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A doença endêmica (ou pandêmica) não é doença do trabalho, salvo comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
A doença endêmica adquirida por trabalhador segurado habitante de região em que ela se
desenvolva é considerada doença do trabalho se for comprovado que é resultante de exposição
ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
Vale ressaltar que com alguma frequência é dado ao Perito avaliar segurado desempregado e,
neste caso, é necessário considerar que podem ocorrer as seguintes situações: o segurado pode
ter tido início do quadro antes da demissão, tendo ocultado sua situação, por medo de
discriminação e demissão; o segurado pode ter agravamento dos sintomas, independentemente
de estar submetido aos fatores de risco para a ocorrência de LER/DORT (e outros agravos),
pois pode ter dor crônica (ou outros sintomas). Assim, o fato de o segurado se encontrar
desempregado não descarta em hipótese alguma que apresente incapacidade para o trabalho
por existência de LER/DORT (e outros agravos).
Auxílio-acidente: Importante: não será apenas o acidente de trabalho que dará ensejo ao
benefício, mas, também, acidente de qualquer natureza. Tanto faz se o acidente for decorrente
do trabalho ou não. Os códigos de concessão do benefício é que variam: espécie 94: para
auxílio-acidente por acidente do trabalho; espécie 36: para auxílio-acidente previdenciário
(acidente de qualquer natureza).
Trata de uma indenização que não impede o segurado de continuar trabalhando.
Quem não tem direito ao benefício:
• Contribuinte Individual
• Contribuinte Facultativo
A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o
agravo.
A decisão do requerimento de que trata o § 7o cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte
da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social,
nos termos dos arts. 305 a 310 do Decreto 3.048.
LISTA DO MS
A Portaria GM/MS Nº 1.999, de 27 de novembro de 2023 atualizou a lista de doenças
relacionadas ao trabalho após 24 anos. Traz em seu texto:
“Art. 423. Fica instituída a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), a ser adotada
como referência das doenças e agravos oriundos do processo de trabalho.
§ 3º A LDRT destina-se, no âmbito da saúde, às seguintes finalidades, entre outras:
I - orientar o uso clínico-epidemiológico, de forma a permitir a qualificação da atenção
integral à Saúde do Trabalhador;
II - facilitar o estudo da relação entre o adoecimento e o trabalho;
III - adotar procedimentos de diagnóstico;
IV - elaborar projetos terapêuticos mais acurados; e
V - orientar as ações de vigilância e promoção da saúde em nível individual e coletivo.
§ 4º A LDRT consta no Anexo LXXX desta Portaria, sendo organizada nas seguintes
estruturas:
I - Lista A: agentes e/ou fatores de risco com respectivas doenças relacionadas ao trabalho; e
II - Lista B: doenças relacionadas ao trabalho com respectivos agentes e/ou fatores de risco”.
165 novas patologias que causam danos à integridade física ou mental do trabalhador: Covid-
19, doenças de saúde mental, distúrbios musculoesqueléticos e outros tipos de cânceres foram
inseridos na lista.
Importante destacar que uma doença estar nessa lista não significa nexo causal automaticamente,
pois a maioria é dos grupos II e III de Schilling, requerendo análise global dos elementos já
listados aqui para definir o nexo. Sempre que houver suspeita de nexo, deve-se notificar.
IN 38/2008
Art. 6º Considera-se epidemiologicamente estabelecido o nexo técnico entre o trabalho e o
agravo, sempre que se verificar a existência de associação entre a atividade econômica da
empresa, expressa pela CNAE e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada
na CID, em conformidade com o disposto na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07 na lista
B do anexo II do Decreto nº 3.048/99.
§ 1º A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide o nexo entre o trabalho e o
agravo, cabendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho,
fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a análise do relatório do médico assistente,
além dos exames complementares que eventualmente o acompanhem.
§ 2º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a perícia médica poderá, se necessário,
solicitar as demonstrações ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria
do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP,
diretamente ao empregador.
Qual é a doença psíquica de esgotamento profissional que está relacionada a jornadas estafantes
de trabalho, diferentemente dos transtornos de ansiedade, que podem ser relacionados a outras
esferas da vida social? Burnout.
Uma enfermeira, que atuava há cinco anos numa enfermaria com índice elevado de mortes,
solicitou à sua chefia que fosse remanejada para outra enfermaria ou ambulatório que tivesse
risco menor ou nulo de mortalidade, pois estava com exaustão emocional, falta de
envolvimento com o trabalho e despersonalização. BURNOUT
Síndrome de Raynaud é uma doença que acomete os vasos sanguíneos das porções distais
do corpo (dedos, orelhas, nariz) – agente de risco: vibração localizada.
EMISSÃO DE CAT:
- Em caso de morte é sempre imediata. Mesmo que seja estranho pensar numa morte por doença
sem ter ocorrido um diagnóstico prévio.
Pra as doenças, veja art. 23 da Lei 8213/1991: “Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no
caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o
exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado
o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.”
HIGIENE OCUPACIONAL
A. Método MAPHO: MAPHO (Método de Avaliação Preliminar de Higiene
Ocupacional) é uma abordagem que visa realizar uma avaliação preliminar das
condições de higiene ocupacional em um ambiente de trabalho. Geralmente, envolve a
identificação e avaliação qualitativa dos agentes químicos, físicos e biológicos presentes
no ambiente de trabalho, sem a necessidade de medições quantitativas detalhadas.
PONTO 6
Em qualquer situação, mesmo que a exposição ocupacional seja evidente, as ações de controle
devem ser instituídas após a realização da investigação epidemiológica.
PONTO 9
Os ensaios clínicos são estudos onde um grupo de interesse em que se faz uso de uma terapia
ou exposição é acompanhado comparando-se com um grupo controle. Diferente dos estudos
observacionais em que o pesquisador não interfere na exposição, nesse estudo o pesquisador
planeja e intervém ativamente nos fatores que influenciam a amostra, minimizando assim a
influência dos fatores de confundimento. A alocação dos sujeitos de pesquisa pode ser de
forma aleatória (randomizada) ou não aleatória.
Após serem definidos o diagnóstico da doença e o nexo com o trabalho, deve-se fazer a busca
ativa de outros casos no mesmo estabelecimento de trabalho ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica.
A busca ativa visa determinar a magnitude e a extensão do evento.
A Emigração, que é a saída do local estudado de pessoas sadias, vai alterar a população, ou
seja, o denominador da nossa fração fica menor e o resultado da fração (prevalência) fica
maior, por um conceito matemático simples. Letra C errada também.
A entrada de pessoas suscetíveis, mas que ainda não são casos, é um fator que pode aumentar
a prevalência somente depois que elas forem acometidas pelo agravo. É a pegadinha da
questão, pois poderíamos pensar que há um aumento da população exposta sem aumento
imediato de casos, o que reduziria a prevalência, certo? Mas não foi esse o pensamento de
quem elaborou a questão. De toda forma, a letalidade é um fator que diretamente reduz a
prevalência, sem depender de outros acontecimentos. Então a letra A é mais correta.
A letra D também não seria, pois se as pessoas sobrevivem mais, mas ainda com a doença,
elas continuam sendo contadas para a prevalência, o que contribui para aumentar.
O estudo de caso e controles (coorte) inicia com um grupo de pessoas livres da doença, que
são classificadas em subgrupos aleatoriamente, de acordo com a exposição a uma causa
potencial de doença, momento a partir do qual se faz acompanhamento e medições das
variáveis de interesse para os novos casos no grupo de expostos e não expostos (controles).
A incidência de uma doença não é determinada por um único momento, mas sim ao longo de
um período específico. Na bioestatística, a incidência é definida como o número de novos
casos de uma doença que ocorrem em uma população em risco durante um determinado
período de tempo. Geralmente, a incidência é expressa como uma taxa, indicando o número
de novos casos por unidade de pessoa-tempo (por exemplo, por pessoa-ano).
Por isso, está ERRADA a assertiva: “A incidência da doença na população é obtida através da
verificação do número de pessoas sadias e do número de pessoas que apresentavam diabetes,
em um único momento”.
Observe esta afirmação: “O surgimento de novas drogas, que permitem a maior sobrevida das
pessoas com diabetes, leva a uma diminuição da incidência da doença”. – Na verdade, se a
droga permite maior sobrevida das pessoas com diabetes, não afetará a incidência da doença,
ou seja, não diminuirá nem aumentará a taxa de novos casos.
1) Risco Absoluto (RA): é a probabilidade de um agravo ocorrer em uma população. Seu valor
é o mesmo da incidência.
2) Risco Relativo (RR): é a razão entre taxas de incidência em pessoas expostas e em pessoas
não expostas. Se o risco relativo é 1, significa que a incidência foi igual nos dois grupos, ou
seja, a exposição ao fator não aumentou o risco de doença.
RR = A/(A+B)
__________
C/(C+D)
A = Nº DE EXPOSTOS DOENTES
B = Nº DE EXPOSTOS SADIOS
C = Nº DE NÃO EXPOSTOS DOENTES
D = Nº DE NÃO EXPOSTOS SADIOS
Já vimos que os estudos de coorte são de seguimento (follow up), longitudinais! Não são,
portanto, transversais e nem de prevalência. Permitem verificar a incidência – casos novos.
Efeito do trabalhador sadio em estudos ocupacionais: é um tipo de viés de seleção que tende a
subestimar a ocorrência dos problemas de saúde nos trabalhadores, em relação ao mesmo
grupo etário na população geral.
Para verificar o índice de gravidade dos acidentes de trabalho ocorridos, o médico do trabalho
deverá considerar a relação entre o número total de horas perdidas com acidentes de trabalho
(numerador) e o número de horas/homem trabalhadas (denominador), e, em caso de óbito, as
horas perdidas devem ser debitadas em maior quantidade do que em caso de incapacidade
permanente.
Taxa de gravidade = Cômputo do tempo em dias (perdidos e debitados) sob o número total de
horas/homem de exposição:
TG = T x 1 000 000/ HHT (T = tempo em dias perdidos + debitados decorrentes do acidente)
Tomar cuidado porque de acordo com a NBR 14.280, numa situação de acidente de trabalho,
o número de dias debitados em um caso de óbito é igual ao número de dias debitados de uma
situação de incapacidade total permanente.
Quando se fala em "dias debitados" em caso de morte por acidente de trabalho, está se
referindo ao cálculo da indenização por danos morais e materiais devidos aos familiares da
vítima. Essa contagem de dias debitados frequentemente está relacionada à expectativa de
vida do trabalhador falecido. Por exemplo, se um trabalhador falece em decorrência de um
acidente de trabalho e a legislação prevê uma indenização baseada na expectativa de vida
média no momento do óbito, o cálculo dos "dias debitados" pode ser utilizado para determinar
o valor da indenização a ser paga aos dependentes ou herdeiros. Portanto, a expressão "6 mil
dias debitados em caso de morte" pode indicar que a indenização prevista para os familiares
da vítima será calculada com base em 6 mil dias, levando em consideração a expectativa de
vida média no momento do acidente.
Um(a) médico(a) do trabalho decide conduzir um estudo de prevalência para estudar as causas
de perda auditiva ocupacional em um grupo de trabalhadores expostos a níveis elevados de
pressão sonora. Do ponto de vista epidemiológico, assinale a alternativa em que a
característica descrita melhor representa uma limitação importante para esse estudo.
Concorrência: causa e efeito são observados ao mesmo tempo.
Variáveis podem ser classificadas da seguinte forma:
Variáveis Quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala
quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Podem ser contínuas
ou discretas.
a- Variáveis discretas: características mensuráveis que podem assumir apenas
um número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem
sentido valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagens. Exemplos:
número de filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros
fumados por dia.
b- Variáveis contínuas, características mensuráveis que assumem valores em
uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem
sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento.
Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial,
idade.
O método gráfico que permite o acompanhamento da evolução temporal das doenças para a
verificação de ocorrência de uma epidemia, é denominado diagrama de controle.
Causa necessária é a causa que tem que estar presente em todos os mecanismos causais para
que qualquer caso da doença ocorra.
Causa suficiente é o conjunto mínimo de causas que, ao ser constituído, leva inevitavelmente
à ocorrência de uma doença.
II. A mudança gradual observada no perfil epidemiológico da população brasileira mostra que
o predomínio das doenças infecciosas e parasitárias e das deficiências nutricionais foi
substituído pelas doenças crônico‐degenerativas e aquelas relacionadas a causas externas.
Em geral, uma hipótese pode ser testada mediante realização de experimentos que
permitam aos pesquisadores observar, descrever, mensurar, analisar e elaborar
conclusões que expliquem a ocorrência de determinado fenômeno. Nesse
contexto, caso a hipótese nula seja verdadeira, espera-se que a probabilidade de
ter havido erro seja pequena. Essa probabilidade é denominada de nível de
significância
RUÍDO: