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Já entendemos que, caso não haja um motivo para que as soluções dos
jogadores não funcionarem, a idéia deve dar certo e o jogo seguir. Passamos
então a entender quais são os parâmetros de quando tais idéias não serão
aproveitadas, para que se desenhe uma linha transparente de atuação para o
mestre.
Mais um caso onde você não poderá deixar que as idéias dos jogadores
funcionem:
Quando os jogadores tentarem algo nitidamente absurdo ou
Oil Fantasy
impossível.
Em um jogo de RPG, que mexe com ficção, caô e fantasia, o impossível precisa
ser investigado até que fique claro a todos os participantes o quão e impossível
ele é, para que seja negado naturalmente na ficção.
Ao invés de negar todo um curso de ação quando o jogador declara algo que
pareça inalcançável ou esdrúxulo, vale conversar a respeito para fortalecer as
bases do mundo de aventuras que todos estão imaginando e eliminar ruídos e
dissonâncias.
O bololô da ficção
Quando fui ver Senhor dos Anéis no cinema, fiquei um pouco chocado de ver
aquele mundo que eu tanto visitava retratado de forma diferente. Eu imaginava
a Terra Média e seus personagens de uma forma um pouco diferente.
Uma das coisas mais legais do RPG é que possamos participar do mesmo jogo
imaginando coisas às vezes tão diferentes e tudo funcionar bem ainda assim. Se
o mestre descreve um personagem tendo uma imensa cara de tapado, é possível
que um jogador imagine ele a partir de um personagem do cinema e outro
jogador a partir de um primo mais novo que é bem estúpido. Um imaginou o
cara branco, alto, esguio, de 20 e poucos anos, com um dente quebrado na
frente e outro imaginou um sujeito baixo, gordinho, com olheiras e um sorriso
tímido.
Imagine que um jogador queira utilizar um saco de pano, para nele enfiar a
cabeça de um monstro imenso enquanto dorme, mas o saco é pequeno e a
cabeça do monstro imensa, de acordo com os parâmetros do livro de regras.
Obviamente essa não e uma ação possível, considerando que o jogo não seja
baseado em desenho animado. É o momento de informar ao jogador sobre as
dimensões da cabeça do bicho e do saco de pano, de acordo com as estatísticas
presentes no livro de regras. Isso vai permitir que ele reavalie sua ação.
Isso tudo deverá ser definido na ocasião e, a partir disto, teremos parâmetros.
De forma geral, permita que o jogador determine o tamanho do saco de seu
personagem e o mestre o tamanho da cabeça da criatura, ou seja, que cada
participante decida de acordo com seu papel no jogo.
Na Oil Fantasy, pensamos que o sistema nos fornece parâmetros não só para
arbitragem, mas também para descrever as coisas com mais profundidade,
reforçando a realidade compartilhada do mundo de aventuras.
Por mais que a maioria das coisas possam ser descritas somente com os termos
próprios do mundo de aventuras, o sistema pode nos ajudar a aparar as arestas
de nossas imaginações e encaixá-las, ajudando na imersão no jogo porque
ajuda o jogador a engajar em sua decisão, dando informações mais precisas para
que calcule risco e recompensa, coroando sua agência.
Jogador: Eles estão chegando e estão armados, né? Acho que vou pular daqui de cima
da torrezinha e sair correndo lá de baixo.
Mestre: Daí de cima você calcula que está a uns 10 metros do chão. Vai saltar?
Jogador: Hum, preciso visualizar melhor. Será que consigo pular para o chão de boas?
Mestre: Um pulo daí dá 3d6 de dano, pode dar quase nada, mas pode te matar,
dependendo de como você cair, mas uma coisa é certa: ileso você não vai sair.
Jogador: Olhando sua ficha de personagem - hum... eu tenho 7 pontos de vida, acho
melhor não arriscar.
Note que em vez do mestre denunciar a ação do jogador como absurda logo de
cara, ele avançou o diálogo e deu mais parâmetros para ele decidir. Aí podemos
ver que o timing também é importante, ou seja, em que momento a negativa do
Oil Fantasy
mestre entra em jogo?
Mesmo que pareça a absurdo, pergunte ao jogador como ele vai fazer
determinada coisa, realize a parametrização de sua ação e só negue
pontualmente o que for impossível, e não toda uma linha de ação.
Jogador: Então a torre é muito alta? Vou pular e fugir quando chegar no chão.
Mestre: Você está a 30 metros de altura e calcula que uma queda cause bastante dano,
não haveria como seu personagem sobreviver. Seriam 10d6 de dano sendo que você tem
5 de vida.
Mestre: Ok, você sente a queda e o chão se aproximando com tremenda rapidez -
pegando os dados de dano para jogar.
Jogador: Calma, não role ainda o dano da queda. Eu vou passar o dedo polegar pelo
anel mágico que está no meu dedo anelar e fazer um desejo: quero levitar até o chão
para pousar em segurança.
Mestre: Hum, safadinho! Me pegou de surpresa, muito sagaz, mas... você sabe quantas
cargas esse anel tem? Tem alguma sobrando?
Jogador: Errr... verdade, eu não sei. Assumi que ainda tinha desejos a fazer.
Oil Fantasy
Critério da Verossimilhança
Os posts têm me ajudado bastante no meu desenvolver como mestre. A cada parágrafo,
eu lembro de uma situação de jogo que poderia ter sido melhor. Mas cheguei a
Oil Fantasy
conclusão que devo jogar pra mais pra aprender a lidar com as situações.
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