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PONTO 1

SHILLING I - doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas doenças


profissionais, stricto sensu, e pelas intoxicações agudas de origem ocupacional: conjuntivite
ocupacional desencadeada por exposição a irritantes; pneumoconiose associada à poeira
do ferro; asbestose; silicose.

Equipara-se a acidente de trabalho aquele sofrido pelo trabalhador segurado, no horário e


local de trabalho, decorrente de caso fortuito ou de força maior, para os quais não contribuiu o
empregador.

A doença endêmica (ou pandêmica) não é doença do trabalho, salvo comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

A doença endêmica não é doença do trabalho, independentemente da região onde resida o


trabalhador segurado, por não constar na lista de doenças relacionadas ao trabalho publicada
pelo Ministério da Previdência Social, não sendo suficiente sua inclusão na lista de doenças
de responsabilidade do Ministério da Saúde.

A doença endêmica adquirida por trabalhador segurado habitante de região em que ela se
desenvolva é considerada doença do trabalho se for comprovado que é resultante de exposição
ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social considera caracterizada a natureza


acidentária da incapacidade quando constatar a ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças.

Os trabalhadores avulsos e segurados especiais deverão ser encaminhados para realização de


exame médico pericial a partir do primeiro dia útil do afastamento do trabalho.

Vale ressaltar que com alguma frequência é dado ao Perito avaliar segurado desempregado e,
neste caso, é necessário considerar que podem ocorrer as seguintes situações: o segurado pode
ter tido início do quadro antes da demissão, tendo ocultado sua situação, por medo de
discriminação e demissão; o segurado pode ter agravamento dos sintomas, independentemente
de estar submetido aos fatores de risco para a ocorrência de LER/DORT (e outros agravos),
pois pode ter dor crônica (ou outros sintomas). Assim, o fato de o segurado se encontrar
desempregado não descarta em hipótese alguma que apresente incapacidade para o trabalho
por existência de LER/DORT (e outros agravos).

Auxílio-acidente: Importante: não será apenas o acidente de trabalho que dará ensejo ao
benefício, mas, também, acidente de qualquer natureza. Tanto faz se o acidente for decorrente
do trabalho ou não. Os códigos de concessão do benefício é que variam: espécie 94: para
auxílio-acidente por acidente do trabalho; espécie 36: para auxílio-acidente previdenciário
(acidente de qualquer natureza).
Trata de uma indenização que não impede o segurado de continuar trabalhando.
Quem não tem direito ao benefício:
• Contribuinte Individual
• Contribuinte Facultativo

Programa de Reabilitação Profissional: Os segurados que apresentem quadro clínico


estabilizado e necessitem de mudança de atividade ou função serão encaminhados ao
Programa de Reabilitação Profissional. As Unidades Técnicas de Reabilitação Profissional
deverão abordar cada caso, analisando cuidadosamente os aspectos físicos e psicossociais do
reabilitando, e as condições reais apresentadas pela empresa, para receber de volta o seu
funcionário e efetivamente contribuir para a sua reabilitação profissional, sem discriminação.

Nexo técnico previdenciário:


- nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patologias e
exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048/99;  ANEXO II –
DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO (DEPENDE DA ANÁLISE DO CASO
CONCRETO)
- nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual,
decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do § 2º do art. 20 da
Lei nº 8.213/91;
- nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância
estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças-CID, e o da
Classificação Nacional de Atividade Econômica CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº
6.042/07, na lista B do anexo II do Decreto nº 3.048/99.  ANEXO II – LISTA B - NTEP

Os agravos associados aos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza profissional e


do trabalho das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048/99, presentes nas atividades
econômicas dos empregadores, cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial e
indiretamente, serão considerados doenças profissionais ou do trabalho, nos termos dos
incisos I e II, art. 20 da Lei nº 8.213/91.

A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o
agravo.

A decisão do requerimento de que trata o § 7o cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte
da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social,
nos termos dos arts. 305 a 310 do Decreto 3.048.

O prazo para interposição de contestações e recursos ou para oferecimento de contrarrazões


será de trinta dias, contado da ciência da decisão.

LISTA DO MS
A Portaria GM/MS Nº 1.999, de 27 de novembro de 2023 atualizou a lista de doenças
relacionadas ao trabalho após 24 anos. Traz em seu texto:

“Art. 423. Fica instituída a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), a ser adotada
como referência das doenças e agravos oriundos do processo de trabalho.
§ 3º A LDRT destina-se, no âmbito da saúde, às seguintes finalidades, entre outras:
I - orientar o uso clínico-epidemiológico, de forma a permitir a qualificação da atenção
integral à Saúde do Trabalhador;
II - facilitar o estudo da relação entre o adoecimento e o trabalho;
III - adotar procedimentos de diagnóstico;
IV - elaborar projetos terapêuticos mais acurados; e
V - orientar as ações de vigilância e promoção da saúde em nível individual e coletivo.
§ 4º A LDRT consta no Anexo LXXX desta Portaria, sendo organizada nas seguintes
estruturas:
I - Lista A: agentes e/ou fatores de risco com respectivas doenças relacionadas ao trabalho; e
II - Lista B: doenças relacionadas ao trabalho com respectivos agentes e/ou fatores de risco”.

165 novas patologias que causam danos à integridade física ou mental do trabalhador: Covid-
19, doenças de saúde mental, distúrbios musculoesqueléticos e outros tipos de cânceres foram
inseridos na lista.
Importante destacar que uma doença estar nessa lista não significa nexo causal automaticamente,
pois a maioria é dos grupos II e III de Schilling, requerendo análise global dos elementos já
listados aqui para definir o nexo. Sempre que houver suspeita de nexo, deve-se notificar.

A higiene ocupacional/higiene do trabalho e a segurança do trabalho se relacionam com os riscos


nos ambientes do trabalho. É verdade que na etapa de reconhecimento de riscos é feita a
identificação de perigos, mas a higiene ocupacional não deve parar por aí, devendo seguir com a
avaliação dos riscos.

O trabalho em condições hiperbáricas, pela sua especificidade, necessita de uma abordagem


regulamentadora diferenciada. A regulamentação apresenta a exigência de que o atestado de
aptidão física: tenha validade de 6 meses.

A questão pede para indicar uma opção de controle de riscos na fonte.


A) Errado. A alternância e a rotatividade dos trabalhadores não interferem na fonte do risco,
apenas alteram a exposição dos trabalhadores ao risco.
B) Certo. Automatizar processos é uma medida capaz de alterar um risco na sua fonte.
C) Errado. Sistemas de alarme e sprinklers não interferem na fonte do risco. O alarme apenas
alerta que há um perigo e os chuveiros tentam combater o perigo.
D) Errado. O PCMSO não altera o risco na fonte, apenas monitora a saúde dos trabalhadores e
pode indicar que é preciso adotar alguma medida.
E) Errado. EPIs não interferem nos riscos, apenas protegem o trabalhador dos fatores de risco.

Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde


causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de
trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.
Também é possível dizer que Risco é a combinação da frequência de um evento com a
severidade desse evento.

O perito do INSS estabelece o nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentando-se na


associação entre a patologia apresentada pelo periciando e
a) o histórico clínico-ocupacional do periciando.
b) as exposições constantes das listas A e B, do Anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999.

IN 38/2008
Art. 6º Considera-se epidemiologicamente estabelecido o nexo técnico entre o trabalho e o
agravo, sempre que se verificar a existência de associação entre a atividade econômica da
empresa, expressa pela CNAE e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada
na CID, em conformidade com o disposto na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07 na lista
B do anexo II do Decreto nº 3.048/99.
§ 1º A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide o nexo entre o trabalho e o
agravo, cabendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho,
fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a análise do relatório do médico assistente,
além dos exames complementares que eventualmente o acompanhem.
§ 2º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a perícia médica poderá, se necessário,
solicitar as demonstrações ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria
do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP,
diretamente ao empregador.

As fases da Higiene Ocupacional foram incluídas na NR 1 como etapas a serem cumpridas no


gerenciamento de riscos ocupacionais.
A fase que inclui o a comparação do perfil de exposição ocupacional com valores de
referência estabelecidos na NR-09 se insere na etapa de avaliação.

Em questão da CESGRANRIO, a banca se utilizou da classificação dos fatores de risco


apresentada por Trivelato (1998 apud Oganização Pan-Americana de Saúde, 2001):
• Ambientais - agentes físicos, químicos e biológicos;
• Situacionais - instalações, ferramentas, equipamentos, materiais, operações etc.;
• Humanos ou comportamentais - originados da ação ou omissão humana.

Qual é a doença psíquica de esgotamento profissional que está relacionada a jornadas estafantes
de trabalho, diferentemente dos transtornos de ansiedade, que podem ser relacionados a outras
esferas da vida social? Burnout.

Sobre burnout, assertivas da CESGRANRIO:


I - O diagnóstico mais provável para José, haja vista sua sintomatologia e história
profissional, é síndrome de burnout.
II - É descrita forte relação estatística entre o quadro apresentado por José e a detecção de
riscos ocupacionais de natureza biológica no ambiente de trabalho.
III - A Organização Mundial de Saúde classifica o quadro apresentado por José como doença
ocupacional de cunho social e econômico de grande importância.
IV - No Brasil, o quadro apresentado por José não tem sido considerado doença ocupacional,
o que explica sua baixa notificação no contexto nacional.

São estratégias corretas para a prevenção do sofrimento mental relacionado ao trabalho e da


LER/DORT:
(A) Estímulo às condições que ensejem a substituição da competição pela cooperação;
(B) Enriquecimento das tarefas, eliminando as atividades monótonas e repetitivas;
(C) Enriquecimento das tarefas, reduzindo as horas extras;
Em uma empresa de mineração e beneficiamento de amianto, dois empregados, um eletricista
e um minerador, queixam-se de desconfortos em relação à saúde. Submetidos a exames
ambulatoriais detalhados, ambos foram diagnosticados pelo serviço médico com doenças
ocupacionais: surdez para o eletricista e asbestose para o minerador.
Com referência a essa situação hipotética e à legislação vigente aplicável ao caso, julgue o
próximo item.
As doenças ocupacionais descritas na situação não são classificadas como acidente do
trabalho.
ERRADO – asbestose é doença profissional equiparada a acidente de trabalho; surdez poderá
ser doença do trabalho equiparada a doença do trabalho, se comprovado nexo de causalidade.

Um metalúrgico de uma fundição que trabalha com afiação de ferramentas e moagem de


sucatas de rebolos há dez anos apresentou um quadro de tosse seca e sensação de falta de ar
após jornada de trabalho.
Qual a hipótese e o melhor método para o seu diagnóstico, respectivamente?
(A) Silicose; tomografia de tórax.
(B) Estanose; epidemiologia e o quadro clínico frustro.
(C) Asbestose; teste imunossorológico e pesquisa no escarro.
(D) Beriliose; radiografia simples de tórax.
(E) Pneumoconiose por abrasivos; exposição ocupacional a poeiras de alumina ou
carburundum.

A ação da sílica e do asbesto no organismo humano de trabalhadores em atividade de refino é


classificada como PNEUMOCONIÓTICA.

Uma enfermeira, que atuava há cinco anos numa enfermaria com índice elevado de mortes,
solicitou à sua chefia que fosse remanejada para outra enfermaria ou ambulatório que tivesse
risco menor ou nulo de mortalidade, pois estava com exaustão emocional, falta de
envolvimento com o trabalho e despersonalização. BURNOUT

O BURNOUT pode causar PRESENTEÍSMO. É a situação de o trabalhador estar


adoentado e trabalhar mesmo assim, geralmente pelo receio de ser desligado se
apresentar um atestado. Obviamente, não é tão produtivo quanto no período saudável.
Por isso é um fenômeno estudado junto com o Absenteísmo (ausências ao trabalho por
diversas razões). Ambos são prejudiciais ao trabalhador e ao empregador, portanto
devem ser alvo de vigilância epidemiológica e medidas preventivas.

Fatores de risco LER/DORT: intensidade, a frequência e a repetitividade (não são: duração e


monotonia).
Medida de prevenção LER/DORT: alternância de posição, redução da intensidade, alternância
de tarefas.
As lesões por esforços repetitivos (LER) ou doenças osteomusculares relacionadas com o
trabalho (DORT) acometem tendões, sinóvias, músculos e nervos. A análise do estágio
evolutivo considera o aspecto ÁLGICO (DOR).
As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), associadas à intensidade
das tarefas repetitivas e à pressão no trabalho, representam um dos maiores fatores
para emissão de comunicação de acidentes de trabalho (CAT).
A terceirização, por ser uma estratégia de contratação diretamente associada à
intensificação e precarização do trabalho, gerou elevação dos agravos ocupacionais.

Fator Acidentário Previdenciário: intervalo de 0,5 a 2. Alíquotas: 1%, 2% ou 3%.

Condições para classificação de um agravo de saúde como doença ocupacional:


I - ter sido adquirida durante o exercício do trabalho a serviço da empresa;
II - provocar lesão corporal ou perturbação funcional;
III - causar morte ou redução permanente da capacidade para o trabalho;
IV - causar redução temporária da capacidade para o trabalho.

Saturnismo (Saturno, deus da guerra, armas de metal) e antracnose – chumbo metálico e


carvão.

Síndrome de Raynaud é uma doença que acomete os vasos sanguíneos das porções distais
do corpo (dedos, orelhas, nariz) – agente de risco: vibração localizada.

Aldeídos de todo tipo e isocianatos são agentes muito conhecidos no desencadeamento da


asma ocupacional. Também materiais biológicos (poeiras de restos de animais em
matadouros) e fibras vegetais.

Dica: metal – manganês – manganismo.

Telemarketing: As características do trabalho em teleatendimento são: trabalhadores jovens


ou em início de carreira, mas também grupos marginalizados que são excluídos das
contratações para trabalho presencial (negros, obesos, LGBTQIA+, trabalhadores mais idosos
que saíram do mercado de maneira súbita e buscam recolocação, ex “donas de casa”,
trabalhadores sem experiência prévia, estudantes que tentam conciliar a jornada menor (até
6h) com a faculdade.
É atividade com rigidez na organização do trabalho, metas rígidas, ritmos intensos, scripts e
muita cobrança, além da demanda emocional de atendimento a clientes, uso constante da voz,
digitação etc. Por isso há ALTA rotatividade e adoecimentos da esfera mental,
musculoesqueléticos e das pregas vocais. Trabalhadores sujeitos a intervalos exíguos para
repouso e refeições; uso de roteiros e scripts pré-planejados e controlados; maior suscetibilidade
ao descontrole de hipertensão arterial.

EMISSÃO DE CAT:
- Em caso de morte é sempre imediata. Mesmo que seja estranho pensar numa morte por doença
sem ter ocorrido um diagnóstico prévio.

Pra as doenças, veja art. 23 da Lei 8213/1991: “Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no
caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o
exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado
o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.”

MEDICINA DO TRABALHO, SAÚDE OCUPACIONAL E SAÚDE DO TRABALHOR


I - A medicina do trabalho limita-se ao controle e à prevenção restrita da doença, separando-a
das relações sociais e dos processos que a produzem.
II - A saúde ocupacional amplia as intervenções sobre o indivíduo para o ambiente, com
ênfase na higiene industrial.
III - A saúde do trabalhador representa um avanço quanto à centralidade da relação saúde-
trabalho, ao introduzir uma visão holística da sua multicausalidade.

Res. 2.323/2022 do CFM:


Art. 2º Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do
trabalhador, além da anamnese, do exame clínico presencial (físico e mental), de relatórios e
de exames complementares, é dever do médico considerar:
I – A história clínica e ocupacional atual e pregressa, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou
investigação de nexo causal;
II – O estudo do local de trabalho;
III – O estudo da organização do trabalho;
IV – Os dados epidemiológicos;
V – A literatura científica;
VI – A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhadores expostos a riscos
semelhantes;
VII – A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros;
VIII – O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
IX – Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou
não da área da saúde.
Parágrafo único. Ao médico assistente é vedado determinar nexo causal entre doença e
trabalho sem observar o contido neste artigo e seus incisos.

HIGIENE OCUPACIONAL
A. Método MAPHO: MAPHO (Método de Avaliação Preliminar de Higiene
Ocupacional) é uma abordagem que visa realizar uma avaliação preliminar das
condições de higiene ocupacional em um ambiente de trabalho. Geralmente, envolve a
identificação e avaliação qualitativa dos agentes químicos, físicos e biológicos presentes
no ambiente de trabalho, sem a necessidade de medições quantitativas detalhadas.

Embora o Método MAPHO seja uma metodologia de avaliação preliminar de higiene


ocupacional, ele não é amplamente reconhecido como uma abordagem específica para
decisões sobre medidas de controle de contaminantes atmosféricos sem a necessidade de
avaliações quantitativas detalhadas e comparação com limites de exposição ocupacional.
O Método MAPHO tende a se concentrar mais na identificação e avaliação qualitativa
dos agentes presentes no ambiente de trabalho, não necessariamente para fins de
controle de exposição.

B. Banding Approach: A abordagem de bandas (Banding Approach) é um método


desenvolvido para avaliar e gerenciar riscos ocupacionais associados a substâncias
químicas no local de trabalho. Nesse método, as substâncias são agrupadas em "bandas"
com base em suas propriedades toxicológicas e nos potenciais efeitos à saúde, permitindo
a aplicação de medidas de controle apropriadas sem a necessidade de avaliações
quantitativas detalhadas.

C. NIOSH Control Process: O Processo de Controle NIOSH (National Institute for


Occupational Safety and Health) é um conjunto de etapas desenvolvidas pelo instituto
para ajudar as organizações a implementar medidas de controle eficazes para reduzir
ou eliminar a exposição dos trabalhadores a riscos ocupacionais. Inclui a identificação
de perigos, avaliação de riscos, implementação de controles e avaliação contínua para
garantir a eficácia das medidas implementadas.

D. Método GHS do British Standard: O GHS (Globally Harmonized System) é um


sistema internacional para classificação e rotulagem de produtos químicos. O British
Standard pode ter desenvolvido um método específico baseado no GHS para avaliação e
controle de riscos químicos no local de trabalho, embora não seja especificamente
conhecido como "Método GHS do British Standard".

O British Standard pode ter desenvolvido métodos relacionados ao GHS para


gerenciamento de produtos químicos, mas essa opção não se relaciona diretamente com
a avaliação e controle de exposição ocupacional a contaminantes atmosféricos.

E. Método OSHA: A OSHA (Occupational Safety and Health Administration) é uma


agência do governo dos Estados Unidos responsável por estabelecer e fazer cumprir
padrões de saúde e segurança ocupacional. A OSHA pode ter desenvolvido métodos e
diretrizes para avaliação e controle de riscos ocupacionais, mas não é conhecido
especificamente como "Método OSHA".

Dentre as opções apresentadas, a Banding Approach é a que melhor se encaixa na


descrição fornecida na lacuna do texto, pois se refere a uma metodologia desenvolvida
para tomar decisões sobre medidas de controle de contaminantes atmosféricos sem a
necessidade de avaliações quantitativas detalhadas e comparação com limites de
exposição ocupacional.

PONTO 6

VIGILÂNCIA E PROMOÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHOR

O processo de investigação da relação entre a doença ou o agravo relacionado ao trabalho só


pode ser realizado pelo médico, devendo ser notificado e ser realizada a investigação
epidemiológica.

Acidentes com exposição a material biológico devem ser notificados no Sistema de


Informação de Agravos de Notificação somente após a confirmação da relação com o
trabalho, por meio da investigação epidemiológica.

Em qualquer situação, mesmo que a exposição ocupacional seja evidente, as ações de controle
devem ser instituídas após a realização da investigação epidemiológica.

Nexo técnico profissional: Aquele decorrente da constatação de uma doença profissional,


isto é, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade, a qual trabalhadores tenham sido expostos, ainda que parcial ou indiretamente.
Nexo técnico do trabalho: Aquele decorrente da constatação de uma doença do trabalho, isto
é, aquela adquirida em função das condições especiais em que o trabalho é realizado.
Nexo técnico individual: Aquele que decorre de acidente do trabalho típico ou de trajeto,
bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente.
Nexo técnico epidemiológico: É o reconhecimento das incapacidades decorrentes de
significância estatística entre diversos tipos de doença em uma determinada atividade
econômica. Associa a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde – CID -10 e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas –
CNAE.

PONTO 9

Na saúde ambiental e ocupacional, a epidemiologia é usada para estabelecer incidência e a


prevalência dos agravos à saúde, a etiologia e a história natural das doenças, o valor das
intervenções e os serviços de saúde.

O ensaio clínico randomizado é um estudo apropriado para verificar se a realização de


ginástica laboral por determinado grupo de trabalhadores apresenta resultados positivos para
prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), em comparação a
um grupo controle.

A randomização é uma estratégia de pesquisa utilizada para aumentar a validade de ensaios


clínicos que avaliam o efeito de intervenções (por ex., drogas ou exercício).

O processo envolve a alocação aleatória dos participantes em grupo intervenção ou grupo


controle e requer que os participantes tenham igual chance de serem alocados em qualquer um
dos grupos. Quando implementada adequadamente, a randomização evita o viés de seleção e
produz grupos de estudo comparáveis quanto a fatores de risco basais conhecidos e
desconhecidos. Para que a randomização funcione, os investigadores e os participantes devem
ser incapazes de prever em qual grupo cada um dos participantes será alocado — isso se
chama sigilo de alocação;

Os ensaios clínicos são estudos onde um grupo de interesse em que se faz uso de uma terapia
ou exposição é acompanhado comparando-se com um grupo controle. Diferente dos estudos
observacionais em que o pesquisador não interfere na exposição, nesse estudo o pesquisador
planeja e intervém ativamente nos fatores que influenciam a amostra, minimizando assim a
influência dos fatores de confundimento. A alocação dos sujeitos de pesquisa pode ser de
forma aleatória (randomizada) ou não aleatória.

A razão entre o risco de ocorrência do evento de saúde entre os expostos e o risco de


ocorrência dos não expostos expressa o conceito de Risco Relativo.
O resultado de um estudo em que o risco relativo RR < 1: mostra que o risco nos expostos é
menor do que em não expostos.
O resultado de um estudo em que RR = 1: não existe associação entre a exposição e a doença
ou evento.
O resultado de um estudo em que o RR > 1: o risco em pessoas expostas é maior do que em
não expostas.
O risco relativo é a razão entre os expostos e os não expostos.
O risco relativo NÃO avalia a magnitude da doença.

A metanálise é uma técnica que combina os resultados de diversos estudos voltados a um


conjunto de hipóteses específicas. Ela vem sendo amplamente utilizada em estudos médicos,
especialmente em revisões sistemáticas de ensaios clínicos aleatorizados. Há, portanto, a
necessidade de estudos sobre as ferramentas estatísticas envolvidas. Assim, os resultados dos
estudos são combinados por diferentes estratégias. Uma alternativa considera homogeneidade
entre os estudos. Modelos de regressão com efeitos fixos são compatíveis com este
pressuposto. Por outro lado, se for assumida heterogeneidade entre os estudos, os modelos de
efeitos aleatórios são mais adequados.

Na pesquisa de um distúrbio neurológico raro em trabalhadores de uma rede de lavanderias


de hospitais, convém utilizar o estudo de caso-controle, de maneira retrospectiva.

O estudo de coorte é apropriado para comparar, ao longo do tempo, aspectos relacionados a


distúrbios do sono entre trabalhadores que atuem em plantões noturnos e aqueles que
trabalhem em horário regular.

Após serem definidos o diagnóstico da doença e o nexo com o trabalho, deve-se fazer a busca
ativa de outros casos no mesmo estabelecimento de trabalho ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica.
A busca ativa visa determinar a magnitude e a extensão do evento.

Em termos epidemiológicos, é sabido que a prevalência de doenças em um determinado


período e espaço geográfico é influenciada por muitos fatores. Assinale o item que tende a
diminuir a prevalência.
a) Maior letalidade.
b) Imigração de casos.
c) Emigração de pessoas sadias.
d) Imigração de pessoas suscetíveis.
e) Aumento da sobrevida sem cura.

A Emigração, que é a saída do local estudado de pessoas sadias, vai alterar a população, ou
seja, o denominador da nossa fração fica menor e o resultado da fração (prevalência) fica
maior, por um conceito matemático simples. Letra C errada também.
A entrada de pessoas suscetíveis, mas que ainda não são casos, é um fator que pode aumentar
a prevalência somente depois que elas forem acometidas pelo agravo. É a pegadinha da
questão, pois poderíamos pensar que há um aumento da população exposta sem aumento
imediato de casos, o que reduziria a prevalência, certo? Mas não foi esse o pensamento de
quem elaborou a questão. De toda forma, a letalidade é um fator que diretamente reduz a
prevalência, sem depender de outros acontecimentos. Então a letra A é mais correta.
A letra D também não seria, pois se as pessoas sobrevivem mais, mas ainda com a doença,
elas continuam sendo contadas para a prevalência, o que contribui para aumentar.

A prevalência constitui medida muito útil em planejamento e administração de serviços e de


programas de saúde e é utilizada quando se pretende colocar à disposição de uma população
determinado serviço de saúde ou produto; como por exemplo, a prevalência de problemas
visuais em escolares, que pode auxiliar no planejamento de provisão de óculos para escolares.
A prevalência de uma doença mantém relação diretamente proporcional com a incidência e a
duração da doença. Isso quer dizer que, em geral, em uma dada população, se duas doenças
apresentam a mesma incidência, tenderá a ter menor prevalência aquela que apresentar
menor duração média, seja devido a mortes precoces, seja devido à rápida cura dessa
doença.

Os estudos observacionais permitem que a natureza determine o seu curso; neles, o


investigador mede, mas não intervém, enquanto, nos estudos experimentais, há uma tentativa
de mudar fatores determinantes de uma doença, como uma exposição ocupacional, por
exemplo.

Embora fáceis de realizar, os estudos ecológicos são frequentemente difíceis de interpretar,


visto que raramente é possível encontrar explicação para os resultados, devido ao fato de se
trabalhar com populações ou grupo de pessoas, cujas conclusões suscitam o viés conhecido
por “falácia ecológica”. Não é possível associar exposição e doença no nível individual. É
difícil controlar os efeitos de potenciais fatores de confundimento. Os dados são provenientes
de diferentes fontes, o que pode significar qualidade variável da informação.

No estudo de prevalência as medidas de exposição e doença são feitas simultaneamente, fato


que favorece (dificulta) a interpretação de causalidade, pois essa decorre da associação
estatística entre a variável resposta e a explicativa sob investigação, independentemente da
sequência cronológica observada entre a exposição e o desfecho clínico em estudo.

Estudos seccionais: revelam prevalência.

Exemplo: Um inquérito domiciliar foi realizado para se conhecer a associação entre o


desmame precoce e a prevalência de diarreia em menores de um ano. Uma amostra
representativa de crianças menores de um ano foi selecionada em um bairro popular da cidade
de Manaus. As crianças foram examinadas para identificação da diarreia e do histórico de
desmame precoce. Verificou‐se que a prevalência de diarreia era maior no grupo de crianças
com história de desmame precoce.

O estudo de caso e controles (coorte) inicia com um grupo de pessoas livres da doença, que
são classificadas em subgrupos aleatoriamente, de acordo com a exposição a uma causa
potencial de doença, momento a partir do qual se faz acompanhamento e medições das
variáveis de interesse para os novos casos no grupo de expostos e não expostos (controles).

Um estudo de coorte acompanha um determinado grupo de pessoas por um determinado


período de tempo. É indicado para verificar a incidência de uma doença.

A incidência de uma doença não é determinada por um único momento, mas sim ao longo de
um período específico. Na bioestatística, a incidência é definida como o número de novos
casos de uma doença que ocorrem em uma população em risco durante um determinado
período de tempo. Geralmente, a incidência é expressa como uma taxa, indicando o número
de novos casos por unidade de pessoa-tempo (por exemplo, por pessoa-ano).
Por isso, está ERRADA a assertiva: “A incidência da doença na população é obtida através da
verificação do número de pessoas sadias e do número de pessoas que apresentavam diabetes,
em um único momento”.

Observe esta afirmação: “O surgimento de novas drogas, que permitem a maior sobrevida das
pessoas com diabetes, leva a uma diminuição da incidência da doença”. – Na verdade, se a
droga permite maior sobrevida das pessoas com diabetes, não afetará a incidência da doença,
ou seja, não diminuirá nem aumentará a taxa de novos casos.

INCIDÊNCIA = DOENTES NOVOS / TOTAL DA POPULAÇÃO EM RISCO

1) Risco Absoluto (RA): é a probabilidade de um agravo ocorrer em uma população. Seu valor
é o mesmo da incidência.

2) Risco Relativo (RR): é a razão entre taxas de incidência em pessoas expostas e em pessoas
não expostas. Se o risco relativo é 1, significa que a incidência foi igual nos dois grupos, ou
seja, a exposição ao fator não aumentou o risco de doença.

Incidência em expostos/Incidência em não expostos

RR = A/(A+B)
__________
C/(C+D)

A = Nº DE EXPOSTOS DOENTES
B = Nº DE EXPOSTOS SADIOS
C = Nº DE NÃO EXPOSTOS DOENTES
D = Nº DE NÃO EXPOSTOS SADIOS

3) “Odds Ratio” - OR ou razão de chances, razão de probabilidades ou razão de produtos


cruzados (esse nome ajuda a memorizar, já que sua fórmula é a multiplicação dos valores na
diagonal do quadro – cruzados) é utilizado quando não se pode calcular o RR, como no estudo
de caso-controle. Seria uma aproximação do RR, pois é a probabilidade de um agravo ocorrer
dividida pela probabilidade dele não ocorrer.
A associação positiva entre desemprego e ocorrência de doenças interfere na avaliação do
perfil de morbimortalidade tanto da população trabalhadora quanto da população geral.

Já vimos que os estudos de coorte são de seguimento (follow up), longitudinais! Não são,
portanto, transversais e nem de prevalência. Permitem verificar a incidência – casos novos.

O coeficiente de letalidade expressa o maior ou o menor poder de uma doença em causar


óbito entre os indivíduos que adoecem em consequência dela, sendo calculado por meio da
relação entre o número de óbitos por determinada causa e o número de indivíduos
acometidos pela doença.

Letalidade = n. de óbitos/n. de doentes x 100

A razão de chances de exposição ou odds ratio, medida de associação utilizada em estudos de


caso-controle, aproxima-se numericamente da razão de risco quando a doença é rara ou
quando a incidência da doença é baixa na população em estudo.

Efeito do trabalhador sadio em estudos ocupacionais: é um tipo de viés de seleção que tende a
subestimar a ocorrência dos problemas de saúde nos trabalhadores, em relação ao mesmo
grupo etário na população geral.

Conceito de Análise Multivariável – Na análise multivariada, as variáveis preditoras são


analisadas simultaneamente, de forma que o efeito de cada variável é ajustado para o efeito
das demais. Conjunto de métodos estatísticos que torna possível a análise simultânea de
medidas múltiplas para cada indivíduo, objeto ou fenômeno observado. Em resumo, métodos
que permitem análise de mais de 2 variáveis ao mesmo tempo.

As análises de sensibilidade ajudam a certificar-se que o resultado encontrado é robusto. Ou


seja, na análise de sensibilidade, são testadas diversas variáveis diferentes para se entender o
efeito que cada uma produz no final do processo. As análises de sensibilidade servem para
testar a robustez dos resultados encontrados em revisões sistemáticas, aumentando a certeza
dos mesmos. É recomendado que as análises de sensibilidade sejam planejadas e justificadas
durante a fase de protocolo de uma revisão sistemática. Análises de sensibilidade são
utilizadas para avaliar a robustez dos resultados, tais como o impacto de premissas assumidas,
dados imputados, decisões limítrofes e estudos com elevado risco de viés. Por exemplo, se na
metanálise a elegibilidade de alguns estudos for duvidosa porque eles não contêm todos os
detalhes, é possível fazer uma análise de sensibilidade, refazendo a metanálise após a
exclusão dos estudos duvidosos e mantendo apenas os estudos definitivamente elegíveis.

A amostragem estratificada é um método de amostragem de uma população que pode ser


dividida em subpopulações.

Análise estratificada: estratificar dados é o processo de separar as informações em coleções


menores e mais gerenciáveis para análise.

Análise Multivariada é uma ferramenta estatística no qual conseguimos avaliar diversas


variáveis do conjunto de dados obtidos de uma vez só com o auxílio de técnicas e métodos
que possuem finalidades diversas entre si.
A análise de variância compara médias de diferentes populações para verificar se essas
populações possuem médias iguais ou não.

Revisão sistemática: pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura.

A curva ROC é obtido pela representação da razão RPV = Positivos Verdadeiros/Positivos


Totais versus a razão RPF = Positivos Falsos/Negativos Totais, para vários valores do limiar
de classificação. O RPV é também conhecido como sensibilidade (ou taxa de verdadeiros
positivos), e RPF = 1-especificidade ou taxa de falsos positivos. A especificidade é conhecida
como taxa de verdadeiros negativos (RVN). A analise ROC fornece ferramentas para
selecionar modelos possivelmente ideais (modelos ótimos) e descartar modelos não tão
ótimos, independentemente (e antes de especificar) o contexto de custos ou a distribuição de
classe. A análise ROC está relacionada de forma direta e natural com a análise de
custo/benefício do diagnóstico.

O pareamento é um procedimento utilizado nos estudos caso-controle para controle de


variáveis confundidoras. Uma dificuldade para sua realização é que esse procedimento é caro
e demorado para encontrar controles com as características necessárias.

Estudo caso-controle: permite a investigação simultânea de uma maior variedade de possíveis


fatores de risco.
Esse tipo de estudo inclui pessoas com a doença (ou outra variável de desfecho) e um grupo
controle (grupo de comparação ou referência) composto de pessoas não afetadas pela doença
ou variável de desfecho.
Pacientes com a doença (casos) são comparados com pessoas sem a doença (controles).
A ocorrência de uma possível causa é comparada entre casos e controles.
A associação entre uma exposição e uma doença (risco relativo) em um estudo de caso e
controle é uma medida calculada pela razão de odds (RO ou de produtos cruzados), que é a
razão do odds de exposição entre os casos dividido pelo odds de exposição entre os controles.
A razão de odds é muito semelhante ao risco relativo, principalmente se a doença for rara.
Para a razão de odds ser uma boa aproximação do risco relativo, os casos e controles devem
ser representativos da população geral no que diz respeito à exposição. No entanto, em virtude
de a incidência da doença ser desconhecida, o risco absoluto não pode ser calculado. Uma
razão de odds deve vir sempre acompanhada do seu respectivo intervalo de confiança
observado ao redor do valor estimado.
A mensuração de exposição ocorrida no passado pode ser enviesada.
Os estudos de casos e controles também são chamados de retrospectivos, uma vez que o
investigador busca, no passado, uma determinada causa (exposição) para a doença ocorrida.
Pode ser difícil definir casos de forma precisa.
Os estudos de casos e controles também são chamados de retrospectivos, uma vez que o
investigador busca, no passado, uma determinada causa (exposição) para a doença ocorrida.
Entretanto, isso pode causar confusão porque os termos retrospectivos e prospectivos também
são utilizados para descrever o tempo da coleta dos dados em relação ao momento atual.
Nesse caso, um estudo de casos e controles pode ser tanto retrospectivo, quando os dados
fazem referência ao passado, quanto prospectivo, quando os dados são continuamente
coletados no decorrer do tempo.
Quando as diferenças nas odds ratio foram significativas, segundo a inserção de determinadas
variáveis, o fenômeno encontrado é denominado de interação.

A distorção dos resultados devido a erros sistemáticos é denominada viés. De maneira


geral, são três as razões principais para uma estimativa enviesada.

Confundimento: O efeito aparente da exposição de interesse é distorcido porque o efeito de


fatores externos à associação é equivocadamente tomado como o efeito real da exposição.
Confundimento ou situação de confusão refere‐se à distorção da estimativa do efeito devido a
erros de mensuração ou classificação errônea de indivíduos segundo uma ou mais variáveis.

Técnicas para minimizar o confundimento: Pareamento individual; Pareamento por


frequência; Estratificação; Ajuste por modelagem estatística.

EFEITO DO TRABALHADOR SADIO – Este termo refere-se ao fenômeno observado em


estudos ocupacionais onde trabalhadores tendem a apresentar melhores índices de saúde em
geral do que a população em geral, pois os indivíduos doentes ou menos saudáveis tendem a
sair da força de trabalho (seja por aposentadoria precoce, desemprego ou morte). Este efeito
pode confundir a análise se não for devidamente considerado, porque pode parecer que o
trabalho está associado a melhores desfechos de saúde, quando na verdade os trabalhadores
mais saudáveis são os que continuam empregados.
As outras opções não são conceitos específicos da epidemiologia ocupacional ou não se
aplicam diretamente ao contexto de saúde dos trabalhadores no mesmo sentido que o efeito
do trabalhador sadio:
 A - Efeito halo: Geralmente se refere a um tipo de viés em que a percepção de um traço
positivo influencia a percepção de outros traços, mais comum em psicologia social.
 B - Efeito confundidor da classe social: Embora a classe social possa ser um confundidor
em estudos epidemiológicos, não é um termo usado especificamente na epidemiologia
ocupacional.
 C - Efeito Hawthorne: Relaciona-se mais a uma mudança de comportamento das pessoas
quando sabem que estão sendo observadas, comum em pesquisas sobre ambiente de trabalho,
mas não é um termo usado para descrever adoecimento.
 D - Efeito Leypzig: Não é um termo reconhecido na epidemiologia ocupacional.
A sensibilidade refere-se à capacidade do teste em identificar corretamente os verdadeiros
positivos, ou seja, a proporção de indivíduos doentes que o teste classifica como positivo. Já a
especificidade refere-se à capacidade do teste em identificar corretamente os verdadeiros
negativos.

Para verificar o índice de gravidade dos acidentes de trabalho ocorridos, o médico do trabalho
deverá considerar a relação entre o número total de horas perdidas com acidentes de trabalho
(numerador) e o número de horas/homem trabalhadas (denominador), e, em caso de óbito, as
horas perdidas devem ser debitadas em maior quantidade do que em caso de incapacidade
permanente.

Taxa de gravidade = Cômputo do tempo em dias (perdidos e debitados) sob o número total de
horas/homem de exposição:
TG = T x 1 000 000/ HHT (T = tempo em dias perdidos + debitados decorrentes do acidente)
 Tomar cuidado porque de acordo com a NBR 14.280, numa situação de acidente de trabalho,
o número de dias debitados em um caso de óbito é igual ao número de dias debitados de uma
situação de incapacidade total permanente.

 Quando se fala em "dias debitados" em caso de morte por acidente de trabalho, está se
referindo ao cálculo da indenização por danos morais e materiais devidos aos familiares da
vítima. Essa contagem de dias debitados frequentemente está relacionada à expectativa de
vida do trabalhador falecido. Por exemplo, se um trabalhador falece em decorrência de um
acidente de trabalho e a legislação prevê uma indenização baseada na expectativa de vida
média no momento do óbito, o cálculo dos "dias debitados" pode ser utilizado para determinar
o valor da indenização a ser paga aos dependentes ou herdeiros. Portanto, a expressão "6 mil
dias debitados em caso de morte" pode indicar que a indenização prevista para os familiares
da vítima será calculada com base em 6 mil dias, levando em consideração a expectativa de
vida média no momento do acidente.

Um(a) médico(a) do trabalho decide conduzir um estudo de prevalência para estudar as causas
de perda auditiva ocupacional em um grupo de trabalhadores expostos a níveis elevados de
pressão sonora. Do ponto de vista epidemiológico, assinale a alternativa em que a
característica descrita melhor representa uma limitação importante para esse estudo.
Concorrência: causa e efeito são observados ao mesmo tempo.
Variáveis podem ser classificadas da seguinte forma:

Variáveis Quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala
quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Podem ser contínuas
ou discretas.
a- Variáveis discretas: características mensuráveis que podem assumir apenas
um número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem
sentido valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagens. Exemplos:
número de filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros
fumados por dia.
b- Variáveis contínuas, características mensuráveis que assumem valores em
uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem
sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento.
Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial,
idade.

1. Variáveis Qualitativas (ou categóricas): são as características que não possuem


valores quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por várias categorias, ou seja,
representam uma classificação dos indivíduos. Podem ser nominais ou ordinais.
1. Variáveis nominais: não existe ordenação dentre as categorias. Exemplos:
sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio.
2. Variáveis ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. Exemplos:
escolaridade (1o, 2o, 3o graus), estágio da doença (inicial, intermediário,
terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,..., dezembro).

O método gráfico que permite o acompanhamento da evolução temporal das doenças para a
verificação de ocorrência de uma epidemia, é denominado diagrama de controle.

Causa necessária é a causa que tem que estar presente em todos os mecanismos causais para
que qualquer caso da doença ocorra.

Causa suficiente é o conjunto mínimo de causas que, ao ser constituído, leva inevitavelmente
à ocorrência de uma doença.

Causa componente é o evento, condição ou característica que necessariamente precede o


adoecimento e sem a qual a doença não ocorreria.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
I. As doenças do aparelho circulatório são o primeiro grupo de causas de morte no Brasil.

II. A mudança gradual observada no perfil epidemiológico da população brasileira mostra que
o predomínio das doenças infecciosas e parasitárias e das deficiências nutricionais foi
substituído pelas doenças crônico‐degenerativas e aquelas relacionadas a causas externas.

III. O advento da Aids permite questionar o pressuposto da teoria da transição epidemiológica


de que as enfermidades infecciosas caminhavam para o quase desaparecimento, pelo menos
nos países centrais do capitalismo.

Em geral, uma hipótese pode ser testada mediante realização de experimentos que
permitam aos pesquisadores observar, descrever, mensurar, analisar e elaborar
conclusões que expliquem a ocorrência de determinado fenômeno. Nesse
contexto, caso a hipótese nula seja verdadeira, espera-se que a probabilidade de
ter havido erro seja pequena. Essa probabilidade é denominada de nível de
significância

RUÍDO:

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