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FRATERNIDADE E

AMIZADE SOCIAL
“Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23, 8)

Relevância pedagógica e
trabalho com a CF 2024
na escola católica

Campanha da Fraternidade 2024


Amizade social e
Fraternidade
Vós sois todos irmãos e irmãs (Mt 23, 8)
Objetivo geral da CF 2024
DESPERTAR para o valor e a
beleza da fraternidade humana,
promovendo e fortalecendo os
vínculos da amizade social para
que, em Jesus Cristo, a paz seja
realidade entre todas as pessoas
e povos!
Objetivos específicos da CF 2024
1. ANALISAR as diversas formas da mentalidade de indiferença, divisão e
confronto em nossos dias e suas consequências para toda a humanidade,
inclusive na dimensão religiosa.
2. COMPREENDER as principais causas da atual mentalidade de oposição e
conflito, geradora da incapacidade de ver nas outras pessoas um irmão e irmã.
3. IDENTIFICAR iniciativas de comunhão, reconciliação e fraternidade,
capazes de estimular a cultura do encontro.
4. REDESCOBRIR, a partir da Palavra de Deus, a fraternidade, a amizade
social e a comunhão como elementos constitutivos de todo ser humano.
Objetivos específicos da CF 2024
5. ACOLHER o magistério da Igreja sobre a fraternidade universal, como ajuda ao
discernimento nas inúmeras situações de conflito e divisão.
6. APROFUNDAR a compreensão da comunhão e da fraternidade como caminho
para a realização pessoal e para a paz em todas as situações da vida.
7. CONSCIENTIZAR sobre a necessidade de construir a unidade em meio à
pluralidade, superando divisões e polarizações.
8. ESTIMULAR a espiritualidade, os processos, os hábitos e as estruturas de
comunhão na Igreja e na sociedade.
9. INCENTIVAR e PROMOVER iniciativas de reconciliação entre pessoas,
famílias, comunidades, grupos e povos.
1. O PROBLEMA PEDAGÓGICO
POR TRÁS DA CF 2024
Como as fraturas sociais estão relacionadas com a
educação
O problema central da CF 2024
Conflitos familiares e separações

Bullying e cultura do cancelamento Reflexos de uma sociedade


polarizada
Intolerância religiosa intolerante
amedrontada e insegura
Ódio político
pobre culturalmente
Racismo, misoginia e discriminação suscetível a discursos
radicais e fundamentalistas
Aporofobia e desigualdade social
Alterofobia e falta de educação
A inimizade social, que é marca da sociedade brasileira contemporânea
e se manifesta numa alterofobia fulminante, tem raízes na falta de
educação aqui entendida como:
● desconhecimento do outro;
● falta de repertório cultural e pouco contato com a diversidade de
pensamento;
● desinteresse pela coletividade e pela política;
Educação e a era digital
O contato com infinitos conteúdos nas redes
sociais e plataformas digitais sem uma boa
formação intelectual e criteriosa leva
crianças, jovens e mesmo adultos a buscarem
educadores virtuais que destilam
desinformação e inverdades e produzem
ainda mais ódio e preconceito.
Repensar modelos educativos
Nosso país, por muitas décadas, viveu
submerso em modelos educativos bancários,
transmissionistas e conteudistas que pouco
estimulavam a criatividade e criticidade. O
resultado é uma geração que tem pouco
apreço pela diversidade, que não
desenvolveu habilidades socioemocionais e
que tem dificuldades em aprender.
Repensar modelos educativos
A CF 2024 nos convida a propor uma
pedagogia da tolerância que tenha como
base:
● o conhecimento e reconhecimento do
outro e de sua alteridade;
● a pluralidade e diversidade culturais;
● a habilidade de se comunicar
assertivamente;
● o senso crítico para formar o
discernimento acerca do que é bom,
verdadeiro e belo.
A educação tem papel fundamental na CF 2024 pois
fraternidade, tolerância e respeito podem ser ensinados
e aprendidos.
2. O PACTO EDUCATIVO
GLOBAL E A CF 2024
Relações entre a proposta do Papa Francisco para a
educação e a CF 2024
O Pacto Educativo Global proposto
pelo Papa Francisco ajuda-nos a
pensar modelos pedagógicos que
favoreçam a fraternidade
superando uma educação tecnicista
que coloca como finalidade o
sucesso pessoal e financeiro.
Colocar a pessoa no centro e não o
conteúdo pedagógico
A primeira das três “coragens” do Pacto Educativo é colocar a
pessoa no centro do processo educativo. Isso implica em
renunciar aos modelos pedagógicos que focalizam unicamente
a aprendizagem cognitiva-intelectual de conteúdos
acadêmicos para pensar em aprendizagens que também integrem
as dimensões afetivas, emocionais, sociopolíticas e espirituais da
pessoa humana.
Considerar todas as dimensões da pessoa
humana e não apenas seu sucesso profissional
Em muitos casos, assumimos que a finalidade máxima da
educação é permitir inserção no mercado de trabalho e obter
sucesso financeiro e profissional. Contudo, o Pacto propõe
outra finalidade da educação: educar é formar a pessoa em
todas as dimensões para que, desenvolvendo suas
potencialidades cognitivas, emocionais e espirtuais,
construa um caminho de felicidade e realização.
Ousar educar para uma consciência crítica
e planetária
Além disso, o Pacto Educativo aponta a coragem
de se educar para uma consciência que
transcenda os limites da própria subjetividade
e alcance um nível de criticidade que permita
olhar para os dilemas sociais, políticos e
ambientais e perceber neles a sua parcela de
responsabilidade.
Ensinar a fraternidade
Naturalmente não enxergamos o outro como irmão. É preciso
aprender a acolher, conhecer e apreciar a diferença do outro e,
assim, tomá-lo como irmão e amigo. A escola é um espaço
privilegiado para essa aprendizagem porque:
● é um espaço seguro para o amadurecimento relações
interpessoais;
● permite o autoconhecimento;
● desenvolve a curiosidade e a criatividade;
● expande as capacidades de comunicação e
relacionamento.
3. CF 2024 E BNCC
Relacionando a proposta da Campanha com as
Competências gerais da BNCC
Competências 1, 2 e 3
• Ter acesso à história e a realidade do
1. Conhecimento outro é um caminho imprescindível
para desenvolver a acolhida e o
respeito.
2. Pensamento • A cientificidade do conhecimento
científico, crítico e garante uma apropriação verdadeira e
criativo não enviesada da realidade.
• O desenvolvimento do senso crítico nos
permite desafiar visões de mundo
3. Senso estético impostas.
• O senso estético nos estimula a apreciar
a diversidade como algo bom e belo.
Competências 4 e 5
• A cultura do diálogo se desenvolve a partir
4. Comunicação do momento em que aprendemos a nos
comunicar assertivamente, ou seja a nos
expressar de maneira inteligível, autêntica e
5. Argumentação respeitosa. Isso não significa renunciar às
próprias convicções, mas a colocar o
respeito em primeiro lugar, antes de nossa
visão de mundo.
• Um diálogo bem fundamentado,
argumentado a partir de fundamentos
válidos e verdadeiros é condição para uma
boa convivência. Sem argumentação, a
estratégia que resta é o conflito e a
destruição de que pensa diferente.
Competência 6
• Grande parte dos conflitos e divisões
6. Cultura digital que vivemos em nível familiar e social
está relacionado ao que consumimos na
internet. A educação deve auxiliar
crianças, jovens e adultos a discernir o
que verdadeiro do que é falso e a
agirem de forma criteriosa, respeitosa e
construtiva nos ambientes virtuais.
• Entender as dinâmicas midiáticas das
plataformas como monetização e
engajamento é muito útil para
desmontar o esquema de ódio e
cancelamento que povoam a internet.
Competências 7, 8 e 10
7. Autogestão • As competências socioemocionais
relacionadas com o desenvolvimento da
própria subjetividade colocam-nos em
contato com nosso eu interior e permitem
8. Autoconhecimento e examinar nossas inseguranças e medos que,
não raras vezes, são os guias de nosso
autocuidado comportamento agressivo.
• A escola é um ambiente de
autoconhecimento e de aprendizagem sobre
10. Autonomia si.
• Dominar-se significa responsabilizar-se
pelas próprias ações, pensamentos e
sentimentos. Isso evita projeções no outro e
a criação de inimigos imaginários que
alimentem o ódio e a inimizade.
Competência 9
• A empatia é algo que se aprende e a escola
9. Empatia e cooperação é um espaço-tempo privilegiado para tal.
• Nas relações interpessoais é preciso
aprender a ver o outro não como espelho,
mas como alguém totalmente separado de
nós.
• A cooperação e a solidariedade precisam de
estímulo para se desenvolver. Só
conseguimos cooperar com o outro se
reconhecemos nele alguém digno de nossa
ajuda. E a dignidade da pessoa humana é
inata: não depende de nenhum
condicionante de raça, classe ou religião.
4. POSSIBILIDADES
PEDAGÓGICAS DA CF 2024
Um olhar por segmento educacional em busca de um
currículo evangelizador.
Educação infantil
Dentre os direitos de aprendizagem
da Educação Infantil, destacam-se:

1. CONVIVER
2. EXPRESSAR
3. CONHECER-SE

como importantes possibilidades


pedagógicas da CF 2024 para este
público.
Os campos de experiência
O EU, O OUTRO E O NÓS
Privilegiar atividades que contato
com os colegas e o CORPO, GESTOS E
desenvolvimento de atitudes de MOVIMENTOS
ajuda e cooperação. Utilizar a potencialidade
expressiva do corpo para
Trabalhar o reconhecimento das valorizar as diferenças e
diferenças (físicas, culturais e promover aproximações
comportamentais) saudáveis entre as crianças.
apresentando-as como algo bom
e valoroso.
Os campos de experiência

ESCUTA, FALA,
TRAÇOS, SONS, CORES E PENSAMENTO E
FORMAS IMAGINAÇÃO
Explorar diferentes formas de Utilizar da narrativa e da
expressar o que se sente e renarrativa para conhecer
trabalhar a comunicação diferentes realidades e
assertiva das emoções por meio desenvolver valores importantes
de linguagens artísticas, cores e para a convivência com as
formas. diferenças (raciais, de gênero,
religiosas e sociais).
Ensino fundamental - anos iniciais
• Oportunidade de explorar o
conhecimento de si e as relações
com o mundo.
• As atividades devem considerar o
contexto de ligação com a família
e sua visão de mundo.
• Metodologias que envolvam a
produção de materiais em grupo
são aliadas na construção de
aprendizagens atitudinais.
Ensino fundamental - anos finais
• Conflitos interpessoais, muito
comuns nesta etapa, são excelentes
oportunidades para trabalhar os
valores da CF 2024.
• Aprendizagens em grupo que
permitam o debate e a produção de
materiais são metodologias
aliadas.
• Experiências que envolvam as
famílias e a comunidade
enriquecem o trabalho pedagógico
em torno da CF 2024.
Ensino Médio

• Aproveitar o potencial crítico e


argumentativo dos estudantes para
promover debates que utilizem de
metodologias ativas como a PBL
(Problem based learling).
• Atividades comunitárias e de
voluntariado podem ser
importantes para a consolidação de
aprendizagens atitudinais.
Educação de Jovens e Adultos (EJA)
• Os contextos existenciais tem
grande peso nesta etapa.
• Levar em conta que muitas
famílias viveram rupturas em
decorrência de política.
• Aprendizagens relacionadas à
comunicação assertiva são úteis.
• Relacionar a reflexão crítica sobre
acontecimentos da sociedade à
aprendizagem sobre o respeito às
diferenças e alteridades
Princípio da transdisciplinaridade
A CF 2024, por abordar um tema atual e muito rico, permite uma
abordagem trasndisciplinar que pode ser desenvolvida a partir de
meotodologias ativas:

PBL - Problem Based ABP - Abordagem Desing Thinking


Learning baseada em projetos
Criar, validar e testar
O que se pode aprender Sistematizar percursos ideias em conjunto
com a resolução de de aprendizagem que visando discutir ou
problemas reais ou extrapolem o resolver um problema
fictícios. conhecimento real ou fictício.
intelectual e permitam
intervenções.
Subsídios das Edições CNBB para
a CF 2024
Este material foi gentilmente preparado pelo Associação Nacional de Educação
Setor de Animação Pastoral da ANEC. Católica do Brasil

O seu uso e a reprodução são livres desde que Pe. João Batista Gomes de Lima
citada a fonte. Diretor Presidente

Fr. Mário José Knapik


Diretor Pastoral

ANEC, juntos pela educação católica! Guinartt Diniz


Secretário Executivo

Gregory Rial
Coordenador do Setor de Animação Pastoral

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