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Tri-Amor: Adultos

Meu CEO, Meu Mafioso, Meu Médico


Minha Lua, Meu Cometa
Copyright © 2024 por Jéssica P. G. C.

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ISBN nº 978-65-00-96807-1

Editado por: [Jéssica P. G. Castro]


Capa por: [Jéssica P. G. Castro]
Palavras da Autora:
Com grande entusiasmo, apresento a vocês uma obra dividida em duas partes, dois e-books que
narram a história do trisal REM. A primeira parte convida-os a mergulharem na adolescência de
colegas de quarto, enquanto a segunda os acompanha em sua jornada pela vida adulta. Preparem-
se...
Tri-Amor 1 (Parte 1) Adolescentes
Tri-Amor 2 (Parte 2) Adultos
Livros do mesmo universo:

Depois dos 30 – Meu Homem, Minha Mulher


Depois dos 40 - Meu Secretário, Meu CEO
Capítulo 85
Eros

ui convidado para um almoço com uns amigos aqui no Brasil. Estou de passagem, vim
F validar meu diploma de médico, mas preciso voltar para o Reino Unido para resolver certas
questões lá, como o carro que ganhei de aniversário do Miguel e a moto que meu outro
namorado me deu. Vou ver o que fazer com essas duas coisas e pegar algumas roupas do
apartamento em Oxfordshire. Pretendo retornar de vez para o Brasil no mês que vem.
Apesar de terem se passado anos, meus sentimentos pelos meus namorados continuam intactos.
Sim, brigamos, tivemos desentendimentos, mas geralmente por coisas bobas. Logo estávamos
um na porta do outro, pedindo desculpas e voltando a fazer o que gostamos, juntos ou a três.
Ah, sou muito feliz que, mesmo após anos distantes um do outro, nosso interesse romântico
nunca mudou. Nunca quis que isso acontecesse. Eles e meus pais foram meus pilares para seguir
na medicina. Além de me formar, fiz Especializações, experiências internacionais, participei de
organizações profissionais, busquei educação continuada, voluntariado, tecnologia e inovação, e
aprimorei habilidades de comunicação e marketing pessoal. Tudo isso em pouco tempo ou muito
tempo, dependendo do ponto de vista, com muito apoio e insistência da minha família e dos
meus namorados.
O Ravi insistiu bastante para que eu construísse meu nome, dizendo ter planos para mim e
querendo que eu me destacasse nesse campo. Apesar de ter ficado mais rigoroso do que meu pai,
não posso reclamar. A pressão e apoio dele, assim como do Miguel, que opta por um caminho
mais romântico, são fundamentais. Aceito e agradeço esse estímulo. Sem o apoio emocional e
financeiro deles, e o suporte dos meus pais, talvez tivesse desistido. Mas eles nunca permitiriam
isso. Agradeço aos meus amores pela pressão constante.
Outra coisa, passamos sim muito tempo longe um do outro, mas o Miguel e o Ravi sempre
davam um jeito de aparecer em Oxfordshire, ou depositavam dinheiro na minha conta para que
eu fosse até eles. Como eu não iria morrendo de saudades?
Todo mês via dinheiro cair na minha conta, uma quantia que nunca pedi, mas eles diziam que era
para emergências e para eu visitá-los quando quisesse. São tantos zeros que mal consegui gastar
metade, mas está lá. Enfim. Usei essa grana para fazer visitas surpresa para ambos, e eles
adoravam ser pegos de surpresa.
O problema surgiu há apenas dois anos, por conta da correria na minha profissão. Miguel teve
que se dedicar muito à empresa que herdou e às empresas de telecomunicações que ele, Gui e
Ítalo abriram. Por pouco ele e eu não nos vimos pessoalmente, apenas por vídeos chamadas. Mas
estamos morrendo de saudades um do outro.
O Ravi também esteve muito ocupado pelo mundo, lidando com essa questão da máfia. Não só
isso, ele mergulhou de cabeça no processo de investigar todos os poderes da família da Carol.
Aos poucos, está minando a credibilidade dos Dias, fazendo-os perder grana e, principalmente,
tornando a vida da Carol um inferno. Ele a persegue, arruína negócios da família dela com
grandes investidores e até ameaça quem se interessa romanticamente por ela. Ou seja, a pessoa
desiste, sabendo que enfrentar um Ferrari não é uma boa ideia. Acho é pouco, se comparado aos
dois anos de inferno que ela fez o meu amigo Daniel passar.
Quanto ao Dani, ele continua na Austrália. Já tentamos convencê-lo a voltar, mas ele diz que
ainda não está preparado, embora pretenda fazê-lo um dia. Mas o lado positivo é que ele está
realizado, trabalhando como âncora de jornal numa empresa de telecomunicações que a família
do Ravi patrocina, e meu namorado o auxiliou em todas as formas possíveis para que o Dani se
erguesse, assim como o Miguel e o Bryan.
Olha, fiquei arrasado ao saber que o coitado foi usado pelos pais. Não sei como reagiria se
estivesse no lugar do Dani. Mas ele está melhorando; sinto que mentalmente está bem melhor. Se
ele demorar muito para voltar para o Brasil, para o Gui, vou até ele e o puxo pelos cabelos.
Mas enfim, fora isso, nosso trisal está muito bem, obrigado, mesmo à distância. Continuamos
usando as alianças que o Ravi nos deu. Estou aqui, neste restaurante cinco estrelas, olhando para
minha amada neste exato momento, relembrando os tempos de amor e carícias que começaram
na escola e saíram para além dos muros. Esses sentimentos ainda são os mesmos, só que agora
mais intensos, principalmente na cama.
Ah, meu CEO, meu MAFIOSO, onde vocês estão agora, exatamente neste momento? Mal posso
esperar para reencontrá-los daqui a um mês.
Hoje é dia 25 de dezembro, e este restaurante é especial, abre apenas com reservas. Como estou
indo embora amanhã, uns amigos dos tempos de escola insistiram para fazermos algo hoje, e
estou esperando por eles.
Meus amigos ainda não chegaram, espero que não demorem. Olho para o relógio, um presente
caro da marca Rolex dado pelo Miguel no meu aniversário. Fiquei chocado com o valor, mas
aceitei mesmo assim. O Miguel e o Ravi têm o hábito de me presentear com coisas de alto valor
e ainda não me acostumei. Enfim, já passa das 12:30 e nada deles.
— Senhor? — Um garçom se aproxima e eu olho para ele.
— A pessoa ali mandou entregar essa bebida para você. — O garçom deixa a bebida na minha
mesa e se retira.
Olho na direção que o garçom apontou e vejo as costas de um homem. Será que ele está tentando
me cortejar? Não seria o primeiro homem ou mulher ao longo desses anos longe dos meus
COMPANHEIROS. Mas ele está enganado se pensa que vai me ter, eu não preciso de outro
macho, já tenho DOIS namorados SUPERGATOS E SUPERGOSTOSOS, igual o Ravi sempre
fala. Vou devolver essa bebida agora mesmo, e na cara dele se for muito insistente, para ter logo
uma péssima impressão de mim.
Me levanto, ajeito minha roupa, e vou na direção do indivíduo.
Capítulo 86
Miguel

amos lá, os anos passados não foram fáceis, mas também não foram ruins. Pelo contrário,
V apesar dos momentos difíceis e do grande esforço para me provar capaz de assumir os
negócios da família, montar a CRN com o Gui e o Italo foi um desafio adicional que não
me arrependo de ter enfrentado. Além de ajudar um velho amigo, uma parcela dessa empresa
também é minha, sendo parte da herança que deixarei para meus filhos. É mais uma fonte de
lucro para mim, contribuindo para minha prosperidade financeira. Gosto de ser rico, e agora
tenho dois super namorados incríveis para impressionar e mimar. Adoro mimá-los e bancar
passeios luxuosos. Não há preço quando os vejo felizes, pois são o motivo da minha alegria.
O Ravi tem dinheiro, é tão rico quanto eu, mas equilibramos as coisas, buscamos a justiça para
todos. Agora que o Eros está bem-sucedido em sua profissão como médico cirurgião, ele também
nos mima à sua maneira, e eu amo isso. Na verdade, tanto eu quanto o Ravi adoramos ganhar
presentes deles. Muitas vezes, levo esses mimos para minha sala na empresa e os coloco em cima
da mesa. Como um gatinho preto de cerâmica que ele comprou numa feira e deu um para mim e
outro para o Ravi - adoramos esse presente.
Quem vê este item aparentemente simples na minha mesa não imagina o quão especial, raro e
valioso é para mim. Sem valor monetário, mas repleto de significado, este gatinho é algo que
acaricio sempre que sinto falta do carinho dele. Além disso, tenho uma foto de nós três que deixo
sob a mesa do meu escritório. Aposto que o Ravi também guarda o gatinho que ganhou do Eros
num lugar especial.
Enfim, estou agora em um restaurante cinco estrelas. Hoje é dia 25 e um cliente extremamente
importante marcou comigo nesta data. Segundo ele, o resto de sua agenda está lotado e só
poderíamos conversar e fechar negócios hoje. Olho para o meu relógio, um Rolex presente do
Ravi, e vejo que ele está atrasado. Mas mesmo assim, preciso aguardar.
Olho para a minha mão e vejo nossa aliança de compromisso; um sorriso surge ao relembrar o
dia em que Eros nos pediu em namoro e quando Ravi nos entregou essa aliança. Esse símbolo se
tornou um elo que me prendeu a esse amor, uma ligação profunda a eles, um compromisso total
com esse sentimento. Mesmo com algumas discussões por bobagens e ciúmes, sempre fomos
maduros o suficiente para reconhecer nossos erros, pedir desculpas e evitar que as coisas
piorassem. Sou grato por ter dois parceiros tão maduros, que sempre confiaram na minha
fidelidade, que entenderam minhas ocupações e nunca exigiram mais atenção do que eu podia
dar.
Ravi e eu arrumamos um jeito para que Eros recebesse dinheiro na conta dele, possibilitando que
nos visitasse sempre que sentisse saudades. Adoro essas surpresas que ele e Ravi fazem, e ainda
mais quando ambos vêm até mim.
Claro, em datas especiais como nosso aniversário, aniversário de namoro ou nas festas de fim de
ano, estávamos sempre juntos. Esses momentos importantes sempre foram prioridade, mesmo
para três homens ocupados como nós.
Porém, nos últimos dois anos, nossas visitas diminuíram. Consigo contá-las nos dedos, mas as
ligações e conversas por texto nunca cessaram. Infelizmente, este ano, nossas agendas não
coincidiram, mas sei que Eros está aqui no Brasil. Um cliente marcou comigo e, assim que essa
reunião acabar, vou até onde ele está hospedado o mais rápido possível. Estou ansioso para
dissipar essa saudade que sinto por ele no peito. E do Ravi também. Onde você está, Ravi?
Somos um trisal, e sem você não é a mesma coisa. Por que não responde às minhas mensagens
desde ontem? Estou preocupado, cara.
Essa distância está me consumindo. Assim que nos encontrarmos pessoalmente, minha primeira
sugestão será: chega de distância. Vamos viver juntos, escolher uma boa casa em uma ótima
localização e nos unir em matrimônio. Vamos aproveitar nosso dinheiro para curtir a vida a três.
Chega de separação, eu quero vocês, pessoalmente.
Desejo noites repletas de intensidade, sexo selvagem, quero fuder vocês bem gostoso, e gemer a
noite inteira em seus paus. Quero explorar cada pedaço da nossa relação, compartilhar cada
toque íntimo e desfrutar da sinergia entre nós três. Anseio por momentos de paixão exuberante,
aproveitar essa juventude e vitalidade que temos agora.
Sonho em cozinhar para vocês, explorar o mercado lado a lado e planejar nosso futuro familiar,
nossos filhos.
Almejo seguir o mesmo caminho que os pais do Ravi percorreram, o processo de inseminação
artificial. Temos uma amiga especial que se prontificou para nos auxiliar nessa jornada. No
entanto, para que tudo isso aconteça, desejo que estejamos juntos, formando um lar e uma
família unida. Confesso ser aquele que mais se emociona com essa ideia. Ultimamente, minha
mente se dedica inteiramente a isso.
Meus companheiros, meu Mafioso, meu Médico, onde vocês estão agora? Ravi, por favor,
responda-me, me ligue, leia as mensagens. E Eros, estou a caminho de onde você está.
Estou ansiando imensamente por tê-los ao meu lado.
— Senhor? — Um garçom se aproxima, e eu olho para ele.
Olho para a bebida, depois para o garçom. — Um Mojito? Eu não pedi isso.
O garçom mantém o olhar em mim e aponta para um homem mais à frente, de costas. — Aquele
homem ali pediu para entregar essa bebida com este bilhete.
Olho na direção indicada e vejo um homem bem vestido, trajando roupas caras. Parece ser um
CEO, mas não consigo identificá-lo com clareza devido à iluminação fraca. Abro o bilhete.
“Espero que aprecie essa bebida, assim como espero que aprecie a minha companhia…”
Que tipo de bilhete é esse? Quem esse cara pensa que é? Já estou impaciente por não estar com
meus namorados, e o cliente está atrasado. Esse sujeito está me cantando? Não tem ideia da raiva
que isso me causa. Vou fazer essa pessoa se arrepender.
Levanto-me, pego a bebida e o bilhete, e me dirijo ao homem que está sentado sozinho,
desfrutando de uma bebida. Vejo outro homem se aproximar dele antes de mim.
— Vim devolver a bebida, não aceito nada de estranhos. — O homem fala, e automaticamente
reconheço a voz.
Capítulo 87
Ravi

e formei em engenharia civil em Melbourne, embora não precisasse necessariamente


M disso. Por ser um herdeiro e mafioso, busco estar à altura dos meus companheiros. Além
disso, minha família possui empresas de construção, como a PrimeBuild Constructions, e
herdei esses negócios. Portanto, mereci essa herança e estou determinado a não ser inexperiente
lidando com eles.
Além dos negócios lucrativos, tanto legais quanto ilegais, contamos com a proteção da polícia.
Durante meus anos na Austrália, também fiz parte de times de rugby e conquistamos muitas
vitórias. Meus namorados sempre compareciam nas partidas finais, enchendo-me de energia e
felicidade ao vê-los torcendo por mim nas arquibancadas.
Além disso, um dos negócios da família é em telecomunicações aqui na Austrália e fiz questão
de que Daniel fosse requisitado para tudo. No entanto, mesmo que tenha recebido minha ajuda,
acredito que ele teria alcançado o sucesso sozinho. Ele é inteligente, dominante no inglês e tem
um carisma excepcional. O Gui é um homem de sorte. Se ele visse o Daniel agora, se encantaria
como sempre foi.
Ah, e sobre a família do Dani, Hehehe... eu fiz os pais dele passarem por apuros. Praticamente os
coloquei em situação de mendicância, além de proporcionar alguns sustos no pai do Dani e fazê-
los aceitar os piores trabalhos aqui na Austrália, aqueles que ninguém quer.
Eles tentaram conseguir ajuda do Dani para se darem bem, mas ele, por raiva, nem deu atenção
para eles, e acho bom assim. Já os irmãos do Dani se mudaram para Sydney e estão muito bem,
até se casaram.
E sobre a Carol e a família dela? Haha... dedico-me todos os dias para desestabilizá-los. O
primeiro passo foi tirar a gerência de um hospital particular que eles tinham aqui na Austrália, e
agora está sob controle da minha família. Isso os fez perder muita grana.
O processo demorou, mas consegui utilizar meus subordinados para se infiltrarem em todas as
empresas e hospitais dos Dias. Aos poucos, reunimos todas as informações comprometedoras
deles, o que levou a perdas em ações e negócios. Além do hospital que agora está sob minha
direção, há outro no Brasil que em breve será meu. Quero que o Eros assumindo a direção
daquele lugar. É hora de pessoas mais éticas liderarem, pois, os Dias não merecem exercer a
medicina. Eles estão envolvidos em tantas atividades ilegais com os pacientes que certamente
irão para o fundo do poço. De qualquer forma, espero que o Eros aceite o hospital que darei a ele
como presente.
Enquanto isso, a Carol está desesperada para casar, tentando encontrar alguém que possa ajudar a
erguer a família dela. Ela tentou se casar três vezes, mas todas as vezes eu fiz os noivos a
deixarem no altar. Ah, foi interessante ver a expressão de desespero dela ao ser deixada no altar,
e continuarei fazendo isso sempre, embora ela nem sequer suspeite que sou eu que a estou
perseguindo. Isso está mais emocionante que uma novela das 9.
No entanto, não a deixarei cair completamente. No dia em que o Dani voltar para o Brasil e o
Gui estiver disposto, entregarei todos os documentos ao Bryan, e ele e o Gui darão o xeque-mate.
Eu e meus namorados estaremos por perto no grande dia da revelação.
Além disso, eu fiz um nome na máfia brasileira e na Austrália, assim como meus pais. Meu
nome, Ravi Ferrari, é bastante respeitado, e espero que meus namorados, o cirurgião e o CEO,
estejam orgulhosos de serem namorados de um MAFIOSO como eu, porque tenho orgulho de
ser deles.
Ao longo desses anos em continentes diferentes, mantivemos contato, seja pessoalmente ou por
telefone.
Também tivemos que convencer o Eros a aceitar dinheiro de nós para que pudesse nos visitar.
Foi complicado fazê-lo aceitar; brigamos bastante. Entendo que ele sentiu seu lado masculino
afetado por não estar no mesmo nível que eu e o Miguel. Tive que convencê-lo de que, se tenho
dinheiro, é para gastar com ambos. Se ele não aceitasse essa nossa ajuda, quem ficaria mais triste
e decepcionado seríamos eu e o Miguel. Foi difícil, mas conseguimos suavizar esse orgulho dele.
Ainda bem que no aniversário dele de 25 anos dei uma moto, uma Ducati, para ele. Ele é
apaixonado por essa marca. Já o Miguel, para não ficar atrás, presenteou o Eros com um carro do
ano. A reação do Eros ao ver ambos os presentes chegarem na frente do apartamento em
Oxfordshire foi hilária, mas o importante é que ele ficou feliz e nos retribuiu com muito sexo
selvagem, com direito a tudo que se pode imaginar. Foram dias intensos de muita diversão entre
nós três!
Mas eu faria isso por ambos, e tudo que quero é que eles continuem me amando e acreditando na
minha fidelidade por eles.
Quanto à questão da fidelidade, confesso que coloquei alguns homens para vigiar meus
namorados, embora saiba que não seja o correto. Queria ter certeza, mesmo já estando convicto.
O que vi foi engraçado.
O Miguel praticamente surta toda vez que alguém dá em cima dele. Ele diz que sente nojo, como
se fosse ser contaminado por bactérias.
Já o Eros é praticamente casado com a medicina: vive entre livros e o bisturi, passando a maior
parte do tempo na sala de cirurgia ou imerso em estudos.
Além disso, tem um jeitinho peculiar de humilhar quem insiste com ele, não hesitando em usar
meu nome para afastar as pessoas. Ah, como eu adorava quando ele dizia: "Peça a mão do meu
mafioso, se ele te der essa liberdade sem te meter um tiro, aí você pode me cortejar". Isso me
deixa de pau duro só de lembrar.
Mas resumindo, estou aqui no Brasil, em um dos meus vastos restaurantes. Recentemente,
adquiri este lugar depois que um cara perdeu uma aposta para mim... Hehehe, agora é meu.
Estou ansioso para ver meus namorados. A distância já deu, estou tão ansioso quanto eles para
vivermos juntos. Serei o cara que mais uma vez irá nos unir num único lugar. Desta vez, não será
em um quartinho, mas sim em uma incrível mansão que fiz questão de reformar de acordo com
os gostos deles. Confio que vão gostar.
Então, dei um jeito de reunir ambos aqui, neste lugar, no dia 25 de dezembro. É o dia mais
importante de nossas vidas, o dia em que nosso deus Eros nos uniu.
Organizei para que nossos antigos amigos da escola convençam Eros a vir para esse almoço.
Sabia que Miguel estava ansioso para fechar negócios com um certo cliente, então, por conta
própria, já fechei para ele - ele ainda não sabe, vou contar depois. Essa desculpa foi perfeita para
fazer com que Miguel corresse para o Brasil. Aposto que tanto ele quanto Eros, que veio validar
o diploma de medicina aqui no Brasil, estão ansiosos para nos ver casados e começarmos nossa
vida juntos.
Nós três somos jovens adultos realizados, sem medo, sem julgamentos, responsáveis e
determinados a ser felizes, prontos para construir nossa própria família. Este é o meu maior
desejo, por isso arranjei um jeito de trazê-los para o Brasil, e aqui eles ficarão.
Agora, as únicas viagens que faremos ao exterior serão para negócios ou lazer entre nós três. Já
chega dessa distância; quero acordar ao lado dos meus companheiros todos os dias na mesma
cama e desfrutar intensamente de nossos corpos.
Cheguei cedo ao restaurante e, daqui de cima, avisto Eros chegando. O garçom segue minhas
instruções e o conduz até uma mesa específica.
Minutos depois, Miguel chega e o levam para outra mesa.
Ambos estão alvoroçados comigo. Já faz quase 12 horas desde que começaram a me ligar e meu
celular não para de vibrar. Meus e-mails e WhatsApp estão repletos de mensagens dos DOIS.
Até para minha família eles ligam desesperados, mas foram tranquilizados dizendo que estou
indisponível, ocupado com um trabalho sigiloso - claro que disseram isso seguindo minhas
instruções.
No entanto, a verdade é que estou preparando uma surpresa para eles. A única coisa que os
trouxe realmente ao Brasil foi saberem que estou aqui. Ambos me enviaram o endereço onde
Eros está hospedado e estão ansiosos para que eu apareça. Hehehe... mal sabem eles que os
levarei para um lugar ainda melhor que um apartamento.
Vejo-os sentados, aguardando seus respectivos compromissos, verificando seus relógios. Miguel
olha para o relógio que eu dei de presente de aniversário para ele, enquanto Eros confere o
presente que Miguel lhe deu. Olho para o meu, presente de Eros, e percebo que é hora de agir.
Dirijo-me ao bar e, sim, adivinhe, preparo as primeiras bebidas que fiz especialmente para eles.
Isso me traz uma onda de nostalgia, lembra-me do dia em que entreguei as alianças e nossos
corações se uniram ainda mais.
Ao terminar de preparar as bebidas, envio os garçons para entregá-las e me posiciono
estrategicamente para observar suas reações pelo reflexo. Espero que venham até mim. O mais
impetuoso chega primeiro - sim, nosso Eros. Do outro lado, vem Miguel com a expressão mais
fechada do mundo, ele realmente não gosta quando outro homem flerta com ele. Ah, isso está
divertido.
— Vim devolver a bebida, não aceito nada de estranhos. — Diz Eros.
Do outro lado, escuto: — Amor? — É a voz de Miguel, reconhecendo a voz de Eros.
— Miguel? — Eros responde, animado.
— O que você faz aqui? — Pergunta Miguel.
— Vim ver uns amigos no restaurante, mas por trás desse homem, é outra história. — Responde
Eros num tom mais agressivo.
— Eu também vim devolver a bebida, mas... — Miguel faz uma pausa.
— Amor, são três Mojitos. — Diz Eros, surpreso. Ele deve ter notado o Mojito na minha mesa.
— Ravi? — Ambos falam em uníssono, se aproximando da minha mesa pelas laterais.
Engulo o gole da bebida e respondo: — O único!
Capítulo 88
Eros

evanto da mesa com raiva e me dirijo ao homem bem vestido em um canto meio escuro do
L restaurante. Chegando perto dele, devolvo a bebida, e para minha surpresa, ouço a voz de
um dos meus namorados.
— Miguel? — Afirmo, trocamos algumas palavras até perceber que na mão do Miguel também
há um Mojito, assim como na mesa do homem à nossa frente.
Miguel e eu percebemos imediatamente: só pode ser obra de uma única pessoa. Sim, estamos
pensando na mesma coisa, já que não seria a primeira vez que o nosso terceiro, nossa outra alma
gêmea, o nosso homem, o mafioso Ravi, faz uma brincadeira.
Ele adora nos surpreender, nos levar a certos lugares e nos deixar boquiabertos. Esse homem não
para de nos impressionar, não para de nos conquistar. Sempre inova, sempre nos reserva as
melhores surpresas. E olha ele aqui novamente, após nos dar um sumiço de quase 12 horas. Cara,
eu amo esses homens. É possível não os amar ainda mais? Ele nos proporciona mais uma
surpresa e o amor só cresce.
— Ravi? — Falamos, dando a volta na mesa.
— O único! — Ele responde com um sorriso encantador.
Ele se levanta, eu me aproximo pela frente e Miguel por trás, e nós nos entregamos ao nosso
abraço triplo.
— Porra, Ravi, quer nos matar de susto, cara? — Repreendo-o.
— Cara, se você nos der um sumiço assim de novo, juro que meu coração para. — Miguel fala,
envolvendo-nos ainda mais com seus braços. Dava para notar o desespero nele. Ligou várias
vezes em busca de notícias.
— Eu queria ver essas caras de desespero em vocês! — Ele ri.
— Hahaha... faz isso de novo e você vai ver... — Falo sério.
— Amor, eu gosto das suas surpresas, mas não quando você nos dá um sumiço desses. —
Miguel o repreende novamente.
Ravi puxa Miguel para sua frente, deixando-nos na frente dele, e nos envolve em mais um
abraço. Ah, como eu amo essa proteção, esse calor. Como eu amo meus namorados e como estou
ansioso para vivermos juntos, na mesma casa, debaixo do mesmo teto. Acordar na mesma cama,
irmos juntos às compras, fazer quase todas as refeições do dia e, mais ainda, casar e ter filhos,
adotar e ter os nossos. Dos três, Miguel é o que mais deseja iniciar logo o processo de
inseminação artificial, e eu e Ravi estamos dispostos. Talvez isso não demore muito, pois é com
esses caras que me vejo envelhecer.
Quem diria, nosso lance começou com uma simples brincadeira no banheiro e, quando vimos, já
estávamos fazendo amor, os três em uma cama de solteiro. E agora estamos aqui, adultos,
realizados e no auge de nossas carreiras. E tudo isso só foi possível porque nenhum de nós três
desistiu um do outro. Seguramos nossas mãos, mesmo nos períodos mais turbulentos, e não
deixamos nosso elo se quebrar. Ficou mais forte.
— Ah, caras, eu amo vocês. Vamos casar logo, caramba! — Solto, olhando para eles.
Miguel

Caramba, Ravi, você não imagina o quanto me preocupa, o quanto meu coração fica angustiado
quando some assim. Na verdade, preocupo-me com ambos, pois houve uma vez em que Eros
também deu umas sumidas. Na realidade, ele estava apenas focado nos estudos, esquecia de
carregar o celular, e ficávamos sem poder contatá-lo. Teve uma vez em que ele quebrou o celular
e não comprou outro, então, novamente, ficamos sem contato. Tive que correr até ele, muito
irritado, dei três celulares para ele, mandei instalar outro no apartamento em Oxfordshire e pedi
para Ravi colocar mais homens de olho no Eros. Além disso, implorei para os pais dele irem
morar com ele no Reino Unido, e acredite, eles aceitaram, o que me aliviou bastante.
Perder qualquer um desses dois, meu coração entraria em colapso. Fiquei independente de
ambos, de seus abraços, de suas vozes, de seus aromas naturais. Amo-os cada dia mais, e sim, há
dias que amo mais do que outros, como agora.
— Sim, vamos casar. Não aguento mais ficar longe de vocês! — Respondo a Eros.

Ravi

E mais uma vez, esses dois me surpreendem, sempre estamos na mesma sintonia. Olha eles
dizendo exatamente o que eu queria ouvir. Não os trouxe apenas para almoçar e irmos embora,
não, não... eu os trouxe porque, como havia prometido no aeroporto, para não tirarem as alianças,
e eles cumpriram. Então, pego suas mãos, olho para as nossas alianças e, em seguida, para os
olhos deles. Então me ajoelho, vejo neles a mesma expressão de surpresa e felicidade que
tiveram quando lhes entreguei estas alianças.
— Me casar com vocês sempre foi meu maior objetivo, pois vocês são os homens que escolhi
como companheiros para minha jornada. Se me pedissem o mundo, eu daria um jeito de entregá-
lo a vocês. Portanto... — faço uma pausa, vendo-os emocionados; Miguel até leva a mão ao rosto
para esconder a emoção. Ah, ele não muda esse jeitinho fofo dele, e Eros está com um sorriso
radiante que me cativa.
Então, retomo minhas palavras.
— Vocês aceitam se casar comigo? Nos unir em matrimônio, tornar-nos uma família com direito
a filhos e tudo mais? Miguel e Eros, Eros e Miguel, vocês aceitam que eu, Ravi, este mafioso
aqui, seja o marido de vocês?
Solto suas mãos e tiro do bolso da minha roupa um novo trio de alianças, que desenhei e
participei do processo de criação. Elas precisavam ser perfeitas, afinal, tenho dois homens
perfeitos.
Então, ergo as alianças diante deles, ainda ajoelhado, e aguardo suas respostas, mas antes ouço o
público, pessoas que convidei para presenciar a data mais importante de nossas vidas, o dia 25 de
dezembro.
Fiz questão de chamar nossas famílias de forma discreta, assim como nossos amigos de escola e
aqueles que conhecemos ao longo de nossas jornadas separadas. Escutamos um coro de "aceita,
aceita, aceita" e mantenho meu olhar em meus companheiros, vendo-os emocionados. Então, as
respostas vêm de ambos, ao mesmo tempo, de maneiras até meio semelhantes.
Tanto Eros quanto Miguel se ajoelham, olhando-me nos olhos.
— Sim, sempre sim! — Dizem ambos, me abraçando. O público ao redor irrompe em euforia.
Isso me faz lembrar do dia na escola em que eu e Miguel decidimos beijar Eros, e foi uma
gritaria por todos os lados. Naquele dia, de fato, como eu havia imaginado, virou o assunto da
escola durante o ano inteiro.
Agora, as testemunhas presentes falarão sobre nós pelo resto da vida, tanto para quem está aqui
quanto para aqueles ausentes. Tudo intenso, tudo em dobro ou triplo entre nós três.
— Você não para de nos surpreender, amor. — Miguel fala, com a voz carregada de emoção.
Posso perceber que ele se segura para não chorar.
— Se você demorasse mais um pouco, eu iria cobrar, pois prometeu substituir essas alianças por
novas. Eu estava praticamente à espera desse dia. — Eros diz, me dando um beijo no rosto, logo
seguido por outro beijo de Miguel na minha bochecha.
— Eu também, só não fiz o pedido porque você disse exatamente o que o Eros acabou de falar.
Mas se você demorasse mais alguns dias, eu mesmo iria propor. — Miguel conclui.
Mantenho meu olhar neles e completo:
— Um dia, disse que faria vocês gostarem de mim, conquistaria seus corações e faria vocês me
amarem. Fazer um de você me chamar de amigo. Agora, somos mais que amigos, seremos
maridos. Adoro um desafio, vocês sabem disso, assim como sempre cumpro o que prometo. —
Eles sorriem para mim.
Levanto-me, puxo-os para cima e fico feliz em saber que eles aguardavam esse pedido de
casamento, especialmente vindo de mim. Isso me deixa mais animado e emocionado, pois
acreditavam que eu de fato iria pedi-los em casamento. Fico feliz por estar me tornando alguém
que os faz felizes, assim como eles me fazem feliz.
Capítulo 89
Miguel

Estou realmente muito feliz. Quem diria que a minha felicidade, quando eu tinha apenas 16 e 17
anos, seria encontrada em dois caras, dois colegas de quarto. Um que eu dizia odiar e hoje, se ele
some por duas horas, eu já fico à beira da loucura. O outro, apenas o fato de respirar perto de
mim, faz todo o meu corpo estremecer. Ambos o fazem, mas cada um mexe com o meu coração
de um jeito único, e é isso que me faz amá-los cada vez mais.
Ravi e Eros pegam minha mão, ouço o público ao redor em euforia. Isso me faz lembrar que foi
eu quem eles escolheram para colocar a primeira aliança de namoro, e agora estão colocando a
que usaremos para o casamento.
Lanço um sorriso para eles porque meu coração está transbordando de felicidade. Eles não
imaginam o quanto esperei por este dia, o quanto eles têm controle sobre meu coração, o quanto
me fazem feliz.
— Miguel, você também me aceita como um de seus maridos? — Eros pergunta. Beijo o rosto
dele e olho nos olhos. — Aceito, sempre sim, meu amor!
Então, ambos tiram a antiga aliança e juntos colocam a nova. Olho para ela e, nossa, que aliança
perfeita. Ravi realmente é incrível, fez do jeito que eu queria. Nesse momento, sinto uma lágrima
descer, pois finalmente a distância entre nós vai acabar e daremos início à terceira fase de nossas
vidas, viver juntos para sempre!
Após colocarem a aliança em mim, eles me dão um beijo na boca.
— Amo vocês! — Digo.
— Nós também! — Respondem juntos.

Eros
Ah, estou à beira das lágrimas a qualquer momento, mas vou segurar mais um pouco. Ver o
Miguel emocionado me deixa feliz, já sentia o quanto ele ansiava por essa união definitiva.
Estava quase cobrando o Ravi, ou quase fazendo o pedido diretamente para os dois, mais uma
vez.
Então, Ravi e Miguel pegam minha mão, removem a aliança antiga e juntos colocam a nova,
enquanto Miguel pergunta:
— Meu amor, Eros, você também me aceita como um de seus maridos?
Sorrio para ele, do jeito que ele gosta, como ambos gostam.
— Sim, mil vezes sim, meu amor!
A aliança se encaixa no meu dedo e é perfeita, exatamente como eu imaginava. Ah, Ravi, você é
incrível, sempre nos surpreende, eu e o Miguel te amamos. Sinto, desta vez, a lágrima descer,
mas tento me controlar, olho para eles.
— Amo vocês! Vocês me fazem feliz! — Eles me beijam e me abraçam.

Ravi

Esses dois sempre choram, sempre foram assim, mas o Miguel é o mais sentimental, o mais
ciumento e quem mais pega no nosso pé. Gostamos disso nele.
Estou feliz. Finalmente estamos indo para a terceira etapa, algo que conversamos quando éramos
jovens, mencionamos algumas vezes ao longo dos anos e agora estamos quase lá. Eles ainda não
sabem, mas vamos ter uma megafesta na nova mansão, com direito a roupas de casamento e tudo
mais. Aqui, vamos apenas assinar os papéis no civil. Eu já providenciei tudo, minhas irmãs,
meus pais, e os pais dos meus namorados ajudaram, só esses dois aqui mesmo que não sabem de
nada. Hehehe...
Eles pegam minha mão, sorrio para eles, removem a aliança antiga e nos encaramos. Então, ouço
o que vim buscar deles hoje.
— Ravi, você me aceita, eu, Eros, como um de seus maridos? — Pergunta Eros.
Olho para o Miguel.
— Ravi, meu amor, você me aceita, eu, esse cara que demorou para assumir o quanto te amava
também, assim como amo o Eros, como um de seus maridos?
Lanço um sorriso para ambos e olho primeiro para o Eros.
— Eu fui atrás do seu nome na lista dos aprovados, e agora vim em busca do "sim". Na espera
que você também me fizesse a mesma pergunta, e é claro que sim, sempre sim para você!
Olho para o Miguel.
— Também demorei para assumir o quanto você mexia comigo, mas meu coração sempre foi
seu, assim como é do Eros, e de mais ninguém. Então sim, sempre sim para você também!
Miguel e Eros então colocam juntos a minha aliança e me dão um beijo na boca. Lembro-me que
o processo de fazer essas alianças foi ao longo dos anos, enquanto fazíamos amor. Eu sempre os
pegava olhando para as alianças, eles conversavam sobre como queriam que fossem suas
alianças de casamento. Eu captava tudo, mesmo sabendo que era meio que uma indireta deles
para que eu fizesse as alianças sem ter que perguntar diretamente como eles as queriam. Espero
ter acertado.
Capitulo 90
Tiago

Vou ser sincero, perdemos o contato de fato depois de um ano. Cada um de nós foi para um lado,
não queria isso, mas a vida corrida com os estudos e a herança dos negócios da família não me
deixaram tempo para mim mesmo e nem para outros e aposto que com eles foi do mesmo jeito.
Tentei ter novos relacionamentos, mas, sabem, sendo demissexual, não consegui ir muito longe.
Mal beijava, sei lá, não queria ser parte de um casal com ninguém. Queria o que tive na escola,
um trisal. Queria ter aqueles dois de novo. Como será que eles estão?
Não sei, vou descobrir hoje no restaurante. O Ravi nos chamou. Chego cedo, ansioso para rever
velhos amigos, e me pergunto como todos estão.
Entro no restaurante, um garçom me leva até uma mesa onde já há alguém sentado. Não sei
quem é, ele está de costas e o garçom diz: "Aqui está ele, sr. Borges."
Ele falou "sr. Borges", esse sobrenome é do...
Nossa, que gato! Que homem! Será que ainda está solteiro? Se sim, vou ser dele dessa vez.
— Vocês são meus ex? — Ouvimos, viro para trás, e nossa!
Que dama, que linda, que gata, como sempre. Será que também ainda está solteira? Se sim, vou
reconquistá-la de novo.
Capítulo 91
Carlos

Perdemos o contato, mas nunca deixei de pensar neles, de acompanhar suas carreiras e vidas,
mesmo de longe. Nossa, cada um foi ficando mais lindo com a idade. Não vou negar, tive outros
casos, mas sabe quando você tem um amor tão ardente e avassalador? Algo que viveu e não sai
dos seus pensamentos? A experiência que tive com o Tiago e a Rafaela é como se fosse o meu
primeiro amor, com ambos, e acredito que de fato foi, porque nunca tive um relacionamento tão
duradouro como tive com eles. Depois deles, ninguém conseguiu conquistar meu coração.
Agora estou aqui, convidado pelo nosso amigo Ravi, para uma data importante na vida dele com
seus companheiros. Quero tornar este dia especial para as duas pessoas que vou reencontrar. Vou
conquistá-los, sei que estão solteiros. Dessa vez, o Tiago será meu, assim como a Rafaela, e
vamos nos entregar de corpo e alma, sem limites para nenhum de nós. Espero que eles sintam o
que estou sentindo e espero conquistá-los.
O garçom me avisa que o Tiago está atrás de mim. Não posso deixar de sentir um frio na barriga.
Já sei que esse cara envelheceu como um bom vinho, está lindo e encantador. Respiro fundo, me
levanto e olho para ele. Nossa, estou sem fôlego. Ele é de parar o trânsito para mim.
Nos encaramos e quando estou prestes a falar algo, escuto uma voz doce. Olho e nossa, que anjo.
Ela também é como um bom vinho, assim como o Tiago. Esta é a minha chance. Quero
conquistar os dois e vou aproveitar essa oportunidade para dizer o quanto quero algo sério com
eles, como tenho acompanhado suas vidas, mesmo que de longe, pelas redes sociais sem me
manifestar. Espero ser correspondido.
Se tudo acontecer como planejo e sinto, desejo ter um relacionamento sério e encaminhar nossas
vidas para o casamento, desde que todos concordem. Se há duas pessoas com quem quero seguir
adiante, são eles dois.

Rafaela
Não vou negar, tentei seguir em frente, mas sou uma pessoa intensa. Ninguém tinha a mesma
química que Tiago e Carlos tinham. Ninguém podia me satisfazer como eles, especialmente na
cama. A lembrança de nossas experiências a três, um na frente e outro atrás, faz a minha
imaginação disparar e minha calcinha ficar toda molhadinha, aah. Só de pensar, fico toda fogosa.
Quero reviver isso, reencontrar meus ex, e espero muito que estejam solteiros. Se estiverem, vão
ter que lidar com toda minha paixão por eles e apagar o meu fogo, porque vou reconquistá-los,
ou não me chamo Rafaela.
Entro no restaurante e o garçom se oferece para me levar até o Sr. Borges e o Sr. Almeida, que
são, claro, os sobrenomes dos meus ex. Eles se encaram, mas seus rostos não estão visíveis,
então decido ir direto ao ponto, perguntando se são meus ex, para que percebam logo que sou a
Rafaela.
Eles me olham e meu coração quase salta do peito. Meu Deus, que lindos, que homens
deslumbrantes, que gatos! Estão literalmente parando o trânsito aqui. Eles são como dois vinhos
refinados, da melhor qualidade, e estou ansiosa para desfrutá-los.

Tiago

Me posiciono de um jeito que consigo olhar para ambos, e nossa, essas são as mesmas pessoas
por quem me apaixonei na juventude? Caramba, eu tenho bom gosto.
— Oi, Rafaela, ou Carlos, quanto tempo. Vocês já sabem quem eu sou, certo? — Sorrio para
eles.
Rafaela já se lança no meu braço e puxa Carlos. — Fala que vocês estão solteiros, fala? — Eu e
Tiago rimos, e cara, ela ficou ainda mais linda, mas não mudou esse jeitinho dela de ser direta.
Eu e Carlos adorávamos isso nela, sem rodeios.
Então vou dar a ela o que deseja, e espero que Carlos tenha a mesma resposta.
No entanto, Carlos toma a dianteira. — Eu estou, e espero que você também esteja, Tiago.
Ah, é isso que eu queria ouvir. Então vou ser sincero, e mostrar que dessa vez não vou ser um
covarde, não tenho mais 17 anos, sou um homem bem-sucedido e decidido.
Seguro delicadamente o queixo de Rafaela e a nuca de Carlos, os encaro. — Então espero que
não me batam por causa disso. — Os Beijo.
Vejo que não houve rejeição da parte deles e aos poucos me distancio, os encarando e indo direto
ao ponto, assim como a Rafa, porque esses dois fazem o meu coração bater diferente e não quero
deixá-los ir dessa vez. — Vocês querem namorar comigo? De novo? Um trisal? Um
compromisso sério? Vocês sabem como eu sou.
Vejo ambos darem um sorriso radiante, escuto a resposta de ambos. — Sim! — Eles me abraçam
empolgados, e nossa, lembro que éramos assim quando jovens.
Acho que há coisas que nunca mudam nessa vida, e acho que é bom que continue assim, pois
isso faz parte da nossa essência.
Sentamos, Carlos segura em nossas mãos, revela que nunca nos perdeu de vista. Isso deixa eu e a
Rafa empolgados. Percebo que ele, assim como eu, nunca deixou de pensar no que vivemos. A
Rafa também compartilha suas experiências, e Carlos revela mais um pouco, vindo ao
restaurante disposto a tentar algo sério de novo entre nós três. Rafaela também expressa o mesmo
desejo, e isso só me deixa ainda mais louco por eles.
— Então, já que reatamos assim, do nada, porque somos diferentes e ainda sentimos paixão e
desejo um pelo outro e estamos dispostos a levar isso adiante, podemos começar a agir desde
agora? — Rafa pergunta.
— Engraçado, que eu iria fazer a mesma pergunta, e queria saber se já podemos ser como
éramos antes. Mas dessa vez, Tiago, eu quero que você venha com tudo para cima de mim, sem
medo e sem rodeios. Não vou aceitar desculpinhas, ainda mais agora que você está mais gostoso
que antes. Dessa vez, eu quero te sentir com tudo. — Carlos diz mordendo os lábios, e nossa, o
tempo deixou esses dois ainda mais ousados. Não vou negar, acho que também fiquei assim, e
gosto disso, mas gosto porque está vindo deles.
Então, mostro que sou uma versão melhor de mim, beijo a Rafaela, e levo discretamente minha
mão na bunda dela e aperto. — Sua safadinha, aposto que já chegou aqui toda molhadinha. Estou
doido para te chupar. — Ela me responde fazendo cara de quem gostou, toda coradinha, e até dá
um gemidinho. — É disso que estou falando, amor, aah. — Ela responde.
Vou em direção ao Carlos, ele corresponde ao beijo, e entre beijos levo minha mão na bunda
dele e sussurro. — Você não imagina o quanto desejei e ainda desejo isso há anos de fuder você
bem gostoso. E quero que seja hoje!
Sinto a mão dele vindo discretamente no meu pau por baixo da toalha. — Você não imagina o
quanto sempre quis e quanto quero rebolar nisso aqui. — Ele morde meus lábios e se recompõe,
piscando para mim.
Ah, agora sim, agora que estamos juntos de novo, nada vai nos separar. Não há escola, não há
deveres familiares que nos levaram para longe, nem um quarto pequeno. Podemos começar por
um apartamento, e será no meu, mas só depois do que ainda vai acontecer nesse restaurante e na
casa do Ravi.
Olho para eles, seguro suas mãos e pergunto só para ter certeza. — Um trisal? Sério? Sem
enrolação? Compromissos sérios? Vocês sabem como eu sou.
— É sabendo quem você é que quero ter esse relacionamento com vocês de novo, não é, Rafa?
— Ele pergunta.
Ela responde. — Com toda certeza, Carlos, sem dúvidas, somos novamente um trisal! — Ela
afirma.
— Sim, um trisal! — Carlos confirma.
— Excelente, um trisal, igual aqueles três ali na frente. Olhamos e vemos o Ravi prestes a pedir
as mãos de seus namorados em casamento. Ah, o amor é lindo, e logo seremos nós, tenho
certeza!
Capítulo 92
Guilherme

Meus melhores amigos me convidam para celebrar essa união, esse pedido de casamento, e olho
ao redor, vendo o restaurante animado, rostos familiares e muitos amigos de longa data, a
maioria deles amigos desde os tempos de escola.
Do meu lado na mesa, vejo Ítalo e Jaques, ambos sorridentes e de mãos dadas. Eles têm o
casamento marcado e é evidente o quanto estão cada dia mais apaixonados, mantendo-se unidos
desde os tempos escolares. É algo bonito de se ver. Mais adiante, avisto Carlos, Rafaela e Tiago,
aparentemente bem próximos - acho que reataram, até vejo alguns beijos trocados.
E lá na frente, Eros, Miguel e Ravi finalizam a troca de alianças, aceitando um ao outro como
maridos. É lindo testemunhar o amor em todas as suas formas, independente do gênero.
Observando tudo isso, aos meus 30 anos, não posso evitar de desejar algo similar. Sonho com
um amor assim, com a oportunidade de pedir alguém em casamento. Mas, na verdade, não tenho
ninguém especial ocupando meu coração agora. Bem, talvez tenha sim, mas se passou tanto
tempo desde que ele, o Daniel, sumiu da minha vida. Acredito que ele já não sinta mais o mesmo
por mim, já tenha me esquecido. No entanto, eu nunca o esqueci. Na verdade, tudo o que mais
desejo é revê-lo, tê-lo de volta ao meu lado. Aposto que está lindo, e até mais encantador do que
antes, quero dizer, mais GOSTOSO!
Sei que ele está bem e vivo, mas parece que se recusa a me ver. Descobri algumas meias
verdades através do Ravi, ele sabe onde o Daniel está, sempre soube, mas, por vontade do
próprio Dani, nunca quis me contar e prometeu manter esse segredo.
Tudo bem, respeito isso, já que é a vontade do meu amor. Não o forçarei a voltar para mim.
Porém, fiz o Ravi me assegurar que cuidaria dele, que nunca permitiria que passasse por
dificuldades, e que o protegeria, mesmo usando meios da máfia, para fazê-lo alcançar o sucesso.
Pergunto também o motivo do seu sumiço, mas o Ravi afirma que somente o Dani poderia me
contar. Ele garante que não partiu por ter deixado de me amar, mas sim devido a circunstâncias
diferentes. Sim, isso está relacionado à Carol e à minha família. Ravi reforça que o Dani foi
embora me amando profundamente, o que me tranquiliza, mas me enfurece pensar que minha
família está envolvida.
Refletindo sobre isso, se estivesse no lugar do Dani, talvez não voltasse para alguém que a
família separou, especialmente se ele passou por momentos difíceis. Tenho a forte convicção de
que foi isso que aconteceu. Não consigo sequer imaginar o que fizeram com o meu Dani, mas
quando descobrir, irei me vingar sem hesitação!
No entanto, antes disso, o Dani precisa voltar para mim, contar o que aconteceu. Eu o quero de
volta tanto quanto desejo respirar. Meu Deus, já se passaram muitos anos, mas não consigo tirar
aquele homem da minha mente, do meu coração. Tentei namorar outros, mas nenhum fica
comigo por mais de uma semana; mando todos sumirem da minha vida. Alguns são persistentes,
mas sou determinado, e se é um não, é um não. Só o Dani tem o meu coração.
Por favor, Dani, volte para mim. Quero me casar com você, ter filhos juntos, adotar se também
quiser. Tenho uma empresa que construí pensando na sua carreira, pois o Ravi me assegurou que
você seria um âncora de jornalismo. Tenho um apartamento feito conforme seus gostos daquela
época, numa das melhores localizações de São Paulo, numa cobertura. Aposto que você vai
adorar a vista. Volte para mim, não quero ter que ir até você apenas para ser mandado embora.
Tenho medo, medo da sua reação ao me ver, medo de ser rejeitado pelo homem que mais amei e
amo nesta vida. Por isso, esperarei o seu retorno até que esteja pronto para me amar novamente...
meu eterno amor.
Daniel

Eu quero voltar para o Guilherme, é tudo que mais desejo, e já havia tomado essa decisão há
algum tempo. No entanto, algo aconteceu, algo pelo qual me culpo, algo que sinto nojo de mim
mesmo, algo que nunca sairá da minha cabeça. Foi quando o maldito do Cássio, irmão do
Guilherme, me encontrou. Ele ficou insistindo, tentando ter algo comigo, esteve correndo atrás
de mim por um ano aqui na Austrália, tentando de tudo para que tivéssemos algo mais sério,
dizendo que me amava e tudo mais. Mas, cara, meu coração pertence ao Guilherme, e sempre
pertencerá.
Mesmo que tenha ficado com outros caras ou até mesmo mulheres, nunca houve nada sério; foi
apenas algo passageiro.
Nunca levei ninguém para transar em casa; era na casa da pessoa ou em um hotel. Não queria ter
que ser rude e mandar a pessoa embora depois do sexo. Era melhor que eu saísse da casa dela ou
fosse embora. Porque a única pessoa que desejo ao meu lado é o Gui.
Mas então, aconteceu uma das piores coisas que poderiam me ocorrer. O maldito Cássio colocou
uma droga forte na minha bebida, e, adivinha, sim, acabamos tendo relações, obviamente contra
a minha vontade. Sinto-me um lixo, um nojo, e não consigo parar de pensar em quanto a família
do Guilherme me fez sofrer, com a colaboração dos meus próprios pais.
Não, não culpo o meu Guilherme. Culpo as circunstâncias, a crueldade humana, e é aí que reside
o problema.
Sinto que, se eu voltar para o Guilherme agora, na nossa primeira discussão, posso perder o
controle. Se a família dele continuar nos importunando, acabarei descontando nele, culpando-o
sem razão, e o magoarei. Vou me culpar depois, e essa culpa pode me levar a fazer algo ainda
pior comigo mesmo. Por isso, me perdoe, Gui, mas ainda não me sinto preparado para voltar
para você. Eu quero, eu sei que você me quer de volta, que me deseja. Meus amigos Ravi, Eros,
Miguel e o Braian me contam, mas simplesmente não estou pronto. Peço perdão. Minha mente
ainda é frágil.
Tenho certeza de que vamos nos reencontrar, apenas não sei quando. Eu vou voltar para o Brasil
e espero que você me perdoe pelo meu sumiço e por te fazer esperar. Se, ao me ver, você disser
que me quer de volta, que ainda me ama, vou te pedir em casamento e dedicar minha vida para
compensar os anos que te deixei sozinho. Você é meu amor eterno.
Capítulo 93
Eros

Após as trocas de alianças, damos diante de todos aquele beijo triplo, sem medo e sem vergonha,
aquele que adoramos e claro, em duplas, porque nos amamos e compartilhamos tanto momentos
a dois quanto a três – ninguém passa fome. O Ravi vem com mais uma pergunta.
— Vocês querem assinar a papelada aqui ou em um lugar maravilhoso que tenho preparado para
vocês?
Miguel e eu nos olhamos, ele cochicha no meu ouvido.
— Você sabe, amor, o Ravi, quando ele faz uma surpresa no dia, faz várias em seguida no
mesmo dia. Então, vamos no ritmo.
Após esse cochicho, dou um sorrisinho para ambos e respondo.
— Deixem o resto para resolvermos nas demais surpresas que você está nos reservando.
— Estou ansioso, amor, tenho certeza que o Eros e eu vamos adorar tudo que você está fazendo
por nós hoje e continuará fazendo pelo resto de nossas vidas — completa Miguel.
Nossos pais vêm até nós logo em seguida, muito felizes por estarmos nos tornando famílias, e
graças ao divino, nossos pais se dão muito bem, a amizade deles é linda de se ver.
Após abraços e muitos votos de felicidades, revemos nossos velhos amigos de escola. Alguns
ainda estão juntos, outros reatando, e o Guilherme ainda está sozinho, mas pretendo ir até a
Austrália um dia atrás do Daniel e trazê-lo.
Então, nos sentamos, comemos, colocamos os assuntos em dia. Eu e Miguel damos mais uma
bronca no Ravi pelo sumiço, e estamos todos resolvidos.
Em seguida, após o almoço e o noivado surpresa, o Ravi diz que nosso novo destino está a
poucos quilômetros dali.
Entramos no carro, no qual ele será o guia, e não podemos deixar de ir rindo e muito ansiosos.
Em poucos quilômetros rodados, já dá para perceber onde será nosso destino. Caramba, Ravi,
você nos surpreende! Já estou adorando onde você está nos levando, e fico imaginando o Miguel,
ele é quem mais adora ambientes assim. Sim, o Ravi faz a mesma coisa de quando éramos
jovens, está nos levando para uma região litorânea. Sinto a maresia, estamos indo para o
Guarujá.

Miguel

O Ravi insistiu que eu sentasse no banco da frente e o Eros também disse que não via problemas,
embora gostemos quando ele vem neste banco aqui. O Ravi e eu o mimamos demais, mas dessa
vez, estou vendo que sou eu o mimado.
Em poucas horas, percebo que estamos indo para o Guarujá. Olho para o Ravi.
— Vai nos levar para mais uma lancha da sua família ou um iate desta vez? Ou...
Ele sorri para mim e me interrompe.
— Calma, Miguelzinho, tenho certeza de que tanto você quanto o nosso Eros vão gostar. — Ele
fala, piscando para mim, e olha para o Eros pelo retrovisor. — Espero que vocês dois gostem.
Tudo o que faço é pensando em ambos, e ainda tenho uma surpresa para você também, amor. —
Ravi conclui, mandando um beijinho pelo retrovisor.
Vejo o Eros se inclinar para frente e dar uma mordidinha leve no ombro do Ravi, que, a essa
altura, já tinha tirado a parte de cima da roupa e colocado uma camiseta, expondo aqueles
músculos cheios de tatuagens, me deixando louco para agarrá-lo. E o Eros não perde tempo, está
tão cedendo quanto eu, até pondo a mão por baixo da camisa do Ravi e apertando o mamilo dele.
— Estou louco para... bem, você sabe, fuder. — O Eros sussurra.
Vendo ele fazer isso, me deu uma ideia, algo que não fazemos há muito tempo, uma loucura
deliciosa.
— Falta muito até o destino? — Pergunto.
O Ravi me olha.
— Acho que dentro de meia hora chegamos lá.
Excelente, era isso que eu queria ouvir. Então, olho para o Eros.
— Se der tempo, faço em você também. — Volto meu olhar para o Ravi. — Quero te chupar.
O Ravi morde os lábios.
— Só vem!
Levo minhas mãos até a calça dele e escuto o Eros dizendo que vai filmar essa sacanagem para
ver quando estiver sozinho e se divertir um pouco. Isso me excita ainda mais, e rapidamente
desfaço o zíper, expondo a excitação do Ravi, que parece latejar tanto quanto a minha.
Me apoio nos bancos e levo minha boca rapidamente nesse pau avantajado, sentindo um dos
melhores aromas masculinos que já experimentei nesta vida. Ah, como adoro o cheiro do Eros e
do Ravi, especialmente desta região. Isso só me deixa ainda mais excitado.
Então, começo lambendo e chupando a cabeça, deslizando a língua e fazendo garganta profunda.
Escuto o Ravi gemer, dizendo que adora quando eu e o Eros fazemos um oral nele enquanto
dirige.
Vou intensificando, e o Eros começa a se estimular, dizendo que me ver fazendo isso o deixa
fora de controle. Já vejo esse carro todo sujo, mas não nos importamos, um de nós sempre limpa
as nossas bagunças. Em meio a esse momento, não me importo se formos pegos; meu foco é
satisfazer os meus machos.
Após alguns minutos chupando essa pica deliciosa, sinto que ele está prestes a gozar, como
sempre, engulo tudo, porque é a minha bebida preferida. Guardo esse pau gostoso, sabendo que
será usado mais tarde pelos dois maridos dele, e peço para o Ravi diminuir a velocidade para eu
poder recuar para o banco traseiro.
Vejo que o Eros ainda está excitado, mas ele diz que não quer que eu o chupe; ele quer me fuder
e que quero que ele me foda, estava com saudades de sentir ele dentro de mim.
O Ravi se estica para pegar o lubrificante do porta-luvas e entrega para o Eros. Ele logo lubrifica
seu pau enquanto eu já estou sem roupas de baixo, pronto para introduzir um pouco na minha
entrada. Eros me puxa para sentar nele, e agradeço ao Ravi por ter comprado um carro pensando
nas nossas putarias. Aqui tem espaço para muita diversão.
Assim que fico em cima do Eros, sinto a cabeça do seu pau roçar na minha entrada, e vou aos
poucos deslizando. Nossa, que delícia, adoro essa sensação, especialmente em situações
diferentes como essa.
Ao sentir tudo dentro de mim, nos beijamos e o Eros começa a bombear essa pica avantajada no
meu cu.
— Vai, geme, geme para o teu macho vai… — ele sussurra entre beijos, enquanto me fode, e me
enche de tapas na bunda.
Começo a gemer alto, especialmente porque a música que o Ravi acabou de colocar ajuda a criar
um clima ainda mais envolvente. Aposto que ele está adorando ver pelo retrovisor, o Eros me
fuder.
Após nos beijarmos até ficarmos sem ar e ele me fuder bastante nessa posição, fez-me deitar no
banco do carro e encontrou um jeito de continuar me comendo ainda mais forte e fundo,
fazendo-me delirar com esse pau gostoso. Ah, como adoro ter dois noivos e futuros maridos que
me satisfazem do jeito que gosto e ainda me surpreendem cada vez mais.
Minutos depois, ele atinge o clímax, mas ainda insatisfeito, começa a me proporcionar um prazer
oral gostoso pra CARALHO.
Olho todo suado para o Ravi e vejo a expressão mais safada estampada em seu rosto, ele está
adorando esse show ao vivo.
Minutos depois, atinjo o clímax na boca do Eros, e ele engole tudo, me olhando. — Adorei,
quero mais!
Depois, ele vira o olhar para o Ravi. — Agora é a sua vez, amor.
Capítulo 94
Eros

Adoro e amo o nosso relacionamento porque nenhum de nós nunca teve frescura, nunca houve
discussão sobre quem seria o passivo ou o ativo depois que nos entendemos e amadurecemos
nesse trisal. Aqui nos satisfazemos mutuamente, sempre considerando o prazer de todos. Não me
importo se passo uma semana inteira sendo o passivo para ambos, porque sexo é sexo, amor é
amor, fuder é fuder, e é incrível fazê-lo com dois caras. Estamos sempre nos satisfazendo da
melhor forma.
Há dias em que acordo desejando ser ativo, outros em que só quero ser passivo, e eles também
são assim. Como poderia alguém se cansar desse relacionamento? Não tem como. E aposto que
será ainda melhor depois que nos casarmos. Tenho certeza de que o Ravi nos levará para um
lugar especial, nosso lar, algo que ele sugeriu nas entrelinhas para morarmos quando estivermos
casados.
Então, depois de fuder gostoso o Miguel e fazer um sexo oral delicioso nele, olho para ele. —
Adorei. Meu CEO. — Lambo os lábios.
Miguel me beija, e me encara dando um sorrisinho safado. — Foi ótimo ser fudido por um
médico gostosão do caralho, quero mais desse tipo de tratamento, doutor Eros, tô doente, sedento
por sexo, acho que não tenho cura. — Ouvir ele falar assim comigo, com essa voz sexy que só
ele tem, fez minha pica ficar dura novamente.
Depois olho para o Ravi. — Agora é a sua vez. Meu Mafioso!
Ele me olha pelo retrovisor sorrindo. — Ainda temos alguns minutinhos antes de chegarmos,
diminuí a velocidade. Vem me chupar... vem! O pau do teu mafioso tá latejando, doido pra gozar
na boca de um médico gostosão.
Com um sorriso enorme e ansioso para me deliciar naquele pau, consigo passar para o banco da
frente. Ele já está excitado e com a pica pra fora, e eu, apoiado no carro e no banco, levo minha
boca naquilo que eu adoro nos meus parceiros, e começo a chupar, deslizar a língua e fazer
garganta profunda.
Sinto-o gemer acima de mim entre sussurros. — Essa boquinha tá curando a minha saudade...
Aah, é tão bom ter um médico particular pra receber cuidados especiais assim, né Miguel?!
Ao mesmo tempo, ouço Miguel se estimulando novamente, filmando a cena, expressando o
desejo de se divertir com o vídeo quando estiver sozinho.
— Eu sou o CEO mais sortudo do mundo. Um mafioso que faz a minha pressão cair e um
médico que a faz se estabilizar.
Não é a primeira vez que filmamos nossos momentos íntimos para depois nos deleitarmos juntos
ou individualmente, vendo nossos vídeos. Adoro essa dinâmica entre nós.
O Ravi avisa que estamos quase chegando, então intensifico os movimentos para fazê-lo atingir
o clímax. Consigo fazê-lo gozar e eu engulo cada gota, apreciando esse néctar que tanto adoro.
— Porra, eu tava passando mal sem beber isso aqui! Tenho abstinência se não ingerir esse
leitinho em curto prazo. — Falo enquanto guardo o pau que eu e o Miguel vamos usar mais
tarde.
Ravi me olha. — Mais tarde tem mais. — Ele também olha para o Miguel e pisca.
— Já estamos ansiosos. — Respondo.

Ravi

Caramba, estou muito bem servido, e tenho esses dois para me fazer delirar ao vê-los se fudendo
no banco de trás. Ah, como adoro ver o pau do Eros entrar naquela bunda gostosa do Miguel, e
vice-versa, minha pica até lateja só de ver.
Alguns minutos após presenciar essa cena exclusiva, o Eros vem para o banco da frente e
também me satisfaz. Ah, que delícia ter duas bocas deliciosas assim.
Se um dia eu fui triste, eu não lembro.
Finalmente, chegamos ao nosso destino no Guarujá e paro na frente da nossa nova casa, nossa
mansão e lar dos nossos filhos. Caso nos cansemos dessa aqui, temos outra na Grande São Paulo,
ou podemos optar por um apartamento menor. Eles decidem, mas aposto que vamos passar a
maior parte do tempo aqui.
O hospital que quero dar para o Eros fica próximo a essa região, e o Miguel tem uma sede da
empresa dele por aqui, podendo trabalhar remotamente de casa também. Acredito que ele vai
trabalhar ainda melhor. O custo de vida que teremos aqui, após fazer os cálculos, permitirá uma
vida luxuosa para nós. Somos responsáveis o suficiente para sempre buscar o melhor para nós
três e para nossos futuros filhos.
Saímos do carro, olho para eles.
— Gostaram do que o futuro maridão mafioso aqui preparou para vocês? Redesenhei a casa,
reestruturei conforme seus gostos e deixei apenas o necessário para nós três e, quem sabe, três
frutinhas.
Eles avançam em mim, me beijam, e dizem que estão sem palavras, ansiosos para entrar, e assim
fazemos.
Nossa casa fica próxima à praia, dá para ver o mar daqui. O lugar foi deixado como herança pelo
meu avô, e agora é meu, já que minhas irmãs preferem outros lugares.
Entramos na planta da casa, passamos pelos jardins e chegamos à porta. Pego a chave e olho para
eles.
— Lembram da vez na escola que fomos procurar um lugar para comer e acabamos nos pegando
naquele quarto perto do campo de rugby?
— Como não lembrar? Você chamou o lugar de ponto de pegação. — Diz Miguel.
— Não só isso, foi lá que começamos a nos esfregar de maneira mais ousada. — Completa Eros.
Então, sorrio para eles e concluo.
— Agora teremos uma casa para nos pegar até na varanda, ninguém vai se importar. Coloquei
muros, vegetação e outras coisas estratégicas para garantir que nossa diversão não seja vista por
curiosos. Agora, oficialmente, temos um lugar de pegação, um lugar onde vamos apagar nosso
fogo.
Termino de girar a chave, e entramos na imponente mansão à beira-mar do Guarujá. Passamos
pela espaçosa sala, onde a luz do sol dança pelas janelas, revelando uma vista deslumbrante do
oceano. Caminhamos pela varanda que se estende até a areia dourada, proporcionando um
refúgio perfeito à beira-mar.
— Olhem essa vista, é incrível! — Exclama Eros, empolgado.
— E essa varanda é perfeita para relaxar no final do dia, e tem até piscina. — Acrescenta Miguel,
sorrindo.
Continuamos a visita, explorando a área de visitas e a cozinha, adaptada minuciosamente ao
gosto requintado de Miguel.
— Você realmente pensou em tudo, amor. Essa cozinha é um sonho! — Comenta Miguel,
admirando os detalhes.
— Queria garantir que se sentissem em casa. Aqui temos três escritórios, um para cada um de
nós, com tudo o que precisamos para nossas funções — explicou enquanto mostramos cada
espaço, com orgulho na voz.
Subimos ao último andar, onde revelo um quarto isolado acusticamente no sobrado.
— Nosso refúgio exclusivo, para nossas diversões a três, sem interferências — comento
piscando, olhando nos olhos de ambos.
O Eros se aproxima de mim, com uma expressão safada estampada na cara. Assim que ele chega
perto, envolvo sua cintura com minhas mãos, apertando-o, e ele me fita, expressando seus
desejos.
— Mais tarde tem, hein? Estou doido para experimentar esse quarto e cair de exaustão.
Miguel também se aproxima ao lado, nos envolvendo em um abraço, sussurrando com sua voz
sexy e cheia de desejo.
— Vai com calma, Eros. Você é o médico aqui, não podemos arriscar tanto. Mas confesso que
estou doido para cair naquela cama com vocês dois e experimentar os limites da minha voz nesse
quarto isolado, assim como fuder pra CARALHO vocês!
Ouvir tudo isso só me empolga mais. Eu os conheço, e sei que vamos incendiar esta casa,
especialmente agora que não temos regras, nem limites, nem horário para ir embora. Os
próximos horários e dias que virão prometem ser intensos e cheios de paixão.
Mostro o quarto de visitas e os quartos preparados para os futuros filhos que sonhamos em ter,
além de outros cômodos. Enquanto apresento cada detalhe, é visível a felicidade estampada nos
rostos deles.
— Isso é incrível, amor. Você fez um trabalho extraordinário aqui. — Elogia Eros, emocionado.
— Estou sem palavras. É perfeito. — Acrescenta Miguel, abraçando-me.
A felicidade deles reflete a minha própria alegria. Este lar é mais do que uma casa; é o cenário de
nossa vida futura juntos.
No meio dessa bagunça, nossas famílias chegam, assim como nossos amigos. Peço para o
Miguel e o Eros olharem para as vidraças da sala, e eles percebem uma equipe de festa
organizando minha outra surpresa para eles na praia.
— Ravi? Não me diga que vamos finalmente nos casar de verdade, é por isso que toda essa gente
está chegando aqui e essa equipe de festa. Já estou vendo o buffet de um dos seus restaurantes
chegando em vários carros e... — Miguel fala, e eu o interrompi.
— Surpresa! Sim, quero casar de uma vez por todas com vocês! — Digo abraçando-os, e eles me
abraçam de volta.
Nos beijamos, nos divertimos com algumas palavras doces e, brevemente minhas irmãs e nossos
pais chegam. Conversamos rapidamente, e seguro nas mãos dos meus noivos, olhando nos olhos
deles.
— Estão prontos para nos unirmos em matrimônio oficialmente? Cuidei de toda a papelada,
vocês só precisam continuar dizendo sim. Vão para seus escritórios, escolham as roupas que
estão sendo levadas nesse momento, aposto que há uma que é a cara de vocês, pois conheço o
gosto de ambos e tive a ajuda de mães, irmãs e pais para esse dia. Então, quando estiverem
prontos, caminharemos juntos até o arco de flores lá fora, daremos as mãos novamente, faremos
nossos votos de casamento e assinaremos os papéis. Pode ser?
Ambos mantêm as mãos nas minhas, e Eros fala primeiro.
— Para mim, já estamos casados desde que começamos a namorar aos 17 anos. Mas será ainda
mais emocionante ser oficial de vocês dois, sempre os considerei meus maridos mesmo. Então,
sim, sempre sim para vocês.
Miguel então toma a palavra.
— Você não imagina o quanto esperei por este dia. Se depender de mim, não preciso nem de
roupa nova, vou como estou, mas gosto das coisas do jeito que você planeja, Ravi. Sim, sempre
sim para vocês.
— Ótimo, era isso que eu queria ouvir. — Expresso um sorriso radiante para eles e nos dirigimos
aos nossos escritórios, onde uma equipe já nos aguarda, assim como nossas famílias.
O tempo passa e finalmente, alguém vem me avisar que meus noivos estão prontos, à minha
espera. Estou nervoso; fazia tempo que não me sentia assim. Só esses dois conseguem fazer meu
coração bater de forma diferente. Assim como eles estavam esperando por esse dia, eu também
estava ansioso por selar este compromisso que vai além de qualquer código ou lealdade.
Organizar um casamento meticuloso, renovar cada canto da casa com carinho e dedicar tempo a
várias outras tarefas levaram mais tempo do que eu, um mafioso acostumado com jogadas
arriscadas, havia planejado. Cada detalhe foi planejado com esmero, desde a escolha das flores
que decoram cada centímetro até a seleção minuciosa do cardápio que encantará nossos
convidados.
O desejo de que esse dia seja perfeito foi uma jogada cuidadosa, uma aposta no coração, só
arrisquei quando todos me garantiram sua lealdade, assim como os convidados confirmaram
presença. Cada ajuda prometida é como uma carta marcada, cuidadosamente disposta no baralho
da vida, assegurando que cada movimento seja calculado para evitar qualquer deslize.
Aqui estamos nós, eu, um mafioso enredado nas teias do amor por Eros e Miguel, imersos em
nosso grande dia, à medida que as horas se aproximam das 21 horas, em uma simbólica
celebração no dia 25 de dezembro. Cada instante se revela crucial, e a importância deste dia
transcende, tornando-o verdadeiramente inesquecível. Cada detalhe desse plano é um tributo ao
amor que compartilhamos, e o cuidado ao longo dos anos moldou este momento, tornando-o não
apenas uma transação, mas uma celebração de lealdade e afeto.
Saio do escritório e me encaminho à sala, deparando-me com Eros e Miguel vestidos de branco,
assim como eu, emergindo de seus escritórios simultaneamente. Meus Deus, meus noivos
irradiam deslumbre em cada detalhe.
Tenho a sorte do meu lado, e não há arrependimentos por ser gay, por ser deles. É um jogo em
que saí ganhando. Eu simplesmente adoro! Cada passo até este momento foi uma jogada
calculada, e ver Eros e Miguel, deslumbrantes como peças-chave no meu tabuleiro, é uma vitória
que excede qualquer expectativa. Estamos prontos para este próximo capítulo, onde o amor e a
lealdade serão nossos maiores trunfos.
.
Capítulo 95
Eros

Enquanto eu me arrumava, meus pais estavam aqui comigo, felizes, dizendo que estão contentes
por sempre terem me apoiado, vendo o quão realizado sou e tendo dois INCRÍVEIS noivos que
movem montanhas por mim.
Termino de me arrumar e aviso que já estou pronto. Optei por um terno branco, acreditando que
combina com o tema de areia e mar. Há outras cores e gostos, mas meus pais e alguns curiosos
afirmam que esse terno que estou usando cai perfeitamente em mim.
Respiro fundo, tomo coragem e saio do escritório. No trajeto, vemos meus noivos, que também
escolheram branco. Ótimo, nosso grande dia vai ficar na história de todos aqui, e as câmeras e
celulares não param de registrar cada momento.
Mantenho meu olhar nos meus noivos.
— Estamos incríveis para um dia INCRÍVEL!
Miguel e Ravi pegam nas minhas mãos, deixam-me no meio como de costume, e caminhamos
juntos rumo ao altar onde será a cerimônia.
Miguel nos elogia, eu elogio eles, Ravi nos elogiam e assim somos, três caras gays, um trisal e
somos meios bobos às vezes, mas adoramos isso.
Lá na praia, vejo que todos estão nos seus devidos lugares, muito animados.
— Finalmente vou poder chamá-los de meus maridos. — Miguel fala emocionado, adoro esse
jeitinho dele de ser o mais sentimental de nós, ele é fofo.
— Então, eu conquistei seus corações, certo!? — Ravi pergunta, na zoeira, mas sabemos que ele
quer a resposta de sempre.
— Sim! Você sempre teve o nosso coração! — Eu digo.
— Nosso coração é seu, então continue tratando dele bem como você sempre fez até agora. —
Miguel completa.
— Excelente! Deixem comigo. Adoro um desafio e vou ter o resto de nossas vidas para cuidar de
dois corações e dos futuros coraçõezinhos que virão, nossos filhos.
Dou um sorriso e digo. — Teremos os mesmos desafios, nós três, e ninguém aqui vai soltar a
mão de ninguém. Eu conto com vocês.
— Vocês sabem como eu sou, vou pegar constantemente nos pés de ambos. — Miguel comenta.
Enquanto vamos rumo ao altar, não deixo de compartilhar com eles o frio na barriga que estou
sentindo, e ambos dizem a mesma coisa.
Chegamos ao altar, paramos num círculo, segurando as mãos uns dos outros, nos olhando
enquanto sorrimos de felicidade, e a cerimônia inicia.
O sol já se pôs no horizonte há muito tempo, e agora, além dos convidados, serão as estrelas
nossas testemunhas, como se o cosmo também celebrasse o amor que se desenrola à beira-mar.
O som suave das ondas beijando a praia complementa o ambiente tranquilo e emocionante,
tornando este momento ainda mais mágico.
Estamos todos reunidos no altar improvisado na areia, sob uma pérgola decorada com flores
brancas que dançam suavemente com a brisa marinha. As pessoas queridas, os amigos e a
família, estão lá, olhando com sorrisos calorosos e lágrimas nos olhos. Sinto a energia positiva
envolvendo-nos, como se cada partícula de ar estivesse impregnada de amor e felicidade.
Miguel e Ravi, meus agora, futuros maridos, em poucos minutos, estão ao meu lado. Nossas
mãos estão entrelaçadas, e nossos olhares refletem a intensidade desse momento único. Miguel
sorri, e eu posso ver a emoção em seus olhos. Ravi, com aquele brilho especial, segura um
pequeno estojo onde está nossas alianças.
— Antes de começarmos, quero que saibam que estas alianças foram feitas por mim, com todo
meu amor e cuidado. Elas representam nossa união, forjadas no fogo da paixão e moldadas pela
cumplicidade que compartilhamos, e dentro delas, como vocês observaram, têm os nossos
nomes. — Ravi diz, abrindo o estojo e revelando novamente nossas alianças.
Sem demoras e enrolação, o cerimonialista inicia o nosso tão sonhado momento, a nossa união, e
damos início aos votos.
Sob a benção do Oficiante Civil, eu e Miguel seguramos a aliança de Ravi juntos, e neste
momento solene, trago meus próprios votos para entregar a esse homem INCRÍVEL que estamos
prestes a unir em matrimônio. Com a permissão do Oficiante Civil, estamos prontos para trocar
nossas promessas de amor e comprometimento.
E não deixo de refletir sobre o quão especial ele é para nós, o quanto se doou por esse
relacionamento, mostrando que mesmo sendo um mafioso e filho de mafiosos, sempre colocou
nosso relacionamento como prioridade, sem frescuras. Ele permitiu que eu tirasse sua virgindade
de trás e foi eu quem deu seu primeiro beijo gay. Ah, sou realmente um cara de sorte, tanto por
ter o Ravi quanto o Miguel. Então, parto para os meus votos.
— Sob o céu que testemunha nossa união, quero expressar as palavras que transbordam do meu
coração para você, Ravi. Seu papel em nossas vidas é como o de um cometa, algo celestial e
grandioso, que trouxe uma intensidade única à nossa existência.
— Ravi, você é o cometa que ilumina o escuro da noite, trazendo consigo uma luz intensa e
cativante. Cada passagem sua por nossas vidas é marcada por momentos de brilho, calor e uma
beleza indescritível. Assim como um cometa deixa sua marca no céu, sua presença deixa uma
marca indelével em nossos corações.
— Você é a força magnética que nos atrai, atraindo-nos para sua órbita de amor e aventura. Seu
amor é como a trajetória imprevisível de um cometa, cheia de surpresas e emoções. Cada vez que
atravessamos sua órbita, somos lembrados da imensidão do universo que compartilhamos.
— Hoje, aqui, neste lugar sagrado do nosso compromisso, prometo seguir sua trajetória com
devoção e paixão. Que nossa jornada seja tão majestosa quanto a jornada de um cometa, cheia de
luz, amor e descobertas eternas. Que continuemos a ser guiados pelo rastro brilhante do cometa
chamado Ravi.

Miguel

No altar, ao examinar nossas roupas de casamento mais de perto, percebo toda a dedicação que
Ravi e nossas famílias depositaram nos detalhes, levando em consideração não apenas meus
gostos, mas também os de cada um. É evidente que isso foi meticulosamente planejado ao longo
do tempo, pois o terno se encaixa perfeitamente no meu corpo. Não posso deixar de pensar que
isso é uma verdadeira obra coletiva, um esforço conjunto de Ravi e de todos os envolvidos.
A cerimônia deslumbra, marcada pelo início do momento dos nossos votos.
Enquanto mantenho a aliança de Ravi junto com Eros, noto que Eros concluiu seus votos
carregados de emoção. Agora, é a minha vez de transmitir meus sentimentos profundos por Ravi.
Sinto que cada um de nós está prestes a entregar votos únicos e especiais. Fixo meu olhar nos
olhos cativantes de Ravi, e começo a desvelar tudo o que pulsa em meu coração, revelando o
quão essencial ele é para nós.
— Diante deste cenário magnífico, onde o sol se despede em tons dourados no horizonte e as
ondas sussurram canções de amor, quero dedicar minhas palavras a você, Ravi. Quando penso na
nossa jornada até este momento, vejo um cometa atravessando o céu da nossa vida.
— Ravi, você é como um cometa, algo raro e especial, que iluminou nosso mundo de maneiras
inimagináveis. Assim como um cometa deixa um rastro de luz brilhante, você trouxe claridade e
vitalidade à nossa existência. Seu amor é a força que nos impulsiona, e sua presença é um
presente divino que nos guia.
— Ao longo dos anos, testemunhamos suas órbitas incríveis, suas voltas deslumbrantes, e
mesmo nos momentos mais distantes, sabíamos que você estava lá, deixando um rastro
luminoso. Seu amor é como a cauda de um cometa, nos envolvendo e nos lembrando
constantemente do milagre que é tê-lo em nossas vidas.
— Hoje, diante deste altar à beira-mar, prometo amar cada parte desse cometa que é você.
Juntos, continuaremos nossa jornada, explorando os mistérios do universo e cultivando um amor
que transcende as estrelas. Que nossa história continue a ser tão única e magnífica quanto a
trajetória de um cometa.
Ao concluirmos nossas declarações apaixonadas, Eros e eu delicadamente deslizamos a aliança
pelo dedo anelar do Ravi, selando o momento com um beijo repleto de amor e compromisso
eterno.
Agora, é a minha vez, com a do Ravi, de fazer os votos e colocar a aliança no Eros, nosso sol.
Isso me faz lembrar da minha tatuagem de lua no peito, semelhante à que o Eros fez do sol, e o
Ravi, do cometa no braço.
Capítulo 96
Ravi

Aí, meu coração quase salta pela boca depois dessa declaração transformada em votos
matrimoniais. Até me lembro da tatuagem de cometa no meu braço. Não tem como não me
emocionar com essas palavras incríveis que esses dois tiraram do fundo do coração. Ah, cara, eu
amo esses dois demais!
Depois de colocarem minha aliança e me beijarem, é a vez do Eros. Parece que mudamos a
ordem de colocar as alianças; acho que dessa vez, eles queriam que eu fosse o primeiro, pois
estavam em êxtase. Hehehe...
Então, Miguel e eu seguramos juntos a aliança do Eros, e não posso deixar de lembrar do
momento em que tive meu primeiro beijo gay com Eros. Foi também com ele que vivi minha
primeira vez, entregando a virgindade de trás. Oh, como amo o nosso sol. E assim, começo os
meus votos, imerso nesse amor radiante.
— Neste momento único, onde o mar acaricia a praia e as estrelas como testemunhas cintilantes,
desejo dedicar minhas palavras ao sol da minha vida, Eros. Se a nossa jornada até aqui fosse
comparada a fenômenos celestes, você seria o sol, irradiando calor, luz e vitalidade.
— Eros, assim como o sol ilumina o dia, você trouxe a luz ao meu mundo, dissipando as
sombras com seu amor caloroso e radiante. Sua presença é como um raio de sol, aquecendo e
energizando tudo ao seu redor. Cada amanhecer ao seu lado é uma benção que ilumina meu
coração.
— Ao longo das estações da vida, testemunhei sua constância, sua força inabalável e seu poder
de dar vida. Você é o centro gravitacional que mantém nossa órbita, e seu amor é a energia que
nutre nossas almas. Assim como o sol, você é a fonte de vida que nos faz florescer.
— Hoje, neste altar, prometo honrar o brilho do sol que você é para mim. Vamos continuar a
jornada da vida, absorvendo cada raio de amor e enfrentando juntos cada pôr do sol e amanhecer.
Que nossa vida seja tão iluminada e radiante quanto o sol que chamamos de Eros.
Miguel

Ainda segurando a aliança do Eros com o Ravi, olho para ele e sou inundado pela lembrança do
nosso primeiro beijo. Ele foi o cara que me fez compreender minha orientação gay e me fez
perceber que estava apaixonado tanto por ele quanto pelo Ravi. Assim, com o coração
transbordando, começo meus votos para o nosso sol.
— Sob o cenário celestial que nos cerca, quero expressar palavras profundas ao sol da minha
existência, Eros. Se tivéssemos que comparar nossa jornada a elementos celestes, você seria o
sol, trazendo luz, calor e vitalidade para o meu mundo.
— Eros, assim como o sol aquece a terra, você trouxe calor e luz à minha vida. Sua presença é
como um raio de sol constante, iluminando todos os cantos do meu coração. Cada dia ao seu lado
é um novo amanhecer repleto de promessas e alegrias.
— Ao longo das estações do nosso relacionamento, tenho testemunhado a sua força inabalável, a
sua capacidade de iluminar mesmo nos momentos mais sombrios. Você é o centro que dá vida à
nossa órbita conjunta, e seu amor é a energia que nos mantém em movimento. Assim como o sol,
você é a fonte da vida que faz crescer o jardim do nosso amor.
— Hoje, neste altar, prometo honrar o sol que você é para mim. Continuaremos a jornada,
absorvendo cada raio de amor e enfrentando juntos os dias nublados e ensolarados. Que nossa
vida seja sempre iluminada pela luz do sol chamado Eros.
Então, depois de pronunciarmos nossos votos, Ravi e eu deslizamos delicadamente a aliança pelo
dedo anelar do Eros, selando esse momento com um beijo apaixonado.
Eros
Então, finalmente, é a vez da nossa lua, do nosso Miguel - o cara que me deu meu primeiro beijo
gay. Assim como o Ravi, os únicos desde aquele dia até hoje, aqui, nesta praia. Então, inicio
meus votos para ele.
— Sob este céu estrelado e ao som das ondas, minhas palavras encontram o eco da eternidade.
Miguel, você é meu farol em meio às trevas e a lua que suaviza as sombras da vida. Como uma
estrela que brilha na noite, você ilumina meu caminho com sua bondade, ternura e força.
— Ao longo de nossa jornada, testemunhei sua luz constante, a maneira como você molda o
ambiente ao seu redor com sua gentileza e compreensão. Você é como a lua, guiando-me nas
marés da emoção e refletindo o amor em cada movimento.
— Hoje, neste momento sagrado, prometo a você meu compromisso de honrar e valorizar essa
luz única que é Miguel. Assim como as estrelas são pontos de orientação na vastidão do céu, sua
presença é meu guia nas complexidades da vida. Que nossa união seja uma constelação de amor
eterno.

Ravi

Agora é você, meu amor, nossa lua, Miguelzinho - o cara que atormentei carinhosamente por
dois anos na escola. Até a chegada do Eros, e finalmente, assim como os astros, entramos em
órbitas e nos entendemos. Então, inicio meus votos para ele.
— Diante da vastidão do oceano e sob a imensidão do céu estrelado, minhas palavras buscam
expressar a grandiosidade do que compartilhamos, Miguel. Você é minha constante em todas as
estações, a lua que derrama sua luz nas sombras da noite.
— Como uma estrela em ascensão, sua gentileza e compreensão têm iluminado cada passo da
nossa jornada. Miguel, você é a lua que influencia as marés do nosso amor, trazendo equilíbrio e
serenidade. Em cada olhar, vejo refletida a beleza do seu coração.
— Hoje, neste altar de compromisso, prometo a você minha dedicação contínua a essa luz
singular que é Miguel. Assim como as estrelas se alinham para formar constelações, nossas vidas
se entrelaçam para criar uma história celestial. Que nosso amor seja uma jornada cósmica repleta
de brilho e constância.
Assim, Eros e eu concluímos nossos votos, deslizando a aliança nos dedos de Miguel, que
derrama lágrimas e sorri ao mesmo tempo. Em um momento repleto de amor, selamos esse
compromisso com um beijo apaixonado.
O cerimonialista, embalado pelo murmúrio das ondas que acariciam a praia, proclama o trisal:
"Ravi, Eros e Miguel, marido e maridos." Cada sílaba parece tecer laços mais profundos em
nossos corações. Com as alianças cintilando sob a luz do luar, sentimos a magia desse momento
envolvendo nossas almas. E então, com a brisa salgada testemunhando nossa promessa,
assinamos os papéis, transformando não apenas nossos nomes em tinta, mas nossos destinos
entrelaçados em uma história de amor única, escrita nas areias da eternidade.
Após assinarmos os papéis, agora oficialmente casados, maridos em um trisal eterno, pego suas
mãos novamente para expressar algo significativo, querendo que apenas eles ouçam.
— Eros E Miguel? — Eles mantêm o olhar em mim, sorrindo. Então digo com paixão:
— Vamos fuder pra CARALHO PORRA!
Capítulo 97
Tiago

O casamento dos nossos amigos é uma das coisas mais belas que já presenciei, e fico muito feliz
por fazer parte da história de pessoas tão incríveis. Após anos, eles continuam unidos, sem soltar
a mão de ninguém. Talvez, se houvesse mais esforço da nossa parte, Carlos, Rafaela e eu, não
estaríamos na mesma situação agora. Mas, enfim, nem todas as histórias de amor são iguais; às
vezes, coisas como a nossa situação precisam acontecer. Quem sabe, agora adultos, mais
maduros e decididos, as coisas não possam ser melhores para nós três?
O casamento chegou ao fim, e, juntos, Carlos e Rafaela voltamos no meu carro, rumo ao meu
apartamento.
Pegamos o elevador, nós nos olhamos, soltamos leves palavras sobre como foi o casamento e,
aos poucos, começamos a falar de nós mesmos. — Você já era um pedaço de mal caminho na
escola, Carlos. Agora, com 30 anos, só de ver o quanto malha, tem todos esses músculos e se
cuida, aposto que a visão fica ainda melhor sem nenhuma roupa.
Ele me fita, e eu faço o mesmo, ambos em um jogo de sedução por olhares. Então, ele responde:
— Logo você vai desvendar o que tenho por baixo desses tecidos.
Olho para Rafaela, e se me lembro bem, ela adorava quando eu e o Carlos ficávamos flertando
um com o outro, dizia que ficava excitada rapidinha e sua calcinha toda molhadinha. — Você já
era atraente aos meus olhos quando éramos mais jovens, e agora, com a mesma idade que a
minha, meu deus, ficou ainda mais irresistível.
Ela vem se aproximando de mim. Saímos do elevador com ela agarrada na minha cintura, me
fitando. Posso ver que está tão ardente em paixão e com vontade de transar tanto quanto eu, e
acredito que o Carlos esteja assim também. O olhar safado dele diz tudo.
Chegamos à porta do meu apartamento, passo a digital, e a Rafa ainda está me abraçando.
— Anda, Carlos, vem nos abraçar também. Aposto que está de pau duro, mas deve estar se
contendo para não sarrar em mim por trás. — Rafa o chama com uma voz cheia de desejo.
Eu olho para ele, que está bem atrás dela, me encarando com expressão safada.
— Eu estou me segurando sim, mas agora que eu vou me soltar, vocês vão ter que aguentar o
meu fogo. — Carlos diz, nos envolvendo com um abraço por trás da Rafa, e ela fica no meio,
apertada do jeitinho que ela sempre gostava, entre dois homens, machos, e gostosos como ela
sempre falava.
— Aí que delícia, adoro esse tipo de sanduíche humano. Andem, me espremam mais. Estou
adorando sentir os seus paus duros. — Rafa expressa a sensação e o quanto ela adora sentir
nossas picas latejar entre suas regiões íntimas, isso só aumenta a nossa excitação.
Abro a porta, e entramos assim mesmo, com a Rafa no meio, e o Carlos fecha a porta atrás. Nós
três nos olhamos, vamos aproximando nossos lábios, e fecho meus olhos, aos poucos sentindo
suas respirações mais próximas. Nossos lábios encostam, e finalmente, aos poucos, vamos
puxando a língua um do outro. Meu Deus, que nostalgia. Como eu senti falta disso. Nunca mais
quero perder essa sensação, esse desejo, eles.
Aos poucos, vamos intensificando o beijo, e entre eles sussurro:
— Quero transar pra caramba, mesmo cansado. — E vou logo tirando as minhas roupas e eles
também.
Como antigamente, quando a Rafa escorregava para o nosso quarto, Carlos e eu ficávamos
esperando por ela bem na porta. Assim que ela entrava, a colocávamos no meio e juntos
ajudávamos a tirar a roupa dela, e ela a nossa. Estamos fazendo justamente isso, e em poucos
segundos estamos sem nada, esfregando nossos corpos. Minha nossa, que gato, que gata, que
corpos sexys. Esses dois me deixam loucos, vou infartar.
Carlos e eu começamos a deslizar nossas mãos pelo corpo da Rafa, redescobrindo o quanto essa
mulher, nossa ex e agora atual novamente, ficou ainda mais deslumbrante, com um corpo de
parar o trânsito.
Vejo que ela está ainda mais ousada e provocativa, pois a boquinha dela não para de falar
palavras eróticas. Eu a beijo, e nós nos entregamos a um beijo ardente, com nossas línguas
quentes disputando lugar na boca um do outro, num ritmo quente. Sinto Carlos beijá-la no
pescoço, deslizando seus lábios pelo ombro dela, sussurrando safadezas.
Ao mesmo tempo, meu pau duro roça na virilha dela, e sinto que ela está lisinha. Caramba, isso
me deixa mais louco. Então, levo uma mão no meu pau e deslizo a cabeça na buceta dela, e ela
geme, demonstrando que está adorando.
— Você quer isso aqui, safadinha? — Pergunto entre beijos e desejos.
— Eu estou louca de tesão para ter isso dentro de mim, para ter os dois fazendo amor comigo,
igual fazíamos antigamente. Me deixando louca com ambos ao mesmo tempo, me fazendo quase
subir pelas paredes e sem voz de tanto gemer.
Carlos por trás deve estar fazendo a mesma coisa, esfregando o pau dele na bunda dela.
Em seguida, sem ar, nossos beijos cessam, e Carlos a puxa para um beijo. Eles se entregam, e eu
também esfrego minha pica na bunda da Rafa. Ela geme e sussurra entre beijos toda paixão e
tesão que está sentindo no meio de nós.
Após alguns minutos, os beijos deles cessam, e eu os puxo para a cama, onde nós nos
entregamos a carícias e mais beijos. Como estou louco para chupá-los, já caio de boca na buceta
da Rafa, que está toda lubrificada. Ali, me acabo explorando toda a região da virilha, beijo suas
coxas, depois volto para sua vagina, e aos poucos passo a língua envolta dos seus lábios
inferiores, explorando tudo ao redor antes de introduzir minha língua onde mais anseio.
E nesse meio tempo, sinto Carlos vindo no meu pau, me chupando, massageando minhas bolas.
— Eu estava ansioso por isso há tanto tempo. — Carlos diz e volta a me chupar.
Sinto um dedo dele entrando em mim, e me viro para pegar o lubrificante próximo da cama.
Passo para ele, e em pouco tempo, sinto os dedos deslizarem com mais delicadeza no meu reto.
Dou uma retraída, mas é uma delícia. Devia ter deixado ele fazer isso há muito tempo.
Capítulo 98
Tiago

Rafa nos olha, e ela não deixa de comentar:


— Finalmente, nós três vamos nos entregar a essa loucura. Eu ansiava tanto por isso.
Em seguida, volto a chupá-la e capricho bem aqui, nessa região, pois quero que ela chegue ao
orgasmo, e minha língua vai fazê-la alcançar as alturas.
Olho para ela para ver se está gostando, e pela sua expressão, é inegável. Mas eu quero que ela
enlouqueça ainda mais, então uso os dedos. Ela geme cada vez mais alto e mais gostoso. Eu
também gemo com as chupadas gostosas que estou recebendo do Carlos, e passamos um tempo
assim.
Minutos depois sinto que vou gozar, porque Carlos me toca num ponto masculino que me faz
explodir de prazer, me faz chegar às alturas, e gozo tudo na boca dele.
Também sinto que a Rafaela está adorando como nós três revivemos essa velha safadeza.
Em seguida, Rafaela se deita, e vou para cima dela, a beijo. Aos poucos, com muitos pedidos de
agonia de prazer dela, vou introduzindo meu pau na sua buceta. Ela geme entre beijos, e poucos
minutos depois, já estou bombeando dentro dela bem gostoso.
Ficamos assim, vou dando pica dentro dela, e ela pedindo por mais, enquanto Carlos a beija e
intercala chupando seus seios lindos e lambendo toda aquela região maravilhosa. Eu chupo de
um lado, Carlos chupa do outro, e depois ele para porque ela pede para chupar o pau dele, e
assim ela faz.
Enquanto meto nessa gostoso nessa buceta, e a faço gemer, o Carlos também faz o mesmo, mas
na boca dela, e nós três vamos nos entregando ao êxtase do prazer carnal.
Sinto que estou no meu limite e olho para ela.
— Rafa, quero gozar, você sabe...
Ela para de chupá-lo e me olha.
— Vem com tudo, bonitão, vocês vão assumir mesmo.
Porra, era isso que eu queria ouvir, e gozo tudo dentro dela.
— Estou mais que disposto para assumir, seja meu ou do Tiago. — Carlos fala, e o vejo gozar
também na boca dela, e ela engole tudo.
Em pouco tempo, já estamos prontos novamente para mais rodadas, e o Carlos toma a vez dele.
Enquanto ele e a Rafa transam, eu a beijo, demonstrando todo meu amor para ela em forma de
safadeza, com carícias por todo seu corpo, mordendo, chupando, e a fazendo delirar mais e mais,
tentando fazê-la receber o máximo de amor e prazer em dobro.
Ela pede para me chupar, e assim ela faz, proporcionando-me um excelente oral, igual ensinamos
para ela como gostamos, e ela faz ainda melhor.
Ficamos assim até eu ver que Carlos vai gozar, e eu libero junto com ele, mas na boca quentinha
da Rafa.
— Porra, como eu senti falta desses momentos com vocês. — Expresso ofegante. Eles
expressam o mesmo pensamento.
Não demora muito, chega minha vez com o Carlos e vice-versa.
Vou até ele. — Quem será o primeiro?
Carlos me faz deitar na cama, me olha com safadeza.
— Eu vou rebolar gostoso no seu pau, gostosão.
— Caralho, finalmente isso vai acontecer. — Rafa diz e continua. — Vou me masturbar pra
caramba vendo vocês se pegarem. Andem, comecem.
Nós nos olhamos novamente, mordo meus lábios e passo lubrificante no meu pau. Me pergunto
se ele vai sentar assim mesmo, sem se preparar antes. Se sim, que fogo no rabo que ele deve estar
sentindo.
Ele me olha, segura meu pau.
— Minha primeira sentada em você será inesquecível.
Então, sinto sua entrada roçar na cabeça da minha Pica, e ele vai aos poucos deslizando,
gemendo.
Sinto a cabeça do meu pau entrar, e ele geme mais ainda, para um pouco, respira, e desliza mais
e mais, geme mais, e mais. Ver ele se entregando a mim só me deixa mais louco por ele.
Enquanto isso, a Rafa enfia os dedos na buceta, e massageia os seios enquanto geme para nós.
Toda essa mistura só me leva às alturas até sentir que o meu Pau está por completo dentro de
Carlos. Ele me olha, se inclina para me beijar, e nós nos entregamos ao beijo ardente e
apaixonante.
Aos poucos, o beijo cessa, e eu começo a me movimentar dentro dele. Ele também se move,
depois eu paro e ele cavalga sozinho, dando umas deliciosas reboladas, enquanto geme no meu
pau.
— Porra, eu estou adorando rebolar nessa Pica.
Ouvir isso me atiçou, então seguro firme no quadril dele e, bombo mais forte e mais fundo nele,
fazendo ele revirar até os olhos.
Minutos depois, tanto ele quanto eu gozamos.
Recuperamos o ar, e eu olho para o Carlos.
— Agora é a minha vez. Vem logo, tenho certeza que já se recompôs.
Carlos me olha e já vai se levantando. Já vejo o seu pau duro. Ele pega o lubrificante, passa no
pau e introduz um pouco na minha entrada.
Assim mesmo, deitado, ele abre as minhas pernas, se posiciona, e me olha enquanto vai
introduzindo a cabeça na minha entrada, e sinto ele forçar a entrada.
— Relaxa, amor. — Ele diz me acariciando.
Rafa vem e me beija, e nós nos entregamos a carícias. Aos poucos, vou relaxando, e sinto a
cabeça do membro dele entrar, deslizando por dentro de mim entre dor e prazer, até que, depois
de algum tempo, o sinto por completo me preenchendo.
Rafa se afasta, e Carlos vem me beijar e nós nos entregamos aos beijos de tirar o fôlego.
Após esperar que eu me acostume com o pau dele dentro de mim, começa a se movimentar.
Caramba, dói, mas dói gostoso. Ah, que delícia sentir ele bombeando dentro de mim. Agora vou
querer isso sempre, e para sempre.
Após os nossos beijos cessarem, ele segura firme no meu quadril e vai mais forte e fundo no meu
ponto de prazer. Mostro a ele com gemidos e palavras o quanto estou adorando ser fudido.
Minutos depois, ele e eu chegamos ao clímax, e a Rafa expressa o quanto ela está adorando nos
ver transar, amando ver Carlos e eu nos entregarmos de corpo e alma um ao outro.
— Ah, caralho, quero mais! — Digo.
Capítulo 99
Eros

Acredito que tudo está ocorrendo conforme o Ravi planejou. Miguel e eu não paramos de
comentar o quanto ele sorri enquanto conversa com os convidados. Estamos extremamente
felizes por ter um homem que teve exemplos dentro de casa sobre como tratar bem seu
companheiro, e o Ravi absorveu esse lado do nosso sogro Scott, esforçando-se a cada dia para
ser ainda melhor para mim e para o Miguel.
Ao olhar para o Miguel, vejo-o feliz e emocionado por ter se casado conosco. É inegável o
quanto esse homem que amamos esperou por este dia. Agora, posso vê-lo derramar felicidade
sobre cada convidado que cumprimenta e nos elogia dos pés à cabeça. Miguel também teve
excelentes exemplos dentro de casa; seus pais foram amigos essenciais para moldar seu caráter.
Assim como eu, que, mesmo com medo no início do que meus pais pensariam sobre eu namorar
dois caras, assim que contei tudo a eles, meus pais abriram suas mentes, tornaram-se mais
participativos em nossas vidas e passaram a amar meus namorados como se fossem seus próprios
filhos. Meus namorados fizeram questão de fortalecer esse vínculo com eles.
Ravi e a mãe de Miguel, Rosária, tornaram-se melhores amigos. Quando meu pai não estava
disponível para ela em alguma emergência, era um deles que a socorria, principalmente o Ravi,
que fazia questão de ir até ela, já que passava mais tempo no Brasil do que nós, depois de se
formar em Melbourne.
Ravi também é próximo do meu pai, mas acredito que foi Miguel quem mais se entendeu com
ele. Sempre que estamos todos reunidos em casa, é Miguel quem ela chama para conversar ou
resolver algum probleminha. Ravi e eu nos acabamos de rir vendo-os conversar, parecem dois
velhos. Mas Ravi e eu não ficamos para trás; criamos um vínculo forte também com o Sr. Dylan,
Miguel e eu com os pais do Ravi, o Sr. Scott e Kaleb.
Enfim, um dos dias mais importantes de nossas vidas chega ao fim, e todas as pessoas
importantes para nós estavam aqui, prestigiando-nos nessa data especial. Sou grato pela
colaboração de cada um, grato por ter maridos incríveis.
Os convidados partiram, pois, o Ravi e o pai do Miguel disponibilizaram quartos em um hotel
para alguns deles. Outros foram embora por morarem na região. Agora, finalmente, temos nossa
casa, nosso lar, só para nós três. É chegada a nossa hora, como casados, maridos.
— Vamos para a banheira? Vi que o Ravi fez questão de que fosse espaçosa o suficiente para nós
três. — Sugiro, puxando-os pelas gravatas escada acima.
Ambos sorriem safadamente para mim.
— Estou doido para tirar essas roupas, abrir um bom champanhe e me deliciar com vocês numa
banheira com espuma. — O Miguel fala, já tirando a roupa de cima.
Olho para o Ravi, que está tão animado quanto nós, e ele diz. — Tudo nesta casa foi projetado
para atender às nossas necessidades, e não deixei nada de lado. Então, vamos para a banheira e
começar a diversão no banheiro, como sempre fizemos quando estudávamos, e eu vou
proporcionar aquele oral de respeito em vocês.
— É disso que estou falando. — Completo, mordendo os lábios, e vamos rumo à suíte, tirando
nossas roupas e deixando-as espalhadas pelo corredor e quarto.
No quarto, sem nada, apenas como viemos ao mundo, vislumbro seus corpos e, meu Deus, eu
tenho dois maridões lindos, malhados, com músculos definidos que me deixam ainda mais
excitado.
Me aproximo deles e fico no meio, como de costume. Dou um beijo no Ravi, bem gostoso. Em
seguida, viro-me e beijo o Miguel, mordendo seus lábios e parando.
Olho para o peito dele e vejo a lua, a nossa lua. Deslizo os dedos pelos contornos de sua
tatuagem e a beijo. — Te amo, Miguel! — Digo, olhando para ele e dando um selinho.
Depois, viro-me para o Ravi, olho nos seus olhos e, em seguida, para o seu braço, onde está o
nosso cometa. Contorno a tatuagem dele com os dedos e a beijo, olhando para ele novamente. —
Te amo, Ravi! — O beijo, e ele retribui. Vamos nos entregando ao beijo ardente. Ah, finalmente
sou deles e eles são meus. Esperei tanto por isso, meus maridos.
Paramos o beijo, e deito minha cabeça no ombro do Ravi, dando espaço, como sempre fiz, para
que ele e o Miguel se amem.

Miguel
Nossa noite, a nossa primeira noite como casados, começou, e meu corpo estremece, minha alma
canta de felicidade. Agora, eles são meus, eu sou deles, oficialmente. Esperei tanto por isso, e
agora estamos aqui, nós três, nos entregando ao amor, ao desejo de possuir um ao outro sem
limites ou regras.
O Eros repousa sua cabeça no ombro do Ravi, e nos dá espaço para que eu e o Ravi nos amemos.
Então, olho para o nosso cometa. — Me beija, amor!
O Ravi segura meu rosto com delicadeza. — Darei quantos beijos você quiser, minha lua. —
Sinto seus lábios se envolvendo nos meus.
Aos poucos, nossas línguas se entrelaçam, e nós nos entregamos a esse beijo quente e
apaixonante, permitindo-nos ser guiados pelo desejo de nossos corpos. Embaixo, posso sentir
meu Pau roçar na bunda gostosa do Eros, cujo lugar estou ansioso para fuder gostoso.
Paro de beijar o Ravi, e o Eros nos puxa para o beijo triplo. Nós nos entregamos ao ritmo e às
sucções de línguas envolventes, sentindo a respiração um do outro e os gemidos que demonstram
o quanto desejamos uns aos outros. Posso sentir seus Paus roçarem no meu, e estamos todos mais
que excitados, loucos de desejos.

Ravi

Enquanto nos beijamos, nesse beijo triplo, sinto nossos Paus endurecerem. Faço questão de roçar
mais nos Paus deles, sentir o calor que emana. Ah, meu Deus, isso me deixa enlouquecido.
Então, levo minhas mãos até a bunda do Eros e do Miguel enquanto continuamos a nos beijar,
apertando-os e fazendo-os gemer ainda mais. Ah, eles sabem que gosto de ouvir suas vozes sob
meu comando.
O Eros para de nos beijar, se afasta. — Cadê o lubrificante? — Ele pergunta.
Indico que está na gaveta, e ele vai lá e pega, jogando-o para mim. — Não vou esperar o banho,
me foda agora, de quatro.
O Eros fica de quatro em cima da cama e olha para o Miguel. — Anda, vem, quero me acabar de
chupar o teu Pau. — Vejo Miguel indo em direção ao Eros na cama.
Pego o lubrificante, pois vou realizar o desejo do Eros, e vou incendiar meu Pau nesse fogo.
Passo lubrificante em mim e paro bem atrás do Eros, que está com a bunda gostosa, malhada e
branquinha, empinada, só me esperando.
Então, dou três tapas bem dados em cada lado da bunda dele, e ele geme. — Aí, mais, bate mais,
eu gosto quando fica roxo.
Pego meu dedo cheio de lubrificante e enfio no cu dele. — Estava doido por isso, né safado?
Aposto que estava louco para mandar os convidados irem embora assim que saímos do altar para
subir aqui e ser fudido. — Falo isso enquanto o estoco fundo, e ele geme.
Capítulo 100
Miguel

O Eros para de nos beijar, pergunta onde está o lubrificante. O Ravi responde, ele pega e joga
para ele, pedindo para ser fudido. O meu Pau só fica ainda mais duro ouvindo essas safadezas, e
fico ainda mais louco vendo esses dois querendo se comer na minha frente.
O Eros fica de quatro na cama e me chama para me chupar. Vou ansioso para ter a boquinha
quentinha dele no meu pau, que não para de latejar.
Paro na frente dele, enquanto o Ravi estoca gostoso o cu do Eros com os dedos, e ele geme,
pedindo mais forte e mais fundo.
Eu pego os cabelos sedosos dele, seguro firme com os dedos, e ergo a cabeça dele para que me
encare.
Vislumbro sua expressão de prazer, safado e pervertido. Nossa, como ele me enlouquece.
O Eros sempre foi bom em dominar eu e o Ravi na cama, principalmente usando todo o corpo
dele, da voz até às pontas dos pés. Ah, esse homem me enlouquece.
— Fode minha boca, vai! — Ele pede, e eu atendo ao pedido, enfiando meu pau todo na boca
dele.
Vejo-o fazer uma expressão maravilhosa, de alguém que se engasga, mas que não recua, porque
ele adora quando o pegamos de jeito na cama, sem dor e sem piedade.
Então, seguro firme em seus cabelos e começo a estocar meu pau com vontade em sua boca. Ele
se entrega totalmente a essa diversão, e eu sinto a cabeça do meu pau socar a garganta dele várias
e várias vezes. Ele geme alto, tanto com o que faço, quanto com o que o Ravi faz atrás dele.
Posso ver daqui o Eros mexer o quadril gostoso enquanto é estocado com os dedos do Ravi.
— A nossa putinha! — Eu digo.
— Isso, só nossa! — O Ravi concorda.
O Eros ouve isso e chupa minha pica com mais intensidade, rebolando ainda mais. Por um breve
momento, enquanto me chupa, ele para e fala com sua voz carregada de prazer. — Enfia logo
esse pau no meu cu, eu não aguento mais esperar.

Eros

Esses dois sabem como me atiçar, como me enlouquecer na cama, sabem o que gosto de ouvir e
ser dominado, e quanto mais eles me dominam, mais eu me entrego a eles.
Minha garganta amanhã vai amanhecer dolorida, mas não me importo. Eu gosto de um sexo
selvagem e de satisfazer os meus HOMENS.
— Me fode logo, Ravi!
— Está com saudades disso aqui, né? — Ele diz, tirando os dedos de dentro de mim e começa a
pincelar a cabeça da pica dele na minha entrada.
Começo a mexer meu quadril para que ele entenda que quero que ele meta tudo de uma vez, e
assim ele me atende. Enquanto chupo o Miguel, sinto o pau do Ravi me preencher sem dor e
piedade, do jeito que eu gosto. Posso sentir uma lágrima descer, misturando-se com dor e prazer.
— Ai que delícia! — Eu digo e volto a chupar o Miguel.
O Ravi começa a me foder gostoso, dando tapas na minha bunda, misturando carícias, lambidas e
mordidas nas minhas costas. Enquanto isso, o Miguel começa a gozar na minha boca, e eu
engulo tudo, sem desperdício.
O Ravi puxa minhas mãos para trás, empina mais minha bunda, e ele acelera a penetração,
bombeando mais fundo e com mais força dentro de mim, atingindo meu ponto de prazer, e só me
entrego à sensação gemendo. — Que delícia ser fudido por um marido mafioso.
Eu sei que ele gosta quando o chamo assim durante o sexo. — Porra, como eu adoro isso! — O
Ravi diz, puxando ainda mais minhas mãos para trás.
Minha coluna parece prestes a quebrar de tanto que ele me fode com pressão. Os minutos
passam, e ele goza gostoso dentro de mim, e eu também gozo.
Caio na cama, e o Miguel me puxa de lado, levanta minha perna, deita atrás de mim, enfia a pîcä
dele no meu cu, vou gemendo, e ele começa a me comer de ladinho bem gostoso, acelerando as
estocadas aos poucos. — Eu estava doido para te foder GOSTOSO, amor. — Miguel sussurra no
meu ouvido com essa voz sedutora dele que só aumenta minha excitação.
Ele gira meu rosto delicadamente, e começamos a nos beijar enquanto ele bomba no meu cu, vou
gemendo entre beijos.
Minutos depois ele goza, e o Ravi me puxa. — Você aguenta dois, né?
— Vocês vão ter que me mimar bastante depois, mas sim, quero sentir os DOIS.
Nunca fizemos dupla penetração, mas sempre quis tentar isso com eles. Sei que a dor será
dobrada no início, mas quero experimentar isso, nem que seja uma única vez, ou mais,
dependendo de como for dessa vez.
Olho para o Ravi e sento na pîcä dele, gemendo. Nós nos beijamos, e o Miguel chega por trás,
empinando minha bunda. Sinto ele forçando a entrada, e caralho, que dor, mas eu quero, quero
os DOIS me fodendo gostoso.
Vou intensificando os beijos com o Ravi, ele me acaricia, e vou sentindo o pau do Miguel me
invadindo, ainda bem que ambos passaram lubrificantes de novo.
— Está gostando de sentir nós dois, amor? — Miguel sussurra no meu ouvido, e eu respondo
delirando de tesão. — Sim... — digo baixinho enquanto beijo o Ravi. Algum tempo passa, e o
Miguel começa a se movimentar dentro de mim. Dói, mas a dor vai se misturando com prazer, e
aos poucos o prazer vai sendo o que prevalece. — Ah, eu amo essas Picas! — Eu digo,
entregando-me ao êxtase carnal que ambos estão me proporcionando.
— Pode pedir qualquer coisa, que eu te dou! — O Ravi diz com uma voz carregada de prazer. —
Eu estou adorando sentir o pau do Miguel cerrando junto com o meu dentro do seu cu.
— Eu sempre quis fazer amor assim, com o Eros no meio, sentido o quanto amamos ele. —
Miguel completa.
Nunca fui tão mimado com palavras safadas misturadas com romance ao mesmo tempo na cama
como foi ao longo dos minutos que passamos assim, com eles dois dentro de mim.
O prazer é tão avassalador para nós três que fazemos isso pela primeira vez, que juntos
chegamos ao clímax e gozamos.
Eu simplesmente me deito ofegante, para recuperar minhas forças, e eles me abraçam, um de
cada lado, falam que me amam e várias outras palavras com carícias.
Após alguns minutos assim, o Miguel me leva nos braços para a banheira, onde o Ravi já foi na
frente para preparar o banho e as bebidas. Ah, eu amo essa vida com eles.
Capítulo 101
Ravi

Ah, eu amo o Eros, amo o Miguel, amo o que temos e o que construímos e como evoluímos
nesse relacionamento.
Após eu ver ele e o Miguel terminarem de transarem tão gostoso na minha frente, de ladinho, me
deu uma puta vontade de transarmos a três com dupla penetração, será que ele aceita? Sempre
quis fazer isso, mas nunca quis forçar nada com, então resolvo propor. — Você aguenta nos dois,
certo?
Para a minha alegria e a do Miguel ele diz sim, e fala que vai querer ser mimado, ah cara, ele não
precisa falar isso, minha função é realizar qualquer desejo dele e do Miguel e o que eles me
pedirem eu faço. Eles sempre me tiveram na palma da mão deles.
Me sento na cama, e o Eros vem e se senta de frente para mim, gemendo gostoso, e iniciamos um
beijo, no qual chupo bastante essa língua e o acaricio para que se concentre em mim, e não
demorar muito sinto o Miguel o penetrando por trás, pois sinto o pau dele deslizando no meu e
tentando espaço no Eros, que segura firme em mim, posso sentir suas unhas penetrar minha
carne, e ele geme de dor, e espero que a dor passe logo e que sinta prazer, então continuo o
beijando.
O Miguel vai forçando aos poucos, com cuidado a entrada, e sinto dessa vez as unhas do Eros
arranhar as minhas costas. — Amor, relaxa, vai se entregando para nós. Te amamos. — Eu digo
e o beijo e ele retribui, posso sentir até lágrimas.
— Você quer parar? — Eu e Miguel perguntamos juntos? — Ele responde que não, e que quer ir
até o fim.
Miguel o penetra por trás e o acaricia. — Amor, Eros, aguenta mais um pouco. Estou quase lá.
Você quer nos sentir, certo? Eu sempre quis fazer isso com você. — O Miguel fala.
Vejo que ambos sempre desejamos a mesma coisa. Nunca quisemos fazer isso contra a vontade
do Eros, mas hoje é uma data especial, e queria algo especial com eles.
Alguns minutos depois, com o Miguel já dentro, esperamos o Eros se acalmar e se acostumar
com nós dois dentro dele. O Miguel começa a se movimentar dentro do Eros, e caralho, que
gostoso. Uau!
Até digo para o Eros que ele pode pedir o que quiser, porque o prazer que ele está nos
proporcionando agora é único. Fazer amor, para mim agora, é amor. Fodemos sim, mas o que o
Eros está nos deixando fazer é diferente. Não é apenas mais uma foda, é uma sensação
maravilhosa, a qual só vai depender do Eros se ele nos deixará repetir. — Te amo, Eros!
O prazer e a sensação dessa experiência de sentir tanto o Miguel quanto o Eros enquanto
fazemos sexo a três nos faz gozar dentro e juntos. — Aah, que delícia. — Eu digo.
Deitamos ao lado do nosso amor Eros, o acariciamos, e logo me levanto para ir preparar a
banheira.
Em seguida, passo e aviso que vou buscar um champanhe. Vou à cozinha, pego e volto rumo ao
banheiro, e o Miguel vem atrás com o Eros nos braços.
Entro primeiro na banheira, e Eros senta no meu colo. Começamos a nos beijar enquanto
sussurro que o amo muito.

Miguel

Enquanto abro o champanhe, não consigo parar de pensar no sexo, melhor, na forma de amor
que acabamos de fazer. Ah, o tanto que eu sempre quis fazer amor assim com o Eros não está
escrito, e ele deixou, ele quis. Foi numa noite especial, a nossa noite, e isso só deixou tudo ainda
mais inesquecível. Meu corpo ainda está energizado com essa experiência única.
Sirvo as bebidas, entrego uma taça para cada um e entro com a minha na mão. Deixo a caixa
com o champanhe ao lado da banheira e sento atrás do Ravi, e nos beijamos. Em seguida, o Eros
se aproxima, e nós beijamos.
— Escutem... agora que somos casados, uma família, nós vamos expandir, certo? — Pergunto.
O Eros toma a rédea para responder. — Com toda certeza, e que tal três? Um de cada? Já temos
quem fará isso por nós, certo? Uma amiga especial que nos ajudará.
Vejo o Ravi abraçar o Eros e beijar sua cabeça para completar o que ele acabou de falar. — Sim,
amor, pode ser um de cada. Vai ser lindo ter uma versão mini de cada um de nós.
Ah, era isso que eu queria ouvir. Agora estamos indo para a próxima etapa do nosso casamento,
ter filhos, e será com os dois HOMENS que amo. Obrigado, ser divino, por ser bom conosco,
com nós três.
— Depois da nossa lua de mel, que curtirmos bastante, esses dias como casados, já podemos
começar os procedimentos, o que acham? Não quero perder tempo, quero a casa cheia de
crianças o mais rápido possível.
— Eu também, amor! — O Eros se manifesta.
— Eu tanto quanto vocês, minha lua e meu sol. Logo teremos vários planetas ao redor de vocês.
Muito bom essa alusão do Ravi em comparar nossos futuros filhos com os planetas, pois é isso
que eles serão para nós, nossos mundos.
E, então, enquanto começamos a conversar sobre a inseminação artificial, decidimos colocar uma
música romântica para criar um ambiente ainda mais especial. A melodia suave preenche o
espaço, envolvendo-nos numa aura de amor.
Enquanto desfrutamos de uma noite especial na banheira, cercados pela atmosfera romântica e a
melodia suave de "Perfect" de Ed Sheeran, não consigo deixar de comparar a letra da música
com a nossa história. O champanhe que escolhemos para essa ocasião única é um Dom Pérignon,
o melhor e mais caro da nossa coleção.
Com a taça de Dom Pérignon nas mãos, observo Ravi e Eros, meus dois amores, e sorrio ao
lembrar como nos apaixonamos na adolescência. Agora, aos 30 anos, estamos aqui, casados,
celebrando a vida que construímos juntos.
— Vocês são como a letra dessa música, perfeitos para mim. Desde aquela época na escola,
passando por todas as fases da vida, e agora casados. — Digo enquanto brindo com a taça.
Ravi sorri, seus olhos refletindo o amor que compartilhamos. — Nós três juntos, construindo
nossos sonhos, enfrentando desafios, é realmente perfeito, amo ser de vocês e vocês serem meus.
Eros complementa, olhando para nós com ternura. — A jornada que percorremos, desde os
primeiros dias até agora, só reforça o quanto somos feitos um para o outro, três almas gêmeas e
não me arrependo nem um pouco de tudo que vivemos e viveremos.
Enquanto a música preenche o ambiente, levantamos nossas taças em um brinde aos anos que
passamos juntos e aos muitos que virão. A cada gole de Dom Pérignon, celebramos não apenas a
união, mas a perfeição que encontramos na simplicidade dos nossos momentos juntos.
Capítulo 102
Miguel

Duas semanas se passaram desde que nos casamos, e precisei realocar meus negócios para uma
sede próxima ao Guarujá, retomando minhas atividades como CEO. Ravi teve que viajar a
negócios da máfia, enquanto Eros validou seu diploma e já está trabalhando como médico
cirurgião em um hospital renomado na região em que vivemos.
Meu celular começa a vibrar, e ao atender, percebo que é meu avô do outro lado da linha. —
Alô?
A voz do outro lado chama pelo meu nome. — Miguel?
— Sim, vovô, sou eu. — Respondo.
— Miguel, que história é essa de você se casar e não convidar seu avô? E ainda por cima, com
dois HOMENS?
Lembro-me subitamente do posicionamento homofóbico do meu avô, pai da minha mãe. Ele
sempre foi contra meus relacionamentos, mas, felizmente, tenho o apoio dos meus pais. Além
disso, Ravi convidou apenas pessoas que não causariam problemas, com a ajuda dos meus pais,
dos pais do Eros e dos próprios pais do Ravi.
Decido responder a ele. — O senhor seria contra o meu casamento, não é?
— É claro que sim. Você não pretende ter filhos?
Meu avô é de mente fechada, e explicar os métodos atuais para ter filhos pode ser um desafio.
Mesmo assim, tento esclarecer. — Escute, vovô. Vamos utilizar a inseminação artificial.
Ele começa a surtar do outro lado da linha. — Nunca vou aceitar um neto concebido por uma
estranha e que não seja com uma mulher casada contigo.
Afasto o celular do ouvido e deixo-o falando sozinho. Não tenho paciência. Ele não me conhece,
não sabe o quão afiado é minha língua. Por respeito à idade dele, vou me conter, mas se não
fosse da família, teria soltado o verbo.
O velho termina de surtar e volta a falar normalmente. — Escuta Miguel. Estou pensando em
expandir os negócios da empresa que você gerencia e unir os negócios da família a outras
empresas do ramo hoteleiro.
Meu avô está completamente fora da casinha, achando que vou concordar com essa ideia.
Mesmo assim, deixo-o continuar.
— Um amigo meu enviou a filha para passar um tempo na sua empresa, para aprender como
você gerencia os negócios. Ela herdará a empresa da família, e você pode ensinar muitas coisas a
ela. Certo?
Esse velho enlouqueceu achando que vou brincar de mentor para desconhecidos.
— Eu não vou fazer isso. Não sei quem é.
— Você sabe sim. É Valentina, filha do Joaquim Medeiros, donos de hotéis de luxo frequentados
por celebridades nas metrópoles.
Reviro a memória, Valentina? Talvez seja uma garota com quem fiquei na adolescência, antes de
conhecer a Melissa. — Escuta, vô. Eu sou ocupado. Não vou receber ninguém.
— Tarde demais. Já mandei ela, e você a receberá na sua empresa, treinando-a. É um favor que
estou devendo ao meu amigo, e você sabe que eu cumpro minhas promessas.
Fico irritado, perguntando-me o que tenho a ver com os favores dele. Estou quase mandando-o
para aquele lugar. Enfim, se ela chegar aqui, vou fingir demência.
— É só isso? — Pergunto. Ele responde afirmativamente e desliga.
Me sento em minha cadeira e começo a trabalhar. Os minutos passam, e vejo minha mão
acariciando o gatinho que o Eros me deu, começando a rir. Ah, estou com saudades do meu
amor, dos meus dois amores, na verdade. Mas neste momento, queria o Eros aqui para enchê-lo
de beijos.
O telefone toca, e eu atendo. É a secretária. — Sr. Falconer, é o seu esposo, o Sr. Eros.
O meu coração pula de alegria. Ele me faz uma surpresa dessas, e eu amo, amo, amo o meu Eros,
o nosso Eros. Então, atendo. — Deixe que ele entre. Ele sempre pode entrar sem aviso, a menos
que eu esteja em reunião. — Desligo o telefone.
Segundos depois, o Eros entra, e vou até ele para abraçá-lo. — Ah, eu te amo, Eros. Obrigado
por vir alegrar o meu dia chato.
Ele passa o braço ao redor do meu pescoço, eu coloco as minhas mãos em sua cintura, aperto, e
nossos lábios se encontram, entregando-nos aos beijos.
Passamos alguns minutos nos entregando ao beijo, e eu o puxo para a minha mesa, lembrando-
me de algo que ele me disse na escola, no nosso quarto, enquanto transávamos: "Quero ser
fudido por um futuro CEO". Mas agora eu já sou um CEO e vou fuder o meu marido, na mesa da
minha sala, como eu havia prometido.
Olho para ele. — Agora nós vamos fuder gostoso, lembra?
Ele começa a tirar as roupas. — Eu vim aqui justamente para isso. Para você cumprir o que me
prometeu.
Começo a tirar as minhas roupas também, e ele me ajuda. Vamos nos entregando aos beijos,
esfregando nossos corpos, sentindo nossos Paus duros roçarem um no outro. Eu me abaixo, faço
um oral gostoso nele, e após alguns minutos dele gemendo acima e eu o chupando embaixo, ele
goza tudo na minha boca, e eu não desperdiço nenhuma gota.
Ele me empurra para a minha cadeira, me sento, e ele se ajoelha na minha frente, começando a
me chupar gostoso também. Vou me entregando ao prazer, e minutos depois, gozo tudo na boca
dele, e ele engole.
Puxo-o para cima, nos beijamos, e abro a gaveta, pegando o lubrificante que já deixei ali,
justamente para este dia.
Derrubo as coisas da minha mesa e debruço o Eros sobre ela; ele se agarra na mesa, e eu começo
a lubrificar meu Pau e a entrada dele. Aos poucos, vou metendo meu pau no cu dele. — Sem
piedade, amor. Mete tudo de uma vez. Quero que você me arrombe gostoso.
O Eros faz o pedido, e eu atendo. Então, meto meu pau tudo de uma vez nesse cu apertadinho e
quentinho e começo a bombear.
— CARALHO, que pau gostoso! Me fode mais…. Vai mais fundo…. Quero mais!
Ele clama pela minha Pica, e eu atendo seu pedido segurando firme no quadril dele e estocando
ainda mais forte, fazendo-o gemer alto, pois mandei isolar a sala. Já queria fuder meus maridos
aqui, e estou fazendo isso com o primeiro; depois, será a vez do Ravi. Ele que me aguarde, ou eu
aguardo ele me fuder aqui, tanto faz.
— Agh! Como é maravilhoso ser comido por um CEO bem-sucedido, e com uma Pica tão
gotosa!
Ah, esse Eros me enlouquece, então, eu o viro de frente e o como de frango na mesa.
— Aah…. Isso… mais fundo… mais rápido… me fode com tudo!
Acelero mais rapidamente as minhas estocadas, e ele começa a se masturbar; minutos depois,
gozamos juntos.
Porra…. Que foda gostosa meu marido veio me dar.
Mantenho o olhar nele, e ambos estamos ofegantes. Ele trava a perna no meu quadril e me cola
ao corpo dele. — Quero mais! — Ele diz com uma voz carregada de desejo, e é claro que eu vou
dar mais pîcä nesse cuzinho.
Meto de novo nele, e ele começa a gemer, e eu também. O meu telefone da mesa começa a tocar.
Ah, que raiva.
— Atende! — O Eros pede.
Ah, vai ser bom fuder esse cu e tratar de negócios ao mesmo tempo. Olho e vejo que é a
secretária. Resolvo atender. — Fala, e espero que seja muito importante!
— Sr. Falconer, uma tal de Valentina Medeiros está aqui. Ela quer entrar na sua sala, mas a
pedido do senhor, não estou deixando.
Continuo estocando gostoso no Eros e olho para ele. — Manda essa pessoa esperar. Eu vou
demorar pelo menos umas duas horas. Estou fazendo algo muito importante, e não vou parar tão
cedo; tenho muito o que resolver nesse momento com o esposo. Você entende?
Sinto a voz dela alterar para algo baixo; acho que ela entendeu o recado. — Sim, sim, senhor.
Vou avisar. Obrigada e desculpa perturbar.
Eu desligo e volto a fuder GOSTOSO o meu marido. Que Valentina espere, pois tenho um fogo
no cu para saciar.
Capítulo 103
Eros

Assim que meu turno terminou no hospital, não perdi tempo e decidi ir até o Miguel. Se o Ravi
estivesse em casa, iria direto para lá, mas vou até o Miguel porque ele me deve uma foda na sala
dele, e eu vou cobrar.
Enquanto dirijo, peço para a IA do celular ligar para o Ravi.
Ele entende. — Alô, Eros?
Ouvir a voz dele calma me deixa tranquilo, pois sei que ele está bem. — Aconteceu alguma
coisa? — Ele pergunta.
— Não, por quê? — Pergunto curioso.
Ele responde. — O Miguel ligou mais de três vezes só hoje, perguntando se eu estou bem e se eu
vou demorar muito, e agora você.
Ah, é…. Eu tinha esquecido que de nós três, o Miguel é o que mais pega no nosso pé e está
sempre querendo saber o que estamos fazendo, onde estamos e se já comemos, ou se estamos
precisando de alguma coisa.
— Então, eu liguei para saber a mesma coisa, eu estou com saudades. Quando você volta? O
Miguel fala que não somos a mesma coisa sem você por perto. E você sabe como ele fica chato
querendo saber se você está bem.
Escuto ele rindo do outro lado. — Logo eu volto, eu só vim resolver uns assuntos chatos da
minha família.
Ele faz uma pausa, e sinto que tem coisa aí. E eu não vou dormir com essa curiosidade. —
Desembucha, Ravi, o que foi?
Escuto ele respirar fundo, então me responde. — Não conta para o Miguel, mas tu acredita que
um dos meus tios, por parte do meu pai, Kaleb, queria fazer um casamento entre eu e uma
mulher de outra máfia? Pra fortalecer ambos os negócios.
Eu paro o carro e estaciono. — Como é que é? Tu já é casado, homem! E se o Miguel fica
sabendo disso, ele vai fazer um inferno atrás desse teu tio e de quem mais pôr as mãos em você
ou em mim. Ele tem ciúmes pra caramba.
Escuto ele respirar novamente do outro lado e me responde. — Relaxa, Eros. Meu pau só levanta
pra vocês dois. E mesmo que ele queira fazer isso, não vai rolar. E pra isso, quero vocês dois
comigo no próximo jantar que as máfias vão fazer. Eu quero exibir vocês dois, quero deixar claro
que sou casado e muito bem casado com dois SUPERGOSTOSOS e SUPERGATOS, entendeu?
Eita, ele sempre disse que esse dia iria chegar, que ser HOMENS do Ravi seria ter que adentrar
no mundo dele. Essas reuniões e encontros com outras máfias iriam acontecer, e olha só, iremos
ver um mundo que eu pelo menos conheço pouco. — Certo. Vou avisar para o Miguel, e olha, eu
vou contar para ele sim esse lance aí do seu tio. Não pode existir segredos entre nós, entendeu?
— Está, mas ele vai surtar! — O Ravi avisa.
— Eu sei, mas eu seguro a barra por você, e depois você dá um jeito de deixar ele seguro que
não vamos te perder. — Falo na zoeira, mas sério ao mesmo tempo.
— Relaxa… já disse que eu sou de vocês e vocês são meus, e eu também tenho ciúmes está.
Principalmente se eu souber que tem alguém atrás de vocês, estou de olho. — Ele avisa.
Às vezes esqueço que ele tem olhos e ouvidos em alguns lugares. Mas eu não ligo para isso, não
tenho nada para esconder.
— Certo, te amo, vou desligar, estou indo transar.
Escuto o Ravi começar a rir. — Tá doido pra ser dilacerado nesse cuzinho né?! Miguel prometeu
te comer no escritório dele.
— Ele te falou isso ou tu lembra?
Ele ri de novo e me responde. — Não só lembro, como ele me disse que tá doido pra te fuder
GOSTOSO lá, e eu tô doido pra ir lá fuder um CEO bem-sucedido.
Eu começo a rir e pergunto. — E o que ele disse?
— Que já deixou a sala preparada para nossas fodas!
Nós rimos, e então mando beijos para ele, o Ravi manda de volta e desligamos.
Ligo o carro novamente e, depois de algum tempo, chego na empresa do Miguel.
Entro, chego na recepção, falo meu nome e mostro minha identificação, e uma mulher liga,
acredito eu, para o Miguel. Eu poderia ter ligado diretamente para ele, mas aí não seria surpresa.
Alguns minutos depois, a recepcionista autoriza minha subida, e esbarro numa mulher no
elevador. Ela está bem vestida para alguém que trabalha aqui. Será que trabalha aqui?
Saímos do elevador juntos, e alguém vem até nós, e a mulher ao meu lado toma a rédea. — Sou
Valentina Medeiros, vim ver o senhor Miguel Falconer.
Eu apenas observo e, do nada, outra mulher surge e abraça ela, parecem ser amigas. — Ei, você
veio ver o seu ex Miguel?
Ex? Miguel já ficou com essa mulher? Isso foi antes ou depois da Melissa?
Então escuto o resto da conversa. — Ah, para, isso foi há muito tempo, nós ainda estávamos no
ensino fundamental.
Ah, tá. Então foi antes da Melissa, então não devo me preocupar com ciúmes. Sigo meu rumo
para a sala do meu marido, porque o meu rabo está pegando fogo.

Miguel

O Eros e eu terminamos de transar, tomamos banho e nos vestimos. Meu telefone toca
novamente, atendo e é a secretária avisando que Valentina Medeiros está esperando há algumas
horas. Nossa, ela ainda está aqui, pensei que tivesse ido embora. — Ainda não terminei, me dê
mais meia hora. — Aviso e desligo.
Sento na minha cadeira novamente, e o Eros se acomoda no sofá. — Escuta, o Ravi me contou
um lance sério do tio dele. — O Eros diz.
— O que o tio babaca dele fez dessa vez? — Pergunto.
Então o Eros me conta uma coisa que me enfurece e dou um soco na mesa. — Se tem uma coisa
que eu odeio é quando alguém tenta tocar no que me pertence, isso inclui vocês dois, e aquele tio
do Ravi já vem nos importunando faz um tempo. Na próxima vez, eu meto a mão na cara dele.
O Eros se levanta, vem na minha direção. — Você parece o Ravi falando assim, já virou um
CEO mafioso. — Ele ri e me beija.
— Só relaxa, amor. O Ravi é nosso! Ninguém nos tira ele, e ninguém nos separará.
Ele se afasta. — Vou na frente, fazer nossa janta. Te espero em casa. — Ele sai.
Assim que o Eros sai, Valentina Medeiros entra na minha sala. Olho para ela e percebo que o
tempo a fez bem, e está muito elegante para alguém que veio aprender alguma coisa. Mas enfim.
— A quanto tempo, Miguel? — Ela vem em minha direção, rebolando.
Me sento na minha cadeira, para a mesa ficar entre nós. E noto que ela não esperava por isso. —
O que você quer aqui mesmo? — Me faço de desentendido.
— Você me deixou esperando por mais de duas horas. Você não era assim no fundamental.
— No fundamental eu era um adolescente inconsequente. — Respondo mexendo no meu celular
e vendo que tenho uma mensagem do Ravi.
Então, enquanto ela fala, respondo ao meu mafioso. “O Eros me contou sobre o seu tio”. O Ravi
manda outra mensagem. “Vai ficar chateado comigo não né? ”. Respondo de volta no mesmo
instante. “Claro que não, amor, só com o seu tio. Vou meter a mão na cara dele”.
Valentina bate na mesa, e eu volto minha atenção para ela. — O que deu em você, sua... —
Controlo minha boca e não a chamo de louca.
— O que você quer mesmo?
Ela cruza os braços emburrada, fazendo biquinho. Será que ela pensa que eu gosto dessas coisas
e vou me comover? Quantos anos ela pensa que tem? Ela tem a minha idade para se comportar
como uma mulher não madura.
— Seu avô disse que você vai me treinar, e desde que cheguei aqui, você não me deu atenção,
Miguel.
Digo a ela que sou um homem ocupado.
— Mas seu avô prometeu ao meu pai, e eu queria um lugar para ficar nessa cidade. Posso ficar
na sua casa? — Ela pergunta, e eu franzo o cenho.
— Minha casa? — Pergunto, querendo rir da cara dela.
— Sim! Eu posso, né? Pelos velhos tempos.
Ah, não, ela está dando em cima de mim? Não sabe que eu me casei.
Cruzo minhas pernas, olho sério para ela e mostro a mão, na qual está a aliança, e digo. — Sou
casado!
Vejo ela fazer uma cara de surpresa. — Casado? Mas o seu avô disse que você era um solteirão
de 30 anos.
Ah, eu sabia, isso é coisa daquele velho, querendo empurrar essa louca para mim. Mas mal sabe
eles que o meu pau só levanta para dois CARAS.
— Meu avô não sabe nada da minha vida!
Ela fica mais séria, sorri um pouco e me encara. — Com quem você casou? Conheço ela?
Dou um sorriso presunçoso e respondo. — Um, você conhece, sim. Você até ficou com ele.
Sim, o Ravi já ficou com a Valentina no ensino fundamental.
A vejo fazer uma expressão confusa. — Ele?
— Sim, ele!
— Você é gay? E quem é? — Ela fica ainda mais curiosa e surpresa.
Lanço um sorriso para ela e respondo. — Quem era o aluno mais gato do ensino fundamental?
A vejo fazer uma cara de espanto, de incredulidade. — O Ravi?
— Sim!
— Mas você e o Ravi nunca se deram bem, vocês se odiavam.
Sorrio de canto para ela de novo. — Era amor reprimido!
— Então você é bissexual?
Acho que ela ainda não entendeu, então vou deixar claro. — Eu sou casado, eu sou gay, e tenho
dois maridos, um deles é o Ravi e o outro se chama Eros. Entendeu?
Vejo a expressão dela ficar ainda mais surpresa. — Ah, para vai. Nunca vi isso. Um triângulo
amoroso? Quais são as chances disso ser verdade, Miguel? Você está contando piada?
— Piada ou não, acredite no que você quiser, mas eu vivo num trisal, e sou casado com dois
homens e os amo muito, igualmente. O respeito e a reciprocidade existem entre nós, e já deu de
falar do meu relacionamento. Não toque mais nesse assunto. Você veio aqui para eu te ensinar
sobre negócios e não sobre a minha vida particular. Entendeu?
Vejo ela fechar a cara. — Sim.
— Ótimo! Vou ensinar só por um mês e depois você vai embora. Eu não tenho tempo para jogar
fora assim. Estou apenas fazendo um favorzinho.
E tomara que ela vá embora até antes, ou eu a tiro pelos cabelos. Isso é coisa do meu avô, e ele
está me tirando do sério, achando que pode me empurrar uma mulher. Ele não sabe o quanto eu
odeio alguém dando em cima de mim, seja homem ou mulher. Somente meus dois machos
podem vir com tudo para cima de mim.
Capítulo 104
Ravi

Meu tio acha que tem alguma palavra sobre a minha vida; ele mal sabe que tenho pessoas na cola
dele conferindo cada passo que ele dá. Se ele solta um peido, eu fico sabendo. Ele é mó otário,
eu tive os melhores professores, meus pais, e treinei com os melhores mafiosos que meus pais
conhecem lá na Austrália e pelo mundo, e se tem uma coisa que eu aprendi é dormir com um
olho aberto e outro fechado.
Além disso, eu tenho dois maridos para tomar de conta e futuramente filhos que já estão
encaminhados. Estou dando tudo de mim, usando todo meu cérebro para ser o melhor dos
melhores nesse ramo da máfia, e onde eu vou, eu sou respeitado, assim como os meus pais são, e
quero honrar o sobrenome Ferrari.
Meu celular começa a vibrar, vejo, é o Eros. Mas gente, esses meus machos me amam mesmo.
Hoje é a segunda ligação do Eros e só hoje o Miguel me ligou cinco vezes, sem contar as trocas
de mensagens.
Atendo o telefone. — Eros…?
Ele responde. — Aqui, tenho fofocas se você não estiver muito ocupado.
Escuto barulho de panelas e acho que ele está fazendo a janta. — Não, agora estou de boa, fala!
— Você lembra de alguma Valentina do ensino fundamental?
Eita, vem um estalo na minha cabeça. — Acho que você está falando da Valentina Medeiros. O
que tem ela?
— Ela estava hoje lá pela empresa do Miguel toda piriguete, arrumada como se estivesse pronta
para levar um marido de alguém.
Soco a mesa. — Quê? Conta isso melhor!
— Eu não sei muito, cara, ela só apareceu lá, e depois que eu saí da sala do Miguel, ela entrou.
Mas eu não comentei nada com ele ainda, porque estou esperando ele chegar. Mas eu queria
saber se você sabia quem era.
Fico em silêncio, pois sei muito bem quem é Valentina Medeiros e sua família; eu já fiquei com
ela no fundamental.
Lembrando agora, ela só se aproximou de mim porque queria se aproximar depois do Miguel.
Fiquei até bolado com o Miguel naquela época, achando que ele tinha me roubado uma ficante,
mas só depois notei que fui usado, porque aquela pessoa queria mesmo era o meu futuro macho.
Mas, para o azar dela, o Miguel já era gay e nem sabia, e ela não passou de uma ficante que
corria atrás dele. Depois veio chorando pra mim com o rabo entre as pernas, mas eu não a queria
mais, e estava achando lindo o Miguel dar gelo nela. Agora ela voltou, e sei o motivo, pois tenho
olhos e ouvidos em vários lugares.
— Escuta, amor. Eu vou voltar hoje mesmo. E amanhã vou direto para o escritório do Miguel.
Não diz nada para ele. É surpresa, okey?
Escuto ele rindo. — Tá bom, mas quero detalhes depois.
Dou umas risadinhas também e respondo. — Aparece lá, para você ver o show!
Escuto ele fechar a torneira. — É barraco? Você sabe que eu adoro quando você e o Miguel
demonstram publicamente que se amam.
Pego o cigarro, dou uma tragada e respondo. — É aí que tá, Eros… o show quem vai dar vai ser
o Miguel, só confia. Tu sabe como ele é… ah, e outra coisa. Chega lá discretamente, não fala que
tu é o terceiro macho. Não até o momento certo.
Escuto ele cortar alguma coisa. — Cara, eu nem vou dormir hoje de tão ansioso que já estou.
Estar casado com vocês me traz tantas emoções.
Pergunto para ele se ele quer mais alguma coisa, ele diz que está com saudades, que me quer de
volta, e manda beijos. Mando de volta e desligamos.

Valentina

Os negócios da minha família estão enfrentando uma crise. Meus pais mantinham relações
comerciais com os Dias, mas eles também estão passando por dificuldades. Estamos perdendo
muitas coisas, caminhando para a falência. Boa parte dos nossos lucros provinha dos
investimentos deles, especialmente nos hospitais.
Meu pai cometeu um erro ao se envolver em lavagem de dinheiro com os Dias, resultando em
uma investigação sigilosa por parte da polícia. Contudo, até o momento, não há provas contra
nós. Devido às ações irresponsáveis dos Dias, nossos negócios sofreram uma significativa queda,
e agora enfrentamos o desafio de reerguer a empresa familiar.
— Estamos em uma situação delicada, precisamos agir com cautela. — Ponderou meu pai,
refletindo sobre a situação.
Numa conversa entre meu pai e o Sr. Richer, avô de Miguel, e eu, surgiu a sugestão de unir
nossas famílias e integrar ambos os negócios. A empresa de Miguel atua no ramo de hotéis,
assim como a nossa, e acreditamos que, juntos, podemos evitar a falência que se avizinha. No
entanto, para concretizar esse plano, é necessário que eu conquiste Miguel, pois o avô dele
indicou que, aos 30 anos, ele ainda é solteiro.
— Se realmente queremos salvar a família, parece que casar com o Miguel é a solução mais
viável. — Concluiu meu pai, preocupado, mas esperançoso.
Com o apoio do senhor Richer, decidi abordar Miguel para conquistá-lo. No entanto, ao chegar
aqui, sou surpreendida com a notícia de que ele já é casado. E não apenas isso, mas com dois?
Dois homens? E um deles é o Ravi? Ah, não posso acreditar nisso. E quem é esse outro chamado
Eros? Ele tem a mesma altura que o Miguel? Enfim, não importa. Se eles estão casados e não
posso tê-lo, pelo menos serei a causa da separação deles.
Vou tornar a vida dele, junto com Ravi e esse tal de Eros, um verdadeiro inferno, de modo que
logo eles se separem. Pelo menos, vou me divertir bastante observando as brigas que vão surgir
por minha causa. Vai ser interessante ver aquele grupo de gays se desfazendo, e o senhor Richer
vai ficar me devendo um favor.
Amanhã, iniciarei minha missão de atormentar a vida de Miguel. Utilizarei meus métodos para
espalhar boatos, e se um dos maridos dele aparecer na empresa, será ainda melhor. Eles sentirão
ciúmes e os rumores negativos sobre Miguel se multiplicarão, resultando em discussões diante
dos funcionários.
— Será interessante observar como tudo se desenrola. — Murmuro com um sorriso
maquiavélico.
Isso certamente contribuirá para manchar a imagem de Miguel, algo que vou apreciar. Será ainda
mais satisfatório se Miguel e Ravi voltarem a ser inimigos, reacendendo suas disputas desde os
tempos do fundamental. Espero que essa dinâmica se repita.
Pego meu celular e ligo para o senhor Richer.
— Alô, senhor Richer?
Ele atende, e compartilho todas as descobertas sobre Miguel.
— O senhor gostaria de ver Miguel separado de seus maridos?
— Claro! Faça alguma coisa. Enviei você lá exatamente para isso, e seu pai acredita que você
pode conquistar Miguel. Faça isso.
Conquistar Miguel não garanto, mas separá-lo, posso me esforçar. — Deixe comigo!
Conversamos um pouco mais e desligamos.
Ah, Miguel, você ainda me deve por ter me humilhado na escola, mas agora tenho todos os
motivos para te atormentar, a você e seus maridos.
Capítulo 105
Miguel

Chego em casa, e Eros desce as escadas usando apenas calças, indicando que acabou de sair do
banho, os cabelos ainda molhados.
Aproximo-me dele, beijando-o intensamente e deslizando minhas mãos por dentro de sua calça,
apertando sua bunda.
— Foi uma delícia comer isso aqui hoje! — Sussurro entre beijos.
Eros desliza as mãos na minha bunda, respondendo com malícia:
— É.…, mas hoje à noite será a minha vez!
O tempo passa, e decidimos jantar. Normalmente, sou eu quem cozinha, mas combinamos de
dividir as responsabilidades, e quem chegar primeiro em casa prepara a refeição.
Enquanto comemos, sinto o olhar de Eros sobre mim, e ele come com um sorrisinho malicioso,
deixando claro que há algo que ele quer compartilhar. Para satisfazer sua curiosidade, pergunto:
— Aconteceu algo?
Eros limpa a boca, lança outro sorrisinho, com uma expressão de quem está tramando algo, e
então fala: — Quem é Valentina Medeiros?
Essa pergunta me pega de surpresa; não esperava isso. Onde ele ouviu esse nome? Pode ser que
ele a tenha encontrado na empresa? Não duvido, Eros é tão observador quanto o Ravi.
Mas não tenho nada a esconder; vou abrir o jogo, até porque não duvido que Eros já tenha levado
esse mesmo questionamento para o Ravi.
— É uma ex ficante, da época do ensino fundamental, e também ex ficante do Ravi.
Eros bate os dedos na mesa, e acredito que ele espera que eu continue falando, pois conheço bem
Eros e sei como ele age e pressiona.
— Meu avô a mandou para a empresa para aprender sobre os negócios como um favorzinho, mas
só vou ensiná-la por um mês, ou menos.
Eros apoia os braços na mesa, repousa o queixo sobre as mãos e me lança um sorriso, deixando
claro que espera que eu continue falando antes de expressar seus próprios pensamentos.
— Contei a ela que sou casado, com DOIS CARAS, DOIS HOMENS, e um deles é o cara mais
gato do ensino fundamental, e o outro, você, Eros. Mas não dei muitos detalhes. Minha vida
pessoal não interessa a ela.
Ele volta a comer, e eu concluo: — Deve ser coisa do meu avô homofóbico que a mandou para
infernizar minha vida de casado com vocês, mas ela que me aguarde. Meu avô não me conhece,
e nem essa Valentina. Vocês sabem como eu sou.
Eros para de comer, e percebo que ele está prestes a falar. — Era só isso mesmo que eu queria
saber. Até comentei com o Ravi sobre ela. Mas eu queria ouvir mais, pela sua boca. Nosso
relacionamento dura até hoje porque o diálogo é prioridade, é bom não escondermos nada um do
outro.
Eros está certo; nunca deixamos de conversar, colocar tudo para fora. Felizmente, temos um ao
outro, e evoluímos bastante nesse requisito.
Seguro o celular para verificar mensagens do Ravi. "Te amo, amo vocês!" - Uma mensagem
dele. Respondo: "Também te amo, cara mais gato do fundamental!" Eros também entra na
conversa: "Mais gato é?! Que sorte a minha, ser casado com ele também."
Olho para ele, começamos a rir e mantenho o olhar em Eros.
— Será que o Ravi já comeu? Ele está bem, né? Ele vai demorar para voltar? Bem que podia
voltar logo, entrar por aquela porta agora mesmo.
Eros ri e me responde: — Para um cara que você vivia brigando, hoje em dia você não vive mais
sem ele, principalmente na cama. Aposto que está doido para quicar gostoso no pau do nosso
mafioso.
Sorrio para ele. — Você não imagina o quanto!

Eros
Miguel é tão fofo se justificando, expondo tudo o que eu queria ouvir. Então, volto a comer, mas
escuto ele limpando a garganta.
— Tu acredita que ela teve a audácia de se oferecer pra ficar na nossa casa?
Olho para ele.
— Pode ter aceitado. Aí eu colocava ela para correr assim que metesse os pés no meu jardim.
Ele ri. — Seria engraçado!
Decido mudar de assunto.
— Estou acompanhando o procedimento da inseminação artificial e, analisando nosso histórico,
há chances de serem quatro filhos em vez de três.
Miguel me encara sério. — Alguém aqui vai ter gêmeos? Tipo eu?
Dou um leve sorriso para ele. — E você ainda duvida? Não acha melhor serem gêmeos?
Miguel se levanta, vem até mim, me puxa.
— O Ravi bem que poderia estar aqui para ouvir isso. Gêmeos? Ah, não vejo a hora.
Ele está emocionado. Quero ver se vai ficar assim na hora de trocar fraldas, cuidar de cólicas,
lidar com choros de madrugada, e etc., ainda mais em dobro. Enfim, seja o que Deus quiser.
Somos três e podemos dar conta de dois e também dos demais filhos que virão, um meu e outro
do Ravi. Afinal, serão todos nossos, e serão amados igualmente.

Ravi
Peguei o primeiro voo para São Paulo e devo chegar lá pela manhã.
— Senhor, deseja alguma coisa? — A aeromoça pergunta.
— Não! — Respondo.
Não gosto de comer nada fora; na real, prefiro o que meus maridos preparam. O Miguel é
especialista em pratos salgados, e o Eros, em doces. Sou um cara de sorte, pois como de tudo e
eles fazem várias coisas para me agradar.
Enquanto me perco em meus pensamentos, alguém me chama.
— Ravi? — Uma voz masculina.
Olho para o lado e vejo que é o Antony Bório, um mafioso da minha idade, que assim como eu,
também só viaja de primeira classe.
Ele se senta ao meu lado.
— Ah, quanto tempo, Ravi. Não te vejo desde os treinamentos na Austrália na máfia.
Ver o Antony aqui não me causa surpresa; ele deve estar vindo para a reunião das máfias no
Brasil.
— É… quanto tempo.
Antony continua me encarando.
— Então, está pegando muita mulher? Aposto que sim.
Sem olhar para ele, respondo folheando uma revista.
— Eu sou gay! — Olho de soslaio para ele e o vejo com uma expressão de chocado total.
Imagino que ela tenha ficado assim por nunca ter contado qual era minha sexualidade na época
dos treinamentos.
Mas sempre deixei claro que era comprometido.
— Cara, meu gaydar nunca apitou para você. — Ele expressa seu espanto.
Imagino que seja uma surpresa para ele. Afinal, tenho a impressão de que ele tinha uma queda
por mim. Talvez pelo meu jeito durão e expressão fechada, aquele jeito que intimida, e pelo fato
de eu sempre ter dito que era comprometido, ele nunca avançou além de insinuações. Deixava
nas entrelinhas o que pensava de mim. Mas não sou ingênuo, sei muito bem que chamo atenção e
sou um gostosão de parar o trânsito. E para o azar do Antony, meu pau só levanta para dois
caras.
Vejo Antony se acomodar na poltrona, e uma terceira pessoa senta ao lado dele, puxando
assunto. Amém, vai me deixar em paz. Coloco os fones e espero que ele não me incomode mais.
Capítulo 106
Eros

Vamos nos deitar, rumo ao quarto, e Miguel entra primeiro. Eu entro atrás, olho para a porta e
sinto saudades do Ravi. Ah, cara. Sério. Como o Miguel sempre diz, somos um trisal, e sem ele
não é a mesma coisa. Poxa, quero meu mafioso aqui. Volta logo, Ravi.
Miguel deita primeiro na cama, eu me deito ao lado, e ele me abraça.
— Cadê o nosso mafioso? — Ele sussurra no meu ouvido.
Me viro para ele, o encaro.
— Acredito que logo ele voltará para nós e estaremos os três aqui nessa cama de novo, nos
entregando como se não houvesse amanhã.
Miguel sorri, e eu acaricio o seu rosto, em seguida, beijo seus lábios. Ele retribui o carinho, e
vamos nos entregando ao beijo de língua.
Então, desço minhas mãos para sua calça, começo a estimulá-lo, e entre beijos ele vai gemendo
gostoso para mim. Digo que o amo, e ele fala de volta que me ama.
Passamos um tempo assim, até ele avisar que está quase gozando. Desço até o seu pau e engulo.
Depois, pego o lubrificante, passo no meu pau, levanto a perna direita de Miguel até o meu
ombro, e o deixo de ladinho. Entendedores saberão que é a posição Spork, cujo ângulo é de 90
graus. Assim, vou introduzindo meu pau bem gostosinho nesse cu apertadinho, e ele vai
gemendo, pedindo minha pica. Adoro foder os meus maridos nessa posição; a penetração é
profunda, ainda mais porque tanto o Miguel quanto o Ravi são flexíveis. Nós três fazemos de
tudo na cama.
— Aí que delícia esse cu.
— Agh… — Miguel geme, e vou ainda mais fundo e rápido.
Adoro ver a expressão de prazer que ele faz, então pego seu pau de novo e começo a masturbar
novamente, fazendo-o delirar ainda mais.
Após vários minutos de prazer, ele goza primeiro, e depois eu, continuamos em outras posições.
O tempo passa, finalmente vamos dormir, e fico feliz ao olhar para o celular e ver uma
mensagem do Ravi. Logo ele chegará no Brasil, ah, estou com saudades, amor. Vem logo.
Então, pego no sono abraçado com o Miguel, que dorme em 1 minuto. Queria ser assim.

Miguel

Acordo cedo, desço antes do Eros, preparo o nosso café e, logo em seguida, ele desce. Sentamos
à mesa, comemos, nos levantamos, nos arrumamos, e ele vai comigo para a empresa. Ele está de
folga pela manhã, pois terá plantão à noite. Por alguma razão, ele quer ir, mas tanto faz para
mim.
Horas depois, estamos em meu escritório, e ele pede algo para fazer. Eu passo alguns relatórios
para ele analisar comigo.
Uma hora se passa, e a secretária avisa que Valentina Medeiros quer entrar na minha sala. O Eros
me olha e pede para não dizer que sou esposo dele. Autorizo a entrada dela.
Ela entra e se depara com o Eros, a quem chamarei de Eduard, meu secretário.
Me levanto para dar uma volta pela empresa, e o Eros vem atrás, fingindo ser, meu secretário. A
Valentina só falta se atirar em meu espaço, e vejo que todos estão olhando. Ninguém aqui ainda
conhece o Eros como meu esposo, exceto a minha secretária, a quem pedi para não dizer nada a
ninguém por enquanto.
— Miguel, eu sei que você não quer falar sobre o seu relacionamento, mas ao menos poderia me
contar como e quando aconteceu o que rolou entre você e seus maridos.
Olho para ela, ela tenta se agarrar ao meu braço, mas a deixo no vácuo.
— Começou com o Ravi, e depois surgiu o Eros. Nós três nos apaixonamos ao mesmo tempo.
Ela sorri e continua.
— E onde está esse tal Eros?
Olho de soslaio para o Eros, que nos encara, mas se mantém na dele, e então respondo.
— Ele está trabalhando.
— E o que ele faz? Ele é alguém importante? Da nossa classe social, igual o Ravi? Pois eu nunca
vi esse tal Eros em reuniões da nossa sociedade, ou ele é algum estrangeiro?
Será que a intenção dela é rebaixar um dos meus maridos? Ou pior, os dois? Pois sinto desdém
vindo da boca dela ao pronunciar o nome Ravi. Aposto que é por ela saber que ele é um mafioso.
Não é todo mundo que gosta de um mafioso, mas eu e o Eros caímos de tesão pelo nosso.
Mas enfim, acho que foi por isso que, no fundamental, ao saber que o Ravi era filho de mafiosos,
ela se afastou dele e tentou algo comigo, filho de um CEO bilionário. Quando entendi as
intenções dela, e vi que ela só usou o Ravi para se chegar a mim, dei um fora. Pois, mesmo não
me entendendo com ele naquela época, eu não gostava quando alguém falava mal do Ravi pelas
costas, e isso me fez brigar com a Valentina e me afastar de vez dela.
Olho para ela e respondo.
— Quem o Eros é não é da sua conta, mas ele é O HOMEM que conquistou dois HOMENS, ele
é o CARA!
Vejo ela fazer uma leve expressão de desprazer, mas logo fingi a cara de sonsa.
Minha secretária vem na nossa direção, e atrás dela vejo o meu mafioso. Ah, deus, meu coração
acelera. Agora sim, ele está finalmente ao normal, com os meus dois maridos no meu campo de
visão.
— Senhor Falconer, o seu esposo Ravi Ferrari veio lhe ver.
O Ravi vem todo sorridente ao meu rumo, e o vejo olhar de soslaio para o Eros. Agora entendo
tudo, a razão da insistência do Eros vir comigo.; os dois estão combinando alguma coisa, então
vou entrar no joguinho deles.
O Ravi se aproxima de mim, e a Valentina logo vai falando.
— Oi Ravi, há quanto tempo. Lembra de mim? Valentina Medeiros, sua ex. Vejo que agora você
é o esposo de um CEO bem-sucedido. Eu não esperava por isso. Logo o Miguel, um cara todo
certinho, namorar um mafioso. O mundo dá voltas, ainda mais vocês dois que viviam em pé de
guerra e brigavam por mim.
Ela termina de espumar o veneno dela, e noto que os funcionários ao redor estão nos olhando e
cochichando.
O Ravi a encara, o Eros também a olha, e eu vou entrar na onda deles, acho que vou precisar dar
um show.
Capítulo 107
Eros

Acordei hoje cedo com um beijo do Miguel no meu rosto.


— Vou preparar o nosso café, dorme mais um pouco. — Ele diz fazendo carinho nos meus
cabelos e logo em seguida sinto ele se levantar da cama. Cochilo mais uns minutinhos e levanto
com o despertador.
Enquanto me arrumo, pego meu celular e vejo que tem uma mensagem no meu privado do Ravi,
dizendo que já chegou no Brasil e está indo rumo à empresa. Em poucas horas ele chega. Isso me
deixa mais animado, pois logo terei ambos no meu campo de visão.
Ah, se saudades matasse, esses anos que ficamos longe uns dos outros no exterior nós já teríamos
morrido. Criamos abstinência um dos outros, e eu adoro sentir o cheiro corporal de ambos.
Principalmente quando eles chegam de seus afazeres e colocam suas roupas de cima penduradas
em algum lugar. Eu pego e cheiro, adoro sentir a sensação que seus corpos exalam, isso me deixa
com tesão.
Nesses dias que o Ravi não estava aqui, me peguei usando seu casaco no serviço.
Saudades dói, e eu tenho que avisar isso para ambos.
Minutos depois, desço até a cozinha guiado pelo cheirinho de café.
— Esse cheirinho fazia falta no exterior.
Miguel me olha.
— Eu sei. Principalmente por questões de marcas e gostos. Anda, a mesa está pronta, vamos
comer. — Ele me chama, e sento de frente para ele.
Horas se passaram, e estamos aqui no escritório do Miguel. Nesse meio tempo, a secretária avisa
que a víbora chegou, e antes que Valentina Medeiros entre, peço para o Miguel não me
apresentar como seu esposo, e sim como seu secretário.
Ele concorda e até me dá um nome, Eduard. Ótimo. Vou atuar melhor que ator da Globo. Vou
fazer o papel do secretário atrapalhado. Será divertido, até a voz eu vou alterar. Estou adorando
esse nível quinta série que não sai de nós três.
Valentina Medeiros entra, senta-se do outro lado, no sofá, e finjo que estou trabalhando.
Coloquei até óculos, tirei a aliança e dividi meus lindos cabelos sedosos ao meio, igual a um
livro aberto, e me curvo. Estou me sentindo o personagem Doofy Gilmore do filme Todo Mundo
em Pânico, mas só o disfarce, porque eu não sou assassino.
Tenho que parecer um nerd arrumadinho meio maluco; até a voz vou mudar. Olho de soslaio
para o Miguel; aposto que ele está rindo por dentro. Amanhã, quando estivermos os três em casa,
vamos nos acabar de rir dessa nossa brincadeira. Essa não seria a primeira vez que fazemos
joguinhos assim. Deus, eu amo estar junto e casado com esses caras; nunca ficamos no tédio.
Então percebo Valentina me analisando, me julgando dos pés à cabeça, e olho para ela de
relance.
— É o seu secretário, Miguel?
— Sim, é o Eduard. — Ele responde com o olhar fixo nos papéis, mantendo o papel de CEO frio
e sem coração. Ótimo, estou adorando.
Vejo que ela ainda me observa. Encaro-a e mudo minha voz para algo mais fraco e tímido, como
se estivesse falando para dentro e gaguejando.
— Deseja alguma coisa, senhorita? — Ajeito os óculos como um nerd.
Valentina cruza as pernas de forma sensual e mantém o olhar em mim.
— Você até que é bonitinho. Se não usasse esses óculos, arrumasse melhor os cabelos, corrigisse
sua postura e consultasse um fonoaudiólogo, talvez chamasse a atenção de mulheres como eu.
Mas aposto que nem namorada você tem. — Ela diz com uma voz toda presunçosa.
Coitada, querendo me humilhar. Tão burra que nem vai perceber que sou o terceiro marido do
Miguel, a menos que eu me revele. Mas não vai ser agora. Vou deixá-la pensar que está com essa
autoridade toda. Mantenho minha cabeça curvada, mexendo nos papéis, e aposto que o Miguel
está doido para falar umas verdades, mas também doido para rir.
Miguel se levanta da mesa e nos chama para dar uma volta na empresa. Valentina tenta ir
grudada nele, como se fosse sua esposa, mas ele não deixa, e eu vou atrás.
Enquanto caminhamos, ela vira para mim.
— Você, pega um copo de água para mim.
— Ele é meu secretário, não seu empregado. — Miguel alerta, olhando sério para ela.
— Eu sei, mas o que custa ele ir lá?
Ela me olha e lança um sorrisinho sensual, jogando um charme. — Vai lá, docinho, pega um
copo de água para mim.
Oh Deus, ela não está fazendo isso? Meu pau até broxou, coitada.
Mas vou pegar água sim para ela, com prazer. — Não tem problema, senhor Miguel. Eu vou. —
Falo gaguejando meio envergonhado. Me viro, ficando de costas para ela, e mudo minha
expressão para sério.
Essa piranha vai ter o que merece por achar que pode vir aqui e se fazer de sonsa. Ela acha que
eu não estou por dentro de suas intenções maliciosas. Ninguém precisa me falar nada; eu sei
quando uma piranha está dando mole para os meus machos. Mesmo que não seja essa a intenção
dela, só o fato de ter aparecido aqui na empresa a mando do avô do Miguel já me emputece.
Vou até onde tem água, pego um copo de água e outro de café, e volto rumo a eles.
Enquanto vou me aproximando novamente, escuto ela perguntar para Miguel sobre o
relacionamento dele conosco, seus maridos. Ele responde de forma seca, me olha de soslaio, me
elogia, dizendo que eu sou O CARA. Fico todo pomposo por dentro, pois sei da sorte que dei ao
nascer com o cu virado para uma lua e um cometa; mordo até os lábios, me achando. Aí, sinto
meu pau ficar duro.
Ela tenta puxar mais assunto com Miguel, mas escutamos a voz da secretária dele vindo avisar
que nosso tesão mafioso está aqui. E está mesmo, aí meu pai, meu pau fica ainda mais duro só de
vê-lo, meu MAFIOSO gostosão chegou.
O Ravi mal se aproxima de nós, passa por mim me olhando de canto de olho, pois ele nota meu
disfarce, e eu escuto o pior absurdo sair da boca dessa meretriz Valentina. — Blá blá blá… vocês
brigavam por mim. — Ela diz isso e várias outras coisas, mas só ouvi a última frase.
O Ravi a encara, o Miguel coloca as mãos nos bolsos da calça e a encara ainda mais sério, e eu,
atrás, encaro também.
Vejo o Ravi cruzar os braços e lançar um sorriso irônico para ela, percebo que os funcionários
estão todos olhando e cochichando.
Volto meu olhar para os três enquanto avanço na direção deles.
— Valentina, você mal acordou e já bebeu? — O Miguel diz aproximando o rosto perto da boca
dela e continua. — É, você bebeu sim. Você tá puro álcool.
Noto os funcionários rindo, e percebo que ela não vai ficar por baixo, então abre a boca para
continuar destilando besteiras. — Um bebum sempre fala verdades.
O Ravi mantém o olhar nela, e eu paro próximo ao Ravi, porém mais atrás.
Miguel cruza os braços. — Então você diz que eu e o meu esposo aqui brigávamos por você?
— Sim, a escola toda via como você e esse mafioso aqui trocavam farpas por mim.
Miguel dá um sorrisinho de canto, então responde. — Mas nessa época eu já era gay, eu já
gostava do Ravi. Como pode inventar uma história dessas?
Valentina fica meio desconcertada, mas dá um jeito de responder. — Gay? Só você, porque eu
ainda duvido que um mafioso como o Ravi aqui seja gay. Ele não te suportava também. Vocês
dois por acaso estão fingindo um relacionamento para fugir de algum casamento forçado?
— Sim, estamos fugindo sim de casamentos forçados. No meu caso, fujo de você, mas o meu
relacionamento com esse mafioso gostosão aqui é verdadeiro. Eu amo esse cara!
— Ama mesmo…? Você sabe que a sua família é contra, né? — Valentina diz.
Essa megera gosta de destilar mentiras, ela tem tempo sobrando. Além disso, está afrontando o
Miguel diretamente na empresa dele. Será que ela espera que, depois disso, o Miguel ainda vá
deixá-la ficar por aqui? Ou está contando com a ajuda do avô do Miguel para infernizar a vida
dele? Desculpa, Miguel, mas estou me controlando demais. Vou agir antes que o seu show
continue.
Mas antes que eu continue com o que estou planejando, Miguel puxa o Ravi pelo rosto, e ele só
vai no ritmo sem dizer uma palavra. — Minha família nunca foi contra, só meu avô, você que é
homofóbica e preconceituosa. E respondendo à sua pergunta, sim, eu amo esse homem mafioso
aqui, sou doido por ele e sempre fui.
Miguel beija o Ravi com paixão. Vejo os funcionários indo à loucura. Isso me lembra a época de
escola; que lindo. Este é o momento deles, vou me manter o culto por enquanto. Eu estou
adorando ser só um figurante na minha própria história de amor com um CEO e um MAFIOSO.
Em seguida, o beijo deles cessa, e Miguel volta sua atenção para Valentina.
— Mas no seu caso, Valentina Medeiros, você bebeu tanto que começou a ouvir vozes,
confundir coisas e inventar romances que nunca viveu. Olha, você seria uma excelente escritora.
— Ele sorri.
Escuto cochichos e risadas dos funcionários.
É notável que ela está sendo mal vista. Sinceramente, não sei qual era a dela. Achava que iria
conseguir o quê? Que o Ravi ficaria bravo com a presença dela aqui e acharia que o Miguel está
revivendo um lance de "amor" entre eles, da época do ensino fundamental quando eram mal
adolescentes? Ou ela é só uma mal-amada homofóbica que não se contenta em ver os outros
felizes e tenta arruinar?
Aposto nessa última opção, e sem contar que acho que tem algo mais aí, mas isso só o Ravi deve
saber. Esse homem sempre sabe das coisas, e estou ansioso para ele falar o que sabe dessa
Valentina Medeiros, ou caso contrário, ele não teria vindo correndo assim do nada ao ouvir o
nome dela.
Vejo Valentina fechar a cara e se vira para olhar para o Ravi. Nesse momento, o Ravi estica o pé,
e eu entendo o que ele quer que eu faça, pois eu já ia fazer.
Então, caminho na direção da Valentina, tropeço no pé do mafioso e acabo derrubando água e
café na sua roupa chique. Ela berra.
— Aaaaah, seu maldito!
Ela olha para o Miguel. — Eu quero que você coloque esse funcionário no olho da rua. Não é
possível que você trabalha com pessoas incompetentes assim.
Então me vejo num momento de atuação, e percebo o Ravi sério; acho que ele está se segurando
para não rir.
Tiro um lenço do bolso e tento ajudá-la a se limpar, mantendo minha voz de nerd tímido e
desengonçado. — Dei-deixa que, que eu te ajudo. — Digo gaguejando, mas ela me empurra. —
Não me toque, você me dar nojos.
Poxa, aí ela pegou pesado. Eu nem estou tão feio assim, ou estou atuando tão bem que realmente
estou passando uma vibe tão ruim? Globo, me contrata.
Vejo o Ravi e o Miguel levarem as mãos às bocas para não rirem.
Miguel me olha. — Okay, eu vou demitir ele sim. Mas vamos para minha sala, vamos conversar
melhor lá.
Ele nos olha. — Venham vocês dois também!
E vamos todos para a sala do CEO novamente, dessa vez com o Ravi, e a Valentina bufando de
raiva. Acho que é agora que vem o verdadeiro espetáculo do Miguel e o meu grande final como
ator, e acho que a vez do Ravi.
Capítulo 108
Ravi

As horas passaram, e mesmo com os fones, ouço o anúncio de que o avião está prestes a
aterrissar, então os removo.
— Ravi, você vai à reunião das máfias, né? — Antony Bório pergunta.
Olho para ele. — Sim!
Ele mantém o olhar em mim. — Se você não for muito ocupado, teria como ir a um jantar
comigo para falarmos de negócios?
Minha resposta imediata será um não, mas quero entender que tipo de negócios ele tem em
mente. Não querendo presumir nada, questiono se é sobre negócios legítimos ou apenas uma
desculpa para me cantar. Antony não seria o primeiro a tentar, embora, normalmente, sejam
mulheres da máfia quem tenta.
— Que tipo de negócios?
— Estou planejando expandir e construir mais restaurantes, abrir franquias. Você é o melhor
quando se trata de alavancar negócios na área alimentícia, e como também possui uma
construtora de muito sucesso, pensei que poderíamos discutir isso de forma mais detalhada
durante um jantar. O que acha?
Conhecendo um pouco sobre os negócios desse cara, ele leva a sério ambas as áreas e pode ser
que esteja interessado em discutir negócios legítimos. No entanto, permanecerei alerta.
Volto meu olhar para frente. — Vou verificar minha agenda e te aviso.
Antony insiste. — Tem como ser daqui a dois dias? Essa questão da máfia me mantém bastante
ocupado.
Preparo-me para dar minha resposta, mas se ele tiver outras intenções além de discutir negócios
durante esse jantar, estarei pronto. Já testemunhei casamentos dentro da máfia se desfazendo por
más interpretações.
— Sim, pode ser. Vamos a um dos meus restaurantes. — Passo o cartão com o endereço.
Ao passar o cartão, percebo uma expressão de surpresa no rosto dele. — Você está
comprometido com alguém?
Ainda bem que ele notou minha aliança, mas não quero revelar que se trata de dois homens. Não
por enquanto. Miguel e Eros são meus tesouros, meus troféus que exibirei por onde for como um
dos maiores mafiosos. Planejo começar a mostrá-los na primeira reunião da máfia deles.
Sempre frequentei essas reuniões, e não há preconceitos ou racismo dentro da máfia. Pelo
contrário, repudiamos qualquer comportamento desse tipo. Nas reuniões, vejo outros mafiosos
exibindo seus companheiros ou companheiras, muitos deles têm bom gosto, mas o meu é ainda
melhor. Eu tenho DOIS HOMENS para exibir ao meu lado direito e esquerdo. Deixarei todos de
boca aberta ao saberem que sou casado, que sou gay e que tenho dois maridos sensuais. Que
sorte da porra eu tenho!
Então, respondo a Antony. — Sim! — De forma seca.
Percebo que ele olha para frente. — Devo supor que é um homem, já que você acaba de me
revelar que é gay.
Respondo novamente de maneira seca. — Sim. Mas peço que guarde essa informação para você.
Antony continua me fazendo perguntas. — Por que? Tem vergonha de os outros saberem que
você gosta de homens?
Olho para o horário no meu relógio e respondo. — Não é nada do que você está pensando.
O avião inicia a aterrissagem, e finalmente, Antony se cala.
Alguns minutos depois, pego minha mala e desembarco. Ao puxar minha mala pelo corredor,
escuto a voz de Antony novamente. — Ei, Ravi, me espere.
Olho para trás, mas não paro. Ele apressa os passos e me alcança. — Algum problema? —
Pergunto.
— É que queria saber se você está de carro. Se sim, poderia me dar uma carona?
Oxi, será que tenho cara de motorista? Antony é insistente, mas enfim, não sou tão ruim assim,
vou fazer o favor pela nossa amizade, só isso. — Pode ser!
Ele me agradece, e vamos rumo ao meu carro, que um dos meus capangas trouxe. Entramos, e
ele se acomoda no banco do Eros, ao meu lado.
Antony se ajeita, e aproveito para avisar ao Eros que já cheguei no Brasil, guardando meu
celular. Dou a partida no carro e começo a seguir a rota do meu caminho, atento aonde o cara ao
meu lado vai descer.
— Que gatinho fofo. Você gosta de gatos? Ou alguém te deu isso aqui?
Olho na direção do objeto ao qual ele se refere, e é o gatinho que o Eros nos deu. O Miguel deixa
no escritório, e eu o levo em uma caixa para vários lugares, inclusive no carro que mais uso. —
Sim, eu gosto e ganhei.
— Deve ser alguém que você gosta muito, porque não é uma coisa cara, é um item que se
compra numa feira. Já vi vários desses. — Antony comenta.
Para outras pessoas, é um item de pouco valor, mas para mim, possui valor emocional e
significado além do que palavras podem explicar. Foi o Eros quem me deu, e sempre que estou
neste carro ou em qualquer outro lugar, paro, olho para esse item e começo a rir. Ele me traz
nostalgia e alegria. — Sim, é exatamente isso que você está pensando. — Respondo.
Enquanto percorremos o trajeto, trocamos conversa fiada. Deixo-o no lugar desejado, ele se
despede, e eu sigo em direção aos meus grandes amores.
O tempo passa, e estou na empresa do Miguel. Chego à recepção, informo que desejo falar com o
CEO, mostrando meu cartão, onde está escrito "Ravi Ferrari Falconer Santoro". O Eros chama-se
"Eros Santoro Ferrari Falconer", e o Miguel é "Miguel Falconer Ferrari Santoro". Decidimos isso
no dia do casamento e achamos que ficou excelente.
Então, mostro que sou uma pessoa importante, dono de uma construtora famosa pelo mundo,
para a recepcionista, e destaco que desejo falar com o CEO. Surpreendentemente, a secretária do
Miguel, que já me conhece, me reconhece e me autoriza a subir com ela.
Enquanto subimos, ela informa que o senhor Miguel já está em companhia do Eros e pediu para
não divulgar que ele é o marido do CEO. Consigo imaginar o motivo, mas acredito que, ao longo
do dia, todos ficarão sabendo que além de o Miguel ser casado com um mafioso, também é
casado com um médico. Veremos a ordem das revelações.
A secretária me conduz em direção ao Miguel, e vejo de longe o Eros. Cara, eu quero rir, mas me
seguro. Não aguento esse cara, os dois, mas o Eros se destaca quando se trata de brincadeiras. O
cara leva a sério, atuando como um verdadeiro ator de filme ou novelas. Ele muda a aparência e
a voz quando quer zoar alguém ou alguma situação. Já saco que ele está interpretando um
personagem do último filme que vimos juntos, "Todo Mundo em Pânico". Ele deixou claro que a
próxima brincadeira seria assim, e eu amo meus maridos - o Eros por ser sempre o palhaço e o
Miguel por topar tudo. Só me acabo de rir com os dois; nunca ficamos entediados.
À medida que me aproximo deles, pisco de relance para o Eros. Ele morde os lábios
discretamente, me seduzindo. Aposto que o deixei excitado, mas ele que me aguarde. Hoje não,
mas amanhã, quando ele voltar do hospital, vou me divertir fuder ele gostosinho. Porque hoje eu
vou fuder um CEO, ou talvez role até um ménage à três na sala dele. Torço por isso.
Chego perto do Miguel e da Valentina, e ela começa a falar um monte de besteiras que faz o
cérebro de qualquer um derreter, incluindo a afirmação de que brigávamos por ela. Essa mulher
deve estar bêbada cedo. Era mais fácil a briga ser por conta do amor reprimido entre Miguel e eu,
do que alguma coisa séria por ela, maluca.
Valentina e Miguel começam a trocar farpas, e Miguel, com toda certeza, sai na frente. Ela só
fala mais e mais besteiras, e no final, Miguel faz o que eu desejava. Ele declara que me ama
diante de todos, meu pau fica ainda mais duro só de ver meus maridos no meu campo de visão.
Ele me beija, e eu retribuo do jeito que ele gosta, bem salivado, com muita língua, estalos, e ele
esfrega o pau duro dele no meu. Quero chupar, quero mamar, mas vou ter que esperar.
Nosso beijo cessa, e Miguel continua expressando seus sentimentos por mim para Valentina. Eu
olho de soslaio para o Eros e estico discretamente meu pé. Quero que ele tropece no meu pé e
jogue esses copos de água e café na roupa sem graça dessa mulherzinha. Felizmente, Eros
entende, talvez já tivesse essa intenção, e só vai na minha onda. Amo esses homens, nós nos
entendemos por pequenos gestos e troca de olhares.
Então, acontece. Eros finge tropeçar, digno de um Oscar, e continua atuando. Ele altera até a voz,
usando o mesmo timbre do dublador do Doofy Gilmore. Esse cara é bom em alterar a voz; ele
daria um ótimo dublador. Olho para Miguel, e juntos levamos a mão à boca para conter o riso,
pois a cena que Eros nos propôs está hilária.
Valentina surta mais um pouco e pede a demissão de Eros. Dá para demitir alguém que não
trabalha aqui? Ou demitir o próprio esposo? Eu só fico rindo por dentro.
Enfim, Miguel nos chama para sua sala, e vamos nós quatro. Entramos, e Eros é quem veda a
porta. Noto de relance ele alterar sua expressão para os funcionários que ainda estão olhando. A
expressão foi séria, aposto que ele está furioso por dentro. Ao se virar de volta para nós, percebo
que ele continuará no papel de secretário.
Olho para Miguel, e ele se senta na beirada da mesa. Valentina fica no meio da sala com uma
cara de raiva e braços cruzados, esperando a ação de Miguel.
— Quero que você coloque esse funcionário no olho da rua agora, e que ele pague pelo meu
vestido. Saiba que não é um item barato. Isso aqui vai custar toda sua rescisão, seguro e seu
salário. Um pobretão como você jamais saberá como é usar itens de primeira. Portanto, assuma
suas responsabilidades e pague por essa roupa para aprender a ter mais atenção e deixar de ser
atrapalhado.
Coitada, o Eros nem precisa trabalhar se ele não quiser, porque tem eu e o Miguel para bancar
uma vida de luxo para ele. Diferente dessa maluca que não sabe o que é trabalhar, ralar, correr
para subir na vida, passar dias e noites em claro. Para ser o que Eros é hoje, Miguel e eu vimos o
quanto ele se esforçou, mesmo tendo nossa ajuda. Ele sempre correu atrás do que queria e
sempre escolheu os caminhos mais árduos, pois sabia que valeria a pena. Aos poucos, fez seu
nome na medicina, e hoje é um dos melhores. Tenho orgulho dele, assim como Miguel. Ele
merece tudo que tem e tudo que terá, e eu estarei aqui para que ele tenha tudo o que quiser.
— Vamos, Miguel, fale alguma coisa. — Valentina exige.
Mas antes que ele diga algo, Eros se joga no chão atuando, chorando. — Não, por favor, não faça
isso, Senhor Miguel. Eu imploro. Sou casado e tenho duas pessoas para sustentar. Se o senhor
me mandar embora, não vou conseguir pagar esse vestido feio dessa mulher.
Solto um riso, e Valentina nota, mas ela se enfurece mais ainda com o secretário. — Saiba que
esse vestido é feito por um estilista muito famoso e renomado. É único e exclusivo, um item
muito cobiçado. Pessoas como você jamais entenderiam. E vou garantir que não consiga trabalho
em lugar nenhum. — Ela ameaça.
Eros continua chorando, agarrando-se ao pé do CEO. — Por favor, Senhor Miguel, faço qualquer
coisa. Não me demita. Tenho uma família linda para sustentar. Faço qualquer coisa. Pode me
punir se desejar.
— Vamos dar uma punição a ele e depois fazê-lo ir para o olho da rua. — Valentina reforça.
Estou impressionado com a atuação de Eros e suas lágrimas de crocodilo.
Miguel encara Eros aos seus pés. — Você fará qualquer coisa para manter o seu trabalho?
— Sim! — Eros diz chorando.
Vejo Valentina se deleitando com a sofrência de Eros, pensando estar na vantagem. Coitada, caiu
numa brincadeira desses dois. Ela só está sendo feita de trouxa, e amanhã vamos rir ainda mais
da cara dela.
Então, vou reforçar a brincadeira dos dois. — Isso, Miguel, dê uma punição para o seu
secretário, uma que o faça sentir na pele, físico, sabe! — Mordo os lábios, e acho que ambos
entendem.
Miguel sorri para mim, e olha para Valentina. — Você vai querer ver a punição que darei ao meu
secretário? Pode ser forte e traumático para uma mulher.
Valentina Medeiros lança um sorriso presunçoso. — Com todo prazer.
Miguel sorri de canto e olha para Eros. — Fará mesmo qualquer coisa?
— Sim, Senhor Miguel.
Miguel sorri presunçosamente. — Então deixa eu fuder teu cu, eu e o Ravi, juntos!
Valentina faz uma expressão chocada. — Quê?
Capítulo 109
Miguel

Valentina não entendeu. Ela pensa que chegando aqui conseguirá ser a vilã ou protagonista da
minha própria história de amor com um médico e um mafioso. Ela não sabe o ódio que me causa,
principalmente por estar envolvida com o meu avô, que já tentou importunar a vida do meu pai,
mas não conseguiu.
Agora, quer importunar a minha. Eles não sabem com quem estão mexendo, e já vou deixar claro
que, de uma vez por todas, para nunca mais me atormentarem, não enfiarem os dedos nos meus
negócios, na minha empresa, que eu comando do meu jeito.
Não estudei anos no exterior, longe de família, amigos e namorados à toa. Fui atrás de expandir
minha imaginação, minha mente, arranjar meios para fazer os negócios da família prosperar e
ficar ainda mais podre de rico do que já somos. Quero ter a melhor vida possível com os meus
maridos e os nossos futuros filhos.
Então, a pedido dessa megera, vou dar a punição gostosa, no meu secretário, melhor, no meu
esposo, e o meu outro esposo, o meu mafioso gostosão, vai ajudar.
Olho para o Eros. — Quero fuder teu cu, eu e o Ravi, juntos!
Vejo Valentina fazer uma expressão de surpresa. — Que? Está maluco? Você vai fuder o teu
funcionário junto do teu esposo Ravi? E o seu outro esposo, e se ele souber disso? Ou esse é o
verdadeiro Miguel? Pior, vocês dois são esses tipos de pessoas?
Continuo olhando para ela enquanto o Eros faz seu show de que não quer dar o cu, mas por
dentro, aposto que ele está em chamas, doido para deixar eu e o Ravi fuder ele bem gostosinho,
bem aqui, na frente da Valentina. Aposto que ele vai gemer tão alto que nem o isolamento será
capaz de conter a voz de prazer dele.
— E qual é o problema? É só eu e o Ravi guardar esse segredinho, ou você vai sair correndo
daqui e tentar achar o nosso terceiro macho e contar tudo a ele?
Ela tenta forçar uma expressão de compreensão. — Vocês vão fazer isso mesmo?
Eu me levanto, puxo o Eros pelo braço, e Ravi vem e me ajuda, segurando-o. O Eros atua como
se não quisesse ser fudido por um CEO e um Mafioso. — Não, por favor, não. Eu faço qualquer
outra coisa, mas isso não. Isso é demais para mim, que sou um homem hétero casado.
Quero rir, e o Ravi também, mas nos seguramos para manter o papel. — Ah, você vai liberar
esse cuzinho sim, ou você, além de estar no olho da rua, vai ter que pagar aquele vestido
horroroso ali.
Valentina reage. — Para sua informação, esse vestido foi um dos mais disputados na nova
coleção do estilista, de tão lindo que ele é.
Lindo só se for debaixo da terra, mas enfim, volto minha atenção para o Eros, que debruça sobre
a mesa, e sua bunda está empinadinha na minha direção. Ravi segura seus braços. — Vai me
deixar te fuder, ou vai sair daqui com uma dívida absurda, além de desempregado?
O Eros para de se debater. — O senhor vai pagar para mim o vestido dela e me deixar continuar
com o emprego e me dar um aumento?
Dou um sorrisinho, pois estou amando essa situação que o Eros está nos proporcionando. Meu
pau não para de latejar; estou doido para entrar nele. — Sim, considere suas dívidas pagas, seu
emprego garantido, e o aumento de mais dois salários no seu salário atual.
O Eros abaixa a cabeça. — Então podem me fuder, os dois!
Vejo Valentina incrédula; ela nunca imaginou que eu e o Ravi iríamos ser capazes disso. — E aí,
ainda duvida que vou punir?
Ela mantém o olhar em nós, incrédula. — Você não iria tão longe assim, iria?
Decido mostrar a ela com ações como é o meu Pau e como fodo meus maridos. — Só lembrando
que foi você quem disse que quer ver. Se falar que estamos te assediando ou fazendo algo de
errado, quem vai tomar conta de você e da sua família com balas perdidas será o meu mafioso
aqui. Então, caladinha, ou tua vida corre perigo.
Então pergunto de novo, vendo o Ravi gravando discretamente. — Vai querer mesmo ver eu
fudendo, o meu secretário?
Ela nos encara. — Eu vou, vou ver sim. — Valentina responde meio sem jeito.
Eu olho para o Eros. — Vai me deixar por livre e espontânea vontade te fuder, gostoso?
O Eros responde. — Sim, vai fundo, CEO!
Eu abaixo minhas calças, exibindo meu pau, mas para sorte ou azar dela, estou atrás da mesa, e
mal dá para ver. Pego o lubrificante, passo no meu pau. O Ravi, nesse tempo, já soltou o Eros.
Pego os cabelos do Eros, afundo minhas mãos nesses cabelos sedosos, ergo a cara dele na
direção da Valentina. O Ravi tira os óculos da cara do Eros, e eu faço ele olhar cara a cara com a
Valentina. Então, meto meu pau com tudo nesse cu, e ele geme baixinho.
Vejo Valentina continuar com sua expressão de incredulidade, e então começo a socar gostoso
no cuzinho do meu marido. — Tá gostando, hein? Tá gostando de levar pica nesse cu,
secretário? O que você está achando dessa experiência de ser fudido por um CEO gay, casado, e
ainda por cima ter um mafioso como um de seus maridos?
Eros só geme de prazer baixinho, e o mantenho olhando para Valentina. Ela continua nos
encarando, sem reação. Então, gozo nesse cu, guardo meu pau, e o Ravi já chega logo por trás,
mete o pau dele com tudo no cuzinho do Eros, que volta a gemer, e o Ravi vai aumentando as
estocadas e indo mais fundo. Ambos gemem.
Eu sento na ponta da mesa novamente, de frente para Valentina, agarrando o Eros novamente
pelos cabelos para ele continuar olhando para ela, e pergunto. — Está gostando de ser punido na
frente dessa mulher, e ainda por cima por dois caras, e um deles ser um mafioso?
Eros ainda atua, ainda faz uma expressão para conter que está gostando, ele só geme mesmo.
Mas ao me ouvir perguntar isso, ele rapidamente volta a ser ele mesmo e faz a melhor expressão
que eu e o Ravi gostamos, de prazer. — Agh… Eu estou adorando ser fudido pelos meus
maridos, pelo Meu CEO, e pelo Meu MAFIOSO na frente dessa megera!
Valentina faz uma cara de espanto com essa revelação. Ela fica ainda mais sem palavras ou
reação, e o Eros continua gemendo alto e falando. — Anda, amor, liga para o teu avô e mostra
quem é que manda. Quero gemer bem no celular enquanto vocês me fodem gostoso na frente
dessa vadia.
Eu abro um sorrisão, o Ravi também, pego o celular e ligo para o meu avô. Ah, espero que o
velho não enfarte.
Capítulo 110
Eros

Depois da última frase do Miguel, eu não me contive. Eu tenho que me revelar como o terceiro,
ainda mais por estar sendo fudido tão gostoso e na frente de uma plateia indesejada. Quero
mostrar para ela que é por mim que esses dois seriam capazes de brigar, e eu brigaria por eles
também. É um pecado não gemer alto e gostoso no pau desses dois.
— Agh, é gostoso pra CARALHO! Isso, mais forte, e mais fundo. Aah, isso, amor, soca mais,
mais...! — Falo gemendo.
Mantenho meu olhar em Valentina, e o Miguel continua segurando firme meus cabelos. Eu
mostro com minha voz e expressão o quanto estou adorando levar pau desses dois machos, e ela
não.
— E aí, vadia, tá gostando do show? Agh...
Ela continua sem palavras. Então, volto a falar. — Desprazer, meu nome é Eros, o terceiro
marido e dono dessas picas que você queria sentar. Aah…
Valentina começa a falar meio que gaguejando. — Você não é o secretário?
Encarando-a com firmeza enquanto Ravi me envolve em prazer, retruco com determinação: —
Ahn, secretário? Apenas em seus devaneios, minha querida. Sou um doutor, um médico
cirurgião, formado em uma das instituições mais renomadas do mundo, a Universidade de
Oxford, no Reino Unido. Ingressei nesse caminho aos 18 anos, e desde então, minha jornada foi
marcada por dedicação e esforço incansáveis.
A provocação continua, impulsionada pelo êxtase que Ravi me proporciona: — E você? Em qual
área obteve sua formação? Na arte de vagabundear? Sua profissão se resume a ser apenas uma
herdeira? Ah, que decepção.
Entre gemidos, resultado da intensidade da experiência com Ravi, acrescento, tentando manter o
controle da voz: — Cada conquista, cada desafio superado, moldaram-me para ser o médico
excepcional que sou aos 30 anos. Não foi um caminho fácil, mas a excelência exige sacrifícios e
comprometimento. O que você pode entender sobre isso, além do prazer efêmero?
Sinto as mãos do Ravi travarem ainda mais no meu quadril, e ele vai ainda mais forte e fundo no
meu cu. — Aah, que delícia fuder um médico cirurgião, gostosão. Porra, eu estava com
saudades. Aah, minha pica estava com abstinência, aaah, eu estava doido para voltar para casa e
fuder os meus dois maridos. Só não imaginava que a nossa foda iria começar na sua frente,
Valentina.
Miguel continua rindo com deboche da cara dela e mantém a mão no meu cabelo. — Nosso
terceiro homem aqui, o qual você tentou humilhar, estava apenas te zoando o tempo todo, e você
caiu na brincadeira dele. E além disso, eu só não meto a mão na sua cara, Valentina, por você ser
mulher. Se fosse um homem, tu nem estaria de pé na minha frente, e todos nós sabemos que não
é certo bater em uma mulher. No entanto, me contive para não avançar em você por tentar
humilhar o Eros, seja ele ou não o meu esposo. É errado o que você fez e disse, achando que ele
nunca vai chegar aos seus pés.
Ele solta os meus cabelos, e se aproxima dela. — É você quem nunca vai chegar aos pés do Eros,
nem em questão de aparência ou classe. Você é um lixo de ser humano!
Miguel anda em volta da Valentina, que ainda se mantém sem reação. Dá para ver que está sem
argumentos e quer chorar. — Outra coisa, você também tentou humilhar o meu marido Ravi, ou
você acha que eu não saquei o desprazer em falar o nome dele? Em chama-lo de mafioso na
frente dos meus funcionários?
— Eu tava tentando te mostrar que pode acontecer algo com você se continuar esse
relacionamento com uma pessoa da laia do Ravi, e você sabe que eu tô certa. — Valentina tenta
argumentar com a voz trêmula.
Mas Miguel ainda mantém a compostura e a encara. — Nós dois não ligamos e nem nunca
ligamos para as origens do nosso marido, eu pelo menos, e acredito que o Eros também, pois ele
não se deixaria nesse exato momento ser arrombado por aquela pica gotosa ali, pelo contrário,
nós ficamos com tesão e eu tenho orgulho de ser casado com o Ravi, eu o amo, assim como amo
o Eros, e nós três não vivemos sem um outro, somos três, um “Tri-Amor”.
Escuto o Ravi dando uma risadinha, então ele também se pronuncia. — Ela fala isso agora de
mim, mas na época da escola, era doida por mim e pelo Miguel, e depois que o Miguel deu um
fora nela, ficou igual uma louca atrás de mim, tentando me reconquistar, e tentou várias vezes me
seduzir. E olha que mal éramos adolescentes, mas você já tinha um fogo no rabo.
Valentina tenta argumentar. — Agora vocês vão mentir que não gostavam de mim?
Ravi a rebate. — Bom, talvez só 1% no início, mas eu notei o seu caráter e me desapeguei
rapidinho, principalmente ao ver que você queria o meu Miguel.
Miguel também sorri de canto, pois imagino que ele adorou ouvir o que o Ravi disse, então ele
também rebate a Valentina. — Eu até te achava bonitinha e tal, não que esteja feia agora, mas dá
para ver que por dentro você não condiz com a sua beleza e eu odiava quando você falava mal
por trás do Ravi. Acho que você faria isso para ter assunto comigo, já que você nunca foi
inteligente, e sabia que eu e o Ravi não nos entendíamos muito bem naquela época e você
adorava uma fofoca. Aposto que você até inventava coisas sobre nós, para nós dois. Estou certo?
Noto Valentina ficar ainda mais sem palavras. Acho que Miguel descobriu algo com um tiro no
escuro. — É, eu imaginava que sim, o Ravi não diria as palavras que você dizia dele para mim.
— E o que ela dizia? — O Ravi pergunta.
— Que você me odiava por tentar ser como você, pois você era o mais popular, o garanhão, o
aluno mais bonito do fundamental, e eu só um nerd, metaleiro, riquinho e que eu só iria pegar as
tuas sobras, as garotas.
Eu solto um risinho. — Aí que mente ruim você já tinha, Valentina.
Ravi comenta. — Eu nunca disse isso, essa vaca gostava mesmo era de levar discórdia entre nós
dois. Mas olha só, no ensino médio, acabamos indo para a mesma escola de novo, caímos no
mesmo quarto e no terceiro ano, estávamos nos comendo até atrás da quadra.
Parece que a casa caiu mesmo pra Valentina. A megera gosta mesmo de inventar umas histórias.
Na cabeça dela, as mentiras dela não iriam ter perna curta.
Estou curioso, então pergunto mais sobre o assunto. — E o que ela falava para você do Miguel,
Ravi?
O Ravi começa a me estimular, e então responde. — Ela dizia que o Miguel me odiava por eu ser
filho de mafiosos, e no início eu ficava puto achando que ele me odiava mesmo por isso e por
tentar ficar com as mesmas garotas que eu, mas depois me toquei que tinha algo errado, pois ela
parou de falar comigo depois que eu a apresentei para o Miguel numa festa. Desde então, nunca
mais dei bola para ela e fiquei feliz quando o Miguel deu um fora nela lindo na frente da escola
toda e ainda disse boas verdades na cara dela naquela época. Ela foi chacota pelo resto do ano.
Acho que agora é a minha vez de colocar essa vadia no lugar dela. — Aah, escuta, Valentina. —
Ela me olha, e eu apenas gemo de prazer bem alto e gostoso para que ela fique desconfortável.
— Tá me ouvindo? Tá com a calcinha molhadinha aí? Agh… Tá querendo estar no meu lugar?
Aposto que sim. Pois tenho a plena certeza de que o seu objetivo inicial era ter o Miguel, mas
vendo que não seria possível, aposto também que queria infernizar a vida dele aqui. Mas escuta
só, aagh… — Continuo gemendo, fazendo expressão de prazer para ela ficar ainda mais
desconfortável.
— Você só perdeu tempo aqui! Principalmente por estar usando esse vestido horrível. Mas, se é
por falta de grana, deixa eu que te faço um PIX mais tarde. Assim que a minha foda terminar
aqui, aí você vai lá tomar um cafezinho com o dinheiro que eu vou te dar, aah. — Volto a gemer
mais gostoso.
Miguel senta na mesa, nos beijamos. Depois paramos, o Ravi puxa meu rosto, nos beijamos, e
em seguida, damos um beijo triplo e cessamos. Eu olho novamente para Valentina.
— Olha só o quanto eu amo o pau do meu mafioso. — Intensifico meus gemidos.
E continuo. — Eu morro de saudades quando ele ou o Miguel estão longe, pois a primeira coisa
que eu gosto de fazer quando eu os vejo é recebê-los com aquilo que eles mais gostam, meu
corpo. Pois eu os amo igualmente, independentemente de suas origens, até se fossem pobres, sua
vadia. Então, lava essa boca para falar com desprezo dos meus machos, pois você está com sorte
por ser mulher, aah… — Gemo, e eu só sinto o Ravi me bombeando ainda mais gostoso,
enquanto sussurra que está adorando esse show dentro de mim.
Olho para o Miguel. — Anda, amor, liga logo.
Miguel liga para o avô dele, e o mesmo atende, e Miguel deixa no viva-voz. — Alô, vovô? —
Miguel fala.
Sinto o Ravi gozar dentro de mim. — Aah, que delícia, amor. — Eu falo em tom de prazer.
Miguel mantém o celular próximo. — Que voz é essa, Miguel? — O avô dele pergunta do outro
lado da linha.
Então, sinto Miguel roçar de novo com o pau dele na minha entrada e sem enrolação mete
gostoso em mim. — Agh, que pica gotosa do Caralho!
O Ravi vem pela frente e me beija, eu retribuo e continuo gemendo gostoso enquanto sou fudido
e escuto a conversa.
E a songamonga da Valentina continua nos olhando sem reação.
Miguel começa a me bombear com intensidade e fala ao celular ao mesmo tempo. — O barulho
que você ouviu, são gemidos, e as vozes são dos meus esposos. Estamos agora mesmo tendo
uma foda gostosa a três na frente da Valentina, que veio para cá a pedido de você para nos
importunar. E se te conheço bem, você quer me ver separado, mas isso não vai rolar. Este é o
meu último aviso, ou eu não vou mais pegar leve, mesmo você sendo um velho.
Ravi para de me beijar e pede o celular do Miguel. — Deixa eu dar uma palavrinha com o teu
velho.
Ravi acaricia meus cabelos enquanto sou fudido e continuo gemendo.
Ele coloca o celular no viva-voz para falar, encarando a Valentina. — Seu Richter, aqui é o Ravi
Ferrari, filho do Kaleb e Scott Ferrari, já deve ter ouvido falar deles.
— Filho dos Ferrari? O Miguel casou com um Ferrari? — O velho fala incrédulo do outro lado.
Ravi continua. — Sim, casamos. Eu, Miguel e Eros, nosso médico cirurgião. Mas eu quero te dar
um alerta e único aviso. Se você ama sua vida e todas as suas riquezas, é bom você esquecer que
tem um neto chamado Miguel. Ou além da vida, vai perder tudo que possui em seu nome. E sabe
que eu posso tirar tudo de você. Além disso, eu sei o porquê de você mandar essa mulherzinha
para cá. Você tem uma dívida em dinheiro com os Medeiros. Mas sinto muito, do Miguel você
não vai tirar nada, nem ela do Miguel. Eu sei muito bem que Valentina Medeiros está afundada
junto dos Dias, estão na falência, e dessa família aqui ninguém vai tirar uma grana para ajudá-
los. E é bom vocês sumirem de nossas vidas, ou já sabem os seus destinos, né?
O avô do Miguel ainda estava em silêncio e então responde. — Eu não sabia que o Miguel estava
envolvido com um Ferrari. Se eu soubesse, não teria agido assim. Peço perdão. Eu conheço seus
pais e jamais faria algo do tipo.
Ravi sorri presunçosamente. — Que bom que o senhor entendeu o recado, e só um último aviso.
— Diga!
— Fique longe dos Medeiros e dos Dias, ou você vai cair junto com eles. Fui claro?
— Sim!
— Ótimo. Passar bem! — Ravi desliga o celular.
Ai, que tesão esses dois me dão. Ah, é tão bom estar casado com um CEO e um MAFIOSO.
Ravi me beija novamente, eu retribuo, e sinto Miguel gozar. Ele sai de dentro de mim, e o Ravi e
eu cessamos o beijo, e eu me visto.
Vou em direção a Valentina, que se distancia rumo à porta. — Você entendeu, né? É bom você
não respirar o mesmo oxigênio que o meu. E se nos ver no mesmo ambiente, tipo eu ou os meus
maridos, é bom que você tome outra direção. Não ganha nada conosco e tampouco nos inferniza,
ou será nós que iremos infernizar a tua vida. Pensa direitinho se é isso que você quer, pois, a tua
vida já tá na lama. Só te resta dignidade agora, mas se continuar nos provocando, vai perder até
isso. Fui claro?
Passo na frente dela, abro a porta e olho para a secretária. — Angelina, puxa essa mulher daqui.
Vejo Valentina incomodada. — Eu saio por vontade própria.
Vejo os funcionários nos olhando, então Miguel coloca suas mãos envolta dos nossos ombros. —
Desculpem, mas ainda não tive a oportunidade de apresentar os meus maridos para vocês. Agora
que estão os dois aqui, quero que conheçam o meu marido Ravi. Sim, ele é um mafioso, e eu
tenho orgulho de ser dele e ele nosso. E o meu não secretário, mas doutor, Eros. Eu os amo
igualmente. Pode parecer piada acharem que é impossível uma pessoa amar duas ao mesmo
tempo. Afinal, não sei quem foi o maluco que criou essa regra. Entre nós três, isso não existe.
Sintam-se livres para amar quem vocês quiserem, ou quantos, independentemente do gênero.
Os funcionários, que foram se aglomerando aos poucos, ficaram emocionados com o discurso do
Miguel, começando a bater palmas e assobiar. Ah, fico emocionada, pois adoramos quando
demonstramos que nosso amor é real na frente de outras pessoas.
Pego meu anel do bolso, coloco de volta, olho para Miguel, e ele me puxa para um beijo. Eu
retribuo, e vejo as pessoas em euforia. Depois paramos, e Ravi me puxa para um beijo, e eu
retribuo.
Nosso beijo cessa, e olho para Valentina. — Ainda está aqui? Precisa que eu chame os
seguranças?
— Não, eu já vou. — ela responde com uma voz baixa.
Finalmente, Valentina vai embora, e alguns seguranças a seguem para escoltá-la. Eu poderia
sentir pena dela, mas ela não sentiria pena em nos ver separados.
Ufa, que não apareçam mais loucas, mas se aparecerem, fazemos outro show!
Capítulo 111
Miguel

Essas pessoas que tentam me importunar, tocar no que é meu, não me conhecem. Sorte a deles
que não sou um mafioso de nascença; apenas aprendi a lidar com essas situações ao namorar o
Ravi e conviver com meus sogros, Scott e Kaleb, que me ensinaram alguns truques da vida. Se
não fosse por isso, eu poderia ser bem pior que eles. Mas tenho meu esposo para cuidar dessas
questões, tanto por mim quanto pelo Eros. O fato de o Ravi ser um mafioso nunca nos
incomodou. Nunca me senti preocupado ao saber dele no fundamental, muito menos agora,
casados, quando ele me proporciona momentos intensos sempre que estamos a sós.
Se outra pessoa aparecer, eu a afastarei, pois, meus maridos são alguns dos meus bens mais
preciosos, assim como meu pai e minha mãe. Por eles, eu enfrentaria qualquer desafio.
Valentina saiu da empresa derrotada, e Ravi enviou um de seus capangas para segui-la. Parece
que ela partiu rumo ao Rio de Janeiro, talvez tenha retornado para as asas do pai.
Quanto ao meu avô, parece que ele ligou para minha mãe para confirmar minha história. Ela o
assustou também. Minha mãe não é fácil; ela defende seus filhos e seu relacionamento aberto
com meu pai com unhas e dentes. Nunca gostou de meu avô se intrometer em nossas vidas,
principalmente por sermos todos adultos. Parece que o assunto com meu avô e Valentina está
encerrado. Agora, só nos resta observar a família dela ruir, os Dias também.
Eros foi direto do trabalho para o hospital, e estou a caminho de casa neste exato momento no
carro do Ravi. — Então, é aqui que você coloca o gatinho que ganhamos do nosso Eros. — Pego
o gatinho enquanto falo.
Ravi sorri largamente. — Na verdade, eu o levo para todos os lugares comigo.
Acho que, entre nós três, ele é quem tem o sorriso mais amplo e bonito. Isso realça ainda mais o
charme dele. Lembro-me de quando ele sorria assim no fundamental, as garotas piravam, e eu
ficava sem entender por que achava bonito esse cara sorrir. Me perguntava por que elas eram tão
caidinhas por ele, mesmo sem ele se esforçar para agradá-las. Ele era simplesmente o Ravi.
Adentramos o ensino médio, compartilhando o mesmo quarto, e Ravi só ficava mais charmoso
com o tempo. Agia de forma provocativa, fazendo brincadeiras íntimas, como beijar minha nuca
quando eu estava distraído. Dizia que eu estava ficando mais bonito, elogiava meus cabelos
loiros como um charme a mais em meu rosto sério, insistindo que arrancaria um sorriso de mim
de um jeito ou de outro. Ele afirmava provocar-me porque achava meu sorriso bonito, e eu
raramente sorria.
Confesso que não era difícil pensar que Ravi estava dando em cima de mim naquela época. No
entanto, eu, confuso sobre minha sexualidade e sentimentos, interpretava seu jeito brincalhão
como amor. Tanto eu quanto ele tentávamos fugir, pois nem ele parecia perceber seus
sentimentos naquela época, ambos adolescentes e imaturos. A chegada de Eros nos ajudou a
expressar o que sentíamos, e me pergunto como seria nossa vida sem ele. Imagino um Miguel
sem seu sol e cometa, e isso me apavora. Em outra realidade, talvez haja um Miguel sem esses
dois, e tenho certeza de que ele não é feliz.
Mesmo que Eros não pareça, espero que em outra realidade, pelo menos Miguel e Ravi tenham
se declarado e sejam felizes. Que, nessa mesma realidade alternativa, Eros os encontre, mesmo
na fase adulta, e se apaixonem novamente, repetindo esse ciclo em qualquer realidade. Vale a
pena cada momento vivido a três.
Retorno meus pensamentos à realidade e olho para Ravi. — O que você quer comer hoje, amor?
Ele me olha. — Pode ser aquela sua salada com peixe e camarão.
Ravi adora esse tipo de comida, assim como eu. Temos paladares parecidos, enquanto Eros
prefere coisas mais doces e carnes, muitas carnes.
Devolvo o gatinho ao seu lugar no carro e mantenho meu olhar no meu esposo. — E quanto ao
seu tio? Sobre querer casar você com uma mulher. — Pergunto tranquilamente.
O Ravi me olha, sorrindo. — Isso não vai rolar. Ele só sugeriu isso para os meus pais; nem sabe
que me casei com vocês, mas logo ficará sabendo.
Curioso, continuo perguntando. — Você nos ama, né? Não nos trocaria por uma mulher ou outro
homem?
O Ravi estaciona o carro, e fico meio surpreso. Ele então me encara, e as mãos dele vêm em
direção ao meu rosto. Delicadamente, ele me puxa para um beijo suave, começando com
movimentos dos lábios. Sinto sua respiração, ouço seu coração, e aos poucos, sinto sua língua
puxando a minha. Vamos nos entregando, nos aprofundando nesse beijo ardente e apaixonante.
Solto alguns gemidos de prazer, adorando esses beijos que tiram o fôlego, fazendo meu pau ficar
duro rapidinho.
Em meio aos beijos, o Ravi sussurra. — Vocês são meus tesouros, meus troféus. Não troquei
vocês na adolescência, nem quando estava longe, muito menos agora. Vocês são meus, minhas
propriedades, e que ninguém ouse estragar o que temos, ou eu mato. — Continuamos nos
beijando.
Meu pau fica ainda mais duro com essa frase dele, falando como um verdadeiro mafioso, o que
me excita tanto que levo minha mão no pau dele e enfio logo por dentro da calça; ele está duro
igual eu. Sussurro. — Vamos para casa para você me foder?
Nosso beijo cessa, ele dá um sorriso pervertido, liga o carro de novo e acelera rumo à casa.
Mal estaciona o carro, joga as chaves para um dos capangas que entra no carro para levá-lo à
garagem. A casa e seus arredores estão cheios de segurança, mas eu e Eros já nos acostumamos
com isso, nem mais nós nos tocamos que há olhares sobre nós.
Ravi me puxa para dentro de casa, onde temos privacidade. Mal entramos, já começamos a tirar
nossas roupas enquanto nos beijamos, nos acariciamos, nos chupamos e lambemos no pescoço,
ombro, peito, mamilos. Sinto as mãos do meu mafioso percorrerem meu corpo nu, nas costas, na
minha bunda, onde ele para e aperta, aperta meu quadril com mãos de pegadas fortes. Nossos
paus duros e quentes se pressionam. — Eu estava doido para te foder, Miguel. — Ele sussurra.
Entre beijos, respondo. — Então me leva lá para cima de uma vez.
Subo nele, ele agarra minhas coxas, travo minhas pernas em volta do quadril dele e o envolvo
pelo pescoço com meus braços. Ele sobe as escadas comigo, nos beijando intensamente.
Agradeço por esse homem gostoso aguentar dois machos, motivo pelo qual está mais malhado
que nós. Ele nunca deixa de fazer exercícios, e fez questão de ter uma academia em casa para
manter a boa forma, tanto para si quanto para mim e Eros.
Chegamos ao quarto, e ele me joga na cama, deitando-se em cima de mim. Sinto o peso de seu
corpo me envolvendo por completo, e continuamos nossos beijos. Sentir seu pau duro próximo
ao meu me deixa louco. Ele vai beijando todo o meu corpo, não esquecendo dos lugares onde
mais gosto de ser tocado. Giro por cima dele, descendo os beijos pelo seu abdômen, lambendo e
mordendo os mamilos. Olho para ele. — Você adorava me provocar com seus peitorais
malhados no ensino médio.
Ele sorri sensualmente, mordendo os lábios. — Eu queria te testar, ver se era gay.
Subo até seu rosto de novo, o encaro sorrindo de canto e junto nossos paus, começando a nos
estimular juntos enquanto nos fitamos. — Você era doido para me comer, só não sabia como
pedir, né? — Beijo.
Nosso beijo cessa, ele geme enquanto estimulamos ambos, e ele me encara. — Sim, eu era doido
para comer meu colega de quarto, mas ele não liberava, se fazia de hétero, e eu também. Ficamos
ambos na vontade.
Ouvir isso me faz acelerar o ritmo em baixo, e ele diz que vai gozar. — Meia nove, Miguel,
deixa eu terminar com a minha boca.
Me viro por cima dele, e ele começa a me chupar, retribuo na maior intensidade possível. Em
pouco tempo, gozamos juntos, e tomo todo seu leitinho, enquanto ele recebe o meu. — Que
delícia…! — Ele sussurra depois de sugar cada gota do meu pau.
Ravi me puxa de volta, nós nos entregamos ao beijo, e o vejo pegar o lubrificante. Sem parar de
me beijar, ele passa o lubrificante nos dedos e enfia um dedo no meu cuzinho, começando a me
preparar. Vai me tocando onde sinto mais prazer, adiciona mais um dedo, e me estoca mais
rápido, enquanto eu apenas gemo entre beijos.
Ele para de me beijar, retira os dedos de dentro de mim e gira meu corpo. Sinto o peso do corpo
dele atrás de mim, beijando minha nuca, seus lábios percorrendo minhas costas até chegar na
minha bunda, onde ele dá leves mordidas nas minhas nádegas. Logo após, sinto a cabeça do seu
pau roçar na minha entrada. — Enfia logo, estou enlouquecendo, me fode! — Imploro.
Ravi dá tapas fortes na minha bunda do jeito que eu gosto, e sinto a cabeça do pau dele entrar no
meu cu. — Ah, que delícia, eu estava morrendo de saudades.
Ele bate novamente na minha bunda. — Esse teu cu é tão guloso que não se contenta só com
uma Pica, não é à toa que chamou eu naquele dia para beijar o Eros. Você já era visionário e já
queria ter nós dois. — Ele fala enquanto introduz essa Pica enorme dele no meu reto, e eu apenas
vou gemendo de prazer.
Respondo enquanto gemo nessa Pica. — Aí, você descobriu o meu segredo guardado a sete
chaves. Agora me foda com tudo, me faz perder a noção da realidade como punição.
Sinto o peso do seu corpo sobre o meu, e ele gira meu rosto para me beijar. Retribuo enquanto
ele começa a me estocar gostoso.
Sussurro entre beijos. — Porra, isso é bom demais.
Ravi vai ainda mais rápido e forte no meu cu, cessa o beijo para beijar meu ombro, minha nuca,
me morde e me acaricia. — Que gostoso, aah, eu estava doido para te foder também. Pena que
não deu para te comer na frente daquela doida, mas agora, vou passar a noite te fodendo, Miguel.
Sinto ele tirar o peso das minhas costas, travar suas mãos no meu quadril e me fazer ficar de
quatro com a bunda empinadinha para ele. Sinto-o bombear com mais intensidade dentro de
mim, e ele e eu gememos juntos. Ele não deixa de bater ainda mais na minha bunda. Peço por
mais pica, e sua mão puxa meus cabelos para trás, intensificando as estocadas com pressão.
Caralho, que maravilha ter um mafioso para me foder, porra.
Assim como o Eros, um doutor, eu tenho o Ravi, um mafioso para chamar de meu e me comer
do jeitinho que eu gosto, sem direito a pausas. Eles me dominam de um jeito que perco total
raciocínio. Que fodas do caralho tenho com esses dois.
Minutos depois, trocamos de posição, indo para o "full nelson". Ravi se deita de costas com as
pernas dobradas nos joelhos e afastadas. Eu me deito em cima dele, pressionando minhas pernas
dobradas até o meu peito. Ravi me envolve em seus braços por baixo das minhas pernas por trás,
me penetrando. Ele começa a se mover dentro de mim enquanto me segura. Ah, adoro essa
posição. Fico relaxado enquanto ele faz a maior parte do trabalho me fodendo gostoso.
Sinto sua respiração no meu ouvido, entregando-me ao prazer e gemendo para as quatro paredes.
— Estava com saudades da minha pica, né, Miguelzinho? Não parava de me ligar e me
bombardear com mensagens. Você é tão sedento por sexo que o Eros só não dá conta; tem que
ser dois aos teus pés te comendo. Mas não esquenta, logo você vai levar é duas picas de uma vez
nesse teu cuzinho, e vamos te deixar todo arrombado.
Mesmo entregue ao prazer e gemendo, respondo. — Aí, que delícia. Eu não vejo a hora disso!
Realmente, não vejo a hora de ambos me possuírem ao mesmo tempo.
Horas depois, vamos para o banheiro, tomamos banho, e mesmo com dor, desço para fazer o
jantar, e ele vem para ajudar.
Enquanto preparo a comida, o Ravi escolhe uma música romântica para tocarmos, abre uma
garrafa de Château Margaux, um vinho refinado e caro, e serve em taças. Ele se aproxima por
trás de mim enquanto estou cozinhando, entrega suavemente uma taça de vinho na minha mão e
começa a beijar minha nuca. — Eu te amo, Miguel! Amo os dois…!
A melodia suave da música "Unchained Melody" preenche o ambiente, proporcionando um
clima ainda mais romântico para esse momento entre nós, mesmo sabendo que o terceiro
elemento do nosso trisal está ausente, ocupado com suas responsabilidades profissionais. O
aroma da comida se mistura ao bouquet do vinho, criando uma atmosfera envolvente e calorosa
em nossa casa.
Viro meu rosto para trás e o beijo sussurrando. — Eu também te amo, Ravi! Os dois!
Alguns minutos depois, o jantar está pronto. Sentamos para comer, e então sinto que Ravi tem
algo para falar, e ele realmente tem. Começa a falar sobre um tal Antony Bório que conhece, e
sobre um jantar que terão. Explica algumas coisas e dá mais detalhes sobre esse cara, revelando
que ele parece estar interessado nele.
Apenas escuto, contendo meus ciúmes pelo meu homem, afinal, esse cara ainda não tentou nada,
mas pode ser que tente. Eles terão um jantar daqui a dois dias, e espero que seja apenas um jantar
mesmo, pois estarei por perto para garantir que nenhum outro macho dará em cima do meu
homem.
Capítulo 112
Guilherme

A vida na grande São Paulo pode ser muito bem aproveitada se você frequentar os lugares certos
e tiver as pessoas certas para curtir cada momento.
No meu caso, tenho sim bastante amigos, principalmente da minha classe, e sempre que tenho
tempo, saio com eles para baladas, seja em algumas boates gays ou hétero mesmo.
O que não está sendo diferente nesta noite, em que vim com uns amigos numa balada hétero
mesmo para ver no que vai dar.
Estou tocando a vida para a frente, tentando me apaixonar, tentando encontrar um novo amor,
mas sei lá, estou com um bloqueio, nada me faz se prender a um relacionamento por muito
tempo, então curto mesmo e depois caio fora.
Mas semana passada, teve um cara que até tentou um relacionamento mais sério comigo, me
propondo até aliança. Por um momento, até pensei em dar essa chance para essa pessoa, afinal, o
cara é uma boa pessoa. No entanto, percebi que não seria justo com ele, pois nunca consegui tirar
o meu primeiro e grande amor da mente e do coração, o Daniel.
Meus amigos vão para a pista de dança curtir o som maneiro que está rolando, e eu vou rumo ao
bar. Quero encher a cara hoje, esquecer que me chamo Guilherme.
Peço um drink, e enquanto espero, surge uma pessoa indesejada na minha frente: a mocreia da
Carol.
Carol para na minha frente, e fica me encarando, enquanto pego meu drink e dou algumas
goladas, olhando para ela com cara de quem está vendo um ser indesejado. — Não vai falar
comigo? — Ela pergunta, cruzando os braços.
Dou mais um gole no drink antes de responder. — Não temos nada para falar, eu não gosto de
você!
Me viro para continuar apreciando minha bebida, enquanto penso na vida. Carol senta ao meu
lado. — Podíamos fazer um acordo, Guilherme.
Sem olhar para ela, respondo. — Acordo de quê? Você e eu não temos negócios.
Ela aproxima seu rosto. — Olha, você tem trinta anos, e eu também. Juntos, temos heranças,
legados imensos herdados de nossos pais, e poderíamos nos unir para expandir ambos os
negócios, os seus e os meus. Só seremos casados no papel, mas podemos ter um relacionamento
aberto. Você vai poder continuar sendo gay, e eu serei apenas sua esposa no papel. Caso queira
ter filhos, você pode tentar comigo uma inseminação artificial, e eu posso gerar seus filhos. Seu
pai está louco para ter um neto, e podemos dar isso a ele.
Começo a rir, debochando da proposta absurda da mulher. Ela deve pensar que nasci ontem e
não percebo a situação dos negócios da família Dias. Ela foi abandonada três vezes no altar, os
caras fogem dela, e essa proposta de casar comigo parece ser para usar minha grana para erguer a
família Dias e o hospital que estão perdendo. Sem contar que ter filhos comigo seria uma
tentativa de tirar meus bens que minha mãe me deixou. Além disso, casar com ela seria assinar
minha própria morte, pois se já não tenho paz solteiro, casado seria mil vezes pior.
Rindo com deboche, olho para ela. — Você não cansa de vir atrás de mim? Eu não me casaria
com você nem se fosse a última mulher da face da terra, muito menos por um filho dentro de
você. Meus negócios quem toca sou eu, ninguém vai dar pitaco no meu império, e muito menos
dizer como vou gerenciar minha empresa de jornalismo e minha vida pessoal.
Ela tenta segurar minha mão, mas eu a tiro. — Que isso? Não me toca, vou pegar alguma
doença. — Ela faz uma expressão de desconforto, mas eu não tô nem aí.
Volto a apreciar meu drink, e um cara bonito senta ao meu lado. Eu o olho, e até que faz o meu
tipo. Talvez seja um gay incubado, mas na minha presença, faço eles se revelarem. — Aceita
uma bebida? — Ele pergunta para mim sem eu dizer nada; só o meu olhar basta, e eles captam
que sou gay.
— Sim! — Respondo, dando uma piscada.
Carol se levanta, para entre nós de braços cruzados e me encara. — Não terminamos de
conversar.
Olho com raiva para ela. — Mas eu sim, e não vê que está atrapalhando o meu lance?
O cara na minha frente ri e a pede para sair também, pois ele diz estar interessado em mim.
Ela não vai longe, apenas senta no mesmo lugar, mas eu não tô nem aí pra ela. Se está
incomodada só com isso, vou dar ainda mais motivos.
Olho para o cara. — Quer ir mais adiante?
Ele me lança um sorriso. — Podemos tentar, nunca beijei outro cara.
Sem perder tempo, o beijo na frente da mocreia, e noto que ela percebe e fica revoltada. Tomara
que enfarte ao me ver beijar outro homem. Eu sou gay com pressão e adoro fuder um cu sem
compromisso. Para o dia seguinte, caio fora da vida deles. Com esse cara aqui não será diferente.
Deixo claro que é um caso de uma única noite. Paro de beijá-lo e o encaro. — Não quero nada
sério, você me entende?
Eu simplesmente vivo no refrão da música "Ainda Bem" da Marisa Monte: "Porque ninguém
dava nada por mim, quem dava eu não estava a fim, até desacreditei de mim. ”
E é assim que eu ando, desacreditado de mim mesmo, dando fora em quem se apaixona por mim,
pois quem eu quero está em algum lugar desse mundo. No dia em que eu reencontrar o Daniel,
vou usar essa música por completo para expressar meus sentimentos:
“O meu coração já estava acostumado com a solidão, quem diria que ao meu lado você iria ficar.

Então, vou olhar nos olhos do Daniel e continuar:
“Você veio pra ficar, você que me faz feliz, você que me faz cantar assim. ”
Eu tenho certeza de que Daniel ficará emocionado, pois aposto que ele pensa que foi esquecido,
que o amor acabou, que a vida seguiu. No entanto, o restante da música ainda fala mais sobre
mim:
"O meu coração já estava aposentado, sem nenhuma ilusão, tinha sido maltratado. Tudo vai se
transformar, Daniel, pois agora você chegou. ”
"Porque agora eu encontrei você. E eu realmente não sei o que eu fiz para merecer você” —
principalmente por ter um pai e uma madrasta de merda, e pessoas ao meu redor que com toda
certeza te fizeram sofrer, e talvez até eu.
Volto minha atenção para o homem na minha frente, e ele diz que entende e que está de boa.
Nunca esteve com outro cara e quer ter sua primeira experiência. Me elogia, dizendo que nunca
um homem tentou chamar sua atenção numa balada hétero. Só pelas palavras, já sei que vai se
apaixonar por mim. Como quero apenas uma relação física, não vou deixar essa oportunidade
passar. Aviso outra coisa no seu ouvido. — Eu sou ativo.
Pois o único homem que conseguiu me fuder foi o Daniel, e só ele vai comer o meu cu, e espero
que ele volte de seja lá onde ele estiver, pois, aposto que a rola dele deve tá mais INCRÍVEL do
que nunca e eu tô doido pra quicar GOSTOSO nessa pîcä.

Daniel
Hoje, na minha noite de folga, decidi sair para uma balada qualquer com uns amigos. Enquanto
eles dançam, vou rumo ao bar, peço uma bebida e retorno para a pista de dança. Enquanto danço,
um cara se aproxima de mim, dançando comigo, e percebo que ele faz meu tipo. Então, decido
dar uma chance.
Enquanto dançamos, ele se apresenta e diz que me conhece, já me viu na TV apresentando os
telejornais. Ele faz questão de assistir ao jornal das sete horas, pois alega que sou cativante para
qualquer pessoa, seja gay ou hétero. Agradeço pelo elogio e começamos a trocar beijos.
Cessamos o beijo, e ele pergunta se quero ir para outro lugar. Já sei que a noite vai esquentar,
mas antes de qualquer coisa, quero deixar algo bem claro para ele. — Eu não estou atrás de
compromissos sérios e sou ativo.
Vejo uma expressão de desapontamento nele, como se quisesse algo mais. No entanto, ele
responde mesmo assim. — Tudo bem, nunca tentei inverter o papel, e eu não vou perder essa
oportunidade com o meu apresentador de telejornal preferido.
Ainda bem que ele entendeu, pois, meu coração está aposentado, e não estou afim de dar chances
para o amor. Estou desacreditado de mim mesmo em relação a essa fase da vida. Ou seja, meu
coração já está acostumado com a solidão, e o único cara que vai me satisfazer ainda nessa vida
será o Guilherme.
Enfim, tenho planos de voltar para o Brasil daqui a uns anos. Me pergunto como está o
Guilherme atualmente. Imagino que mais lindo e gostoso do que antes, com uma anatomia capaz
de me deixar sem fôlego, e a minha também. Vai estar do jeito que ele gosta, capaz de fazê-lo
decolar de tanto delirar. O Eros já me prometeu vim me pegar pelos cabelos, ou seja, Brasil,
daqui uns anos estou de volta. Guilherme, esteja solteiro.
Capítulo 113
Eros

Meu expediente no hospital está prestes a terminar; em alguns minutos, estarei saindo. Talvez o
Ravi ou o Miguel venham me buscar.
Decido dar uma volta pelo hospital. Gosto de conversar com outros funcionários e pacientes.
Geralmente, visito a ala de idosos, onde aprecio pegar conselhos e ouvir a voz da experiência.
Além disso, adoro ouvir suas histórias no auge de sua juventudes e relatos de amores que
atravessam gerações, assim como meu amor com meus dois companheiros, Ravi e Miguel, que já
dura mais de dez anos, e espero que seja para sempre.
Ao entrar na ala, sigo em direção à primeira sala. Ao entrar, percebo o Senhor Bório, um idoso
com câncer, internado. Ao lado dele, encontro um rapaz que talvez seja seu filho ou neto; nunca
o vi por aqui.
Assim que o Senhor Bório me vê, abre um sorriso e me chama empolgado. — Doutor, doutor,
venha aqui, venha. — Ele fala todo animado.
Me aproximo, estendendo a mão para cumprimentá-lo. — Oi, Senhor Bório, dormiu bem hoje?
Diga que sim.
Ele continua sorrindo. — Dormi sim, e estou feliz. Este aqui é o meu neto, o Antony. Ele
finalmente veio morar no Brasil.
Observo o neto dele e o cumprimento. Antony retribui o cumprimento.
Volto minha atenção para o Senhor Bório, sentando ao lado dele na cama. — Está se sentindo
melhor agora? Aposto que sim. Você sempre dizia que queria ter seu neto aqui com você.
O Senhor Bório segura minha mão com as duas e alterna o olhar entre mim e seu neto. —
Doutor, você bem que podia ser o namorado do meu neto.
Limpo a garganta, Antony faz o mesmo, e dou um sorrisinho para o Senhor Bório. — Eu já sou
comprometido.
Antony também se manifesta. — E eu já gosto de outra pessoa.
O Senhor Bório faz uma expressão de insatisfação. — O doutor aqui seria um par perfeito para
você, Antony. Ele cuida de mim e tudo, vem aqui conversar comigo no horário do intervalo dele,
coisa que nenhum médico faz, nem a minha própria família, que anda ocupada. Além disso, ele
ainda me traz doces saudáveis que ele mesmo faz.
Dou uma risadinha, pois o Senhor Bório é um idoso adorável. Ele lembra meu pai. — Eu sou
médico, e meu dever é cuidar dos meus pacientes.
Percebo Antony se aproximar de mim. — Obrigado, doutor… — ele olha meu crachá. — Eros,
obrigado por cuidar do meu avô na minha ausência. E desculpe se meu avô fala pelos cotovelos.
Ele geralmente não age assim.
Vejo o Senhor Bório cruzar os braços fazendo biquinho. — É porque você gosta de um cara que
é hétero, e ele nunca vai gostar de você. E o doutor Eros aqui é gay, porém ele tá casado, pro seu
azar, porque aposto que ele seria um excelente marido, além de ser seu braço direito nos assuntos
da nossa família; ele é um rapaz muito esperto. Você sabia que ele estudou em Oxford? Quantas
pessoas você conhece que estudaram em Oxfordshire, um brasileiro que depois voltou para o
Brasil?
Antony sorri. — O senhor meu avô tem um ponto. Mas a pessoa que eu gosto também estudou
no exterior.
O Senhor Bório me encara. — A pessoa que você gosta, doutor. Também estudou fora?
Dou um sorrisinho, pois Miguel e o Ravi estudaram no exterior; nós três fomos longe em busca
de conhecimento. — Sim, Senhor Bório.
Olho no relógio e vejo que está no meu horário. Volto minha atenção para eles. — A conversa
está engraçada, mas eu preciso ir; meu esposo já deve estar lá embaixo.
Me despeço do Senhor Bório e me levanto rumo à saída, e Antony vem junto, pois também está
de partida.
Volto à sala de descanso, troco de roupa e saio do hospital. Vejo Antony ainda em frente ao
hospital, ele está encostado num carro, acho que é dele, falando ao celular enquanto fuma, e eu
vejo o carro do Miguel.
Entro no carro. — Estou morrendo de fome.
Miguel segura meu rosto, me beija; eu retribuo, e entre beijos, ele sussurra. — O Ravi deve ter
feito o café, fui cedo ao mercado e corri pra cá pra pegar você.
Nosso beijo cessa, e vamos rumo à nossa casa.

Antony
Eu nem estou acreditando que o cara que eu gosto é gay, o Ravi.
Conheci ele nos campos de treinamento da máfia e servimos juntos nas forças militares. O jeito
dele de cara sério, um sorriso largo e lindo, seu charme em ser sempre confiante e durão, além de
ser muito atraente, e com o tempo ele foi ficando ainda mais gato, musculoso, e aquelas
tatuagens dele, tudo nele me atrai de um jeito que eu fico louco.
Mas nunca tive coragem de ser direto com os meus sentimentos, até porque ele usava um anel de
comprometimento e dizia que namorava. Eu sempre o via falar no celular com essa tal pessoa, e
ele realmente parecia ser muito apaixonado. Enquanto os outros caras traziam garotas escondidas
ou saíam para a farra, ele se mantinha fiel e nunca dava brecha quando as mulheres mais bonitas
da máfia davam em cima dele, e não eram poucas.
Alguns caras até ficavam com raiva do Ravi, pois as mulheres sempre iam nele primeiro, mas ele
as dispensava, deixando os caras ainda mais irritados.
O Ravi só dizia que seu coração já era muito bem comprometido e que ninguém seria capaz de
fazê-lo mudar de ideia, pois já era profundamente apaixonado.
Acho isso lindo e confesso que sinto inveja, pois queria ser eu essa pessoa.
Ao voltar para o Brasil, o reencontro no avião me deixa quase sem fôlego. Não o via há uns três
anos, e ele está ainda mais atraente. Esse cara é um verdadeiro vinho da melhor qualidade, e eu
queria tanto degustar.
Enquanto conversamos, percebo que ele ainda usa uma aliança de comprometimento, e o mais
chocante foi ele revelando que é GAY.
Essa revelação me pegou de surpresa. Confesso que queria que ele fosse gay, mas não que ele
fosse, pois nunca deu pinta, mó hétero. Qualquer um no meu lugar pensaria o mesmo. Tem caras
que a gente só sabe que são gays quando eles mesmos revelam.
Fiquei feliz, mas nem tanto, pois ele ainda tem alguém, um cara. Queria ver se tenho chances
com ele, então o convidei para falarmos de negócios. Em parte, é real, mas eu realmente quero
conversar mais com ele, admirar sua beleza e ouvir sua voz firme.
Hoje acordei cedo e fui ver o meu avô, que agiu até estranho, me empurrando um médico.
Confesso que o doutor é bonito, mas o meu tipo é o tipo mafioso, igual eu mesmo, que entende
esse ramo em que vivemos e que não vai me julgar por eu tomar decisões nada convencionais.
Eu gosto do jeito durão do Ravi. Meu corpo estremece só de ouvi-lo falar.
Saio do hospital, paro no meu carro e, enquanto falo no celular sobre negócios e fumo, vejo o
doutor Eros Santoro, e acho que vi até o nome completo Ferrari Falconer, saindo e indo rumo ao
carro do esposo dele.
Fico observando de canto de olho e vejo ele entrar no carro, sentar, e vejo-os se beijarem, em
seguida, vão embora. Eles são um lindo casal. Ambos são bonitos.
Queria ter essa sorte com o Ravi.
Seria foda pra caramba eu namorar um Ferrari. Será que o doutor Eros é parente do Ravi? Ele
tem Ferrari. Ou deve ser só coincidência, muitas pessoas têm o mesmo sobrenome.
Mas enfim, eu adoraria entrar nas reuniões das máfias exibindo um Ferrari como meu namorado
ou esposo, principalmente por ele ser um dos maiores mafiosos jovens.
O Ravi fez o nome dele na máfia muito rápido, seguindo os passos dos pais e fazendo mais
sucesso que eles em menos tempo. O cara é INCRÍVEL. Não tem como não gostar dele.

Ravi

Miguel, após o café e assim que trouxe o Eros, foi para a empresa, enquanto Eros foi descansar
um pouco.
Dirijo-me ao meu escritório para colocar em dia a papelada dos meus negócios e passo aqui
algumas boas horas, até que Eros vem até mim, senta no sofá e oferece ajuda.
Enquanto ele me ajuda, conta uma situação engraçada que aconteceu com ele no hospital,
envolvendo um idoso tentando empurrar o neto dele para cima dele, e nós rimos.
Em seguida, conto a ele a mesma situação com Antony Bório, e vejo uma expressão de surpresa
em seu rosto. — Antony Bório? — Eros questiona, levantando a sobrancelha e colocando uma
mão no quadril.
Eu apenas mantenho meu olhar nele. — Algum problema?
Eros cruza os braços, cruza as pernas e mantém um olhar sério. — E você vai ter um encontro de
negócios com ele amanhã?
Eu apenas confirmo que sim, mas ele continua me encarando. — Você está com ciúmes de eu ir
tratar de negócios? Você nunca agiu assim.
Eros sorri, vem na minha direção no sofá à frente dele, senta de frente para mim, passa os braços
ao redor do meu pescoço e pressiona nossos paus. — Vamos foder?
Capítulo 114
Eros

Ao chegar em casa com o Miguel, o Ravi já havia preparado a mesa do café. Sentamos nós três,
mesmo com sono e cansados, pois não quero deixar de aproveitar nenhum segundo com eles, e
gosto dos nossos momentos à mesa, onde colocamos os assuntos em dia. — Cara, esse foi o
melhor show que fizemos a três. Aquela Valentina Medeiros deve estar até agora sem acreditar
que nós transamos na frente dela.
O Ravi abre um sorriso de canto. — Tanto cara por aí, e ela vai logo atrás dos meus maridos. Ela
é muito azarada.
Miguel termina de mastigar para comentar. — O que mais me irritou foi ela achar que podia ter
alguma influência sobre nós só porque meu avô a mandou. Faria tudo de novo. A vaca estava
desdenhando do nosso mafioso e ainda por cima é burra. Ela viu o Eros um dia antes, e no dia
seguinte, não o reconheceu. Caiu no nosso blefe achando que o Eros era, o meu secretário.
Começamos a rir sobre as cenas que fiz, as palavras ditas e o desfecho da história.
O café termina, Miguel nos beija e segue rumo à sua empresa. Eu subo para dormir um pouco,
enquanto vejo o Ravi indo em direção ao seu escritório.
Antes de deitar, programo o despertador para tocar daqui a duas horas.
Pego no sono e sou despertado pelo alarme. Levanto, tomo um banho e desço, percebendo que o
Ravi ainda está em seu escritório.
Entro, ofereço ajuda, e ele aceita. Em meio a papeladas, jogamos conversa fora, e conto para ele
a situação engraçada e embaraçosa que aconteceu comigo hoje mais cedo no hospital, sem citar
nomes, é claro.
Ravi também comenta sobre um colega que conhece dos tempos de treinamentos na máfia e do
serviço militar na Austrália, já que ambos têm dupla cidadania. Eles se encontraram no voo de
volta para o Brasil, após três anos sem se verem.
Até aí, tudo tranquilo, até Ravi mencionar que esse colega é gay, parece gostar dele e o convidou
para um encontro de negócios, que acontecerá no restaurante do Ravi. No entanto, a bomba veio
quando ele revelou o nome do cara: Antony Bório, um mafioso.
Foi aí que liguei os pontos.
Antony Bório é o mesmo cara do hospital hoje cedo. O avô dele disse que ele estava vindo para o
Brasil, e olha só, ele está no Brasil. É um mafioso, neto de um mafioso. Antony é gay, morou no
exterior e tem interesse em um cara que aparenta ser hétero, o Ravi. No entanto, só parece
mesmo, pois ele é tão gay quanto eu e o Miguel. Ravi rebola mais em uma pica do que eu e o
Miguel.
Eu posso até ser a putinha deles, mas o Ravi é o verdadeiro devasso. Ele adora chupar nossas
picas, quicar gostoso em nós dois e ainda disse que está doido para levar duas rolas de uma vez
só no cuzinho dele. Tenho até print dele falando isso, para que ele não esqueça ou recue depois,
porque eu vou cobrar essa foda.
Ao ouvir ele falar sobre esse Antony, meu ciúme sobe de nível, mas, ao contrário do Miguel, eu
me controlo. Por dentro, porém, só falto explodir.
Me levanto sorrindo safadamente para ele, vou na sua direção no sofá à minha frente, sento em
suas pernas, pressionando nossos paus e envolvendo-o com meus braços. Vejo sua expressão
confusa, mas ao mesmo tempo demonstra gostar. Olho nos olhos dele. — Vamos fuder?
Ele aperta minha bunda com as duas mãos, e começo a esfregar nossos paus, entrelaçando nossas
línguas num beijo ardente e muito molhado. Ravi retribui do jeito que eu gosto, e sussurro entre
beijos. — Me fode!
Ravi interrompe o beijo, sorrindo de canto. — Estava me perguntando quando você iria vim me
pedir isso. Achei estranho você ir dormir primeiro.
Mantenho meu olhar nele. — Fui recuperar minhas energias para te aguentar.
Começamos a tirar nossas poucas roupas, pois eu só estava com uma camiseta e um calção, sem
roupa íntima. — Safado. Já veio para o meu escritório pensando em sexo.
Enquanto beijo e lambo seu pescoço, sussurro. — Você me conhece, não gosto de perder tempo.
Ficamos totalmente nus no sofá, e ele me deita. Desce os beijos até meus mamilos, chupa e
morde com intensidade. Depois, vai descendo mais até meu pau, lambendo toda a virilha,
passando a língua pelo meu cu, lambendo com vontade essa região. Eu só vou à loucura entre
quatro paredes, gemendo para Deus e o mundo.
Ravi pega o lubrificante, passa nos dedos e enfia dois no meu cu, começando a me estocar no
meu ponto de prazer, enquanto faz garganta profunda no meu pau. Eu o ajudo intensificando,
segurando em seus cabelos e o fazendo se engasgar no meu cacete algumas vezes, pois eu quero
foder com a garganta desse mafioso. É assim que lido com o meu ciúme, desestressando
enquanto fodo gostoso a boca do meu marido, porque eu o amo, amo os dois, e fico irado quando
alguém olha para eles.
Mas tudo bem olhar, só olhem mesmo, porque ambos são meus e eu sou ciumento para
CARALHO. Estou até pensando em ir até esse encontro de negócios, ou melhor, vou mandar o
Miguel lá. Depois aviso para ele sobre o que descobri sem querer querendo. Mas só depois que o
meu mafioso me foder gostoso.
Alguns minutos depois, gozo tudo dentro dessa boquinha quente, e ele engole cada gota, sem
desperdício.
Ele tira os dedos de dentro de mim e já vão logo me penetrando deliciosamente, arrancando de
mim suspiros de prazer. — Gostoso! — Sussurro.
Ravi volta a lamber meu abdômen e meus mamilos e começa a me estocar, aumentando o ritmo
dentro de mim. Vai subindo as lambidas até meu pescoço, meu ombro, me chupa, e eu o puxo
para um beijo, começando a me bombear com mais intensidade.
Nosso beijo cessa, ele trava suas mãos no meu quadril e me encara. Ele gosta de ver minha
expressão de prazer e me ouvir gemer no seu pau, e eu dou isso a ele, porque ele e o Miguel
sabem como eu gosto, e eles se esforçam para me satisfazer.
Ele passa um tempo me estocando nessa posição, até que me viro, colocando-me de quatro.
Travo minhas mãos no sofá e ele volta a me estocar, e eu só me entrego gemendo e sussurrando.
— Ah, isso… é assim que eu gosto!
Ravi vai me fodendo, e eu movimento o meu quadril, ele acompanha, mandando tapas na bunda.
Ficamos um tempo assim, até ele parar de novo, evitando gozar agora, e eu gosto disso. O faço
sentar no sofá, e eu vou para a posição de relaxamento por cima dele.
É uma pose indutora de orgasmo para mim. Ravi fica sentado com as costas retas e as pernas
próximas umas das outras. Eu fico em seus quadris, sentado de costas para ele. Minhas pernas
ficam totalmente dobradas nos joelhos e levemente afastadas. Os meus pés descansam contra as
bordas do sofá. Ravi coloca as palmas das mãos sobre os meus quadris, e eu o cubro suavemente
com as palmas das minhas mãos, e vamos revezando entre eu rebolar no seu pau e ele se mover
embaixo, deliciosamente.
Sinto sua respiração no meu pescoço, viro-me para beijá-lo, e continuo gemendo entre beijos
enquanto ele sussurra para mim. — Eu estava doido para estrear esse sofá com vocês.
Suas mãos acariciam meus mamilos, ele os puxa, e me deixa louco.
Ravi intensifica as estocadas no meu cu e sua mão desce até o meu Pau, começando a me
estimular. — Vamos juntos! — ele sussurra no meu ouvido e minutos depois ele goza dentro de
mim, e eu o acompanho.
Paramos um pouco ofegantes. Ele se deita no sofá, e eu deito em cima dele para nos beijarmos,
já sentindo sua ereção novamente. Me levanto dando um sorriso safado. — Bora testar a posição
Borboleta noturna?
Ele me devolve o mesmo sorriso pervertido. — Vai, quica em mim gostoso.
Horas depois, após ele me comer, irmos para o chuveiro e almoçarmos, Ravi volta para o
escritório, e eu escolho um canto isolado da casa para ligar para o Miguel, que atende.
— Oi amor? Tudo bem? — Ele pergunta.
Respondo. — Sim, gostosão.
— Quer alguma coisa?
Tento segurar uma risada, então conto tudo a ele sobre o tal Antony. Para minha surpresa, ele já
estava sabendo, porém notei que ele ficou ainda mais ciumento ao saber o que Antony disse no
hospital.
Então, Miguel manifesta seu ciúme como eu esperava. — Escuta, eu vou passar amanhã lá no
restaurante. Quero ver quem é esse sujeito.
Sorrio, e respondo. — Eu sabia que você iria reagir assim, por isso estou te contando. Sei que
posso contar contigo para vigiar o nosso mafioso.
Ele ri e me responde. — Eu gosto desses ciúmes, você sabe que eu sou o mais ciumento e odeio
quando alguém olha para vocês, mas fica tranquilo. Eu sei como vou reagir. Ele me viu com
você no hospital, né?
Eu respondo que provavelmente. E Miguel continua. — Já sei o que fazer. Vai ser mais uma
daquelas vezes que alguém vai pensar que estamos traindo.
Desligo o celular, completamente satisfeito com a minha pequena travessura, e me encaminho
para o meu escritório para estudar casos de pacientes.

Miguel

Se antes eu já tinha curiosidade sobre esse encontro de negócios, depois da ligação do Eros e os
fatos que ele juntou, agora esse assunto tem a minha total atenção.
Mas assim como o Ravi, aprendi com ele a ter minha própria rede de informações e solicito a um
capanga meu que pesquise tudo o que ele souber sobre esse Antony, enviando-me um relatório
completo ainda hoje.
O tempo passa, e Rodrigo, meu subordinado, me envia por e-mail todas as informações que
encontrou sobre esse sujeito, incluindo fotos. Ótimo, agora sei com quem estou lidando. Só
espero que não seja alguém problemático, pois o Ravi deixou claro que tem compromisso. Seres
divinos, ajudem-me a controlar meus ciúmes em relação aos meus homens.

Ravi

Deu para notar que tanto o Miguel quanto o Eros mudaram o timbre de voz ao me ouvirem falar
o nome do Antony e expressar o que acho sobre ele ter interesse em mim. Pensa em dois caras
ciumentos. Não que eu não seja ciumento, mas esses dois juntos ganham de mim.
Não vou me surpreender se algum dos dois aprontar alguma coisa com esse Antony ou se um
deles aparecer amanhã no meu restaurante. Não seria a primeira demonstração de ciúmes, e eu
gosto. Fico logo de pau duro.
Me pergunto o que eles vão aprontar amanhã. Adoro e amo os meus maridos, nunca ficamos no
tédio.
Capítulo 115
Miguel

Eros, você e eu, nós merecemos, pois não conseguimos esconder os nossos ciúmes pelo nosso
mafioso gostosão, e aposto que o Ravi vai adorar. Eu não resisto a uma boa diversão com os
meus MARIDOS.
Antony, sinto muito, mas você está admirando o cara errado, e vou fazer você pensar tanto esta
noite que tua mente vai colapsar.
Antony, espero que aprecie o show que preparei para você. Será inesquecível.

Antony

O dia do jantar com o Ravi finalmente chega, e adentro o restaurante, dou meu nome na
recepção, pois aqui é um lugar onde você só come com reserva. Como foi marcado diretamente
com o dono, tudo ocorreu mais rapidamente.
Entro, e um dos funcionários me leva até onde será nossa mesa, numa área de fumantes, mas
com poucas mesas. Com certeza, é nessa área porque o próprio Ravi fuma, e eu também.
Me sento, olho meu relógio, percebo que cheguei mais cedo, e é razoável que ele ainda não
esteja aqui. Caramba, estou ansioso. Raramente fico assim, e não deveria, já que o Ravi nem está
solteiro para que eu o corteje.
Enquanto varro meu olhar pela área onde estou, vejo um homem alto, loiro e bastante elegante
passar por mim e se sentar mais adiante. Olho para ele e percebo que já o vi. Se não me falha a
memória, é o mesmo cara de ontem no hospital, creio eu que seja o marido daquele médico.
Vendo-o daqui, mais de perto e com mais iluminação, dá para ver que tanto o doutor quanto esse
homem têm bom gosto. Ambos são realmente de parar o trânsito e puxar olhares. No entanto,
acho o Ravi ainda mais cativante.
Não demora muito, e o próprio dono, o Ravi, chega. O vejo olhar na direção da mesa desse
homem, e o mesmo pisca para ele. Ravi apenas dá um leve sorriso de canto e logo se senta na
minha frente.
Agora fiquei curioso se ele conhece esse cara e o marido dele, e se está esperando o doutor.
Enfim, não é da minha conta, mas bem que eu queria que fosse.
Ravi e eu começamos a tratar de negócios. Trouxe até meu tablet para que ele veja as ideias que
tive, pois sou formado em arquitetura e urbanismo em Melbourne, e o Ravi em engenharia civil.
Então, casou direitinho para que ele veja minhas ideias e entenda meus planos. Enquanto ele
analisa o tablet, bebo o drink que ele mesmo escolheu e admiro sua beleza e charme
discretamente.
Nossa, que homem viril. Uma pegada dele e eu me derreteria todo. Gosto desse jeito dele de
mafioso sério que sabe soltar umas piadas para descontrair e ainda solta esse sorriso largo dele.
Cara, esse homem é uma combinação perfeita de pedaço de mal caminho. Que sorte tem o cara
que está com ele. Olho para sua mão onde está a aliança só para ver se ela ainda está lá, e para o
meu azar, sim. Ah, que sorte tem esse cara que te namora, Ravi, pois o tanto que eu queria ser
seu e você meu não tá escrito.
O tempo passa, e enquanto comemos, vou tentando me aprofundar na sua vida pessoal, querendo
saber mais sobre o seu relacionamento. — Onde está a pessoa que você gosta? Queria poder
conhecer o cara que conquistou o coração desse mafioso.
Ele me olha, sorri de canto. — Não muito longe.
E volta sua atenção para o prato e o tablet.
Estava prestes a perguntar onde exatamente era esse "não muito longe" quando um garçom chega
com uma bebida. — Senhor Ravi, aquele homem ali mandou entregar isso para você.
Ravi pega o drink, um Mojito, e olha para trás.
O cara que mandou a bebida é o esposo do doutor. Será que ele costuma fazer isso com outros
caras, ou esses dois se conhecem? Ou ele está tentando cortejar o Ravi?
Ravi olha de volta para mim. — Já volto.
Ele se levanta, vai rumo à mesa do cara e senta na frente dele.
Se o Ravi de fato ama o cara que está junto, e se aquele homem estiver o cortejando, ele não vai
aceitar a bebida e vai devolver.
Fico observando e os vejo trocar palavras discretamente, tento ler seus lábios. O loiro fala “Vejo
que aceitou o meu Mojito” e morde os lábios. Ravi responde: "Vindo de uma pessoa atraente
como você, como eu iria resistir”. Ravi bebe o drink todo de uma vez, sorri e fala. “E o seu
marido? O doutor? ”
O homem responde: "Está no hospital, trabalhando. Tem algum problema em eu ser casado?
Você também é comprometido. ”
Vejo Ravi baixar a cabeça, ele solta uma gargalhada discreta e olha de novo para o homem à sua
frente.
“Minha reunião está acabando. Me espera no estacionamento. ”
O cara na frente dele se levanta e vai embora.
Não estou acreditando no que estou vendo e li em seus lábios. Ravi está traindo a pessoa com
quem está comprometido, e o cara à sua frente também. Nossa, é sério mesmo, Ravi? Se for
assim, eu quero a minha chance também.
Ravi senta novamente à minha frente, fechamos um acordo, nos despedimos, e sei que a próxima
vez que o verei será no encontro das máfias.
Noto sua pressa, provavelmente para ir até o cara. Caramba, aquele homem estragou minha
noite.
Vou rumo ao banheiro com raiva, e lá encontro o tal cara que vai sair com o Ravi. Ele está na
pia, lavando as mãos, e nossos olhares se encontram, não posso deixar de jogar a minha indireta.
— Eu acho que conheço você.
Ele me olha. — Ah, é? De onde? Porque eu não conheço você!
Olho nos olhos dele. — Eu vi você ontem com o seu esposo, o doutor Eros. Ele costuma visitar
meu avô na ala dele lá no hospital Cruz Vermelha.
O sujeito à minha frente sorri para mim. — Compreendo. Então você conhece o meu esposo,
Eros?
Mantenho meu olhar nele, bem sério. — Sim. E ele me parece ser um excelente marido.
Me pergunto o que se passa na cabeça desse sujeito em trair o cara que ele jurou amar no altar.
O indivíduo enxuga as mãos, ajeita o cabelo, pega o celular, parece que vibra, ele atende, e eu
vou ao mictório, atento à ligação.
— Alô, amor? O que você quer? Ah, saí tarde do trabalho hoje, e resolvi comer fora. Vou
demorar para voltar para a casa hoje... é ...eu vou demorar. Ainda estou no restaurante. Isso...
Beijos... também te amo…! — Ele desliga.
Vejo-o guardar o celular e sair do banheiro.
Lavo minhas mãos e vou rumo ao estacionamento também. Ao chegar lá, vejo a cena: Ravi e o
tal sujeito aos beijos próximo ao carro do Ravi. Quem olha de longe pensa que ambos são uma
única pessoa.
Que raiva! Eu aqui pensando que o Ravi era um cara fiel, mas ao meu ver, ele curte umas
paradas fora do relacionamento ou tem um relacionamento aberto. Já o outro cara está fazendo
uma sacanagem com o esposo dele, que passa a noite no hospital cuidando de desconhecidos,
enquanto ele está na gandaia transando com outros CARAS.
Estou me sentindo incomodado com isso. Me pergunto se devo ou não contar isso para o doutor
Eros. Bem, amanhã cedo vou ao hospital e provavelmente encontrarei o doutor pelo local. Se
der, contarei a ele o que vi.
Enquanto o Ravi, se de fato ele é esse tipo de pessoa, eu ao menos quero ter a minha vez com
ele, e na próxima vez, vou com tudo para cima dele.
Eu os vejo entrar no carro e saírem juntos.
Entro no meu carro, e uma enorme curiosidade toma conta de mim. Caramba. Sou muito curioso.
Não vou conseguir dormir com essa bomba. Ah, é isso. Vou segui-los e tirar fotos deles juntos,
quem sabe entrando num motel ou na casa de um deles.
Então, os sigo discretamente pelas ruas do Guarujá, e eles seguem rumo a um resort onde estou
hospedado.
Estou pasmo que eles vão transar aqui.
Adentram o lugar e seguem para umas casas próximas à praia e entram.
Cara, estou curioso. Não vou dormir bem sem ver mais, e quero tentar tirar fotos.
Driblo os olhares e vou até a casa que eles entraram, parando atrás de algumas árvores e olhando
para dentro, pois estão com as luzes acessas. O lugar é meio deserto, e acredito que ninguém
mais passaria por aqui além de mim.
Fico parado, pego o celular, e os vejo se beijando. Aproveito para tirar fotos, muitas fotos.
Ambos começam a se despedir, e sinto pena do doutor e também da pessoa comprometida com o
Ravi. Infelizmente, traições acontecem e vêm de quem nós menos esperamos.
Após algum tempo se beijando, algo me arrepia, vejo o tal cara virar o Ravi e o pôr de quatro
num sofá. Eita, o Ravi é passivo ou versátil? Só saberei se der para ver tudo.
E quanto mais eu observo, mais chocado fico. O outro cara está comendo o mafioso gostoso.
Quem diria que aquele homem viril seria um passivo.
Enfim, já tirei fotos o suficiente, mas apenas deles se beijando. Não sou louco de ter fotos
íntimas do Ravi no meu celular. Se isso vazar de mim, estou muito ferrado.
Mas, amanhã mesmo vou ver se falo com o doutor e espero que ele compreenda o que eu vi essa
noite e deixe esse sujeito.
Melhor ainda, que saber… vou agora mesmo ao hospital.
Capítulo 116
Antony

Chego no hospital e vou até a recepção à procura do doutor Eros, e para minha surpresa, o
próprio passa no exato momento rumo à saída, e eu vou atrás dele.
Vejo-o tirar um cigarro para fumar, e vou aos poucos me aproximando dele, me perguntando se
devo ou não contar a ele. Em parte, é mais para que ele veja o tipo de pessoa que é seu marido.
Pois eu, no lugar dele, iria querer que alguém me alertasse.
Em contrapartida, com a separação do doutor daquele homem, o tal ficaria livre para ficar com
quantos ele quiser, até mesmo com o próprio Ravi. Porém, por que nesse caso eles não se
separam de uma vez? Assim ela terá o caminho livre. Qual será a emoção de se estar casado e
trair o seu companheiro? Por que não contar a verdade e deixá-lo ir, e depois vai curtir a vida?
Por que manter o outro preso a você? Que tipo de ser humano é assim com os sentimentos
daquele que jurou amar e respeitar no altar? Não consigo entender isso. Posso ser um mafioso,
mas aprecio o amor e a lealdade.
O doutor Eros nota que estou indo em sua direção e gira o corpo totalmente para mim. Agora,
vendo-o mais de perto, posso perceber o quão atraente ele é. Não é à toa que o vovô estava
querendo me empurrá-lo, e se eu não estivesse apaixonado igual um idiota pelo Ravi, eu o
cortejaria para tirá-lo daquele homem.
O doutor me encara enquanto traga o cigarro e solta a fumaça. — Algum problema, amigo? —
Ele me questiona.
Começo a puxar primeiramente assuntos aleatórios com ele, falamos sobre o meu avô, agradeço
sua gentileza, e após alguns minutos, consigo adentrar no assunto que vim tratar com ele:
relacionamentos. — E se a pessoa que te ama estiver traindo você? O que você faria? —
Questiono seriamente.
Ele solta a fumaça e me encara novamente. — Não sei. Nunca fui, não sei como reagir.
Essa resposta dele me deu até pena. Dá para notar, ver em seus olhos que ele realmente gosta
daquele cara, principalmente como o elogiava enquanto conversávamos.
Mas eu vou falar a verdade a ele. — Sabe, hoje eu estava num restaurante tratando de negócios e
vi o seu esposo.
O doutor continua me olhando. — Ele disse que estava num restaurante. — Ele traga o cigarro.
Então continuo, com muito pesar no coração. — Eu o vi aos beijos com outro no
estacionamento.
Eros para de fumar, fica segurando o cigarro próximo à boca e gira o rosto na minha direção. —
Tem certeza que era o meu marido? Você o conhece?
Mantenho minha postura firme para responder. — Sim, eu tenho a plena certeza, e você vai
achar estranho, mas eu acabei tirando umas fotos. Quer ver?
O doutor apaga o cigarro, meio que sorri de canto, e me olha nos olhos. — Agradeço por me
alertar. Mas prefiro não ver as fotos. — Ele se vira para ir rumo ao hospital.
Mas eu o impeço. — Você vai continuar com ele mesmo assim? Ele está te traindo, cara. Você
não sente raiva?
Ele para, põe as mãos no bolso e vira na minha direção novamente, se aproximando. — Escuta,
não é todo mundo que sabe da minha história com ele, mas eu e o meu marido estamos juntos há
mais de dez anos. Nós nos conhecemos no ensino médio, onde éramos amigos de quarto, e certo
dia, ele me beijou, pois sentia que eu queria ser beijado, e eu gostei de ser beijado por outro cara,
principalmente por ser ele. Eu gostei, e foi nesse dia que recebi um dos melhores beijos da minha
vida. Se antes eu já estava apaixonado por ele, nesse dia, eu já estava amando. Quando me dei
conta, já estávamos namorando, e o tempo passou. Agora, estamos casados. Não sei se você
entende isso, mas quebrar algo que temos há dez anos não é fácil, e eu amo aquele homem. —
Ele conclui a história ainda me encarando.
Achei linda a história deles, juntos desde o ensino médio. Uau. Espero que aquele cara não tenha
sido um babaca nesse meio tempo com o Eros e que esteja fazendo tal absurdo só agora.
Ainda encarando o doutor, comento sobre o que ele acabou de me contar. — Peço desculpas.
Não vou mais tocar nesse assunto. Espero que não fique chateado comigo.
Ele sorri. — Agradeço. E relaxa. Não vou ficar chateado por tentar me alertar de algo que os seus
olhos presenciaram.
O doutor volta para o hospital, e eu sigo em direção ao quarto do meu avô.
Tiro um cochilo, e meu avô me acorda. Olho no relógio e vejo que é quase sete horas.
Me levanto, vou ao banheiro, lavo o rosto e desço para pegar um café.
Ao voltar rumo ao elevador para subir ao andar onde meu avô está, acabo me deparando com
alguém que eu não esperava. — Ravi? — Digo surpreso.
Ele sorri de canto. — Vim ver uma pessoa internada. — Ele entra no elevador, e eu o
acompanho.
Enquanto subimos, ele me questiona sobre o motivo de eu estar ali, e eu explico a situação do
meu avô. Ravi pede para vê-lo, já que ambos se conhecem, e assim fazemos. Ele me acompanha
até o quarto do meu avô, onde o doutor Eros já está, conversando entre risos com ele.
Meu avô nos olha. — Ravi Ferrari, filho dos Ferrari, que honra é essa de ver um jovem como
você por aqui?
O olhar do doutor Volta para nós também, e eu percebo que o Ravi está calmo, sério, não
demonstrando o seu lado mais humano.
Mas ele responde ao meu avô. — Eu vim ver uma pessoa e soube que você está internado.
Algum problema em me ver, senhor Bório?
Meu avô responde que não, e Ravi se aproxima, troca algumas palavras com ele, mas logo meu
avô volta sua atenção para o doutor. — Doutor Eros, o senhor é casado?
Nossa, meu avô não é nada discreto, fazendo perguntas diretas.
Eros dá um sorrisinho. — Sim, como já disse, sou comprometido, casado, e amo muito estar
nesse relacionamento.
Escuto essa resposta, olhando para o Ravi, e ele olha para o doutor. Me pergunto o que se passa
na cabeça dele ao ver o cara diante dele falar que ama o companheiro com quem está, e se ele
não se sente culpado por estar colaborando com a destruição de um relacionamento de dez anos.
Eu estaria. Nunca imaginei que o Ravi fosse ser tão frio assim. Ele está calmo e sereno ao ouvir a
resposta do Eros. Bom, ele é um mafioso. Por que o Ravi não estaria calmo com tudo isso? Ele
aprendeu a ser frio nos campos de treinamento. Só não imaginava que ele levaria tudo ao pé da
letra. Sinto pena do Eros, que ama muito seu marido.
Os três e eu trocamos mais conversa e o doutor se levanta, despede-se e sai da sala, mas o Ravi o
chama lá fora, e eu também saio. Escuto. — Doutor Eros, posso ver Angelina?
O doutor responde que sim, e ambos me notam, principalmente o Ravi. — Quer dar uma volta
pelo hospital?
Eu digo que sim, pois quero ver o quão frio o Ravi é, e me pergunto se o Eros sabe sobre o Ravi,
marido dele, ou se ele é só um cego no meio do tiroteio. Enfim, como estou curioso, vou junto.
Paramos na ala onde tem crianças, e o Eros entra primeiro, falando com algumas pessoas,
especialmente com uma garotinha. Eu e o Ravi ficamos do lado de fora, olhando pelo vidro.
Resolvo perguntar o que a tal Angelina é para ele. — É sobrinha, filha ou…?
Ele sorri de canto. — É a filha da minha prima. Sempre passo aqui para vê-la, já que a mãe
trabalha muito.
Então, resolvo ser mais direto e faço uma pergunta mais invasiva. — Ontem eu vi você
conversando com o marido do doutor no restaurante.
Ravi mantém a compostura, não demonstrando nenhum momento que está fazendo algo errado.
— É. Eu conheço ambos.
Ravi entra, fala com a criança, fico olhando, e logo ele se despede da criança e sai com o doutor
da sala, caminhando juntos pelo corredor do hospital, falando sobre as condições das crianças
naquele quarto.
Paramos em frente à suposta sala do doutor, e Ravi o encara. — Posso falar rapidinho com você
na sua sala?
Eita que agora fiquei curioso.
Ravi vira para mim. — Se quiser me esperar, logo saio, Antony.
Digo que vou esperar, e ambos entram, mas mantêm a porta entreaberta. Olho de relance, Ravi
senta na cadeira em frente à mesa do doutor, e o Eros senta na cadeira dele, atrás da mesa.
Inicialmente, falam sobre a Angelina, mas logo a conversa toma um rumo inesperado vindo da
boca do Ravi. — Você é muito atraente, doutor Eros. Seu marido é um cara de sorte.
Meu Deus, Ravi, tu não presta.
O doutor se levanta e responde. — Você também é comprometido, então, digo que você tem
sorte em dobro.
Ravi dá um sorrisinho meio safadinho para ele e continua provocando o doutor. — Então você
me acha atraente também, doutor?
Vejo o Eros se inclinar até a cadeira em que Ravi está sentado, apoia-se nos braços da cadeira e
aproxima o rosto dele próximo do Ravi. — Eu não só te acho atraente, te acho um tremendo
gostoso!
Meu Deus, o que eu estou ouvindo. O doutor Eros e o Ravi estão flertando. Meu deus Eros, é
chifre trocado? Você já era assim? Ou está fazendo isso agora por saber da traição, ou você e seu
esposo são esse tipo de pessoas? Estou em choque.
E, Ravi, você é um verdadeiro cafajeste, não perdoa nem os casados.
Eu olho mais para dentro da sala, e os dois se encaram. — Vai ficar só me olhando, doutor?
Eros sorri, e para minha surpresa, eles se beijam, e é um baita beijão. Eu fico ainda mais chocado
com esse triângulo amoroso. Será que o Eros sabe do Ravi com o marido dele, e o marido do
Eros espera esse contra-ataque do Eros?
Essa história gay só fica mais interessante.
O beijo deles cessa, e vejo o Eros sentar novamente na cadeira dele atrás da mesa, e o Ravi vai
até ele. — Percebi que você está animadinho aí embaixo. Quer uma ajuda?
O doutor sorri de canto para ele. — Eu adoraria.
Meu Deus, o Ravi vai mesmo chupar o Eros aqui? Na sala deles? No hospital? Com a porta
entreaberta? Comigo por perto?
Acho tudo muito inusitado, mas confesso que se fosse comigo, eu iria gostar, principalmente por
correr o risco de ser pego. Essa situação deixa tudo ainda mais gostoso.
Não olho muito para dentro da sala, mas é notável que o Ravi está fazendo um oral bem gostoso
no médico, pois dá para ver sua expressão ao ser chupado e meio que consigo ouvir uns gemidos
e a cabeça do Ravi se mexendo enquanto faz o oral.
Caramba, que inveja, queria estar no lugar do doutor. Estou até ficando excitado, Porra.
Alguns minutos depois, por sorte, ninguém passa por aqui, por ser muito cedo, e percebo que
eles terminam.
Pois escuto a voz do Ravi. — Você é uma delícia, Eros. Agora, sempre que der, vou vir aqui para
você me dar mais desse tratamento especial. Me sinto revigorado.
Caramba, Ravi, você é o pior.
Está no meio de dois homens casados.
Escuto o doutor dar umas risadinhas e responde. — Posso dar mais tratamentos se quiser, por
exemplo, umas boas injeções na sua bunda.
Eu não estou ouvindo isso.
Então o Ravi responde. — Por que você não me dá agora? Sinto que estou precisando ou vou
passar mal.
O doutor responde. — Por que não vamos agora para minha casa? Nesse horário, meu esposo já
foi trabalhar. Posso te dar esse tratamento especial lá no meu escritório, na minha casa? O que
acha?
Escuto o Ravi responder. — Já estou ansioso, doutor Ferrari.
Doutor Ferrari? Como ele consegue falar naturalmente o nome do médico sabendo que ele é
casado e tem o mesmo sobrenome que ele? Ravi, você me surpreende.
Ambos saem, e eu finjo mexer no celular, fingindo que nada vi, e eles agem como se nada
tivesse acontecido.
Vamos rumo à saída, nos despedimos, e os vejo entrar no carro do próprio Ravi, seguindo rumo à
possível casa do doutor.
Caramba, que tipo de triângulo e chifres são esses que esses três estão dando e levando um do
outro? Sem contar que o mais chifrado é o cara comprometido com o Ravi. Ou será que ele sabe
que o Ravi se aventura assim à noite?
Enfim, estou chocado.
Mas, logo a reunião das máfias chega, e talvez o Ravi leve o cara que ele está na reunião. E vou
ver que tipo de cara ele gosta e mete chifres.
Capítulo 117
Eros

Eu compreendo o que o Antony tentou fazer e aprecio, mas mantenho meu olhar sobre ele,
enfim. Aposto que alugamos um tríplex na cabeça dele, e ele deve estar até agora se perguntando
que tipo de triângulo amoroso nós somos, que tipo de mafioso o Ravi é, e que tipo de vida de
casados eu e o Miguel levamos.
Mas assim que nos reencontrarmos, na reunião das máfias, ele entenderá tudo, e tentarei me
desculpar por tê-lo deixado maluco. Isso é claro, se ele não surtar ou não fizer nada, tipo se atirar
para cima do nosso Ravi. Aí eu não vou me desculpar. Mas é isso, nós três embarcamos em tudo,
nunca estamos no tédio, e nosso espírito nível quinta série é tão forte quanto o nosso amor.
Ravi

Eu não consigo acreditar no que fizemos. Na verdade, eu acredito sim, porque com o Miguel e o
Eros não tem tempo ruim, e eles sempre combinam situações assim e eu vou na onda, porque é
só aventura, ah como amo estar com eles.
Após toda a situação com o Antony, voltamos para casa onde o Miguel nos esperava e sentamos
para o café, no qual comentamos tudo que aconteceu desde o momento que o Eros sacou sobre o
Antony no hospital, qual era o mesmo Antony, meu colega mafioso e até a ideia de ambos, meio
que deixando nas entrelinhas que não eram dois, e sim três, que nós somos um trisal, mas Antony
ou qualquer outra pessoa estão acostumadas verem apenas casais, e não trisais.
O tempo passa, a noite chega e esta noite estamos os três em casa, na banheira, desfrutando de
um bom vinho enquanto nos beijamos e nos acariciamos, ah eu amo cada momento com eles, me
sinto nas nuvens, pois o nosso amor é intenso, é como eu sempre imaginei, de tirar o fôlego.
Saímos da banheira, nos enxugamos um pouco e vamos rumo à cama e pego logo o lubrificante,
pois hoje à noite o Miguel diz estar doido para sentir nós dois.
Chego no meu amor, o beijo, e depois o encaro. — Vamos fazer amor, os três.
Miguel passa o braço em volta dos nossos ombros e nos encara.

Miguel

Essa noite, desejo sentir a presença deles de uma maneira única, quero experimentar o amor de
uma forma diferente, quero vivenciar o que Eros sentiu ao nos ter dentro dele.
Passo meus braços em volta de seus ombros, envolvendo seus pescoços, e mergulho meus olhos
nos deles. — O que sinto por vocês é indescritível. As palavras não bastam para expressar o
tamanho desse amor. Conosco, não há barreiras, enfrentamos tudo juntos, e a confiança mútua é
o alicerce que nos mantém unidos até hoje, após uma década. Desejo que isso perdure para
sempre, por favor, nunca desistam de nós, nem por nada nem por ninguém. Quero amá-los até o
fim dos meus dias.
Ao terminar, sou envolvido por um beijo triplo, e sinto a intensidade de suas línguas, o calor de
seus corpos, suas respirações entrelaçadas. É como se meu coração estivesse prestes a explodir
de felicidade.
Sou grato por Ravi ter se apaixonado por mim, por todas as brincadeiras, e por ter encontrado
Eros sentado em meu lugar preferido. Sou grato por Ravi ter gostado de Eros da mesma forma
que eu, por termos nos beijado em nosso antigo dormitório, por Eros ter pedido nós em namoro e
por termos aceitado, abrindo nossos corações um para o outro. Juntos, percorremos um longo
caminho, e hoje estou aqui, entregando-me aos meus dois grandes amores, de corpo e alma.
Nós estamos deitados na cama, em círculo. Começo a chupar o Eros, ele chupa o Ravi e o Ravi
me chupa. Ele me prepara com o auxílio do lubrificante, inserindo os dedos, e juntos gememos,
entregando-nos ao prazer de dar e receber prazer de forma igual e intensa entre nós três.
Intensifico as chupadas na pica do Eros, fazendo garganta profunda, lambendo suas bolas, e
circulando o ânus com minha língua. Tivemos todo o cuidado de nos limparmos bem antes de
virmos para a cama, e eu quero me deliciar chupando todo esse cuzinho. Enquanto isso, o Eros
faz o mesmo com o Ravi, e o Ravi comigo. É incrível, que prazer, que vida maravilhosa nós
temos.
Permanecemos assim por um tempo, e o Eros goza em minha boca; engulo tudo. Logo em
seguida, o Ravi também alcança o clímax, e o Eros engole tudo, enquanto eu acompanho, e o
Ravi ingere cada gota do meu pau.
Levantamos, e o Ravi vem para cima de mim, deitando-se sobre meu corpo. Ele distribui beijos
pelo meu pescoço e sinto seu pau me penetrando. Deliro, gemendo, enquanto o Eros se posiciona
atrás do Ravi e o penetra também. Após alguns minutos, estamos os três conectados, em um
ritmo só, movendo-nos juntos e entregando-nos a esse prazer.
Com o Ravi no meio, me fodendo, o Eros por cima, penetrando o Ravi, e o Ravi me penetrando.
Após minutos de intenso prazer, paramos, e o Eros e o Ravi trocam de lugares. O Eros me
penetra, enquanto o Ravi faz o mesmo com ele. Juntos, retornamos a esse ritmo de amor a três,
entregando-nos a esse momento.
Minutos depois, ambos atingem o clímax, eu também. Trocamos beijos triplos, e o Ravi se deita
na cama. Eu me deito sobre ele de costas, e ele me penetra.
O Eros se posiciona por cima, e gradualmente, ele começa a inserir seu pênis em meu ânus.
Caraca, agora sei como o Eros se sentiu quando, ambos invadimos todo o seu ser. Uma dor
mesclada com prazer.
O Ravi gentilmente vira meu rosto, e nos beijamos novamente. Seus dedos acariciam meus
mamilos, puxam, e aos poucos, suas mãos deslizam, explorando meu corpo, meu abdômen,
enquanto eu me controlo e aguento o Eros penetrar completamente dentro de mim. — Ah,
caramba, entrou? — Pergunto, controlando minha respiração.
O Eros confirma, e permanecemos assim por um tempo, até que eu me acostume com essas duas
picas no meu cu.
Então, em pouco tempo, o Eros começa a controlar as estocadas de cima, e juntos começamos a
sentir prazer. Inicialmente, sinto dor, mas à medida que suas picas continuam dentro de mim, o
prazer toma conta de todo o meu corpo, e eu só escuto minha voz gemendo, enquanto ambos
sussurram o quanto sou gostoso e que me amam.
Olho para o Eros e contemplo sua expressão de prazer enquanto o ouço sussurrar. — Olha só,
Ravi, nosso CEO ciumento se entregando completamente. Estamos realizando o sonho desse cu
guloso que sempre quis sentir nossas Picas dentro dele.
Ravi sussurra em meu ouvido. — Eu sempre soube que ele desejava isso, só tinha vergonha de
pedir. Mas agora vamos fazê-lo sentir isso sempre que quisermos.
Eu apenas gemo, porque está incrível, e eles têm razão, sempre quis isso.
Passamos um tempo assim, até que o Eros e o Ravi trocam de lugar novamente, e o Ravi assume
o controle do ritmo, bombeando dentro de mim, e eu perco completamente a noção da realidade.
Sinto que estou prestes a gozar, e o Ravi começa a me estimular, e juntos atingimos o ápice do
prazer.
Ambos se retiram de dentro de mim, deixando-me no meio da cama. Nos beijamos, nos
acariciamos, e eles se concentram mais em mim do que eu neles, pois sinto a falta de suas partes
íntimas no espaço que criaram em mim. Em meio às carícias, trocamos juras de amor.
Eros se levanta da cama, desce para pegar algo para nós beliscarmos na banheira enquanto
conversamos e desfrutamos de algumas boas cervejas.
Ao tentar me levantar, Ravi não permite e me carrega, deixando-me envergonhado. — Agora sei
como o Eros se sentiu quando o carreguei no dia em que fizemos isso.
Ravi sorri. — Ele gosta de se sentir um príncipe.
Eros entra bem na hora, sorrindo. — Eu sou a putinha príncipe de vocês. Claro que gosto de ser
mimado.
Entramos na banheira ao som de uma música romântica, jogando conversa fora e rindo de tudo
que fizemos.
Em meio às conversas, Ravi reforça mais uma vez algo para nós. — Daqui a alguns dias, teremos
a reunião da máfia. Vocês estão comigo nessa?
Eros e eu apoiamos o ombro do nosso mafioso, e ele fala primeiro. — Sim, sempre sim para
vocês. Adoro ser seu amado, amante, confidente, artigo de luxo, troféu, sua conquista e tudo para
ambos.
Eu os encaro também. — Estou ansioso para estar ao seu lado. — Paro e o beijo na boca antes de
continuar. — Como um de seus maridos, como seu troféu nessa reunião.
Ravi passa seus braços envolta de nossas cinturas. — Desde que pus os olhos em vocês dois,
sempre soube que seriam meus!
Assim, nós nos entregamos aos beijos, ansiosos para essa reunião e curiosos para ver a expressão
do Antony e dos demais. Mas espero que o tal Antony encontre outro cara para amar, pois esse
mafioso aqui é nosso!
Capítulo 118
Eros

O tão aguardado dia da reunião das máfias finalmente chega.


Começa às 18 horas e cá estamos nós três, nos arrumando, e é o próprio Miguel quem sempre
nos veste. Ele gosta de cuidar dessa parte das roupas e sempre procura manter nosso guarda-
roupa com as melhores peças. Nosso closet é enorme e quase sempre compartilhamos as roupas
uns dos outros. A diferença é que, dependendo do tecido, o Ravi não consegue usar as minhas e
as roupas do Miguel, pois ele é mais musculoso, principalmente naqueles braços maravilhosos
que ele tem, assim como todo o resto do corpo, de dentro para fora.
Mas há roupas nossas que entram nele perfeitamente e não temos essa frescura de "o que é meu,
é meu"; é tudo nosso, e gostamos disso.
Parando para pensar, desde que começamos a namorar, quando menos imaginávamos, já
estávamos usando a roupa um do outro sem nem pedir permissão, e foi tudo automático.
Nenhum de nós ligou ou bateu o pé.
Particularmente, gosto disso; ver minha roupa no corpo deles me seduz.
E acontece a mesma coisa quando faço isso.
Se um deles me vê usando algo deles, logo me ataca, falando que estou provocando.
Lembro da primeira vez que isso aconteceu no nosso dormitório no ensino médio. Certa vez,
estava com pressa e peguei uma roupa de cima do Ravi, torcendo para ele não ficar chateado. Era
porque eu precisava levar minhas roupas na lavanderia da escola e acabei esquecendo, então tive
que pegar uma de um dos meus namorados.
Confesso que fiquei com medo da cara feia que o Ravi faria, mas fui até ele mesmo assim.
Naquele dia, ele estava jogando futsal com outros caras, e entrei na quadra e acenei para ele
enquanto corria atrás da bola.
Ele chutou a bola e parou para me olhar, e eu logo pensei: "putz, vai dar ruim". Então me virei
para voltar para o dormitório e trocar de roupa, mas ele pediu para ser substituído e veio até mim
antes que eu saísse da quadra. — Espera, Eros.
Eu me mantive de costas, estava com vergonha, nunca tinha ficado assim com eles, ainda mais
naquela situação em que transávamos horrores. — Eu peguei sua roupa emprestada rapidinho,
para levar as minhas outras roupas para lavar, mas vou devolver a sua limpa. Foi mal. — Me
mantenho de costas.
Mas ele chega por trás, encosta bem em mim, e sinto sua respiração no meu pescoço, o cheiro do
seu suor, e ele encosta ainda mais em mim, principalmente sua região íntima. O calção fino
deixava tudo ainda mais evidente, então ele chega com o rosto pertinho do meu ouvido. — Tá
sentindo o meu Pau duro, hein…?
Como eu não estaria sentindo? Estava quase entrando no meu no meu cu. — Sim.
Ele sussurra novamente. — Você veio até aqui me seduzir, então agora você que me aguente,
porque estou doido para te foder.
O Ravi me puxa pela mão e me leva para o vestiário, tranca a porta, tira a roupa, começamos a
nos beijar, e ele desce minha calça, deixando-me só com a roupa de cima. — Estou com mó
tesão em ti, Eros. Te ver com a minha roupa despertou algo em mim que nem sabia que tinha.
Ele me encosta na parede, apoio-me nela com os braços, e ele puxa meu quadril, fazendo-me
ficar o máximo possível empinadinho para ele. — Agora vou meter pica nesse teu cuzinho. Você
me deixa loucão.
Após dizer isso, ele começa a esfregar o cacete dele na minha bunda, me deixando tão excitado
quanto ele. — Me quer, Eros? Tá sentindo o quanto você me deixa duro? Você quer ser fudido?
Hein? Sente só como você deixa a minha pica. — Ele fala enquanto esfrega o pau bem gostoso
na minha bunda, e eu vou pirando ainda mais ao sentir como eu o deixo.
Logo, já que o deixo assim, excitado, vou falar de um jeito sedutor, que o deixaria ainda mais
louco. Mexo o meu quadril no Pau dele para provocá-lo. — Ah, entra em mim com tudo. Usa e
abusa desse cuzinho, me faça sua putinha.
Ele segura com mais firmeza no meu quadril. — CARALHO, Porra… é isso que eu gosto de
ouvir. Você só me atiça. Eu adoro ter uma putinha para foder.
O Ravi segura o pau dele e começa a pincelar a cabeça de sua rola na minha entrada, e eu me
mantenho apoiado na parede com a bunda empinadinha do jeito que o deixa louco. E ainda mexo
o quadril para ele entender que estou desesperado por sua pica. — Anda, amor. Me fode!
Então eu sinto. — Toma! — Ele mete toda rola dele no meu cuzinho, e eu levo a mão na boca
para conter o grito e a dor. — DELÍCIA… agora me soca com pressão.
O Ravi começa a bombear essa Pica enorme dentro de mim, e eu vou gemendo baixinho e
gostoso para não ser ouvido do lado de fora, e ele geme baixinho também, me fodendo com
pressão, sem dor ou piedade. Sinto ele ir fundo e rápido.
Sem tirar a pîcä do meu cu, ele me puxa pelos cabelos, me gira e me faz apoiar no banco do
vestiário com uma mão, enquanto meu outro braço é puxado para trás e ele continua a bombear
dentro de mim. Como o banco é baixo, eu fico ainda mais empinadinho para ele, numa excelente
posição, quase que de quatro. — Que cuzinho gostoso do Caralho… Porra, você me aperta tanto,
além de ser quente do jeito que a minha pica gosta, e você ainda mexe o quadril para me
provocar ainda mais. — Ele bate na minha bunda e mantém o ritmo das estocadas.
Olho para trás com uma expressão de prazer intensa. — Está gostoso foder a tua putinha?
Hein…? — Vejo-o revirando os olhos de prazer. — É uma maravilha ter uma putinha no meu
quarto para foder gostoso sempre que sou provocado ou quando sentimos vontade. — Ele
aumenta ainda mais o ritmo das estocadas no meu cu e gozamos.
Ainda com a pîcä no meu cu, Ravi me puxa e me abraça, gira meu rosto e me beija, e eu retribuo.
Ele sussurra entre os beijos. — Você é mais que uma putinha para mim, é um dos caras que eu
amo, meu namorado. Não esqueça!
Capítulo 119
Eros

E teve aquela outra situação com o Miguel, onde certa noite haveria um baile na escola. O Ravi
já tinha ido na frente, pois estava ajudando com as músicas, e eu ainda estava no quarto me
arrumando. O Miguel disse que não iria porque tinha algo muito sério para estudar, tudo bem,
não discutimos sobre isso.
Nessa noite, ele até me emprestou uma camisa social branca dele.
Sai do banheiro apenas de toalha, ele estava na sua mesa de estudos e me olhou de canto de olho,
e eu notei, mas juro que não estava tentando provocá-lo nem nada, eu queria me arrumar o mais
rápido possível e sair do quarto.
Então peguei as roupas e fui para o banheiro, mantendo a porta entreaberta.
Vesti minha roupa íntima e a camisa social, mas como nunca fui de me vestir assim, não estava
conseguindo dobrar as mangas. O Miguel é maior que eu, então eu estava me virando nos trinta
no banheiro. Girei meu rosto para o lado e o vi me encarando de braços cruzados na porta do
banheiro. — Precisa de ajuda?
Soltei um leve sorrisinho. — Estou quase indo pelado para essa festa.
Ele me chamou para fora do banheiro, e eu fui.
Parei no meio do quarto, e ele sentou na minha cama, apoiando-se inclinado para trás com as
mãos, e deixou as pernas dele separadas enquanto me encarava. Dessa vez, era ele quem estava
me seduzindo. — Sabe, você me atiça usando uma roupa minha. Fiquei até de pau duro. Não
quer vir aqui quicar GOSTOSO em mim antes de ir? — Ele disse isso e começou a abrir o zíper
da calça, expondo a sua ereção.
Vi o pau dele duro, e sabendo que fui o causador, também me atiçou.
Tento desabotoar a camisa, mas ele me impede. — Não tira, deixa assim, tô gostando da visão.
Tira só a cueca. — Assim faço.
Me aproximo dele dando um sorriso safado, e sento de frente para ele. Miguel me envolve com
seus braços na minha cintura, mantenho meu olhar nele, e iniciamos um beijo. Me pego ficando
de joelhos na cama, e sinto ele segurar em seu pau, começando a roçar a cabeça da sua rola na
minha entrada e sussurrando entre beijos. — Senta de uma vez em mim, vai minha putinha.
Quica gostoso no teu namorado.
Intensificamos os beijos e assim eu faço, porque estou tão louco de tesão quanto ele, e sento de
uma só vez nessa pîcä, soltando gemidos. — Agh. — Miguel geme também com a minha
sentada. — Caralho, que delícia. Eu estava precisando disso. Agora, começa a mexer esse
quadril gostoso vai…!
Apoio meus braços no ombro dele, mantemos os beijos e começo a cavalgar nele, fazendo-o
ficar tão louco quanto eu, o fazendo esquecer qualquer estresse que sente ao mergulhar de cabeça
nos estudos. — A tua putinha tá conseguindo te ajudar?
Miguel me olha nos olhos todo gamado por mim, enquanto quico nele. — Você não faz ideia do
quanto você me deixa louco por você. — Então ele segura firme na minha bunda, abre bem as
minhas nádegas e mete fundo e mais rápido em mim. — Geme pra mim, minha putinha. —
Assim eu faço.
E posso ver em sua expressão o quanto ele adora, o quanto ele e o Ravi adoram me chamar
assim, e eu nem ligo. Isso me enlouquece tanto quanto eles, porque eu os chamo de coisas piores
na cama quando sou eu arrombando seus cus, na cama, no sexo. Palavras assim nos deixam mais
excitados e eu adoro, nós adoramos.
Miguel continua indo mais fundo no meu cu, e eu apenas acompanho as estocadas gemendo no
seu pau e o escuto falar enquanto goza dentro de mim. — Não esqueça que além de ser a minha
putinha, você também é meu namorado, então vem me fuder também. Tô doido pra levar pîcä.
— Assim faço.
E hoje, no presente, não é muito diferente. Meia hora atrás, ambos me viram com roupas e itens
deles enquanto eu escolhia qual roupa usar, e logo ambos ficaram excitados e me foderam ali
mesmo, no closet.
Mas logo tivemos que parar, pois poderíamos nos atrasar.
Miguel, meticuloso como sempre, escolheu nossas roupas, acessórios e sapatos que combinaram
perfeitamente, criando looks impecáveis. O closet é amplo, repleto de peças de grifes luxuosas,
cada uma cuidadosamente organizada. A iluminação indireta realça o ambiente elegante e
contemporâneo.
Enquanto observo Miguel percorrer o closet, seus olhos se fixam nas peças que irão compor o
visual imponente de Ravi, o Ferrari poderoso e elegante. Ravi, com seu porte de mafioso e suas
tatuagens que contam histórias de sua vida na máfia, parece ter saído diretamente de um filme de
gângsteres.
Miguel seleciona cuidadosamente cada item, escolhendo camisas de cortes que destacam os
músculos definidos de Ravi. As cores escuras, como o preto e o cinza, realçam sua presença
intimidadora, enquanto os detalhes sutis adicionam um toque de sofisticação ao seu visual.
Olhando para Ravi com um tom de voz sutilmente sedutor, Miguel leva a peça até ele.
— Ravi meu amor, este terno da Hugo Boss vai realçar sua autoridade e charme mafioso.
Ravi, com um sorriso de satisfação, assente em aprovação, confiante em seu estilo marcante.
Passando para as camisas, Miguel opta por peças de marcas luxuosas e reconhecidas no mundo
da moda.
Com um olhar de cumplicidade, Miguel entrega a camisa, piscando.
— Esta camisa da Ralph Lauren é perfeita para você, amor. Vai destacar seus ombros largos e
seu estilo distinto.
Quando se trata das calças, Miguel escolhe um par de calças de alfaiataria que se ajustam
perfeitamente aos contornos do corpo atlético de Ravi.
— Estas calças da Emporio Armani são impecáveis. O caimento vai ressaltar sua elegância
natural e sua presença marcante.
Para os acessórios, Miguel seleciona um cinto de couro italiano da Prada. — Esse cinto aqui é
excelente para nos prender pelo pulso, assim como nos dar uma boa cintada se sairmos da linha.
— Miguel estala o cinto em suas mãos.
Ravi pega o cinto da mão de Miguel dando um sorriso largo e malicioso. — Vou adorar
disciplinar vocês caso saiam da linha.
Eu me aproximo de Ravi, o abraço por trás, deslizo minhas mãos pelos seus peitorais malhados.
— O que eu tenho que fazer para ser punido? Qual é o limite para eu ser castigado?
Ravi e Miguel sorriem e logo me afasto, antes que eu seja fudido de novo.
Em seguida, Miguel escolhe um relógio Rolex e sapatos de couro italiano da Salvatore
Ferragamo. — Com esses detalhes, seu visual vai transmitir ainda mais poder e classe, Ravi.
É notável a satisfação de Miguel com suas escolhas para Ravi.
Ao vestir as peças selecionadas, Ravi se observa no espelho, admirando a imagem de confiança e
autoridade que reflete de volta para ele.
Ravi então fala com uma voz firme e determinada. — Você sempre sabe exatamente o que fazer,
Miguel, sabe como gosto de me vestir e me sentir poderoso.
Miguel chega por trás dele, o envolve de forma sedutora, tocando com uma mão em seu peitoral
e outra no pau de Ravi, apertando. — Eu conheço os machos que eu tenho.
E ambos se beijam de forma sexy e sedutora, enquanto eu fico doidão com essa cena, mas me
controlo ou vamos transar de novo.
Capítulo 120
Eros

Ao apoiar o término com o Ravi, Miguel decide escolher algo para ele. Já sinto que o estilo do
Miguel é algo sedutor, uma fusão entre o poder de um CEO e a aura dominadora de um mafioso.
Ele caminha pelo closet com uma confiança palpável, examinando cada peça com precisão e
cuidado, como se estivesse analisando um negócio de alto escalão.
Seus olhos claros percorrem as prateleiras, avaliando as camisas, calças e blazers com uma
atenção meticulosa. Ele sabe exatamente o que quer, e sua escolha é sempre impecável,
refletindo sua personalidade forte e determinada.
Ao escolher as camisas, Miguel opta por cortes elegantes e cores sóbrias, que transmitem
autoridade e sofisticação. Ele não se contenta com nada menos do que o melhor, e suas escolhas
refletem sua busca implacável pela perfeição. Nomes como Armani, Hugo Boss e Tom Ford
estão entre suas escolhas, garantindo qualidade e estilo.
Quando se trata das calças e blazers, Miguel prefere peças que exalam poder e controle. Ele não
tem medo de se destacar e opta por cores e cortes que realçam sua presença dominadora. Itens de
grifes renomadas, como Versace, Gucci e Dolce & Gabbana, encontram espaço em suas mãos
habilidosas.
Os acessórios são escolhidos com o mesmo cuidado e precisão. Miguel sabe que os detalhes
fazem toda a diferença e seleciona relógios, cintos e sapatos que complementam seu estilo único.
Um Rolex luxuoso adorna seu pulso, enquanto sapatos da Salvatore Ferragamo completam o
visual, evidenciando o gosto refinado e a atenção aos detalhes.
Seu olhar é penetrante, cheio de determinação e confiança. Ele sabe que sua imagem é uma
extensão de sua personalidade e não deixa nada ao acaso. Cada escolha, cada marca, é
cuidadosamente calculada para transmitir a mensagem certa.
Ao finalizar seu look, Miguel exala uma aura de poder e autoridade. Sua presença é imponente,
sua postura firme e sua determinação inabalável. Ele não apenas veste as roupas; ele as domina,
transformando cada peça em uma declaração de sua força e determinação.
Eu apenas fico olhando com admiração o quanto esse homem saiu do visual de metaleiro, meio
roqueiro do ensino médio para um CEO elegante que sabe como se vestir e cativar olhares. Ele é
incrível.
Após terminar de compor seu visual, Miguel me olha de forma sedutora, já imaginando o estilo
que eu gosto.
Miguel percorre o closet novamente, seus olhos se fixam nas peças que irão compor meu visual.
Ele sabe que gosto de um estilo mais descontraído, uma mistura do seu próprio estilo elegante
com a atitude de Ravi.
Com cuidado meticuloso, Miguel seleciona camisas de tecidos leves e cores vibrantes,
escolhendo grifes renomadas como Ralph Lauren e Hugo Boss. As estampas sutis acrescentam
um toque de originalidade ao meu visual, enquanto os cortes modernos garantem um ajuste
perfeito.
Optando por calças jeans de lavagem despojada e cortes contemporâneos, Miguel equilibra
elegância e informalidade, escolhendo marcas como Diesel e Calvin Klein, criando um look que
se adapta ao meu estilo de vida agitado e dinâmico. Os detalhes sutis, como rasgos discretos e
costuras diferenciadas, adicionam um toque de personalidade ao visual. — Eros, meu deus do
amor, você é o de aparência mais jovem de nós dois. Tenho certeza que essas roupas irão realçar
ainda mais sua elegância e beleza.
Ao escolher acessórios, Miguel busca peças que complementem meu estilo descontraído. Um par
de tênis da Nike, por exemplo. — Você vai gostar de usar isso aqui, comprei já sabendo do seu
gosto. — Pego.
Ele me lança um olhar sedutor e pega um relógio esportivo da Tag Heuer, conferindo um toque
moderno e urbano ao meu visual. Vem na minha direção e coloca no meu pulso, me fitando. —
Tenho certeza de que os meus maridos serão os mais elegantes e atraentes daquele lugar, pois
amo o estilo de vocês, ficam absurdamente sexy.
Ainda segurando meu pulso, ele pega uma pulseira de couro de grife como Montblanc,
adicionando um toque de sofisticação discreta. — Cada detalhe conta. — Ele diz.
Observo as peças selecionadas por Miguel e sinto-me imediatamente confortável e confiante. Os
detalhes do meu visual refletem minha personalidade única e meu estilo de vida ativo. Graças ao
olhar perspicaz de Miguel, estou confortável e elegante para aparecer nesse encontro de máfias
como marido deles. — Gostou, amor? — Eu o beijo para que ele entenda que sim, e em seguida,
seu sorriso é a confirmação de que ele entendeu que eu gostei.
Ravi pega uma caixa aveludada preta que eu vi na vitrine mais cedo, mas não perguntei e nem
abri para ver o que era, e acho que nem o Miguel. Já sabemos que é algo do próprio Ravi,
querendo atiçar nossa curiosidade, mas nos contivemos dessa vez e preferimos esperar a grande
hora, que é agora.
Ele nos lança um sorriso sedutor e vem em nossa direção. — Vocês sempre foram meus, e agora,
meus esposos e membros da minha família. Agora, ambos são Ferrari, o que significa que
precisam de algo que deixará ainda mais claro que são meus companheiros e membros oficiais
da minha família.
Ravi abre a caixa e nos revela três broches de tridente, símbolo da família Ferrari. Eu já vi Ravi,
seus pais e irmãs usando os broches que indicam quem são.

Eu e Miguel podíamos usar sem sermos oficialmente casados, mas isso revelaria ao público que
tínhamos um relacionamento. Por questão de não sermos perturbados pela mídia ou outras
pessoas desse meio mafioso enquanto estudávamos, era melhor que pessoas desinformadas de
nossas vidas pessoais pensassem que éramos apenas amigos. Como estudávamos em continentes
diferentes, ninguém sabia quem éramos, pelo menos o Miguel e o Ravi. Eu era apenas o
namorado deles, um estudante de medicina, não da alta sociedade como eles.
Agora, as coisas são diferentes. Sou um doutor cirurgião, fiz e faço meu nome, e hoje,
oficialmente, todos saberão sobre nós três, sobre meus MARIDOS, e isso marca a minha entrada
na alta sociedade.
Miguel nos encara enquanto coloca os broches em nós. — Vocês estão tão sexys.
Olho nos olhos dele e levo minha mão no meio das pernas dele. — Está de pau duro, seu safado.
Ravi também comenta. — Estou achando que quem vai exibir nós será você, e não eu exibindo
vocês como meus maridos. Apesar de que dará no mesmo.
Olho para ele. — O mafioso aqui é você. Sua influência pegou de jeito no Miguel, e ele age igual
a você.
Miguel responde. — E eu estou adorando ter um pouco de cada um de vocês.
Terminamos de nos arrumar, nos beijamos e entramos no carro, rumo ao local da reunião
mafiosa.
Capítulo 121
Ravi

Tenho um carro de família exclusivo para momentos como este, uma limusine negra que exala
poder e status. Cada detalhe do veículo transmite a aura dos Ferrari, desde o brasão tridente da
família no capô até o interior luxuoso. Os bancos de couro macio, as luzes ambientes suaves e o
sistema de entretenimento de última geração criam um ambiente de conforto e elegância
enquanto percorremos as ruas rumo ao hotel onde será a reunião da máfia.
Ao longo do trajeto, abro uma garrafa de champanhe, um gesto que destaca ainda mais nossa
posição de destaque. O líquido dourado borbulha com efervescência, prenunciando o sucesso e a
influência que esperamos alcançar durante o evento.
Enchemos nossas taças e brindamos ao nosso amor, à nossa cumplicidade, e a tudo que
enfrentamos e enfrentaremos daqui em diante.
Assim que saímos do carro, os broches da família Ferrari, um tridente, irão brilhar diante dos
olhos de todos presentes, proclamando nossa presença e importância. Tenho certeza de que
seremos o foco das atenções, não apenas durante a reunião, mas também nos círculos da máfia
dali em diante. Antes mesmo de entrarmos no hotel, já me sinto como se fosse o rei do mundo.
Mas nem sempre tive essa confiança, especialmente no início do nosso relacionamento. No
entanto, considero-me um cara de sorte. Além de nascer numa época favorável, tenho pais gays
INCRÍVEIS e duas irmãs maRavilhosas que estão tão realizadas quanto eu. Desde o ensino
médio, carrego comigo o sol e a lua, símbolos dos meus objetivos, como combustível para
continuar sendo quem sou e me aprimorar cada vez mais.
Miguel e Eros desempenharam papéis essenciais nessa jornada. Eles nunca me julgaram, nem
brigamos sobre o que me tornei. Pelo contrário, tive o incentivo deles para ir além dos limites
que meus pais alcançaram. Porém, sempre com cautela, pois sou uma pessoa cautelosa. Gosto de
analisar minhas jogadas cuidadosamente e evito agir por impulso.
As únicas duas coisas que fiz por impulso e não me arrependo nem um pouco foram me envolver
nesse relacionamento com meus dois COMPANHEIROS.
Lembro da época em que, em menos de três dias de internato, já estávamos nos envolvendo
firmemente, como se tivéssemos um relacionamento de longa data, e não tínhamos um pingo de
vergonha em transar.
Naquele tempo, eu era inseguro; verdadeiramente me apaixonei por ambos, e, sem perceber, já
estava falando do fundo do meu coração que os amava.
O problema residia na minha concepção equivocada de que o nosso relacionamento seria em
formato de "V" invertido, um triângulo amoroso. Eu acreditava que Miguel gostaria apenas de
Eros e não nutria sentimentos por mim. Ao mesmo tempo, eu estava intensamente apaixonado
pelos dois. Confesso que também tinha receios de que Eros pudesse preferir mais o Miguel do
que a mim.
Naquela fase da minha vida, já levava uma existência distinta por ser filho de pais mafiosos.
Contudo, ao me envolver emocionalmente com esses dois, percebi-me inseguro, sem confiança e
frágil. Era um sentimento inédito para mim, e eu temia que eles me vissem como um
aproveitador, alguém que se intrometeu em suas vidas apenas para satisfazer os meus próprios
desejos.
Então, coloquei na minha cabeça que os conquistaria, que faria com que me amassem. E foi o
que fiz, e continuo fazendo, mesmo sabendo, com plena certeza, que hoje ambos me amam. No
entanto, nunca vou parar de impressioná-los, de fazer coisas por eles sempre que a oportunidade
surgir. Buscarei fisgar seus corações para que fiquem cada vez mais enlouquecidos por mim. E
eles fazem o mesmo por mim, sempre fizeram.
Recordo-me da época do ensino médio em que percebia e sentia que Eros realmente me amava e
me ama tanto quanto eu amava e amo o Miguel e eles se amavam e continuam se amando.
Contudo, ainda estava inseguro quanto a Miguel. Ele não demonstrava tanto afeto por mim como
demonstrava por Eros. Eu desejava que ele me visse de um jeito mais carinhoso, que tivéssemos
momentos a sós repletos de amor. Queria compartilhar instantes assim com ele, da mesma forma
que Miguel e eu tínhamos com o Eros individualmente.
No entanto, parecia que isso não aconteceria. Essa situação me afastou um pouco de Miguel
naquela época, pois estava pensando em muitas besteiras e acreditava que nunca teria seu
coração por completo. Eu não desejava um triângulo amoroso; queria um triângulo fechado, um
trisal, em que todos nós nos amássemos na mesma proporção e intensidade.
Certo dia, num domingo bem cedo, acordei antes de ambos e os vi dormindo tranquilamente na
mesma cama, sem me chamar. Fiquei triste, não com Eros, mas porque Miguel parecia nunca me
ver da forma que eu desejava. Isso ainda estava antes da época em que planejávamos sair no
feriado para conhecer os pais de Eros, bem no início do nosso relacionamento. Deve ter sido por
volta de um mês que estávamos juntos, mas eu já me sentia desesperado por dentro. Para não os
acordar, entrei rapidamente no banheiro, fiz o que precisava fazer e saí do quarto. Queria ficar
sozinho, talvez até chorar.
Lembro-me de que estava tão mal que mal percebi para onde meus pés estavam me levando.
Quando dei por mim, estava atrás da quadra, sentado em um canto onde a câmera não
conseguiria me capturar. Fiquei ali, contemplando. Era bem cedo, ninguém mais havia acordado;
eu devia ser o único louco de pé às 4 horas da manhã.
Até então, tudo estava mal comigo, e eu planejava ficar ali, refletindo sobre se valeria a pena
continuar naquele relacionamento. Foi então que ouvi uma voz familiar. — O que você faz aqui,
amor?
Meu coração disparou tanto que parecia prestes a sair pela boca quando Miguel me chamou de
amor. Olhei para ele, tentando dissipar a expressão de tristeza que assolava meu coração. — Eu
queria pensar.
Miguel se aproximou, sentou ao meu lado, fitando-me. — Aconteceu alguma coisa?
É claro que aconteceu algo, Miguel, nós três, mas não do jeito que eu desejo. Eu te quero por
completo, Miguelzinho, mas será que você me quer assim também? Era o que eu pensava.
O encarei e decidi abrir meu coração. — Vim aqui para pensar sobre o nosso relacionamento, me
questionar se nós três nos amamos de fato e se isso vai dar certo, e se ambos vão me amar como
eu os amo.
Miguel me interrompe, e posso ver uma expressão aflita nele. — Espera, você não está cogitando
nos deixar, né? — Ele fechou a cara, e pude sentir a raiva em seus olhos.
Respondi com sinceridade, pois não sabia se Miguel gostava de mim da mesma forma que eu o
amava. — Talvez.
A expressão de Miguel mudou para tristeza. — Você não ouse. — Vê-lo fazer essa cara partiu
meu coração. Não queria ver nenhum dos dois tristes.
— Ah, Ravi, para com essa onda, cara. O que você pensa que está fazendo? — Eros gritou.
Nós dois o encaramos. — Você também veio? — Perguntei surpreso.
Eros cruzou os braços com um semblante irritado. — Olha, Ravi, eu não sei qual é a tua, me
explica!?
Eu o encaro meio sério, mas preciso continuar me abrindo, agora para ambos. Vejo Miguel ainda
com uma expressão triste e séria. — Por que vocês dormiram só os dois na cama ontem? Não me
chamaram. Vocês me excluíram.
Eros começa a fingir gargalhadas, e Miguel continua me encarando. — Espera, você acha que
estamos te excluindo do nosso trisal? Não seria você que andou distante do Miguel?
Levanto-me espantado, pois em parte sim, mas eu não queria isso. — É porque pensei que o
Miguel não me queria da mesma forma que te quer e deseja, Eros. Então, eu não queria forçar
nada.
Miguel me olha nos olhos ao se levantar com raiva. — Espera, você acha que eu gosto mais do
Eros do que de ambos igualmente?
Eros se manifesta com semblante irritado. — Para sua informação, Ravi, o Miguel percebeu que
você andou distante dele. Ontem à noite, você foi dormir mais cedo, e o Miguel deitou ao meu
lado para conversar sobre o que estava acontecendo. De repente, esse idiota aqui começou a
chorar, e eu perguntei o porquê. Ele disse que estava achando que você não gostava dele como
ele imaginava e que você poderia sair do nosso trisal.
Volto minha atenção para Miguel. — Gosto de você da mesma forma que gosto do Eros, nunca
foi mais nem menos. Pensei que você não me queria como quer o Eros, e eu queria ter momentos
contigo, assim como você tem com o Eros e o Eros comigo. Mas você parecia estar se afastando,
e eu não queria forçar nada.
Noto o semblante do Miguel melhorar, e ele desvia o olhar. — Eu também quero o mesmo que
você. Só que com você, eu fico sem jeito, não sei o porquê. Com o Eros é diferente, e você sabe
do que estou falando. Só não sei explicar. Quando estou perto de você, Ravi, a sensação é
diferente; você me deixa confuso. Mas não é em relação aos sentimentos, pois eu também gosto
de você, assim como gosto do Eros. Acontece que a sua aura é mais intimidadora, mais forte que
a minha, e eu perco total confiança de que você possa realmente gostar de mim. Porque sou bem
diferente do Eros. Ele é mais fofo e sabe levar qualquer situação de boa. Eu não sou assim. Certo
que sou mais direto nos meus sentimentos, mas sinto insegurança perto de você. Porque eu te
acho... — Miguel faz uma pausa, olha para mim e continua.
— Te acho um cara muito confiante, gato, atraente, viril e gostoso pra caramba. — Ele desvia o
olhar de novo. — E adoro quando você me fode gostoso. Eu também queria que você me
dominasse igual domina o Eros, mas penso que você não me vê como vê o Eros. Isso tira minha
confiança. — Miguel conclui me encarando.
Capítulo 122
Miguel

Enquanto estamos indo rumo ao hotel, ao lado do Ravi, nosso cometa, nosso amor, tantas coisas
passam pela minha cabeça, especialmente no início do nosso relacionamento, onde eu não tinha
confiança de que o Ravi gostava de mim como demonstrava gostar do Eros.
É verdade que ele fazia brincadeiras comigo antes do Eros surgir, mas eu acabei ficando confuso,
sem entender o motivo. Queria que ele agisse comigo da mesma forma que agia com o Eros, mas
eu tinha vergonha, uma insegurança que me tomava naquela época. A presença do Ravi era tão
forte que me deixava desnorteado. Naquela época, eu não sabia, mas era o amor, pregando peças
diferentes em mim, nos meus sentimentos, me deixando à mercê de ideias erradas sobre o Ravi.
Lembro do início do nosso relacionamento, faltando uma semana para sairmos no feriado,
quando senti que o Ravi e o Eros eram mais próximos, e o Ravi parecia distante de mim. Pensava
que ele não me via mais como eu desejava.
Iria entender se ele se apaixonasse mais pelo Eros, mas isso me deixava triste. Eu não queria ser
amado de forma diferente e nem menos, eu estava pensando tantas besteiras. Cheguei a
considerar a possibilidade dele sair do nosso trisal, o que me apavorava.
Numa determinada noite, o Ravi tinha ido dormir mais cedo, e o Eros, meio sonolento, estava
deitado. Sentei ao lado da cama dele e perguntei se algo havia acontecido com o Ravi, pois ele
estava agindo estranho.
O Eros virou para mim, percebendo o mesmo, mas disse que o Ravi não queria contar, mas ele
também estava preocupado.
Deito-me de frente para o Eros, que, mesmo sonolento, mantém os olhos em mim, percebendo
que quero conversar. Sinto-me tão sozinho que as lágrimas escapam, expondo meu coração para
o Eros. — Estou com medo. E se ele nos deixar? — Eros limpa minhas lágrimas.
O Eros me abraça forte e pede para não pensar assim. Ele diz que de manhã, com a cabeça mais
tranquila, nós três teremos uma conversa séria sobre sermos mais sinceros e termos o diálogo
como base desse relacionamento. Adormeço nos braços do Eros e desperto com o Ravi saindo do
quarto às 4 horas.
Assusto-me e salto da cama, acordando o Eros aos poucos. Ele verifica o relógio, constata o
horário e percebe a ausência do Ravi. — Onde ele está?
Encaro-o com expressão de desespero. — Ele acabou de sair. Quem sai tão cedo assim do quarto
num domingo, no internato?
Eros mantém o silêncio, pois não tem respostas. Mas meu desespero aumenta. — E se ele estiver
indo embora, ou se ele estiver indo encontrar outra pessoa? O Ravi gosta de nós, certo? Anda,
Eros, se veste, vamos ver onde ele foi tão cedo. Melhor ainda, apenas lave o rosto.
Eros atende ao meu pedido, e eu o puxo pela escola, avistando o Ravi indo para trás da quadra.
— Ei, o que ele está fazendo ali? Não tem nada lá, e os casais costumam ir para lá se encontrar.
Eros me encara. — Miguel, para de supor coisas e seja direto. Vai lá e pergunte. Eu vou ficar de
olho. Demonstre que se importa com ele e com nosso relacionamento.
Ele me empurra levemente, e eu me aproximo do Ravi, sento-me e questiono por que ele está ali
tão cedo. O que ele me diz me deixa chocado, fazendo-me questionar se vale a pena continuar.
Ah, Ravi, por favor, não termine o que temos. Eu te amo.
Não ouse! — Digo desesperado.
Então, Eros se manifesta e diz algumas verdades. — Acho bom vocês resolverem esse mal-
entendido logo, porque nós nos amamos, e vocês se amam, eu amo vocês, e gostamos de nos
fuder, e eu deixo vocês me foderem, então se fodam também!
Ravi se manifesta, compartilhando seus pensamentos, o que acalma meu coração. Agora,
entendo o que ele está pensando e passando. Nós dois estamos no mesmo barco da confusão
sentimental, e tudo que falta aqui é o diálogo. Abro-me também e expresso tudo que penso sobre
nós e o quanto desejo ser amado e fudido por ele a sós.
Vejo sua expressão melhorar, ele sorri para mim e olha para Eros. — Amor, vigia aí, avisa se
alguém estiver chegando. — Eros concorda, e Ravi volta sua atenção para mim.
Ravi se aproxima mais de mim, me fita. — Eu te amo, tanto quanto amo o Eros, e agora que
tenho certeza sobre seus sentimentos em relação a mim, saiba que tudo que eu fizer com um,
farei com o outro. Então, Miguelzinho, se é dominação que você quer, eu te darei. Aguenta,
porque você sabe como eu gosto de transar.
Ainda o encarando, respondo sentindo ele pegar firme nos meus cabelos. — Faz o que quiser
comigo, me mostra como você me ama me fodendo gostoso, me deixando ainda mais louco por
você.
Ele puxa meus cabelos ainda mais forte, me deixando com tesão, e me encosta na parede. — Não
tem mais volta, Miguel!
— Eu não quero regredir, quero que você me foda, Porra…!
Ravi sussurra no meu ouvido, e sinto seu pau duro encostar na minha bunda. — Vou passar hoje,
o domingo inteiro FUDENDO esse teu cu, que você vai dormir igual pedra hoje, está preparado?
Eu olho para ele. — Você ainda está falando?
Ele sorri safadamente. — É assim que eu gosto!
Ele me faz ficar apoiado na parede, empina minha bunda, abaixa minhas calças, começa a me
provocar deslizando a cabeça do pau dele no meu cu. — A partir de hoje, Miguel, assim como o
Eros, você será a minha putinha. Fui claro?
O Ravi falar assim me deixa ainda mais duro, giro meu rosto para trás e o encaro. — Eu pensei
que já fosse, o que ainda falta para eu ser?
Ele me encara pervertidamente. — Fala igual uma puta, implora pela minha pica.
Esse cara vai me enlouquecer, eu só quero que ele me foda. — Ravi, só me fode, CARALHO.
Você já me tem, sempre me teve. Então fode com tudo o meu cu, porque eu já tô igual uma puta
mesmo, te dando atrás da quadra.
Sinto ele entrar com tudo no meu cuzinho, e uma lágrima escorre, cerro os dentes para não gritar,
mas deu para caramba. — Gostou, putinha?
Começo a mexer o meu quadril. — Vou gostar mais ainda se tu começar a mexer essa Pica
dentro do meu cu.
Assim ele faz, começando a me estocar gostoso ali mesmo, e eu gemo alto, me entregando ao
prazer carnal enquanto o Ravi geme junto. — Eu só queria que você me fodesse sempre assim, tá
gostoso pra CARALHO.
Ele tira o pau de dentro de mim, me vira de frente, levanta uma das minhas coxas, me encosta na
parede e enfia a pîcä de novo em mim. Solto gemidos de prazer, e ele também, enquanto nos
fitamos, e ele continua me estocando. — Agora que eu tenho certeza, vocês dois são meus para
sempre. Não ouse pensar que vai sair da minha vida. Você está se envolvendo com um mafioso,
sabe o que isso significa, né?
Envolvo meus braços em volta do pescoço dele. — Eu nunca me importei com o que você é,
cara. Eu gosto de você de todas as formas. Você ser um mafioso me deixa ainda mais excitado.
— Ele continua me fodendo ainda mais fundo e forte.
— Ótimo... porque agora eu vou te foder GOSTOSO pelo resto da sua vida. Acho bom você
nunca pensar em olhar para outro cara ou mulher. Você é minha putinha agora. Eu te amo e não
vou aceitar você me deixar, a menos é claro que você realmente deixe de me amar totalmente, e
deixe de amar o Eros também e queira sumir das nossas vidas.
Eu o beijo, para que pare de pensar que eu penso em deixá-los. Nós nos entregamos aos beijos
ardentes e apaixonados enquanto ele me fode, e falo entre sussurros. — Acho bom você não nos
deixar também, não nos trocar por nenhum outro mafioso ou mulher. Não vou aceitar você nos
deixar, me deixar. E se estou deixando você me foder agora, é porque eu te amo, e gosto de ser
fudido por um mafioso. Fui claro? — Ele soca com mais pressão no meu cu e gozamos.
Mas hoje em dia, depois daquele dia em diante, nunca mais me senti daquele jeito. Eu e o Ravi
aproveitamos cada momento a dois ou a três.
E agora estamos aqui, casados, indo rumo ao mundo do Ravi, o qual nunca me importei com
suas origens. Pelo contrário, eu curto DEMAIS o que ele é, o Eros também, e nós três nos
apoiamos. Eu os amo, e eles são meus, e tenho ciúmes das coisas e pessoas que me pertencem.
— Estamos quase lá — eu digo, bebendo um pouco de champanhe.
O Ravi passa o braço em nós dois, me beija e depois me olha. — Miguelzinho, você me deu
tanto trabalho no início, mas agora está aqui, como meu marido.
Ele vira para o Eros, o beija e o encara. — Você é o CARA que conquistou DOIS CARAS…!
Capítulo 123
Ravi

Depois de terminar de fuder o Miguel atrás da quadra, o levo para o quarto, onde continuamos, e
o Eros nos deu esse dia a sós para que eu arrombasse gostoso o nosso namorado.
Sento na cama, e ele se posiciona na minha pica de frente para mim. — Agora quica gostoso, vai,
quero que você dê tudo de si na minha pica.
Começo a bater na bunda dele, e ele acelera as cavalgadas, e eu o provoco com palavras. — Está
muito lento, Miguel, mais rápido. — Ele acelera.
Bato mais forte em sua bunda. — Ainda está lento, ponha mais velocidade nessas cavalgadas.
Ele geme e responde. — Estou tentando, cara.
Bato novamente com mais força dos dois lados da bunda dele. — Não é o que parece, você ainda
está falando. Vai mais rápido!
Miguel acelera, quica gostoso em mim como se não houvesse amanhã, sua voz ecoa por todo o
quarto gemendo no meu pau. Estou adorando vê-lo assim, todo entregue, disposto, e mostrando
que não tem medo de termos momentos intensos a sós.
Eu o viro de quatro e estoco com força dentro dele, ele geme. Depois o coloco de pé e o levanto,
ele prende as pernas no meu quadril, e eu o encosto na parede e meto pica nele novamente, e ele
geme alto, e estoco fundo. — Era só ter pedido, Miguelzinho, que o Ravi aqui é todo seu
também, para te fuder do jeitinho que você gosta. — Mantenho as estocadas e ele geme alto para
mim.
Só lembro que, nesse dia, transamos horrores, deixei ele todo fudido, sem andar direito, do jeito
que ele queria. E desde esse dia em diante, ele passou a ser mais ousado. Quando menos
percebia, já estava me chupando em qualquer lugar e, na primeira oportunidade, quicando
gostoso em mim, e é assim até hoje. Ambos somos, e eu gosto disso, porque eu também me
entrego totalmente a ambos e gosto de ser chamado de putinha.
Enfim, já estamos avistando o hotel, e à nossa frente vejo o carro do Antony Bório, com o
símbolo de sua família estampado no capô do carro, uma águia.
O evento está prestes a começar atrás do hotel, em um espaço especialmente preparado para esse
momento. É um lugar onde os que chegam de carro e os que já estão lá podem ver quem está
chegando. Fiz questão de ser o último a chegar, porque quero que nós três sejamos vistos!

Antony

Muitos nomes da alta sociedade mafiosa do Brasil e do mundo estão hoje aqui, no hotel Scarlett.
Minha família também estará presente; provavelmente já estão lá, pois como chefe da família e
sucessor, tenho que fazer a entrada triunfal pelo tapete vermelho. Já os outros membros, que são
apenas membros, entram por outra porta. Apenas os chefes e seus acompanhantes, seja qual for o
papel desempenhado com o mafioso, entram elegantemente pelo tapete vermelho.
Chegar dessa forma a este evento já deixa claro a mais alta hierarquia dentro da máfia, e
automaticamente já sabem que você é o sucessor daquela família.
Eu sou da família Bório, e meu avô está vindo comigo no carro. Existem exceções, e meu avô
vindo comigo é respeitável.
E creio que o Ravi, se ele não está aqui, logo chegará e fará sua passagem como sucessor dos
Ferrari. Fico me perguntando quem é seu acompanhante.
Olho para o meu avô, e ele está de olho na câmera que visualiza atrás do carro. — Olha só,
parece que nós não somos os últimos, e sim os Ferrari, o cara que você gosta. Será que ele está
acompanhado?
Olho para o tablet também. — Pelo que soube, ele é comprometido sim, com outro cara, e é gay.
Meu avô me olha surpreso. — É sério? Aquele cara? Se você não conta, morro pensando que ele
é hétero.
Dou um sorrisinho para ele. — Até eu, vovô.
Ele segura firme nas minhas mãos. — Agora você tem 50% de chance de ser notado por ele.
Seguro firme nas mãos dele. — Nem que eu quisesse mesmo, mas o Ravi é um cafajeste. Ele
está se envolvendo com dois caras casados e pode ser o causador da separação deles.
Meu avô cruza os braços. — Não posso julgá-lo. Eu era pior que ele no meu auge.
Acabo rindo da situação porque é verdade. Meu avô se casou três vezes. Velho safado.
Enfim, o carro para bem no início do tapete vermelho, e posso ver daqui de dentro a alta
sociedade mafiosa.
Estão todos no segundo andar, atrás das vidraças, os rostos esnobes de alguns e a felicidade de
outros. Nem tudo é um mar de rosas na máfia, mas nem todos são ruins, e outros sabem ser
ambos.
O motorista abre a porta, e eu saio primeiro. Aposto que muitos esperam que eu saia com algum
acompanhante, mas para o meu azar, infelizmente, estou solteiro. Mas meu avô já me basta por
enquanto nesta noite.
Maria Carvalho

— Olha só, se não é o neto querido do senhor Bório, Antony. Pensei que ele viria com algum
cara.
Alexandre Almeida
— Soube que ele andou rejeitando alguns pretendes, e até homens.
Maria Carvalho
— Ele é gay, então faz sentido rejeitar mulheres, mas talvez ele já goste de algum homem.
Alexandre Almeida
— Eu gostei dele, o achei… interessante…! — Dou um gole no meu drink enquanto observo
Antony fazer sua passagem.
Henrique Ferrari

Estou ansioso para que meu sobrinho se case com a filha de um amigo meu. Preciso que ele
goste dela, pois tenho uma dívida com eles, e este casamento será a quitação. Mas se o Ravi não
gostar dela, estou ferrado.
Vejo os pais do Ravi, Scott e Kaleb, meu irmão, e me aproximo deles. — Cadê o Ravi? Ele será
o último a chegar? É a passagem dele como chefe da família.
Eles se olham e depois voltam o olhar para mim. Kaleb responde: — Logo ele chega.
Respiro aliviado. — Ótimo, preciso apresentar alguém para ele.
Saio andando, e a mulher que quero apresentar ao Ravi aparece na minha frente.
— Cadê ele? Faz tempo que não o vejo. Nos conhecemos no campo de treinamento da máfia.
A encaro. — Então vocês já se conhecem? Ótimo, facilitará as coisas.
— Ele está solteiro, não é? — Ela pergunta.
Olho nos olhos dela novamente. — Pelo que sei, sim. Os pais dele teriam me contado se não
fosse o caso.
Ela sorri. — Maravilha. Eu quero ser uma Ferrari.
Gabrielly Braga

Conheço o Ravi desde os tempos em que estudava em Melbourne e fazíamos treinamentos da


máfia na Austrália.
No entanto, ele nunca me deu bola, e nunca consegui trocar palavras com ele.
Os caras diziam que ele era comprometido, coisa que eu nunca consegui descobrir ou ele
escondia muito bem, mas notei um anel em seu dedo anelar.
Mas enfim, a última vez que o vi foi num jantar que aconteceu uns meses atrás, e nossa, que
HOMEM viril.
Ele está PERFEITO!
O Ravi é o sonho de qualquer mulher da máfia, ele tem a aura e o porte perfeito.
E se eu for esposa dele, serei uma dama da máfia Ferrari e da alta sociedade mafiosa mais bem-
sucedida e reconhecida, além de ser a mais respeitada por ser mulher do Ravi Ferrari.
Torço para que nenhuma piranha entre na minha frente ou roube o meu posto. Ainda mais
sabendo que ele está solteiro.
Ravi, você será meu.
Ele ainda não chegou, mas daqui de cima posso ver o Antony fazer a passagem dele como chefe
da máfia Bório. Se ele não fosse gay, seria o meu alvo, mas infelizmente não se muda a
sexualidade. Porém, o Ravi, tenho certeza que é hétero, ele é o meu tipo.
Ah, lavem o carro da família Ferrari, já estou ansiosa.

Antony
Subo com o meu avô, vamos para o segundo andar e aguardamos o Ravi descer do carro para
fazer a sua passagem.
Henrique Ferrari
Paro ao lado da Gabrielly e aguardamos meu sobrinho sair do carro. Mal vejo a hora de ser o
cara que vai unir os Ferrari com os Braga.
Kaleb

Meu irmão vai cair do cavalinho...!


Scott

O irmão do meu marido vai levar é um soco bem na cara do Miguel, e de quebra, um meu
também. Essa é a noite do nosso herdeiro fazer a passagem, a noite dele com os seus maridos, e
se alguém tentar estragar, eu viro o cão.
Capítulo 124
Ravi

O nosso carro para rente ao tapete vermelho. Daqui de dentro, podemos visualizar a alta
sociedade mafiosa e seus olhares soberbos, alguns gentis. Isso não me incomoda; aprendi a ser
assim, na realidade, sou na medida certa, e meus pais me deram o melhor treinamento em casa.
Sei como me comportar, e meus maridos não são diferentes de mim.
O Eros é mais na dele, observador, mas tem a língua tão afiada quanto eu e o Miguel. Além
disso, ele não usa suas mãos para agir ou bater em ninguém; ele é médico, salva vidas. Ele usa a
nós dois como suas armas, o Miguel como espada e eu como escudo, e ambos gostamos disso. O
Eros não precisa mover um músculo, além de usar os neurônios, ele nos tem.
Já o Miguel consegue captar todos os nossos sentimentos e age conforme acredita que queremos.
Gostamos disso nele, e tenho certeza de que, se alguém o tirar do sério nessa reunião, ele vai
agir.
Brigas são proibidas, a menos que seja para proteger alguém, manter a honra na alta hierarquia
mafiosa ou se tal pessoa for desafiada. Aí pode descer o pau, e o perdedor vira submisso para o
resto da vida do vencedor. Essa regra se aplica a todos dentro da máfia, desde que ambos os
lados aceitem os desafios.
Olho para os meus maridos. — Estão prontos para entrar no meu mundo de cabeça?
O Eros me encara, me beija e depois me olha novamente. — Estou aqui, não estou? Juntos há
mais de dez anos, não é agora que vou perder essa nova aventura ao lado do poderoso Ravi, meu
MAFIOSO!
Ele olha para o Miguel e se joga no colo dele, beija-o e depois o encara. — Nós dois estamos
com o Ravi, não é, meu CEO lindo?
Miguel o envolve com um abraço e me olha. — Isso só me deixa ainda mais animado. Amo
nossas vidas, amo vocês, e quero viver cada emoção a três!
O Eros volta para o lugar dele, e o primeiro a sair será o Miguel, ele faz questão, pois quer que
todos o vejam, principalmente o Antony, meu tio, e a mulher que está correndo atrás de mim, a
tal Gabrielly. Ela está doida me querendo, desejando ser uma Ferrari, uma dama mafiosa de
respeito, mas aqui ela não ganha nada, não sinto atração por mulher nenhuma desde que me
apaixonei pelos meus HOMENS. Além disso, adoro chupar um pau e sentar gostoso nos meus
MARIDOS, e fodê-los para CARALHO!
Miguel se ajeita, olha para nós antes de sair. — Depois de hoje, quero ver quem será o cara ou a
mulher que vai dar em cima do nosso mafioso ou de um de nós. — Ele sai.

Antony

Eu pego meu uísque e encosto contra a parede do salão, próximo à vidraça com vista para o
tapete vermelho, enquanto varro os olhos pelos outros mafiosos com cautela, enquanto a fumaça
de charutos caríssimos preenche o ar. O salão está impregnado com a aura carregada de segredos
e conspirações, onde cada gesto, cada olhar, carrega um significado oculto.
A luz dos lustres pendurados no teto lança sombras dançantes sobre os rostos endurecidos dos
homens que se reúnem aqui. Mas não são quaisquer homens. São titãs, donos de impérios
obscuros, vestindo ternos feitos sob medida e ostentando jóias que brilham como símbolos de
seu poder incontestável.
Neste salão decadente, o luxo é uma norma não escrita. Os móveis são de ébano polido, as
tapeçarias adornadas com fios de ouro. Ao redor da grande mesa de mogno no centro do salão,
os mafiosos se agrupam em pequenos círculos, cada chefe de família exibindo orgulhosamente
os brasões que adornam suas roupas, símbolos ancestrais de sua linhagem de crime e intriga.
O cheiro de uísque raro se mistura com o aroma de perfumes importados, criando uma atmosfera
intoxicante de riqueza e decadência. Mulheres deslumbrantes, envoltas em seda e diamantes,
circulam entre os convidados, seus sorrisos tão afiados quanto as adagas que escondem sob os
vestidos luxuosos.
É um mundo onde o dinheiro fala mais alto do que a moralidade, onde os desejos mais obscuros
podem ser realizados com o simples balançar de uma carteira recheada de notas de cem dólares
ou em reais. Mas mesmo entre a opulência, a sombra da traição paira no ar, lembrando a todos
que, neste reino de excessos, a lealdade é uma mercadoria preciosa, e a traição, uma sentença de
morte.
E o mais importante é que com o avanço das novas gerações, preconceitos, homofobia e outras
formas de discriminação foram quase totalmente extintos, embora ainda existam alguns
desrespeitos, mas hoje em dia não somos mais assim. Existem muitos acordos de união entre
famílias, seja entre homens, entre mulheres, ou entre os sexos opostos, e isso ajudou muito nos
negócios e na construção de grandes impérios. Além disso, é uma forma de amor como qualquer
outra, então ninguém é contra. Essa é uma das partes boas da máfia.
Voltei minha atenção para o carro e já vejo o chofer indo abrir a porta do carro da família Ferrari.
Me pergunto quem sairá primeiro, Ravi ou seu acompanhante.
— Está todo mundo curioso para saber mais sobre Ravi Ferrari. — Um homem muito atraente se
aproxima de mim, e eu o olho discretamente de cima abaixo.
Ele ergue sua mão para me cumprimentar, e eu retribuo. — Prazer, me chamo Alexandre
Almeida. Sou da Inglaterra, mas tenho nacionalidade brasileira e vim aqui hoje para prestigiar os
impérios da máfia brasileira e rever meu velho amigo, Ravi.
Ainda segurando sua mão, eu me apresento. — Antony Bório, prazer, e bem-vindo ao Brasil,
Almeida.
Ele sorri para mim, soltando minha mão. — Por favor, me chame só de Alex.
Alex volta o olhar para fora, e logo outras pessoas se aproximam da vidraça para ver a saída de
Ravi.
— Eu estou tão ansiosa para ver o novo chefe da família Ferrari. — Diz Gabrielly Braga
empolgada enquanto desfruta de um drink.
— Você vai gostar dele, é o tipo perfeito para uma jovem como você. — Escuto Henrique
Ferrari sussurrando.
Todos aqui estão com os olhos direcionados para o carro, segurando charutos caros e bebidas
refinadas em suas mãos. Ao lado deles, estão seus belos acompanhantes, seja mulher, marido
oficial, amantes, ou apenas parceiros de luxo. O simples fato de estar ao lado de um desses titãs
eleva a moral, e posso ver o sorriso de glória nos rostos de cada um desses acompanhantes, assim
como os próprios líderes mafiosos gostam de exibir seus parceiros.
O problema é que algumas mulheres ou homens, sendo eles parceiros de luxo, não sabem se
comportar. Acham que podem insultar ou esnobar outros acompanhantes, alguns não têm classe,
e é fácil perceber quem tem elegância e quem é apenas um ignorante que pensa ter vencido na
vida só porque está com um mafioso.
No entanto, dentro da própria hierarquia mafiosa, existem aqueles que estão no topo. Ravi é um
desses, pois os Ferraris são praticamente os líderes em diversos negócios pelo Brasil, na
Austrália e em alguns lugares ao redor do mundo.
Eu estou em segundo lugar na fila, e pelo que vejo, o mafioso ao meu lado, Alexandre Almeida,
está em terceiro; consigo até vislumbrar o brasão com duas espadas cruzadas em seu casaco.
É evidente que fazer parte da família Ferrari significa estar no topo da máfia. As filhas de Kaleb
e Scott foram muito cortejadas; homens poderosos da máfia disputaram por suas mãos, e até
mesmo mulheres. No final, uma delas se casou com outra mafiosa, enquanto a mais nova namora
meu primo. Parece que estão bastante sérios e planejam se casar.
Quanto a Ravi, houve tentativas por parte de pais mafiosos de empurrar suas filhas, e até mesmo
filhos, em sua direção, tentando negociar com seus pais. No entanto, eles tinham uma resposta
pronta:
"Nosso filho escolherá quem ele quiser no momento certo. Não faremos nenhum acordo por ele;
no momento, ele apenas quer estudar e expandir os negócios da família. Por favor, não o
perturbem."
Além de Gabrielly, uma Braga com o brasão de escudo, outras jovens foram trazidas
exclusivamente para o evento de hoje, com a esperança de serem apresentadas ao novo líder
Ferrari e, quem sabe, conquistá-lo.
O dilema é que nem os líderes mafiosos nem suas filhas sabem que Ravi é gay.
A tensão no ar é palpável, enquanto a porta do carro se abre, silenciando até mesmo o burburinho
da alta sociedade mafiosa presente. Todos querem ver quem será o acompanhante de Ravi Ferrari
nesta noite, e as expectativas estão à flor da pele.
Meus olhos se fixam na figura que emerge do veículo, e imediatamente suspiros e cochichos
percorrem o ambiente. É ele, o marido do doutor Eros. A incredulidade toma conta de mim, e
tento processar a informação diante dos murmúrios que ecoam ao meu redor.
Será possível que Ravi tenha trazido consigo um homem comprometido como seu
acompanhante? O que Eros sabe sobre seu esposo ser o acompanhante do poderoso mafioso
Ravi? Os olhares de desdém e ódio das mulheres ao redor indicam que a revelação não passará
despercebida.
— Quem é aquele homem que saiu do carro? — Indaga Gabrielly, perplexa.
Até mesmo Henrique Ferrari parece sem palavras diante da cena, enquanto Alexandre Almeida
sorri discretamente, como se estivesse ciente de algo que o restante desconhece.
Fixo meu olhar nos pais de Ravi, que sorriem na direção do homem agora parado abaixo,
ostentando um sorriso presunçoso e as mãos no bolso de sua luxuosa roupa. Sua postura
confiante e o traje imponente sugerem que seja um CEO mafioso, possuidor de vastas fortunas
no país. Contudo, será mesmo?
— Olha só a confiança dele. Sempre foi assim, esse cara não muda, e agora deve estar ainda pior.
— Comenta Alex.
Gabrielly vira-se para Henrique, expressando sua curiosidade e indignação. — Quem é aquele
homem que saiu do carro? Já o vi antes, tenho certeza. O que ele é para Ravi? Amigo, namorado,
acompanhante, amante? Você me disse que Ravi estava solteiro. — Sua inquietação reflete a de
todos no momento.
A curiosidade toma conta de mim enquanto observo o homem confiante lá embaixo. Ele parece
capaz de enxergar através das almas e, surpreendentemente, seus olhos encontram os meus.
Levando o dedão à boca, ele lança um sorriso que parece penetrar até minha essência.
Alex ao meu lado deixa escapar algumas risadas leves, dirigindo seu olhar para o homem abaixo
que agora o encara.
— Olha só, ele até ostenta o brasão Ferrari na roupa. Isso significa apenas uma coisa... — Alex
faz uma pausa dramática, dando um gole em seu drink. Gabrielly e outros presentes voltam suas
atenções para ele, curiosos para ouvir o que ele tem a dizer. — Ele é um membro oficial da
família Ferrari, e somente o líder mafioso pode conceder esse brasão aos mais próximos, seja de
pai para filho ou de marido para cônjuge. Qual será o papel daquele indivíduo? A resposta está
diante de nossos olhos!

Miguel

Saio elegantemente do carro e me detenho sobre o tapete vermelho estendido diante de mim. É
hora de mais um espetáculo, mas desta vez, será especialmente divertido. Espero que todos
observem o brasão Ferrari em minha vestimenta, cuidadosamente selecionada para esta ocasião.
Quero que percebam que não sou apenas um mero acompanhante, mas sim Miguel Falconer, ou
melhor, Miguel Falconer Ferrari Santoro, um CEO respeitado, e um dos maridos do novo chefe
mafioso, Ravi Ferrari.
Com um ar de superioridade inabalável, ergo meus olhos claros, herdados geneticamente do meu
pai, os quais são alvo de muitos elogios por parte dos meus dois maridos. De forma discreta,
inclino minha cabeça em direção à alta sociedade mafiosa, deixando que meus olhos percorram
todos aqueles que me observam do segundo andar, atrás das vidraças.
Mantenho minha postura firme e confiante, pois não permito que nenhum deles me intimide. Sou
tão rico quanto eles, ou até mais, e a convivência com meus sogros mafiosos e com Ravi
moldaram essa confiança em mim.
Além disso, tenho dois homens lindos como meus maridos, e é importante que todos saibam que
Ravi já tem dois donos: eu sou o primeiro. Meu mundo não difere muito do deles, e posso ser tão
perigoso quanto qualquer um deles. Portanto, espero que compreendam que não me curvo diante
de seus olhares soberbos e presunçosos, pois sei ser igualmente imponente, se não mais.
Daqui de baixo, avisto rostos familiares: meus sogros, as irmãs de Ravi e, para minha satisfação,
Antony Bório. Espero que você esteja apreciando o segundo ato do meu pequeno espetáculo,
tanto para você quanto para qualquer outra pessoa que se atreva a interferir no nosso caminho,
especialmente quando envolve o nosso mafioso, Ravi.
Não posso deixar de enviar-lhe um sorriso maldoso, disfarçado pela cobertura do meu dedão nos
meus lábios. Estou certo de que aluguei um espaço privilegiado em sua mente, assim como em
outros mafiosos que ainda não me conhecem.
Capítulo 125
Ravi

O Miguel sai do carro, o motorista fecha a porta rapidamente, e o Eros se joga no meu colo,
envolvendo-me pelo pescoço com seus braços. Iniciamos um beijo molhado, ardente e cheio de
paixão. Automaticamente, fico excitado e deslizo minha mão dentro da calça dele, sentindo-o
duro igualmente. Massageio seu pau enquanto continuamos a nos beijar.
O beijo cessa, e nós nos olhamos. — Agora é a sua vez, MAFIOSO gostosão. Todos estão
ansiosos para te ver, mas ninguém espera que saia um terceiro homem do carro. Me deixe por
último.
Dou-lhe outro beijo de língua, pois tanto sua atitude agora quanto suas palavras me deixam louco
por ele. Esse cara é mestre em nos seduzir e usar as palavras, e eu simplesmente não consigo
resistir.
Eros sai do meu colo, me ajeito e saio do carro.

Eros

Ah, como eu amo a minha vida, a nossa vida, e viver com esses dois foi a melhor coisa que já me
aconteceu.
O Miguel saindo primeiro deve ter causado um rebuliço na cabeça de muitos, deixado a
mulherada aflita. Eu sei que muitas dessas mulheres presentes estão aqui para ver o meu
mafioso, o meu macho. Eu sugeri mais cedo que o Miguel saísse primeiro e agora o Ravi.
Automaticamente, quem não nos conhece, vai pensar que eles são apenas um casal de gays.
No entanto, eu saindo por último, serei a cereja do bolo e deixarei o Antony e os demais lelê da
cabeça.
E assim que todos perceberem que nós três usamos o brasão de tridente dos Ferraris, eu e o
Miguel só teremos dois postos para ocupar, e são de cônjuges, de MARIDOS.
Posso ver daqui o alvoroço que o Miguel e o Ravi estão causando lá fora. Toma, bando de
distraídos, contemplem os meus machos, porque eles são meus!
E agora é a minha vez de sair do carro, porque ninguém espera um terceiro macho, um segundo
marido, ou que o novo chefe mafioso Ravi Ferrari esteja num TRISAL, alguns até vão pensar
que é um triângulo amoroso.
Mas aqui não, nós três sentamos e nos fudemos igualmente, puro e Tri-Amor!

Ravi

Saio do carro, seguindo a sugestão do Eros. É divertido brincar com a cabeça de algumas
pessoas, e saindo agora, ninguém vai esperar que eu, o novo chefe Ferrari, tenha dois HOMENS
perfeitos, gatos e atraentes como MARIDOS. Nossa, como eu amo o nosso relacionamento e o
nosso modo de pensar, e o jeito ciumento do Miguel e o modo controlador do Eros.
Paro ao lado do Miguel, olho para ele e sorrio. — Eu já disse que você está gostoso pra
CARALHO nessa roupa? Tô doido pra tirar peça por peça.
Miguel sorri e me encara. — Não vejo a hora!
Volto meu olhar para o público à frente e acima, e capto rapidamente os olhares confusos,
principalmente da mulherada. Devem estar atônitas, se perguntando quem é o cara ao meu lado,
ou se sou gay. Sobre isso, já demonstro com gestos para todos, principalmente para os pais delas
que estão loucos para me empurrarem suas filhas chatas.
Eu não me tornei o que sou, e nem usei toda a minha capacidade intelectual para entregar os
meus negócios nas mãos desses caras. Eu fiz para mim, para os meus maridos e para os nossos
filhos que estão a caminho, especialmente após descobrir hoje mais cedo que teremos 4 filhos, e
por parte do Miguel, serão gêmeos.
Enfim, os meus negócios são para com os meus companheiros. Eu sou o que sou por causa deles.
Se não fosse por eles, eu seria apenas o segundo filho da casa Ferrari, e minha irmã mais velha
seria a sucessora. Mas eu quis ser o cara por causa desses dois, e minha irmã mais velha não se
importou.

Antony

Mantenho meu olhar no cara abaixo e questiono Alex. — Você conhece aquele sujeito?
Escutam-se cochichos entre os outros mafiosos. Aquele cara lá embaixo não seria o CEO da
famosa rede de hotéis e resorts Globetrotter Hospitality Group?
Alex me olha de canto, com um sorrisinho travesso e com o dedo indicador na boca em formato
de "u". — Ué, meu adorável e recém-amigo da máfia, aquele cara ali embaixo é um CEO tão
podre de rico quanto nós. Seu império só não é maior por não ser um mafioso, mas aposto que,
agora, isso mudará, pois ele tem os meios, e principalmente, tem o maior chefão como... — Alex
faz uma pausa e retorna a falar. — Acredito que sejam MARIDOS.
Fico surpreso. Isso será possível? Mas e aquele papo dele ser casado com o doutor Eros? Ou será
que, nesse curto período desde a última vez que eu os vi, eles se divorciaram e o Ravi se casou
com o... Eu não sei o nome desse CEO, então me viro para perguntar, mas alguém teve a mesma
ideia que eu.
— Aquele homem lá embaixo, ao lado do Ravi, é o tal Miguel Falconer, o CEO do grupo
Globetrotter Hospitality? — Gabrielly indaga.
Henrique, os pais do Ravi, e outras pessoas olham para Alexandre Almeida. — Exatamente, o
único! E creio que sejam MARIDOS, pois o chefe só pode dar aquele brasão para filhos ou para
cônjuges. Seria contra as regras dar para parceiros não oficiais em papel.
Eu não tô acreditando. Aquele cara se deu tão bem assim? Miguel não só está com um mafioso
qualquer, está com Ravi Ferrari, o cara que eu amo.
Encaro Miguel sério daqui de cima, e sinto uma raiva percorrer as minhas espinhas. Me pergunto
o quão longe ele foi para deixar o marido, o Eros, depois de dez anos juntos, para estar com o
Ravi.
Miguel é igual a todos aqui, capaz de ir contra o próprio coração para alcançar seus objetivos e
deixar de lado aquilo que também importa, o amor e a confiança de seu parceiro. Deus, me
pergunto como está o coração do Eros neste exato momento.
Olho para o lado e vejo Henrique se aproximando dos pais do Ravi. — Ei, por que vocês não me
disseram que o Ravi já tinha um acompanhante?
Scott olha sério para ele. — Se você olhar bem para o brasão no peito daquele homem ao lado do
nosso filho, verá que ele usa o nosso brasão e não é um acompanhante qualquer.
Vejo o rosto de decepção nas mulheres, principalmente em Gabrielly. — Então, o Ravi é gay e
está casado com o CEO Miguel Falconer? — Ela indaga incrédula, com a esperança de ouvir
uma negação.
Kaleb olha para ela. — Continuem olhando, e logo vocês terão todas as respostas.
Voltamos nossos olhares para fora, e Ravi olha para Miguel, envolvendo-o com apenas um braço
em sua cintura. Com a outra mão, toca seu rosto e o beija.
Algumas pessoas aqui dentro surtam de felicidade; já outras, ainda incrédulas, como Gabrielly e
algumas mulheres, fecham a cara, pois aquele beijo só confirma que são mesmo casados.
E eu não consigo evitar minha raiva por esse tal Miguel.
Escuto o senhor Scott rir e olhamos. — Olha só, agora é a vez da cereja do bolo.
Olho novamente para fora e vejo o chofer abrir novamente a porta do carro. Ousam-se cochichos
novamente: "Ainda tem mais alguém lá dentro?" "Quem será?" "Será alguma criança?"
"Amigo?" "Avô?" "Um animal?"
No entanto, para surpresa de todos e para meu choque, sai outro cara do carro, e me deixa ainda
mais chocado ao ver que ele é o doutor Eros.
Ele sai do carro sorrindo, para do outro lado do Ravi, e o mafioso o beija.
Automaticamente todos se perguntam quem é o outro cara ao lado do Ravi. O primeiro, logo
quase todos identificaram, mas o segundo, os únicos que devem conhecer sou eu. Provavelmente
a família do Ravi, como os pais ou irmãs, e até Alex aqui ao meu lado. No entanto, todos
começam a se perguntar quem é o outro cara, e muitos elogiam sua beleza. A beleza dos três, na
verdade, é inegável, e eles são realmente de parar o trânsito.
— O que eu estou perdendo?
Alex me responde. — Olha só que safadinho, esse também usa o brasão Ferrari. Quem diria, mas
parece que o chefe Ravi tem dois MARIDOS.
E olhando daqui para o Eros, a minha ficha finalmente cai, percebo que fui feito de idiota por
esses três. Deixei-me ser feito de trouxa, pois estava tudo na minha cara o tempo todo.
Dez anos juntos, o Ravi sempre foi comprometido, nunca saiu com ninguém, seja homem ou
mulher. Os três são brasileiros, provavelmente estudaram juntos, se descobriram juntos, e estão
nessa desde aquela época, pois o Ravi disse que os conhece. Mas a maior prova estava na minha
cara: o Eros. O seu nome. Isso, o seu nome. Minha mente se enche de um turbilhão. O doutor
Eros tem os sobrenomes de ambos, Falconer e Ferrari. Caramba, que tipo de mafioso eu sou?
Deixei isso passar? Bom, eu não sabia que o cara era Miguel Falconer e nem que os três se
conheciam. Caramba, que bando de filhos da mãe.
Os três são casados! Mas como eles chamam isso? Triângulo amoroso ou Trisal?
Estou cheio de perguntas. E não vou dormir bem até aqueles três apaziguar todas as minhas
curiosidades.
Automaticamente, todos começam a comentar sobre o que estão vendo. Os três vêm juntos,
caminhando na nossa direção, lado a lado, sorrindo e conversando, e todos olham para a escada,
de onde eles surgiram juntos.
E não demora muito, eles sobem juntos, e todos os olham, esperando que Ravi apresente
oficialmente seus cônjuges para a alta sociedade mafiosa.
Mas alguém toma a rédea, o Henrique. — O que está acontecendo, Ravi? Quem são os seus
acompanhantes? Você não deu a sua palavra que iria se casar com a filha dos Braga?
Maldito, o que aquele velho está fazendo é uma jogada perigosa, e as pessoas aqui vão pensar
que o Ravi não cumpre com suas promessas. Vão achar que ele é uma cara meia boca,
diminuindo sua moral. O que você vai responder, Ravi? Pois todos aqui já estão cochichando.
Capítulo 126
Ravi

Saio do carro, encaro os de cima e depois olho para o meu marido. Puxo-o pela cintura e com a
outra mão em seu rosto, o beijo. Posso ouvir daqui de baixo algumas pessoas eufóricas lá em
cima, o que só me faz recordar o tempo de escola e outros momentos ao longo desses dez anos.
O Eros sai do carro, me olha e dá aquele sorriso lindo com covinhas que só ele tem, mesmo com
a barba bem-feita e curtinha, consigo notar. É lindo!
Pego com minhas duas mãos em seu rosto e selo um beijo. Ah, Eros, nós te amamos tanto!
Solto-o e caminhamos juntos para a reunião, trocando risos e confidências que só nós
entendemos.
Subimos as escadas, e quando chegamos no segundo andar, vejo todos reunidos, nos olhando,
esperando que eu apresente os meus cônjuges.
Antes que eu tome qualquer atitude, meu tio Henrique faz algo ousado, fala algo para diminuir a
minha moral e me deixar como um homem sem palavra.
Olho sério para ele, com cara de quem vai meter um murro nele, mas me contenho e o encaro
muito sério, como um verdadeiro mafioso deve ser, pois ele está muito ferrado.
Henrique
Eu preciso que o Ravi siga meus conselhos e me escolha como seu braço direito. Para isso, é
fundamental colocar as pessoas certas ao redor dele para controlá-lo. Isso inclui a mulher ao lado
dele, que vai me fornecer qualquer informação ou passo que o Ravi der.
Posso não ser o chefe da família por ser um filho adotivo, mas Kaleb teve mais sorte por ser o
preferido do pai. Eles juntaram seus negócios com o outro mafioso, Scott, criando um império
glorioso no Brasil e na Austrália. Eu queria tudo isso para mim.
Tentei controlar suas filhas, mas mal conseguia me aproximar delas. Uma delas se casou com
outra mulher, e nisso eu perdi. Já a mais nova namora um Almeida. Essas crianças não têm
ambição?
O que me restou foi o Ravi, e eu quero governar por trás, ter o que ele tem. Se eu ficar próximo
dele, posso construir meu nome e, quem sabe, ter mais autoridade do que ele. Isso fará com que
os outros pensem que eu sou o verdadeiro líder mafioso por trás dos Ferrari, e que o Ravi não
merece tal posto. Minha moral será maior que a dele.
Meu primeiro passo é colocar Gabrielly ao lado do Ravi, pois ela é inútil, uma pessoa sem
inteligência, mas com classe, perfeita para manipular. Além disso, devo dinheiro à família dela, e
com esse casamento arranjado por mim, minha dívida será saldada.
No entanto, ao esperar que Ravi saia sozinho do carro, um cara sai antes dele. Um CEO podre de
rico, muito mais que muitos outros mafiosos daqui. Se aquele homem for o esposo do Ravi, isso
só aumenta mais o controle do Ravi pelo Brasil e pelo mundo, pois o CEO Miguel Falconer é
dono do maior grupo de hotéis e resorts do mundo, causando inveja em várias pessoas desse
ramo.
Pera aí, Ravi, você é gay? Tudo bem que você fisgou um cara que aumenta o teu império, mas eu
preciso que você esteja solteiro e seja hétero, para eu descer a tua moral e tomar o teu posto.
Os dois lá embaixo se beijam, confirmando com os brasões em suas roupas que são casados.
Acho que ainda posso dar um jeito de esperar ambos.
Continuo observando, e para minha surpresa e incredulidade, assim como de Gabrielly, sai um
terceiro homem do carro, e Ravi o beija. CARALHO. O cara é gay, mas é gay com pressão, ele
está com dois HOMENS? Casou com os dois? Isso é possível? Nunca vi esse tipo de coisa na
máfia. Dá para casar com duas pessoas ao mesmo tempo? Se isso for uma farsa, eu vou acabar
com isso agora e começar a descer a moral desse cara diante de todos aqui, deixando-o com uma
péssima impressão.
Eu o espero subir, e Gabrielly se aproxima de mim sussurrando discretamente. — Eu não sei o
que está rolando, mas dê um jeito de seperar esses três, começando agora, ou você está ferrado
com a minha família. Você me prometeu o Ravi e eu quero ele.
Porra, já não basta aqueles três casados, agora uma criança me dando ordens? Quando eu tiver
com a moral lá em cima, vou fazer todos vocês se rastejarem aos meus pés.
Ravi chega no topo das escadas, e eu me aproximo jogando na cara dele que o próprio é homem
de meia palavra, que não cumpre o que promete. Não posso deixar ele ter moral nenhuma aqui,
tenho que começar mostrando que eu sou um cara melhor que meu irmão, o marido dele, e
melhor que meu sobrinho imaturo. Começo mostrando que eu tenho voz nessa família, nos
Ferrari.
Escuto burburinhos sobre o que acabei de falar, e excelente, é isso que eu quero, muita fofoca,
para deixar o Ravi desarmado.
Ele me olha sério, eu também faço o mesmo e cruzo meus braços, deixando meus ombros firmes,
pois não posso fraquejar. Tenho que passar verdade com as palavras que acabei de acusar o novo
chefe mafioso Ravi Ferrari. Miguel me olha com os olhos semicerrados, e o outro me observa de
cima a baixo com um sorrisinho de canto. Ravi permanece sério, como um mafioso deve ser.
Bem, nisso percebo que ele é bom, e vejo que minhas palavras não foram suficientes para
intimidá-lo.
Mesmo assim, consegui questionar suas palavras e fazer os outros duvidarem dele.
Capítulo 127
Ravi

Eu já esperava uma atitude dessas desse velho, mas ele está enganado achando que tem moral
aqui, pois eu mesmo sei tudo sobre ele, principalmente as merdas que ele andou fazendo e as
dívidas que ele tem com os Braga. Sei que ele está nisso para quitar suas dívidas ao tentar
empurrar aquela mulher para mim. Além disso, conheço sua ambição. Meus pais não são burros,
não é à toa que Kaleb herdou o título de chefe da família, pois era o mais cabeça e mais
adequado.
Já o Henrique nunca passou confiança nem para própria família, e ele só está aqui hoje por ter o
sobrenome Ferrari. Mas isso vai mudar.
Vejo daqui meu pai Scott bem atrás do Henrique, pronto para descer o cacete nesse velho. Mas
calma, pai, o senhor vai ter sua chance, mas antes, vou deixar os meus MARIDOS darem o show
deles, principalmente o Miguel, que está segurando o punho para não avançar com tudo no meu
tio.
Miguel gira o rosto e sussurra para mim, de um jeito que só eu vou entender, e o Eros também.
— Fala que eu posso agir?
O Eros sussurra do outro lado. — Começa nos apresentando, depois faça Miguel desafiá-lo aqui,
diante de todos, e depois...
Miguel completa. — Depois quero esse cara banido da terra, o jogue na ilha de cobras, aquela
que tem aqui no Brasil.
Lanço um sorrisinho de canto, pois adoro o jeito de pensar dos meus companheiros.
E eu já iria fazer o que ambos sugeriram.
Olho sério para os outros e ignoro totalmente o que meu tio acabou de me acusar.
— Aposto que vocês querem conhecer os caras ao meu lado. Então, sem enrolação, deixem que
eu os apresente.
Meu tio me interrompe. — Eu te fiz uma pergunta, Ravi.
Eu viro para ele com autoridade. — Cala a boca, Henrique. Você é só um cara com o sobrenome
Ferrari que só não foi expulso da família porque meu pai teve pena de você. Eu sou seu chefe e
você não fala comigo a menos que eu deixe.
O vejo tentar argumentar, mas antes que tente, eu olho para o Miguel e depois para os demais. —
Miguel Falconer Ferrari Santoro é um dos meus MARIDOS, somos casados. Ele é um CEO
muito respeitável, aposto que muitos o conhecem.
Henrique faz um comentário debochando baixinho. — Pelo menos você soube escolher bem.
Miguel ainda se controla.
Me viro para o Eros e para os demais. — Este aqui é meu outro marido, Eros Santoro Ferrari
Falconer, um médico cirurgião.
Meu tio faz outro comentário. — É sério? Você trocou uma mafiosa Braga por um médico de
nada? — Ele desdenha do nosso Eros.
Ah, isso me irrita, mas sei quem está irritado tanto quanto eu.
Olho para Miguel. — Eu te autorizo a punir o Henrique Ferrari por não respeitar a hierarquia.
O público fica animado.
Henrique se manifesta. — Você não pode fazer isso.
Mas outra pessoa se manifesta, uma inesperada, o avô de Antony. — Ele não só pode, como
deve. Você não tem moral aqui, Henrique. Eu, no lugar do Ravi, já teria metido uma bala agora
mesmo na sua cabeça só por falar comigo do jeito que falou com o Ravi assim que ele chegou
aqui. Você é uma mancha, e fazer o que fez é imperdoável. Você acha que nós não temos
códigos, leis e hierarquia? Aqui não é bagunça.
Meu pai, Scott, se manifesta. — Além disso, você nem deveria estar falando aqui, ou assim com
o meu filho. Ele é seu chefe, você deve respeito a ele. Desrespeitá-lo assim é automaticamente
desrespeitar todos os outros chefes aqui.
Escuto os demais chefes concordarem.
Meu pai completa. — Miguel, eu te autorizo também a punir esse cara.
Henrique fica surpreso e vira-se para o irmão dele. — Você vai deixar esse cara me tratar assim,
o seu próprio irmão?
Kaleb, meu pai, sorri maliciosamente. Acho que meu tio não conhece o próprio irmão. Pois ele é
terrível, não é um mafioso meia-tigela e teve que fazer coisas para estar onde está, no topo. —
Você não é meu irmão, portanto, Miguel, eu também autorizo a punição.
Vejo Henrique se desesperar. Ele achou o quê? Que ninguém teria coragem de puni-lo por ser
um Ferrari ou por ser irmão de Kaleb?
Alexandre Almeida também se manifesta. — Você ouviu, Henrique. Eu também autorizo sua
punição e, comigo, agora são quatro votos, e com isso, você já pode ser punido pelo Miguel.
Dou um sorriso presunçoso. — Que a sua punição sirva de exemplo, e depois disso, você será
banido, vai MORRER para ninguém nunca mais falar assim comigo, seja família ou não. Miguel,
pode agir.
Miguel sorri maliciosamente para o meu tio, estala os dedos.
— Arrebenta a cara dele, amor! — Diz Eros.
Miguel vai na direção do Henrique. — Você pode até tentar me ofender, mas não aos meus
maridos, muito menos ao Eros. Ele não é um feto indesejado. Agora você, nem o seu irmão te
considera mais. Você é um lixo, um ser sem importância, e para sua informação, eu não sou um
mero acompanhante do Ravi Ferrari.
Miguel segura firme Henrique pela gravata e o puxa, cerrando o punho, pronto para socar a cara
do meu tio, e assim ele faz, dando um soco muito bem dado bem no nariz dele. — Eu e o Eros
somos casados com este mafioso.
Miguel o solta, coloca as mãos nos bolsos e retira dois socos ingleses, e meu tio se apavora. —
Não, espera, eu estava errado, eu errei.
Miguel avança sobre ele e começa a encher Henrique de socos enquanto fala. — Sim, você está
errado, mas é tarde demais. Ninguém vai te ajudar. Principalmente por afirmar seriamente que o
chefe Ravi Ferrari não é homem de palavra.
Miguel para de bater em meu tio e olha para Gabrielly, provavelmente ele já fez suas próprias
investigações para saber quem era a mulher que meu tio queria me empurrar. Ah, Miguel, o teu
ciúme e o do Eros me enlouquecem.
Ele se aproxima dela, bem sério. — Agora fala, o Ravi prometeu se casar com você? Não minta!
E se sim, cadê as provas? Se você mentir, já sabe que seus pais vão ser punidos.
Gabrielly me olha desesperada. — Meu MARIDO te fez uma pergunta, responda. Pois eu
mesmo não fiz isso. Muito menos já direcionei palavras para você ou para os seus pais.
Eros se manifesta. — Até porque estamos juntos há mais de dez anos, então não faz sentido. Ou
seja, um homem gay não se casaria com uma mulher.
Meu pai, Scott, se manifesta. — Exatamente. Meu filho e agora MARIDOS estão juntos desde os
17 anos, e eu sempre deixei claro que nunca iríamos afirmar nenhum acordo de casamento por
ele.
Gabrielly continua calada, pois sabe que qualquer coisa que diga será usada contra ela, e a única
coisa que ela pode falar é: — Eu não tenho nada a ver com o Henrique. Ele agiu sozinho. — Ela
o trai.
Deixando Henrique ainda mais desesperado, Miguel avança nele novamente, mas Henrique fala
antes. — Eu quero um desafio.
Miguel para e sorri para ele de canto. — Ótimo, eu aceito, mas quero ver quem será o corajoso
aqui que vai lutar por você.
Henrique se levanta. — Eu tenho um capanga.
Ele o chama, e já sei quem é o cara. Ele é bom em karatê. Mas olha só que coincidência, o nosso
Miguel também é.
Meu tio ajeita a roupa. — Se o meu campeão vencer, Miguel, você vai me pedir perdão, e você,
Ravi, vai me pedir perdão de joelhos e vai desfazer o seu casamento, além de me passar o seu
posto e se casar com Gabrielly.
Eu apenas dou umas gargalhadas de canto, cruzo meus braços, pois meu tio pensa que já ganhou
por exigir tudo isso. OK, ele vai ver que nunca teve chance contra nenhum de nós três. Somos
um trio, e já viemos preparados para esse lugar.
Olho para o Miguel. — Arrebenta a cara desse capanga, amor!
Miguel sorri maliciosamente. — O seu desejo é uma ordem, chefe!
Capítulo 128
Ravi

Nós aceitamos o desafio e ouvimos as exigências do Henrique. Agora, antes da luta, é a nossa
vez.
Olho para o Eros e ele se manifesta. — Quando a gente ganhar, quero que o Henrique tenha a
língua cortada e depois seja jogado na ilha das cobras. Quero um jogo voraz com ele, no qual
correrá pela ilha para sobreviver, mas todos sabemos que ele morrerá em menos de uma hora,
pois será picado. Ou seja, a natureza o devorará.
A multidão vai à loucura. "Ilha das cobras, ilha das cobras", ecoa pelo local.
Henrique faz uma expressão de desconforto, pois sabe que essa é a punição que alguns traidores
recebem, e ninguém sai vivo para contar a história. Assim que se põe os pés naquela ilha, a
sentença está decretada: a morte!
Eros, você nunca esconde o que pensa e sabe exatamente como agir diante dos outros mafiosos
presentes. Assim como o Miguel, você também não tem medo de mostrar que sabe ser cruel.
Agindo assim, ninguém vai tirar a moral de vocês, e ninguém os verá como dois homens frágeis.
Miguel afrouxa a gravata, tira a parte de cima da roupa e entra para o Eros. — Segura para mim
rapidinho, amor. — Eros pega sorrindo, adorando a situação, enquanto Miguel dobra os punhos
da camisa social e encara Henrique, sorrindo maliciosamente para ele. — Você vai morrer,
Henrique!
Miguel encara o capanga de Henrique com um sorriso confiante. Os dois se preparam para o
desafio, cada um posicionando-se em sua postura de combate. — Pode vir! — Miguel o desafia.
O público ao redor observa ansioso, curioso para ver quem sairá vitorioso.
O capanga avança primeiro, lançando um chute rápido em direção a Miguel. No entanto, Miguel
desvia habilmente, mostrando agilidade surpreendente para um homem de negócios. Em um
movimento fluido, ele contra-ataca com um soco preciso, atingindo o capanga no abdômen. —
Você pode até ser faixa preta também, porém, eu sou melhor que você e nunca deixei de treinar.
Não sou só um homem de terno e gravata, tenho incontáveis habilidades e me orgulho disso. —
Miguel sorri presunçosamente em seguida.
O capanga, momentaneamente atordoado, tenta se recuperar, mas Miguel não dá trégua. Ele
executa uma série de golpes rápidos e precisos, combinando socos e chutes de forma
sincronizada. Sua experiência em artes marciais é evidente, deixando o capanga em
desvantagem.
Ele olha para o Henrique. — É sério? Esse é o seu campeão? Um molenga!
Os movimentos de Miguel são calculados e eficientes. Ele usa técnicas de karatê com maestria,
demonstrando não apenas força física, mas também destreza e habilidade técnica. O capanga luta
para se defender, mas parece estar completamente fora de seu alcance diante da perícia de
Miguel.
E Henrique só vai se desesperando e Miguel rindo da cara dele enquanto luta. Dá pra notar o
quanto o nosso marido está se divertindo e adorando fazer Henrique passar vergonha, o quanto
ele está adorando se exibir e entrar de corpo e alma nesse mundo, no meu mundo, que agora eles
fazem parte.
Em um momento decisivo, Miguel realiza um giro rápido, desferindo um poderoso chute circular
que atinge o capanga no rosto. O impacto é forte o suficiente para fazê-lo recuar e finalmente
cair no chão. — Eu podia ter acabado com isso em um único golpe, mas queria me divertir mais
com esse cara.
Miguel ajeita sua gravata e Eros sorri para ele, devolvendo seu terno.
O público irrompe em aplausos e exclamações, reconhecendo a vitória de Miguel. Henrique,
visivelmente irritado, assiste impotente enquanto seu capanga é derrotado. Miguel se aproxima
de Henrique com um olhar desafiador. — Agora você vai perder a sua língua para deixar de falar
demais.
Posso ver o olhar de desespero de Henrique e meu pai Scott o segura por trás. — Você estava
achando que meu filho e os maridos deles eram alvos fáceis? Que você iria conseguir controlar o
Ravi e roubaria o seu posto? Aqui não, Henrique. Porque somos preparados e se alguém sai da
linha, nós punimos.
Olho para o Eros. — Faça as honras, amor. Faça uma incisão na língua desse canalha.
Eros sorri. Um dos meus capangas chega com uma maleta, a abre diante de todos, revelando
instrumentos cirúrgicos de um médico cirurgião. Na maleta, os conteúdos revelam bisturis de
lâminas afiadas, brilhando com a luz do lustre, prontos para cortar.
Eros pega um bisturi, sorrindo, e encara o público ao redor. — Espero que depois dessa lição,
nenhum outro idiota faça o que esse fez aqui hoje. O que estamos fazendo é só uma
demonstração do que podemos fazer. Portanto, é bom que ninguém ouse falar grosso com o
nosso esposo nunca mais!
O público fica eufórico, Henrique desesperado, posso ver Gabrielly espantada também, e olho
para Antony, que parece adorar o show.
Enfim, eu e os meus MARIDOS não somos trouxas, nem frágeis. Sabemos como agir. Nós nos
amamos e faremos qualquer coisa para que não nos vejam fracos. Podemos ser um com o outro,
fracos e cegos um pelo outro, mas com pessoas de fora, nós sabemos nos defender.
Os dez anos de convivência que temos não são à toa. Sempre conversamos para nos manter
fortes e preparados para qualquer situação, e é exatamente isso que estamos fazendo. Ninguém
verá hoje três homens fracos, muito menos verão meus MARIDOS como fracos que ficam
debaixo das minhas asas, iguais a outros acompanhantes aqui. Não, não... verão três homens de
atitudes que não têm medo de sujar as mãos, se necessário.
Meu pai continua segurando Henrique, Eros se aproxima, Henrique se desespera, mas Miguel
também o segura, e abre a boca dele, puxa sua língua. — Essa boca suja nunca mais vai falar
nada.
Eros sorri. — Sua ganância e falta de respeito com os seus superiores te levaram a essa
consequência, agora aguente. — Ele corta a língua de Henrique.
E o público pira!
"Ilha das cobras, ilha das cobras". — Todo mundo grita.
Meu pai Scott dá um soco na costela de Henrique, Eros enfia esparadrapos na boca dele, e eu dou
a última ordem. — Ilha das cobras! — E assim o fazem.
Capítulo 129
Eros

A vida e a convivência com os meus MARIDOS, com os pais do Ravi, moldaram um pouco da
minha personalidade, confesso, mas isso me ajudou a ser um homem mais firme, decidido e
ajudou a tirar certos medos e limitações que eu tinha.
A mesma coisa aconteceu com o Miguel, e vê-lo sorrindo, se divertindo e com uma aura
ameaçadora parecida com a do Ravi encheu o meu corpo de gás, pois estamos juntos nisso, e não
deixaremos ninguém nos intimidar, ou nos separar, nós nos AMAMOS e entramos sempre na
mesma sintonia quando se trata de nos proteger.
E eu fiquei irritado quando aquele Henrique falou grosso com o meu MAFIOSO, aquilo eu não
admito, ninguém trata os meus maridos como crianças, não somos, somos três adultos realizados,
seguros de si e muito apaixonados um pelo outro, unidos, pois nos unimos para fazer qualquer
coisa um pelo outro.
E quando chegou o meu momento de agir essa noite, os meus equipamentos cirúrgicos já
estavam próximos, pois somos assim, pensamos em várias possibilidades e se eu tivesse que
fazer uma incisão em alguém, eu me colocaria à prova, porque ninguém vai me intimidar.
Então foi o que eu fiz. Miguel venceu a luta, o que eu já tinha certeza, pois a nossa lua é foda pra
Caralho. Ele nunca parou de treinar karatê, tão pouco ficou só nessa modalidade, e eu também.
Se eu precisar lutar, irei surpreender aqueles que não me conhecem, pois eu não sou só um
médico, eu sou uma caixinha de surpresas, e eu sou assim desde quando tinha 15 anos, nunca
fiquei parado, sempre gostei de esportes e categorias de lutas, e namorar o Miguel e o Ravi,
portas se abriram para mim e pude treinar e me aperfeiçoar com os melhores e eu agarrei cada
oportunidade que esses dois me deram e sou grato demais.
Mas enfim, o Ravi me deu o aval para cortar a língua do Henrique. Um subordinado que estava
logo atrás de nós se aproximou, abriu a maleta, e dentro visualizei os meus instrumentos
cirúrgicos - bisturis afiados, tesouras precisas, e pinças delicadas.
Pego o bisturi e avanço em direção a Henrique, Scott o segura por trás e Miguel abre sua boca,
ajudando-me a puxar sua língua, enquanto Henrique se debate de desespero. Mas é a vida, ele fez
merda, ousou desafiar o chefão Ferrari, agora vai sofrer as consequências. Ele já iria ter um fim
mesmo, pois não é de agora que ele vem aprontando e tentando tirar o trono do Ravi. Mas agora
ele não escapará de seu destino e terá o fim que todo traidor merece: a morte.
Corto sua língua sem pestanejar, vejo-o enlouquecer, o público ao redor enlouquece com o show
que estamos dando, posso ver que estão adorando. Miguel está adorando ver esse velho pagar,
pois não é de agora que ele queria descer o cacete nesse homem e vê-lo sofrer, assim como nosso
sogro Scott. Até Kaleb, pai do Ravi, também está gostando, pois, seu irmão adotivo sempre deu
trabalho. Mas chega uma hora que não dá mais para tolerar uma pessoa assim como Henrique.
Pego os esparadrapos e os enfio na boca de Henrique. Ter a língua cortada, algo tão importante, é
tão agonizante quanto perder qualquer outro membro. Scott sussurra em seu ouvido. — Eu jurei
que te daria um soco se aprontasse essa noite. — E desfere um soco na costela de Henrique, que
cai no chão.
Pego um lenço tranquilamente do meu bolso, limpo meu bisturi e o devolvo à maleta, piscando
para os meus MARIDOS. Eles sorriem de volta para mim.
O público pede ilha das cobras, e Ravi dá o comando para mandar Henrique para a cova.
Olho para os Bório e vejo o avô do Antony me aplaudindo e se aproximando de mim. — Eu
sabia que você seria um excelente braço direito para o meu neto. Meus olhos são precisos, nunca
me engano. Consigo ver sua aura forte, e tenho certeza de que você seria um excelente marido.
Porém, aqueles dois chegaram antes e pegaram o doutor para eles.
Antony sorri para mim de canto, dá um gole no drink e expressa o que pensa. — Quem diria que
vocês três iriam conseguir pregar uma peça em mim, logo com a segunda casa mafiosa mais
temida. Mas admito que parte da culpa é minha por não me atentar aos detalhes e por estar
interessado em um de vocês.
Estava prestes a responder quando escuto Alexandre Almeida vindo até nós, rindo
elegantemente. Para próximo de nós e nos encara. — Até imagino o que aconteceu com você.
Deixa ver se eu acerto. O Eros e aqueles outros dois fingiram estar num relacionamento de
traições, no qual um metia chifres no outro?
Antony o encara. — Não me diga que eles já fizeram isso antes com outras pessoas? Tipo com
você? Pior, não me diga que você está afim do Ravi.
Alexandre sorri e responde. — Sim, meu caro amigo Antony, esses três me zoaram, porém você
está errado numa coisa.
Antony questiona o que seria. — Continue, estou curioso.
Alexandre completa. — Eu não estava afim do Ravi, mas sim do Eros.
Antony sorri da situação. — Imagino que vocês três nunca fiquem no tédio.
Piscou para ele. — Nunca! — E volto para perto dos meus maridos.
Mas eu lembro dessa situação com o Alex, esse cara vivia me perseguindo em Oxfordshire,
tentou me conquistar de todas as formas imagináveis, até ele me flagrar uma vez com o Ravi,
que já era conhecido por ele, e depois com o Miguel. Aí ele pensou que eu estava traindo o
mafioso Ravi, mas o próprio Ravi teve uma conversa séria com ele e ficamos apenas como
amigos, nós quatro.
A reunião continua, Ravi nos apresenta para todos os mafiosos presentes como os seus
MARIDOS, e no fim da reunião, fica claro que somos Ferrari. Além do sobrenome, temos os
broches e a família Ferrari como apoio, e agora ninguém irá questionar nossa união, muito
menos empurrar mulheres para o nosso mafioso.
Ufa, dever cumprido.
Vou rumo ao banheiro e esbarro na tal Gabrielly, que me olha de cima a abaixo, e eu faço o
mesmo, bem debochado. — Se olhar demais, vou pensar que você está afim de mim.
Ela responde séria. — Você não é o meu tipo.
A encaro. — Nem se eu fosse, iria te dar moral. E mesmo que o seu tipo seja o Ravi, nem ele te
quer.
Ela sorri com desdém para mim, cruza os braços. — É porque eu nunca dei uma sentada bem
gostosa nele. Aposto que minha bunda é bem melhor que o seu cu. E se eu o chupar e deixar ele
me comer, aposto que vai querer mais vezes.
Não consigo evitar rir com deboche da cara dela, então, se é confronto que ela quer, é isso que
ela terá. Descruzo os meus braços e ando em sua direção, e ela vai dando passos para trás.
— Não importa o que você faça para chamar a atenção do meu mafioso, e sabe por quê? Deixa
eu responder. O pau dele só levanta para dois CARAS, para dois HOMENS, e você não é um
desses HOMENS. Pelo contrário, é mulher, e uma das bem chatas, igual ele mesmo disse. Além
disso, ele gosta de comer um cu, mas é o meu e do Miguel. Porque se fosse de mulher, não
estaria casado com dois CARAS. E outra coisa, o Ravi jamais meteria o pênis dele numa vagina,
e você jamais iria conseguir satisfazer aquele homem gostoso. Ele é sedento por sexo, transa
como um animal. Além de nos comer ferozmente, ele também quica gostoso em nossos paus. E
você não tem uma Pica, e JAMAIS SABERÁ como é comer um mafioso e muito menos saberá
como é ser arrombada pelo Ravi. Você nunca teve chances com o Ravi e nunca terá. E se o
Miguel souber o que você disse hoje aqui, ah, ele não deixaria isso passar não. Eu estou pegando
bem leve contigo, mas saiba que o Ravi é gay pra CARALHO e não foi por falta de comer
mulher que ele virou gay, é porque ele realmente nos ama e gosta de uma Pica, melhor, de duas
rolas, coisa essa que você nunca saberá, ainda mais ao ficar obcecada pelo cara errado. Então,
crie vergonha na cara, tenha um pingo de amor próprio e vá atrás de alguém que realmente te
queira.
Percebo ela ficar sem argumentos e sem reação, tenta falar, mas não sai uma palavra. — Você
entendeu o que eu disse? — Pergunto a ela.
Ela me encara com raiva. — Isso não é justo. Eu gosto do Ravi desde criança. Vocês o roubaram
de mim.
Ergo o cenho. — Querida, ninguém manda no coração aqui não. Ele gosta de homem, de nós.
Gabrielly continua me encarando. — Mas se ele ao menos tivesse me dado a chance de
conquistá-lo.
Olho fixamente em seus olhos. — Para isso, o Ravi teria que ter nascido hétero. Coisa que ele
nunca foi, pois quando viu o Miguel, ficou doido por ele, isso desde quando eles tinham sei lá,
uns 15 anos? Onde você estava quando aqueles dois já iniciavam uma linda história de amor?
Ela fica em silêncio e então responde. — Eu o conheci na Austrália, estudamos o fundamental lá,
e estávamos indo para o último ano. Eu tinha me planejado para me declarar para ele, mas aí
quando as aulas iam começar, recebi a péssima notícia de que o Ravi estava aqui no Brasil e que
iria estudar aqui. Meu mundo acabou, e eu não tive como vir atrás dele.
Eu respondo. — Pois é, e mesmo que viesse, você ainda não teria chances, porque o destino fez
com que aqueles dois se apaixonassem.
Ela me encara. — E você? Onde entra nisso tudo? Não acha que está sobrando nesse
relacionamento? Pelo visto, entrou bem depois, no meio de duas pessoas que já se amavam.
Você não se sente mal por isso?
Ela me fez uma ótima pergunta, e eu já me questionei sobre isso uma vez, então a respondo
verdadeiramente. — No início, sim, mas eu não sou mesquinho, não sou burro e sei separar as
coisas. Principalmente porque se não fosse a história de amor daqueles dois surgir antes da
minha com a deles, não seríamos um trisal, e sim um triângulo amoroso vazado. E não seríamos
o que somos hoje em dia depois de dez anos, e quem sabe, não estaríamos mais juntos. Além
disso, eu aprecio muito o que o Miguel e o Ravi tiveram antes de mim, pois isso foi o gancho
para o que temos hoje em dia. Sem a história deles, não teríamos a nossa história. Você
compreende?
A vejo tentar compreender tudo e me questiona. — Você sente que eles realmente te amam?
Sorrio para ela e respondo. — Eles me amando ou não, tenho a plena certeza de que eu os amo
muito e não me vejo sem eles, nem nessa vida e nem nas próximas. E quero viver todas as
minhas vidas com eles e… — sou interrompido.
— É claro que nós te amamos, Eros. Eu te amo, e o Miguel também. Ninguém pode dizer o
contrário disso, e adoro quando você deixa claro que nos ama publicamente e individualmente.
— O Ravi diz, e nós olhamos para ele.
Miguel está ao seu lado sorrindo e se manifesta. — Não cansamos de dizer que você é a nossa
base, e que é insubstituível para nós dois. Ninguém foi capaz de fazer o que você fez em nossas
vidas e continua fazendo. Se alguém ousar tirar você de nós, pode ter certeza de que esse alguém
nunca terá paz e encontrará abrigo a sete palmos da terra.
O Ravi então retorna a falar, direcionando suas palavras para Gabrielly. — Concordamos com
tudo que o Eros disse anteriormente sobre eu ser gay e amar somente eles, não tenho interesse
em mulheres e ninguém sobra nesse relacionamento, nós nos gostamos igualmente.
Eu tomo um susto internamente. Eles ouviram tudo que eu disse?
Miguel encara Gabrielly. — Acho bom a senhorita ficar bem longe do meu mafioso aqui. Ele é
nosso! — Miguel reforça.
E Ravi se aproxima. — Vou deixar algo bem claro, Gabrielly. Se tu tentar alguma gracinha, eu te
mato! Então fica bem longe da minha vida. Já disse mil vezes que não tenho interesse em você
ou em outras pessoas. Eu fui claro…? — Sinto a aura intimidadora do Ravi.
Ela abaixa a cabeça. — Me perdoe. Eu vou ficar bem longe, não vou fazer nada que desonre o
código e a ética da máfia e nem os meus pais.
Ravi conclui. — Acho bom, porque os teus pais estão na palma da minha mão e você
automaticamente. Agora vaza.
Ela inclina a cabeça. — Eu realmente peço desculpas, senhor Ferrari. Espero não arranjar
problemas com nenhum de vocês. — Ela nos olha e meio que sinto sinceridade em suas palavras
e espero não estar enganado.
Ela vai embora, e além dela, só Henrique ousou falar demais. A reunião continua, e ninguém
mais ousa falar besteiras.
E vejo o Miguel indo rumo ao Antony.
Capítulo 130
Antony

Após todo aquele alvoroço, dirijo-me à varanda, buscando um momento de paz.


Refletir sobre tudo o que aconteceu em tão pouco tempo me faz conter o riso.
Aqueles três merecem um ao outro; não posso deixar de admirar como se amam e cuidam
mutuamente, e eu, no lugar de Ravi, teria feito o mesmo.
Teria mantido em segredo o relacionamento com dois parceiros por anos e os teria preparado
para situações como essa reunião, onde nenhum deles seria pego de surpresa por alguém como
Antony ou Gabrielly.
Ponto para esse trisal que superou todas as expectativas e que ficará marcado na história da
máfia.
Enquanto saboreio minha bebida, vejo Miguel se aproximar.

Miguel

Acho que a pessoa que se divertiu bastante hoje aqui fui eu.
Sinto-me realizado de diversas formas. A primeira foi socar a cara do Henrique, a segunda foi
ver o Eros agir com um bisturi, e a terceira é que agora finalmente faço parte do mundo do Ravi.
Lembro-me da primeira vez que tive contato com esse universo.
Meu pai me levou a uma dessas reuniões, pois recebeu um convite dos pais do Ravi, e eu fui
junto.
Ao chegar lá, senti-me em um filme de Hollywood, cercado por MAFIOSOS.
Andei pelo salão e foi quando vi o Ravi pela primeira vez.
Ele estava em uma mesa de cassino, rodeado por várias pessoas e ao seu lado, suas lindas
garotas.
Ravi sorria enquanto fazia suas jogadas de mestre. Contornei a mesa e parei do outro lado,
observando suas jogadas e movimentos hábeis.
Não o encarei inicialmente, mas após uma boa jogada dele, encarei-o, e seus olhos encontraram
os meus. — Quer jogar? Nunca te vi por aqui.
Empolgado, mas seguindo o ensinamento de meu pai de ser frio e calmo com desconhecidos,
respondi: — Não, só observando.
Continuei observando suas jogadas por um tempo e me afastei, sentando-me isoladamente em
um canto. Observando esse mundo que me fascinou, pois o meu é de terno, gravatas e números,
enquanto o deles é isso e muito mais. Ao olhá-los daqui, pergunto-me que tipo de negócios eles
fazem.
Distraído, escuto: — Posso sentar?
Olho e vejo Ravi, noto que para sua idade, 15 anos, já tinha um corpo bem desenvolvido com
músculos e tattoos, naquela época eu não entendia, mas já sentia atração pelo seu corpo e não
aceitava. Então apenas respondo. — O sofá não é meu, cara.
Ele senta sorrindo. — Me chamo Ravi Ferrari. E você?
Sem olhar para ele, respondo. — Miguel Falconer.
Ravi continua me olhando. — Você não pertence a esse mundo, não é, Miguel?
Ainda sem encará-lo, respondo. — Estou só de passagem com meu pai. Parece que ele é amigo
dos seus pais.
Ele me questiona se conheço seus pais, e respondo que apenas de vista, imaginando que ele seja
filho dos Ferrari, já que mencionaram um filho chamado Ravi.
Ele lança outras perguntas. — Já que nossos pais são amigos, podemos ser também, certo? Onde
você estudou no último ano do fundamental? Você e eu temos a mesma idade, correto?
Balanço a cabeça e digo minha idade, e ele confirma a dele.
Antes que eu responda, meu pai aparece e responde por mim, dizendo que estudarei no Santa
Clara e, no ensino médio, irei para o internato Dom Pedro.
Os pais do Ravi se empolgam e sugerem que fiquemos no mesmo quarto, já que Ravi também
fará o ensino médio no Brasil e lá tem um time de rugby.
— Excelente ideia, pai. — Ravi diz para Scott.
Eu também gostei, mas não demonstrei.
O tempo passou e antes de irmos embora daquela reunião, Ravi veio até mim e disse. — Vou
tentar ir para o Santa Clara, espere por mim. E foi embora.
Fiquei sem entender nada e deixei para lá.
Para minha surpresa, ele realmente foi para o Santa Clara para estudar o ensino fundamental e,
ao chegar lá, abalou os corações das meninas e, confesso, mesmo não sabendo naquela época, o
meu também, pois eu era gay e nem sabia.
Agora estou aqui, em mais uma reunião mafiosa, como esposo do maior mafioso, tendo não só
ele, mas Eros também como marido, e fazemos parte da vida do Ravi, estamos em seu mundo.
Aproximo-me de Antony na varanda, e ele sorri para mim enquanto encosto na sacada. — Peço
desculpas, não consigo controlar meu ciúme pelos meus MARIDOS.
Ele bebe um gole do drink e responde. — Confesso que fiquei puto contigo por pensar que
estava estragando o próprio casamento, ferindo o coração do doutor Eros, pois meu avô gosta
muito dele, e por estar casado com o cara que sempre tive sentimentos. Mas agora que saquei
tudo, relaxa, está tudo bem.
Também peço desculpas. — Eros se manifesta, e Ravi vem ao seu lado.
— Foi mal, Antony, mas meus maridos adoram joguinhos.
Rimos, trocamos ideias e marcamos de nos encontrar em outras situações antes de irmos embora.
Nesse meio tempo, vejo Alexandre se aproximar de Antony e uma ideia me ocorre. Espero que
aqueles dois se gostem, pois, ambos são gays.
E espero que Antony tire Ravi da cabeça, assim como acredito que Alex tirou Eros da sua, pois
quase desci o cassete naquele mafioso uma vez com ciúmes.

Ravi
Acabara de retornar da Austrália quando meus pais me conduziram a uma reunião entre
mafiosos, que, na verdade, era mais um evento relacionado a jogos. No início, tudo transcorria de
maneira normal e um tanto monótona. No entanto, a atmosfera ganhou vida quando me envolvi
em meu jogo predileto: o cassino. Sempre que me via nesse tipo de situação, era inevitável ser
cercado por mulheres, algo que eu apreciava. Contudo, uma coisa que nunca me agradou e
persiste até hoje é a presença de bajuladores, especialmente daqueles com os quais não sinto
empatia, interesse ou familiaridade.
Adoro ser mimado por meus pais, irmãs e agora pelos meus maridos. Entretanto, antigamente,
não apreciava essa atenção vinda de terceiros. Enquanto eu jogava à mesa, tanto as garotas ao
meu lado quanto os caras e até mesmo os adultos não cessavam de me bajular e chamar a atenção
por ser um Ferrari, filho do chefe Ferrari. Talvez, quando eu era mais jovem, isso pudesse me
agradar, mas ao longo dos anos, tornou-se cansativo.
Tudo mudou quando Miguel apareceu pela primeira vez. Ele se aproximou gradualmente da
mesa onde eu estava jogando. Inicialmente, circundou a mesa enquanto eu realizava minhas
jogadas, sem perceber que eu o observava, pois já estava treinado para nunca baixar a guarda.
Em seguida, parou na outra ponta da mesa, mal olhando nos meus olhos, com sua atenção
totalmente voltada para minhas mãos e movimentos. Decidi então realizar a melhor jogada da
minha vida para atrair seu olhar.
Ao questioná-lo se gostaria de jogar, a resposta fria de Miguel foi um simples não. Achei aquilo
intrigante, pois estava acostumado a receber respostas afirmativas acompanhadas de sorrisos e
aproximações. No entanto, com Miguel, além da resposta seca, ele se afastou imediatamente. Sua
atitude despertou minha curiosidade, uma vez que nunca o tinha visto nessas reuniões, levando-
me a decidir segui-lo.
De longe, observei Miguel e fui me aproximando. Sentei ao seu lado e me apresentei como Ravi
Ferrari, esperando a reação habitual. No entanto, ele simplesmente me ignorou, demonstrando
total desinteresse.
A confirmação veio quando ele explicou que não fazia parte do grupo e estava apenas de
passagem.
Naquele momento, percebi que era exatamente disso que eu precisava, de uma amizade assim.
O pai de Miguel me informou onde ele estudaria no ensino fundamental, em São Paulo, e corri
até meus pais para pedir transferência da Austrália para o Brasil. Inicialmente, planejava concluir
meus estudos fundamentais na Austrália, mas ao encontrar Miguel, algo despertou dentro de
mim. Era amor, embora eu fosse jovem demais para entender esse sentimento puro. A única
certeza que eu tinha naquela época era que queria estar perto daquele cara, queria ser seu amigo e
vê-lo sorrir. Mesmo sendo sério, ele, meio que sorriu enquanto conversávamos, e algo em mim
fez meu coração disparar, embora eu ressalte que era jovem demais para entender que se tratava
de amor.
A situação melhorou ainda mais quando começamos o ensino médio juntos, na mesma escola e
no mesmo quarto. O que eu sentia por ele se intensificou, e ficou ainda melhor com a chegada do
nosso sol Eros, outro cara que mexeu com todos os meus sentidos, e ainda mexe. Ele sabe como
conduzir nossas interações, como nos seduzir, como chamar minha atenção e como me deixar
animado, ambos sabem, mas cada um à sua maneira.
Agora, estamos no carro, voltando para casa, prontos para fuder gostoso.
Sento no meio e viro-me para beijar Eros, trocamos beijos apaixonados, e sinto a mão de Miguel
em meu pau. Isso está me deixando ainda mais excitado.
— Vou te chupar todo aqui mesmo! — Miguel diz, ajoelhando-se no meio das minhas pernas,
abrindo meu zíper e expondo minha ereção. Sua boca invade minha pica, e a cabeça da minha
glande bate na parede da sua garganta. Nossa, que chupada deliciosa, e o beijo que Eros me dá
deixa tudo ainda melhor.
Miguel intensifica o oral, enquanto Eros começa a beijar meu pescoço. Sua mão desliza pelo
meu peito, apertando com força meus mamilos, e desce a língua até eles, chupando-os. Eu só
deliro de prazer com ambos. É impossível lembrar de qualquer tristeza quando estou com esses
dois, pois eles me fazem esquecer até que o mundo real existe.
Miguel puxa minhas calças, eu permito, abro bem as pernas, e sinto seu dedo invadir meu ânus
de maneira prazerosa. Eu me entrego gemendo.
Enquanto isso, Eros faz carícias na parte superior do meu corpo, e Miguel na parte inferior.
Depois de alguns minutos, gozo na boca de Miguel e o vejo engolir tudo.
Eros entrega o lubrificante para Miguel, que se senta, passa em seu pau e me olha. — Aqui tem
espaço suficiente pra eu te comer de quatro.
Eu nem penso duas vezes. Tiro minha roupa de baixo completamente e fico da maneira que ele
gosta. — Meta Pica no meu cu, porque estou sedento. Depois é sua vez, Eros.
Fico de quatro, sinto suas mãos no meu quadril, e ele penetra com força, e eu aprecio essa
intensidade gemendo gostosamente. — Bendita seja essa Pica, agora, me fode!
Miguel bate na minha bunda e começa a estocar, eu mexo o meu quadril, solto muitas palavras
obscenas, ele faz o mesmo, e Eros se diverte vendo Miguel me FUDENDO.
Minutos depois, Miguel goza. Eu também quero gozar, e Eros chupa meu pau para me ajudar, e
eu gozo tudo dentro dessa boquinha quente.
Sem demora, ele me coloca de quatro também e penetra meu cu, puxando meus cabelos. —
Toma, mafioso gostoso, leva pau nesse cu apertadinho, que logo vai ficar todo arregaçado
quando mais uma Pica entrar aqui.

O Eros não tem piedade, é igual a mim, ele fode pra valer, esse pau avantajado dele nos faz
delirar, e ele gosta de socar com pressão e profundidade.
— Porra, você também tem um cu abençoado de tão gostoso que é…! — Eros geme enquanto
me cøme, e eu deliro gemendo em seu pau dentro de mim.
Horas depois, estamos em casa.
Na cama, continuamos nos beijando sem perder tempo, e finalmente chega o momento que eu
estava ansioso, receber duas picas no meu cu de uma vez.
Sento de frente para Miguel, em seu pau, e nos beijamos. Ele me estoca mais um pouco e depois
para. Então sinto Eros chegar por trás de mim, empinando mais minha bunda, e seu pau invade
meu cu, disputando espaço com o de Miguel.
— Está gostando, chefe? — Eros pergunta.
Miguel sussurra também. — Aposto que sim, ele é o mais sedento de nós dois, não parava de
falar que adoraria ter duas toras no cu dele.
Enquanto Eros me penetra, eu gemo de dor e respondo. — Vocês duvidaram de mim, mas sim,
estou gostando. Agora, Eros, me estoca gostoso aí por trás.
As picas deles estão todas dentro de mim, e enquanto beijo Miguel e sinto dor, Eros me beija por
trás, me acaricia, me chupa e me lambe, enquanto me fode gostoso, e eu só gemendo nos meus
dois paus.
— Nossa, que delícia… era isso que eu estava precisando… — falo gemendo.
— Olha só, a nossa putinha mafiosa está gemendo para nós. — Miguel murmura.
— A putinha vai gemer ainda mais agora. — Eros intensifica as estocadas e tudo fica ainda mais
gostoso.
Minutos depois, eles trocam de lugar, e Miguel me fode por trás enquanto Eros me beija
ardentemente pela frente.
Passamos bastante tempo nos divertindo, com esses dois me arrombando de todas as formas, e
como eu gosto, só me entrego.
Assim terminamos, e me viro para eles ainda na cama, perguntando brincando. — Qual de vocês
dois vai me carregar como um príncipe para a banheira?
Nós três caímos na gargalhada, e os dois se levantam e me carregam, e eu deixo, porque adoro
como eles me tratam, por eles eu sou bobo.
Ficamos na banheira, bebendo, comendo, e ouvindo música baixinho, até que Eros toca em um
assunto importante.
— Se tudo der certo, em menos de um ano, nossos filhos vão nascer. São de mães de aluguel
diferentes, mas terão o nosso DNA, e espero que tudo ocorra bem. Quero a casa cheia de
crianças e Miguel apavorado trocando fraldas.
Miguel sorri. — Já me vejo desesperado com quatro crianças.
Eu completo. — Estou animado e torcendo para que tudo dê certo, tanto quanto vocês. Dou
minha palavra que darei ainda mais duro para mantê-los seguros. Vocês são o que tenho de mais
precioso, amo vocês e já amo muito os nossos filhos.
Eros e Miguel me envolvem em um abraço, e damos nosso beijo triplo.
Entre beijos, Miguel sussurra. — Eu também amo vocês, Ravi e Eros…!
Eros responde de volta. — Vocês me ouviram hoje na reunião. Amo ambos, Miguel e Ravi!
Nós respondemos a ele. — Ouvimos cada palavra. E rimos entre beijos.
Capítulo 131
Eros

Mais de um ano se passou e estamos aqui, com quatro bebês. Mudamos temporariamente para
uma de nossas outras casas, pois achamos que seria melhor estar em um ambiente com mais
vegetação e longe do sal do mar, além de ficarmos mais perto de nossas famílias para nos
ajudarem com essa fase dos nossos filhos.
Criamos um método para que ninguém fique sobrecarregado e revezamos entre nós com troca de
fraldas, noites de choro e outras tarefas que todo bebê tem nessa fase.
Ravi corre pela casa neste exato momento com os gêmeos no colo. Ele adorou essa ideia de
gêmeos, e a menina se chama Anabely e o menino Luka.
Miguel se encantou com o meu, melhor, nosso, Davi, pois lembra o Ravi e nós gostamos de
escolher esse nome juntos. Por último, e não menos importante, o que está nos meus braços, mais
tranquilo, é o Théo. Ele veio do Ravi, mas é nosso filho também, todos são.
Sento no sofá, onde meus outros maridos estão, e vejo Ravi todo animado brincando com os
gêmeos e Miguel com Davi todo agitadinho. — Já vejo o Ravi levando os gêmeos para todo
lugar. — Comento.
Ravi ri. — Não é bem assim, é que eles grudaram mais em mim do que em vocês. E eu brinco
igualmente com todos.
Miguel sorri com o comentário. — Então isso vale para mim também, porque brinco com ambos
igualmente, mas os gêmeos veem mais o Ravi como pai, e o Davizinho é o que mais gruda em
mim. Ele é agitadinho igual ao Eros, vive mexendo nas coisas.
Então, eu entro na conversa. — O Théozinho é igual ao Miguel quando mais novo, só querendo
paz e tranquilidade, mas é filho do Ravi, que é mais explosivo. Porém, nosso filho Théo gosta
mais do meu colo. Acho tudo isso muito engraçado.
Olho no relógio, é hora do papá das crianças. — É com você hoje, Miguel.
Miguel deixa o Davizinho comigo e vai para a cozinha preparar até o que vamos comer.
Enquanto isso, comento algo que fiquei sabendo. — Escutem, vocês sabiam que Carlos, Rafaela
e Tiago estão namorando de novo? Tipo, trisal? E estão até querendo casar? Soube disso pela
Rafaela, que apareceu no hospital com uma amiga.
Miguel comenta da cozinha. — Torço para que dê certo e que se casem logo. Eles estão com a
mesma idade que a nossa, 31 anos, e estamos indo para os 32. Não que tenha idade para isso,
mas eu estou esperando o convite.
Ravi se manifesta enquanto brinca com as quatro crianças. — Soube de outra fofoca também.
Esta vocês vão gostar, pois fui eu quem causou.
Miguel para o que está fazendo e se aproxima. E eu fico atento.
Ravi então começa. — Consegui tirar o hospital da família Dias. Além disso, outro cara largou a
Carol no altar. Ela está desesperada.
Miguel bate palmas e eu também. — Quando teremos o hospital em nossas mãos? — Miguel
comenta.
Ravi responde. — Vou precisar da sua ajuda, Miguelzinho, para repaginar aquele lugar, levar
para outra direção e entregá-lo ao Eros.
Eu me assusto. — Para mim? Não que eu não queira.
Ravi chega perto de mim e o Miguel também. — Desde que decidi fazer os Dias falirem e tirar
esse hospital da família deles, sempre tive essa intenção, e o Miguel está me ajudando. Então, vá
se preparando. Logo você assumirá a gerência de um hospital, acredito que você dará conta. —
Diz Ravi.
Miguel me abraça por trás. — Tenho certeza de que o nosso Eros dará conta. Ele é tão esperto
quanto nós.
Intervalo o olhar entre ambos. — Vocês me mimam tanto desde que nos conhecemos, me dão
várias coisas caras e de luxo. Alguns namorados dão flores, chocolates, mas vocês vão me dar
um hospital, estou boquiaberto. Olha, vocês se superaram. Mas obrigado, vou dar o meu melhor.

Miguel
Escuto um choro estridente, ecoando pelo corredor e invadindo meus sonhos tranquilos. Alguém
faz uma tentativa de acalmar o ambiente, mas o choro persiste, implacável. — Eros? Ravi? —
Murmuro, ainda envolto pela névoa do sono, tentando identificar o responsável pela interrupção
inoportuna.
— Hoje é o seu dia, Miguel... — Eros murmura, mergulhado em seu próprio mundo onírico.
— É... Hoje é o seu dia, Miguelito... — Ravi responde, num murmúrio sonolento, enquanto me
empurra sem muita cerimônia para fora da cama.
Caio com um baque, e isso me desperta completamente. — Aí, não precisava... — resmungo,
esfregando os olhos e tentando me orientar na penumbra.
Ravi comenta, ainda meio sonolento. — Se eu não faço isso, você não levanta.
Ele está absolutamente correto. Consulto o relógio: são três da madrugada. Quem diabos chora às
três da manhã?
Arrasto-me até o quarto das crianças e deparo-me com os gêmeos soltando berros
ensurdecedores. Meu Deus, eu nem era assim quando bebê. Mas tudo bem, eles vieram de mim,
são nossos filhos. Pego-os no colo, verifico suas fraldas, sondando em busca de qualquer
desconforto. Parece que é fome. Preparo uma mamadeira às pressas, confirmo a temperatura e
ofereço aos pequenos glutões.
Logo em seguida, Davizinho acorda e vem manhoso, pedindo colo, enquanto Théozinho observa,
tranquilo. Puxa vida, aquele ali nem parece que veio do Ravi. Será que não é meu filho?
Davizinho, filho de Ravi, e os gêmeos, de Eros?

Ravi
Os dias voam, e hoje é a minha vez de assumir os cuidados com as crianças.
Enquanto Eros se encaminha para o hospital e Miguel para suas responsabilidades como CEO,
eu estou prestes a embarcar em um dia repleto de aventuras com esses quatro pequenos tesouros,
meus mines troféus, nossos mundos, aqueles que rodeiam o sol e a lua e, sempre terão um
cometa passando próximo.
Visto meu uniforme de combate, pego o apito e, com determinação, me dirijo ao quarto das
crianças. São 7 da manhã, e decidi começar o dia com muita animação.
Ao abrir a porta, assopro suavemente o apito e sussurro entusiasmado. — Papai Ravi vai passar o
dia com vocês! Vamos brincar até não aguentar mais e comer muita besteira.
Antes que a empolgação tome conta, o pai de Eros intervém, dando um leve tapinha na minha
cabeça. — Tu não vai dar besteira para os meus netos comerem.
Ah, é verdade... tinha esquecido que o Senhor Lorenzo estava por perto. Droga, lá se vão os
meus planos mirabolantes de transformar o dia deles numa verdadeira festa.
Capítulo 132
Ravi

Enquanto seguro os meus quatro planetas nos meus braços, sinto a energia distinta de cada um
deles: Marte, Júpiter, Saturno e Urano...
Marte, para o Luke, o pequeno esquentadinho da turma, sempre pronto para expressar suas
emoções com vigor!
Saturno, para o Théo, com sua natureza calma e observadora, ele parece sempre analisar o
mundo ao seu redor com seriedade.
Júpiter, para nossa princesinha, radiante e cheia de vida, iluminando nossos dias com cada
sorriso encantador que compartilha conosco.
Urano, para o Davizinho, nosso pequeno explorador das ideias, sempre com uma perspectiva
única sobre o universo ao seu redor.
Cada um desses planetas parece encapsular perfeitamente a essência e a personalidade distintas
de nossos preciosos bebês.
Miguel, Eros e eu decidimos fazer tatuagens dos planetas e colocar o nome dos nossos filhos.
Estou totalmente animado, mal posso esperar para eternizar o nome deles no meu corpo.
Amo meus MARIDOS, e eles me deram mais um motivo para continuar sendo cada vez mais
forte e determinado. Juntos, conseguimos ter quatro filhos por inseminação artificial, e minha
família agora está completa.
Nós três lutamos para ser e ter o que temos hoje, sempre nos apoiando e motivando um ao outro,
sem nunca desistir.
Depois de arrumar as crianças e dar comida, decido sair para dar uma volta com eles.
Meu sogro me ajuda a colocá-los no carro especial que trocamos para passear com esses
pequenos anjinhos. — Para onde você vai levá-los?
Dou um sorrisinho para o meu sogro. — Hoje será o dia de visitar o trabalho dos papais.
Meu sogro lança um sorriso largo.
E eu continuo. — Vamos primeiro na empresa do papai Miguel e, por último, no hospital do
papai Eros. Vamos fazer uma surpresa para eles.
Ele ri. — Vai ser uma surpresa mesmo, porque eles não esperavam ver os filhos hoje durante o
horário de trabalho, mas sim à noite quando retornarem.
— Por isso é uma surpresa, sogrão.
Entramos no carro e seguimos em direção à empresa do Miguel.
Chegamos, coloco os gêmeos no canguru na minha frente, e Théozinho e Davizinho atrás, nas
minhas costas. Estou me sentindo o super paizão mafioso.
Chego à recepção e, como já me conhecem, passo direto. Percebo que estou chamando atenção,
tanto pelo charme quanto pelos meus quatro lindos filhos com sorrisos cativantes que parecem
estar se divertindo tanto quanto eu.
O senhor Lorenzo fica na recepção conversando com todos os funcionários, como sempre faz
quando vem por aqui, pelo hospital, ou quando está comigo, desbravando o mundo mafioso. O
cara parece um prefeito; onde passa, cumprimenta e engata conversas. E o Eros é do mesmo
jeito, ou até pior. Tal pai, tal filho. Ambos têm uma lábia e uma facilidade para fazer amizades
que são admiráveis.
Pego o elevador sozinho, tiro meu celular do bolso e tiro várias fotos nossas no espelho. Mais
tarde, vou mandar para os meus maridos no nosso grupo.
Não consigo parar de registrar essas belezuras. Fizemos questão de tirar várias fotos de nós sete;
queremos registrar cada momento com eles e estar o mais próximo possível de cada um, assim
como meus pais fizeram comigo, o pai do Miguel com ele, e o pai do Eros. Mas queremos fazer
ainda melhor.
Chego no andar do CEO Miguel e continuo arrancando olhares e sorrisos dos funcionários.
Vou em direção à sala do Miguel e o vejo irritado, fugindo de um cara. Quem é esse idiota?
Capítulo 133
Miguel

Meu dia começou agitado. Queria estar em casa com meus filhos e meus maridos, mas até passar
a sucessão da empresa para um dos meus filhos, vai demorar uns longos 18 anos para cima, a
menos que eu deixe um dos meus irmãos cuidar temporariamente.
Mas eles têm as vidas deles, e eu quero treinar o filho que mais demonstra interesse nesse ramo.
Julgando desde cedo pelo jeitinho, acho que vai ser o Théozinho.
A Anabely tem jeito que ou vai ser uma mafiosa de respeito ou uma excelente médica como o
Eros. Já o Davizinho e o Luka têm jeito que vão tentar de tudo; eles são muito agitados.
Mas enfim, espero que até lá, eles cresçam bem, saudáveis, e aproveitem tudo o que tem de bom
na vida.
Chego na empresa e vejo que já tenho uma reunião chata, com pessoas chatas.
Essa merda demorou um tempão e quando termina, um cara chato vem atrás de mim. Ele não é
brasileiro, mas aprendeu o idioma e abriu uma empresa recentemente no Brasil. Tem a minha
idade, é recém-divorciado, e acho que é bissexual, pois já tivemos outras reuniões de negócios e
ele parece estar dando em cima de mim, mesmo sendo cego para não ver a minha aliança. Isso
está me irritando, mas como são negócios, não posso mandar ele tomar naquele lugar, ainda.
— Miguel, desculpa ser assim, mas é que você é um colírio para os meus olhos.
Olho para o Rodolfo irritado, mas para minha surpresa, meu humor melhora imediatamente. Pois
além de ver o meu mafioso, vejo nossos filhos.
E nossa, que homem gato!
Ele está todo estilo mafioso, usando óculos escuros e fez a barba, e isso só o deixa ainda mais
atraente e galanteador.
A calça que ele usa realça aquela coisa gostosa que ele tem no meio das pernas e, se desse, eu
deixava ele me comer agora mesmo, pior, me deu um tesão.
O Ravi vem sorrindo em nossa direção. — Estou atrapalhando, melhor, estamos atrapalhando?
Ele chega todo sedutor, para na minha frente, e eu o beijo na frente do Rodolfo para que entenda
a situação e que estou muito bem servido. Para ficar melhor, só faltou o Eros.
O Ravi olha para o Rodolfo com um sorriso de canto, estica a mão. — Sou Ravi Ferrari Falconer
Santoro, marido do Miguel, e esses aqui são os nossos filhos. Temos uma linda família.
Eu só não rio desses ciúmes dele porque eu amo os ciúmes dos meus maridos.
Rodolfo fica meio desconcertado. — Meu nome é Rodolfo, sou novo no Brasil e não sabia que o
CEO aqui tinha filhos e um…
— Maridão? — O Ravi responde.
Rodolfo apenas sorri e se despede, seguindo o rumo dele. Amém.
Entramos na minha sala, brinco um pouco com os nossos filhos deixamos eles juntos num
cercado, levo o Ravi para o banheiro e dou um beijo ardentemente apaixonante nele, aproveito
para chupá-lo bem gostoso e ainda deixo ele me foder ali mesmo rapidinho. Saímos do banheiro
totalmente realizados, e vejo que os nossos filhos ainda estão brincando.
Temos que aproveitar cada minuto juntos, pois depois que eles crescerem e começarem a
entender as coisas, já vejo que nossas diversões sexuais vão diminuir.

Ravi

Nossa visita termina na empresa do Miguel. Saio do escritório apresentando as crianças para os
funcionários e volto para o carro com o meu sogro, rumo ao hospital.
Chegamos, e como sou conhecido aqui também, passo sem ser questionado rumo ao escritório do
Eros, arrancando suspiros e olhares tanto pela minha presença marcante quanto pelos quatro
filhos mais lindos do mundo. O senhor Lorenzo fica lá embaixo jogando conversa fora.
Chego no andar do escritório do Eros e o vejo num corredor conversando com quatro novos
residentes, sei que são pela roupa diferente de um médico formado e por serem mais novos.
Mantenho-me distante, sem ele me notar, e vejo uma doida cantando o meu marido
discretamente. Ele é meu, sua piranha.
Oxi, primeiro o Miguel, agora o Eros, meus homens não têm um dia de paz? Ninguém respeita
os casados? Não enxergam o bambolê enorme no dedo anelar?
Os outros alunos se afastam e a piranha continua perto do Eros, que se mantém sério, e leio os
lábios deles.
Imito a voz dela igual a de uma piranha mimada. "Doutor Eros, espero poder aprender bastante
com o senhor. Meu sonho sempre foi ser médica cirurgiã e já li bastante sobre você."
O Eros responde, bem seco: "Agradeço."
Mas a piranha continua: "Doutor, o senhor não se importa se eu for o tipo de pessoa que pergunta
a mesma coisa várias vezes, certo?" — Ela fala enrolando uma mexa do cabelo — piranha.
O Eros responde, bem sério, de braços cruzados com uma prancheta na mão esquerda: "Se isso te
impedir de fazer besteira, não me importo de explicar mais vezes."
Ela tenta acariciar o braço do Eros para sentir seus músculos, mas ele desvia. "Até logo,
Eduarda," o Eros se despede e vai para o outro lado. E ela vem na direção de onde estou, e os
outros residentes estão esperando por ela.
Essa Eduarda para no grupinho dela e começa a falar. — "Aí, ele é lindo né? Deve ter uns 31
anos, porém vi uma aliança, será que é casado? Será que ele é o tipo de médico que pula cerca?
Eu iria adorar namorar um médico cirurgião e ter boas notas, além de que ele é atraente pra
caramba. Será que se eu der em cima dele, consigo alguma coisa? ”
E eu só ouvindo, fingindo que estou brincando com os meus filhos e eles nem se importam que
estou perto e ouvindo.
Um dos colegas dela responde. “Se ele não for gay, e não for fiel, talvez você tenha chance sim,
você é bonita e atraente. ”
Vejo Eduarda se achar toda com esse comentário. “É isso que eu vou fazer, vou com tudo para
cima do doutor Eros e fazê-lo se apaixonar por mim e terei ele na palma da minha mão, soube até
que ele é dono desse hospital. ”
Os outros ficam todos admirados com essa revelação.
É, o hospital é do Eros, Miguel e eu demos duro para presentear esse hospital para o nosso
marido.
Além de que, será de um desses nossos filhos, e não para uma piranha como essa.
“Já pensou, eu me torno dona desse hospital? Vou ser podre de rica, além de que, com esse poder
todo, ninguém mais vai me humilhar por ser de origem humilde. ”
Ah, tá. Agora eu entendi tudo. A coitada pensa que é uma Rubi? Uma Teresa? Que vai subir na
vida se casando com um cara rico, porque se acha inteligente e digna disso? Hum, pena piranha,
mas o meu Eros é gay com pressão, além de que ele iria te humilhar se te ouvisse falar isso.
Mas olha só que azar, pois ele ouviu, porque eu liguei para o Eros e deixei ele ouvir tudo. Eu sou
do mal.
E olha só, lá vem ele rumo aos alunos e a essa piranha.
E eu só sorrio maldosamente.
O Eros para diante do grupinho, e a piranha vai logo jogando charme para cima dele. — "Doutor
Eros, você quer almoçar hoje com a gente?"
Ele olha sério para ela, parece irritado, e ele me viu, mas no momento vai agir como se não me
conhecesse. — "Por que não?" — Ele responde com um tom que eu entendo que ele já vai
aprontar.
Eduarda fica toda sorridente. — "Vamos mesmo, doutor? Podemos aprender enquanto
comemos." — Ela usa uma voz para seduzir.
Mal sabe ela, que esse joguinho, o Eros é mestre, principalmente na arte de seduzir eu e o
Miguel, essa piranha pensa que é quem?
O Eros vira para mim. — "E aí, cara?" — Ele vem e nós nos cumprimentamos como se fôssemos
dois amigos, e lá vamos nós zoar as pessoas.
O Eros brinca com os nossos filhos, e o Théozinho fica doido para vim no colo dele, mas não
deixamos, e os alunos nos rodeiam, ficam admirados com as crianças e um desses residentes é
gay, é notável a forma e o jeito que fala comigo. — "Sua esposa é muito sortuda, e você também,
tiveram logo quatro filhos."
Eu apenas sorrio, não vou dar nenhum sinal.
E o Eros fala. — "Quer ir almoçar com a gente?"
Vejo os alunos se animarem e eu vou junto, e já imagino que o Eros quer aprontar nesse almoço
e já sugiro irmos para o meu restaurante, sem dizer que é o meu restaurante.
Saímos do hospital e eu vou no carro com o Lorenzo e as crianças, o Eros na moto dele, e os
alunos num carro de um deles.
Me pergunto o que vai acontecer nesse almoço, ainda mais com o sogro Lorenzo indo junto, já
estou animado.
Capítulo 134
Ravi

O Eros concorda em irmos juntos com esses novos médicos residentes para almoçar.
Enquanto os vejo indo na frente e antes de avisar o senhor Lorenzo, pego meu celular e ligo para
o Miguel, pois minha maldade ainda não está completa e eu aprendi a ser assim com meus
maridos.
Miguel atende. — "Fala, amor?"
Eu respondo. — "Escuta… eu cheguei aqui no hospital e você não vai acreditar no que
aconteceu."
Ele, curioso, pergunta. — "O quê?"
Eu, com vontade de jogar fogo no paiol, jogo a bituca de cigarro. — "Tem uma mulher dando em
cima do TEU MARIDO, EROS!"
Eu falo de um jeito que eu sei que vai deixá-lo enfurecido.
Percebo sua voz mudar. — "É SÉRIO?"
E eu reforço o fogo jogando gasolina. — "Ela percebeu a aliança no dedo dele, mas disse que vai
fazer de tudo para separar o Eros da pessoa que ele está casado, ou seja, VOCÊ."
A voz do Miguel está alterada. — "ELA DISSE O QUÊ?"
Eu confirmo e acrescento. — "Não só disse, como está agindo. Ela, além de jogar todo o charme
dela para cima dele, tentou tocá-lo para sentir aqueles músculos definidos que o Eros tem e você
gosta de tocar, ela disse que quer ser dona do hospital que VOCÊ se esforçou para dar para O
SEU EROS, e o convidou para ir ALMOÇAR com ela, hoje, agora mesmo, lá no meu
restaurante, e disse que adora um HOMEM CASADO."
Eu espero ter deixado o Miguel com raiva até no cóccix. — "Vocês estão indo para o
restaurante?"
Consegui o que eu queria, Miguel com raiva e doido para ir até o restaurante conosco. — "Sim!"
— "Qual é o nome dela?"
Eu respondo que é Eduarda, ele diz que vai aparecer por lá e desliga.
Dou um leve sorrisinho satisfatório, nossos filhos estão rindo e eu olho para eles. — Essa foi a
minha primeira lição para vocês: se você tem uma espada disponível para usar na batalha, use.
No caso da espada aqui, é o pai de vocês, o Miguel, e seja um espectador até chegar a sua hora
de brilhar e então você surge como uma estrela maior e apaga o brilho de quem tentou brilhar
mais que vocês, nesse caso, o tipo daquela piranha, Eduarda. Entenderam?
As crianças só riem e sigo rumo ao restaurante.

Eros

Depois que termino as orientações com os novos residentes, volto para o meu escritório, mas o
Ravi me liga e eu atendo. No entanto, ele não diz nada, e eu só escuto vozes no fundo, vozes que
reconheço. Sei que o Ravi não vai falar nada porque já fizemos esse tipo de coisa, e quando
quem liga não diz nada, provavelmente é porque a ligação é uma situação parecida com a que
estou presenciando agora, ao ouvir Eduarda falando que vai dar em cima de mim, mesmo
sabendo que sou casado. Isso me enfurece.
Eu nem continuo meu caminho, só dou meia volta e volto com o semblante fechado para eles.
A maluca da Eduarda já vem com aquela voz fina para cima de mim, mexendo no cabelo e
tentando me seduzir. Ah, para!
Ela quer ser sedutora e sexy no meu jogo? Onde eu sou especialista? Onde eu fisguei dois
machos?
Vejo o Ravi de óculos, com uma roupa toda sexy, e vejo aquilo no meio de suas pernas que
chama a atenção de qualquer um, e nossa, Ravi, que maldade, você vem com a minha calça
preferida que gosto de ver você usar porque eu já disse que a tua pica fica em evidência de forma
sedutora e não tão vulgar.
Você é do mal, Ravi, pois eu fiquei com água na boca e meu cu doido para sentar em você. Mas
enfim, você está gostoso pra CARALHO.
Além disso, o vejo com os nossos filhos no canguru onde cabem quatro. Mandamos fazer um
especial para conseguirmos andar com todos de uma vez.
Passo pelo Ravi, mas não dou bola inicialmente, e a doida da Eduarda me chama para o almoço.
É claro que eu vou aceitar, pois lá ela vai cair da cadeira ao descobrir mais sobre a minha vida.
Ela pensa que é quem? Uma Maria do bairro que vai ter sucesso em separar um HOMEM casado
e se casar com ele e automaticamente ser dona do que ele é dono? Louca!
O hospital é meu, eu ganhei dos meus MARIDOS!
E será dos nossos filhos!
Eu quem se deu bem nessa situação, foi eu, pois fui abençoado com esses dois machos e não
aceito dar eles e nem o que eles me deram para ninguém. Eu nem era assim, peguei essa mania
de possessão e aceitação do Miguel e hoje em dia aprecio tudo que eles me dão e fazem por mim,
e se tem uma Maria do bairro, esse alguém sou eu. Nem acredito que pensei nisso, só lembrei da
novela que a minha mãe via.
Pois estou dando duro para esse hospital ter uma nova imagem. Quero tirar a mancha que os Dias
deixaram nesse lugar, e assim como o Ravi e o Miguel têm um grupo tanto nacionalidade como
internacional de suas empresas, nós também estamos querendo nacionalizar esse hospital privado
e ter mais filiais pelo Brasil. Mas para isso, vou precisar me esforçar muito e tenho dois
MARIDOS para me ajudar com essa questão. E uma louca dessa pensa que pode chegar na
minha vida e sentar na janela? Eu estou enfurecido por ela pensar assim.
Eu aceito ir almoçar com eles, vou até o Ravi, o cumprimento como se fôssemos amigos, brinco
com os nossos filhos, o Théozinho fica doido para vir comigo, mas agora não é o momento, meu
coração fica partido, pois ele fica querendo chorar. Papai recompensa mais tarde brincando.
Enquanto brinco com os pequeninos, um dos residentes que eu sei que é gay, começa a dar em
cima do Ravi.
— Oi BONITÃO. Você é casado? Sua esposa deve ser muito sortuda.
O Ravi não responde, só dá aquele lindo sorriso largo e cativante dele.
E o cara continua. — Você tem um sorriso muito bonito!
O Ravi só agradece.
O Ravi vai na frente para falar com o meu pai que está com ele e pôr as crianças no carro e
enquanto ele se afasta, eu escuto o tal Márcio, o gay, comentar com os outros colegas dele. —
Vocês notaram o pacote que ele guarda no meio das pernas?
Uma colega afirma que sim, já os outros nem repararam, e Márcio conclui. — Uma mamada
minha naquilo e eu saio realizado e ele apaixonado por mim.
Eu só respondo mentalmente “iludido esse Márcio”.
Combinamos um almoço todos juntos, pois o Ravi esperto sugere ser em um dos restaurantes, e
eu vou rumo à minha moto, coloco o fone, ligo para o Miguel, ele atende. — "Fala amor?"
Eu já vou direto para o assunto. — "Um cara deu em cima do TEU MAFIOSO! E disse que uma
chupada dele e você perde o TEU MACHO!"
Miguel responde. — "É um novo residente do hospital?" — Já sinto sua voz mais grave, deve tá
com raiva, me pergunto se o Ravi já disse alguma coisa pra ele.
Eu sorrio e digo. — "É! Um cara chamado Márcio. Estamos indo para o restaurante do Ravi,
aparece por lá amor, beijos, te amo." — Eu desligo.
Ligo a moto e vou rumo ao restaurante com um sorriso satisfatório.
Capítulo 135
Eros

Chego primeiro ao restaurante, vou até a recepção e peço para prepararem mesas para nós no
andar de cima antes de me sentar.
Logo em seguida, vejo Ravi subindo com as crianças e meu pai.
Atrás deles, os quatro residentes — Eduarda, Márcio, Vanessa e Pedro — seguem, sendo Pedro o
único mais reservado do grupo.
Ravi se senta à minha esquerda e Eduarda à direita, enquanto os outros ocupam os lugares ao
redor da mesa, e meu pai fica ao lado de Ravi.
Assim que pegamos os cardápios, Ravi anuncia: — Tudo por minha conta.
Percebo a animação dos residentes.
Márcio então aproveita a oportunidade: — Sabia que iria gostar de você. Bancar o almoço, não é
todo homem que faz isso.
Ah, Márcio, realmente não é fácil encontrar homens como o meu Ravi. Este já é comprometido
com DOIS donos: Miguel e eu. Por favor, desvie o olhar ou note a aliança imponente no dedo
anelar dele.
Márcio insiste: — De onde vocês se conhecem, Dr. Eros e Ravi, certo?
Ravi sorri: — Desde os tempos de escola, ensino médio. Éramos colegas de quarto no internato
Internato Dom Pedro.
Percebo Márcio surpreso: — Ei, eu também estudei lá, e ouvi dizer que antes era só para
meninos, só depois virou misto.
Ravi comenta: — Antes do Eros entrar, sim, mas depois virou misto. Mas antes era só para
meninos.
Márcio se apoia na mesa numa posição pensativa. — Fico imaginando quando era só com
meninos, se na minha época já rolava muita pegação, imagino antes, quando não tinha garotas.
— Ele para de falar e olha para Ravi de novo. — Você ficou com algum cara na sua época?
Já até imagino a resposta do Ravi.
Ravi sorri e responde. — Sim, pois antes do Eros entrar para a escola, eu era afim de dar uns
pegas no meu colega de quarto, Miguel.
Márcio se entusiasma e pergunta se Ravi é bissexual. Ravi responde: — Veja bem, eu disse que
era afim de dar uns pegas.
Márcio questiona se nunca rolou nada entre eles dois, e Ravi continua: — Rolou sim, muito
sexo!
Os residentes vão à loucura na mesa, e meu pai se segura para não rir.
Márcio continua com as perguntas: — Mas e então você é bissexual, pois você está casado e tem
4 filhos. E você, Eros? Conheceu o amigo de quarto do Ravi, o Miguel?
Eu olho para eles e noto a curiosidade em seus rostos. — Sim, era eu, o Ravi e o Miguel no
mesmo quarto, e eles se pegavam horrores, ou seja, eles namoravam.
Márcio me encara. — E você não ficava incomodado com a pegação desses dois? — Márcio
questiona.
Então eu respondo: — Por que eu ficaria, se até eu dei uns pegas no Miguel? — Vejo suas
expressões de surpresa, principalmente na cara da Eduarda.
Márcio intercala o olhar entre Ravi e eu. — Cara, esse Miguel é um sortudo, devia ser um
tremendo gatinho, conseguiu ficar com dois gatos, mas diz aí doutor, você é gay ou bi?
Antes que eu responda, escuto alguém arrastar uma cadeira, e ouço Márcio comentar que tem um
cara muito gato chamando atenção vindo em nossa direção sorrindo enquanto puxa uma cadeira.
Giro meu pescoço e é exatamente quem eu estou pensando: Miguel.
Ele para atrás de mim. — Vocês devem ser os novos residentes do hospital.
Eduarda questiona: — E você seria?
Ravi e eu abrimos espaço entre nós para Miguel colocar a cadeira.
Miguel senta todo pomposo, os encarando. — Eu me chamo Miguel, da época de escola desses
dois aqui, ouvi parte da conversa. — Noto a expressão de surpresa estampada em seus rostos,
principalmente do Márcio e da Eduarda.

Miguel
Ravi e Eros sabem exatamente como me sinto quando o meu território está sendo rodeado por
outro cara ou mulher. Tudo bem olhar para o que é meu, eu deixo, só não vale criar expectativas
sobre o que já me pertence, principalmente quando é bem evidente em nossos dedos que somos
casados. Isso eleva minha ira, enfim.
Subo as escadas do restaurante com dois nomes em mente, Márcio e Eduarda, dois seres que não
respeitam os casados. Vou por eles para correr, vou deixar claro aqui quem é o macho alfa do
Ravi e do Eros.
Chego no andar e escuto parte da conversa. Eros e Ravi falam sobre nós, na época da escola, e
sinto que é a minha deixa.
Pego a cadeira, arrasto, e eles me olham confusos, e acho que até admiram a minha beleza, pois
sei que sou de parar o trânsito, assim como os meus dois maridos que eles cortejam.
Me sento e me apresento como Miguel, e noto suas expressões confusas.
Então, um dos residentes questiona Eros. — Espera, não me diga que esse é o mesmo Miguel a
quem vocês se referiam?
Eu mesmo tomo a rédea. — Sim, sou eu, o único.
Acho que esse é o tal Márcio, dá para notar que é gay, e ele continua. — O que te traz hoje aqui,
Miguel?
Eu pego e os encaro sério. — Vim ver os meus MARIDOS.
Eles ficam se entreolhando, mas as minhas próximas ações vão ser claras para eles ou ficarão
ainda mais confusos. Me levanto, vou até os nossos filhos e pego o Davizinho no colo. — Cadê o
filhinho do papai? Estava com saudades, hein? — Faço carinho nele e o coloco no lugar, e
seguro os gêmeos. — Papai estava doido para vê-los novamente.
Coloco os gêmeos de volta na cadeirinha com ajuda do meu sogro e pego o Théozinho e me
sento na cadeira, percebendo os quatro residentes sem entender nada. Eu me viro para o Eros. —
Olha amor, o Théozinho está doido para ir no seu colo.
Eros sorri e pega o Theo. — Vem aqui com o papai. — Eros pega ele todo sorridente.
Eu me viro para o Ravi e o beijo, notando de canto de olho eles pondo a mão na boca,
principalmente Márcio, já Eduarda, o queixo está quase caindo na mesa.
Beijo o Ravi de língua, ele retribui, e depois cessamos o beijo e então os olhos novamente e
concluo. — O Eros e o Ravi são os meus MARIDOS!
Márcio se inclina incrédulo na direção do Eros. — É sério, doutor?
Eros ainda brincava com o Théozinho, volta sua atenção para eles, mas antes põe a mão que está
nossa aliança sobre a mesa, eu coloco e o Ravi também, e ele responde. — Somos um TRISAL.
Os quatro ficam de boca aberta.
Em seguida, eu beijo o Eros, e ele retribui, depois cessamos os beijos e nós nos olhamos com
ternura, e eu digo. — Estava com saudades de AMBOS e dos nossos FILHOS.
Então, concluo intercalando o olhar entre os meus maridos. — Vamos pedir o mesmo de
sempre? Porque olha, estou morrendo de fome, e não via a hora de chegar aqui. Amor, como está
lá no hospital? Os seus novos residentes estão te dando muito trabalho ou você está maltratando
eles?
Eu viro minha atenção para os residentes. — Olha, às vezes ele é meio malvadinho, mas é
bonzinho se seguir todas as orientações dele. Ele é assim em casa também. Se eu ou o Ravi
saímos da linha, ele fica todo irritadinho e começa a agir como um ditador.
O Ravi e o Eros só riem e eu continuo. — Ouvi que vocês falavam sobre nós na época da escola?
Pois é... Nessa época, eu e o Ravi tínhamos um lance, aí o Eros chegou e nós três nos
apaixonamos profundamente. E cá nós três, juntos há mais de dez anos e nunca nada e nem
ninguém foi capaz de nos separar, porque o nosso amor é real, recíproco e sem ganância. Nós
três nos amamos muito.
Faço uma pausa dramática e finalizo. — Olha, a única pessoa que me botou medo nesta vida e
me fez pensar que nosso trisal nunca daria certo foi o meu sogrão Lorenzo ali, não é, amor? —
Eu olho para o Ravi.
É adorável ver a cara de pamonha do Márcio e da Eduarda.
Capítulo 136
Miguel

Eu viro para o Ravi, esperando que ele confirme tudo que eu disse. Ele me dá um beijinho e
depois se inclina para frente.
Encara os quatro residentes com determinação. — O que o meu MARIDO acabou de falar eu
confirmo e assino embaixo. Somente o nosso sogro aqui foi e é o único que pode tirar o Eros de
nós, mais ninguém. Além disso, vocês não imaginam do que sou capaz de fazer por esses dois e
sabem por quê? Se aproximem, temos um segredo para contar.
Os quatro residentes se aproximam meio desconfortáveis e desconfiados, enquanto eu me inclino
também e os encaro maliciosamente.
Olho para Eduarda e não posso deixar de pensar na audácia da filha da puta em cogitar dar em
cima de um homem casado, do meu HOMEM, do nosso EROS.
Meu olhar se volta para o Márcio, e sinto uma raiva latente diante da ideia insensata que passou
pela mente dele. Ninguém mais chupa aquela pica MAFIOSA além de mim e do Eros.
Espero que todos fiquem próximos para assustá-los. Ravi me olha e pisca para mim. Então ele
sussurra. — Vocês sabem quem eu sou?
Os residentes respondem. — Não!
Faço uma expressão séria e sinto meus olhos faiscando. Há uma tensão palpável no ar, antes
mesmo das minhas palavras. Nenhum desses quatro, espera minhas próximas ações e palavras.
Então, os assusto. — O Ravi é um mafioso! — Revelo com voz grave, enquanto cravo a faca na
mesa, diante dos quatro que tomam um susto e recuam instintivamente para trás.
O ruído da faca encontrando a madeira ecoa no ambiente, cortante como a atmosfera
repentinamente carregada. Meu gesto foi tão brusco e assertivo que parece congelar o ar ao
redor, transformando o restaurante em um campo de batalha onde cada palavra é uma arma
carregada. Mas somente as minhas, pois esses dois entraram num território proibido, onde suas
caças já têm um dono, eu, e ninguém os tira de mim. Se pensarem em me tirar algo, viro um
leão, pois não tenho medo de demonstrar os meus ciúmes pelos meus dois MACHOS.
Observo-os, e os olhares dos presentes se fixam na lâmina da faca cravada, que reluz à luz do
ambiente, enquanto o silêncio se instala como uma manta pesada sobre a cena proposta para eles.
Posso até sentir suas respirações, que parecem um sussurro tenso, à espera do que virá em
seguida.
Me inclino para trás, todo presunçoso, ajeito minha roupa, e continuo encarando Eduarda e
Márcio.
Eduarda fecha a cara e olha para o Eros. — Doutor, o senhor vai deixar esses dois falar assim
com os seus alunos, comigo? Olha o que eles fizeram com uma faca. — Ela fala com uma voz
trêmula e meio confusa.
Mas o Eros só ri, e mal dá atenção para eles, continua brincando com o Théozinho, e sei que não
vai se manifestar até eu terminar.
Então encaro Eduarda. — Me diga, senhorita Eduarda, por que abriu a sua boca para dizer que
iria dar em cima do nosso MARIDO Eros?
Ela rapidamente muda a expressão, ficando desarmada. — Eu não disse isso. — Ela gagueja.
O Ravi sorri. — Disse sim, não se faça de boba, eu estava do lado de vocês, ou vai falar que
estou mentindo?
Eduarda fica sem voz, incapaz de articular uma única palavra, enquanto seus olhos intercalam
entre mim e os dedos de Ravi que dançam sobre a mesa.
Então Márcio, que parece ser audacioso, finalmente se manifesta. — Olha aqui, eu não sei que
porra é essa, mas isso tá onde longe demais, nós não fizemos nada. — Sua voz estava alterada,
voz de um gay zangado.
Mas agora vou dar mais motivo para ele se zangar ou ficar sem argumentos. — Então você,
Márcio, estava brincando quando falou que com uma mamada no meu mafioso sairia realizado e
ele apaixonado por você?
Márcio tenta negar. — Eu não…
Mas eu não deixo. — Ah, Márcio, não minta que vocês não fizeram nada, mas só o fato de
cogitar em olhar para homem casado com uma aliança enorme em seu dedo, com quatro filhos, e
você acha que não fez nada? Que vocês dois não fizeram nada?
Me apoio na mesa e volto a encará-los, pois a mudez tomou conta deles, principalmente o medo
e a vergonha, posso sentir. — Escutem, tudo bem olhar para homem casado e desejá-lo, mas para
si, ou escondido. Porém, jamais querer desfazer um casamento. Não que vocês tivessem chances
ou sucesso com essa tolice com os meus maridos, mas é que eu sou um cara muito ciumento,
talvez tóxico, mas eles dois nunca se importaram.
Eros me interrompe. — Eu fico com maior tesão, me sinto precioso!
Ravi se manifesta. — E eu também, eu adoro ver esse lado do Miguel!
Até o meu sogro, que pegou algo para beliscar, se manifesta. — Eu já tô acostumado com esses
ciúmes deles, não sinto que isso faz mal a eles, pelo contrário, acho que eu iria reagir do mesmo
jeito se alguém falasse o que vocês falaram da minha esposa. O meu genro só tá mostrando quem
é que manda.
Volto minha atenção para Márcio e Eduarda. — Em resumo, eu e o Ravi amamos muito o Eros e
estamos com ele desde o ensino médio. Desde lá, nós dois gostamos muito de mimar ele, tipo
com presentes muito, mais muito caros, e eu e o Ravi sempre disputamos quem iria dar as coisas
mais cara para ele. O porquê eu não sei, nós dois só gostamos de disputar a atenção do Eros e o
ver surtar com os nossos presentes, pois eu trabalho para isso, para mimar, e eu gosto de fazer
isso.
O Ravi toma a palavra. — Eu também sempre gostei, nunca me importei com isso, o Miguel não
faz questão, pois é tão podre de rico quanto eu, mas eu e ele adoramos presentear o nosso Eros.
Chegamos a um patamar que decidimos dar juntos a ele um hospital privado.
Noto os quatro residentes ficarem surpresos, acho que não esperavam ouvir isso. Então eu
continuo e olho para Eduarda. — O presente é para o nosso marido, o Eros, e ninguém vai tomar
posse do que demos a ele para subir de vida ou achar que usará esse status para humilhar quem te
humilhou. Existem outros métodos, senhorita Eduarda.
Pego a faca, brinco com ela em minha mão, seus olhos não desgrudam dos movimentos que eu
faço, e concluo. — Enfim, espero que eu e o Ravi tenhamos sido claros, fui claro?
Eles balançam suas cabeças confirmando.

Ravi

Eu apenas fico rindo internamente, adorando o ciúme do Miguel. Eu sabia que ao colocar o Eros
nisso, ele iria arrastar o Miguel junto.
E estou surpreso com a audácia desse cara achando que iria me chupar. Haha... aqui não. Minha
pica nem foi encontrada no lixo, só meus dois MACHOS me deixam de pau duro.
Enfim, não mexam com um homem casado como nós três, onde um é MAFIOSO, um CEO
muito ciumento que expressa o que sente com ações e um MÉDICO calculista que usa seus dois
MARIDOS como arma e escudo. Nessa conversa toda, o Eros só sorria maliciosamente de canto,
e eu pude notar o quanto ele estava se divertindo. Ele é o pior de nós em ciúmes, ele nos usa e
nós manifestamos o que ele sente, e ele só se diverte internamente. Ele sempre foi assim, e o
Miguel e eu nunca nos importamos. Pelo contrário, adoramos esses joguinhos dele.

Eros

Acho que os meus maridos já conseguiram por esses dois em seus devidos lugares. As caras de
espanto, provocadas pela voz grave do Miguel e sua ação dramática com a faca, somadas à
revelação do Ravi ser um mafioso e seu jeito de falar banhando em aura tensa, deixaram esses
quatro sem rumo. Diante desse caos iminente, decido tomar a rédea da situação antes que piore,
ou o Miguel e o Ravi acabem cometendo um crime.
— Escutem, não vou esquecer o que vocês disseram, eu sou rancoroso, mas não vou misturar o
pessoal com o profissional. Além disso, já demos o nosso recado para vocês de quem nós somos
e como agimos, espero que tenham entendido, vocês entenderam?
O restaurante agora está envolto em um silêncio pesado, quebrado apenas pela tensão no ar. Olho
fixamente para cada um deles, mas principalmente para Márcio e Eduarda, tentando captar suas
reações e deixar claro que não tolerarei tais atitudes comigo, com nenhum de nós e muito menos
no meu Hospital.
O momento exige uma assertividade firme, mas meu tom ainda carrega um toque de humor para
aliviar a atmosfera.
Eduarda reage meio desconcertada. — Irei me comportar, mas por favor doutor Eros, não me
demita, tenho família e preciso muito continuar nesse hospital, em parte por ser perto da minha
casa e por ser um lugar agradável.
O Márcio reage da mesma forma. — Por favor, doutor, eu juro que irei me comportar, não irei
agir assim, e darei o meu melhor no hospital. Eu dei duro para chegar onde estou e nem a minha
família acreditava em mim. Se eu for demitido, serei motivo de zoação mais uma vez dentro da
minha família, eu já sou por ser gay, e vocês sabem como são as coisas para nós homossexuais.
Os demais, como não tiveram nada a ver, apenas observam a situação.
Reforço que não sou de misturar as coisas. — Eu já disse o que penso, não vou demitir ninguém,
pelo contrário, é agora que vocês terão que me provar que merecem a chance que estou dando
para vocês. Eu os escolhi a dedo, não entraram por indicação alguma. Avaliei suas grades e
desempenhos antes de chegarem até mim, pois não quero um hospital com médicos medíocres,
que não sabem o que fazem ou que não se importam com os pacientes. Pelo contrário, já vi como
vocês tratam os pacientes e gostei. Espero não estar enganado. Quero trabalhando para mim
apenas os melhores. Os piores eu nem deixo pisar no meu hospital. Fui claro?
Todos respondem sim.
Então finalizo. — Ótimo! Agora, quando voltarmos, vocês vão passar uma semana limpando
merda, para pararem de falar merda.
Eduarda se manifesta. — Mas o senhor disse que não iria misturar o pessoal com o profissional.
Eu respondo. — Tu ainda tá falando? Quem é o dono do hospital?
Todos apontam para mim, e eu continuo. — Ótimo! Acho que a Eduarda ainda não tinha captado
isso. Portanto, duas semanas para ela limpando merda, e se mais alguém me contestar, vai fazer
companhia para ela.
Todos ficam calados, e eu finalmente concluo. — Agora, vazem da nossa mesa. Quero comer em
paz com os meus MARIDOS, filhos e meu pai. A comida ainda é por nossa conta.
Os quatro se dirigem para outra mesa disponível.
E é assim que se resolvem as coisas. Comigo ninguém brinca, pois tenho um CEO e um
MAFIOSO para resolver certas questões para mim. Amém.
Horas depois, após retornar para o hospital, volto para a casa, o Miguel ainda não voltou da
empresa, pois depois do almoço ele retornou para lá. Vejo as crianças dormirem e meu pai já foi.
Percebo Ravi tomando banho e penso: Nossa, essa é a minha chance de mamar.
Entro no banheiro, sem nada. Ele me encara. — Já tá duro, seu safado. — Ravi comenta e morde
os lábios.
Entro dando um sorrisinho safado e já vou descendo para rezar. — Deixa eu me acabar aqui
nesse cacete. — Enfio a boca e sinto a cabeça de sua rola tocar na minha garganta. Nossa, que
delícia.
Chupo com vontade, lambo bastante, brinco com as bolas, intensifico as chupadas até ele
finalmente gozar enquanto geme na minha boca, me fazendo engolir cada gota.
Depois, ele me põe de quatro. — Aposto que assim que me viu com aquela calça, passou o resto
do dia pensando na minha pica. — Ele diz, pincelando a cabeça do seu pau na minha entrada.
Eu apenas digo. — Tanto que quase enfiei um vibrador no meu cu, mas eu queria mesmo era
você me fodendo gostoso, me fazendo de putinha como sempre faz. Vai, anda, me fode, entra em
mim rasgando, quero ficar sem sentar ou andar, o meu cu é todo seu pra arrombar à vontade.
Sinto sua pica invadir sem piedade o meu reto e solto um grito gemendo de dor e prazer
enquanto ele começa a bombear dentro de mim. Enquanto eu gemo e ele bate muito na minha
bunda, o box abre, e olho de canto, com a maior cara de tesão, e vejo Miguel sem roupa. — Eu
vim doido pra te foder também, Eros, e ao chegar aqui, escuto você gemendo, me atiçando ainda
mais.
Miguel segura meu cabelo e me faz cair de boca na sua enorme pica, enquanto Ravi me soca no
cu.
Depois, eles só invertem os papéis depois de eu limpar bem o pau do Ravi com água e chupá-lo
de novo enquanto Miguel fode o meu cu.
E eu ainda não satisfeito, coloco Miguel de quatro na cama, meto pica nele, o beijo, chupo seus
mamilos e minutos depois gozamos.
E ainda não satisfeito, puxo Ravi de novo e meto pica nele também. Ele cavalga gostoso em
mim, enquanto falamos muita putaria.
Gozamos e Miguel logo puxa Ravi e mete pica nele, comendo gostoso de quatro na minha frente.
Miguel goza, e depois Ravi mete rola em Miguel e ambos gemem pra Caralho e gozam.
Verificamos as crianças que ainda dormem e pulamos na piscina.
Beijamos o nosso beijo triplo apaixonante, quente e ardente, e posso sentir os nossos corpos
ainda cheios de adrenalina após essa série de sexo. Foi bom pra CARALHO.
Capítulo 137
Eros

Cinco anos se passaram, e estamos atualmente com 37 anos, enquanto nossos filhos quase
completam seis. No momento, estamos na Austrália, em um restaurante, eu, Miguel, Ravi e o
Daniel.
Há um mês, visitei a empresa do Guilherme, a CRN, na qual temos uma participação acionária.
Qualquer lucro é bem-vindo, especialmente para os nossos quatro filhos.
Mas voltando ao presente, durante minha visita, notei que o Guilherme está 99% realizado.
Continua bonito, em forma e criou, com a ajuda do Miguel, Ítalo e Jaques, uma excelente
empresa jornalística, a melhor do Brasil. No entanto, suas constantes referências a um ex amor
da adolescência, que por coincidência está exatamente na minha frente, revelam que falta alguém
em sua vida: Daniel.
Encaro Daniel nos olhos. — Então, meu amigo, vamos voltar para o Brasil? Esse é um lugar do
qual você nunca deveria ter saído, ou pelo menos já deveria ter retornado?
Daniel me olha, um sorriso brincando em seus lábios, enquanto dá um gole em seu drink. — Eu
já estava planejando voltar este ano. Mas antes disso, estou pesquisando para ver em qual
empresa jornalística irei enviar meu currículo. Quero construir minha carreira como jornalista no
Brasil e almejo o cargo de âncora em um bom horário.
Miguel assume a conversa. — Tenho uma participação em uma empresa jornalística nova que
fundamos no Brasil há cerca de cinco anos, e é a melhor. Por favor, me envie seu currículo e
você terá uma entrevista assim que pisar em solo brasileiro.
Daniel olha para Miguel. — Vamos com calma. Devo confiar assim de imediato?
Lanço um sorriso de canto para responder. — Você nos conhece há mais de vinte anos, cara,
especialmente eu, que fui seu amigo e vizinho de rua. Confie em nós e volte para o Brasil,
construa sua vida por lá, reencontre velhos amigos e quem sabe um antigo amor.
Miguel abre o notebook e mostra o site da CRN para Daniel. Lá, ele vê o nome do CEO
Guilherme Montez e faz uma expressão pensativa. Algo me ocorre: será que ele percebeu que o
CEO Guilherme Montez é o mesmo Guilherme Alves, seu primeiro amor do internato Internato
Dom Pedro? Não tenho certeza, mas lembro que houve confusão quando Guilherme retirou o
sobrenome do pai do registro por ódio, deixando apenas o da mãe. Ninguém pode parar um CEO
determinado e extremamente rico como Guilherme, ou como Miguel.
Vejo Daniel se ajeitar na cadeira e nos encarar. — Olha, vou deixar essa parte da entrevista com
vocês, porque sei que posso confiar. O Ravi sempre me ajudou, e vocês também, e o Bryan.
Portanto, estou indo para o Brasil dentro de uma semana. Já me cansei daqui gosto, mas sinto
falta da minha pátria.
Ouvir isso nos anima. Finalmente, Daniel irá voltar para Guilherme, e nós três estamos felizes
por isso, pois sabemos o quanto Guilherme precisa desse homem, e esse homem precisa de
Guilherme.
Além disso, o retorno de Daniel é um xeque-mate para Carol e a família Dias.
O Ravi vai expor todos os segredos nas mãos do Guilherme, e o Bryan vai ajudar. Mas para isso,
o Daniel precisa estar ao lado do Guilherme, para lhe dar coragem e determinação, e para que o
próprio Daniel veja a justiça sendo feita diante de seus olhos.
Porque neste grande esquema, haverá cadeia para os pais do Daniel, cadeia para a madrasta do
Guilherme, cadeia para Carol e alguns membros da família Dias. A CRN vai estourar nas telas
com todas as falcatruas e notícias nefastas que essa família da Carol tramou por trás das cortinas.
Além disso, há o pai do Guilherme, que está internado no meu hospital. Estou fornecendo a
melhor assistência possível, pois não quero que aquele homem morra sem antes pedir perdão por
tudo que fez ao próprio filho e ao meu amigo Daniel.
Todos pagarão, mesmo que tenham que se humilhar pedindo perdão mil vezes. Por fazerem um
adolescente inocente de 17 anos acreditar por dois anos que iria morrer, por sobrecarregá-lo com
medicamentos, por obrigá-lo a fazer exames médicos desnecessários, por fazê-lo sentir-se
descartável e enviá-lo para outro país para morrer nas mãos de pais que nunca o amaram. Além
disso, separaram-no de uma das pessoas que mais o amava e ainda o ama neste mundo:
Guilherme.
Guilherme
Chego no meu apartamento mentalmente exausto, e a visão de todas as minhas conquistas -
carros importados, apartamento na cobertura em São Paulo, uma renomada empresa - só
amplifica a solidão. A riqueza material não preenche o vazio que sinto, pois há apenas uma
pessoa com quem eu queria compartilhar tudo isso.
Levo a mão à cabeça e sinto uma lágrima escapar. Por que sou assim? Daniel saiu da minha vida
há tantos anos, mas nunca consegui superá-lo.
Inúmeros homens atraentes passaram pela minha vida, propostas de casamento foram feitas com
promessas de amor eterno, mas meu coração permanece ancorado no passado, no internato Dom
Pedro, no quarto 20, corredor C, meu antigo amigo de quarto, Leonardo Moraes. O moreno mais
deslumbrante que já conheci, o único que fazia meu coração tremer, meu primeiro amor.
Seria tolice pedir mais uma vez aos deuses para trazer Daniel de volta, apenas para ter uma
conversa séria com ele? Do tipo: "Oi, cara, há quantos anos? Uns 20, talvez? Tínhamos uns 17
anos, e você foi embora da minha vida com uma única frase: 'Não me procure, eu não sou gay!'
Poderia, por favor, explicar o motivo do seu sumiço agora? E tudo bem se não quiser me explicar
de imediato, pode ser gradual."
Então, após ouvir tudo o que aconteceu e analisá-lo diante de mim, seguiria meu coração. Quero
descobrir se Daniel ainda evoca a mesma sensação de amor. Se não for o caso, talvez reencontrá-
lo e falar sobre o passado seja uma maneira de cortar essa ligação que mantenho com ele,
deixando-o ir de vez dos meus pensamentos e do meu coração.
Apesar disso, não desejo isso. Sinto que Daniel é minha alma gêmea, a outra metade que falta,
meu porto seguro. Será normal pensar assim? Sou um homem gay muito apaixonado, muito
sentimental. Quando amo, é de forma intensa. Continuo a amar o mesmo HOMEM há 20 anos.
Que loucura. Se isso não é AMOR, não sei mais o que é. Mas sei o que quero: meu Daniel ao
meu lado!

Daniel
Ravi, Eros e Miguel, o trio ternura, foram até mim na Austrália uns dias atrás. Conversamos
bastante sobre meu retorno ao Brasil, algo que já estava nos meus planos, mas com a ajuda deles,
tudo fluiria mais rápido. Agora, estou a caminho de uma conversa séria com o CEO Guilherme
Montez. Retornei ao Brasil há dois dias, passei pela primeira fase da entrevista, e agora estou
prestes a falar diretamente com o CEO.
Por algum motivo, tenho a sensação de que é o mesmo Guilherme. Nem procurei ver fotos do
cara, quero ser pego de surpresa. Se for ele mesmo, quero ser surpreendido pela sua aparência
depois de vinte anos, assim como pela sua voz. Quero ver se ele vai me reconhecer. Por outro
lado, se não for o mesmo Guilherme, assim não terei criado tantas expectativas.
A secretária Mônica me deixa na porta do CEO e anuncia a minha entrada.
Entro na sala, analiso tudo e penso para mim mesmo: "Uau, essa sim é uma sala digna de um
CEO muito bem-sucedido. O cara tem poder, o cara tem bom gosto." Meu olhar passa por tudo
na sala, e vejo um sofá preto de couro. Imagens eróticas me invadem: sexo. Foder ali ou ser
fudido seria bom demais. Isso já me dá tesão. Por que esses pensamentos eróticos vieram assim
do nada? Eu não sou assim, pelo menos não mais.
Na verdade, eu era assim quando namorava o Guilherme. Qualquer lugar era um bom lugar para
fuder ele gostosinho no internato, gostava de deixar ele sem andar direito, bons e velhos tempos.
Isso bem que podia acontecer isso de novo, agora que tenho mais experiência, sei como fazer ele
ficar ainda mais louco por mim entre quatro paredes.
Enfim, me recomponho e volto meu olhar para o CEO, que me espera sentado atrás da mesa,
observando-me.
Eu o encaro normalmente e ando em sua direção. Não posso deixar de admirar sua beleza
atraente: cabelos loiros, pele clara, olhos azuis como o céu, lábios convidativos. Se for o
Guilherme, estou ansioso para reviver momentos intensos com ele. Se não for, sairei por aquela
porta da mesma maneira que entrei, pois, só aceito um homem na minha vida, e esse alguém é
ele.
Guilherme
Vejo Leonardo Moraes entrar, e à distância, já reconheço algo familiar no homem que se
aproxima. Daqui, onde estou, consigo contemplar seu corpo viril, cabelos pretos, olhos escuros e
a cor de sua pele negra, verdadeiramente deslumbrante. É a tonalidade mais magnífica que já
presenciei, remetendo-me imediatamente ao meu Dani. Fico na expectativa de que seja ele,
torcendo para que este homem que se aproxima seja o mesmo, ansiando ouvir da sua boca.
Daniel se senta diante de mim, mantendo uma distância educada por meio de uma mesa.
Ele me encara, e eu o encaro também, estendo minha mão para cumprimentá-lo, apresentando-
me como o CEO Guilherme Alves, e ele como Daniel Martins. Ele retribui, e no aperto de mãos,
percebo a firmeza, sentindo um arrepio. Não posso deixar de pensar que desejaria que esse toque
se estendesse por todo o meu corpo. Enfim, me sento, recompondo-me.
Ao tomar assento, questiono internamente a mudança do sobrenome de Daniel de Souza para
Martins. Inicio uma série de perguntas, e bingo.
O homem diante de mim é, de fato, meu Daniel. Meu coração ameaça sair pela boca, é o meu
primeiro amor, o Dani. Não posso deixar de notar o quão incrível esse homem se tornou. Sempre
foi atraente, e agora, com esse corpo esculpido e malhado, porra, Daniel, você não para de
chamar minha atenção. Cada olhar e me vejo apaixonado em todas as vidas.
Desejo sucesso e um bom treinamento a ele nos próximos dias como âncora de jornal, e o
convido para almoçar comigo. No entanto, ele recusa, dizendo que ficará para o dia seguinte, e
eu já estou ansioso.
Já sei que mal conseguirei dormir. Ainda mais, sabendo que ele irá ao meu apartamento para
cozinhar para nós e finalmente conversarmos sobre o passado.
Daniel deixa minha sala, e eu respiro fundo, dizendo: — Finalmente te encontrei, meu amor!
Meu expediente mal termina, e sigo para o mercado, compro algumas coisas, volto, arrumo meu
apartamento e tomo um calmante, pois a ansiedade está alta. É ele, é o meu Dani. Ele voltou.
Obrigado, Deus. Caiu no sono.
Daniel

No dia seguinte, no horário do almoço, o CEO Guilherme, ou melhor, o Gui, meu ex, cujo ser
perfeito eu ainda não acredito que é ele mesmo, pois está ainda mais gato do que já era na
juventude, agora para o trânsito. Mas voltando, estou nervoso por dentro, porém, por fora,
tranquilo, pois estou neste exato momento adentrando seu apartamento.
Meu queixo quase cai, ele sempre teve bom gosto para tudo, não era à toa que gostava de mim.
Como eu queria que voltasse a gostar, mas enfim.
Passeio meu olhar pelo apartamento e penso que nem todas as pessoas, apenas uma porcentagem
mínima, conseguem entrar numa cobertura como essa e visualizar São Paulo daqui de cima. É,
Gui, você tem dinheiro, e não é pouco.
Ele pergunta se quero ver o apartamento, eu digo que sim. Se ele já sacou que eu sou o ex dele,
Leonardo Moraes, vou agir como agíamos quando éramos íntimos. Sinto-me mais à vontade ao
ver que ele não usa nenhuma aliança de compromisso no dedo anelar. Ufa. E torço para que
esteja solteiro.
Guilherme me mostra todo o apartamento sorridente, e eu entro em cada cômodo brincando e
zoando como antigamente. Ele entra na brincadeira, até que, no último cômodo, eu paro, olho
para ele, bem em seus olhos. — Você ainda está solteiro? — Gui me olha como sempre me
olhou, aquele olhar preocupado, aquele olhar onde eu via as janelas do céu, um olhar
apaixonante. Oh, Deus, será que esse homem ainda me ama ou poderá me amar novamente como
eu o amo? Pois nunca fui capaz de esquecê-lo, muito menos de tirá-lo do meu coração.
Viro-me para ir rumo à cozinha para preparar algo para comermos, e ele vem bem atrás de mim.
Posso sentir até a sua respiração. — Eu não sei, nunca tive a chance de terminar o meu primeiro
namoro.
Paro na cozinha, nem peço permissão para nada, e ele liga uma boa música romântica, abre um
bom vinho e me oferece uma taça. Pego, provo, elogio, e continuo preparando o nosso almoço.
Guilherme se senta à minha frente e fica me observando enquanto aprecia o vinho. — Sabe, eu
tinha um amigo chamado Leonardo Moraes. Estudávamos no mesmo internato, dormíamos no
mesmo quarto, e até na mesma cama em certas noites.
Eu o encaro, lançando um sorrisinho enquanto cozinho, mas não digo nada. Vou deixá-lo abrir
seu coração primeiro.
Guilherme continua. — Certo dia, eu me declarei para ele, foi antes das férias, pois eu já era
louco por ele desde o primeiro dia que o vi. Entretanto, ele fez uma pequena travessura comigo,
dizendo que já tinha uma namorada. Nossa, aquilo me aterrorizava, pois eu queria aquele cara
para mim, queria ser seu namorado, queria namorar aquele homem, e nossa, ele era perfeito de
todas as formas. Até que, certo dia, não me controlando mais, abracei-o por trás. Ele deixou.
Desejei parabéns, pois ele e eu fazemos aniversário no mesmo dia, e ele me desejou parabéns de
volta. Tomado pelo amor e pela coragem, virei delicadamente o rosto de Daniel, aproximando
meus lábios, torcendo para que ele deixasse, e olha só, ele deixou. Então, o beijei, dando-lhe um
dos melhores beijos que poderia dar a alguém. Para minha surpresa, ele retribuiu o beijo do jeito
que eu queria, e eu logo fiquei excitado. Não pude deixar a oportunidade de roçar o meu Pau
naquele traseiro que passei meses vendo sem poder fuder.
Guilherme dá um gole no vinho e continua. — Nosso beijo cessou depois de alguns minutos, e
eu me desculpei, pois aí percebi que ele tinha namorada e eu fiz besteira. Comecei a me sentir
mal e me virei para pegar as malas. Mas, ao olhar para a porta, Daniel revela: "Eu nunca tive
uma namorada." Aí eu sorri. Meu mundo finalmente tinha chão, e eu corri atrás dele. Impedi-o
de entrar no ônibus, o puxei para o canto e disse com firmeza: "A partir de agora estamos
namorando." Eu não estava nem aí se ele queria ou não; estava disposto a conquistá-lo, pois
passei o início do ano cortejando Daniel de todas as formas, com muita indireta e charme que eu
podia fazer. E olha, valeu a pena. — Ele conclui.
Lembro desse dia como se fosse ontem.
Desde o primeiro dia de aula, o Gui já me tratava de forma diferente dos demais amigos dele. Era
notável o ciúme que ele tinha de mim, especialmente quando alguns caras lá do Internato Dom
Pedro, que gostavam de outros caras, davam em cima de mim. O Gui ficava louco, não me
deixava andar sozinho. Aonde eu ia, ele ia junto, e sob nenhuma circunstância ficava longe de
mim. Sempre colocava o braço em volta do meu ombro. Ele queria mostrar para esses caras que
eu já o pertencia, que eu era dele, e que era para tirarem os olhos de mim, pois ele me viu
primeiro, e se eu não fosse ser dele, não seria de mais nenhum outro cara naquela escola.
Achava aquilo fofo, ainda acho, pois, a forma indireta dele de me mostrar que gostava de mim
mexia com os meus sentidos. Eu nunca tinha namorado, era muito dedicado aos estudos, não saía
para brincar. Meus pais não me deixavam ficar com outras crianças. Saíam para trabalhar e me
deixavam trancado dentro de casa. O único garoto da rua que ia até mim e brincava comigo pela
janela era o Eros, meu amigo de rua.
O Eros sempre levava seus carrinhos e nós nos divertíamos a tarde toda, até a hora dele ir
embora e eu ficar sozinho de novo.
Mas não tão sozinho, pois tinha meus irmãos mais velhos.
Bom, o tempo foi passando naquela época, e eu fui crescendo, desejando sair das portas da
minha casa. Queria explorar o mundo, conhecer pessoas, namorar, ter uma namorada. Afinal, eu
tinha 16 anos naquela época e nunca tinha dado um beijo. Achava vergonhoso um cara da minha
idade, bonito, nunca ter tido seu primeiro beijo. Mas então, algo aconteceu.
Certo dia, ao visitar Eros em sua residência, seu pai, o senhor Lorenzo, mencionou um internato
exclusivo para meninos chamado Internato Dom Pedro. Ele destacou as bolsas de estudo
oferecidas pela instituição, que abririam um vasto leque de oportunidades. Diante dessa
perspectiva, Eros decidiu tentar cursar o último ano do ensino médio no referido internato.
Essa revelação me fez refletir: por que não tentar ainda este ano? Consciente de minha
inteligência, reconheço que muitos dedicam horas de estudo para passar no processo seletivo,
mas confio na minha astúcia e capacidade intelectual.
Rapidamente, corri para casa e compartilhei a novidade com meus irmãos. Contagiados pela
minha empolgação, eles me incentivaram e me inscreveram no processo seletivo.
O resultado saiu um mês depois, conquistei o primeiro lugar, dei adeus à minha casa e fui para o
internato.
E olha, digo que foi uma das melhores decisões da minha vida, pois além das amizades como
Miguel, Ravi, Ítalo, Jaques e outros, eu conheci o amor da minha vida, melhor, meu primeiro
amor, o CEO que está agora diante de mim, me fitando.
Gui me observa e diz algo interessante. — Sabe, quando meu ex-namorado sumiu, foi numa
época de final de ano. Ele me mandou uma mensagem de texto dizendo: "que não era gay". Ah,
eu quase surtei. Como ele não era gay? O Daniel quicava igual uma puta no meu pau e eu no
dele, ou seja, era tão gay quanto eu. O que ele queria dizer com aquela mensagem?!
Lanço um sorriso para ele. — Talvez seu ex amigo e ex-namorado não estivesse num bom juízo
mental. — Gui ri, concorda e pergunta o que será que se passava na cabeça, melhor, na minha
cabeça por falar aquilo.
Mas, de fato, eu disse aquilo por influência da Carol, aquela piranha, desgraçada, puta, que
merece um castigo. Enfim.
Nunca deixei de ser gay, na real, bissexual, mas com o Guilherme eu sou totalmente gay.
Pois foi com ele minha primeira vez em tudo, beijo e sexo.
E lembro como se fosse ontem a nossa primeira vez.
Voltei das férias, e o Gui já me esperava no quarto. Entrei, sorri para ele, ele de volta. Ele se
aproximou de mim, fechou a porta e olhei em seus olhos determinado. — Faz agora comigo o
que você disse que faria por mensagem.
Gui chega mais perto. — Eu disse que além de você ser meu namorado agora, faríamos muito
sexo nesse quarto e que eu faria você se apaixonar pela minha rola e que faria você quicar
GOSTOSO em mim quase todas as noites antes de dormirmos.
Ele realmente disse aquilo por mensagem de texto, e aquilo não me deixou com medo, pelo
contrário, se eu já era gay, aquilo só serviu como gatilho, pois fiquei doido para ele me dominar.
Guilherme começou a tirar sua roupa de cima, e eu fiz o mesmo, seguindo seu ritmo. Ele
percebeu minha intenção e tirou as roupas de baixo, e eu segui o movimento. Ao ficarmos sem
nada, ele aproximou nossos corpos, e pela primeira vez, senti o calor humano de uma maneira
íntima. Finalmente, tenho um namorado, não uma namorada, e isso não faz diferença para mim,
porque era o Gui. Ele me conquistou, e eu já me sentia dele há muito tempo.
Nós nos olhamos, e ele me diz. — Eu te amo, Daniel. — E me beija, e eu retribuo.
Nossas línguas se encontram, num ritmo de puxa e chupa, e caímos na minha cama, onde ele
deita por cima de mim. Posso sentir todo o seu peso, seu pau roçando no meu, e eu me entrego
de corpo e alma para ele.
Travo minhas pernas em sua cintura, e ele gosta. Intensificamos os beijos. — Eu te amo,
Daniel... — ele sussurra entre beijos, deixando-me mais à vontade, meu corpo e coração se
entregando mais ainda a ele.
Seus beijos descem pelo meu pescoço, minha orelha, onde ele lambe e morde, depois volta a
beijar, lamber e morder meu pescoço, meu ombro, até chegar nos meus mamilos e chupar
bastante aquela região, fazendo-me soltar gemidos e aumentando ainda mais meu tesão.
Ele passa a língua por todo o meu abdômen até chegar no meu pau. Lambe tudo em volta, na
minha virilha, e então, após me olhar pervertidamente, sua mão começa a estimular minha pica,
lambendo toda a minha glande, introduzindo a boca, lambendo todo o meu Pau e iniciando uma
garganta profunda, fazendo-me delirar. Foi a primeira vez que alguém me fez um oral, e um puta
oral gostoso. Foi tão bom que gozei rapidamente, e ele engoliu cada gota.
Ao sentir e ver o que ele fez em mim, o faço deitar e realizo um oral, tentando reproduzir tudo
que ele fez em mim. Ao por seu pau na minha boca, confesso que no início fiquei com vergonha,
mas em poucos minutos já estava me acabando de fazer garganta profunda naquela rola, e o Gui
gemendo e me elogiando. Em poucos minutos, ele goza na minha boca. Achei o gosto diferente
de tudo que já provei, mas gostei e engoli tudo do jeito que ele fez em mim.
Ao engolir toda sua Porra, ele me puxa e me dá um beijão de língua, e nossa saliva se mistura
com o gosto dele em nossas bocas, o que só me excita mais, deixando tudo ainda mais íntimo e
gostoso.
Seu corpo gira por cima do meu, e ele me olha. — Você não vai se arrepender.
Ele pega o lubrificante, passa no pau dele, me estimula um pouco com os dedos no meu reto
enquanto gemo, e ele me beija. Aos poucos, sinto a cabeça de seu pau entrando no meu cu, e é
impossível não sentir dor e prazer ao mesmo tempo.
Minutos depois, já dentro de mim, nossos olhos cruzados, o envolvo com os meus braços em seu
pescoço. Entre beijos e sussurros, sinto seu pau se movimentar dentro de mim, e tudo que faço
naquele momento é gemer gostoso, pois ele, além de me beijar, me foder, usa as mãos para me
acariciar e a boca para dizer palavras de amor. Gui me fez esquecer o mundo ao redor, me
deixando preso entre quatro paredes com ele. Naquele momento, eu disse para mim mesmo:
quero essa experiência mais vezes, com ele, somente com ele. Nunca mais esqueci aquela nossa
primeira vez, especialmente porque, após terminarmos de fazer amor, ele pegou duas alianças.
Ao colocar uma em meu dedo anelar, assumimos um namoro mais sério. Até hoje, carrego em
meu pescoço esse anel como pingente em um colar. Me pergunto, enquanto o encaro neste exato
momento, se ele ainda tem o outro par dessa aliança que ele mesmo me deu.
Enquanto comíamos, finalmente colocamos os pingos nos “i” sobre eu ser o Daniel e ele ser o
Guilherme.
E o que mais me surpreende é ele falar que ainda me ama, que ainda me quer, e que tudo que ele
tem, quer compartilhar comigo. Ele diz que o apartamento e a sua empresa foram feitos pensando
em mim, algo que faz meu coração disparar.
Então surge o convite para eu morar com ele, de imediato.
Meu Deus, esse homem não muda, pelo contrário, tudo que planejamos na adolescência, Gui está
fazendo agora aos 37 anos.
Ele sempre me surpreende e, em meio à minha visita agora em seu apartamento, vira para mim e
diz a mesma coisa que me falou no internato. — Então, somos namorados, de novo! E serei mais
persistente dessa vez, pois agora sou um adulto, independente, dono da minha própria vida e
decisões. Agora posso sustentar esse seu rosto angelical e continuar o nosso namoro de onde
paramos e vivermos juntos, como casal.
Suas palavras aquecem meu coração e respondo com sinceridade. — Seremos o que você quiser,
meu amor. Só não quero te magoar, nunca mais.
Enquanto voltamos para CRN, ele me deixa dirigir o carro e diz novamente para eu me mudar
para o seu apartamento o mais rápido possível, pois tem um quarto vago. Eu concordo.
Já na CRN, algo me vem à cabeça, Carol.
Me viro para Gui antes de sair do elevador e pergunto. — Aquela mulher ainda está correndo
atrás de você? Ela ainda quer ter um relacionamento contigo?
Ele responde que sim, mas que ela não é mais um problema.
As horas passam, meu primeiro treinamento termina, finalmente posso rever um velho amigo,
Jaques, o redator chefe da CRN, e Gui nos chama para ir até sua sala novamente.
No andar da sala de Gui, algo me vem à mente... será que o Ítalo e o Jaques ainda estão juntos?
Gui parece ler minha mente e sussurra em meu ouvido “eles se casaram”. Eu o olho surpreso. E
então ele sussurra novamente “podíamos ser nós dois, você e eu, casados”.
Isso faz meu coração disparar, confirmando que quero ter Gui na minha vida mais do que tudo, e
vou lutar por isso, vou reconquistá-lo!
Olho sério para ele. — Licença, tenho algo importante para fazer agora. Te vejo amanhã.
Corro para fora da CRN, e não consigo deixar de pensar em como esse homem mexe comigo em
todos os sentidos. Realmente, não consegui superá-lo. Será que estou assim por estar carente?
Não, não é isso. Eu o amo de verdade e vou fazer algo que prometi dar alguns anos atrás.
Pego meu celular e ligo para o Ravi, ele atende. — Alô, Dani? E aí, como estão sendo seus
primeiros dias na CRN?
Respiro fundo e vou direto ao ponto. — Ravi, por favor, faça um par de alianças exclusivas para
mim e para o Guilherme. Quero algo único, sem cópias, e coloque nossos nomes nelas, por
favor.
Ouço Ravi rindo do outro lado. — Deixa comigo. E Daniel, parabéns! Desejo felicidades desde
já e já espero o convite do casamento de vocês. Meus maridos estão animados. Se quiser crianças
para levar as alianças no altar, tenho quatro filhos quase com seis anos, eles vão adorar carregar
as alianças de vocês.
Ouço isso, e tudo o que meus amigos fizeram e fazem por mim só me dá mais energia. —
Obrigado, amigo. Conto com vocês.
Ravi ri novamente. — Amigo, só seja feliz. Deixa que o casamento fica por nossa conta. Só peça
esse homem em casamento o mais rápido possível, ok?
Caramba, ele está me dando um casamento? — Espera, não sei como agradecer por tudo isso.
Ele me interrompe. — É o nosso presente para vocês. Só vá pegar as alianças depois na minha
loja no shopping. Dê seu nome, e a atendente entregará para você. Só não demore. Outra coisa…
podemos fazer o casamento no Internato Dom Pedro? Foi lá onde tudo começou, não é? Tanto
para vocês quanto para mim e meus maridos. E lá tem um local de festa excelente. Será na época
de férias dos alunos, então, o que acha?
Isso faz meu coração disparar, e sinto até uma lágrima querendo descer. _ Ravi, não sei como
agradecer, cara.
Ele responde. — É um presente, cara, e o Eros e o Miguel fazem questão. Eles estão aqui do meu
lado e insistem.
Respiro fundo. — Obrigado, amigos!
Eles respondem. — Amigos verdadeiros servem para isso e muito mais!
Desligamos o celular, e volto para casa feliz e determinado a ter uma vida com Guilherme e a
enfrentar meus medos.

Bryan

A volta do Dani finalmente me faz dar os próximos passos para acabar de vez com a família
Dias, com a Carol, minha madrasta Penélope e os pais do Daniel, e por toda essa galera atrás das
grades.
O Ravi, com seus esquemas de mafioso, e eu, por me tornar um político, abrimos portas e
criamos um esquema que nada e nem ninguém nos impedirá de garantir nossa vingança de
infância.
Faço isso principalmente pelo meu irmão Guilherme, que merece ser feliz, e porque não quero
que ele se envolva em tantos esquemas obscuros. Essa responsabilidade ficará para mim. Mesmo
sendo o irmão mais novo, serei sua base, e temos nossos amigos para garantir que nada saia
errado.
Tudo que Guilherme fará dentro de um mês será ir até o hospital onde nosso pai está internado e
confrontá-lo. Farei ele pedir perdão ao Daniel. Assim como deixarei Guilherme apertar o botão
do pânico, no qual todos os podres dos Dias cairão na internet. Aquele trio ternura estará no
hospital, vendo de perto todos os que fizeram mal a esse casal caírem por terra. Aí, Eros, se não
fosse você fazer a cabeça do Ravi, não estaríamos todos ansiosos agora para ver a Carol atrás das
grades.
Não me arrependo nem um pouco do que estamos fazendo. Aquela mulher é louca. Ela não fez
mal somente ao Dani. Inúmeras pessoas sofreram nas mãos dela, até mortes aconteceram. Mas
ela pensa que está saindo livre de tudo por ter bons advogados. Mal sabe ela que os advogados
dela trabalham para nós. Enfim, daqui a um mês nos encontraremos no hospital, e lá daremos o
xeque-mate.
Capítulo 138
Ravi

O show vai começar, e nos preparamos para mais um espetáculo!


Carol, agradeça ao Eros por sua vida estar em um verdadeiro descaso!
Você mexeu com o cara errado, Carol. Além de se envolver com o amigo do Eros, o Daniel,
você também se intrometeu com o novo amigo dele, o Guilherme. Na época do ensino médio,
você tentou criar confusão conosco, quando nos beijamos publicamente. Lembra-se? E, para
piorar, quando o Eros foi tirar satisfações contigo por ter ido até a direção reclamar sobre nós,
homossexuais, você olhou nos olhos dele e disse: — Tomara que você morra por alguma doença,
como qualquer outro viadinho. Vou fazer de tudo para você, bolsista, ser expulso.
Além dessas palavras duras, você proferiu outros xingamentos naquela época, simplesmente por
ele não pertencer à mesma classe que a nossa.
Ah, Carol, você escolheu os adversários errados. Não somente porque mexeu com o Eros, que
não esquece uma afronta dessas, mas também porque atingiu nosso namorado e agora marido.
Miguel e eu não esquecemos o que você disse a ele, palavras que ecoam em nossas mentes. Você
disse coisas duras para o nosso Eros, e eu jurei que faria da sua vida uma verdadeira desgraça.
Então, aproveite mais um pouquinho desse sofrimento...
Tudo em nome da nossa vingança, com muito ódio, Ravi e seus dois MARIDOS!
Carol
Eu estou prestes a embarcar na minha última tentativa de casamento. Preciso me casar com
alguém que tenha dinheiro, ou vou ficar sem nada. Minha família está à beira da ruína, e eu
preciso de alguém com status para sustentar minha vida, ajudar a reconstruir minha família e
descobrir o que tem arruinado minha vida. De uns tempos para cá, tudo deu errado, tudo escapou
do meu controle.
Todos os homens que me levaram ao altar me abandonaram sem explicação. Mas dessa vez será
diferente. Decidi casar, mas pedi ao meu noivo que fosse em segredo, apenas com nossos pais,
numa cerimônia simples, onde faremos nossos votos, assinaremos os papéis e pronto.
Tomei essa decisão porque acredito que meus ex noivos estão sofrendo ameaças. Minha suspeita
recai sobre o próprio Guilherme, que pode descobrir sobre meus casamentos e fazer meus noivos
desistirem.
Isso porque ele se tornou muito influente e poderoso ultimamente, com dinheiro suficiente para
manipular pessoas. Além disso, seu irmão Bryan se tornou um político muito reconhecido, e
talvez os dois tenham feito um acordo. Não tenho certeza, já que Guilherme e Bryan se odiavam
na adolescência, e Bryan era apaixonado por mim, embora meu verdadeiro interesse fosse
Guilherme.
Já tentei falar com Bryan, mas não é fácil se aproximar de um político, especialmente alguém
que concorre à presidência nas próximas eleições. O cara não deixa ninguém se aproximar.
Tentei através do novo secretário de Bryan, um sujeito chamado Vitor, que estudou no Internato
Dom Pedro e é amigo de Bryan, mas o maldito não me deu atenção.
Enfim, resta-me agora casar com Samuel Magalhães e reconstruir minha vida. Pretendo usar a
influência do meu marido para descobrir quem está me perseguindo. Se for Guilherme, desta vez
não terei piedade. Vou atrás dele com tudo o que tenho e tirar tudo que ele tem, especialmente
essa tal de CRN, assim como uma vez fiz ele sofrer em tirar Daniel da vida dele.
E falando em Daniel, ele sumiu do mapa. A última notícia que tive dele foi que descobriu a
verdade sobre o ocorrido. Inicialmente, pensei que seria um problema, que ele tentaria levar o
caso à polícia, mas não fez nada. Até fui até a Austrália encontrá-lo, mas ele disse que não
tomaria nenhuma atitude contra mim e pediu para eu esquecê-lo.
Questionei sobre Guilherme e se ainda o amava. Ele foi direto, dizendo que já havia superado
Gui. Ri internamente, pois sabia que o amor deles não era verdadeiro. Era evidente que Daniel
estava com Guilherme pelo dinheiro e pelas vantagens de namorar alguém como ele.
Se Daniel amasse verdadeiramente Gui, teria retornado da Austrália ao saber da verdade. No
entanto, continua lá até hoje. Guilherme, tolo, ainda espera por ele, apaixonado pelo primeiro
amor do ensino médio e sem consolidar um relacionamento homossexual.
Que sorte que Daniel não voltou. Se tivesse, teria o prazer de fazer coisas piores com eles. Se
não posso ser feliz, Guilherme também não será.
Enquanto me olho no espelho, dando os toques finais na maquiagem e vestido, minha mãe entra
na sala. — Vamos, querida, está na hora!
Volto-me com um sorriso, ajeito meu véu e pego o buquê.
Meu pai se aproxima, passa o braço no meu, elogia-me e diz que, dessa vez, tudo dará certo,
nada de errado acontecerá hoje. Espero que ele esteja certo, pois, se mais um noivo me
abandonar no altar, será o quinto, e aí eu surto de vez.
As portas de uma pequena sala se abrem para nós, a música de casamento ressoa pelo ambiente,
e meu pai me leva até o altar, onde Samuel me espera.
Por favor, Samuel, você é a minha última tentativa. Namoramos em segredo, pedi para
mantermos nosso relacionamento confidencial, contando apenas para seus pais. Nada pode dar
errado hoje.
Paro no altar, o juiz inicia a cerimônia. — Carol Dias, você aceita Samuel Magalhães como seu
esposo, para amá-lo, respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte
os separe?
Respiro fundo, forço um sorriso e respondo. — Sim!
O juiz olha para meu noivo. — Samuel Magalhães, você aceita Carol Dias como sua esposa?
Para amá-la, respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os
separe?
Samuel está me olhando sério, embora estivesse sorrindo minutos atrás. Agora, faz uma
expressão de quem viu um fantasma.
Então, sussurro. — Responda, Samuel. O juiz e nossa família estão esperando. Você não me
ama?
Vejo-o respirar fundo, solta minha mão. — Eu não posso, Carol. Me perdoe! — E sai andando
deixando todos perplexos.
Ah, não, de novo não. O que está acontecendo? Não é possível que Guilherme descobriu que eu
estava com um cara novo.
Sinto uma raiva subir em mim. Guilherme, se você for o responsável pela queda da minha
família e dos meus casamentos fracassados, eu vou acabar com a tua vida. Melhor, vou
sequestrar Daniel e matá-lo na tua frente.
Corro atrás de Samuel, que já estava na porta, e seus pais tentando segurá-lo, para entender o
porquê da desistência.
Chego atrás deles, segurando meu vestido de noiva e o buquê. — Espere, espere, o que foi que
aconteceu, Samuel? Você mesmo disse ontem que me amava. O que foi que eu fiz de errado?
Samuel continua de costas, sua mãe desesperada por respostas, assim como eu. — Ontem eu te
amava, hoje não mais!
Ele vai embora, seus pais atrás dele.
Jogo o buquê no chão de raiva. — FILHO DA PUTA! — Grito.
Se um dia eu der a volta por cima, farei todos esses caras que me abandonaram no altar sofrerem,
e depois morrerem.
Inferno!
Ainda bem que eu não os amo, só o dinheiro deles me interessa. Se os amasse de verdade, não
teria forças para continuar correndo atrás de outros pretendentes.
Mas enfim, cara chega.
Se for Guilherme por trás de tudo isso, vou confrontá-lo agora mesmo.
Volto para meu apartamento, tiro esse maldito vestido, removo toda maquiagem de tanto chorar
de puro ódio, tomo banho, e me visto.
Olho no relógio, são quase 21 horas. Ótimo. Nesse horário, Guilherme já deve ter voltado da
CRN e deve estar em seu apartamento.
Pego meu carro, dirijo o mais rápido possível, chego no condomínio, suborno o guarda e subo
para a cobertura.
Guilherme vai me ouvir e vai pagar por estar estragando minha vida.
Toco o interfone e ele abre a porta.
Entro furiosa. — Estou tentando falar há dias com você.
Antes que eu continue minha frase, escuto o barulho de alguém comendo e volto meu olhar em
direção à mesa. Vejo um homem de costas, sentado e comendo tranquilamente, como se não
tivesse notado minha chegada aos berros e nem olhado para trás para ver quem é.
Vou expulsá-lo daqui agora. Provavelmente é só mais um ficante de Guilherme, só mais um caso
gay passageiro, e ele logo será dispensado. Deixe-me fazer isso por ele com antecedência, já que
esse viadinho do Guilherme não tira Daniel da cabeça. — Ei, você, saia já do apartamento.
Capítulo 139
Ravi

Eu nunca vou esquecer o desespero e o medo que vi no rosto do Daniel, achando que iria morrer,
e a tristeza ao descobrir que seus pais não o amavam. Além disso, a raiva que vi você causar no
semblante do Eros.
Foi lindo ver você sentir medo e desespero ao perceber que está ficando falida, sendo
abandonada no altar, e que ninguém a quer. Mas nós ainda não terminamos com você, Carol.
Ainda falta a cadeia.
Você não nos viu, Carol, mas nós a vimos sendo abandonada no altar agora pouco. — Como
você descobriu que ela estava namorando em sigilo? — O Eros pergunta.
Olho para o Eros. — Tenho olhos e ouvidos em vários lugares, e esses dois foram vistos andando
de carro várias vezes. Até alguém que trabalha para a Carol me passou todos os detalhes sobre
eles estarem na casa dela, e o ex noivo dela foi pedir sua mão em casamento. Aí eu só agi e fui
até esse tal de Samuel Magalhães, tive uma conversa séria com ele sobre as condições
financeiras da Carol, as maldades que ela e a família fizeram. Além disso, o trouxa, só estava
sendo usado e seu dinheiro seria drenado. Outra coisa, se ele persistisse nesse relacionamento, o
Bryan usaria sua influência como político para diminuir a influência da família Magalhães no
mercado e na economia.
Miguel e Eros batem palmas para mim e elogiam o Bryan, que está tão envolvido quanto nós,
tanto pelo próprio irmão Guilherme quanto pelo amigo Daniel.
Miguel se encosta na parede, cruza os braços. — Carol passou por aqui com a maquiagem
parecendo noiva cadáver. — Nós rimos, e ele continua. — Onde você acha que ela vai agora
depois de ser abandonada mais uma vez no altar?
Lanço um sorriso de canto. — Meu palpite é que ela pensa que é o Guilherme por trás de todo
fracasso e caos em sua vida. Então, creio que ela vai para casa do Guilherme e tentar confrontá-
lo.
Eros me encara novamente. — Você vai deixá-la ir incomodar o Gui? Logo agora que o Dani
voltou? E pelo que estou sabendo, o Dani foi morar no apartamento do Gui, eles reataram o
namoro. Você não pode deixá-la ir acabar com o clima que aqueles dois estão tendo.
Vamos rumo ao carro, entro, o Miguel assume o volante, sento atrás e pego meu celular e ligo
para o Bryan, ele atende. — Ravi? O que foi?
Eu respondo. — Carol vai tentar subornar alguém do condomínio de onde vocês moram para
tentar ir até o Guilherme no apartamento dele.
Escuto a respiração do Bryan e ele responde. — Devo deixar? Acho que será interessante ela ver
que o Dani voltou. Vai tentar agir, então nós a pegamos de vez. Será bom vê-la desesperada com
o retorno do Dani.
Respiro fundo e dou minha opinião. — Ok, mas fique por perto para tirar aquela vadia do
apartamento do Gui. Acho que o Dani vai pedir sua ajuda se ela aparecer por lá.
O Bryan diz que vai ficar atento, pois está em casa hoje, e sigo meu rumo com os meus maridos.

Daniel

Hoje me mudei de vez para o apartamento do Guilherme. Antes, passamos em casa, tivemos
nosso momento íntimo lá, melhor dizendo, ele me proporcionou um momento prazeroso. Após a
janta que estamos compartilhando agora, serei eu quem o levará para cima, e o satisfarei
completamente. Posso perceber em suas palavras que ele está ansioso para que eu o conduza até
o andar de cima e o envolva com intensidade. Farei isso, mas antes, quero que ele aprecie o
jantar especial que preparei para nós.
Enquanto conversamos e nos alimentamos, o interfone toca. O Gui se levanta, verifica na câmera
quem é. — É a Carol. O que eu faço?
Eu mantenho um sorriso discreto enquanto continuo apreciando a comida, e, enquanto corto a
carne, ofereço a ele minha resposta. — Deixe-a entrar, apenas não mencione que eu sou o
Daniel.
Ele concorda e abre a porta.
Carol adentra fazendo barulho como um gato no telhado, e eu, ah, continuo saboreando a delícia
que preparei e o bom vinho que meu namorado gentilmente abriu para nós esta noite.
Carol finalmente me nota e escuto seus passos ressoando como uma égua. Ela para ao meu lado.
— Você, saia já do apartamento do Guilherme!
Eu continuo comendo como se ela não estivesse ali, ignorando-a completamente, enquanto o Gui
para ao meu outro lado com os braços cruzados. — O que você faz aqui, Carol?
Ela o ignora, pois, sua atenção está em mim. — Você é surdo?
Continuo ignorando-a. Mas ela persiste. — Você se acha especial? Saiba que não é! — Ela pega
meu prato de comida e o atira no chão.
Agora essa mulher me tirou do sério. Deixo garfo e faca educadamente sobre a mesa, limpo a
boca, me levanto e caminho tranquilamente até o sofá, sento-me e volto meu olhar para ela. —
Me obrigue! — Digo sério.
Ela vem na minha direção com uma expressão de pura raiva. — Saia do apartamento! Você é
surdo, porra? Eu quero conversar com o Guilherme e não quero ninguém aqui para me
atrapalhar. Você é só mais um caso do Gui; ele vai te descartar logo, pois esse cara não fica com
ninguém por mais de uma semana, e você logo será esquecido, pois esse CEO tem o coração frio
e de pedra.
Lanço um sorriso sarcástico para ela. — E por que você acha que ele vai me abandonar?
Pergunto já sabendo a resposta.
Acho incrível que ela não me reconheceu. Talvez seja porque a última vez que nos vimos eu
tinha vinte anos, ainda estava magro e me recuperava dos traumas que vivi à base de pressão
psicológica e medicamentos que me deixavam depressivo.
Mas os anos se passaram, e aos poucos fui me erguendo. Com o tempo, ganhei mais massa
muscular e me tornei ainda mais atraente do que quando era mais jovem. Hoje, aos 37 anos, me
sinto muito melhor do que antes, e minha aparência mudou bastante. Ainda bem, porque acredito
que o meu eu atual deixou meu namorado ainda mais louco por mim, assim como eu por ele. O
Gui também não parou no tempo e continua sendo o homem mais perfeito, tanto por dentro
como por fora, que já conheci na vida.
Carol cruza os braços, enquanto bate o pé ansiosa no chão. — Por que esse cara aqui não
consegue tirar o primeiro amor da cabeça dele, isso desde a época do ensino médio. E você não
tem chances!
Lanço um sorriso sincero, transbordando felicidade por dentro, pois saber que o Gui, assim como
eu, nunca nos esquecemos, me alegra imensamente.
Olho para ele e vejo suas bochechas corarem, embora tente manter a pose de CEO durão e sério.
Ele é tão fofo tentando agir assim. O Gui é perfeito, e nem sei se eu o mereço.
Mas volto meu olhar para Carol. — Qual é o nome do cara de quem o Guilherme gosta? Quem é
aquele que eu nunca vou conseguir substituir?
Pergunto, alternando o olhar entre eles, querendo captar as expressões de ambos, especialmente a
do Gui.
Ela se senta no sofá, me encara séria e responde com ar de deboche. — Daniel.
Confesso que meu coração dispara de felicidade, e percebo o Gui ficar ainda mais corado. Ah,
como eu quero avançar nele, beijá-lo, levá-lo para o quarto e fazer amor a noite toda com ele.
Mas para que isso aconteça, preciso tirar essa louca daqui.
Pego meu celular e envio uma mensagem para o Bryan, pedindo para ele vir tirar a jararaca da
Carol do apartamento do irmão.
Guardo meu celular e volto minha atenção para ela, fazendo-lhe uma proposta. — Que tal assim:
se eu conseguir me casar com o Guilherme em um ano ou menos, você some de vez das nossas
vidas?
Ela debocha da minha cara, rindo. — Você nunca conseguirá!
Cruzo as pernas, sorrio de canto para ela e apoio minhas mãos sobre o joelho. — Mas se eu
conseguir, você some das nossas vidas?
Vejo sua expressão mudar, talvez tenha percebido que estou falando muito sério.
Ela olha para o Guilherme, mas antes que diga algo, outra pessoa chega no apartamento: Bryan.
Posso ver a confusão mental tanto em Carol ao ver Bryan quanto em Guilherme, que não
esperava uma visita do irmão assim do nada.
Bryan entra e vai direto na direção dela, puxando-a para fora. — Me larga, Bryan. Você deveria
estar do meu lado. Você gostava de mim e odiava o seu irmão.
Ele ri do comentário dela. — Gostava no pretérito. Agora te odeio e estou do lado do meu irmão.
— Desde quando? — Ela pergunta confusa.
Bryan a encara. — Desde quando você tentou separar Daniel e Guilherme. E não será dessa vez
que você terá êxito novamente.
Carol franze o cenho. — Do que você está falando?
Bryan sorri de canto. — Você é tão burra que não percebeu quem é o cara sentado ali?
Bryan continua a puxá-la, mas ela me olha uma última vez e pronuncia meu nome. — Daniel?
Eu aceno para ela com um sorriso presunçoso e digo. — Não esqueça do nosso desafio. Suma
das nossas vidas!
Bryan a leva embora e agora vou levar o meu homem para o andar de cima e aproveitar cada
momento com ele, ou seja, irei fuder ele gostoso!
Capítulo 140
Daniel

Após a nossa noite maravilhosa, na qual deixei o meu Gui acamado de tanto nos divertirmos,
hoje é sábado e já são 14 horas da tarde.
Olho no relógio e decido passar no shopping, na joalheria da família Ferrari.
O Ravi me mandou uma mensagem agora pouco e disse que está por lá com os maridos e que é
para eu aproveitar logo e ir lá pegar as alianças.
Aviso ao Guilherme que vou sair, ele tenta me segurar, mas eu o asseguro que logo estarei de
volta.
Pego as chaves do carro dele e saio do apartamento.
No caminho, no elevador, encontro o Bryan, que me avisa que o irmão dele, Cássio, voltou para
o Brasil e que possivelmente poderá vir atrás de mim.
Eu digo a ele que ficarei em alerta, pois aquele homem não larga do meu pé.
Me despeço dele, pois ele mora no mesmo condomínio, e sigo meu rumo.
Chego no shopping, vou rumo à loja, falo com a atendente e aguardo as alianças.
E para minha surpresa, a atendente me chama para que eu suba para uma área VIP que tem na
loja.
Subo e, para minha surpresa, vejo os meus amigos.
O Eros me vê e vem na minha direção. — Parabéns, meu amigo. — Ele me abraça e eu retribuo.
Eu o agradeço, e Miguel vem me abraçar também. — Parabéns, Dani.
O Ravi vem logo em seguida, estica a mão e depois me abraça. — Sabia decisão, amigo.
Nós nos sentamos e falamos sobre a Carol, que invadiu o apartamento do Gui, e depois falamos
sobre o meu casamento, que eles vão me dar como presente e surpresa para o Guilherme.
Será tudo sigiloso e tenho certeza de que o Gui vai amar, pois ele adora surpresas, e uma dessas,
tenho certeza de que o meu homem vai pirar de tão emocionado que ele estará.
Após minutos de trocas de palavras, a atendente vem com uma caixinha e entrega para o Ravi.
— Eu mandei fazer essas alianças conforme o seu pedido, amigo. São únicas, assim como o
amor de vocês. Agora vá lá e peça aquele homem apaixonado em casamento. — Ele me
aconselha e me entrega as alianças.
Eu os agradeço, pois desde jovem eles cuidam de mim. Abraço-os novamente e sigo meu rumo
de volta para o apartamento.
Dirijo-me ao estacionamento, aperto as chaves do carro, e antes de abrir a porta, ouço uma voz
familiar chamando por mim. — Daniel?
Respiro fundo, cerro meus punhos, pois sei exatamente quem é.
Olho para trás com raiva e vejo Cássio, irmão gêmeo de Bryan e irmão mais novo de Guilherme.
Esse cara vive me perseguindo, tem um amor doentio por mim. Uma vez, colocou droga na
minha bebida e me levou para transar contra minha vontade.
Entro no carro, ele segura a porta. — Espere, Daniel, não vá, vamos conversar.
Olho sério para ele. — Nós não temos nada para conversar, cara. Pare de me perseguir.
Mas Cássio persiste. — Eu te amo, Daniel. Quero estar com você. Por favor, me dê uma chance.
Posso te oferecer mais coisas que meu irmão.
Esse cara está maluco, pensando que estou com Guilherme por dinheiro. Se fosse o caso, teria
ficado com outros caras tão ricos quanto Gui. Muitos mafiosos tentaram me cortejar, por ser
amigo de Ravi, mas nunca foi dinheiro que eu precisava, e sim o amor de Guilherme.
Mantenho meu olhar sério em Cássio. — Escuta, cara, você sabe que te odeio pelo que fez
comigo. Me drogou e me levou para um hotel barato para transar. No dia seguinte, acordei ao seu
lado e senti nojo, raiva e desespero. Você me conhece, sabe o quanto a sua família, exceto
Guilherme e Bryan, me fizeram sofrer. Passei dois anos no inferno na adolescência, achando que
ia morrer, entre outras coisas. E aí você surge na minha vida e faz isso? Já se colocou no meu
lugar? Sabe como me sinto? Só acrescentou mais um problema à minha lista. Se já ia ao
psicólogo antes, agora vou o dobro, pois luto todos os dias para ter uma razão para viver, e tentar
superar a minha mente fudida. Voltei para o Brasil e encontrei essa razão, e não é você. Amo
Guilherme e vou me casar com ele. Nada nem ninguém vai impedir que eu o faça feliz, nem meu
final feliz com ele.
Termino de falar. Ele fica calado. Acredito que finalmente expressei tudo que pensava. Entro no
meu carro, mas ele tenta me impedir, ainda tentando conversar. Chuto-o e saio com o carro.

Eros
Vamos em direção ao estacionamento para tentar alcançar o Dani, pois quero dizer algo a ele. Ao
longe, avistamos Cássio indo na direção de Dani, então nos escondemos para ouvir a discussão
que estão iniciando.
— Silêncio, quero ouvir. — Sussurro para os dois, que ficam quietos.
Escuto palavras que me fazem ferver de raiva: "droga", "abuso", "mente fudido".
Sou médico, mas não tenho sangue de barata.
Enquanto mantenho meu olhar na discussão entre Dani e Cássio, cruzo os braços e me inclino
contra a parede. Olho sério para Ravi. — Dá um jeito no Cássio!
Miguel sussurra. — Estou com o Eros.
Ravi me abraça por trás, beija minha nuca e sussurra. — Você quer que eu mande dar uma surra
nele?
Olho de lado para ele e para Miguel e respondo. — Sim! Tenho certeza de que o Guilherme não
sabe que o Cássio fez isso com o namorado. Aposto que se o Dani contou algo sobre esse
incidente de ter dormido com o irmão, foi algo superficial, sem esses detalhes obscuros.
Enquanto Ravi me abraça e beija minha nuca, sinto que ele pega o celular e liga para alguém. —
Alô, Bryan?
Ravi coloca o celular no viva-voz. — Oi Ravi, o que foi?
Ravi responde. — Por que você não me disse que teu irmão gêmeo drogou meu amigo Daniel?
Dá para ouvir Bryan suspirar do outro lado, e ele responde. — Eu queria, cara, mas o Dani morre
de vergonha disso, e você sabe como é a mente dele, toda fudida. Ele ficava com vergonha do
que vocês iam pensar dele.
Eu pego o celular da mão do Ravi. — Escuta aqui, cara, não importa se ele tinha vergonha ou
não, o que o teu irmão fez com o meu amigo é imperdoável. Tu sabes que o Daniel, até alguns
anos atrás, não estava bem mentalmente. Demorou para melhorar, aí aconteceu isso, e tu não me
disseste nada? Vai se fuder. E se o Dani faz alguma besteira, cara? Quem seria o responsável?
Bryan responde. — Acho que o Gui ainda não sabe, e eu sempre quis contar para ele. Aposto
que, se depender do Dani, ele nunca contará todos os detalhes desse dia para o namorado, mas eu
mesmo vou contar para o Gui, e será em menos de um mês, lá no hospital, onde vamos reunir
todos os malfeitores do Dani e do Gui. Estejam preparados e disponíveis para esse dia, okey?
Quero resolver esse problema o mais rápido possível.
Antes de entregar o celular, eu digo. — Teu irmão não vai sair ileso!
Antes de desligar, ele diz. — Ele é meu irmão, mas eu não tô nem aí para o modo como vocês
vão fazê-lo pagar pelo que fez. Só não o matem, mas façam o que quiserem. O Cássio já me deu
muito problema, eu confio em vocês. — Ele desliga.
Devolvo o celular para o Ravi, e ele faz outra ligação ainda me abraçando e me acariciando com
beijos.
Alguém atende à ligação do Ravi, e ele dá um comando. — Alô, é o seguinte, tem alguém que eu
quero que vocês peguem e levem para aquele lugar…
O Ravi passa as informações do Cássio e desliga.
Agora sim, estou de boa.
Pois conhecendo o Gui e o Bryan, eles não vão fazer nada com o próprio irmão pelo o que ele
fez. Bom, o Gui talvez dê uns socos bem dados na cara dele, mas talvez fique só nisso. Eu, no
entanto, vou garantir que não seja apenas uns socos.
Viro para os meus MARIDOS.
— Anda, vamos embora. Estou com saudades dos nossos filhos.
Entramos no carro, comigo na frente, Ravi assume o volante e Miguel senta atrás. Enquanto
saímos, volto meu olhar para o Ravi. — Você está de olho naquela piranha da Carol, né? E se ela
tentar alguma maldade com o Dani?
Ravi responde. — O celular dela está grampeado, e há pessoas próximas a ela trabalhando para
mim.
Eu sorrio. — Ótimo! Não quero que aquela vagabunda faça nenhum movimento. Impeça-a.
Ravi sorri de canto. — Deixa comigo, ditador.
Miguel e Ravi começam a rir.
Enquanto seguimos, digo algo que estou pensando. — Já pensou, o próprio Dani reportando toda
a maldade dos Dias como âncora de jornal? Vai ser tipo um evento, no qual ele contará essa
notícia com um sorriso presunçoso na cara, e nós estaremos em casa com vinhos e petiscos
assistindo a esse evento.
Ambos concordam comigo, e vamos rindo para casa, já imaginando esse dia.
Capítulo 141
Carol

Desde aquele dia que vi o Daniel na casa do Gui, venho me perguntando quando ele voltou, e
estou arquitetando o que vou fazer com ele.
Não consegui ter a atenção do Guilherme naquele dia, e vendo como ele e o Gui agiram comigo,
andei pensando, ou o Guilherme e o Bryan estão juntos nisso e me ferrando, ou era o Daniel e o
Bryan esse tempo todo agindo nas sombras.
Para mim, é o que mais faz sentido, pois Daniel tem todos os motivos para se vingar de mim.
Estou em casa, e escuto o interfone. Abro e vejo que é a Penélope, madrasta do Guilherme. — O
que você está fazendo aqui?
Ela entra desesperada. Olho para a cara dessa velha, e noto que ela fez mais uma plástica nessa
cara horrorosa dela.
Penélope pega o controle, senta no sofá, liga a TV no jornal da CRN do meio-dia e cruza os
braços, franzindo o cenho, toda emburrada. — Sabia que o Daniel voltou? Olha ele ali.
Olho para a TV e agora entendo o retorno do Daniel. O Guilherme até o contratou como novo
âncora de jornal ao lado de uma tal de Viviane Monteiro; ambos estão apresentando o telejornal.
Sento no sofá cheia de ódio. — Temos que nos livrar do Daniel de novo, e dessa vez
definitivamente.
Penélope me olha. — E se nós o sequestrarmos e pedirmos dinheiro de resgate? Eu estou
precisando de dinheiro, e o pai do Guilherme não quer me dar um centavo.
Olho para ela e imagino sua situação. A falecida mãe do Guilherme, antes de morrer, deixou seu
testamento, no qual 50% de tudo que ela possuía foi legado ao Guilherme. Os outros 50% foram
destinados a serem divididos entre Bryan e Cássio, sem que Guilherme tenha direito a uma
parcela adicional além dos seus próprios 50%. Assim, Guilherme não é o único beneficiário dos
50% adicionais, uma vez que estes serão divididos entre Bryan e Cássio, conforme estipulado no
testamento.
E Penélope casou com o velho achando que teria direito à herança, mas até o próprio velho foi
esperto em casar com Penélope com separação total de bens. E a trouxa vai ficar sem nada, pois
o velho entrou em processo de separação e ela não vai ter nenhuma fonte de dinheiro para
continuar com sua vida de luxo e botox.
Não era à toa que ela tentou controlar o Guilherme, por ele ter a maior parte da herança, e tentou
controlar os gêmeos, mas não teve sucesso em nenhum dos filhos do velho, e nem controle sobre
o marido.
Pois a única vez que ela conseguiu manipular o pai do Guilherme foi quando eu, ela e ele nos
unimos para mandar o Daniel para Austrália e torturá-lo com a falsa doença e os medicamentos e
exames forçados.
Pois o velho ficou louco ao saber que o Guilherme era viado e dava o cu.
Enfim, talvez eu ainda tenha chance de conseguir o que quero ameaçando expor tudo o que o pai
do Guilherme fez com o Dani e o próprio filho. Se eu ameaçar aquele velho, posso conseguir
ajuda dele para sequestrar o Daniel e essa louca da Penélope vai ajudar, pois é só falar que vai ter
dinheiro envolvido que ela faz qualquer coisa.
Então é isso que faremos. Olho para Penélope. — Vamos ameaçar o seu marido que está
internado e muito doente, e falar que iremos expor tudo que ele fez, e vamos usá-lo para
sequestrar o Daniel, e forçar o Guilherme a pagar uma enorme quantia em dinheiro.
Ela se anima, trouxa, vou deixar ela levar a culpa de tudo. Vou fazê-la fazer tudo sozinha, pois se
a casa cair, ela vai sozinha. Eu só quero que o Dani e o Guilherme sofram assim como eu estou
sofrendo em perder tudo que tenho.
Viro para Penélope. — Onde o seu marido está internado?
Ela me olha. — No antigo hospital que pertenceu à sua família.
Nossa, ela me fala isso, me sobe uma raiva, pois aquele hospital, o Cruz Vermelha, era uma de
nossas prioridades privadas que tirávamos muito dinheiro e ao longo dos anos, fomos perdendo o
controle daquele lugar, até não conseguirmos mais dar conta e os acionistas praticamente nos
expulsaram da direção e outra pessoa comprou o hospital, mudaram até o nome para Centro de
Saúde Sol Nascente.
Me pergunto agora, quem será o novo dono daquele lugar que trazia o maior sustento para minha
família.
Penélope ainda assiste o jornal, enquanto Daniel apresenta. — Não é por nada não, mas esse cara
ficou gostoso demais. Pena que é gay. Que desperdício. Isso devia ser crime, dois caras bonitos
juntos.
Eu olho para a TV. — Digo a mesma coisa!
Enquanto encaro Daniel não posso deixar de pensar: "A sua hora vai chegar Daniel,
principalmente se eu arrancar de você toda verdade e souber que é você por trás de toda minha
desgraça!"
Só me aguarde!
Capítulo 142
Carol

No dia seguinte, após aquela conversa com Penélope, decido abordar Daniel em particular.
Preciso arrancar a verdade dele, custe o que custar.
O vejo saindo da CRN, aparentemente indo a algum lugar nas redondezas, então o paro. —
Daniel?
Ele para, se vira, e me encara. — O que você quer?
Me aproximo dele. — Podemos trocar algumas palavras em um lugar mais tranquilo? Há um
café aqui perto.
Daniel olha no relógio e depois me encara novamente. — Você tem 30 minutos.
Ótimo, será tempo suficiente.
Chegamos ao café, escolhemos um lugar discreto, e eu subornei o garçom para colocar um
sonífero no café de Daniel.
Hoje à noite, teremos conversas longas e dolorosas.
Sentamos frente a frente, e ele inicia a conversa. — O que você quer me dizer? — Daniel
pergunta sério, com os braços cruzados.
Pedimos o café, e o garçom que subornei traz as xícaras. Já imagino Daniel desmaiando diante
de mim, uma ambulância falsa chegando, com Penélope ao volante, levando Daniel para um
lugar distante com dois assassinos que o torturarão e farão coisas piores com ele.
Infelizmente, o pai de Guilherme não quis se envolver mais. Então, eu e Penélope tivemos que
agir sozinhos, pois nem com ameaças aquele velho quis ajudar. Mas ele que aguarde, pois
mandarei esses dois assassinos até o hospital onde está internado e farei com que desliguem os
aparelhos.
Enfim, o garçom serve nossos cafés, e volto toda minha atenção para Daniel. — Já sei que é você
quem está por trás da minha ruína.
O fecho sorri de canto, como se desdenhasse do que o acusei. — Além de descarada, você ainda
é louca. Foi para isso que você me chamou aqui?
Daniel ameaça ir embora, mal tocando no café. — Aqui, passe bem longe da minha vida com o
Guilherme.
Ele fica em pé, me encarando. — Escuta aqui, eu não sei qual é a tua, mas sempre que aparece na
minha frente é para falar merda. Veja se segue o teu caminho, que eu sigo o meu com o
Guilherme. Será que você já não teve o suficiente da minha sanidade mental? Já não riu o
bastante de mim? Já não conseguiu o que queria ao me ver longe do Guilherme? Além disso, por
dois anos, me atormentou, fazendo-me acreditar que eu iria morrer, me fez acreditar que minha
falsa mãe iria morrer. Me dopou e fez exames dolorosos. Você já não teve o bastante de mim? —
Ele se vira para ir embora.
Mas eu seguro seu braço e o faço sentar com falsas palavras. — Desculpa, eu só disse isso para
ver a sua reação. Na realidade, vim pedir perdão por tudo que fiz.
O vejo se acalmar, ele se senta novamente e segura o café. — Continue.
Então, volto às minhas mentiras para mantê-lo aqui até desmaiar. — Eu sei que palavras não
serão suficientes para você me perdoar por todo mal que te causei, e não só a você, mas ao
Guilherme também. Então, vamos começar por essa conversa e com esse café. Estou disposta a
reparar todos os meus erros.
Ele sorri. — Você tem razão. Suas palavras nunca serão suficientes, talvez nem suas ações, mas
eu aceito o café. — Daniel bebe o café e eu bebo o meu para manter a farsa.
Mas por dentro, estou me acabando de rir.
Tento retomar nossa conversa, mas sinto sonolência. Caramba, será que o idiota do garçom
trocou os copos?
Minha visão vai embaçando, e escuto vozes...
“O que deu em você? ”
“Uma ambulância está aqui...”
Sinto meu corpo sendo colocado em uma maca dentro de algo fechado.
“Olá, Carolzinha? Tudo bem? Claro que não, né? Hehehe… bons sonhos. ”
Eu desmaio.
Daniel
Sento para ouvir o que a louca da Carol tem a dizer, mas no início só escuto muita besteira, e
acabo desabafando.
Olho no relógio e percebo que tenho apenas mais 5 minutos. Saí só para comprar um doce e
voltar, pois tenho um encontro com o Gui hoje, mas essa louca me chama para uma conversa, e
eu aceitei.
Levanto-me para ir embora após ela falar besteiras como sempre, me culpando pelo desastre de
sua vida. Eu não tenho culpa disso. Se há algo que eu evito, são os Dias.
Quando me viro para ir embora, ela me impede e começa a pedir desculpas. Eu não sou idiota,
sei que ela está mentindo.
Sento-me e finjo beber o café que ela pagou.
Quero ver sua reação. Afinal, se tem uma coisa que aprendi com o Ravi nesses longos anos de
convivência que tivemos em Melbourne e na máfia, foi nunca aceitar bebidas pagas por outras
pessoas, especialmente daquelas que desejam o seu mal.
Carol bebe o café e tenta retomar a conversa, mas a vejo com uma expressão de quem está
chapada. — O que deu em você? — Pergunto.
Logo vejo uma ambulância entrar, com "Centro de Saúde Sol Nascente" escrito.
E vejo uma pessoa inesperada vestida com roupa de socorrista: o Ravi. — Deixa comigo, cara!
— Ele pisca para mim.
Pergunto o que ele está fazendo e só então percebo que ninguém no café está nos olhando. —
Você já esperava que eu estivesse aqui com a Carol? Essas pessoas aqui são seus subordinados?
Ele pisca para mim, coloca Carol na maca e responde. — Eu não conto, se você não contar.
E a leva embora.
Volto correndo para a empresa e encontro Guilherme na sala dele, falando ao telefone com
Bryan sobre o pai deles, que está internado e quer muito falar com os três filhos.
Guilherme concorda em ir, e Bryan enfatiza que quer que eu vá, pois, o pai também deseja falar
comigo.
Ouvindo essa conversa, já imagino que vamos tocar no motivo do meu sumiço há vinte anos
atrás, o porquê de eu ter ido embora, já que Guilherme ainda não sabe todo o contexto.
Provavelmente, essa noite vamos contar tudo a ele, e já prevejo que o circo vai pegar fogo.

Ravi

Carol, Carol, Carol...


Você é tão burra que quando pensa em dar um passo, eu já dei cinco na sua frente.
A pior escolha que você fez na vida foi mexer com o namorado de um mafioso.
Se tivesse ficado na sua, talvez estaria vivendo de boa agora.
Mas eu quero te ver perder tudo.
Isso está sendo muito divertido, pois estou adorando ver você se debatendo, querendo se erguer,
e estou de olho em tudo que você faz, como suas ligações pelo celular, suas tentativas de ir até
uns assassinos com a Penélope para sequestrar o Daniel e até mesmo sua tentativa de subornar o
garçom.
Mas eu o subornei de volta e ele pôs as drogas no seu café.
— Espero que você tenha bons sonhos... Hehehe!
Observo enquanto é colocada na ambulância que a levará para o hospital do Eros, onde o palco
estará armado.
Carol, Penélope, os pais do Daniel, o Cássio que deve estar todo fudido de tanto levar surra, mas
o soltamos e o Bryan o levará para ver o pai.
E o Guilherme e o Daniel irão para lá mais tarde, e eu, o Eros e o Miguel estaremos na sala ao
lado, pois tem um espelho falso lá, numa sala especial, onde iremos assistir todo o desenrolar da
discussão de camarote.
Eu amo a minha vida, amo os meus maridos, nunca estamos entediados e agora finalmente
estaremos trazendo justiça aos nossos amigos.
Olho para Carol uma última vez. — Se deu mal, vadia!
Então dou a ordem. — Levem essas duas para o hospital.
As duas, porque mais cedo fiz a Penélope beber também a droga, e agora ambas dormem igual
pedras na ambulância.
Até daqui a pouco, vadias!
Bryan

Minha vida de político é corrida, sim!


Ando com o meu novo secretário para cima e para baixo, mas sempre tenho tempo para os meus
irmãos, e agora em especial para o caso do Guilherme.
Ravi e eu passamos anos juntando provas contra os Dias, e não foi fácil. Nossa vingança teve
que ser gradualmente construída.
E quando finalmente tínhamos tudo em mãos, fizemos Daniel voltar o mais rápido possível da
Austrália.
Agora, com todos os arquivos em mãos, envio uma mensagem para o Guilherme e peço para ele
olhar o seu e-mail.

Guilherme

Meu irmão Bryan me ligou mais cedo, pedindo para que eu vá ver o nosso pai, e diz para eu
levar o Daniel junto.
Acho que nessa noite, finalmente saberei a verdade.
Daniel sai da minha sala, dizendo que vai resolver algumas coisas de trabalho na sala dele antes
de irmos. Nesse tempo, recebo uma mensagem do Bryan pedindo para que eu veja o meu e-mail
e diz que lá tem tudo que eu pedi para ele descobrir sobre a família da Carol.
Ótimo!
Esperei por isso por anos, e o Bryan disse que iria conseguir todos os podres para mim e que não
era para eu me preocupar, pois nada iria acontecer conosco, só com os malfeitores do Daniel.
Abro o e-mail e vejo que Bryan me mandou arquivos prontos para serem jogados para a mídia,
arquivos esses que iriam destruir de vez os Dias.
Então eu mando tudo para o Jaques, meu redator chefe, que estará aqui na empresa, pronto para
jogar tudo na internet assim que eu autorizar.
Horas depois, Daniel volta à minha sala, e eu o abraço. — Eu te amo, Daniel!
Ele me beija, faz carinho em mim. — Eu também te amo, Guilherme.
Começamos a nos beijar, apaixonadamente, ardentemente, e entre beijos ele sussurra. — Antes
de irmos, que tal me fuder gostoso rapidinho ali, naquele sofá?
Eu aprecio a ideia, e ele tira as calças, eu pego o lubrificante, passo no meu pau, ele se põe de
quatro no sofá, eu seguro seu quadril, e começo a pincelar a cabeça da minha pica no seu cu. —
Mete logo, Guilherme. Me fode. Eu tô doido por isso. Tava esperando por isso o dia todo, e
agora que vamos sair, eu não sei que horas você me dará a atenção que eu quero aí embaixo.
Eu dou um tapa bem cheio em sua bunda e meto tudo de uma vez nesse cu guloso que o meu
namorado tem, e ele geme. — Cacete gostoso do Caralho!!!
Daniel começa a mexer o quadril, e eu começo a bombear dentro dele. — Eu era doido pra te
fuder GOSTOSO aqui na minha sala.
Daniel responde gemendo enquanto meto fundo e rápido no seu cu. — Eu já tava fantasiado você
me comendo desde o primeiro dia aqui nesse sofá. Anda, não pare, vai mais fundo e forte!
Atendo ao seu pedido, e meto com tudo, o fazendo delirar, gemendo alto, soltando músicas para
o meu ouvido. — Você realiza a minha fantasia de fuder um funcionário gostoso na minha sala.
Daniel geme em resposta. — E o meu de ser fudido na sala de um CEO podre de rico, Agh...!
Continuamos nossa diversão, e minutos depois, gozamos.
Nós limpamos no banheiro, e é chato a hora de irmos para o hospital. Ah, Deus, só espero ter
força para tudo que eu vou ouvir essa noite. Se a Carol fez o meu namorado sofrer, eu irei usar
toda minha grana para fazê-la sofrer em dobro, seja quem mais estiver envolvido.
Capítulo 143
Eros

Entro na minha sala do hospital, Miguel entra atrás de mim e fecha a porta. — Vamos fuder
rapidinho antes do grande show?
Eu me viro para ele, tiro minha roupa, ele vai tirando as dele. — Só vem!
Pego o lubrificante, Miguel já vai passando em seu pau, senta no sofá e eu sento devagar e
gostoso, enquanto gemo nesse pau. — Eu estava precisando disso para me desestressar.
Começo a cavalgar em sua pica. — Você tem que me fazer visitas mais vezes no hospital, amor.
— Fico gemendo, quicando gostoso nele.
Miguel aperta minha bunda, segura firme e soca mais fundo e gostoso dentro de mim. — Pode
deixar que virei sim mais vezes para te fuder, doutor Eros.
Ele vai estocando gostoso dentro de mim, e nós nos beijamos, ele chupa bastante minha língua,
desce os beijos pelo meu pescoço, me chupa, me fode, me morde, fala que sou gostoso pra
CARALHO, e minutos depois gozamos.
O Ravi bate na porta, o Miguel abre e nos vê sem roupa. — Eu quero também.
Eu já me viro de quatro pra ele. — Vai amor, mete com tudo!
Ele põe a pica pra fora, pincela a cabeça de seu pau no meu cu, eu mexo o meu quadril e falo as
palavrinhas mágicas. — Mete GOSTOSO na tua putinha, vai…!
E sinto sua rola invadir meu cuzinho, e eu gemo gostoso. — Aah Caralho… agora me fode do
jeito que eu gosto…!
O Ravi começa a bombear dentro de mim, intensificando as estocadas. Mexo o quadril, enquanto
o Miguel me acaricia. Escuto ele sussurrar. — Mete mais rápido e fundo na nossa putinha. Não
vê que ela tá pedindo mais? Não tá vendo que ela tá engolindo todo o seu pau desesperada? Mete
mais pica nesse cu.
O Ravi puxa meus braços pra trás, metendo violentamente dentro de mim, e Miguel vem pela
frente, batendo na minha cara, do jeito que eu gosto e me atiça. — Ainda quer mais…?
Eu expresso gemendo. — Bate mais, os DOIS!
Miguel sorri pervertidamente, e me dá outro tapa, enquanto Ravi mete também na minha bunda.
Ah, isso tá bom demais… eu adoro ser dominado desse jeito. Meu fogo nunca cessa por esses
dois!
Minutos depois gozamos, e eu me sento no meio de ambos no sofá. Eles me abraçam, me beijam,
me acariciam, e sinto nossos corpos suados, e seus cheiros corporais que eu amo após o sexo. —
Gostaram de me arrombar?
O Ravi sussurra. — Aqui nem deu pra eu fazer tudo que eu queria.
Miguel sussurra de volta. — E nem teremos mais tempo para continuar, daqui a pouco os nossos
amigos chegam. Temos que nos arrumar.
Vamos para o banheiro, onde nós nos divertimos mais um pouco, e em seguida saímos.
Vestimos nossas roupas e vamos rumo à onde estão Carol e Penélope.
Elas ainda dormem, a DRØGA que elas iriam dar para o Daniel era muito forte, mas nós as
fizemos sentir do próprio veneno, essa cascavel.
Minutos depois, Bryan chega e traz o Cássio. Eu olho sério pra ele. — Gostou da surra?
Cássio desvia o olhar. — Juro que nunca mais farei nada disso. Eu sei que fiz mal ao Daniel e
irei pedir perdão pra ele, mesmo sabendo que ele me odeia e que nunca me perdoará.
Mantenho meu olhar sério nele. — Ótimo, pois agradeça ao seu irmão por você ainda estar
andando e falando, pois eu queria que a surra tivesse sido pior. Mas pegamos leve com você.
Agora, saia da minha frente.
Cássio abre espaço e se senta num canto. Daqui de fora, vejo Bryan entrar na sala e ir falar com
as vacas que estão acordando.
Bryan
Entro na sala e vejo essas dissimuladas acordando da própria droga que iriam usar no meu
amigo.
Olha, não é por nada não, mas essas duas têm sorte de terem nascido mulheres, pois se fossem
homens, já teriam levado tanto soco de mim e daqueles três lá fora.
Elas me olham confusas e Carol toma a rédea. — O que aconteceu? Onde eu tô?
Penélope recobra a consciência e me encara. — Bryan? A quanto tempo eu não te vejo
pessoalmente. Você desde que saiu de casa, nunca mais me deixou chegar perto de você.
É claro que eu não deixaria uma louca dessas encostar um dedo em mim, ou na minha grana.
Saí de casa o mais rápido possível assim que fiquei maior de idade e construí minha carreira
política com ótimos contatos que tive ao longo da vida. Usei as redes sociais para me manter
sempre na boca do povo.
Olho sério para Penélope, essa parasita que pensou que ao casar com o meu pai velho, iria ser
herdeira de alguma coisa dele. Trouxa, o velho só comeu e agora tá pedindo divórcio dela, pois o
fiz pedir. Essa mulher vai pra cadeia e não a quero envolvida com a minha família nunca mais!
Eu estalo os dedos. Dois advogados entram e vão rumo a Penélope. — Assine ou você será
acusada de tentativa de sequestro e olha, vai por mim, isso não vai acabar bem.
Ambas tentam se levantar para fugir, mas Ravi já deixou seus subordinados na porta. — Assine o
divórcio de uma vez ou sua queda vai ser pior, começando com o que vocês fizeram anos atrás
para o Daniel.
Ambas me olham surpresas. — O que acham que eu não sei de tudo?
Carol toma a rédea. — Então é você o responsável pela destruição da minha família?
Eu sorrio para ela. — Você saberá toda a verdade logo, só fique quietinha.
Penélope pega a caneta, treme e com muita relutância, assina. — Isso não vai ficar assim, Bryan.
Os meus advogados pegam os papéis assinados. — Pelo seu bem, se eu fosse você, só aceitaria
tudo que vai te acontecer daqui em diante de bom grado.
Saio da sala e olho para os subordinados, tragam elas.
Dois caras fortes e altos as trazem sem encostar nelas, ambas vêm andando atrás de mim e Carol
se manifesta. — O que estamos fazendo aqui?
Entro na sala onde meu pai está internado, o vejo terminar de assinar os papéis de divórcio,
Penélope vê e corre até ele chorando, fazendo cena. — Marido, você vai me abandonar? E os
anos e a nossa história que tivemos juntos?
Carol chega do outro lado da cama dele e pega sua mão. — Senhor Alves, o que está
acontecendo? Isso é ideia sua nos trazer aqui?
Meus advogados saem da sala, e logo em seguida e sem demoras entra Daniel e Guilherme.
E mais atrás deles chegam os pais do Daniel e os irmãos do Daniel que pedi que viessem para
presenciarem o desfecho dessa longa história e a justiça sendo feita com o irmão caçula.
Agora estão todos aqui, cada peça em seu devido lugar, e o trio ternura atrás da vidraça na minha
frente. Eles veem e ouvem tudo que acontecerá aqui e no final, ainda terão umas palavrinhas com
a Carol.

Guilherme

Entramos na sala, e me deparo com todos reunidos aqui, e em seguida entram até os pais do
Daniel e seus irmãos.
Meu pai vê o Dani e o chama para pedir perdão, me chama também, mas eu não irei perdoá-lo
fácil assim.
Ele me olha nos olhos. — Entreguei tudo que eu tenho de provas contra os Dias nas mãos do
Bryan, use para prender essas duas.
Ótimo! Mas isso não anula você ter participado desse esquema.
Continuo meu olhar para eles e então Daniel é forçado a revelar a verdade para mim, na qual ele
relata todas as torturas que viveu durante dois anos enquanto pensava que iria morrer por causa
de uma falsa doença, e fala que sua família recebia suborno da Carol, e que foi forçado a assinar
um contrato de tratamento, no qual se ele entrasse em contato comigo, a mãe dele iria perder
qualquer assistência e sem contar nas ameaças de morte.
E o pior de tudo foi o Daniel relatar, enquanto chorava, que pensou que iria morrer, e que não me
contou mesmo o porquê de ir embora, pois temia que eu sofresse junto dele e fizesse alguma
besteira após sua partida.
Eu o abraço forte, o beijo, e ele vai contendo as lágrimas, e então pego meu celular, e autorizo ao
Jaques que divulgue tudo que sabemos sobre os Dias.
Minutos depois do confronto entre Daniel, seus pais ordinários, o Bryan me revela que o Cássio
que está sentado na minha frente forçou o meu Daniel entre relações sexuais com ele contra sua
vontade.
Aquilo me sobe uma ira, e eu o seguro pela camisa e desfiro dois socos com toda a força, os
melhores que pude dar na minha vida, com muita raiva bem no nariz dele e ele cambaleia para
trás.
Inferno!
Por que eu fui deixar o homem que eu amo sofrer tanto assim nas mãos da minha própria família
e dessa vadia da Carol?
O celular dela toca, é o pai dela, amém, agora os Dias já eram!
Carol pega a bolsa e sai desesperada da sala.

Eros

Observamos todo o desenrolar da situação daqui e aguardamos apenas Carol receber uma
ligação. Saímos da sala onde estávamos e a interceptamos no corredor.
A vantagem de ser proprietário de um hospital é que o andar em que estamos passa por reformas
e não possui pacientes. Aqui, ninguém irá nos interromper durante nossa conversa.
Carol se aproxima rapidamente, parando ao nos ver.
Há muito tempo ela não nos vê, então deve estar confusa. — Saiam da minha frente!
Um subordinado pega o celular da mão de Carol e joga para mim, deixando-a ainda mais atônita.
— Quem são vocês? O que pensam que estão fazendo?
Eu começo a rir sutilmente. — Você não se lembra de nós?
Carol ainda nos encara.
Então vou refrescar a memória dessa pessoa. — Uma vez, você olhou nos meus olhos e desejou
a minha morte por doenças transmissíveis. Além disso, depois de me ver beijar os meus DOIS
NAMORADOS na frente de toda a escola, você saiu espalhando que eu era uma puta interesseira
pela escola. Divulgou boatos de que eu tinha doenças sexualmente transmissíveis, levando
metade da escola a me olhar de maneira torta. Alguns alunos passaram a me encarar com receio,
com medo de contrair alguma doença só por me olharem. Tive que fazer exames para provar que
eram apenas boatos, quase perdendo a minha bolsa por sua causa. Agora, você se lembra de
mim?
Ela sorri. — Eros, né? E vocês? Não me digam que vocês três ainda estão juntos?
Meus MARIDOS apenas sorriem, e eu respondo por eles. — Diferente de você, sua maluca mal-
amada, puta, vadia e burra do Caralho, nós sempre estamos juntos e nunca nos separamos,
tampouco deixamos pessoas da sua laia se aproximarem de nós.
Ela fecha o semblante. — Saiam da minha frente. Não tenho tempo para perder com vocês. E
devolvam o meu celular.
Mas eu continuo. — Ao sair por aquela porta lá embaixo, sua vida acabará de vez. Você ficará
sem nada e irá direto para a cadeia, lugar esse que te pertence!
Carol me olha torto. — Meu querido, diferente de você, eu sou rica! Tenho os melhores
advogados! E quem é você? Ou você ainda é a putinha desses dois?
Eu me aproximo dela rindo. — Sim, sou a putinha deles, e com muito prazer, dou gostoso para
eles, e como eles na mesma intensidade. Além disso, a putinha aqui agora é dono desse hospital.
Ela fica com cara surpresa. — Seu?
O Ravi se manifesta. — Eu tirei esse hospital de você, Carol!
O Miguel também. — E eu comprei e juntos demos de presente ao Eros, nosso MARIDO.
Eu lanço um sorriso presunçoso para Carol. — MARIDO, né?! Coisa essa que você nunca teve
ou terá, Carol! E pelo que eu sei bem, todos te abandonaram no altar, os cinco. E se me recordo
bem, o último disse que ontem te amava, e hoje não mais.
Ela fica ainda mais espantada. — Espera, como você sabe?
Ainda sorrindo para ela, respondo. — Porque eu sou o responsável pela sua queda, vadia!
Melhor, nós três, mas foi só eu fazer um único pedido ao Ravi, que tive o apoio do Miguel, e ele
nunca deu descanso para Carol e sua família.
Ela me encara com raiva. — Vocês fizeram isso e não o Daniel, ou o Guilherme, ou o Bryan?
Bryan aparece. — Foi um trabalho em equipe, entre amigos. Coisa essa que você nunca teve ou
terá, pois você é uma puta louca, sem escrúpulos e sem amizades. Sua maldade é sua amiga e até
ela te abandona.
Ravi a encara. — Eu fiz questão de raspar até o último centavo de seus cofres!
Miguel também se manifesta. — E eu tomei posse das restantes empresas que tinham em seus
nomes, e agora sou dono de tudo. Sou o novo acionista e fiz questão de expulsar sua família de
todos os negócios. Ou seja, Carol, você está sem nada!
Guilherme vem rindo, com os braços cruzados na direção dela. — Amanhã seu rosto estará
estampado em todas as notícias da CRN, e o Brasil verá todos os podres e falcatruas que você e
sua família fizeram!
Daniel, que está bem no canto, a olhando também se manifesta. — E eu vou ficar tão feliz e
realizado em contar cada detalhe no telejornal. Espero que você me assista, pois, esse rostinho
aqui vai estar sorrindo internamente para você a cada palavra que sair da minha boca, amanhã!
Vejo Carol sem palavras, desesperada, pois ela sabe que esses homens reunidos aqui são capazes
de matá-la agora. Mas ela não morrerá; pelo contrário, irá sofrer na cadeia nas mãos de outras
pessoas.
Então, dou minhas últimas palavras para ela. — Nem Deus será seu advogado nesse caso que
você criou! Você podia ter mexido com qualquer cara daquela escola, mas foi logo mexer com
meu amigo Daniel. Ao mexer com ele, mexeu comigo, e ao mexer comigo, mexeu com meus
MARIDOS. Ao mexer com um dos meus MARIDOS, você mexeu com o amigo dele, o
Guilherme, e ao mexer com Guilherme, mexeu com o irmão dele, o Bryan. Você criou uma
cadeia que te aprisionou. Enfim, você se fudeu!
Carol sai correndo desesperada.
Após esse ocorrido, voltamos para nossa casa. Enquanto chegamos em casa, um subordinado de
Ravi liga para ele e avisa a seguinte coisa: “Carol subiu na moto, saiu dirigindo igual louca, e
sofreu um acidente. Não morreu, mas parece que vai perder uma perna. ”
É, meus amigos, o karma vem. Agora, além de ficar sem perna, ela enfrentará um julgamento
que a levará direto para prisão. Adeus, Carol. Que o diabo te carregue!
Capítulo 144
Eros

No dia seguinte, durante o horário do jantar, decidimos ficar em casa e assistir ao telejornal do
horário nobre, às 19:30.
Hoje, ninguém quis cozinhar. Às vezes, quando estamos sem vontade de cozinhar, pedimos
comida no restaurante do Ravi, conforme nossas orientações, e tudo fica mais fácil.
Miguel arruma a mesa, Ravi ajusta a TV para uma boa posição, e eu estou terminando de
arrumar nossos filhos.
Sento no sofá e chamo um por um para pentear os cabelos e vestir as roupas. Geralmente,
começo com a Anabely, por ser a única menina entre seis homens. Dedicamos mais atenção a ela
e cuidamos dela com ainda mais carinho.
Visto-a primeiro no quarto e depois a trago para a sala.
Ela se encosta nas minhas pernas enquanto amarro seu cabelo do jeito que ela gosta, com um
lacinho e duas mechas soltas, parecendo uma princesa da Disney.
Apesar de ser a única menina, Anabely é inocente e não parece ser o tipo de pessoa que se
aproveitaria da situação. Pelo contrário, é mais quieta, assim como Théo.
Parece até que eles são gêmeos, pois ambos são quietos e se entendem bem.
Já Luke e Davi, eles parecem ser gêmeos de espírito, sempre pensando nas mesmas travessuras.
Além disso, são os mais energéticos. Pelo que pude observar, vão herdar o jeito brigão do Ravi e
o ciúme do Miguel.
Theo tem minha tranquilidade, lidando com os problemas com determinação, enquanto Anabely
parece ter puxado um pouco de cada um de nós. No entanto, prevalece nela o jeito tranquilo do
Miguel, e no Théo, o meu jeito.
Termino de pentear seus cabelos e vesti-los. Eles até se ajudam a se vestir. Aqui em casa, deixei
claro que somos unidos, uma família que se apoia mutuamente e luta por todos. Acredito que os
quatro estão crescendo com essa mentalidade integrada em suas personalidades.
O que acho adorável é vê-los cuidando da irmã.
Anabely se aproxima de mim e puxa minha camisa. — Posso sentar, papai?
Ela se refere a se sentar em sua cadeira à mesa. Olho para os meninos. — Theo, Davi e Luke,
como se trata uma dama?
Os três e até meus maridos me olham, e os meninos vão junto até a cadeira da irmãzinha. Os três
puxam a cadeira para que ela se sente. — Primeiro as damas! — Dizem ao mesmo tempo, em um
tom adorável. Levo Anabely até a cadeira e a coloco. Meus maridos observam de longe,
completamente encantados com a cena.
Colocamos os outros em suas cadeiras e nos sentamos para comer, pois está quase na hora do
jornal.

Miguel

Sentamos, e uma imensa felicidade toma conta de mim ao contemplar essa família incrível: dois
maridos maravilhosos e quatro filhos adoráveis!
É curioso como tudo em nossa vida é duplicado. Somos três e decidimos ter quatro em vez de
dois.
Se dependesse do Ravi, teríamos mais dois, mas acho que seria demais para nós. Já com esses
quatro, o trabalho é suficiente para ocupar nossos dias.
No entanto, quem sabe daqui a alguns anos, possamos considerar a possibilidade de aumentar a
família. Afinal, temos esperma guardado, optamos pela criopreservação, e lá na frente talvez
tenhamos mais tempo em casa, ou não.
Enfim, volto meu olhar para os meus filhos. — Olhem que incrível, vocês vão começar a estudar
e conviver com outras crianças. Espero que permaneçam unidos, se protejam e sejam amigáveis.
Nunca permitam que ninguém se aproveite de vocês. Fora de casa, sigam nossas orientações e os
ensinamentos do pai Ravi.
As crianças me encaram atentamente.

Ravi

Após Miguel concluir sua fala, tomo a dianteira. — O que eu ensinei para vocês quando nenhum
de nós estiver por perto?
Os pequenos me encaram com sorrisos. — Nunca confiar em estranhos.
Os meninos afirmam. — Proteger a Anabely.
Anabely adiciona. — Não confiar em pessoas estranhas, principalmente em homens que eu não
conheço, e relatar qualquer coisa que eu ver ou acontecer comigo ou com os meus irmãos.
Os meninos complementam. — Proteger um ao outro, ser criança, e não brigamos, pois, brigar é
feio. Somos irmãos e temos que ser unidos, com a família sempre em primeiro lugar.
Que belo conjunto de princípios!
Por enquanto, os oriento no básico, afinal, são apenas crianças, e não quero sobrecarregá-los com
muita responsabilidade. Sigo um método semelhante ao que meus pais utilizaram, porém de
maneira mais dinâmica. Desde que começaram a pronunciar suas primeiras palavras, venho
inserindo essas orientações de forma discreta em suas mentes. Quero que esses conceitos se
tornem parte natural deles, como se fossem oxigênio. Quando menos percebem, os quatro já
estão compartilhando essas palavras entre si.
Espero sinceramente estar desempenhando bem meu papel de pai. Meu desejo é vê-los felizes e
unidos!
Olho para a TV, notando que o jornal está prestes a começar.

Eros
O telejornal se inicia, e aproveito para trocar algumas palavras com nossos filhos antes.
Enquanto o rosto do Daniel surge na tela, faço questão de compartilhar um pouco sobre a
importância dele para nós.
— Observem, crianças, esse homem na TV é o nosso amigo Daniel, uma pessoa muito
importante para nós, assim como o marido dele, e quem sabe os futuros filhos deles também
sejam amigos de vocês.
— Por que, papai? — Theo pergunta, curioso.
Eu respondo, tentando simplificar para eles entenderem. — Um dia, vocês vão ter um melhor
amigo e vão ficar felizes por ele estar bem, seguro e feliz.
— O moço da TV parece estar feliz mesmo, papai. — Anabely comenta, observadora.
Luke e Davi apenas observam, absorvendo as informações.
Então, Daniel começa a apresentar as notícias que estamos ansiosos para ouvir.

Guilherme

Olho no relógio e faltam poucos minutos para o jornal do horário nobre. Daniel vem em minha
direção na minha sala, e eu vou até ele. Paramos no meio da sala, e o envolvo com meus braços,
ele faz o mesmo. Nós nos olhamos nos olhos, sorrindo, com muita ternura um pelo outro.
Enquanto o encaro, faço um carinho em suas mechas ao lado da orelha.
— Eu te amo tanto, Daniel. Você não imagina o quanto estou feliz por tê-lo comigo, ainda mais
agora, nesse exato momento em que iremos expor tudo o que os Dias fizeram. Será uma notícia
de primeira mão, com cenas e relatos exclusivos, e você, Daniel, estará relatando tudo.
Faço uma pausa, respiro e continuo.
— Lembra das conversas que tínhamos na época da escola? Você dizia que o seu lugar era na
frente das TVs levando notícias com seriedade e veracidade para os telespectadores. Olha só,
hoje é um desses casos. Além disso, nossa meta era trabalharmos juntos, e isso me encoraja
muito com essa empresa que construí, pois era um sonho seu que se tornou o meu. Tudo que
tenho só faz sentido com você ao meu lado. Por favor, amor, continue para sempre comigo.
Daniel me encara, e eu ajeito sua roupa e gravata.
— Não vou a lugar nenhum, Guilherme. Agora você terá que me suportar. Eu te amo, e vou
demonstrar tudo o que sinto por você até meu último suspiro. — Ele me beija e eu retribuo
apaixonadamente.
Nosso beijo cessa, e vamos juntos rumo ao estúdio. No caminho, encontramos Jacques, nosso
redator-chefe.

Jaques

Eu sou o responsável por todas as notícias que passam pelos nossos sites e vão ao ar. Sou
perfeccionista e exijo excelência em tudo o que fazemos. Quando fundamos essa empresa, meu
esposo Ítalo, o Gui, o Miguel e eu decidimos que criaríamos o melhor telejornal e rede de
notícias do Brasil. Nenhuma outra emissora se equiparará à nossa. Enquanto eu estiver aqui, tudo
será feito com veracidade e respeito, especialmente ao público. Com a volta do Daniel, nossa
equipe está completa.
Vejo Daniel e me aproximo dele. — Escuta, Daniel, tenho uma ideia. Assim que a notícia sobre
os Dias terminar, você poderia encerrar o jornal com uma reflexão. Acredito que seja importante
para você desabafar e expressar seus pensamentos sobre a notícia. É a sua estreia nesse horário e
você precisa transmitir uma imagem forte, ficar na boca do povo, conquistar espaço. Você
entende?
Daniel lê alguns papéis que lhe entrego e seguimos para o estúdio.
Estou muito feliz em ver esses dois juntos novamente, e contente com o retorno do Daniel e o
fato de ver a justiça sendo feita. Se meu relacionamento com o Ítalo persiste até hoje, é em
grande parte graças ao apoio que o Daniel me deu na adolescência, os dois.
Olho para Dani antes de ele assumir seu posto. — Boa sorte, meu amigo!
Ele me encara. — Agradeço!

Daniel

Após o incidente com a Carol, retornamos para casa, nós nos entregamos ao amor e, ainda
durante a madrugada, Eros me informa que a Carol sofreu um acidente ao tentar fugir, resultando
na perda de uma perna. O karma pareceu agir de forma implacável.
Hoje, ao chegarmos na CRN, o Gui já nos orientou a mudar para o horário nobre, no jornal das
19:30. Neste exato momento, estamos iniciando mais um telejornal.
A câmera foca em nós, Viviane Monteiro e eu, ajustando os últimos detalhes de comunicação.
Recebemos o sinal de que estamos prestes a entrar no ar. Daqui, atrás da mesa, avisto meu
amado Guilherme, o CEO, sentado nos bastidores. Sou o novo âncora de jornal, seu funcionário
de confiança, seu HOMEM e futuro esposo, pois logo planejo pedi-lo em casamento.
Entramos no ar.
Início do Telejornal:
Boa noite, Brasil. Eu sou Daniel Martins e ao meu lado está Viviane Monteiro. Estamos aqui
para trazer a vocês uma revelação perturbadora que abalou as estruturas de um antigo hospital
Cruz Vermelha e escancarou uma rede de crimes e atrocidades cometidas pela família Dias.
Preparem-se para uma investigação que vai além do imaginável.
Viviane Monteiro
Boa noite, telespectadores. Uma história chocante que traz à tona uma série de práticas ilegais,
desde um esquema de tráfico humano e órgãos até abusos em empresas de moda. Hoje, nossa
missão é levar a verdade até vocês, em primeira mão.
Daniel Martins
Nossa investigação começou quando denúncias anônimas sobre o antigo hospital Cruz
Vermelha, administrado pela família Dias, chegaram até nós. O que descobrimos foi algo que vai
além dos limites da ética e da moral.
Viviane Monteiro
Familiares de pacientes relataram casos de negligência, abusos e tratamentos desumanos.
Trabalhadores do hospital também foram vítimas dessa cruel realidade.
Daniel Martins
Uma instituição que deveria proporcionar cuidado e cura estava envolvida em atividades
sombrias. Além disso, descobrimos esquemas ilegais em empresas de moda, onde funcionários
eram maltratados e trabalhadores ilegais eram explorados.
Viviane Monteiro
Hoje, graças à nossa reportagem, o hospital privado da família Dias foi perdido. E, após a
expulsão deles, o antigo hospital Cruz Vermelha passou por uma transformação. Uma nova
direção assumiu e, agora, o local se chama Centro de Saúde Sol Nascente.
Daniel Martins
Mudanças não só visuais, mas internas. O Centro de Saúde Sol Nascente se tornou um símbolo
de renovação e respeito à vida. A humanização retornou às instalações, refletindo como um
hospital deve ser.
Viviane Monteiro
Neste momento, queremos expressar nossa solidariedade às vítimas desses terríveis
acontecimentos. Que a justiça seja feita e que, ao revelar esses crimes, possamos iniciar uma
discussão crucial sobre a segurança e dignidade em nossas instituições.
Daniel Martins
Hoje, a família Dias não só perdeu um hospital, mas também sua máscara. O Centro de Saúde
Sol Nascente representa uma nova aurora, um recomeço. Que as vozes das vítimas nunca sejam
esquecidas. Precisamos, agora mais do que nunca, lutar por justiça e um futuro mais humano.
Ao longo da minha carreira, eu já cobri diversas histórias, mas nada se compara à profundidade
das revelações que apresentamos hoje. Este não é apenas mais um noticiário; é uma jornada pela
escuridão que existia sob a fachada do que deveria ser um local de cura, um refúgio para os
necessitados.
O que mais me impressiona é a coragem daqueles que denunciaram. Familiares que, movidos por
um desejo sincero de justiça, quebraram o silêncio para expor as atrocidades que aconteciam
atrás das portas do antigo hospital Cruz Vermelha. Funcionários que, mesmo ameaçados e
oprimidos, encontraram forças para falar a verdade.
O jornalismo tem o poder de iluminar os cantos mais sombrios da sociedade. No entanto, esse
poder traz consigo uma responsabilidade imensa. Não podemos apenas relatar os fatos; devemos
provocar mudanças. E é isso que buscamos ao apresentar essas revelações.
É um lembrete doloroso de que, mesmo em instituições destinadas a salvar vidas, o mal pode
prosperar quando não há prestação de contas. A família Dias, que deveria ser um exemplo de
empatia e integridade, viu-se envolvida em um emaranhado de corrupção e crueldade.
Ao mesmo tempo em que exigimos justiça para as vítimas, também precisamos refletir sobre
nosso papel como sociedade. A denúncia é uma arma poderosa, mas o verdadeiro desafio está
em criar sistemas que impeçam tais atrocidades antes que elas ocorram.
Estamos diante de um ponto de virada. Espero que essa exposição não seja apenas um choque
momentâneo, mas sim o início de uma transformação. Um lembrete de que, mesmo nas trevas, a
luz da verdade pode guiar-nos para um caminho mais justo e humano.
À medida que avançamos, devemos continuar questionando, investigando e, acima de tudo,
cuidando uns dos outros. Afinal, é na busca pela verdade e pela justiça que encontramos a
verdadeira essência da humanidade.
Esta foi uma edição especial da CRN, trazendo à tona a verdade que muitos queriam esconder.
Continuaremos nossa missão de levar informação e justiça a todos os brasileiros. Boa noite.
Viviane Monteiro também se despede. — Boa noite…!

Ravi

No dia seguinte, após a reportagem, estou indo até onde Carol está internada. Entro e a vejo
dormindo. Passou por uma cirurgia séria, pois o acidente foi feio. Além de perder a perna, outras
partes do seu corpo sofreram ferimentos graves, mas nada que a leve para o outro lado, pois ela
ainda vai ser presa logo. Vou garantir que ela veja o sol nascer quadrado.
Entro em seu quarto, ligo a TV, pego o celular e jogo a notícia de ontem para espelhar na tela.
Carol vai acordando, recobrando a consciência aos poucos e se dando conta do que aconteceu.
Ela olha para sua perna amputada e grita, um grito insuportável, seu desespero é palpável.
Ela me olha com raiva.
— Minha perna, cadê minha perna? O que vocês fizeram com ela?
Eu dou um sorriso de canto.
— Nós nada, foi você que quase se matou, saiu pilotando uma moto como uma louca, fugindo da
polícia.
Carol faz silêncio, talvez esteja recompondo-se do choque.
— O que você faz aqui? — Seu olhar de raiva cai sobre mim. Mas isso não me atinge. Somente o
olhar furioso dos meus maridos me preocupam.
Então pego meu celular.
— Ontem você dormiu o dia todo e a noite e perdeu uma linda reportagem. Eu fiz questão de
gravar e trazer para você ver.
Eu clico play e a reportagem da CRN, com Daniel como âncora de jornal, começa. Posso ver o
pavor de Carol ao ver seu rosto estampado na reportagem. Conforme a notícia ocorre, ela fica
cada vez mais ansiosa.
A reportagem termina com ela expressando uma cara destruída. Então finalizo.
— Agora, sua vida só vai caminhar para trás. Você vai apodrecer na cadeia, e vou garantir isso.
Só terá paz quando morrer, e não será agora.
Ela me encara desesperada.
— Vocês já não tiraram tudo de mim? Por que não me deixam em paz?
Antes de sair pela porta, olho para ela novamente.
— O Eros sentiu muita raiva quando você espalhou boatos sobre ele pela escola. Mas ele se
ergueu e enfrentou os boatos de frente. Eu convivi com ele naquele período, pude sentir a raiva
dele, e a vontade que eu tinha de encher tua cara de soco. Mas você é mulher e eu tive que me
controlar. Decidi deixar essa fúria para incluir na vingança. E olha, não é por nada não, mas a
prisão que você vai está cheia de mulheres com doenças sexualmente transmissíveis, e elas
adoram novatas para dar uma chupadinha e entre outras coisas.
Respiro fundo e concluo.
— Só toma cuidado para não morrer com nenhuma doença sexualmente transmissível.
Vejo seu desespero e ela começa a surtar. As enfermeiras entram para injetar algo nela para
acalmá-la. Aqui termino por hoje. E acho bom ninguém mais enfurecer ninguém da minha
família, marido ou filhos, pois o mafioso aqui age!
Capítulo 145
Eros

Alguns dias atrás, Daniel nos enviou uma mensagem dizendo que pretendia pedir Guilherme em
casamento hoje. Escolheu este dia especial, pois ambos comemoram seus aniversários juntos,
tornando-o perfeito para ambos.
No entanto, hoje mesmo, recebo uma ligação de Guilherme, revelando que na empresa fará um
pedido de casamento para Daniel.
Nós três rimos após essa ligação, pois os dois tiveram a mesma ideia e estão em sintonia.
Finalmente, fomos convidados para a festa surpresa de Daniel, organizada pelo Guilherme e
pelos funcionários, que mantêm segredo do aniversário duplo e do pedido duplo de casamento.
Chegamos à festa e levamos as crianças. Cumprimentamos amigos, como Ítalo e Jaques. Para
nossa surpresa, o novo trisal, Tiago, Rafaela e Carlos, está presente com duas crianças.
Vamos até eles, e ficamos ainda mais surpresos ao ver os três com duas crianças, uma delas
parecendo ter a idade de nossos filhos e outra mais jovem, provavelmente com 4 anos.
Questiono Rafaela. — São seus filhos?
Nossos filhos correm para brincar com os deles. O trio nos abraça, e Rafaela confirma. — Sim,
vamos nos casar. Aguardem os convites.
Desejamos parabéns ao trio, e nossos filhos continuam interagindo animadamente.
Carlos pergunta sobre a escola, e revelamos que nossos filhos frequentarão a mesma instituição.
Todos ficam empolgados, afinal, ganharam o primeiro amigo na nova fase.
Parece que a surpresa não terminou, pois Ítalo e Jaques se aproximam com duas crianças da
idade dos nossos filhos.
Ítalo os apresenta. — Ainda não tivemos a chance de apresentá-los a vocês. Aqui estão nossos
filhos.
Nossos filhos, sociáveis como sempre, se aproximam, se apresentam e até puxam os filhos do
outro trisal. Agora, temos oito crianças, nossos filhos com os filhos dos amigos.
Contudo, para a harmonia estar completa, falta apenas o momento especial entre Guilherme e
Daniel, que agora estão no palco.
Mantenho meu olhar no palco e sussurro para os meus maridos. — Acho que o Gui vai cantar
uma música para o Dani.
Miguel me abraça por trás. — Estou feliz por eles estarem finalmente juntos e dando mais esse
passo. Lembro-me de quão feliz fiquei quando decidimos nos casar. Foi um dos melhores dias da
minha vida.
Ele conclui a frase, abraçando também Ravi, e sinto Miguel beijar minha nuca e depois o rosto
de Ravi. Então, Guilherme inicia o que planejou para o palco.

Guilherme

Hoje, Dani, meu grande e primeiro amor, e eu, celebramos 38 anos juntos. Em honra a essa data
especial, decidi fazer um pedido de casamento surpresa e marcar o momento ao cantar uma
música da cantora preferida dele, Marisa Monte, a música "Ainda Bem". Treinei essa canção
secretamente ao som do violão, e agora a apresentarei para Dani.
Passo meus olhos pelos funcionários e visualizo meu amado Daniel próximo a Ítalo e Jaques.
Sorrio para ele antes de começar.
— Vocês sabem que não sou muito de participar de coisas assim, e raramente me exponho
publicamente. No entanto, hoje é uma data especial tanto para mim quanto para uma pessoa
muito especial em meu coração.
Respiro fundo, percebendo a surpresa nos rostos dos funcionários, questionando-se sobre a
identidade dessa pessoa especial. Nosso relacionamento ainda não é público, mas hoje será
revelado, pois não seremos mais apenas namorados; seremos noivos, rumo ao casamento.
Posiciono o violão e inicio a canção.
— Ainda bem, que agora encontrei você. Eu realmente não sei o que eu fiz para merecer você…
Canto, mantendo meu olhar na direção de Dani, captando todas as suas expressões. Posso vê-lo
daqui, levando o dorso da mão à boca, e me pergunto se ele está prestes a chorar ou sorrir de
emoção.
— Porque ninguém dava nada por mim, quem dava eu não estava a fim. Até desacreditei de
mim...
Neste momento, percebo que todos estão percebendo para quem estou olhando. Começam a
cochichar, direcionando olhares ao novo âncora, Daniel Martins.
— O meu coração já estava acostumado com a solidão. Quem diria que ao meu lado você iria
ficar...
Os funcionários começam a cantar a música ainda mais alto, e à medida que percebem que é para
Dani, abrem caminho entre ele e eu. Agora, posso vê-lo de cima a baixo, nossos olhos se
encontrando.
— Você veio pra ficar, você que me faz feliz, você que me faz cantar assim…
Vejo Dani entregando sua taça de champanhe a alguém e se aproximando aos poucos de mim
enquanto finalizo a música.
— O meu coração já estava aposentado, sem nenhuma ilusão. Tinha sido maltratado, tudo se
transformou...
Chego ao refrão, tocando meu coração profundamente.
— Agora você chegou, você que me faz feliz, você que me faz cantar assim...
Antes que Dani se aproxime, faço a pergunta. — Daniel, aceita se casar comigo?
Os funcionários enlouquecem, todos gritando "aceita, aceita, aceita".
Mas antes que Dani responda, ele sobe ao palco, ajoelha-se diante de mim e me apresenta uma
caixinha aveludada, onde só consigo pensar em uma coisa: alianças.
Meu coração está a ponto de saltar pela boca, pois percebo que tanto eu quanto Dani tivemos a
mesma ideia no mesmo dia. Queríamos eternizar este momento, ainda mais por ser um dia tão
significativo para nós. Comemoramos nosso aniversário no mesmo dia, e foi nessa data, na época
da escola, que te abracei, desejei parabéns e, em seguida, te dei nosso primeiro beijo.
Daniel, como eu não me apaixonaria ainda mais por você? Tudo o que você faz por mim, até
mesmo estar perto de mim, já me faz feliz.
Ele me encara, ajoelhado, com as alianças estendidas na minha direção.
— Guilherme, você também aceita casar comigo?
Todos gritam ainda mais emocionados, "aceita, aceita, aceita"...
Mas eles nem precisam gritar, porque, com casamento ou não, não consigo imaginar minha vida
sem esse homem, meu HOMEM!
Eu o ergo, ele se levanta, e dizemos ao mesmo tempo:
— Sim...!
Nós nos beijamos, trocando nossas antigas alianças de adolescência, aquelas que dei a ele, por
um par novo, agora entregue por Dani. Isso significa muito para mim, pois confirma que Dani
veio para ficar, para sempre.
— Eu te amo, meu amor. — Sussurro entre beijos.
Dani sussurra de volta:
— Eu também te amo, meu grande e primeiro amor.
Capítulo 146
Miguel

Meses se passaram desde o pedido de casamento daqueles dois. Nesse período, Guilherme e Ravi
usaram suas influências para que Carol fosse presa, assim como os pais de Dani. A madrasta de
Guilherme tentou fugir, mas não foi muito longe, e Ravi logo a encontrou, sendo enviada para a
cadeia também.
Cássio, responsável pelo que fez com Dani, aos poucos mostrou seu arrependimento. Uma das
provas foi pedir perdão a Daniel e Gui, além de envolver-se em serviços voluntários, caridade e
ajudar o irmão na política.
O pai de Guilherme demonstrou sincero arrependimento pelo que causou a Dani. Eros cuida
pessoalmente do tratamento do homem em seu hospital, e ele apresenta uma recuperação notável.
Agora, chegamos ao Internato Dom Pedro, um local de história para mim e meus maridos, para o
trisal Carlos, Rafaela e Carlos, para Ítalo e Jaques, assim como para Dani e Gui. Uma história
que começou antes da nossa, mas nossos caminhos se cruzaram, e as circunstâncias, boas e ruins,
nos tornaram amigos.
Estamos aqui para o casamento de Dani e Gui, uma surpresa para o casal, pois o Gui não sabe do
evento que preparamos, sendo um presente meu e dos meus maridos.
Olho para eles enquanto descemos do carro. — Olha só, mudaram algumas coisas na escola.
Além de construir mais prédios, fizeram muitas reformas, e visualmente a escola está muito
melhor do que na nossa época.
Eros comenta. — Realmente, está muito melhor do que antes.
Ravi sorri e continua. — A melhor escolha que fiz na vida foi estudar aqui, sair da Austrália e
conhecer vocês nessa trajetória, primeiro o Miguelzinho, nossa lua, e agora você, nosso raio de
sol, Eros, e juntos temos quatro planetas.
Nossos filhos sorriem, gostando dos carinhos entre nós.
Vamos em direção ao local do casamento, onde tudo está pronto, à espera dos noivos. Já estão
todos aqui: a família de Guilherme, alguns conhecidos e familiares de Dani, e muitos amigos que
fizemos ao longo da trajetória, incluindo alguns ex-alunos da nossa época de escola.
Ravi, Eros e eu nos esforçamos para que hoje seja um dia perfeito. Theo e Anabely serão os
pajens de aliança dos noivos, ambos animados para a ocasião.
Espero que tudo saia conforme planejamos.

Guilherme

Dani e eu decidimos nos casar no civil logo, estou ansioso por isso, mesmo que ainda planejemos
uma celebração mais tarde, assinar nossos nomes já é algo tão importante quanto.
Mesmo que seja apenas no civil, vejo este dia como o grande dia.
Hoje, oficialmente, seremos marido e marido.
Além disso, iniciamos o processo de adoção de uma criança e começamos a inseminação
artificial. Decidimos ter três filhos, e já temos duas bolas de pelos em casa, ou seja, dois
gatinhos, pois adoramos gatos.
Cássio está me levando até o local do casamento no civil. Ainda estou no processo de perdoá-lo
pelo que fez ao meu Daniel, mas ele tem se mostrado diferente, então estamos dando uma chance
a ele. Mesmo que tenha cometido erros, é meu irmão, mas no primeiro deslize, ele terá que sumir
de vez de nossas vidas.
Passamos em frente ao local onde eu achava que seria e olho para Cássio. — Você passou, cara,
volta.
Ele ri. — Ainda não chegamos onde será.
Olho confuso para ele. — Ficou maluco?
Cássio responde. — Não, cara, o Dani disse que mudou o local. Só confia.
Ligo para o Dani, ele atende. — O lugar mudou?
Escuto ele rindo, e me responde. — Sim!
— Por quê?
Ele ri de novo e conclui antes de desligar. — Amor, só venha até mim, estou te esperando.
Olho para Cássio. — O que vocês estão aprontando?
Ele me olha sorrindo de canto. — Só saiba que além de ter ótimos amigos, você tem o melhor
namorado, noivo e futuro marido de todos. Eu falo isso com todo respeito, é claro. Sei que não
sou digno de elogiar vocês, mas um dia, espero viver um amor assim, igual ao de vocês, mesmo
não me achando digno depois de tudo que eu fiz.
Mantenho meu olhar em Cássio. — Eu sei que a pîcä do meu noivo é maravilhosa. Não é à toa
que eu não deixava ninguém me fuder. Então, acho bom mesmo que encontre outra rola pra você
sentar. Seu gay incubado.
Ele ri, eu também, e minutos depois chegamos no...
Fico surpreso. — No Internato Dom Pedro? Por que estamos na minha antiga escola?
Cássio não me responde, mas vejo Bryan e Miguel do lado de fora do carro, e saio. — O que
estou perdendo? O que estamos fazendo aqui?
Eros e Ravi aparecem também.
E Eros responde. — Cara, você já está vestido para casar. O que mais você acha que está fazendo
aqui?
Será que é o que estou pensando?
Automaticamente, ao pensar nisso, começo a me emocionar. Tento conter a vontade de chorar
enquanto me levam em direção aonde dizem que está o Daniel. E lá está ele, no altar, me
esperando, sorrindo. Vejo que é uma grande celebração, um casamento, exatamente como eu
queria. Minha família e amigos estão todos aqui, sorrindo para mim, para nós.
Ah, Deus, não posso acreditar no que estou vendo e no que está prestes a acontecer. Eu e meu
Daniel vamos nos unir em matrimônio.
E não é só isso, tudo acontecerá onde tudo começou, no Internato Dom Pedro, onde vi meu
primeiro e grande amor pela primeira vez, onde nós nos beijamos e fizemos amor pela primeira
vez.
Este dia não poderia ser mais perfeito. Percebo que tudo foi planejado com perfeição.
Sinto o trisal REM tocar em meu ombro, e Eros fala por eles. — Vai lá, o Dani te espera. Agarre
o seu HOMEM e não o solte nunca MAIS!
Para minha surpresa, meu pai está aqui também e vem em minha direção, fazendo meu coração
se encher ainda mais de emoção. — Eu sei que não mereço, mas poderia me dar a honra de levar
meu filho ao altar e entregá-lo para aquele outro homem que o espera lá? — Ele oferece o braço.
Sorrio para ele, emocionado, e passo meu braço pelo dele. — Sorte sua que o Dani ilumina meu
coração e me faz pensar em te perdoar gradualmente. Mas vou te dar essa honra sim, porque
você é meu pai, e espero poder confiar em você, assim como quero voltar a confiar no Cássio.
Ele sorri para mim, e vamos em direção ao altar, com a música ao fundo.

Daniel

Estou nervoso, e agora mais do que nunca, pois vejo o homem da minha vida, meu primeiro e
grande amor, vindo até mim, até o altar. Graças à ajuda dos nossos amigos, o dia está se
desenrolando de forma incrível, e vamos finalizá-lo agora, fazendo nossos votos e assinando
nossos nomes.
Agradeço a todos que colaboraram para que este dia acontecesse. Agora, deixem tudo com nós
dois, pois Gui e eu estamos iniciando uma família, com filhos, gatos e tudo a que temos direito,
assim como qualquer casal ou trisal.
Guilherme se aproxima sorrindo, emocionado, e eu estendo minha mão para pegá-lo, enquanto
seu pai o entrega para mim. — Tenho certeza de que o Gui está em boas mãos, filho.
Ele me chama de filho, e eu seguro as mãos de Guilherme. — Tenha certeza que sim, pai.
O pai do Gui sorri para nós e se afasta.
Guilherme e eu ficamos de mãos dadas, olhando ternamente um para o outro. — Gostou da
surpresa, amor?
Gui sorri emocionado. — Você sabe que qualquer coisa que faça, eu gosto.
Então, a cerimônia finalmente começa e chegamos ao momento das trocas de votos. Os filhos do
trisal, REM, trazem nossas alianças, tornando tudo ainda mais encantador e adorável.
Pegamos as alianças, e eu começo meus votos.
— Querido Guilherme…
Hoje, diante de todos os nossos amigos e familiares, quero expressar o que está em meu coração
desde o momento em que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez naquela escola, onde
nossa história de amor começou a ser escrita.
Lembro-me vividamente dos meses em que você, com sua gentileza e doçura, cortejou meu
coração, buscando conquistar-me com seu sorriso encantador e sua bondade infinita. E foi em
um dia especial, aquele em que nossos lábios finalmente se encontraram em um beijo tão
esperado, que compreendi que nossa ligação ia além do entendimento humano.
Nós dois sabemos que nosso caminho nem sempre foi fácil. Houve momentos em que fomos
separados pelas circunstâncias da vida, mas mesmo durante esses períodos de distância, nossos
corações permaneceram unidos por um vínculo indissolúvel. Pois o amor que compartilhamos é
verdadeiro, é eterno, é maior do que qualquer obstáculo que possa surgir em nosso caminho.
Guilherme, você é mais do que um simples companheiro para mim. Você é minha alma gêmea,
minha metade que completa cada parte minha. Sua presença em minha vida é uma bênção que
transcende a compreensão humana e física. Você é minha luz nos dias escuros, minha força nos
momentos de fraqueza, e minha inspiração para ser sempre um homem melhor.
Hoje, ao trocarmos nossos votos de compromisso, quero que saiba que vejo você como minha
guia perfeita, minha âncora no tumulto da vida, meu porto seguro em meio à tempestade.
Prometo amá-lo, honrá-lo e respeitá-lo todos os dias da nossa jornada, juntos.
Que possamos caminhar lado a lado, enfrentando os desafios e celebrando as alegrias, sabendo
que nosso amor é a maior dádiva que já recebemos. Estou pronto para embarcar nesta aventura
ao seu lado, confiante de que juntos construiremos um futuro repleto de amor, companheirismo e
felicidade.
Guilherme, eu te amo mais do que as palavras podem expressar. Que nossa jornada seja
abençoada e que nossa união seja eterna.
Com todo o meu amor, Daniel.
Termino meus votos beijando sua aliança e deslizando-a suavemente em seu dedo anelar,
observando-o ainda mais emocionado.
Guilherme
— Meu amado, Daniel,
Hoje, neste dia tão especial, olho para você com um coração transbordando de amor e gratidão,
lembrando o momento em que nossas vidas se cruzaram nesta escola, onde nossa jornada de
amor teve início.
Recordo-me vividamente do dia em que o vi entrar pela porta da sala de aula, com seus cabelos
escuros e seu jeito todo peculiar, sempre um pouco atrasado, ou melhor, o senhor Atrasadinho,
apelido carinhoso que dei a você desde então. Naquele instante, meu coração começou a bater
em um ritmo diferente, e soube instantaneamente que estava diante de alguém especial, alguém
que iria mudar minha vida para sempre.
Decidi naquele momento que iria cortejá-lo, conquistá-lo, pois a cada dia que passávamos juntos,
minha certeza de que você era o amor da minha vida só crescia. E então, o tão esperado dia
chegou, aquele em que nossos lábios finalmente se tocaram em um beijo que selou o início do
nosso namoro.
Nossa história nem sempre foi fácil, e houve momentos em que fomos separados pelas voltas da
vida. No entanto, mesmo durante esses períodos de distância, meus pensamentos e meu coração
sempre estavam com você. Pois nunca consegui esquecer o primeiro amor que compartilhamos,
a centelha que acendeu em nossos corações naquela época.
Anos se passaram, o tempo nos trouxe de volta um ao outro, e aqui estamos nós, unidos
novamente para continuar aquilo que começamos na escola onde tudo começou: um amor eterno,
um compromisso inabalável, uma jornada de cumplicidade e felicidade.
Daniel, você é minha âncora, meu porto seguro em meio à tempestade, minha luz nos dias
escuros. Prometo amá-lo, respeitá-lo e apoiá-lo em todos os momentos da nossa vida, juntos.
Que possamos seguir em frente, lado a lado, enfrentando os desafios e celebrando as alegrias,
sabendo que nosso amor é a maior dádiva que já recebemos. Estou pronto para embarcar nesta
aventura ao seu lado, confiante de que juntos construiremos um futuro repleto de amor e
realização.
Meu amado, meu eterno companheiro, eu te amo mais do que as palavras podem expressar. Que
nossa união seja abençoada e que nosso amor floresça e perdure para sempre.
Com todo o meu amor, Guilherme. — Finalizo colocando a aliança em seu dedo anelar,
simbolizando nossa união eterna, e encerramos com um doce beijo de amor.
Então, olho-o nos olhos novamente. — Estamos juntos para todo o sempre!
Daniel finaliza com ternura. — Para todo o sempre, amor!
Capítulo 147
Ravi

Tudo começou com um simples olhar, o ponto de partida para a história do nosso trisal. Foi
naquela reunião de máfias, quando me deparei com Miguel pela primeira vez, que nossos olhares
se conectaram. Inicialmente, era apenas uma amizade, e nenhum de nós poderia prever que, anos
mais tarde, um amor extraordinário entre nós floresceria.
A decisão de permanecer no Brasil e estudar na mesma escola que Miguel foi um passo crucial.
Compartilhamos o último ensino fundamental, enfrentamos juntos os dois primeiros anos do
ensino médio. Foi no terceiro ano, ou melhor, com a entrada do nosso segundo homem, que
nossa dinâmica se completou, tornando-nos um trio perfeito. Ele trouxe consigo uma energia
solar que iluminava nossas vidas, e assim, nos tornamos um conjunto harmonioso, eu sendo o
cometa, Miguel, a lua, e Eros, o sol.
O casamento de Dani e Gui chegou ao fim, os convidados partiram, mas decidi que eu, Miguel e
Eros ficássemos na escola. A noite ainda não acabou para nós três. Quero aproveitar este lugar
para relembrar nosso primeiro encontro, e preparei tudo nos mínimos detalhes. Meus dois
amores, espero que gostem, pois faço tudo com o coração. Nunca me cansarei de provar o quanto
os amo, e estou disposta a fazer isso para sempre.
Miguel e Eros aproximam-se de mim, e Eros interrompe, perguntando: — Por que você pediu
para continuarmos aqui?
Miguel mantém o olhar curioso em minha direção. — O que você aprontou dessa vez, amor?
Então, seguro suas mãos e os encaro com ternura. — Me acompanhem!
Caminhamos juntos de mãos dadas até o local onde nos encontramos pela primeira vez.
Chegamos ao ponto de partida, onde Miguel costumava fazer suas refeições sozinho. Foi o
mesmo lugar onde, anos atrás, Eros, pressionado pelo pai, decidiu tirar uma soneca antes das
provas. Naquele dia, eu só queria perturbar Miguel como sempre fazia. No entanto, nunca
imaginamos que nesse dia o amor iria nos tornar um.
Olho para eles. — Pedi para que vocês não comerem esta noite, pois queria que fizéssemos nossa
última refeição aqui na escola, nesta mesa onde compartilhamos um ano durante o último ano do
ensino médio. Quero que esta noite também seja especial para nós.
Ambos me abraçam, sorriem, me beijam, e sentamos para uma refeição a três, como
costumávamos fazer.
Eros nos encara enquanto come. — Lembro do primeiro dia em que os conheci. Vocês zoaram
meu nome, Eros, nome escolhido por minha mãe por gostar de um Deus cuja utilidade é ser o
deus do amor. Que coincidência, né? Foi o amor que nos uniu.
Miguel larga garfo e faca, olha fixamente para nós, pronto para dizer algo. — Vocês não
imaginam o quanto sou feliz por ter decidido, ir com meu pai anos atrás, numa reunião de
máfias, e ter conhecido você Ravi, que veio atrás de mim, e eu e você, Ravi, fomos atrás de você,
Eros.
Paro de comer e seguro suas mãos novamente. — Sim, foi numa reunião de máfias onde vi
Miguel pela primeira vez, o Miguelzinho, nossa lua. Eu segui o Miguel até essa escola, onde,
tivemos que esperar por você, Eros, e você chegou. Você veio para nós, nos uniu. O que seria de
nós sem você? O mundo diminuiu para que os nossos caminhos se cruzassem, e nos
entregássemos ao amor, e espero que seja sempre assim, entre nós três, seja aqui ou em outras
vidas.
Sorrimos uns para os outros, fazemos piadas, compartilhamos acontecimentos da noite.
Terminamos a refeição, e minha surpresa para eles ainda não acabou. Ainda quero fazer uma
última coisa nesta escola.
Olho para eles, seguro suas mãos e sussurro no ouvido de Miguel, de forma que Eros ouça. —
Miguel, vamos levar Eros para um beijo?
Miguel sorri romanticamente, Eros também sorri, cora, e juntos recriamos os primeiros passos do
nosso primeiro beijo.
Miguel segura a mão de Eros, e eu vou na frente, como fiz da primeira vez, para abrir a porta do
nosso quarto. Chego primeiro, destranco o quarto, olho para trás e vejo-os vindo sorrindo para
mim de mãos dadas. Preparei essa noite e este quarto exclusivamente para nós.
Eros intercala seu olhar entre nós e refaz a mesma pergunta que fez da primeira vez que
decidimos beijá-lo. — Para onde vocês estão me levando? O que pretendem comigo?
Eu o encaro e respondo da mesma forma que respondi anos atrás. — Estamos te levando para
beijar!
Nós entramos no quarto.

Miguel
O Ravi nunca deixa de nos surpreender; se há alguém romântico entre nós três, é esse cara. Fico
me perguntando como ele consegue ser um mafioso completo e um tremendo marido romântico.
Esse jeito dele nos faz amá-lo ainda mais a cada dia, e não me arrependo nem um pouco de amá-
lo, de amar o nosso Eros.
Entramos no quarto, e no centro há um colchão, adornado com velas e pétalas de rosas para
tornar tudo ainda mais romântico e envolvente.
Ao lado, uma bela garrafa de vinho, mostrando que o Ravi pensou em cada detalhe.
Olho para ele, ainda segurando a mão do Eros. — Que tal sentarmos no colchão?
Eros e Ravi me respondem puxando-me, e nós três nos acomodamos, assim como da primeira
vez.
Com Eros no meio, Ravi e eu de cada lado.
Lembrando bem, fui eu quem iniciou o beijo na nossa primeira vez, então vamos recriar esse
momento especial.
Olho nos olhos de Eros, ele me encara, Ravi observa-me como fez da primeira vez que me viu
beijando um cara na frente dele. Então, volto meu olhar para o nosso sol, seguro seu rosto
delicadamente com uma mão e vou me aproximando lentamente de seus lábios. — Eu tenho
certeza de que você deseja esse beijo, Eros!
Ele ainda me encara. — Sempre quis esse beijo!
Então, nos beijamos, como da primeira vez, dois homens se descobrindo, compreendendo suas
próprias sexualidades, percebendo que sempre fomos gays.

Eros
O Ravi é incrível, cara. Ele não se cansa de nos surpreender com grandes e pequenos detalhes,
pensando em tudo.
Agora, ele nos surpreende novamente, nos trazendo para recriar o nosso primeiro beijo. Estou
emocionado, amo esses caras, amo os meus maridos, e não me arrependo nem um pouco de ter
dedicado todos esses anos de vida ao lado deles. Quero que seja assim até o nosso último
suspiro.
Sentamos no colchão, e Miguel se aproxima para me beijar, exatamente como da primeira vez,
como no dia em que descobrimos que éramos gays, apaixonados um pelo outro. Ele fala. — Eu
tenho certeza de que você deseja esse beijo, Eros!
É claro que sempre desejei isso. — Sempre quis esse beijo. — Pois só vocês dois me atiçam e
mexem com o meu coração de um jeito único e diferente. Vocês dois foram capazes de fazer o
meu coração bater num ritmo único por ambos. Me apaixonei pelos dois ao mesmo tempo, um
acontecimento raro.
Nossos lábios se encontram, e nos beijamos suavemente, movimentos leves como dois
adolescentes. Então, Miguel invade minha boca com sua língua, exatamente como no nosso
primeiro beijo. Juntos, intensificamos o momento, e eu me entrego a ele da mesma forma que fiz
da primeira vez. O beijo é tão bom que não posso evitar gemer, revelando o quanto estou
adorando ser beijado por outro cara, assim como da primeira vez.
Minutos depois, o nosso beijo se encerra, e sinto as mãos do Ravi, da mesma maneira da
primeira vez, girando meu rosto na sua direção. — Minha vez. — Ele fala, aproximando seus
lábios dos meus.

Ravi
Enquanto vejo Eros e Miguel se beijarem, não posso deixar de recordar o que pensei na primeira
vez. Naquela época, eu ainda não tinha certeza do que estávamos fazendo, era imaturo e pensei
em incontáveis coisas. Uma delas foi o ciúme que senti ao ver Eros roubar meu primeiro beijo
com Miguel. Houve um momento estranho quando Miguel me olhou de forma prazerosa
enquanto beijava Eros.
Mas esse sentimento de ciúmes foi breve, pois o amor tomou conta de mim, começou muito
antes do que eu imaginava. Mais tarde, percebi que não era ciúmes, mas sim o medo de eles não
me amarem.
Quando chegou minha vez de beijar Eros, decidi que daria o melhor beijo da minha vida.
Agora, no presente, assim que Miguel e Eros cessam o beijo, seguro o rosto de Eros
delicadamente e o viro na minha direção para o nosso beijo.
Nossos lábios se encontram, e juntos nós nos entregamos ao beijo com os lábios, intensificando
aos poucos com nossas línguas. Eros se entrega ao beijo com gemidos, demonstrando que está
adorando ser beijado por outro cara.
Olho de soslaio para Miguel, e ele me olha como na primeira vez, com um olhar curioso, como
se pensasse: "E aí, cara? Está gostando de beijar outro cara na minha frente? ”
Me pergunto se foi isso que ele pensou, e então vou respondê-lo entre sussurros, enquanto beijo
o nosso homem. — Sim, estou adorando beijar essa boquinha aqui, ela está tão gostosa, uma
delícia. Estou até ficando duro, nunca imaginei que beijar outro cara fosse tão bom assim. Agora
eu quero te beijar também, Miguel.
Miguel sorri e vejo sua mão indo na direção do pau de Eros, começando a apertar, e sussurra
para nós. — Então era isso que você estava pensando naquele dia?
Respondo entre beijos. — Sim…!
Eros sussurra também. — Só espero que um celular não estrague nossa diversão dessa vez.
Rimos de leve enquanto mantemos os beijos.
Mas então Eros cessa o beijo e nos encara. — Falando em celular, isso me fez lembrar uma coisa
que nunca perguntei a vocês.
Eros mantém o olhar em nós, e eu tomo a rédea. — O que?
Ele sorri. — Onde vocês foram depois que saí para falar no celular e quando voltei vocês não
estavam aqui? E sei que demoraram, pois peguei no sono.
Miguel e eu nos encaramos, e de fato, acho que nunca contamos a Eros onde fomos depois
daquele dia. Mas podemos mostrar a ele com gestos.
Me levanto. — Vamos lá, Miguel, vamos refazer nossos passos?
Miguel sorri. — Vamos!

Eros

Eu estou curioso para saber como foi essa noite, o que eles fizeram após minha saída do quarto,
então eles refazem a cena.
Miguel se levanta, olha sério para o Ravi. — Vamos, precisamos conversar, sério!
Ravi o encara confuso. — Ok!
Miguel vai na frente, abre a porta, e Ravi o segue.
Eu os sigo.
Seus passos nos levam até uma sala simples, onde alguns alunos usam para estudar, e ao
entrarmos, Miguel fecha a porta.
Ele caminha meio que sorrindo e se senta numa mesa, encostando na parede e encarando Ravi,
que se mantém de pé.
Isso está muito interessante, eles não foram tão longe naquela noite.
Ravi o encara e lança uma pergunta. — O que você achou do beijo?
Miguel sorri de canto. — Foi melhor do que imaginei.
Então não perco a oportunidade de comentar. — Que safado, era gayzão!
Eles sorriem e Ravi me olha. — Continua olhando, amor, pois só fica melhor.
Ravi se aproxima de Miguel, e para minha surpresa, Miguel o envolve com um abraço. — Isso
aconteceu? — Pergunto.
— Sim! — Ambos respondem.
Ravi encara Miguel. — O que você perguntou mesmo para mim naquela noite, Miguelzinho?
Vejo Miguel sorrindo. — Eu perguntei se você estava afim de mim?
— E o que você respondeu, amor? — Pergunto sorrindo, adorando a reconstrução.
Ravi aproxima mais o rosto dele ao rosto de Miguel. — Se me lembro bem, eu respondi: e se eu
estiver?
Eu levo a mão na boca e começo a sorrir. — Vocês dois já eram dois gays incubados mesmo, já
se amavam, só não tinham um Eros aqui em suas vidas para se jogarem de vez no vale. Mas e aí,
o que aconteceu depois?
Eles me olham e depois se encaram novamente. Miguel mantém os braços envoltos na cintura de
Ravi. — Se me lembro bem, eu e esse mafioso aqui, nós nos beijamos.
Eu bato palmas. — Eu sabia! — Digo empolgado.
Então eles se beijam, e aos poucos vão entrelaçando seus beijos, deslizando suas mãos pelo
corpo um do outro, enquanto seus corpos se aproximam ainda mais.
— Mais um pouco e vocês se comeriam aqui. Por que não se comeram?
O beijo deles cessa, e Miguel me responde:
— Eu não sei, nós só decidimos voltar para o quarto, estávamos preocupados com você.
Ravi vem até mim.
— Naquela época nós não sabíamos como você iria nos tratar depois do beijo. Voltamos para o
quarto e, no caminho, o Miguel me alertou para não brincar com seus sentimentos, nem usá-lo
para chegar até ele.
Uau, quantas revelações desse dia. Mas Ravi continua, enquanto voltamos para o quarto.
— Assim que voltamos, você já tinha pegado no sono. Eu me sentei na minha cama e fiquei te
olhando dormir, e o Miguel também. Então eu pensei: "Não quero magoar nenhum deles. Pode
até ter passado pela minha cabeça beijar outro cara além de vocês, mas após essa experiência,
com a química e a sintonia que tivemos, decidi que queria ser gay só com vocês. No dia seguinte,
tudo que um jovem da nossa idade, eu, queria era te beijar até meus lábios incharem."
Miguel e eu sorrimos e sentamos no colchão. Para não desperdiçar o clima, pego o celular e
coloco a nossa música preferida, "Take My Breath Away".
Enquanto eles me olham, começo a tirar minhas roupas, e Miguel faz o mesmo.
— Se me lembro bem, essa música nos ajudou a nos chupar pra CARALHO.
Ravi também tira as roupas.
— Se me lembro bem, eu chupei vocês pra CARALHO, e vocês me chuparam depois.
Eu vou para cima do Ravi.
— E foi uma delícia! — Nós nos beijamos, e me deito em cima dele, pressionando nossos paus.
Sinto Miguel deitar em cima de mim, nas minhas costas, e sinto seu pau na minha bunda e sua
respiração na minha nuca enquanto me beija.
— Eu amo tanto vocês!
Miguel se deita no colchão, e eu também, ficamos de ladinho. Me viro para beijá-lo, enquanto
Ravi me acaricia por trás e beija meu corpo.
— Eu também amo vocês. — Ele sussurra.
Eu os respondo.
— Também amo vocês!
Ravi pega o lubrificante, e sinto ele me estimulando com os dedos. Eu e Miguel mantemos os
beijos e as carícias, e aos poucos, ergo minha perna. Ravi a segura e gradualmente vai
introduzindo seu pau.
Paro o beijo com Miguel e giro meu rosto para Ravi. Nos beijamos enquanto ele se movimenta
dentro de mim, e entre beijos, solto gemidos.
Minutos depois, gozamos, e Miguel me puxa para ficar de ladinho. Ele enfia o pau no meu cu,
beija-me, e começa a estocar com intensidade, entregando-me aos gemidos.
Assim, fazemos amor no quarto onde tudo começou. Ambos me penetram e me amam ao mesmo
tempo.
Minutos depois, gozamos novamente. Ravi puxa Miguel, mete o pau no cu dele de ladinho, e
começa a bombear com vigor. Enquanto acaricio, Miguel solta gemidos intensos enquanto
recebe.
Ambos permanecem nessa cena até atingirem o clímax. Vou para cima de Ravi, entro nele, e nos
beijamos. Eu bombo dentro dele, e ele geme gostoso no meu ouvido enquanto beijo seu pescoço,
lambo e dou leves mordidas. Minutos depois, gozamos.
Miguel faz Ravi sentar nele, e vejo Ravi quicar GOSTOSO na pîcä dele, ao mesmo tempo em
que se estimula.
E finalizamos nossa noite de sexo, comigo, fudendo o Miguel e ele quicando gostoso no meu
pau.
Ah, é tão envolvente fazer sexo a três, e nós nos entregamos por igual, na mesma intensidade, e
sem restrições, porque o que sentimos um pelo outro é forte e verdadeiro!
No dia seguinte, acordamos cedo, nós nos olhamos, e rimos do que fizemos na noite passada.
Voltar a ser adolescentes sem deixar de ser adultos foi uma experiência incrível.
— Eu adorei! — Digo.
Miguel termina de se arrumar.
— Essa é uma das melhores partes de estar casado com vocês...
E juntos respondemos, pois já sabemos o que ele vai falar.
— Nunca ficamos no tédio!
...
Meses depois, finalmente chega a hora dos nossos filhos viverem suas primeiras experiências
sozinhos na escola.
Pego a mochila do Davi e entrego em suas mãos com tudo que ele vai precisar. — Seja criança,
mas não esqueça que também precisa ser gentil, educado e ter disciplina, entendeu Davi? Você
gosta muito de aprontar com o Luke.
Davi pega a mochila. — Eu sei, pai, eu sei…, mas você sabe que as melhores ideias pra traquinar
vêm do Luke e eu só vou na corda.
Pego a mochila do Luke e a entrego. — Nada contra as suas traquinagens, mas diversão tem hora
e lugar, concorda?

Luke pega a mochila dele sorrindo. — Pai, o senhor sabe que eu não consigo. E a culpa disso é
do pai Ravi.
Ravi passa perto de nós, no exato momento das palavras do Luke, enquanto bebe café. — O que
tem eu aí nessa história?
Olho sério para ele. — Tudo!
Ele se aproxima de mim e me dá um beijo no rosto. — O que eu fiz dessa vez que eu não estou
sabendo?
Eu beijo o rosto dele. — Você desde cedo ensinando para os seus filhos a arte da bagunça.
Ravi sai de perto e se senta no sofá sorrindo. — Nossos filhos, querido, nossos, eu não fiz
sozinho.
Luke e Davi correm para o colo do Ravi para brincarem antes de irem para escola.
Enquanto isso, pego a mochila do Théo que está sentado com Anabely, brincando com jogos de
tabuleiro. Eles adoram coisas assim. — Théo, Anabely?
Eles guardam os brinquedos e se aproximam. Entrego suas mochilas. — Qual é a missão de
vocês na escola?
Théo responde primeiro. — Ficar de olho no Davi e no Luke, e não deixar eles pôr fogo na
escola. — Acaricio a cabeça dele. — Bom garoto.

Olho para Anabely, pego ela no colo. — E você, meu docinho?


Ela me abraça com doçura. — Ficar de olho nos meus três irmãos tranqueiras.
Ravi e as crianças riem do comentário dela, até eu e o próprio Miguel que chega no exato
momento para ouvir tudo. — Você ensinou direitinho para eles, Eros.
Miguel vem na minha direção, me beija no rosto e eu olho para ele. — O que eu ensinei?
Miguel senta do lado do Ravi, beija o rosto dele e me responde. — A arte de ser observador, não
deixar passar nenhum detalhe e compartilhar entre nós as suas descobertas e principalmente a sua
proteção e ciúmes.
Não posso discordar disso, pois tudo que eu quero é isso que os nossos filhos sejam unidos e
cuidem bem um do outro, igual eu e meus maridos nos cuidamos, e futuramente os nossos filhos
irão usar os nossos ensinamentos com pessoas próximas como novos amigos e quem sabe futuros
amores. Eu só quero que cada um tenha um pouquinho de nós, e que aperfeiçoe.
Olho no relógio e volto minha atenção para o Miguel. — Amor, tá na hora!
Miguel se levanta, beija o Ravi e depois me beija. — Vamos crianças, hora da escola!
Acompanhamos Miguel até o carro, ele ajeita as crianças no assento e antes que saiam eu e o
Ravi falamos juntos. — Crianças? — Elas nos olham.
E continuamos. — O que nós ensinamos a vocês quando estão só com um de nós?
As crianças sorriem e respondem. — Não deixar ninguém se aproximar do papai.
Miguel ri, e continuamos. — E o que mais?
Os quatro entram no embalo rindo e respondem. — Se isso acontecer, contar tudo pra vocês
depois.
Ravi e eu rimos, o Miguel também, e as crianças se divertem com esse nosso jeito.
Assim, Miguel leva nossos filhos para a escola, e Ravi e eu seguimos rumo aos nossos ofícios.
Capítulo 148
Eros

Com 48 anos de vida, essa é a nossa idade atual, enquanto os nossos filhos a caminho dos 17
anos.
Neste exato momento, Miguel, Ravi e eu decidimos fazer algo diferente, em parte também por
sugestão dos nossos filhos e da nossa querida Anabely, que chegou até nós três e disse: "Por que
não reafirmar os seus votos?"
Analisando bem o que ela disse, optamos por celebrar os nossos 18 anos de casados, nas bodas
de turquesa. Mais um ano de casamento para reafirmar aquilo que sentimos um pelo outro e que
nunca se apagou, mesmo passando por mares altos e baixos.
Ravi ficou todo animado com essa ideia, e juntos decidimos organizar uma celebração simples,
mas com amigos próximos e nossa família.
Neste exato momento, estamos na nossa casa de praia, no Guarujá, e a praia à frente já está um
cenário perfeito para irmos até o arranjo de flores.
Da última vez, nos arrumamos separadamente, mas desta vez, Miguel fez questão de escolher o
que vestiríamos nesta celebração. Juntos, nos arrumamos entre risos e beijos pelo quarto,
enquanto nossos filhos nos aguardam, pois iremos caminhar com eles até o altar.
Ravi termina de se arrumar primeiro e vem até nós. — Quem diria que iríamos envelhecer
juntos.
Miguel termina de ajeitar sua gravata e nos olha. — Eu quero continuar envelhecendo com
vocês, hoje e sempre.
Os envolvo com um abraço e me seguro para não chorar, pelo menos não ainda. — O que seria
da minha vida sem vocês, sem os nossos filhos. Não há um dia em que eu não olhe para o céu e
agradeça por ter essa família linda, por ter vocês.
Olho para Ravi. — Por ter você, meu amor.
Olho para Miguel. — Por ter você, amor.
Nos abraçamos.

Miguel

Terminamos de nos arrumar, e eu me seguro para conter a forte emoção que estou tendo, pois
dos três, sou o mais emocional, o mais chorão, então estou tentando me conter.
Antes de descermos, seguro suas mãos novamente e os encaro. — Quero que saibam que,
reafirmando ou não os votos, o meu amor por vocês continua o mesmo, inabalável.
Eros e Miguel respondem em uníssono. — O meu também!
Nossos filhos aparecem na porta. Théo é o primeiro a entrar. — Qual de vocês vai entrar
primeiro mesmo?
Ravi responde indo em direção aos gêmeos. — Eu serei o primeiro, depois o Eros com você,
Théo, e por último, e não menos importante, o Miguel e o Davi.
E assim fazemos!
Descemos as escadas, e Ravi e os gêmeos vão na frente, com Ravi segurando suas mãos,
enquanto uma boa música toca ao fundo, anunciando nossa entrada.

Ravi
Esses gêmeos não desgrudam de mim, não acho ruim, mas eles me lembram eu quando criança.
Eu vivia grudado nos meus pais, pois, diferente das minhas irmãs, eu realmente adorava e adoro
esse mundo mafioso. Os gêmeos não são diferentes; suas mentes e atitudes demonstram que eles
levam jeito para essa carreira. Eu acho isso divertido.
Analisando os quatro, todos levam jeito, mas os gêmeos se destacam mais por mostrar mais
interesse.
Enfim, eu amo os quatro por igual, e sou feliz pela família que tenho, pela família que o Eros,
Miguel e eu construímos juntos. Fazemos questão de ser pais excelentes, assim como mostrar a
realidade da vida e ser pai, amigo e irmão dos nossos filhos.
Portanto, digo que sou um mafioso sortudo, assim como os meus pais foram, pois não me falta
nada.
Olho para os gêmeos, sorrio para eles, os abraço e caminhamos juntos até o altar, onde irei
aguardar o meu sol e a minha lua.
Venham até mim, Eros e Miguel, o cometa de vocês os aguarda para mais uma trajetória.
Capítulo 149
Luke

Se alguém me perguntar como é viver numa família com três pais, dois irmãos e uma irmã, eu
respondo: normal, porém é muito mais divertido, pois nunca ficamos entediados quando estamos
todos reunidos.
Principalmente eu e o Davi, que puxamos toda a diversão do nosso pai Ravi.
Mas, enfim, eu e meus irmãos nos consideramos sortudos, é sério. Temos pais incríveis.
Há quem pergunte se sentimos falta de uma figura materna. Mas a resposta é: depende. Nossos
pais são o nosso cometa, sol e lua. Eles são quase tudo que os planetas precisam para existir, e
desempenham muito bem seus papéis. Nunca sentimos falta de uma mãe, se é isso que querem
saber. Para que uma mãe, se temos tias e avôs incríveis que nunca deixaram de fazer parte da
nossa vida?
Além disso, temos exemplos na família, como os nossos avôs por parte do nosso pai Ravi, que
são um casal de gays e se amam muito até hoje na velhice, mesmo sendo dois rabugentos fofos.
Ter um pai mafioso como o Ravi, cujo homem eu me espelho, pois quero ser igual a ele, ou
ainda melhor, me faz sentir sortudo novamente. O que ele me ensina, e ensina para os meus
irmãos também, iremos levar para vida. Amo esse pai mafioso, assim como amo meu pai médico
e o meu pai CEO, o homem dos negócios.
Mas concluindo, eu, Luke Santoro Ferrari Falconer, atualmente com quase 17 anos, amo ser filho
de um trisal, de um tri-amor. Foi graças ao amor desses três homens, que são minhas inspirações,
que eu e meus irmãos existimos hoje. Portanto, seguro firme na mão do meu pai Ravi e caminhos
rumo ao altar.

Anabely

Se me perguntam como é viver numa família onde são 6 homens, de personalidades diferentes,
mas com algo em comum, o amor, eu digo: normal e duplamente divertido.
Além de ser muito mimada, algo que eu não faço questão, mas eles sim, o carinho, o cuidado e a
forma como fomos criados por 3 homens nunca deixou a desejar nada dentro de casa.
E se houvesse épocas que eu, como menina, precisasse de uma figura materna, nunca me faltou
tias, avós ou alguma outra mulher na família, pois somos unidos e somos compostos por três
famílias. Logo, tudo é em dobro ou em triplo para nós, para mim.
Então eu, Anabely, de quase 17 anos, irmã gêmea do Luke e a segunda mais velha de meus
irmãos, eu reafirmo: amo ser filha desse trisal, desse Tri-Amor.
Porque eu amo o jeitinho do nosso pai Eros de nos aconselhar, amo o jeitinho do nosso pai
Miguel atencioso com todos nós, e amo o jeitinho sério, carinhoso, romântico e brincalhão do
nosso pai Ravi. Em questão de ser brincalhão, ele e o pai Eros batem de frente, mas acho que o
Eros ganha. Já o pai Miguel é mais na dele, pois ele ama o jeito divertido dos outros dois, assim
como nós filhos adoramos o jeitinho peculiar de cada um de nossos três pais.
E quando eu crescer, quero ser uma baita mafiosa igual ao nosso pai Ravi, e o Luke pensa da
mesma forma.
Portanto, seguro firme na mão do nosso pai Ravi, um cara que, mesmo mafioso, sempre soube
usar a dose certa para nos tratar e para cuidar dos nossos outros pais. Logo, é uma honra
caminhar com ele até o altar.

Eros
O Théozinho, ou Théo, pega minha mão, e sorrio para ele, abraçando-o de lado. Estou muito
feliz, e por motivos desconhecidos, ele e eu somos mais próximos, não muito diferente dos
outros. Os vejo por igual, mas o Théo e eu é como se fôssemos mais irmãos do que pai e filho.
Mesmo vindo do Ravi, parece que veio de mim, pois temos mais em comum do que ele com o
seu progenitor ou com o Miguel.
Mas o mesmo amor que sinto por ele, sinto pelos outros três. Sou um cara muito sortudo por ter
criado e criar filhos incríveis.
Eu seguro firme na mão do Théo. Ele sorri para mim e eu digo: — Vamos, o nosso cometa Ravi,
meu e do Miguel, nos espera no altar. Leve esse sol até ele.

Théo

Eu não sei o que é, mas vocês acreditam em vidas passadas? Pois eu sim, e tenho para mim que o
meu pai e eu fomos grandes irmãos em outra vida. Não posso ter certeza, mas a nossa conexão é
de milhões. Quem nos vê na rua pensa que somos irmãos e não pai e filho. O jeito que
conversamos torna nossa dinâmica ainda mais única.
O Eros, como ele se chama, é um pai mais mandão, diferente do pai Miguel e do pai Ravi, mas o
mandão dele sempre tem razão. Ele diz algo do tipo: “Você pode até não entender agora, mas
logo entenderá. ” Querendo ou não, ele sempre nos convence. Ele sempre tem os melhores
conselhos para nós. Meus irmãos e eu adoramos pedir conselhos para ele sobre qualquer coisa,
pois sempre tem uma boa resposta na ponta da língua, e eu gosto disso.
Já o pai Miguel é mais calmo, na dele. Eu sou assim, e dos três, ele é o que mais está no nosso
pé, querendo saber se estamos bem, se comemos, se precisamos de alguma coisa, e afins. Ele
sempre se desdobra para estar conosco e esteve em quase todas as apresentações e reuniões
importantes na escola. Nós quatro apreciamos esse jeito dele, e ainda mais a sua inteligência,
pois ele é muito esperto. Sempre nos ajudou com os deveres de casa e nos ensinou tudo que
precisávamos saber, tanto educacionalmente quanto para a vida.
Nosso pai Ravi é o nosso paizão mafioso, romântico e brincalhão. Não mais que o Eros, é claro,
no requisito brincalhão. Mas no sentido de topar tudo, de inventar as melhores brincadeiras e nos
levar para os melhores passeios, fazer surpresas e nos dar presentes inesperados é sempre o pai
Ravi. Ele sabe dosar tudo na medida certa, desde o tom de voz até a ponta do cabelo. É um
perfeito equilíbrio.
Se tem algo que aprendemos com ele é viver intensamente, não deixar nada para depois. Se tiver
que fazer, faça, principalmente se for algo bom e que não vá se arrepender depois. Mesmo que se
arrependa, pelo menos foi algo que tentamos, algo bom.
Ter um pai mafioso é ótimo, pois aprendemos a nos proteger mentalmente e fisicamente desde
criança. Meus irmãos e eu adoramos os treinamentos que temos com ele, desde lutas até jogos
mentais. Nossa vida é fora da caixinha, sem tempo para tédio.
Enfim, o que penso sobre os meus pais, acredito que seja o mesmo que meus outros irmãos
pensam. Sempre analisamos como eles são, e isso é divertido, pois serve para quando queremos
algo e sabemos para quem pedir.
Enfim, olho nos olhos do meu pai Eros, ele manda um abraço de lado, e juntos caminhamos
rumo ao altar, onde o nosso pai Ravi nos espera, assim como espera o nosso outro pai, o Miguel,
que vem atrás de nós, com o meu irmão Davi, e eu sou feliz por ser filho de um trisal de homens,
gays, um Tri-Amor.
Capítulo 150
Miguel

Aí, meu coração, casado há mais de 18 anos, e com quatro incríveis filhos, e com dois incríveis
maridos. Os melhores que um gay pode ter.
Sabe, eu digo que sou um cara de sorte, abençoado, pois o meu coração pertence a um médico e
a um mafioso, ao sol e ao cometa, ao Eros e ao Ravi, somente a eles. E nesse mesmo coração,
compartilha espaço com os nossos filhos, os gêmeos, o Théo e o Davi aqui ao meu lado. O Davi
veio do Eros, mas parece ser mais meu do que dos outros dois.
Mesmo sendo tão teimoso quanto o Luke, que saiu de mim, o Davi é o que mais se pendura em
mim, principalmente por ele se destacar mais nos estudos do que os irmãos. Ele diz adorar o
modo como eu sou inteligente e como eu ensino as coisas. Mesmo amando todos por igual, o
Davi e eu fazemos mais coisas juntos de pai e filho. Ele gosta da minha tranquilidade, dos nossos
gostos por livros semelhantes e do nosso modo de raciocínio rápido. Nós realmente somos uma
boa dupla.
O Davi segura minha mão e repousa a cabeça no meu braço. — Vamos, pai, os outros te esperam
no altar.
Eu sorrio para ele, acaricio seus cabelos negros, e vamos rumo ao altar.

Davi
Quem olha para nós quatro pensa que somos filhos de marginais por sermos iguais ao pai Ravi,
que desde cedo se tatuava, e nós quatro somos do mesmo jeito. Adoramos piercings e tattoos, e
nossos pais nunca foram contra. Nós quatro nunca lhes demos problemas que eles não pudessem
resolver.
Bom, pelo menos eu e o Luke, pois nós dois somos os que mais aprontam. O Théo é mais na
dele, mas é tão zoeira quanto nós quatro. Porém, ele usa roupas que escondem suas tattoos e não
usa piercing como nós três. Ele prefere um estilo mais discreto, uma mistura do pai Eros com o
pai Ravi em questão de estilo, e o jeito tranquilo do Miguel. Ele é o mais responsável de nós
quatro. Mas fora isso, não somos muito diferentes, principalmente nossa irmã, que adora uma
diversão tanto quanto nós, homens.
Enfim, eu gosto da companhia do meu pai Miguel. Ele sabe tudo que eu quero só de me olhar, e
nossas mentes são boas para negócios. Adoro ir com ele para a empresa, e o Théo também. Mas
eu curto muito esse lance dele ser CEO e andar no meio de pessoas de ternos. Eu e ele fazemos
muitas coisas juntos, como ir ao mercado, porque todo mundo nessa casa adora fazer compras,
ou sentamos no sofá e ficamos olhando sites para comprar roupas. Além disso, também adoro
comprar livros, e sempre lemos o mesmo livro e discutimos depois sobre.
Não é que eu tenha um pai preferido, ou eles tenham os seus filhos preferidos. Nós só temos
coisas em comum, e sabemos com qual pai abordar tal assunto. Acredito que os meus irmãos
pensam da mesma forma.
Enfim, eu, Davi, de quase 17 anos, o filho caçula — os gêmeos são os mais velhos, o Théo é o
do meio, e eu o último —, adoramos ser filhos de um trisal de homens gays, de um Tri-Amor.
Nunca ficamos entediados, pois cada pai sabe como cuidar de nós, deles mesmos, e nós irmãos
sabemos como cuidar de nós quatro.
Somos muito felizes, mesmo havendo dias em que queremos surtar e brigar, mas o amor e a
união sempre vencem.
Portanto, pego na mão do meu pai Miguel, e juntos caminhamos em direção ao altar. Ele diz: —
Me leve até o meu sol e o meu cometa.
Assim, eu o guio.
Eros
Juntos, Miguel, Ravi e eu, paramos no altar, e de mãos dadas reafirmamos os nossos votos, nessa
data importante, 18 anos de casados, no dia 25 de dezembro à beira da praia do Guarujá. Nossos
olhos se encontram, repletos de ternura, confidências e amor.
Eu olho nos olhos de ambos e falo ao mesmo tempo para ambos, comparando-os com o cometa e
a lua que sempre foram em minha vida.
— Ravi, meu cometa brilhante, que atravessa o céu da nossa existência com sua intensidade e
paixão, você traz o esplendor e a aventura à nossa jornada. Renovo meu amor por você hoje e
sempre.
— Miguel, minha lua serena, que banha nossas noites com sua calma e serenidade, você é a paz
que nos envolve e nos conforta nos momentos de quietude. Renovo meu amor por você hoje e
sempre.
Nesse momento, o vento sopra suavemente, e as ondas do mar ecoam nossa união, selando
nossos corações em um só ritmo de amor e comprometimento.
Miguel

Seguro firme suas mãos e comparo como o sol e o cometa são importantes na minha vida, na
nossa vida.
— Eros, meu sol radiante, você a fonte da luz que ilumina nossos dias, aquecendo nossos
corações com tua vitalidade. Como o sol, és a força que nos guia e nos faz florescer. Renovo
meu amor por você hoje e sempre.
— Ravi, meu cometa brilhante, que atravessa o céu de nossa existência com intensidade e
paixão, és a chama que incendeia nossas jornadas, tornando-as espetaculares. Como o cometa, és
a energia que nos impulsiona. Renovo meu amor por você hoje e sempre.
Assim, neste instante significativo, selamos nossa união, entrelaçando nossos destinos como o
sol, o cometa e a lua que dançam harmoniosamente no firmamento do nosso amor.

Ravi

Ainda segurando suas mãos, eu reafirmo nossos votos, comparando meus dois maridos como sol
e lua, mostrando o quanto são importantes para minha vida, nossa vida.
— Eros, meu sol radiante, és a luz que ilumina nossos dias, trazendo calor e vitalidade. Teu
brilho é como o reflexo de uma operação bem-sucedida, sempre no comando, aquecendo nossos
corações. Renovo meu amor por você hoje e sempre.
— Miguel, minha lua serena, és a calma que nos envolve, proporcionando serenidade nos
momentos de quietude. Tua serenidade é como a calma antes da tempestade, controlada e
estratégica. Renovo meu amor por você hoje e sempre.
Finalizamos repondo nossas alianças com o nosso beijo triplo, ardente e apaixonado. Entre beijos
sussurros, expressamos: — Eu amo vocês!
Eu olho para o Miguel. — Eu te amo, Miguel, minha Lua, nossa lua.
Olho para o Eros. — Eu também te amo, nosso sol, meu sol, Eros, nosso deus do amor.
Miguel me olha e expressa de volta para mim. — Eu te amo, Ravi, meu e nosso cometa.
Miguel olha para o Eros. — Eu te amo, meu sol, nosso sol, Eros, nosso deus do amor.
O Eros olha para o Miguel. — Eu te amo, nossa lua, minha lua, Miguel, Meu CEO.
E por último, o Eros olha para mim. — Assim como eu te amo, Ravi, meu e nosso cometa, Meu
Mafioso.
Assim, finalizamos a cerimônia com o nosso beijo triplo.

Eros
Dias depois…
Estamos às vésperas do segundo ano do ensino médio para os nossos quatro filhos, e juntos,
Ravi, Miguel e eu os levamos para o renomado internato Dom Pedro.
Após uma breve visita pela escola, paramos para dar nossas últimas palavras de orientação.
Miguel toma a frente:
— Juízo, meus filhos. Aproveitem a vida, mas não se esqueçam da importância dos estudos.
Ravi, com sua sabedoria peculiar, acrescenta:
— Sejam autênticos, protejam os mais fracos e, acima de tudo, lembrem-se que somos uma
família. Priorizem-se, mas saibam que sempre estaremos aqui para vocês.
Chega minha vez de contribuir:
— E não se esqueçam de namorar bastante! - Provoco, arrancando risadas.
Após o momento leve, volto ao tom sério:
— Em caso de qualquer problema, não hesitem em nos chamar. E, filhos, cuidado...
Eles nos encaram curiosos.
— Com o quê? - Indagam.
Ravi, Miguel e eu respondemos em coro:
— Com os colegas de quarto.
Diante da expressão de surpresa deles, explicamos:
— Foi assim que começou o Tri-Amor.
— Como assim? - Perguntam, intrigados.
Sorrimos, relembrando:
— Com um simples Tri-beijo.
~ Fim ~
Primeiramente, meu mais profundo agradecimento a todos que
embarcaram nesta jornada comigo!
Dediquei cerca de 5 meses à criação deste livro, um processo meticuloso que resultou em uma
obra repleta de tudo que meu imaginário me proporcionou. "Tri-Amor" representa minha estreia
na construção de um universo ficcional completo, entrelaçando personagens que já habitavam
meus pensamentos e explorando o fascinante – e perigoso – mundo da máfia.
Com imenso carinho, dei vida a esta história, que se expandiu tanto que precisei dividi-la em
duas partes. E quem sabe, em breve, poderemos acompanhar as aventuras dos filhos desses
personagens e novas tramas envolvendo os casais deste universo.
Ao longo da escrita, vivi um turbilhão de emoções: ri, chorei e me diverti imensamente ao
apresentar cada personagem. Se me perguntassem quais são meus favoritos, sem hesitar,
responderia: Guilherme, em primeiro lugar, e o mafioso irresistível Ravi Ferrari logo em seguida.
Mas, como mãe literária, devo confessar que amo todos eles com igual intensidade.
Enfim, chegamos ao fim deste livro. Mais uma vez, agradeço do fundo do meu coração por
terem lido "Tri-Amor".
Nos vemos em breve, em novas histórias emocionantes! Beijos e abraços fraternos!

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