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Artigo: A cientificidade da administração em debate

Glossário:
 Eficácia: Preocupação com os meios de se fazer algo
 Otimização: Criação de condições favoráveis para desenvolver algo
 Empírico: Baseado na experiência e observação.
 Epistemologia: estudo científico do conhecimento e crenças, sabendo sua
natureza e limitações.
 Paradigma: Situação problema que durante um tempo oferece soluções
modelares para uma comunidade científica.

Perguntas gerais:

O que é ciência?
Ciência significa conhecer, compreender, e explicar a realidade. Ela não cria
objetos e coisas, mas cria conhecimento. Além disso tem um objeto de estudo
delimitado e verificável (Finalidade + função + objeto + falseabilidade)

O que é técnica?
Técnica significa normas, procedimentos, especialização. Ela transforma a
realidade e é uma complementação da ciência. (resultado de uma elaboração pré-
científica, ou seja, ainda não é ciência)

O que é tecnologia?
É desenvolvida e investigada com base na ciência.

O que é arte?
Não explica e não transforma a realidade, apenas procura entender(analisar).

O que é e quais são os critérios de demarcação?


O primeiro critério diz respeito a reflexão (conhecimento filosófico) e separação
entre indução (conhecimento construído pela observação e experiência) - o que traz um
conhecimento científico contínuo/para frente e para o alto- e dedutivo (lógica e
falseabilidade) segundo Popper- o que mostra que a ciência não é contínua, ela tem
momentos de tentativa e erro.
Ciência, segundo Kuhn, deve adotar um paradigma e passar do estágio de
Ciência Normal para Ciência Extraordinária.
Para Lakatos a ciência deve passar de Programa Degenerativo(não prevê ou não
é corroborado) para um Programa Progressivo (prevê novos fatos).
Para Gutenberg a ciência deve formular enunciados de se, então; ser livre de
juízo de valor, ter enunciados válidos no tempo e espaço, ser objetiva e ter condição de
falseamento.

Administração é ciência, técnica ou arte?

Resenha + documentação

Ao longo deste artigo haverá a discussão se a administração pode ou não ser


considerada uma ciência. E para melhor compreensão, após apresentar os argumentos a
favor e contra organizaremos isto em uma tabela.

Na segunda sessão do artigo encontra-se a definição de técnica e como ela se


complementa a ciência. Segundo o autor Bell e Martin a administração pode ser
considerada uma ciência pois consegue explicar e prever a realidade organizacional o
que é defendido dentro da Administração Científica formulada por Frederick Taylor.
Dufour, porém, argumenta que a administração não é uma ciência pois trabalha
mais com a cultura nacional (senso comum e prática) do que com teorias e essa falta de
uma teria universal torna pobre a atuação da área. Além disso, ele defende que a
Administração é muito mais uma ciência aplicada, pois reutiliza conhecimentos de
outras áreas acadêmicas.
Para Marques e Lana a administração muito se aproxima do conceito de técnica.
Bernardes e Marcondes sustentam essa ideia ao dizer que a administração é a aplicação
de várias técnicas para uma intervenção no ambiente.
Para Mintzberg a área está muito ligada ao âmbito da arte(insight, visão,
intuição, análise). E por conta disso, não pode ser considerada uma profissão e nem
ciência, uma vez que, ela só se aprende na prática(técnica).
Para Garcia e Uscanga a administração é um campo epistemologicamente vazio,
ou seja, sem crenças, sem natureza e limitações próprias o que complementa a
perspectiva do autor Dufour. Ademais, para o autor, a administração se aproxima da
atividade profissional que utiliza técnicas técnico científicas para atuar.
Para Mas a área é uma ciência social (estudo das organizações e seu
funcionamento). E que a administração como tecnologia se preocuparia em desenhar os
modelos de uma ótima organização ao invés de apenas estudá-la.
Para Carneiro a administração é uma tecnologia social, ou seja, funciona a partir
da prática alimentada por elementos teóricos científicos.
Para Dijk e Punch a administração tem a dificuldade do distanciamento que
existe entre prática e teoria. Este pensamento é complementado por Horst Albach que
designa ao ensino administrativo a prática de ensinar aos alunos apenas uma “receita de
bolo” de como ser um administrador. Além disso, para Horst a solução para aproximar a
teoria da prática é agregar a falseabilidade ao ensino da administração, isto porque, ao
abrir a possibilidade de questionar uma teoria isso permite a evolução e
desenvolvimento da área para alcançar novas soluções. Quando não há presença de
falseabilidade a teoria se distancia da prática, pois está centrada apenas em
conhecimentos antigos que podem não mais servir para os novos segmentos da
realidade.
Ainda para Horst, para essa aproximação ser efetiva a administração deve
abraçar a Administração científica a partir da Teoria explicativa (passar adiante os
conhecimentos de como melhorar a prática) e a teoria normativa (criação de critérios
para melhorar a prática). Esse é o motivo do porquê um profissional da administração
deve estar sempre se atualização na área.
Para Chevallier e Loschak a administração ainda é uma ciência social em
gestação e para atingir definitivamente a posição de ciência ela deve superar três
obstáculos epistemológicos: O parasitismo ideológico( parar de usar somente
conhecimentos de outras áreas e criar sua própria identidade), Normativismo ( parar de
apenas definir normas a serem seguidas do começo ao fim e aderir então o estudo das
leis que obedecem a cada fenômeno/ situação estudada) e por fim as armadilhas do
empirismo (parar de se limitar ao que é visível/ senso comum, e entender o que não é
visível).
Para Lopes e Bernardes a administração é ciência pois apresenta trabalhos
fragmentados(heterogêneo).
Para Popper a ciência deve ser estudada apenas de maneira epistemológica a
partir do conhecimento dedutivo. O falseacionismo presente no método dedutivo teria
dois estágios: falseacionismo ingênuo ( quando uma teoria fosse refutada pela
observação, o que condiz há uma teoria falha) e o falseacionismo sofiscado( quando
uma teoria não pode ser falseável por si mesma, é necessário uma análise profunda e
demorada).
Para Bachelard quando o estudo empírico(observação) é racionalizado ele reúne
diversas imagens, metáforas e perde aos poucos o vetor de abstração, passa de uma ideia
tangível para uma ideia material/concreta o que é o contrário da principal guia da
ciência.Por este motivo para ele, apenas a razão deve guiar a pesquisa e a ciência ao
invés do conhecimento empírico.
Fourez descreve a o processo científico da seguinte forma: primeiro há uma
observação fiel da realidade(emprirismo), depois formulam-se as leis(normativismo),
em seguida são submetidas a verificações(dedutivismo) e por fim inseridas como teorias
que descrevem a realidade. Popper também estuda os limites da ciência, da verdade e do
conhecimento humano. Para ele não há verdade absoluta e por isto cientista deve estar
sempre buscando progresso do conhecimento. Parra se aproximar da realidade.
Para Thomas Kuhn a ciência tem dois estágios: Ciência normal (acumulo
gradativo de conhecimento), Ciência Extraordinária (quebra de paradigmas e
verificação). O ultimo estágio define as revoluções científicas existentes.
Albach (1993) citando David Zeaman destaca que uma das diferenças entre as
Ciências Naturais e as Ciências Sociais consiste em que nas Ciências Naturais,
desde
Newton, uma geração de investigadores se apoia nas investigações
desenvolvidas por
uma geração precedente, nas Ciências Sociais uma geração abafa a anterior.
Para Walter a dificuldade do reconhecimento da Administração como ciência
está em não atingir alguns critérios que as ciências naturais atingem e da relevância e
validade dos estudos administrativos.
“Para Gutenberg a Administração deve ser tratada como ciência especialmente
por três fatores: Solução de problemas causados pelas oscilações monetárias nos
registros contábeis; Problemas que afetam a causalidade dos custos de produção;
Problemas de incerteza sobre as políticas de vendas.” Isto acontece pois, a
Administração se encaixa dentro dos critérios de limitação científica de Gutenberg.
Na parte histórica sobre a cientificidade da Administração, dos anos 60 a 70 as
pesquisas da área foram orientadas por três problemas: Interdependência ( a
concorrência e a dependência temporal pela necessidade de eficiência e otimização do
processo produtivo) o processo desses problemas deu origem a Teoria de Múltiplos
Produtos que determina a colaboração de todas as funções da empresa; Problema de
decisões a longo prazo(preocupação com a estrutura de capital da organização) deu
origem a Teoria do Custo de Capital; e Incerteza( Incerteza sobre as decisões tomadas a
respeito dos custos e produção) deu origem a Teoria de gerenciamento de Risco para
mensurar os riscos de escolha.
Dos anos 80 e 90 a Administração foi estudada para descentralizar as decisões e
os estudos organizacionais. Neste período a preocupação foi com: Problema da
Dinâmica(disposição intemporal dos recursos escassos), Problema da Informação
(descentralização do poder e assimetria informacional interna e de mercado) e Problema
da Motivação (integração dos colaboradores do ambiente empresarial e objetivos a
longo prazo).
Albach defende que a Administração evolui com a sociedade e por este motivo
ele delimitou 5 mais tendências de pesquisa dentro do campo administrativo além das
que foram apresentadas anteriormente: globalização da economia, crescimento da
competência internacional, difusão da economia social de mercado, incorporação
crescente da mulher no trabalho e consciência ecológica.
“Para Ulrich (1990) as organizações e as relações humanas que a envolvem são
o objeto de estudo da Administração de Empresas. Em outras palavras, o objeto de
estudo da Administração são as Organizações (estrutura, funcionamento e
comportamento) e todas as relações que a envolvem, como a complexidade econômica,
tecnológica, produtiva e humana, em seu ambiente interno e externo. Assim, entender as
organizações é entender as relações que as envolvem em seu ambiente microeconômico
e em seu ambiente macroeconômico.”

Artigo: O conhecimento científico

Glossário:
Desvelar: Tornar público

Perguntas gerais:
O que é sujeito e objeto de conhecimento?
Sujeito de conhecimento é todo o indivíduo que desvela algo, enquanto objeto de
conhecimento é tudo o que pode ser criticado (história, teorias etc.)
Qual a relação destes tipos de conhecimento e a administração?

Resenha + documentação

Conhecimento é o ato de adquirir informação e dados sobre um assunto


utilizando a reflexão crítica. Todo conhecimento tem um sujeito(desvelador) e um
objeto(criticado) de estudo, sendo este objeto físico ou tangível.
A busca por conhecimento permite representar a realidade e acontece quando
humanidade começa a problematizar o que está a sua volta e este conhecimento situa
como o indivíduo deve agir no mundo. Vale ressaltar que a definição de realidade
depende dos referencias do indivíduo. Quando utiliza diferentes tipos de referências
para a construção de um conhecimento nasce os 7 tipos de conhecimento que podem
atuar individual ou simultaneamente em um mesmo sujeito.
O conhecimento mítico é o entendimento da realidade com base no sobrenatural
a parir da natureza, tradição e ancestralidade.
O conhecimento popular/empírico é o que conhecemos como senso comum. Este
conhecimento acontece através da observação e experiência casual do cotidiano. O
conhecimento popular pode se tornar ciência quando questionado e filtrado pela
comunidade científica, isto é possível pois o senso comum é um conhecimento presente
na humanidade antes da ciência, deste modo, ele fundamenta e principia os primeiros
indícios de necessidade de pesquisa sobre um assunto. As principais características deste
tipo de conhecimento são: superficialidade, sensitividade(vivência), subjetividade,
qualitatividade, heterogeneidade, generalização, relações de causa e efeito e
assistematização.
Conhecimento religioso/teológico se relaciona com a fé e a crença da
transcendência. Neste tipo de conhecimento a verdade é absoluta e inquestionável, há
uma relação com o sobrenatural sagrado e as crenças tornam-se religião para aplicação
dos preceitos.
Conhecimento estético/artístico é baseado em emoções, criatividade, intuição,
análise de mundo e imaginação. No entanto, antes da arte ser considerada um
conhecimento a sociedade dividia o conhecimento em uma pirâmide em que a ciência
estava no topo e abaixo dela existia apenas o conhecimento filosófico, religioso e
empírico. Aos poucos a arte foi ganhando seu espaço como conhecimento ao representar
a realidade a partir de um olhar crítico. No Brasil, por exemplo, o livro “A Pesquisa em
Arte”, de Silvio Zamboni deu o reconhecimento da arte como conhecimento uma vez
que o autor argumenta que a partir da arte podemos veicular outros conhecimentos e
entender seus valores e a experiência humana.
Conhecimento filosófico é o resultado do esforço racional sem experimentação.
É a preocupação com a educação do raciocínio que conduz a criação de valores e
princípios. As principais características deste tipo de conhecimento são: valorativação
(hipóteses que não podem ser colocadas para experimentação), racional, sistemática e
exata. O principal objeto de estudo da filosofia são as ideias e conceitos e por isso não
podem ser mensuradas.
Conhecimento técnico é a aplicação de outros conhecimentos para
transformação do ambiente. Este conhecimento condiz no saber fazer e na construção de
saberes voltados ao mercado/especialização.
Conhecimento científico procura desvelar fenômenos principalmente não
visíveis e as leis que regem a realidade. As principais características do conhecimento
científico são: coerência, consistência, originalidade, relevância, sistematização,
racionalidade, previsibilidade, é falível, contigente (experimental) e objetivo.

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