momentos comunicativos entre surdos e os ouvintes que
não compartilham da mesma forma linguística. Diante desse pressuposto, é
fundamental a figura do tradutor-intérprete de língua de sinais (LOPES, 2013).

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Nesse contexto, o profissional tradutor e intérprete de Libras torna-se cada vez mais
necessário no campo escolar, pois a presença destes profissionais é fundamental para a interação da
pessoa surda com os não usuárias da Língua de Sinais. Conforme o decreto n° 5.626, de 22 de
dezembro de 2005, regulamenta a formação de professores de Libras, para o ensino na educação
básica, ensino superior, cursos de licenciatura e Fonoaudiologia, o que abre um amplo espaço, para
a divulgação no modo de educar a pessoas com surdez.

Vamos quebrar o gelo um pouquinho?! Que tal você conferir um filmaço!!!


Olha o link que será deixado abaixo é do trailer ou seja, apenas um aperitivo,
digamos que é um incentivo para você assistir ao filme.
Link do trailler: https://www.youtube.com/watch?v=7eE-54iV8Q0
( trecho do filme A Família Bélier)

Há, tá bom, darei um spoiler: O filme conta a história de uma adolescente


CODA, que enfrenta alguns desafios por ter irmão e pais surdos. Mas não para
por aí, ela também interpreta conversas de seus pais com os vizinhos e outras
pessoas, papel não muito diferente de um intérprete em sala de aula. Só um
aviso, vale deixar um lencinho por perto, pois, trata-se de um filme que
desperta muitas emoções!

Qual é a diferença, da atuação do tradutor/intérprete e a do Professor de Libras?

E aí, você conseguiu descobrir? Olha, existe uma clara diferença entre as funções, o
tradutor/intérprete irá ser o mediador na comunicação entre os estudantes ouvintes. Já o professor
de LIBRAS será o responsável no ensino teórico da Língua de sinais, caberá também a esse professor,
o ensino prático deste idioma.

Atuação do tradutor/intérprete em sala de aula comum com o professor sem fluência


em Libras:

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Figura 14 - A intérprete
Fonte: https://www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: desenho de uma mulher fazendo de borboleta/pássaro, fim da audiodescrição.

Se você assistiu ao filme: A Família Bélier, com certeza irá associar essa imagem, a cena
quando a mocinha interpreta a música Louane - Je vole, para seus pais, em meio a uma equipe
avaliadora, é de arrepiar!
Bem, mas o que essa cena tem haver com esse assunto? É que, a função de
traduzir/interpretar é singular e implicará alguns desafios como: a atuação desse profissional em sala
de aula, palestra ou oficinas escolares, levando-o (a) à interagir com outros sujeitos, mantendo
relações interpessoais e profissionais entre, surdos e ouvintes.
Todavia, conforme a Secretaria de Educação Especial, apenas dominar essa língua não
garante ao tradutor-intérprete o título de profissional qualificado, para execução da função, visto que
o mesmo obrigatoriamente deve ter qualificações específicas, para atuar como tal (BRASIL, 2004).
Além disso, sua função como tradutor/intérprete, estende-se no momento de atividades avaliativas
escritas a serem realizadas pelo estudante surdo (provas), que o intérprete tem o dever de traduzir
todas as questões da língua falada para LIBRAS. No transcorrer da prova, o estudante só poderá fazer
perguntas relacionadas às palavras que venha a ser desconhecida para ele, na à Língua Portuguesa.

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Em hipótese alguma, não é permitido que o profissional sugira respostas ao aluno. Caso o surdo faça
essa requisição, sem cogitar o intérprete deverá esclarecer que somente será realizada a tradução
para a Libras (BRASIL, 2004).
Em âmbito escolar, o tradutor-intérprete assume papéis decisórios na inclusão desse
educando surdo. Pois com ausência desse profissional segundo a Secretaria de Educação Especial faz
com que:

a) os surdos não participem de vários tipos de atividades (sociais, educacionais,


culturais e políticas); b) os surdos não conseguem avançar em termos educacionais;
c) os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros, reuniões, etc. d) os
surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas na língua falada
sendo, portanto, excluído da interação social, cultural e política sem direito ao
exercício de sua cidadania; e) os surdos não se fazem “ouvir”; f) os ouvintes que não
dominam a língua de sinais não conseguem se comunicar com os surdos. (BRASIL,
2004, p. 28 e 29).

Observando a citação acima mais de perto, dá para entender a importância da presença


do tradutor-intérprete em sala de aula, que propiciará condições igualitárias para o estudante surdo,
dando acesso ao que o professor está falando, evitando a desigualdade. Partindo desse pressuposto,
o profissional, torna-se um real contribuinte na acessibilidade, porém sozinho, não consegue
concretizar de forma efetiva o processo inclusivo. Como isso pode ser possível? Observe o quadro
abaixo:

Quadro 1 - situação vivenciada na sala de aula.


Fonte: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tradutor-interprete

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Perceba, que na sala de aula foi observado o papel desse profissional, voltado
principalmente para a tradução da fala do(a) professor (a), em sala de aula, também foi levado em
consideração as atuações exercida pelo(a) intérprete em outros ambientes como: espaços escolares,
palestras ocorridas no pátio e situações na sala de recursos multifuncionais.
Ah, uma informação importante, a posição profissional do tradutor/intérprete é de frente
aos estudantes surdos, onde eles possam facilmente visualizá-lo. A atuação de forma profissional do
intérprete de língua de sinais, permite o acesso não só a saberes, mas ao direito dos surdos à
educação pois visa ir além de simplesmente traduzir uma palavra, frase ou texto, como citada em
Cora Coralina:

Figura 15 - Frases
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/483714816225375632/
Audiodescrição da figura: Imagem com fundo branco e letras pretas em diferentes fontes e tamanhos, fim da
audiodescrição.

Muitas vezes para ajudar o próximo, requer colocar-se em seu lugar, tentar entender suas
dificuldades e sentimentos, ser Tradutor/ Intérprete de Língua de Sinais não é diferente, é tocar
corações, por traduzir mundos, mergulhar profundamente incorporando a pessoa surda por um
breve momento, para conseguir falar, expressando-se do jeito Surdo.

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Se você quer entender melhor o mundo da pessoa surda, deixarei aqui o link de
uma página online, que dá sugestão de vários filmes que irão te ajudar.
Link: https://www.librasol.com.br/10-filmes-para-quem-quer-entender-
melhor-sobre-surd/

Que tal me contar um pouco do filme que você assistiu? Se você assistir algum filme,
sugerido na página do link deixado acima, me conta o que achou, no fórum do AVA dessa
competência, ok!? Te espero lá!

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3.Competência 03 | Desenvolver ações inclusivas para comunidade
escolar.
Poderia iniciar essa competência, falando de cara o que é inclusão ou como deveria ser
uma escola inclusiva! Mas não vou fazer isso, sabe por quê? Prefiro que antes de qualquer coisa, você
reflita sobre o assunto, e por um momento se coloque no lugar do outro. Então, essa competência se
iniciará com as seguintes palavras…
“Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o pensamento,
refletindo, construindo e constituindo-se de amor e respeito pelas diferenças. Aprender Libras é
respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar.
Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as
aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fugaz... apenas um
Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” LUIZ ALBERTO B. FALCÃO
A abordagem sensível e humanizadora da leitura que acabou de fazer, é com a intenção
de agregar valores, com a conscientização de que, como mencionado por Paulo Freire é: “A
decifração do mundo, dificultada pela ideologia; é esse ir além das aparências, atrás das máscaras e
das ilusões, pagando o preço da crítica, da luta, da busca, da transgressão, da desobediência, enfim,
da libertação”(Freire, Paulo, 1921).
A conclusão para chegar a uma copreenção do que é inclusão, sai da esfera do conceito
da discriminação da pessoa invalida ou deficiência, e parte para o respeito de ser diferente,
despertando oportunidades para essas pessoas com sudez, trazendo formas diferentes de interações
com o mundo. E consequentemente perspectiva de ter seu direito linguístico, expressão, percepção
e interação com o meio, respeitados enquanto cidadãos, por suas interações participativas através
da LIBRAS, que é reconhecida como sua língua materna, como destacada na figura abaixo.

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Figura 16 - Liberdade de expressão
Fonte: //www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: desenho de pessoas conversando em libras, fim da audiodescrição.

Com a imagem acima em mente, se desenvolverá o assunto da inclusão nas escolas,


destacando a relação entre ouvintes e surdos em uma proposta bilíngue Língua de Sinais (L1-primeira
língua) e Língua Portuguesa (L2-segunda língua). Como perceptível na ilustração acima, há uma
interação entre professores, estudantes e colegas da comunidade escolar. Daí, vem a seguinte
pergunta em mente: com a proposta da inclusão, entra em ação? Quais são os obstáculos enfrentados
por estudantes surdos e demais envolvidos? Sim, você terá a resposta para essa pergunta no
transcorrer dessa competência. Mas para um entendimento completo, que tal entender toda a
história?!

Deixa te contar a história de quando tudo começou…

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Antes de te contar como essa história se iniciou, que tal, ir lá no podcast e
conferir o que te aguarda?!

Essa história tem o início muito sofrido, pois os surdos passaram por diversos tipos de
preconceito e crueldade, foram tratados como completos incompetentes ao ponto de não poderem
se casar ou por ficarem isentos de receberem herança, até o fato de serem sacrificados de maneiras
penosas e era imposto trabalho como, bobos da corte, segundo alguns padrões religiosos, os surdos
não tinham alma mortal, devido a isto, não eram capaz de proferir os mandamentos divinos.
No transcorrer dos anos, as pessoas surdas passaram por um novo desafio, em que sua
audição foi estimulada com intuito de lhes fazer ouvir, por imporem sons com o intuito de falarem.
Acreditava-se que, com isso, os surdos estariam ‘preparados’ para serem incluídos na sociedade.
Que bobagem! Pois, a inclusão da pessoa surda não é um fator único, onde apenas estar
envolvido as pessoas que apresentam necessidades educativas, tem muito mais, também diz respeito
às famílias, professores, funcionários e toda comunidade escolar, em construir uma sociedade justa
e igualitária.
Voltando ao conhecimento histórico, no ano de 1880, no Congresso de Milão na Itália,
foram reunidos os intelectuais da época, em um evento que teria consequências questionáveis para
as comunidades surdas do mundo todo, onde proibiram terminantemente o uso da língua de sinais
nas escolas, nesse momento foi obrigado aos surdos, fazerem uso da língua oral, mesmo com a
imposição da comunidade científica da época a línguas de sinais, ou linguagem gestual, como eram
conhecidas, foram definitivamente eliminadas das práticas educacionais e sociais dos surdos.

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Figura 17 e 18 - Propagação do oralismo
Fonte: //www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: A primeira imagem um garoto observa com o ar de admirado o professor ensinando para
quadro meninos surdos a falar. Em seguida, um cartaz com a seguinte frase: campanha do oralismo, ao lado uma
representação do planeta com placas contendo desenho de bocas, fim da audiodescrição.

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Figura 19, 20 e 21 - Fim da LIBRAS
Fonte: www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: O primeiro quadrinho, encontra-se um cartaz colado na parede com o aviso: fim das escolas
de ensino de língua de sinais! Viva o oralismo puro! No quadrinho seguinte mostra um jornal com a matéria em
destaque: surdez abolida! A última imagem, quadros jovens aprendendo o oralismo, fim da audiodescrição.

Uma história que teve o início marcado pelo sofrimento em consequência da opressão e
falta de conhecimento por parte dos ouvintes, consequentemente uma educação divergente, pois
em um certo momento ensinava-se a língua gestual e em outro, era através da imposição do oralismo.
Eram tempos difíceis para as pessoas surdas, que tiveram problemas reais, sendo arrastado por
séculos sem uma definição concreta de um ensino eficaz, como é demonstrado nas figuras acima.
Iniciando um novo capítulo, Charles-Michel de l'Épée dedicou-se exclusivamente à
educação da pessoa surda, foi um grande defensor da língua de sinais, fazendo uso dos sinais em
trabalho para os surdos. Seus métodos de ensino influenciaram novos educadores em consequência
disso veio a criação de novas escolas no mundo todo, que divulgaram a língua de sinais e
consecutivamente fizeram história, ganhando credibilidade, fundamentado o ensino em bons
resultados. Com essas mudanças, foi percebido que…

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Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas...
Que já têm a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
Mesmos lugares...
É tempo da travessia...
E se não ousarmos fazê-la...
Teremos ficado... para sempre...
À margem de nós mesmos... O tempo é algo
Que não volta atrás… (Fernando Teixeira)

Como diz Fernando Teixeira, “esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares…” (Fernando Teixeira, 1946-2008). Foi percebido que, a metodologia do Oralismo
não levaria a lugar nenhum, só faria cometer os mesmos erros, com isso, veio a necessidade de
elaborar leis, que garantisse o acesso permanente da educação dos surdos. Surgiu a Constituição de
1988 que em seu artigo 208, define à inclusão de alunos especiais, preferencialmente, na rede regular
de ensino.
Não parou por aí, na cidade espanhola entre 7 e 10 de junho de 1994, houve uma
Conferência em Salamanca, onde foi discutido de forma sistemática, conceitos escolares inclusivos.
Nesse evento, veio a existência da Declaração de Salamanca. Mas qual era o objetivo da criação da
Declaração de Salamanca?
Era o de desenvolver trabalho pedagógico de qualidade, estendida a todos do sistema
regular de ensino. De acordo com a Declaração, que fora estabelecida durante a conferência, o
estudante que apresentasse dificuldades escolares, seria considerado com necessidades educativas
especiais, cabendo a escola adequar-se às especificidades de cada estudante.

Sei que o nosso papo tá ótimo!!! Mas é necessário, você dar uma paradinha
agora,e ir conferir a videoaula!

Na atualidade, o que se tem conquistado?

Já é perceptível um grande avanço na integração do estudante surdo em classe comum,


é uma conquista que tem acontecido através de muito estudo, trabalho e dedicação de todas as

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pessoas envolvidas. Você pode entender melhor as informações, por assistir ao vídeo, Linha do
Tempo: Educação Inclusiva.

Que tal, entender um pouco mais da história sobre a inclusão, e como isso tem
ocorrido no Brasil? Então clica aqui no link
https://www.youtube.com/watch?v=a4Ntfg98xlY

E aí, gostou do vídeo? Se você assistiu irá perceber, que a inclusão no ensino regular vai
além de criar vagas e proporcionar recursos materiais, requer que a escola assegure igualdade de
oportunidades a todos os estudantes, contando com professores capacitados e comprometidos com
a educação de todos.

Como isso pode ser possível?

As atividades criadas pelo educador, em sala de aula comum, precisam ser agradáveis e
significativas. Assim, a proposta de educação bilíngue, ou bilingüismo, como é comumente chamado,
terá cumprido seu objetivo, que é desenvolver aspectos cognitivos e linguísticos, de acordo com a
capacidade da criança surda exposta à língua de sinais e portuguesa.
Porém não é só ofertar educação para o surdo, esse ensino precisa ser de qualidade para
todos os estudantes surdos. Isso só será possível se a escola for articulada, capacitada, preparada, e
adaptar os professores para obter melhores resultados, pois a inclusão não é só colocar o estudante
em uma classe comum, sem dar atenção às suas necessidades específicas, prestar suporte ao
professor e a escola para colocar em prática sua ação pedagógica.

De que forma isso acontece na escola?

Um passo inicial é por: formação do professor, pois é de grande importância conhecer as


dificuldades, características, desenvolvimento e obstáculos que será trabalhado na inclusão desse
aluno, tornando necessário conhecer melhor esse estudante, para que seja feito um trabalho para a
igualdade. Sabe-se que a inclusão de alunos surdos se apresenta como um desafio para a maioria dos
educadores e profissionais da educação pois, a escola que recebe o aluno com deficiência auditiva,

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precisa adotar o modelo bilíngue de educação, para que esse aluno tenha a oportunidade de adotar
a língua de sinais como sua primeira língua, e sucessivamente lhe possibilitando um melhor
desenvolvimento linguístico no seu desenvolvimento afetivo, social e cognitivo.
E segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº. 9.394/96,
determina que, os estudantes com necessidades educacionais especiais devem estar incluídos a
serem atendidos em salas de ensino regular; fazendo referência a importância e urgência da inclusão
ser promovida no ambiente educacional como elemento transformador da sociedade. Nessa nova
perspectiva na área da educação inclusiva, o termo “especial” sai do estudante, para assumir outra
forma, conforme destaca Edler Carvalho.

“Especiais devem ser consideradas as alternativas educacionais que a escola precisa


organizar, para que qualquer aluno tenha sucesso; especiais são as estratégias que a
prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem” (Edler
Carvalho, 2004, p. 17).

Isso só é possível, quando a escola se torna adaptável, abrindo as portas para o estudante,
fazendo se sentir integrado(a), por sua vez, deve existir nesse espaço professores que sejam atuantes
no papel de mediador. Uma escola onde a igualdade e os direitos sejam respeitados. Desse modo, a
inclusão para o estudante surdo será uma prática natural, onde é priorizado o acesso a sua língua nas
atividades, que contém estratégias diferenciadas atendendo ao seu direito constitucional de acesso
e usufruto com uma educação de qualidade.
Para que isso flua, é preciso reconhecer que a presença do Tradutor/Intérprete tem como
objetivo tornar os conteúdos acadêmicos acessíveis ao estudante surdo em sala de aula, e por sua
vez, esse profissional deve entender que, a ideia central não é apenas traduzir conteúdos, e sim,
torná-los compreensíveis para o aluno. Deste modo, fica claro que, alguém para trabalhar em sala
de aula deve desenvolver uma relação no cotidiano com esse(a) estudante surdo(a), não pode fazer
sinais interpretando de forma aleatória, sem se importar se está fazendo sentido para o estudante.
Pois ser um bom intérprete é saber interpretar e aceitar que é melhor…

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Figura 22 - ser intérprete é saber tornar compreensível o incompreensível.
Fonte: https://www.pensador.com/frase/MTY2MDc4MQ/
Audiodescrição da figura: Imagem com fundo cinza escuro com um texto com letras em caixa alta, na cor branca, fim da
audiodescrição.

Fica claro que, não se trata de simplesmente interpretar e ponto! Pois, se não for para
dar sentido, fazendo somar em conhecimento, para o estudante surdo, é bem melhor que não o faça.
Para que venha existir, uma inclusão real, e não fique só na teoria, deve ficar garantido os direitos
do estudante com surdez nas instituições escolares em todos os níveis de ensino, para ele ofertadas,
havendo obrigatoriamente, professor bilíngue ou na falta deste, tenha o profissional intérprete que
lhe venha em auxílio, o ajudando na execução de todas as disciplinas. Segundo SÁ, o que é primordial
para capacitar uma pessoa a interagir com os outros é:

“(...) ter uma linguagem interna viva, que propicie o uso sem barreiras de uma
comunicação espontânea e rica, e que possibilite o suporte necessário ao
desenvolvimento e a ampliação da sua cognição e da sua subjetividade” (SÁ, 1999,
p.98).

Com base na citação acima, fica nítido a inegável contribuição do intérprete da língua de
sinais em sala de aula, uma vez que sua presença abre um leque de oportunidades participativas para
(a) estudante surdo(a), fazendo com que sejam proporcionadas possibilidades educacionais ao

45
discente e, com isso, validando o seu direito público e subjetivo à educação. É claro que o
tradutor/intérprete por si só, jamais será sinônimo de inclusão educacional. No entanto, sua ausência
dificulta todo o processo de ensino e aprendizado, podendo refletir em questões de cunho social já
que necessitam de comunicação. A escola inclusiva deve ter a seguinte compreensão:

Ser diferente, não é ser inferior!

“O princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da


comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós
abandonamos a ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir
para o mundo” (KUNC, 1992 apud CÂNDIDO, 2009).

A educação inclusiva valoriza a diversidade, respeitando aquele que é diferente e não o


tratando como um ser inferior, pois cada indivíduo possui singularidades que lhes são únicas e que
as unidades escolares precisam se adaptar a elas, focando em pedagogia que atenda a todos sem
parcialidades.
Para isso acontecer, torna-se extremamente necessário que, as pessoas envolvidas no
processo educacional façam um esforço, se livrando de modelos pré determinados da figura do
estudante “normalzinho” e entendam de uma vez por todas que, o estudante surdo pode fazer suas
próprias elaborações, descobertas e como qualquer estudante, pode tomar suas próprias decisões.

46
Figura 23 - O mundo em suas mãos.
Fonte: //www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: Um menino com o globo terrestre em mãos, fim da audiodescrição.

A imagem acima parece bem sugestiva, quando são atendidas as necessidades de


transformação, como: preparação dos recursos humanos, adaptação do currículo escolar,
complementações curriculares, entre outros, isso contribuirá para que esse estudante amplie sua
visão de mundo, podendo planejar o seu próprio desfecho para um futuro melhor. Como já citado
aqui, a educação inclusiva vai além da presença física do estudante no ensino regular e:

“[...] Não é aquela que só aceita as diferenças, mas faz da diferença uma maneira
distinta de expressão e de operacionalização do mundo, na qual, compreender
pessoas com NEE significa entendê-las a partir de seu próprio marco de referência.
Não basta reconhecer e aceitar a diferença. Há que se transformar a ação e a
experiência variadas em algo que amplie a nossa visão de mundo no sentido de uma
atitude cidadã em respeito às diferenças. Brasil” (2005, p. 32).

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Neste contexto, para a escola fazer a diferença, ela também precisará rever
procedimentos, repensar as avaliações, capacitar seus profissionais, fazer adaptações didáticas
pedagógicas e físicas. Também não poderá esquecer de fazer adaptação do espaço escolar, para o
acolhimento dos estudantes com deficiências, lembrando que cabe a cada escola diagnosticar,
conhecer sua realidade e fazer as mudanças necessárias em seu ambiente educacional.

Ficou com gostinho de quero mais? Que tal conhecer um exemplo de escola
inclusiva?!
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=7XbacHWtfNE
Este link, te mostrará algumas formas usadas pela escola para incluir o
estudante surdo e fazendo ele se sentir parte da comunidade escolar.

Chegamos ao final dessa competência, só que antes de você correr para próxima
competência, o que acha de registrar sua opinião no fórum do AVA desta competência, por escrito,
do que achou desse vídeo que acabou de assistir? Então tá massa, te espero no AVA!

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4.Competência 04 | Identificar no espaço escolar a importância da
participação do Tradutor/Intérprete em ações: capacitações, formações,
avaliações, seminários, atividades extrassala de aula comum.
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria
e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos” (Charles Chaplin).

Em algum momento da sua vida você já ouviu essa frase! Aqui não é palco de teatro, mas
saiba que essa profissão tem muito haver com o profissional Tradutor intérprete, sabe como? Deseja
saber, como o verso inicial se relaciona com essa competência? Então se liga nas informações que se
seguirão, sem pular nenhum parágrafo, combinado!?

Figura 24 - A intérprete de LIBRAS


Fonte: https://www.letraria.net/voce-disse-libras/
Audiodescrição da figura: mulher negra de cabelo curto gesticulando com a mão, fim da audiodescrição.

Sobre a atuação do intérprete, os estudos têm indicado que os papéis assumidos são bem
diversos e muitas vezes se sobrepõem aos papéis do professor, ou seja, o intérprete de língua de

49
sinais é quase um ator onde seu palco irá variar segundo sua funcionalidade. Você entenderá um
pouco sobre o papel desse profissional em: capacitações, formações, avaliações, seminários,
atividades extra sala de aula comum.

Antes disso, que tal dar uma conferida no podcast?!


Tenho certeza que irá clarear suas ideias, te ajudando no entendimento dessa
competência!

Você deve ter notado na figura acima, a boa postura da intérprete, a boa colocação e
direcionamento das mãos, embora exista alguns adereços, mas esses são discretos. Por quais motivos
trazer essas informações à tona? Para focar na atuação e postura do intérprete da área educacional
e ensino fundamental. Pois, como dito por Fernandes, o roteiro…

“(...) e os caminhos de atuação em sala de aula devem ser interativos não apenas no
que se refere ao aluno e ao professor, mas inclui o intérprete, visto que ele não é
apenas um elemento facilitador de comunicação, mas a chave para que a
comunicação se estabeleça. Assim, é necessário que sua parceria com o professor
seja consistente o suficiente para que os objetivos sejam alcançados” (FERNANDES,
2003, p. 85).

O papel do profissional Tradutor e Intérprete, vai além de interpretar, exige que tenha
desenvoltura, criatividade e seja dinâmico. Para que isso funcione, é necessário que assim como
qualquer profissional, o intérprete/tradutor da língua de sinais, passe por formação.
Participação do intérprete em formações:
As formações, em prol da educação, habilitará esse profissional para o seu bom
desempenho, em sala de aula, no ensino comum ou em escolas especiais. As formações ainda tem
outra função, como multiplicador de cursos de intérpretes. Ronice de Quadros 2004 p.48, pontuou
que: “Que os programas de formação incluam um estudo sistemático de ambas as línguas”. Com esse
viés em mente o Ministério da Educação…

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“(...) preocupado com essa problemática desenvolveu em novembro de 2001 uma
capacitação de professores intérpretes do Programa Nacional de Apoio à Educação
de Surdos, vinculado ao INES e FENEIS – em Brasília. DF. Mato Grosso do Sul foi
representado por duas professoras que atuavam como intérpretes, Cristiane Ribeiro
Albres e Jussara Linhares Granemann Cardoso,pretendendo que estas se tornassem
agentes multiplicadoras, para que outros intérpretes do estado de MS recebessem a
capacitação. A segunda etapa realizou-se no Instituto Nacional de Educação dos
Surdos – INES, Rio de Janeiro em 2002” (ALBRES, 2005).

Naquele momento o objetivo da formação era capacitar intérpretes para a rede pública
de ensino. Com isso, foi feito um estudo por Kelman (2005) com o objetivo de descrever os papéis
que o intérprete assume em contextos educacionais inclusivos, foi formulado uma lista com Onze
papéis diferentes atribuídos ao tradutor/intérprete:

1. Ensinar ao surdo a língua portuguesa como segunda língua;


2. O ensino da própria língua de sinais, aos surdos;
3. Ensinar, a língua de sinais aos alunos ouvintes, facilitando a comunicação entre os alunos;
4. O intérprete se torna responsável pela adequação curricular, que acontece em forma de
omissão de alguns conteúdos, pois alguns professores relatam que os alunos ouvintes
ficam inquietos ao precisarem esperar pelos alunos surdos;
5. O papel de participar do planejamento das aulas;
6. No momento da interpretação, fazer a junção com o professor regente, para que o
conteúdo seja ministrado da melhor forma possível para os surdos;
7. Identificou que o intérprete deve orientar habilidades de estudo dos alunos surdos,
explicando detalhadamente os exercícios e conteúdos trabalhados, assegurando-se de
que houve entendimento por parte do aluno;
8. Estimular a autonomia desse aluno;
9. O papel do intérprete é de estimular e interpretar a comunicação entre colegas surdos e
ouvintes;
10. O intérprete deve utilizar a comunicação multimodal, ou seja, usar diversos canais de
comunicação para garantir a compreensão de significados;
11. O intérprete deve promover a tutoria, orientando o surdo na organização de suas
atividades acadêmicas.

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Com essa lista de critérios, entende-se a importância das formações, para que esse
profissional possa atuar, como tradutor e intérprete da língua de sinais, implicando a necessidade de
formações, pois há muito em jogo quando se pensa em traduzir e interpretar. Entende que, esse
processo instrutivo não pode se restringir apenas à teoria e nem apenas ao ensino das línguas.
A formação de profissionais tradutores/intérpretes deve acontecer também na prática
visando construções de sentidos. Logo entende que, os cursos voltados à formação de profissionais
da tradução e interpretação, têm a responsabilidade em possibilitar aos estudantes, reflexão teórica
sobre sua prática, assim como o reconhecimento dos processos interpretativos.
Porém, não pode passar despercebido que, ao longo do tempo, as formações vêm se
tornando cada vez mais especializadas. A partir do ano de 1930, a questão pedagógica tem ocupado
uma posição central, e esses profissionais passam a perceber a necessidade de se formar em
institutos próprios para exercerem a profissão.
Com a política de formação em jogo, foi intensificado a partir do ano de 1996, em meio a
um debate e posterior aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394/96, a
importância da formação de professores para o nível superior, estabelecendo que tal formação,
acontecesse em Universidades ou Institutos Superiores de Educação. Em curso atualmente vigentes
no Brasil, como: Letras/Libras Licenciatura, Bacharelado e o curso de Pedagogia/Bilíngue.
As Formações têm outro objetivo, conscientizar profissionais da rede de ensino que:

“Nada mais vazio que um ser humano que se considera sábio. Nada mais impotente
que os presumidos sábios. Nada mais potente e afirmativo que um ser humano que
se sabe ignorante. O gesto de Sócrates é impressionante: nada é o que parece. Ao
contrário, as coisas são opostas ao que parecem: a ignorância sabe, o saber ignora; o
ignorante sabe; o sábio ignora. Tamanho sacrilégio. A ignorância não é o que parece,
somente uma negatividade, pode ser todo o contrário, a afirmação que torna
possível o saber, o pensamento, enfim, uma vida digna para os seres humanos”
(Kohan, 2009, p. 25-26).

Dá para entender com a citação acima, a real importância da formação, pois ninguém
sabe por completo de tudo, sobre tudo! Diante da busca de mais informações e consequentemente
do conhecimento, deixarei um link com a indicação de um livro, para que você tenha mais conteúdo
de pesquisa sobre esse tema.

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link do livro: O tradutor e interprete de língua brasileira de sinais e lígua
portuguesa, http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf
Indicação do livro, Libras em estudo: formação de profissionais.

Já que você está por aqui, que tal dar uma olhadinha na nossa videoaula? Está
demais, tenho certeza que vai te ajudar muitoooo!!! No assunto que se
seguirá!

A participação do Tradutor e Intérprete em Capacitações…

Para que a escola atenda à diversidade de estudantes considerando as suas diferenças


individuais e implicações pedagógicas, para uma elaboração do planejamento e implantação de
propostas de ensino eficazes é necessário capacitar.

“A maneira mais rápida e eficaz de melhorar a capacidade profissional dos


professores é realizar programas especiais de capacitação docente, de fácil acesso,
associados ao adequado esquema de incentivos. Um bom exemplo seria um
programa de educação à distância combinado com serviços de assessoria
profissional, como parte de um plano de estudos que leve à obtenção de certificado
profissional” (CEPAL/UNESCO, 1995, p. 259).

Neves e Arruda (2007) revela que a escola enfrenta dificuldades em trabalhos


pedagógicos para o estudante com deficiência, a partir desses fatos evidencia, a grande necessidade
de capacitações dos profissionais, para adquirirem habilidades de construir uma relação pedagógica,
que dê conta em atender à diversidade de seus estudantes. Sob esse aspecto, o professor é motivado
a produzir mais, a preparar aulas inovadoras, a estar preparado para a diversidade, uma das
estratégias do mercado é a especialização de seus profissionais.

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Figura 26, 27 e 28 - Dinâmica no ensino
Fonte: www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: A primeira figura se encontra ao lado superior esquerdo, destaca um homem com
barba, bigode e careca ele sinaliza para as pessoas da imagem central, que contém um rapaz e três moças,
que se viram em para olhar. A última imagem fica no canto inferior direito, onde o mesmo homem faz o sinal
de vamos, fim da audiodescrição.

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A imagem acima, configura uma cena onde o professor Tradutor Intérprete de língua de
sinais capacitado, elaborou uma aula dinâmica, onde todos os estudantes estão participando.
Um claro exemplo de aula capacitada, é o CAS, (Centro de Capacitação de Profissionais
da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez: uma política do MEC) que consiste na
capacitação e formação de profissionais como: Instrutores de Libras, professores de surdos,
intérpretes de Língua de Sinais/Língua Portuguesa e professores de Língua Portuguesa para surdos
que irão atuar com pessoa surdos na rede de ensino.
São oferecidos cursos por profissionais habilitados, com a metodologia da Libras em
Contexto. Esses profissionais, Tradutores/Intérprete se tornam agentes multiplicadores, e com isso,
o CAS contribui diretamente com a inclusão dos estudantes surdos, por garantir profissionais
capacitados para um trabalho na rede pública de ensino, como Tradutores/intérpretes.
Em avaliações, seminários, atividades extra sala de aula.

Figura 29 - Intérprete em avaliação.


Fonte: www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: um homem está gesticulando em língua de sinais, enquanto a mulher fala, fim da
audiodescrição.

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Você já se perguntou qual é o papel do Tradutor/Intérprete da língua de sinais, nas
avaliações na sala de aula? Para responder a essa pergunta, é necessário que conheça alguns pontos
importantes do código de ética, do profissional Tradutor/ intérprete.

Da Ética do Profissional Intérprete

“Todo o intérprete deverá sempre usar o bom senso, de um alto caráter moral e de
ética em sua atuação profissional. Uma postura Ética e profissionalmente aceita
sempre quando atuando, essa deve ser a atitude do intérprete. Isto quer dizer: Ser
imparcial: quanto mais imparcial melhor. Não poderá emitir opiniões ou comentários
no que ele próprio está interpretando, a não ser que perguntem sua opinião. O
intérprete deverá ter tão somente o cuidado de passar a informação para LIBRAS
e/ou Português. Não é ele que está falando. Ele é apenas a ponte de ligação entre os
dois lados. Ser fiel tanto em LIBRAS quanto no Português, quanto ao uso. Isto é,
conhecer bem a ambas e usar a estrutura gramatical própria de cada uma. Não criar
ou inventar sinais. Usar os sinais da comunidade surda local e perguntar se o nível de
interpretação está bom e claro para todos” (Quadros, 2014).

Por quais motivos, há a importância de destacar o código de ética do intérprete de língua


de sinais, nesse conteúdo? O intérprete ficará diante de pessoas com intenções comunicativas
específicas, sendo necessário a utilização dos seus serviços. Tendo em suas mãos, o poder para
influenciar o objeto e o produto da interpretação. E esse papel não é diferente diante da
responsabilidade avaliativa, que recai nos ombros desse profissional. Por esse motivo, é necessário
que o profissional Tradutor/Intérprete tome nota do código de ética. No capítulo 1, Princípios
Fundamentais e deveres fundamentais do intérprete são:

“3° O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade,


sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve
lembrar dos limites de sua função e não ir além da responsabilidade” (Quadros 2014).

Na citação acima, perceba que a palavra fielmente foi destacada de propósito, isso foi
feito para ressaltar a importância do intérprete em ser fiel ao transmitir a mensagem, deixando claro
a verdadeira intenção do emissor.
No momento avaliativo, o Tradutor/Intérprete tem a responsabilidade pela veracidade e
fidelidade das informações. De modo geral, o Tradutor/Intérprete é recomendado para direcionar as
dúvidas dos estudantes surdos ao professor.

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Já para o professor intérprete da língua de sinais, nesse caso avaliativo onde o profissional
tem duas profissões: a de professor e a de intérprete de língua de sinais, sua profissão deve ser regida
também pelo magistério, pois sua atuação na rede de ensino pode efetivar-se com dupla função. Em
um horário, exercerá a função de docente, regente de uma turma, seja em classe comum, em classe
especial, em sala de recursos, ou em escola especial (nesse caso, não atua como intérprete). E em
outro momento, atuará como intérprete de Libras, realizando traduções de todas as questões,
instruções orais ou escritas. O ideal é que o intérprete seja o mesmo que acompanhou o aluno surdo
nas aulas, pois ele já estará familiarizado com os sinais referentes à disciplina e respectivamente ao
conteúdo. Um importante lembrete, é que o intérprete em hipótese nenhuma, não poderá fornecer
as respostas aos discentes.

Figura 30, 31 e 32 - atividade extra sala de aula.


Fonte: //www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: A primeira figura, um rapaz e a professora estão sorrindo.
Na figura seguinte, a professora está chamando atenção do rapaz apontando para o relógio, o mesmo está olhando
para ela. A última imagem a professora o leva para um pátio com árvores, onde tem pessoas passando e estudando, fim
da audiodescrição.

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Assim como na figura acima, é necessário que o professor de língua de sinais renove suas
aulas, chamando atenção do(a) estudante para atividade extra sala de aula, estimulando a pensar,
raciocinar, dando-lhes autonomia para realizar suas atividades. Este(a) estudante deve participar de
debates, questionamentos e todas as atividades propostas em sala, o apoio e ajuda dos colegas nas
atividades é muito importante, assim existirá a verdadeira inclusão educacional.
Esse profissional deve elaborar combinações que venham somar com esse estudante
surdo, e consequentemente favorecendo sua interação com os colegas. Isso pode ocorrer através da
proposta, ao incentivar os estudantes em executar atividades de sala em forma de círculos, em duplas
ou grupos, na introdução de métodos e estratégias visuais complementares à língua de sinais como:
alfabeto manual, gestos naturais, mímica, ilustrações, vídeo, TV, retroprojetor etc.
Ao desenvolver essas atividades curriculares, a fim de facilitar a comunicação e ao
aprendizado dos estudantes surdos, é importante planejar atividades visando os diferentes graus de
dificuldade, tais atividades devem permitir diferentes possibilidades de execução como por exemplo:
questionários, entrevista, expressão de vários tipos lúdicas, desenho, dramatização, maquetes etc.
Em prol da interação entre professores, gestores, coordenadores, comunidade educativa e
estudantes do ensino regular e da educação especial (FERNANDES, 2005)
Pedroso (2001, p. 22), parafraseando Skliar (1998) concorda que:

“Os métodos de ensino só poderão ser adequados às necessidades especiais dos


alunos surdos se forem capazes de incorporar o modo de viver dos surdos, portanto
deverão ser organizados com a participação do surdo adulto ou professor surdo, na
educação, e com a presença de profissionais capacitados em Libras”.

Fica claro na citação acima, que o professor Tradutor/Intérprete deve conhecer bem os
estudantes surdos, antes de elaborar qualquer atividade, seja ela na sala comum ou extra sala. Pois
tais atividades deverão ser elaboradas de acordo com o nível de deficiência desse estudante.
Devendo existir parcerias na elaboração de tais atividades.
…em seminários.

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Figura 33 e 34 - O intérprete em seminário.
Fonte: www.letraria.net/o-congresso-de-milao/
Audiodescrição da figura: A primeira figura mostra uma pessoa em cima do palco gesticulando para a plateia. Na
imagem final, aparece uma mão gesticulando, fim da audiodescrição.

Fica fácil, ao visualizar a imagem acima, que trata-se de um evento onde o profissional
Tradutor/Intérprete, está fazendo a tradução, de uma língua (língua fonte) para outra (língua alvo) o
que foi dito. Pois bem, é exatamente o que esse profissional faz em um seminário, como assim?
A atuação desse profissional em seminário, envolve o ato COGNITIVO-LINGUÍSTICO, é o
processo onde o intérprete estará diante de pessoas com intenções comunicativas específicas, ao
mesmo tempo fazendo uso de línguas distintas. Durante a execução da sua função, estará
completamente envolvido na interação comunicativa (social e cultural). Ele processará as
informações dadas na língua fonte fazendo escolhas lexicais, estruturais, semânticas e pragmáticas
na língua alvo, Fazendo sua tradução e interpretação o mais próximo possível das informações dadas
na língua fonte. Portanto, a sua atuação em seminários envolve processos altamente complexos.
Mounin (1965, p. 179), chama a atenção para o fato que, o intérprete deve atuar em
atividades que exijam interpretações instantâneas, comparando-o a um orador ou a um ator:

“O intérprete atua com a forma oral ou gestual e instantânea ou consecutiva de


tradução, já o tradutor, que trabalha com o texto escrito, sempre terá mais tempo
para consultar os instrumentos do ofício, diferentemente do intérprete. O intérprete
deve ser um orador e até mesmo um ator: um virtuoso, um artista” (Mounin 1965,
p. 179).

Só que essa atuação não é tão simples assim, Segundo Magalhães, há pelo menos dois
tipos de interpretação: a simultânea e a consecutiva. Na primeira, “o intérprete vai repetindo na
língua de chegada cada palavra ou ideia apresentada pelo palestrante na língua de partida”

59
(MAGALHÃES JR., 2007, p. 44). Essa técnica exige uma extraordinária memorização e intuição,
demandando também recursos técnicos, como uma cabine para o intérprete e fones de ouvido para
os assistentes.
Já na tradução consecutiva, “a pessoa que está oralizando, faz pausas periódicas em sua
fala permitindo assim, que o intérprete faça o translado da língua original (língua-fonte ou língua de
partida) à língua dos ouvintes (língua meta ou língua de chegada)” (MAGALHÃES JR., 2007, p. 44).
Finalizando, com uma super indicação para dar continuação a sua busca por
conhecimento o livro: Estudo da tradução e interpretação em língua de sinais. Espero que goste! E
não se esqueça que:

“Toda língua é estrangeira, na medida em que provoca em nós estranhamentos, e


toda língua é materna na medida em que nela nos inscrevemos, em que ela se faz
ninho, lar, lugar de repouso aconchego. (Coracini, 2007, p. 48).

Então, só nos sentimos confortáveis naquilo que conhecemos, busque, estudem até
conseguirem de forma natural fazer aquilo que tanto almeja! Até logo! \(*0*)/

60
Conclusão
E ai, tudo certinho!!! Que coisa boa, mais uma etapa concluída, sensação de dever
cumprido, não é mesmo!
Espero que tenha te ajudado bastante! Agora, fazendo um resumão de tudo, na
1°competência, você pode aprender o papel do Tradutor/Intérprete na escola, deu para perceber a
grande importância desse profissional na sala de aula, pois dentre os diversos pré-requisitos básicos
para incluir o aluno com surdez na escola regular, está a contratação e atuação do profissional
tradutor-intérprete de língua de sinais, situando-o como ferramenta imprescindível para a
consolidação de uma educação que respeite a pessoa surda, contribuído para a inclusão deste.
Já na 2° competência, Você aprendeu que, a atuação do Tradutor/Intérprete na sala de
aula regular e no Atendimento Educacional Especializado-AEE. Como destacado, essa modalidade
envolve diversos mecanismos, tais como: professores capacitados, tecnologias assistivas, sala de
recursos multifuncionais (onde acontece o Atendimento Educacional Especializado – AEE), conta
também com ajuda de tradutor-intérprete de língua de sinais, interações entre surdos e ouvintes e
adaptações curriculares, e essas informações foram muito bem ilustradas por figuras por várias vezes.
No andamento da carruagem, a 3° competência contou com o tema: Desenvolver ações
inclusivas para a comunidade escolar. Essa competência teve como objetivo conhecer o papel do
tradutor-intérprete de língua de sinais no contexto de uma escola inclusiva. Com objetivos
específicos, o de caracterizar a atuação do profissional na inclusão do estudante surdo.
E, para colocar um ponto final, a 4° competência, identificar no espaço escolar a
importância da participação do tradutor/intérprete em ações: capacitações, formações, avaliações,
seminários, atividade extra sala de aula comum, você teve a oportunidade de aprender que, a
formação de intérpretes em prol da educação, o habilita para a interpretação nas salas de aulas do
ensino comum ou escolas especiais.
E, para que a escola atenda à diversidade de educandos considerando as diferenças
individuais e implicações pedagógicas para uma elaboração do planejamento e implantação de
propostas de ensino eficazes é necessário capacitar.
Ainda obteve dicas de como elaborar uma aula extra sala de aula, ufa! Parece muita coisa?
Mas passou rapidinho, não é verdade, tenho certeza que sim!
Super xerooooo! No coração e até a próxima!!!! \0/ \0/

61
Referências

SEVERINA MARIANO, Silva Almeida/EDUARDO BELTRÃO,Lucena Córdula. O papel do intérprete de


Libras no processo de ensino-aprendizagem do(a) aluno(a) surdo(a).25 de julho de 2017,Disponível
em:

https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/14/o-papel-do-intrprete-de-libras-no-processo-
de-ensino-aprendizagem-do-a-aluno-a-surdo-a

ALMEIDA, L; CEZAR,K. O congresso de Milão. Araraquara: Letraria,2018.

QUADROS, R; SCHMIEDT,M. Ideias para ensinar português para alunos surdos.Brasília : MEC, SEESP,
2006.120 p.

FERREIRA,S; LIMA, E; GRACIA,A. O Serviço de Atendimento Educacional Especializado/AEE e Práticas


Pedagógicas na Perspectiva da Educação Inclusiva. | Revista Cadernos de Estudos e Pesquisas
Educação Básica, Recife , v. 1 , n. 1 , p . 4 6 - 6 1 , 2 0 1 5 . CAP UFPE , [20--]. Disponível em:
file:///C:/Users/aluno/Downloads/14993-37319-1-PB.pdf.

PAPA,F; VIÉGAS,S; ZAMOR, A; GATO, E. Inclusão: uma mudança no olhar da comunidade escolar para
a construção de uma escola melhor inclusiva, Volume I - 2015. Disponível em:
http://cape.edunet.sp.gov.br/cape_arquivos/BoasPraticas/INCLMUDANCAOLHARCOMUNESCOLARC
ONSTRESCOLAMELHORINCLUSIVA.pdf.

SANTOS, A; QUERIQUELLI, L. Santos, Adriana Prado Santana Estudos da tradução e interpretação


em língua de sinais. Indaial: UNIASSELVI,2018. 230 p.; il.

MARTINS, V; MERCADO, E; GARGALAKA, M; SILVA, R; FIGUEIRA, E. Libras em estudo: ensino-


aprendizagem. São Paulo: FENEIS, 2012. 159 p.

SALES, J; SALES, R. O papel do intérprete de libras no processo de construção da aprendizagem da


pessoa com surdez,2016. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/5746/574660900004/html/

GOES, A; LODI, A; ARRUDA, C; ALMEIDA, E; PEREIRA, M; CAMPOS, M; ALBRES, N; NAKASATO, R;


VILHALVA, S; NEVES, S; BEZERRA, T; NASCIMENTO, V. Libras em estudo: formação de profissionais.
São Paulo: FENEIS, 2014. 157 p.

QUADROS, R. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua

portuguesa. Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos -


Brasília : MEC ; SEESP, 2004. 94 p. : il.

62
Minicurrículo do Professor

Ana Carolina Ferreira

Olá, sou Ana Carolina Ferreira seja bem-vindo (a)!!!


(A imagem acima descreve meu sinal)

Sou uma educadora dinâmica, que ama bastante o diferencial!!! Prometo tentar não
tornar as aulas chatas kkk... para ficarmos mais íntimos pode me chamar de Carol. Iniciei a carreira
de intérprete bem jovem, aos 17 anos, por favor não faça os cálculos, rs, rs, rs. Voltando... Sou
Professora Intérprete da Língua Brasileira de Sinais, minha primeira formação foi o curso técnico do
CAS, porém esse não foi o meu primeiro contato com a LIBRAS. Tenho Proficiência em Tradução e
Interpretação em libras. Entre esses, acumulo mais de dez cursos e especialização na área da língua
de sinais, minha maior experiência está no âmbito religioso educacional, foi quando descobri a língua
de sinais e o início de tudo!
Atuo como Professora do Curso Técnico de Interpretação e Tradução de Libras, na Escola
Técnica ETEPAC, e estou me redescobrindo como profissional. Há, antes que esqueça, trabalhei como
intérprete em algumas escolas: ETEPAM, Governador Barbosa Lima, Educador Paulo Freire, Diná de
Oliveira, Almirante Tamandaré, Ginásio Pernambucano, entre outras atuações na região de
Garanhuns. Participei em alguns eventos como: SENAI, SESC, no Memorial da Justiça, ENEM entre
outros que executei a função de Tradutor/Intérprete de Libras.

63
Atualmente, curso Letras Libras na UFPE, aprofundando na constante busca pelo
conhecimento na área da educação, pois conhecimento nunca é demais...
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”.
(Paulo Freire)

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Você também pode gostar