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SINOPSE

Um romance sexy, bilionário, independente de Hollywood da autora best-


seller do USA Today, Marni Mann…

Eu não sou o tipo de garota que pega um homem em um bar na


cobertura.
Não é o tipo de garota que deixa as mãos de um homem vagarem pelo
meu corpo, descobrindo que não tenho calcinha.
Nunca a garota que tem horas de o's de uma noite quente de fumar.

Mas Dominick torna tão fácil dizer sim.


Seu corpo, seus movimentos e sua língua tão perversa me fazem dizer isso
de novo e de novo.
Sim por favor.
Sim mais.
Sim, bem ali.
Ele adora cada centímetro do meu corpo e ainda estou dolorida na manhã
seguinte quando o encontro novamente.
Desta vez, ele é o Sr. Dalton, o implacável advogado de entretenimento da
minha irmã.
E ele tem uma proposta para mim.
Ele quer me tornar famosa.
Claro, isso significa compartilhar uma tela com minha irmã muito
ciumenta.
Significa desistir da minha carreira.
Significa que o mundo inteiro de repente saberá tudo sobre mim.
O que apresenta um problema catastrófico – Dominick não namora
pessoas famosas.
Então, eu arrisco me tornar uma estrela de Hollywood ou deixo passar a
oportunidade de estar com o homem que me deu um gostinho eterno?
Existem quatro livros independentes na Dalton Family Series:
The Lawyer
The Billionaire
The Single Dad
The Intern
Ao meu Kimmi.
Por me segurar, me segurar e sempre segurar minha mão.
Eles não fazem besties como você.
CAPÍTULO UM
DOMINICK

Los Angeles está bastante iluminada esta noite.


Esse era o único pensamento na minha cabeça enquanto eu estava
no andar de cima do terraço do hotel mais novo e mais quente da cidade,
com vista para o nosso famoso horizonte. Jenner, meu irmão do meio, foi o
advogado que representou o fechamento e todos que eram alguém vieram
esta noite para celebrar a grande inauguração.
Isso não foi apenas uma grande vitória para Jenner, mas também
para o The Dalton Group – o escritório de advocacia que meus pais
começaram há mais de vinte anos, onde meus irmãos e eu agora éramos
sócios. Representávamos algumas das empresas e indivíduos com maiores
lucros do mundo. No meu caso, concentrando-me apenas no direito do
entretenimento, fui cercado por muitos de meus clientes, este evento era
como uma mini versão do maldito Oscar.
— Jenner percorreu um longo caminho — Disse Brett Young, meu
melhor amigo. Ele estava ao meu lado na varanda, acenando para meu
irmão, que estava conversando com o CEO de uma grande varejista online.
— Eu me lembro quando estávamos na faculdade de direito, aquele filho
da puta ainda tinha espinhas em toda a testa. Agora, em vez de carregar
livros didáticos, ele tem contratos multimilionários nas mãos, fechando
transações como esta todos os dias, daqui até a porra de Dubai.
Brett apontou para Ford, meu irmão mais novo. — E o bebê da
família? Cara, eu definitivamente não esperava que ele fosse o primeiro do
nosso grupo a ser pai de uma criança. — Ele sorriu. — Certamente não antes
de mim ou de você. — Seus olhos encontraram os meus. — Eu acho que
você acorda todas as manhãs, esperando como o inferno que alguma
mulher não venha bater na sua porta, pedindo um teste de paternidade.
Eu ri concordando. — Não é a porra da verdade?
Antes de Brett conhecer James Ryne, uma das atrizes mais bem pagas
de Hollywood, ele vivia o mesmo estilo de vida que eu. Irmãos solteiros era
como nos chamávamos. Mas agora, eles estavam noivos e ele estava mais
chicoteado do que um sub.
Ele bateu seu copo contra o meu e bebemos o licor que restava.
Imediatamente, uma garçonete apareceu para nos entregar recargas.
Ele segurou seu whiskey na lateral da grade, equilibrando a bebida
no ar.
Eu fiz o mesmo, suspirando enquanto olhava para todas as luzes
cintilantes abaixo. — Tem sido uma corrida infernal para nós até agora e
estamos apenas começando.
Quando Brett e seus amigos abriram a The Agency — uma firma de
agentes que representavam atores, atletas e músicos — eu tinha acabado
de passar pela prova e encaminhávamos clientes uns para os outros. Agora,
todos esses anos depois, nos sentamos em muitas das mesmas reuniões,
negociando acordos para os maiores ganhadores do negócio.
— Você tem razão, meu amigo. Espere até eu te contar sobre essa
nova atriz que acabei de procurar e quanto dinheiro ela vai nos render... —
Sua voz sumiu enquanto ele pegava o telefone e lia a tela. — Porra.
— O que está errado?
Ainda olhando para o celular, ele disse: — Você conhece nossa cliente
Naomi, que eu escolhi para aquele reality show que vai ser filmado em duas
semanas? Seu empresário acabou de mandar uma mensagem e disse que
ela está no hospital com duas hérnias de disco no pescoço e outras três nas
costas — Ele lentamente olhou para mim. — Acidente de esqui em Vail esta
manhã.
— Jesus, ela está bem?
— Ela vai para a cirurgia amanhã. Ela ficará de cama pelas próximas
nove a doze semanas, o que significa que ela perderá todas as filmagens.
— Essa merda é dolorosa. Espero que ela se recupere. — Eu tomei
uma bebida. — Eu também sei o que isso significa para você. Você tem que
encontrar alguém para substituí-la.
Ele digitou uma resposta, chamando uma garçonete no momento em
que guardou o telefone. — Mais uma rodada para nós dois e duas doses de
tequila. — Enquanto ela caminhava em direção ao bar, ele me disse: — Ficar
bêbado é a única solução para isso.
— Diga-me exatamente o que você está procurando. Talvez eu possa
ajudar.
— Se você se lembra, a série é sobre jovens bem-sucedidas, vivendo
a vida de LA. Jatos particulares, tratamento VIP, closets que têm tantos
Birkins quanto minha noiva. O estúdio fornecerá tudo isso. Eu só preciso do
rosto certo.
Eu rapidamente olhei ao redor do telhado, fazendo um inventário das
diferentes aparências e talentos aqui em cima. — Que tipo de rosto?
Ele girou o copo em sua mão, o whiskey rodopiando como um
tornado. — Vinte e poucos anos, linda. Ela precisa ter seios perfeitos e um
corpo de matar. Em termos de personalidade, preciso de alguém que possa
colocar os membros do elenco em seu lugar – não um vilão, mas alguém
com faísca.
Não encontrando o que estava procurando, mentalmente repassei
minha lista de atrizes que se concentravam apenas em reality shows. Daisy
Roy era a mais talentosa que eu tinha. Mesmo que ela fosse uma vilã fora
da câmera, ela era a garota ao lado na tela. Ela era bonita, mas não possuía
o calor que ele procurava.
Eu balancei minha cabeça. — Não consigo pensar em ninguém.
— Eu estava com medo daquilo.
A garçonete voltou, colocando os quatro copos na borda larga de
tijolos da sacada.
Fomos direto para a tequila, bebendo as doses antes de passarmos
para o whiskey.
Brett segurou a bebida fresca contra seu peito, puxando as mechas
de seu cabelo. — Começamos a filmar em duas semanas. Eu preciso de
alguém para ontem.
Agarrei seu ombro, sacudindo-o para soltá-lo. — Não se estresse,
irmão. Quando eu chegar ao escritório amanhã, vou vasculhar meus
clientes e ver quem posso encontrar.
As palavras mal tinham saído da minha boca quando me virei para a
multidão e lancei os olhos com a garota mais bonita. Porra, ela era mais
deslumbrante do que qualquer mulher que eu já tinha visto. Cabelos longos
e escuros com lábios carnudos e grossos e um olhar azul claro que era tão
intenso que eu podia ver a cor de todo o caminho.
Mas a conexão não parou com sua aparência.
Eu quase podia senti-la em minhas mãos, como se seu corpo
estivesse sob o meu, acariciando lentamente sua pele lisa e nua, aquecendo
as áreas que minha boca logo iria devorar.
Foda-me.
— Você sabe quem é aquela? — Eu perguntei a Brett.
— Quem?
Eu quebrei nossa conexão para olhar para o meu melhor amigo. —
Eu não posso apontar, ela está assistindo, mas é a garota às três horas em
um vestido cor de esmeralda apertado com curvas sem fim. Há uma loira
alta ao lado dela, que não compete em nada.
— Eu nunca vi nenhuma delas antes, mas você está certo, a morena
é gostosa pra caramba.
Com meus olhos sobre ela novamente, eu trouxe o copo até minha
boca, não sentindo a queimadura enquanto engoli.
Porque havia apenas um fogo no meu corpo.
Um que despertou uma necessidade dolorosa de estar dentro dela.
— Quem quer que ela seja… — eu lambi a bebida molhada dos meus
lábios — …eu estou provando ela antes que esta noite acabe.
— Isso está certo?
Um sorriso cresceu em meu rosto quando comecei em seus
calcanhares e fui subindo. — Claro que sim. — Quando cheguei ao topo de
sua cabeça, olhei para Brett. — Você se lembra como é ter um caso de uma
noite, não é?
Ele riu. — Faz uma eternidade, mas vou deixar essas noites para você,
mano. James é mais do que suficiente para mim.
— Eu não vou usar isso contra você — eu brinquei.
O espaço entre nós ficou mais ocupado se enchendo de pessoas,
fazendo com que minha visão dela desaparecesse. Meus irmãos faziam
parte daquele congestionamento e estavam vindo até nós.
Agarrei o braço de Jenner no momento em que ele estava ao alcance,
puxando-o para um abraço. — Você se superou, meu homem. Um inferno
de um hotel que sua equipe construiu aqui e esta festa está fora dos
gráficos. Quem montou a lista de convidados merece um aumento de
merda. Algumas das mulheres aqui esta noite... mmm-mmm.
Quando olhei por cima do ombro dele, havia sensualidade em todos
os lugares. Roupas que revelavam costas nuas e tonificadas, braços esguios,
quilômetros de pernas.
E então havia a garota de vestido verde, a rainha de todos elas.
Através da menor abertura, uma fenda entre dois homens, seus olhos
encontraram os meus novamente.
— Falando em mulheres... — Jenner disse, se afastando para
alcançar dentro de seu casaco esportivo. Ele colocou algo na minha mão e
depois na de Ford, pulando direto sobre Brett. — Não há razão para levar
uma para casa quando eu consegui um quarto para você no andar de baixo.
Um cartão-chave estava agora sob meus dedos, o número do quarto
escrito em sua capa de papel.
Coloquei no bolso, socando o ombro de Jenner com um pouco de
força. — Sempre cuidando de nós, homens solteiros.
— Eu te protejo — ele respondeu, incluindo Ford. — Sempre.
Nós quatro levantamos nossos copos, batendo-os cuidadosamente
juntos, antes de seguirmos nossos caminhos separados, iniciando várias
horas de conversa fiada com os profissionais da indústria presentes esta
noite. Eu dei meu cartão para alguns músicos em ascensão, sua
popularidade crescendo o suficiente para onde eles estavam prontos para
representação e para alguns influenciadores cujos seguidores estavam
ganhando apoio, contratos que eles não podiam negociar por conta
própria.
Muitas bebidas depois, eu estava saindo do banheiro quando a vi.
A garota do vestido esmeralda.
Ela estava de pé na entrada do corredor que levava aos banheiros
feminino e masculino, as costas contra a parede, o braço em volta da
cintura estreita enquanto falava ao telefone.
Presumi que ela tinha vindo aqui para fugir do barulho, para ter um
pouco de privacidade já que não havia nenhuma no telhado.
Seu foco em outro lugar me deu a oportunidade de apreciar a vista,
e tomei meu tempo para observar cada centímetro dela.
O cabelo que eu queria torcer em volta do meu pulso e puxar.
Os lábios que eu queria me chupando.
Pernas que eu queria abrir bem.
Uma bunda que eu queria pulsando ao redor do meu pau.
A perfeição vinha em muitas formas. A dela era única e de tirar o
fôlego.
Andei até estar na frente dela, seus olhos instantaneamente se
encontraram com os meus e arregalando-se quanto mais ela olhava para
mim.
— É você... o cara do outro lado do bar.
Sua admissão sussurrada me fez sorrir.
— Eu tenho que ir — disse ela ao telefone. — Vou fazer tudo, eu
prometo.
Ela deslizou seu celular dentro de sua bolsa e eu peguei sua mão no
segundo em que ela estava livre.
— Dominick.
Seus dedos gentis caíram em meu aperto. Aqueles que logo estariam
enrolados na base do meu pau enquanto ela chupava minha cabeça em sua
garganta. — Eu sou Kendall.
— Quero te dizer uma coisa, Kendall.
Suas bochechas ficaram vermelhas e sua respiração acelerou, seu
peito subindo mais rápido a cada inspiração.
— Desde o momento em que te vi, houve apenas um pensamento
na minha cabeça.
Ela se empurrou ainda mais contra a parede, dobrando o joelho para
que ela pudesse colocar o calcanhar ali também. — E foi?
— Que eu faria qualquer coisa para provar você.
Seus lábios ficaram separados, como se minha ponta já estivesse
entre eles, sua voz se perdendo em sua respiração.
— Você sabe o que acontece quando eu quero alguma coisa? — O
topo de sua cabeça veio para o centro do meu peito e eu coloquei minha
palma na parede logo acima dela. Havia muito espaço para ela sair, mas era
uma gaiola apertada o suficiente que a posicionava exatamente onde eu a
queria. — Eu faço tudo ao meu alcance para torná-lo meu. —Inclinei-me
para perto, meus lábios pairando a centímetros dos dela. Seus olhos me
disseram que ela estava se preparando para eu beijá-la, mas depois de
algumas expirações, eu movi minha boca para seu ouvido. — Você é tudo
em que consigo pensar.
— Eu… — a sílaba soou como um suspiro — …não sei o que dizer.
Meu dedo correu por sua bochecha e abaixo de sua clavícula,
arrepios me encontrando. — Diga que eu posso ter você. — Apontei para
uma rota de fuga. — Ou vá embora. Você tem dez segundos para decidir.
Enquanto minha mão circulava a parte de trás de seu pescoço, a
chave no meu bolso era como um peso de quinze quilos, evocando todas as
superfícies naquele quarto em que eu poderia fodê-la.
— Nove — eu respirei o número contra sua boca. — Oito, sete. —
Contei mentalmente até chegar a — Cinco.
Ela mudou seu peso, seu pé caindo no chão, seu olhar mudando cada
vez que eu falava um número mais baixo.
— Quatro, três.
Seu peito parou, me dizendo que ela estava segurando o ar em seus
pulmões.
— Dois.
— Dominick... — Meu nome saiu como um gemido.
— Um.
CAPÍTULO DOIS
DOMINICK

Como ela ainda não fez nenhum esforço para se mover, eu segurei o
rosto de Kendall e pressionei meus lábios nos dela, minha língua
imediatamente entrando. Ela tinha um gosto tão doce quanto parecia, o
sabor de uma margarita, sua pele o cheiro de brisa da ilha.
O calor de seu corpo queimou minha mão enquanto eu esfregava seu
vestido de seda, suas costas arqueando para longe da parede quanto mais
eu viajava. Quando meus dedos subiram, a ponta de seu seio flertou
comigo, seu mamilo me provocando.
Eu rosnei: — Se você não começar a andar até o elevador, eu vou te
carregar até lá.
Ela me lambeu com seus lábios carnudos e grossos. — Onde estamos
indo?
— Para o décimo nono andar.
— Você está hospedado no hotel?
Eu balancei a cabeça.
— E você vai me carregar... na frente de todas essas pessoas?
Eu não tinha percebido que estávamos compartilhando o corredor
com alguém.
Nem eu me importei.
— Você quer me testar, Kendall?
Seu sorriso me disse que ela já estava.
Com a parte de trás de seu vestido totalmente aberta, eu deslizei
meus dedos sob o tecido apertado, movendo-me para a frente. — Foda-se
— eu gemi quando alcancei sua boceta molhada e nua. — Sem calcinha.
— Eu estive esperando por você.
Eu circulei o topo de seu clitóris, encharcando-a em minha pele. — É
verdade?
Atirei no mesmo lugar e seu pescoço se alongou pressionando sua
cabeça na parede.
— Eu... — Ela estava muito perdida em sensações para responder.
Cada um dos meus movimentos era para fazê-la se sentir ainda
melhor, mas eu me certifiquei de que ninguém pudesse assistir, usando
meu corpo para bloqueá-la de qualquer espectador.
Eu puxei minha mão, lambendo sua umidade. — Você tem um
gosto… — coloquei meu dedo inteiro na boca, certificando-me de não
perder uma gota — …inacreditável ‘pra’ caralho.
No segundo em que minha mão estava livre, eu agarrei a dela e a
levei em direção ao elevador. Assim que entramos, apertei o botão do
décimo nono andar e a levei até a parede dos fundos. Segurei seu pescoço,
apontando seu rosto para o meu e devorei seus lábios, o som de sua
respiração me fazendo querer arrancar seu vestido.
— Tem uma sensação boa ‘pra’ caralho — eu sussurrei.
Eu puxei seu corpo contra o meu, meu pau tão duro que estava
latejando, minha ponta ameaçando rasgar minhas calças se eu não as
tirasse logo.
— Eu preciso mais de você — eu sussurrei, provando o desejo em
sua língua.
O elevador soou, sinalizando nossa chegada.
Sabendo que ela não poderia se mover tão rápido quanto eu, não nos
saltos que ela estava, eu me abaixei e a coloquei sobre meu ombro,
levantando-a no ar e carregando-a para fora das portas abertas.
— Dominick — ela gritou, o som de sua surpresa me fazendo sorrir
enquanto eu corria pelo corredor em direção ao quarto. — Você é louco.
Ela não tinha experimentado a loucura.
Isso não aconteceria até que meu pau estivesse dentro dela.
Não levei tempo para nos colocar dentro do quarto e acender as
luzes, colocando Kendall de pé.
Eu cerquei sua bunda, apertando suas nádegas, imaginando meu pau
entre elas. — Tire este vestido antes que eu o destrua.
— Se você pensou que eu estava molhada antes... — Seu corpo
estremeceu quando ela fez uma pausa. — Isso não foi nada comparado ao
como estou agora.
— Mostre-me.
Ela alcançou atrás de seu pescoço, afrouxando a alça que estava
amarrada lá e, em seguida, abaixando o zíper em seu quadril, o material
esmeralda logo caindo em cascata por suas pernas.
Não havia sutiã cobrindo seus seios naturais cheios, redondos e do
tamanho da palma da mão.
Nenhuma calcinha na parte inferior de sua barriga lisa, apenas uma
boceta que era mais linda do que qualquer arte pendurada na minha casa.
Pernas que eram tonificadas e musculosas com um espaço entre as coxas
que era mais largo que a minha língua.
— Foda-me — eu gemi quando a levei mais uma vez. — Você... — Eu
encontrei seus olhos, balançando a cabeça, as palavras me faltando. —
Você é linda, Kendall.
Eu não conseguia manter minhas mãos longe dela por muito tempo,
roçando meu polegar em seu mamilo enquanto eu lambia o outro.
Ela abriu meu cinto e desabotoou minha calça, apertando meu pau
assim que o liberou da minha cueca boxer. — Puta merda... eu não estava
esperando isso. De forma alguma.
— Estou feliz que você goste. — Ela bombeou meu eixo várias vezes,
e eu acrescentei: — Sim. É isso. — Mordi a ponta de seu mamilo, gemendo:
— Mais forte.
Com a outra mão ela começou a tirar minha camisa, tirando os
botões dos buracos, puxando meus braços pelas mangas.
— Você quer saber o que é bonito? — Sua mão parou em torno do
meu pau, mas seu aperto aumentou quando ela acrescentou: — Isso. — Ela
então traçou cada ondulação entre meus abdominais. — E isto.
— É todo seu esta noite, Kendall.
Larguei minhas calças, boxers e tirei meus sapatos. Abaixando-me
enfiei a mão na carteira, onde sempre guardava alguns preservativos. Assim
que peguei um, eu a apoiei até a grande mesa de madeira na sala de jantar
da suíte.
Sua mão me cercou, acariciando meu pau várias vezes. — Quanto
tempo mais eu tenho que esperar para ter isso?
Agora, isso me fez rir. — Sua garota safada.
Eu a levantei em cima da mesa e abri suas pernas em volta de mim,
arrancando a ponta do papel alumínio e rolando a borracha sobre meu pau.
— Venha aqui — eu rosnei, puxando sua bunda para a borda da
madeira.
Seus seios saltaram do movimento, ganhando cada um deles uma
rápida lambida.
Uma vez que meus dentes roçaram sua pele, sua cabeça se inclinou
para trás e um gemido prolongado saiu de seus lábios que terminou em
“Dominick”.
Eu estava provocando sua boceta com minha ponta, espalhando sua
umidade sobre mim. Levou toda a contenção que eu tinha para não
mergulhar completamente. Esta era a fase em que as coisas precisavam ir
devagar, mesmo que meu desejo por ela me fizesse querer me mover
rápido.
— Mmm — ela suspirou quando minha coroa deslizou.
Sua boceta estava me sugando ainda mais, me provocando, testando
cada pedaço de paciência que eu tinha.
— Porra. — Eu estava agora em vários centímetros mais profundo.
— Você é apertada ‘pra’ caralho.
Suas pernas dobradas, os pés curvados ao redor da borda da mesa,
sua respiração mais alta do que antes.
Socar nela não era a maneira de mantê-la ligada. Não quando você
era do meu tamanho. Ela precisava desejar a liberação, o tormento da
antecipação, sua boceta apertando meu pau no momento em que eu
finalmente empurrasse todo o caminho.
E foi exatamente isso que aconteceu.
— Simmm! — ela gritou uma vez que eu estava totalmente
enterrado.
Eu envolvi meus braços em suas costas, meu rosto em seu pescoço,
segurando-a enquanto sua boceta pulsava. — Essa sensação é incrível ‘pra’
caralho.
Mais apertada e úmida do que eu já senti.
Eu empurrei minha boca sobre aqueles lábios saborosos, dando-lhe
minha língua para chupar enquanto eu empinava meus quadris para trás e
dirigia para ela.
Ela parecia um túnel estreito e encharcado de prazer, mal grande o
suficiente para caber em mim e quando cheguei ao fim, arqueei para cima
para esfregar minha ponta para frente e para trás sobre seu ponto G antes
de sair e fazer isso de novo.
Suas unhas cravaram minha pele, seus dentes rangendo enquanto ela
gritava: — Dominick! Porra! — Suas pernas circularam sobre minha bunda,
os pés travados.
— Você gosta do meu pau?
— Oh Deus, sim. — Suas unhas se moveram para meus ombros,
esfaqueando ainda mais forte enquanto eu ganhava velocidade. — Não
pare.
Ela estava lidando com cada golpe que eu estava dando a ela.
Mas eu precisava de mais.
Eu precisava vê-la me foder, assumir o controle, liberar minhas mãos
para que pudessem vagar por seu corpo.
Afundando nela, eu a levantei no ar e montei suas pernas em volta
da minha cintura. Minha intenção era trazê-la para a cama, mas fiz uma
parada na parede mais próxima, empurrando-a contra ela para bombear
em sua boceta.
Ela balançou contra mim com cada unidade. — Porra! — ela gritou.
— Sim!
Suas unhas nunca saíram, mas moveram pontos, desta vez mais na
parte de trás dos meus ombros. A minha cravou em sua bunda,
mergulhando até que eu encontrei aquele buraco proibido, circulando ao
redor dele.
— Ahhh — ela exalou.
— Você quer mais?
Seu gemido foi minha resposta.
Mas meu pau não estava indo para lá. Anal não era para encontros
de uma noite, havia muita preparação envolvida e eu não tinha paciência
para isso agora.
Não quando eu precisava tanto dela.
Mas isso não me impediu de brincar, contornando aquele
buraquinho.
— Oh porra — ela uivou.
Oh porra estava certo. Eu apostaria qualquer coisa que sua bunda era
ainda mais apertada que sua boceta.
E mesmo que eu não visse essa garota amanhã de manhã, minha
mente não conseguia parar de fantasiar sobre como seria esse aperto ao
redor do meu pau.
Porra.
Eu a carreguei para a cama e a coloquei no chão, dando-lhe alguns
mergulhos duros antes de eu a colocar de joelhos. Mudei-a para o estilo
cachorrinho e entrei por trás dela, enrolando seu cabelo comprido em volta
do meu punho.
— Dominick — ela ofegou. — Simmm!
Daqui de trás, eu poderia alcançar um ponto ainda mais profundo,
especialmente se eu me curvasse e me virasse no caminho. Mas antes de
fazer isso, eu me certifiquei de que ela pudesse lidar com essa posição. Uma
vez que eu sabia que não era demais para ela, não mostrei piedade.
Nenhuma restrição. Ela tem cada centímetro de mim, todo o meu potencial,
cada pedaço de fricção que eu poderia fornecer, atingindo seu ponto G com
cada golpe.
E para adicionar a isso, eu esfreguei seu clitóris.
— Oh meu Deus!
Cada som que vinha dela fazia minhas bolas apertarem, meu orgasmo
à beira de explodir.
Ela me causava uma sensação muito boa.
Tão apertada.
Eu estava muito perto de gozar.
Eu a virei, movendo suas pernas ao redor do meu colo enquanto eu
pressionava minhas costas na cabeceira da cama. — Monte-me — eu exigi.
Quando ela começou a ganhar impulso, seus seios balançaram no
meu rosto. Eles eram muito bonitos para não chupar, então eu cerquei seu
mamilo, gentilmente roendo a ponta enquanto meu dedo ia mais fundo em
sua bunda. Ela estava apertando em ambos os pontos, seu clitóris
endurecendo, sua umidade engrossando.
Eu sabia antes mesmo de ela gemer: — Eu vou gozar.
Mudei para seu outro seio, mordendo apenas o suficiente para lhe
dar a menor onda de dor. Enquanto ela se movia para frente e para trás,
movendo-se mais rápido a cada passagem, eu me certifiquei de que seu
clitóris recebesse a mesma quantidade de atenção.
— Dominick...
Sua cabeça caiu para trás, mãos agarrando minhas coxas enquanto
ela trabalhava em cima de mim, seu corpo estremecendo com cada
bombeada.
A visão era linda ‘pra’ caralho.
— Inferno sim — eu rosnei, observando-a se desenrolar. — Você está
ainda mais molhada agora.
E mais sexy.
Sua bunda ainda mais estreita.
— Dominick — ela chorou, me dizendo que ela atingiu o pico.
Mesmo sabendo que seu corpo estava extremamente sensível agora,
eu não iria aliviar, entrando nela implacavelmente, retomando o
movimento em seu clitóris e dedilhado em sua bunda.
Havia uma coisa que eu queria dela, uma coisa que eu precisava
sentir, e era: — Você vai gozar de novo, Kendall.
— Porra.
Levou vários mergulhos antes que ela encontrasse um novo ritmo,
mas uma vez que ela começou, ela não parou.
Meus dentes cerraram com o atrito. A contratação. As esfregadas
rápidas e duras.
— É isso — eu respirei, lutando contra a construção enquanto minha
boca estava cheia de seu peito. — Monte essa porra de pau.
Ela subiu e desceu como se estivesse em um maldito cavalo, sua
boceta prometendo sugar cada gota de porra de mim. Ela não desistiu. Ela
não diminuiu. Ela só me deu mergulhos implacáveis dentro e fora de sua
boceta perfeita.
— Mantenha isso, e você vai me fazer explodir.
Seus movimentos me diziam que era isso que ela queria.
Assim como suas palavras, — Goze para mim — quando ela gemeu
em meu ouvido.
Ela circulou aquela bunda deliciosa como se estivesse dançando
sobre meu pau. Eu chiei com a onda passando por mim, a pressão em
minhas bolas.
— Foda-me — eu rosnei mais alto. — Faça-me gozar porra.
Era como se eu tivesse ligado um interruptor dentro dela, seu corpo
se movendo com mais intensidade, sua boceta me sugando de todos os
ângulos. Ela estava provocando meu esperma, desafiando-o com sua
boceta, arrastando cada sentimento, desejo, formigamento até eu explodir.
— Foda -se, Kendall.
Essa garota deslumbrante estava forçando meu orgasmo e seus
gritos me diziam que ela estava tendo outro.
— Foda-se sim — eu rosnei enquanto nossos corpos estremeciam
simultaneamente, nossos sons combinando, como se eles estivessem
lutando por mais tempo de ar.
— Ahhh, Dominick.
Eu a envolvi em meus braços enquanto ela batia seu corpo sobre o
meu, sua boceta tremendo, seu corpo tremendo, prolongando minha
liberação até que ela me esvaziou completamente, cada jato enchendo o
preservativo.
— Droga, Kendall, — eu sussurrei agora que nós dois paramos,
sentindo o gosto do suor em sua boca. — Você realmente sabe montar um
pau.
Sua risada era leve e honesta. — Você me deu um pau infernal para
montar. — Ela soltou um suspiro arenoso. — Eles não são todos feitos como
o seu.
Isso me rendeu um sorriso.
Ela era certamente uma das mulheres mais interessantes com quem
eu estive. Rápida com as palavras, requintado de se olhar, um corpo que
merecia ser adorado ‘pra’ caralho.
Eu esfreguei meu polegar em seu lábio inferior, segurando sua
bochecha, meus dedos na parte de trás de seu cabelo. — Como soa um
chuveiro?
— Celestial.
Olhei para sua boca, imaginando-a ao redor do meu pau, a sensação
de sua garganta enquanto se fechava ao redor do meu eixo, chupando a
ponta como sua boceta tinha acabado de fazer. — Só para você saber, não
vai dormir. — Eu puxei seu lábio para baixo, olhando para o tamanho de
seus dentes, pensando no que ela poderia fazer com eles. — Pelo menos
não por enquanto.
— Você quer dizer... — Sua voz foi cortada quando ela olhou para o
meu pau, vendo que eu já estava ficando duro novamente. Seus olhos eram
ferozes quando encontraram os meus. — Ah foda-se.
CAPÍTULO TRÊS
KENDALL

Merda, que horas são?


Eu me levantei da cama, para fora do casulo de cobertores e
travesseiros em que me enterrei e imediatamente cobri meus olhos da luz
do sol que entrava pelas persianas.
Ai.
Minha ressaca estava na frente e no centro. Eu tinha bebido muita
tequila na noite passada, aquelas margaritas skinnys caindo como água. Se
eu tivesse acordado meia hora antes, eu poderia apreciar o homem nu
deliciosamente perfeito deitado ao meu lado, deleitando-se com cada
momento que compartilhamos juntos na noite passada. Detalhes que eu
ainda conseguia lembrar da dor em meu corpo. Mas enquanto eu procurava
o relógio, um do lado de Dominick, brilhou um número que me dizia que eu
chegaria extremamente atrasada para a minha reunião.
Saí da cama, pulando pelo quarto com o equilíbrio de um cachorrinho
recém-nascido e tentei encontrar meu vestido, sapatos e bolsa – tudo que
eu tinha usado na festa do hotel. Cada item caiu em um lugar diferente no
chão no minuto em que ele me carregou aqui. Coletando minhas coisas em
meus braços, eu as trouxe para o banheiro. Coloquei meu vestido e amarrei
meu cabelo para trás com um elástico da minha bolsa, garantindo que a
maquiagem de ontem não escorresse pelo meu rosto antes de correr de
volta para o quarto.
Dominick ainda estava dormindo de bruços. Seus braços esticados
acima de sua cabeça, cabelos escuros e pele bronzeada cobrindo-os,
indícios de uma barba matinal nas partes não ocultas de sua bochecha.
E então havia sua bunda.
Duas colinas gostosas e duras que causaram um aumento no
cobertor.
Meu Deus.
Aquele homem era todo músculo, masculinidade e sexo.
Antes da noite passada, eu tinha certeza que unicórnios como ele só
existiam por causa do Photoshop.
Mas a prova estava bem na minha frente.
E porque eu era uma idiota, eu não tinha seu sobrenome, número de
telefone ou qualquer plano definido para vê-lo novamente.
Mas depois do que aconteceu nesta sala - a maneira como ele fez
meu corpo se sentir, a conexão que explodiu entre nós - eu precisava de
todas as suas informações.
Eu simplesmente não tinha tempo de acordá-lo e ter essa conversa.
Encontrei um pequeno bloco de papel e caneta na mesa de jantar.
Enquanto anotava meu nome e número e um pedido de desculpas por ter
que sair tão rápido, minha pele corou quando me lembrei do que ele tinha
feito comigo nesta madeira.
Deixei o bilhete em cima de suas calças e corri pelo corredor e entrei
no elevador, pedindo uma carona que me encontrou na frente do saguão
apenas um minuto depois que cheguei. Mesmo àquela hora da manhã, o
trânsito estava brutal, o motorista tendo que percorrer algumas rotas
alternativas apenas para evitar alguns dos congestionamentos mais
pesados.
Ao ver meu apartamento, abri a porta do banco de trás e tirei o
vestido assim que entrei. Eu ajustei meu cabelo em um nó mais alto e prendi
as mechas caídas no topo da minha cabeça e então entrei sob o jato quente
do chuveiro. Cobri minha bucha com meu sabonete corporal com cheiro de
praia e limpei Dominick da minha pele.
Caso de uma noite. Esse certamente não era um termo com o qual eu
estava familiarizado.
Eu conhecia a palavra namorado.
Relacionamento.
Comprometimento, sacrifício e compromisso.
Mas o que aconteceu na noite anterior – a falta de um sobrenome, o
tesão atrevido em que me transformei, sexo selvagem e apaixonado com
um completo estranho, alguém que conhecia meu corpo melhor do que
qualquer homem com quem já namorei – era uma linguagem que eu nunca
tinha falado antes.
Agora, cada vez que eu me movia, cada centímetro espreitando a dor
por dentro, era um lembrete.
Eu só podia esperar que Dominick mantivesse a mensagem que eu
deixei para ele e nós pudéssemos fazer tudo isso de novo – talvez com
comida e mais conversa da próxima vez.
Saí do chuveiro, enrolando uma toalha sobre meu corpo molhado e
peguei o primeiro vestido que encontrei pendurado no meu armário. Por
acaso era um maxi preto que combinei com um lindo conjunto de sapatilhas
e brincos grossos. Voltando ao banheiro, soltei meu cabelo, as ondas
naturais caindo sobre meus ombros e costas, domadas o suficiente para
que eu não tivesse que puxá-lo em um rabo de cavalo. Eu rapidamente
adicionei um pouco de rímel, brilho labial e mais blush nas minhas
bochechas já coradas e eu estava pronta para ir.
Eu tinha deixado minha bolsa e as chaves na minha cama e apertei as
duas em minhas mãos antes de sair para a garagem. Uma vez que eu estava
dentro do meu carro com a música alta, eu não tinha dirigido mais do que
dois quarteirões e tive que diminuir a velocidade para o tráfego. Em Boston,
onde passei minha vida inteira até seis semanas atrás, eu não tinha carro e
dependia do transporte público, um método rápido e eficiente que me
levava a todos os lugares que eu precisava ir.
Los Angeles não era esse tipo de cidade.
Quilômetros poderiam levar uma eternidade.
Esta manhã não foi diferente.
Eu estava dez minutos atrasada e ainda não tinha pegado o café – um
requisito estabelecido por minha irmã quando ela estava programada para
estar em qualquer lugar antes do meio-dia. Como sua assistente pessoal,
eu sabia que não deveria aparecer de mãos vazias e também sabia que não
havia negociação com suas regras.
Estacionei a alguns quarteirões da Starbucks, não querendo perder
mais tempo procurando um lugar melhor e me arrastei para dentro. A fila
tinha pelo menos vinte pessoas e cobria toda a parte de trás da loja.
Ela vai me matar.
No segundo em que entrei no lugar, meu telefone começou a vibrar
dentro da minha bolsa. Se eu pegasse, imaginei que haveria várias
mensagens de texto, chamadas perdidas, mensagens de voz, tudo da minha
irmã, perguntando onde eu estava.
Ela era exigente, rigorosa e extremamente argumentativa, uma
atitude sarcástica que simplesmente não deixava você ganhar, então não
havia razão para tentar. Crescer com ela foi uma aventura, mas ter que
trabalhar com ela todos os dias, nessa proximidade, era um nível de
intensidade inteiramente novo.
Eu ainda não tinha ideia de como ela me convenceu a deixar minha
cidade favorita e o trabalho que eu tanto amava para me mudar para cá e
ser sua vadia.
Dezoito meses mais nova que ela, eu saí do útero sabendo tolerar seu
comportamento. Mas, aparentemente, eu era a única que podia.
Porque seus últimos cinco assistentes se demitiram.
Depois que o último a abandonou, ela me implorou para vir trabalhar
para ela.
Eu não sabia que ponto tinha me vendido, mas eu tinha a seis
semanas.
— Ugggh — o cara na minha frente gemeu. — Esta fila mal está se
movendo. — Ele verificou seu celular novamente, olhando para a hora ou
suas mensagens, algo que ele tinha feito menos de um minuto atrás.
— Certo? — Eu concordei. — Eu preciso de uma varinha mágica e
um milagre. Estou… — olhei para o meu relógio — …quinze minutos
atrasada para uma reunião extremamente importante.
Ele se virou para mim, sua franja balançando tão baixo em seus olhos
que eu queria varrê-la atrás da orelha. — É com alguém que vale a pena se
gabar? — Sua gravata era preta e afiada, suas pálpebras com um delineador
esfumaçado que parecia muito melhor do que a maquiagem que eu estava
usando.
— O que você quer dizer?
Ele me avaliou como se fosse um comprador no atacado e eu
estivesse andando na passarela. — Há quanto tempo você mora aqui?
— Nem dois meses.
— Eu posso dizer. — Ele estendeu a mão. — Charlie, mas prefiro
Charlize porque sou fabulosa assim.
Eu sorri, já o amando. — Kendall.
— Então, Kendall, seu encontro com alguém é chique?
Dei de ombros. — Minha irmã e alguns de sua equipe.
— Se ela é alguém de quem todos nós já ouvimos falar, vou te
ensinar algo muito importante que você precisa usar a seu favor enquanto
trabalha nesta cidade.
— Ela é Daisy Roy, uma estrela de reality show.
— Daisy Roy, — ele repetiu. — Você quer dizer, a garota que está no
programa Single Girls of LA e cujo rosto está naquele outdoor? — Ele
apontou para a janela, onde havia uma fotografia gigante de Daisy sorrindo
com uma cerveja na mão – agora a mais nova porta-voz daquela empresa
de bebidas.
Eu balancei a cabeça. — Sim, a primeira e única.
— Garotaaa, veja isso. — Ele se moveu para o lado da fila, para ter
uma visão completa de todos que estavam ali, e disse: — Ei, pessoal, temos
um 911 aqui — Ele esperou até que a maioria das pessoas olhasse em sua
direção antes de continuar: — Esta aqui é a irmã de Daisy Roy e ela foi
enviada para pegar um café para Daisy, para uma audição que ela tem em
cinco minutos. Você acha que podemos fazer um bom negócio e deixá-la
cortar?
— Só se você puder me arranjar um encontro com sua irmã gostosa,
— um cara respondeu.
— Se você comprar meu café, eu vou deixar você se espremer —
disse uma mulher da frente.
— Você é um salva-vidas — eu respondi a ela e então olhei para
Charlize. — Jantar, bebidas, o que for - é tudo por minha conta.
— Não pense que eu não estou aceitando isso. — Ele me incentivou
em direção ao meu novo cargo e acrescentou: — Vou encontrar você no
Instagram.
— Pesquise na conta de Daisy, ela segue apenas algumas pessoas e
eu sou uma delas — eu disse a ele antes de chegar ao balcão. Dei meu
pedido ao barista e apontei para a senhora atrás de mim. — Eu também
vou pagar por tudo o que ela está pegando.
Quando peguei meu cartão de crédito, vi meu telefone acender com
mais textos e percorri minhas mensagens enquanto esperava pelas
bebidas.
Daisy: Por que você não me disse que ia se atrasar?
Daisy: Onde você está?
Daisy: Você está REALMENTE fazendo isso comigo? É para isso que eu te
pago?
Daisy: Não acredito que você ainda não está aqui...
Daisy: ME RESPONDE. ONDE VOCÊ ESTÁ?
Daisy: Vinte minutos. Você está brincando comigo?
Daisy: Você está oficialmente morta para mim. Ou demitida. Eu não posso
dizer qual me daria mais satisfação agora. Há literalmente fumaça saindo
dos meus ouvidos. POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI?
Chegou uma nova notificação, essa do Instagram, uma Charlize Frank
pedindo para seguir minha conta privada. Olhei para o final da fila e ele
estava sorrindo para mim, acenando.
Apertei Aceitar assim que um dos baristas gritou: — Kendall!
Sabendo que era melhor não responder à minha irmã - uma
mensagem neste momento só a deixaria mais irritada - peguei os dois cafés
e corri em direção à porta, agradecendo a todos que passavam na fila.
Quando cheguei a Charlize, disse a ele que entraria em contato e desci a
calçada em direção à The Agency, o grande arranha-céu no final.
Esta era a segunda vez que eu encontraria seu agente – seu
empresário e advogado também estariam presentes hoje – para discutir
alguns dos contratos que ela havia recebido recentemente. Eu
simplesmente odiava estar tão atrasada, me fazendo parecer uma
degenerada não profissional na frente de sua equipe.
Atrasada, como uma noite, era outra palavra que não fazia parte do
meu vocabulário.
— Estou aqui para a reunião de Daisy Roy, — eu disse para a
recepcionista, sem fôlego quando cheguei a sua mesa.
— Décimo andar. — Ela apontou para os elevadores à minha direita.
— Quando você sair, vire à esquerda e a sala de conferências é a última
porta no final. Você vai encontrá-los todos lá dentro.
— Obrigada.
Entrei em um elevador no momento em que as portas estavam se
fechando e tentei me preparar para a chicotada que estava prestes a
receber.
CAPÍTULO QUATRO
DOMINICK

— Sinto muito pelo atraso — ouvi quando a porta da sala de


conferências se abriu.
Um borrão de tecido preto e cabelos compridos se moveu pelo
espaço aberto até que a mulher pousou no assento ao lado de Daisy.
Não qualquer mulher.
Um com pernas magras e uma bunda incrível, um rosto que era mais
requintado do que qualquer outro que eu já tinha visto.
E tudo isso pertencia à garota que saiu da minha cama esta manhã.
A mesma garota de quem Daisy estava reclamando desde que essa
reunião começou. Daisy só tinha se referido a ela como sua irmã, então eu
não tinha feito a conexão.
Até agora.
Foda-me.
Daisy não esteve na inauguração do hotel e Kendall não mencionou
que elas eram irmãs.
Elas também não se pareciam em nada, não me dando razão para
alinhar as duas. Daisy tinha uma aparência mais inocente com cabelos lisos
e olhos grandes e redondos. Kendall tinha um apelo mais exótico com
cabelos rebeldes que eram quase pretos, um nariz pequeno e lábios que
teriam roubado o palco se não fosse por aqueles deslumbrantes olhos azuis
claros em forma de amêndoa.
Porra.
Eu tinha fodido um monte de mulheres nesta cidade. Clientes e suas
famílias eu evitei.
Enquanto Kendall se sentava ao lado da minha estrela de reality
show, uma expressão tão apologética em seu rosto, de repente eu senti
tanto quanto ela.
— Desculpe minha irmã terrivelmente rude — Daisy rosnou. — Ela
se mudou de Boston para cá e aparentemente não sabe ver as horas.
— Sinto muito — Kendall repetiu. — Ainda estou aprendendo o
trânsito de Los Angeles e é um hospício lá fora.
— De qualquer forma. — Daisy revirou os olhos. — Kendall, acho que
você conhece todo mundo aqui, exceto Dominick Dalton… — ela apontou
para mim — …meu advogado.
Kendall estava se acomodando em sua cadeira, tomando um gole de
café, quando nossos olhares se encontraram.
Quando a percepção a atingiu, seu corpo congelou, os olhos se
arregalaram, as bochechas ficaram ainda mais vermelhas do que no
corredor do banheiro.
Eu gostei dessa cor nela.
Eu gostaria ainda mais se viesse em lingerie de renda que
emoldurasse seus seios com uma corda na bunda.
— Kendall…
Ela engoliu em seco, respirando longa e profundamente, tentando
esconder o choque que certamente ecoava por seu corpo, um sentimento
que produziu o olhar mais sexy em seu rosto. — Dominick, é um prazer
conhecê-lo.
Ela não estava revelando nosso segredo.
Isso me agradou.
— Você também — eu respondi.
Eu me perguntei se sua boceta estava molhada. Se ela me deixasse
abrir as pernas sobre a mesa, do jeito que eu tinha feito há menos de doze
horas, se fôssemos deixados sozinhos aqui. Se seus mamilos estavam
ficando duros e eretos enquanto ela olhava para mim.
Como a porra do meu pau.
— Podemos começar a trabalhar agora? — Daisy exigiu. — Tenho
uma sessão de fotos depois disso para a qual ninguém vai me atrasar. — Ela
olhou para sua irmã.
— Sinto muito — Kendall sussurrou para ela.
Nos oito anos em que pratiquei direito do entretenimento, vi muitos
tons diferentes de pessoas. A maioria nas profundezas de sua carreira, esse
nível de renda de acordo com o que era necessário para me pagar. Metade
das pessoas sentadas à minha frente eram amigáveis e humildes, a próxima
porcentagem eram idiotas arrogantes.
Depois, havia clientes como Daisy Roy.
Na frente da câmera, ela era a luz do sol. Grifes adoravam seu brilho
arejado, seu sorriso sozinho poderia vender milhões de produtos. Mas uma
vez que a câmera desligava e as luzes diminuíam, não havia nada brilhante
nela.
Ela era toda vadia.
Felizmente, nossas reuniões eram raras.
Lia seus contratos, dava conselhos jurídicos, negociava acordos em
seu nome.
E enviava a ela minha conta com quinze por cento a mais, o que
tornava sua atitude um pouco mais fácil de tolerar.
Greg, o agente de Daisy, abriu a pasta que estava na frente dele e a
deslizou na direção de Daisy. — Aqui estão as ofertas que tenho para você.
Desde que Greg tinha me enviado os contratos por e-mail alguns dias
atrás, eu fiz minha devida diligência e os digitalizei antes desta reunião. Isso
me deu o conhecimento para responder a quaisquer perguntas que Daisy
tivesse. Agora que as filmagens terminaram em outra temporada de Single
Girls of LA – a série que disparou sua fama – vários outros programas
estavam interessados nela.
— Antes de você ler qualquer uma das ofertas — começou Greg, —
eu gostaria apenas de dizer que quanto mais tempo de tela você tiver,
maior será seu potencial de ganhos. Então, olhe para isso com uma mente
aberta e, daqui para frente, temos que garantir que você mantenha a
imagem que trabalhamos tanto para alcançar.
As pálpebras de Daisy se estreitaram. — O que você está tentando
dizer, Greg? Que não tenho feito um bom trabalho em manter minha
reputação? — Ela abriu todas as páginas à sua frente. — Você vê quantos
tem aqui? Claramente, há muitas pessoas que me querem.
— Só estou lhe dizendo, você tem que ter cuidado. Essa é a única
mensagem que estou tentando enviar. Digo a mesma coisa a todos os meus
clientes — respondeu.
— Salve seus sermões. Ou melhor ainda, use-os na minha irmã. Ela é
a única que parece não consegue seguir as regras.
Em uma situação diferente, eu tinha certeza de que Kendall poderia
se virar sozinha.
Mas comigo na sala, minha paciência sendo testada, eu não ia
aguentar mais nenhuma merda que fosse direta ou indiretamente
direcionada a ela.
— Daisy, Greg não está atacando você. Ele viu muitas carreiras em
chamas e ele está apenas tentando cuidar do seu melhor interesse. — Eu
acenei para a pilha em suas mãos. — Ele garantiu vários acordos
extremamente substanciais e não teria feito isso se não visse seu potencial.
Daisy riu, um som que me disse que eu estava desperdiçando o
tempo dela – e o meu – e ela começou a revisar a primeira folha. — Não.
Definitivamente não este. É muito físico e eu não suporto suar. Próximo. —
Ela jogou o papel e pegou outro, instantaneamente degradando Greg por
apresentá-lo a ela.
Enquanto ela passava para o terceiro, eu olhei para Kendall, seus
olhos nunca deixando sua irmã, como se ela estivesse esperando por uma
próxima demanda.
Como não pude evitar, perguntei: — O que você fazia antes de se
tornar assistente de Daisy?
Ela respirou fundo, virando-se lentamente para mim. — Eu era uma
artista.
— Artista? — Daisy deu uma risadinha. — Não nos deixemos levar.
Você era uma designer gráfica.
— Sim, isso é verdade — Kendall respondeu sem nenhum desafio em
sua voz, — mas eu fazia arte em paralelo, principalmente coisas voluntárias.
— Para pessoas de noventa anos em asilos, cujas mãos eram muito
artríticas para segurar um pincel — Daisy interveio novamente. — Esta
oferta é um festival de ronco. — Em vez de deixar o papel de lado, ela o
rasgou.
— E você desistiu de tudo isso para vir aqui? — Eu perguntei a
Kendall.
Ela segurou o café contra os lábios, mesmo depois de terminar de
engolir, me dizendo que a pergunta a deixou desconfortável. — Ainda faço
arte. Não na mesma capacidade, mas gerencio as mídias sociais da Daisy,
crio e edito todos os vídeos para as contas dela e manipulo digitalmente as
fotos.
De repente, tive vontade de verificar as contas de Daisy para ver que
tipo de trabalho Kendall era capaz de fazer – algo que eu faria depois dessa
reunião.
Esse pensamento me surpreendeu.
Além de seus corpos, eu normalmente não tinha interesse nas
mulheres com quem dormi, nenhum desejo de contatá-las quando
acordasse na manhã seguinte. Mas quando minha governanta levasse
minhas calças para lavar a seco esta semana, ela encontraria o bilhete de
Kendall no bolso e o colocaria na ilha do meu armário.
Eu não tinha certeza por que eu tinha levado para casa comigo.
Essa era a verdade que me assombrava enquanto observava Daisy
rasgar outra folha.
— Isso é uma piada? — ela rosnou. — Não sei cozinhar e sou
intolerante à lactose. Por que você acha que eu estaria interessada nisso?
Enquanto Kendall se concentrava em sua irmã, eu olhava para ela,
analisando cada centímetro de seu lindo rosto fodido.
Ontem à noite, ela estava deslumbrante.
Mas à luz da manhã, ela era ainda mais bonita.
Sexy de uma forma sutil e charmosa. Cativante. E ela tinha um
coração – eu podia ver isso daqui. Eu podia sentir isso em cada resposta que
ela dava.
Naquele bar na cobertura, ela me fez parar. Ela estava fazendo a
mesma coisa agora.
Inclinei-me sobre a mesa e os botões das mangas do meu terno
fizeram um som ao rasparem na madeira, fazendo com que Kendall olhasse
para mim.
— Você já pensou em entrar na televisão? — Eu perguntei a ela.
Ela imediatamente balançou a cabeça, aqueles sedutores cachos
escuros caindo em suas bochechas. — De jeito nenhum. Eu não tenho o
rosto ou a personalidade.
Foi a minha vez de rir. — Eu teria que discordar.
— Eu sei que você não está sugerindo o que eu acho que você está
— Daisy me disse como um aviso. Então, ela desviou o olhar para Greg. —
Este… — ela jogou um contrato nele como se fosse um Frisbee — …é
nojento. Você comeria uma barata viva por um quarto de milhão de
dólares?
Não havia dúvida em minha mente de que Kendall tinha um futuro
na TV. Eu podia sentir isso em meus malditos ossos. Eu podia ver isso
enquanto ela olhava para mim – o olhar que apaziguaria a América, o corpo
que todo homem desejaria estar dentro, a voz que não iria dar nos nervos
de ninguém.
Tudo só dependia se ela queria ou não.
— E se eu te disser que posso conseguir um papel em um reality
show promissor? Você aceitaria?
— Espere — Daisy retrucou. — Esta reunião não é sobre mim?
— Seu agente trabalhou duro para encontrar os programas que
estão delineados na sua frente — respondi a ela. — Esta oferta é apenas
para sua irmã.
Daisy cerrou os dentes enquanto o queixo de Kendall caía.
— Dominick... você está falando sério? — Kendall disse suavemente.
— Eu não brinco.
Aqueles grandes olhos azuis de tirar o fôlego estavam tão abertos
que eram do tamanho de meio dólar.
— Eu... — Kendall balançou a cabeça. — Eu não sei o que dizer.
Eu a ouvi falar essas palavras antes.
E eu sabia o que eles levaram da última vez.
— Diga sim, Kendall.
— Absolutamente não — Daisy interrompeu. Dirigindo-se agora à
irmã, ela disse: — Você é minha assistente. É por isso que eu trouxe você
aqui. Não estou compartilhando um empresário e um agente e um
advogado e uma tela de TV com você.
— Ninguém disse nada sobre compartilhar, Daisy. — Recostei-me na
cadeira, cruzando os braços sobre o peito. — Este prédio está cheio de
empresários e agentes que são mais do que qualificados para representar
sua irmã. Você tem sua equipe. Ela terá a dela.
Daisy olhou para Greg. — Como diabos meu advogado tem um show
de TV para oferecer à minha irmã e você não consegue me encontrar um
programa decente para sequer considerar? — Ela bufou. — Isso é uma
merda.
— Eu não quero aborrecê-la mais do que eu já fiz — disse Kendall,
seus olhos apenas em mim. — Vamos nos concentrar apenas em Daisy e
encontrar para ela a melhor oferta que pudermos.
Daisy prosperava quando estava cercada por pessoas como Kendall.
Garotas que recuavam porque não valia a pena lutar, que eram gentis e
mais fáceis de manipular, que sacrificariam sua felicidade por ela.
Eu tinha cobertura zero neste processo. Eu não ganharia um centavo
se Kendall aceitasse o trabalho. Mas meu melhor amigo precisava de uma
estrela e havia uma sentada na minha frente agora.
— Kendall, olhe para mim. — Levou vários momentos antes que seu
olhar encontrasse o meu. — Diga-me o que você quer.
CAPÍTULO CINCO
KENDALL

Coincidências.
Houve momentos tão irônicos, tão alucinantes, que tive que me
beliscar. Isso foi o que eu fiz quando coloquei os olhos em Dominick,
sentado à minha frente em um terno escuro deliciosamente bonito, uma
gravata listrada prateada, o cheiro de banho e luxúria flutuando dele.
Realmente, quais eram as chances de que o homem que eu não
conseguia parar de pensar fosse o advogado da minha irmã?
E agora, ele estava olhando para mim, esperando por uma resposta
para uma pergunta que era completamente insana.
Eu... atuando... em um reality show?
Não.
Mas o sorriso em seus lábios, a promessa em seus olhos, me disse
que ele acreditava em mim. Que ele queria isso para mim, que ele faria isso
acontecer.
Eu só tinha que dizer sim.
Larguei meu café que estava segurando contra minha boca, limpando
a espessura da minha garganta e olhei para o meu colo. Se eu olhasse para
minha irmã, eu sabia o que sua expressão mostraria – sua opinião era mais
do que clara. Mas eu precisava de um momento que não fosse influenciado
por ela para respirar, para colocar meus pensamentos em ordem.
Quando finalmente olhei para cima novamente, a confiança nos
olhos de Dominick não vacilou nem um pouco.
— Sim.
Minha irmã engasgou, sua mão voando pelo espaço aberto entre nós
para agarrar meu braço, mas isso não tirou meu foco de Dominick e eu o
observei se levantar de sua cadeira e fazer o seu caminho.
Ele agarrou o topo do meu assento, deslizando-o para longe da mesa.
— Venha comigo.
Meu coração batia tão alto que eu tinha certeza que ele podia ouvir.
— Agora?
— Sim, Kendall. Agora.
Eu não senti meus pés quando ele me levou para fora da sala de
conferências, cada passo acontecendo sem meu controle, me trazendo
mais fundo neste sonho louco.
— Eu não posso acreditar que isso está acontecendo — eu sussurrei,
a porta de cada escritório passando zunindo por mim enquanto eu lutava
para acompanhar seus longos passos.
— Acredite.
A barba em suas bochechas esta manhã tinha sido raspada. Os dedos
que estavam dentro de mim na noite passada estavam agora na parte
inferior das minhas costas. Os arrepios que ele me encheu voltaram, desta
vez no meu peito.
— Por que você está fazendo isso? Quero dizer, me ajudando a
conseguir esse emprego?
Seu sorriso me fez querer derreter no tapete.
— Conheço uma estrela quando vejo uma, Kendall.
Eu tinha certeza de que tinha parado de respirar, o ar ficando
especialmente quente quando começamos a desacelerar, a última porta no
final do corredor nosso destino óbvio.
Quando paramos na frente dele, Dominick bateu.
— Entre — foi falado do outro lado.
A mão de Dominick me deixou quando ele disse: — Dê-me dois
minutos. Eu preciso falar com Brett, então eu vou voltar e pegar você.
Eu balancei a cabeça, palavras tão longe do meu cérebro que eu não
poderia formar nenhuma se eu tentasse.
Ele desapareceu dentro do escritório, fechando a porta atrás dele, e
eu me encostei na parede ao meu lado precisando de sua estabilidade para
aguentar um pouco do meu peso.
Que diabos estou fazendo?
Eu não sabia nada sobre atuação ou televisão, além do que aprendi
nas seis semanas em que trabalhei para Daisy. E minha irmã, que
considerava todas as garotas do mundo como sua competição, ia me matar
por deixar sua reunião e concordar com a oferta de Dominick.
Eu tinha certeza de que as ameaças de morte já estavam vindo do
meu telefone, pois ele estava vibrando na minha bolsa desde o momento
em que saímos da sala de conferências.
Abri o zíper da pequena bolsa para olhar.
Daisy: Precisamos conversar.
Daisy: AGORA.
Daisy: Você é minha assistente, não uma estrela de TV.
Daisy: Eu não posso acreditar que você está considerando isso.
Daisy: Volte aqui.
Daisy: KENDALL, que porra é essa?!
As bolhas embaixo de sua última mensagem me disseram que ela não
tinha parado de gritar, que havia mais mensagens a caminho.
Não consegui ler outra.
Fechei o zíper da minha bolsa e agradeci aos céus que eu tinha meu
próprio apartamento e não estava dormindo na casa dela. Depois de tudo
o que aconteceu hoje, ela não ia deixar as coisas bonitas para mim.
Isso vale a pena?
Eu sou louca por cogitar essa ideia?
Ninguém poderia ajudar Daisy como eu. Ela precisava da minha ajuda
e eu não sabia como essa oportunidade afetaria isso. Eu não estaria em LA
se não fosse por ela, e agora, menos de dois meses depois, eu já estava
pensando em aceitar um emprego diferente.
No que estou me metendo?
— Você está pronta? — Dominick disse assim que abriu a porta, me
assustando. Eu deslizei para dentro da pequena fenda enquanto ele
continuava: — Kendall, eu quero que você conheça Brett Young.
Eu não precisava da introdução. Sua noiva era uma das atrizes mais
famosas de Hollywood, tornando Brett Young um nome familiar. Fotos
deles estavam nas páginas de todas as revistas e artigos online. Havia
páginas de fãs no Instagram dedicadas apenas a eles.
Mas profissionalmente, Brett era um dos melhores agentes do
mundo e um dos donos da The Agency, uma empresa que Daisy
mencionava pelo menos uma vez por dia desde que seu agente trabalhava
para ela. Ter Brett representando ela era o objetivo final de Daisy.
E agora, eu estava de pé na frente de sua mesa.
Que porra é essa?
— Brett, esta é Kendall Roy — disse Dominick, terminando a
apresentação.
Brett se levantou atrás de sua mesa, estendendo a mão e eu apertei
seu aperto firme.
— É um verdadeiro prazer — eu me ouvi dizer.
— Igualmente.
Ele se sentou, gesticulando para que fizéssemos o mesmo, Dominick
e eu ocupamos as duas cadeiras vagas.
— Meu amigo Dominick tem um olho impecável para o talento —
começou Brett. — Na verdade, juntos, fechamos alguns dos maiores
negócios de entretenimento do mundo. — Quando ele parou, uma onda de
calafrios percorreu meus braços e meu peito, cada martelada do meu
coração fazendo minha garganta estremecer. — Quando ele me diz que
tem alguém para um dos meus shows, eu confio na palavra dele. — Ele
olhou para Dominick e depois de volta para mim. — Eu vejo por que ele
escolheu você.
Você faz?
Esse pensamento não saiu da minha cabeça.
Em vez disso, ferveu e ferveu.
— Diga-me, Kendall, você está interessada em ouvir sobre a oferta?
— Eu penso que sim. — Limpei minha garganta. — Isso é tão
inesperado. Quer dizer, eu nunca imaginei nada disso, então, por favor,
desculpe tudo o que estou dizendo. Receio que não esteja fazendo nenhum
sentido.
Ele riu, cruzando as mãos sobre o tampo de madeira escura. — As
filmagens começam em duas semanas. Apresenta um grupo de seis garotas,
destacando suas vidas em LA. Semelhante ao show em que sua irmã está,
mas mais sofisticado. Pense em voar em um jato particular para Bali,
jantando apenas em restaurantes de primeira linha, sendo conduzido pela
cidade em um Rolls-Royce.
Eu não conhecia essa vida. Minha irmã ganhou uma tonelada de
coisa, mas não fui eu. Eu tinha comprado um carro usado de sete anos e
pagaria meus empréstimos estudantis e dívidas de cartão de crédito até
morrer. A renda que adquiri estava longe de ser fenomenal.
— Não se preocupe — acrescentou. — O programa assumirá o custo
de tudo e pagará um bom salário. — Ele empurrou uma pilha de papéis na
minha direção. — O burburinho preliminar foi tão forte que eles esperam
quebrar todos os recordes de streaming e TV a cabo em sua categoria. As
taxas de publicidade dobraram apenas no último mês. Em outras palavras,
esperam uma segunda temporada.
Isso era grande.
Mas não era nada comparado ao sentimento que me atingiu quando
olhei para baixo e vi o salário listado na primeira página do contrato.
Juntei minhas mãos para impedi-las de tremer. Eu poderia pagar
meus empréstimos estudantis e dívidas de cartão de crédito junto com meu
carro e pagar antecipadamente um ano inteiro – ou quatro – de aluguel, e
ainda teria uma quantia enorme para guardar no banco.
— Esse salário é apenas um ponto de partida — disse Dominick. —
Brett e eu vamos conseguir mais.
— Mais?
— Nós somos bons para um aumento de cerca de vinte por cento —
Brett admitiu.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
Vendo.
Lendo na folha na minha frente.
— Quanto ao papel, o estúdio está procurando alguém com faísca.
Nem o iniciador de fogo, nem alguém tímido ou reservado. Preciso de uma
mulher perspicaz e charmosa. — Seus olhos se estreitaram. — Tenho a
sensação de que é você, Kendall.
— É — Dominick concordou. — Direto do seu âmago.
Procurei em seus rostos, precisando ouvir a resposta, embora
estivessem mostrando para mim. — Você tem certeza de que sou a pessoa
certa para isso? — Minhas mãos agarraram os braços com ainda mais força,
a madeira embaixo deles provavelmente encharcada de minhas palmas.
— Não há dúvida em minha mente — respondeu Dominick. Sua voz
baixou, um som que eu ouvi muitas vezes na noite passada quando seu
corpo estava em cima do meu. — A América vai se apaixonar por você.
Mudei meu olhar para Brett, engolindo em seco, quando ele disse: —
Isso será apenas o começo. Você vai conseguir acordos de patrocínio,
outras ofertas de programas de TV, aparições pagas. A lista é honestamente
interminável.
— E você acha que eu posso lidar com isso sem treinamento? Sem
tempo gasto na frente da câmera? Nenhum conhecimento desse negócio,
além do que fiz por Daisy?
Os pensamentos estavam circulando tão rápido no meu cérebro que
eu não conseguia acompanhá-los.
— Sim — eles disseram simultaneamente.
Eu balancei minha cabeça, tentando processar. — Posso ter um
segundo para pensar sobre isso?
Brett levantou o contrato da mesa e o entregou a Dominick. — Seu
advogado precisa revisar os termos, e temos algumas negociações para
fazer. Isso levará cerca de quarenta e oito horas. Será tempo suficiente?
Eu balancei a cabeça.
— Você precisa saber, você não está sozinha nisso, Kendall —
Dominick me disse. — Brett será seu agente agora e daqui para frente.
— A menos que você prefira outra pessoa — Brett respondeu. — Nós
também forneceremos a você uma empresária – Valerie, uma colega
minha, ela seria um complemento perfeito para sua equipe. E legalmente,
Dominick te dá cobertura para qualquer coisa que você precise.
Quando olhei rapidamente para Dominick, seus olhos estavam
fazendo essa promessa.
— Antes de você sair, eu quero que você pare na mesa da minha
assistente. Ela precisará de uma cópia de sua licença e informações de
contato, para que possamos enviar o contrato por e-mail e colocá-la em
nosso sistema.
Eu tinha que ficar me lembrando que eu não era uma mosca na
parede. Que eu estava realmente aqui, que Brett iria me representar, não
Daisy.
— Você tem alguma pergunta para mim? — perguntou Bret.
Eu tinha um milhão, mas nem sabia por onde começar. Mas havia
algo me incomodando, algo que provavelmente não estava definido no
contrato, então perguntar era a única maneira que eu saberia.
— As filmagens serão o dia todo, sete dias por semana? — Eu
respirei. — Estou tentando descobrir se ainda há alguma maneira de ajudar
minha irmã – eu sei que ela precisa de mim – e continuar sendo voluntária
alguns dias por semana. — Olhei para Dominick. — Encontrei um lar de
idosos super fofo perto do meu apartamento e as senhoras adoram minha
aula de aquarela.
Dominick virou-se para olhar para Brett e disse: — O que eu te disse?
Bret assentiu. — Você tem razão. Ela é perfeita 'pra' caralho.

***

Charlize: Ainda bem que você se mexeu. Eu poderia ter dado à luz um
homem-bebê por quanto tempo eu permaneci naquela fila. Espero que sua
reunião tenha sido fabulosa e você não tenha chegado muito tarde. Legal
te conhecer hoje, amiga.
A mensagem privada de Charlize pelo Instagram foi a primeira coisa
que vi quando entrei no carro e abri minha bolsa. Eu precisava de alguns
minutos para me acalmar antes de ligar para meus pais para contar as boas
notícias e tentar dirigir para casa. Meu telefone era a distração perfeita.
Mas mesmo enquanto eu examinava suas palavras novamente, o tremor
do meu encontro com Brett e Dominick não estava apenas enviando ondas
através de mim, estava provocando um tsunami.
Eu: Cheguei muito tarde, mas algo selvagem e completamente inesperado
aconteceu enquanto eu estava lá. Me ofereceram um papel na TV e agora
preciso decidir se vou aceitá-lo. Quem teria pensado? Porque eu
seriamente não teria.
Apertei Enviar e continuei olhando para a tela, me perguntando por
que estava confessando isso para um completo estranho. Mas eu não tinha
casa de ninguém para ir agora, ninguém para conversar sobre isso. Além de
minha irmã, eu não tinha amigos em Los Angeles e Daisy queria desmontar
meu corpo no momento e jogar meus membros no Pacífico. Meus amigos
em Boston pensariam que eu tinha enlouquecido – e talvez eu tivesse – mas
algo me dizia que Charlize entenderia de uma forma que eles não
entenderiam e ele me daria alguns bons conselhos.
Charlize: O QUE? Oh, inferno sim. Não que eu esteja surpreso. Você é linda,
e você está em LA. Era apenas uma questão de tempo até você ser pega.
Quando estamos comemorando? E é melhor ser com algo mais forte do
que um café com leite.
Eu: Hoje à noite?
Charlize: Sim, garota. Sim!
CAPÍTULO SEIS
DOMINICK

— Você sabe que ela está com medo, não sabe? — Brett disse no
segundo em que Kendall saiu de seu escritório. — O tempo todo que ela
esteve aqui, ela parecia um maldito cervo preso nos faróis.
— Ela é humilde. — Recostei-me na cadeira, usando as palmas das
mãos como travesseiro, abanando os braços de cada lado. — E a irmã dela
quer matá-la, então tem isso também. — Sorri ao pensar no brilho nos olhos
de Kendall quando lhe ofereci o show. A forma como seus lábios se
voltaram para cima, suas sobrancelhas subindo, o calor que se moveu em
suas bochechas. — Cara, ela vai ser perfeita.
Ele levantou o café e voltou para a cadeira, chutando os pés em cima
da mesa. — Você sabe, quando eu conheci James, eu não disse a ela que eu
era um agente. Eu não escondi o fato, eu só não mencionei isso. Jesus, eu
não consegui manter minhas malditas mãos longe dela naquela noite. —
Ele balançou a cabeça, sorrindo. — Uma vez que nos separamos na manhã
seguinte, mandamos mensagens algumas vezes e então a oportunidade de
ser seu agente caiu bem no meu colo. — Uma expressão séria tomou conta
de seu rosto. — Exceto que havia um problema. Eu já tinha dormido com
ela.
Meus braços caíram, meu pé saltando no ar depois que cruzei as
pernas. — Por que você está me contando isso?
— Quando me sentei naquela mesa de conferência, a chance de ser
o agente de James pendurada bem na minha frente, eu tinha o mesmo
maldito olhar no meu rosto que você tinha quando Kendall estava sentada
ao seu lado.
— O que você está tentando dizer?
— Irmão, é preciso um para conhecer outro e eu vi essa merda vindo
de uma milha de distância. — Ele tomou um gole de seu café. — Kendall era
a garota de vestido verde, a que eu suponho que você levou para o seu
quarto de hotel na noite passada?
Quando estávamos deste lado da indústria, todos jogávamos pelas
mesmas regras. Brett foi o primeiro em nosso grupo a quebrar um, e deu
certo para ele, mas a maioria não, e ele estava tentando me avisar.
Suspirei. — Eu não sabia que ela era irmã de Daisy até nosso encontro
esta manhã.
Seus pés caíram no chão e ele inclinou os braços sobre a mesa. — É
tarde demais para dizer para você não fazer isso, mas posso lhe dizer que
isso pode acabar mal se continuar.
— Continuar? Você me conhece melhor que isso. — Eu ri. — Acerte,
desista ou neste caso, trabalhe para isso. Mas nada além de negócios vai
acontecer entre Kendall e eu, isso eu garanto.
Sua mão foi para o rosto, como se ele fosse tossir, mas uma risada
longa e profunda saiu em vez disso. — Tolo, com quem você pensa que está
falando? Você realmente acha que eu acredito nisso, porra?
— Por que você não faria?
Seus olhos se estreitaram. — Eu vi o jeito que você estava olhando
para ela. Você estava fazendo tudo ao seu alcance para não jogá-la na
minha mesa.
Ele não estava errado.
Eu não conseguia parar de pensar naquele corpo fodido. Eu
praticamente podia senti-la sob meus dedos, saborear sua pele na minha
língua.
Mas as coisas haviam mudado.
Ela logo se tornaria uma cliente e isso era algo em que eu não iria
mexer.
— Não vai acontecer, cara. — Eu balancei minha cabeça para
enfatizar o ponto. — Confie em mim.
Ele bateu o punho na madeira. — O que você quer colocar nisso?
— Seu avião.
Ele riu novamente. — É uma aposta que eu não vou perder, então
por que você não me diz o que eu vou receber se eu ganhar?
— Diga seu prêmio, um dos meus carros, uma viagem para a porra
de Fiji, cem mil, o que você quiser.
Ele estendeu a mão na minha direção. — Você tem um acordo. —
Uma vez que nos cumprimentamos, ele acrescentou: — Agora, tire sua
bunda daqui e vá ler o contrato dela. Temos uma porra de um novo cliente
para assinar.
***
— Seu dia foi tão louco quanto o meu? — meu irmão Jenner
perguntou do outro lado da pequena mesa onde estávamos sentados do
outro lado do bar.
Eu levantei meu dirty martini até meus lábios, pulando o gole para
um grande gole. — Você não faz a menor ideia. — Eu devolvi o copo ao seu
lugar na minha frente, envolvendo minha mão ao redor da haste fina. — Eu
estava em uma reunião com Daisy Roy. Sua irmã, que por acaso é sua
assistente, chegou atrasada e eu ofereci a ela um reality show na hora.
— Como Daisy reagiu a isso?
Até meu irmão, que não tinha nada a ver com o setor de
entretenimento de nossa empresa, sabia de sua reputação.
— Exatamente do jeito que você espera. — Eu bufei. — Eu
mencionei, a irmã dela é a garota que eu trouxe para o quarto do hotel na
noite passada?
— Seu cão sujo de merda.
— Cara, ela é perfeita 'pra' caralho. Um corpo incrivelmente
fabuloso, um rosto que dispensa maquiagem. Gentil, carismática… — fiz
uma pausa para gemer — …e ela pode montar um pau.
— Perfeita para o show… — seus olhos se estreitaram — …ou para
você?
— Jesus, você e Brett são muito implacáveis. Para o show, idiota.
— Tudo bem, eu semi-aceito isso. Temos certeza de que Daisy ainda
não a estripou, transformando isso em um verdadeiro especial de crime?
Eu ri, terminando o resto da minha bebida, e a garçonete
imediatamente passou para perguntar se queríamos outra rodada.
— Mantenha-os vindo — eu disse a ela.
No momento em que ela deixou nossa mesa, um flash de movimento
a vários metros de distância chamou minha atenção. Era uma garota,
jogando o cabelo por cima do ombro, as ondas longas e grossas agitando
uma noite cheia de lembranças na minha cabeça. As mesmas mechas que
eu tinha enrolado no meu pulso e puxado pelas costas dela, expondo seu
pescoço. Com o perfil de Kendall agora de frente para mim, meu olhar
baixou, lembrando aqueles lábios carnudos e grossos que eu gentilmente
roí.
— Não brinca — eu disse principalmente para mim mesmo quando
notei o cara sentado ao lado dela.
Seu batom brilhante e unhas pintadas eram sinais que me diziam que
eles não estavam em um encontro.
Olhei para meu irmão. — Eu posso garantir a você, ela está muito
viva. — Apontei para a mesa dela. — E acontece de ser ela bem ali.
— Droga, você não estava brincando. Essa garota é um fodido
nocaute. — Ele piscou. — É uma pena que você tenha chegado a ela
primeiro.
Ignorando seu comentário espertinho, observei os ângulos de seu
pescoço, a forma como sua blusa mostrava seus seios incríveis, suas lindas
e longas pernas que se prenderam em volta da minha cintura, mantendo-
me dentro de sua boceta.
— Marque minhas palavras... ela vai ser uma estrela do caralho.
Eu nem tinha fechado minha boca ainda quando Kendall olhou
através do bar, seu olhar lentamente percorrendo o espaço entre nós até
que finalmente pousou em mim.
“Dominick”, ela murmurou, a surpresa clara em seus olhos.
Ela olhou para o amigo e disse algo para ele, e agora, ambos estavam
olhando para mim.
Eu murmurei, “Venha aqui” e acenei para ela.
Apenas cerca de doze horas se passaram desde que eu a trouxe ao
escritório de Brett e o estúdio ainda estava refletindo sobre o novo salário
que tínhamos contra oferecido, então eu não sabia o que dizer a ela. Eu só
sabia que precisava dela mais perto. Ver aquela boca enrugada em torno
de um canudo, imaginar meu pau deslizando nele. Para ver se seus mamilos
endureceram quando ela chegasse perto de mim, se sua pele corou, se uma
fina camada de suor subia, da mesma forma que quando ela sugou meu pau
na noite passada.
Enquanto ela se aproximava, calças de couro justas revelavam as
curvas de seus quadris, o contorno de suas coxas, o espaço grosso entre
elas. O top que ela usava era pequeno e confortável, cada passo me dizendo
que ela não estava de sutiã.
Meu pau já estava duro, gritando para estar dentro dela.
— Oi — ela disse quando ela me alcançou. — Esta é meu amigo
Charlize. — Ela olhou para Charlize e acrescentou: — Este é meu advogado,
Dominick, e...
— Jenner — meu irmão disse, apresentando-se, apertando suas
mãos.
— Prazer em conhecê-lo — eu disse a Charlize enquanto ele apertava
levemente minha mão. Assim que ele me soltou, chamei a garçonete e
disse: — Uma rodada de shots – para dá-lhes força – e reabastecimentos
para o que quer que estejam tomando — Apontei para Kendall e Charlize,
para que ela soubesse a quem eu estava me referindo.
— Margaritas Skinnys para nós dois, — Kendall disse à garçonete. Ela
então olhou para mim. — Obrigada. Você realmente não precisava fazer
isso, mas certamente agradecemos.
— O que você quer dizer? Temos algo para comemorar esta noite.
Seu sorriso alcançou seus olhos. — Ainda estou em choque total. Eu
pensei que iria passar ou que a tequila iria domá-lo um pouco. — Ela
balançou a cabeça. — Mas não tem. De forma alguma.
Coberta em um brilho vermelho profundo, sua boca era ainda mais
atraente do que quando eu a estava beijando. Seus dentes brilhando atrás
de seus lábios, brancos e afiados, me fizeram imaginar que parte de mim
ela morderia se eu deslizasse meu pau em sua bunda.
— Como estão as coisas com Daisy?
— Bom Deus — Charlize gemeu. — Precisamos de mais coquetéis
para essa conversa.
Eu vi como a admissão de Charlize afetou Kendall, sua excitação
instantaneamente diminuindo quando ela disse: — Eu não falei com ela. Eu
a conheço melhor do que ninguém e falar sobre isso agora não nos levará a
lugar nenhum. Ela precisa de tempo para se acalmar.
— Mas a amiguinha está mandando mensagens sem parar — disse
Charlize. — E ligando.
— Há algo que eu possa fazer?
A oferta parecia válida. Ambas as irmãs eram agora clientes. Eu era a
razão pela qual Daisy estava chateada. Se eu não tivesse trazido Kendall
para o escritório de Brett, ela provavelmente estaria na frente de seu
computador, alisando digitalmente a celulite da bunda de Daisy de sua
sessão de fotos hoje.
— Não — ela respondeu. — Mas é tão gentil de sua parte oferecer,
obrigada.
— Para que conste, ela não é a pessoa certa para o show. Não quero
que ela brigue com você por algo que nem é uma possibilidade. Se ela está
simplesmente com ciúmes de você, bem, não há nada que eu possa fazer
para mudar isso.
Mas eu entendi. As mulheres podiam ser vadias maliciosas e Kendall
tinha tudo acima de Daisy em todas as fodidas categorias.
Ela olhou para baixo, colocando o cabelo atrás da orelha, sua
respiração acelerando. Quando seus olhos se encontraram com os meus
novamente, eu vi o estresse e a preocupação. — Eu vou falar com ela
amanhã. Espero que corra bem.
— Minha oferta está de pé. Se você precisar que eu fale com ela a
qualquer momento é só me avisar.
O avião de Brett estava fresco em minha mente, mas eu não
conseguia parar de olhar para ela, pensar em seu corpo, sonhar em estar
dentro dele.
Minha língua queria lamber cada centímetro de sua pele.
— É reconfortante saber que tenho alguém como você me apoiando
— disse ela. — Quero dizer, nada disso seria possível se não fosse por você.
Terminei meu whiskey, colocando o vazio na mesa, desejando que o
copo estivesse cheio de gelo para que eu pudesse esfriar minha bunda. —
Você é o talento, Kendall. Aconteceu de eu encontrar você na hora certa.
E saborear você.
E sentir o aperto de sua boceta.
Meus pensamentos foram interrompidos quando a garçonete
apareceu com nossa próxima rodada, dispersando as bebidas pelo nosso
grupo.
Uma vez que o shot estava na minha mão, eu o segurei no ar, os
outros fazendo o mesmo.
— Para o futuro — eu disse. — E para Kendall... — Fiz uma pausa,
meu olhar mergulhando para aqueles lábios brilhantes e gordos que eu
queria gritar meu maldito nome. — No caminho para ganhar milhões.
— Milhões! — ela ofegou.
Engoli o licor ardente com sabor de canela. — Eu te disse, isso é
apenas o começo. Brett e eu vamos fazer muito dinheiro pra você.
Ela colocou a mão no peito, como se estivesse tentando diminuir o
ritmo cardíaco. — Honestamente, não consigo nem pensar nisso.
O movimento me enviou uma onda de seu cheiro, a brisa tropical que
eu só sentia quando estava de férias em uma ilha.
Ou quando eu estava perto dela.
Foda-me.
— Vai acontecer, Kendall. — Corri minha mão pelo braço dela, e
arrepios instantaneamente seguiram meus dedos, a visão fazendo com que
um sorriso se espalhasse por mim. — Você só precisa dizer sim.
CAPÍTULO SETE
KENDALL

Eu não conseguia me lembrar da última vez em que estive tão bêbada


e me diverti tanto quando não tinha uma lista de tarefas de cinco páginas
na mão, cada item rodando sem parar em meu cérebro. Mas enquanto eu
balançava minha bunda no centro da pista de dança – Charlize fazendo seu
ritmo ao meu lado, Dominick dançando na minha frente – minha mente
estava focada em apenas uma coisa.
Meu advogado.
Charlize tinha encontrado um gostoso para dançar e Jenner estava
em uma mesa diferente, conversando com algumas mulheres, deixando
Dominick e eu sozinhos. Portanto, havia apenas uma coisa a fazer e isso era
dançar.
O DJ estava girando batidas que estavam explodindo pelos alto-
falantes, o baixo batendo em cada um dos meus músculos. Sempre que eu
girava, fazendo com que meu olhar se separasse do de Dominick, eu perdia
seus olhos. Eu ansiava por sua intensidade, pelo calor de suas palmas que
pousavam em uma nova parte de mim toda vez que eu o encarava
novamente.
Havia algo tão deliciosamente sedutor naquele homem.
A atração não tinha nada a ver com as margaritas Skinnys ou os shots
que eu tinha tomado. Foi o olhar em seus olhos que me fez desejar mais
dele, a sensação de nossos corpos se esfregando, como se fôssemos
dinamites entrando em chamas.
Mas ele era meu advogado.
E eu estava pagando a ele um salário enorme para negociar um
contrato em meu nome. Um que, vinte e quatro horas atrás, teria parecido
tão possível quanto um foguete me atingindo do espaço sideral. A trajetória
da minha vida estava mudando e toda vez que eu tentava agradecê-lo,
minhas palavras pareciam pequenas demais. Muito simples. Não era
grande o suficiente para expressar minha gratidão, mas essa apreciação era
tudo que eu tinha.
Isso é, a menos que eu use minha boca de uma maneira diferente,
beijando-o como eu fiz na noite passada.
Isso era mesmo apropriado?
Eu não sabia, então continuei dançando.
Provocando.
Sentindo seu corpo pressionado ao meu, nós dois nos movendo ao
ritmo de cada música.
Quando minha bunda bateu na frente dele, seu aperto se moveu para
o meu estômago, me empurrando mais forte contra ele. Quando me inclinei
para frente, suas mãos subiram ao longo dos meus quadris, parando logo
abaixo dos meus seios. E quando eu finalmente o encarei novamente, seu
olhar ardente estava em meus mamilos.
Ele fez o ar na sala ficar espesso, agora incrivelmente difícil de
respirar fundo.
Especialmente quando ele rosnou: — Você é quente 'pra' caralho.
Eu não estava apenas acendendo uma chama entre nós, eu estava
brincando com fogo.
Eu senti isso no meu peito.
Eu vi em seus olhos.
— Essa porra de bunda... — ele assobiou no meu pescoço. —
Continue esfregando contra mim, Kendall, e você vai colocar meu pau
dentro dela.
Oh Deus.
Estremeci quando minhas mãos pousaram em seu peito. Eu sabia
como era definido – eu me lembrava da noite passada. Mas a rigidez de
seus músculos, o condicionamento em torno de seu peitoral, ainda fazia os
formigamentos entrar em erupção.
Ele tinha um corpo diferente de tudo que eu já senti antes.
Quando estava coberto por um terno, os primeiros centímetros de
sua camisa branca desabotoada para mostrar o sussurro de pelos em seu
peito, o cheiro de luxúria e especiarias flertando com meu nariz, ele era
completamente irresistível.
A ponto de eu estar superaquecendo.
Eu precisava de ar para me acalmar.
— Já volto — eu disse a ele, corri para a frente e para fora da porta,
deslizando para o beco entre os prédios.
Eu me inclinei contra o exterior de tijolos, examinando meus
arredores, já que este era um lugar que eu nunca tinha ido antes. Várias
pessoas estavam reunidas ao longo da calçada, esperando na fila para
entrar, suas conversas um murmúrio surdo.
Mas aqui, eu estava sozinha, a noite fria batendo na minha pele,
esperando que isso me deixasse focar em algo diferente de Dominick.
Para ajudar com isso, peguei meu telefone. Havia mensagens de
Daisy que eu não tinha lido, mensagens que chegaram desde a última vez
que verifiquei. Ela estava ficando mais irritada porque eu não tinha
respondido, minha tentativa de deixá-la sossegar só a antagonizando mais.
Eu tinha que responder e de alguma forma melhorar isso. Para que
ela soubesse que eu não a estava abandonando, que no mínimo, eu sempre
estaria aqui para gerenciar suas redes sociais.
Eu simplesmente não sabia o que dizer.
Eu puxei sua agenda, vendo que horas ela estaria livre amanhã, e
então comecei a digitar.
Eu: não estou te ignorando. Eu estava tentando deixar você se acalmar.
Você sabe que eu não suporto discutir e isso é tudo que teria acontecido se
eu tivesse respondido. Eu sinto muito. Eu quero falar sobre isso, então que
tal eu passar amanhã às duas?
Daisy: Ah, a rainha finalmente fala. Segundos negativos de fama e você já
virou uma diva. Então, esse é o horário que funciona melhor para você?
Estou feliz por poder acomodar sua agenda lotada.
Eu: Na verdade, com base no que você vai fazer amanhã, esse é o horário
que funciona melhor para você. Vejo você então.
Daisy: É melhor você vir pronta para trabalhar. Eu tenho uma lista
crescente de coisas que você precisa cuidar desde que você me abandonou
completamente hoje.
Meus dedos pairaram sobre a tela, tentando uma resposta. Mas eu
não ganharia isso, então nem valia a pena o esforço. Algumas pessoas
tinham a capacidade de ver todos os ângulos. Minha irmã não era uma,
mesmo que eu implorasse a ela.
— Diga-me que você não veio aqui por causa de Daisy? — Ouvi da
boca do beco, fazendo-me olhar para cima, encontrando instantaneamente
os olhos de Dominick. — Eu sei que é para quem você está mandando
mensagens. A mesma expressão aparece em seu rosto toda vez que o nome
dela é mencionado.
Eu guardei meu telefone, respirando longa e profundamente. — Ela
não é a razão.
— Então, o que é?
Engoli em seco, levantando meus ombros da parede para empurrar
minhas costas contra ela. — Eu só precisava de um minuto.
Quando ele fez seu caminho até mim, seu olhar viajou para o meu
peito, baixando novamente antes de subir gradualmente. — De mim? — Ele
parou a alguns centímetros de distância. — De quão mal você estava me
excitando?
Eu não conseguia pensar quando estava perto dele.
Eu não conseguia falar.
Eu não podia fazer nada além de sentir o quão excitada eu estava.
— Você sabe o quão duro você me deixou naquela pista de dança?
— Eu senti que... sim. — Minha expiração saiu como um gemido. —
Eu não queria.
Sua risada soou mais como um rugido. — Você sabia exatamente o
que estava fazendo comigo. — Ele levantou o braço, sua mão agora
pressionada acima da minha cabeça.
— Dominick... — Tentei inalar e não consegui. — Você é meu
advogado.
Isso era mesmo relevante?
Outra pergunta que ficou sem resposta, meu cérebro incapaz de
processar qualquer coisa.
— Isso é um problema?
— Não sei. Eu acho que não.
Seu braço me prendeu ainda mais apertado. — Eu te asseguro, não
vai fazer diferença quando meu pau estiver dentro de você — ele disse
contra a borda externa da minha orelha — quando eu estiver fazendo você
gozar com tanta força que tudo o que você pode fazer é gritar.
Meu rosto se inclinou para o lado, dando a seus lábios mais espaço e
eu os senti descendo até minha clavícula.
— Deixe-me ver se nosso relacionamento profissional realmente faz
a diferença para você.
Eu não tinha ideia do que isso significava até que ele colocou a mão
na frente da minha calça, e eu engasguei com seu toque. Sua mão
mergulhou ainda mais até que ele estava tocando a parte mais íntima de
mim. Eu não conseguia parar de gemer, a sensação dele forte demais para
manter.
— Mmm — ele respirou. — Exatamente o que eu queria. — Sua boca
esfregou minha bochecha, como um gato tecendo entre as pernas. — Bom
e molhado 'pra' caralho. — Quando ele levantou a mão, havia um brilho em
sua pele. Ele correu a maciez sob o nariz, sentindo o meu cheiro. — Foda-
me, você cheira bem.
Os arrepios voltaram e agora estavam explodindo pelo meu corpo,
minhas costas arqueando para fora da parede, já que eu não conseguia ficar
parada.
— Abra a boca, Kendall.
Sua demanda vibrou através de mim.
Era como se eu fosse uma marionete e ele segurasse as cordas, meu
corpo cedendo ao seu pedido.
No momento em que meus lábios se separaram, seu dedo estava
entre eles.
O que tinha acabado de esfregar meu clitóris.
Aquele coberto em mim.
— Chupe.
Eu cerquei sua pele.
— Como se fosse meu pau.
Eu adicionei pressão, girando minha língua ao redor da ponta e pelas
laterais.
Ele pressionou a boca no meu ouvido. — É isso que você vai fazer
com o meu pau? — A dureza em sua voz fez meus quadris quase
balançarem.
Segurei seu pulso, tomando mais dele.
— Você vai me afundar na garganta?
Eu não queria parar para responder, então eu balancei a cabeça,
passando minha língua ao redor de sua unha e sobre sua junta.
— Meu carro está estacionado a um quarteirão de distância. — Sua
outra mão estava de repente na minha bunda, me apertando através da
minha calça de couro. — Mova sua bunda.

***

Eu: Fui sequestrada por Dominick. O tipo bom de sequestro, não o tipo
onde você precisa ligar para o 911. Ha-ha.
Charlize: Querida, vocês estavam praticamente transando na pista de
dança. Se você não tivesse ido para casa com ele, eu teria me perguntado
se ele estava mais afim de mim. Divirta-se, querida.
Eu: Bebidas de novo MUITO em breve.
Charlize: Não se preocupe, isso é apenas o começo para nós.
CAPÍTULO OITO
DOMINICK

Entrei na garagem e desliguei o carro, o ronronar do motor parando


imediatamente. Se eu não precisasse mover, meus dedos estariam dentro
da boceta de Kendall durante todo o caminho. Ela estava muito linda contra
o meu assento de couro vermelho. Aquelas lindas e longas pernas estavam
cruzadas, mas logo, elas estariam em volta de mim, seus seios saltando
como quando passamos por um solavanco.
— Venha aqui — eu disse quando ela tentou sair.
Eu só precisava de um gosto rápido.
Quando ela se inclinou, eu mostrei minha língua, e seus lábios
imediatamente me cercaram, sugando-a em sua boca. Agarrei a parte de
trás de sua cabeça, segurando-a contra mim enquanto nos beijávamos, seu
perfume tropical ainda mais forte agora que estávamos tão perto.
Agarrei seu mamilo, roçando meu polegar sobre ele, adicionando
mais pressão enquanto rolei a ponta entre meus dedos, ouvindo-a gemer
mais alto a cada passagem.
— Você deveria sentir o quão molhada estou agora — ela sussurrou,
nossas bocas mal separadas.
A maneira como o corpo dela respondeu a mim era tão excitante.
— Você está me provocando de novo, Kendall. — O pensamento de
afundar naquela boceta confortável e quente me fez rosnar: — Saia do
carro.
Encontrei-a perto do porta-malas e segurei suas costas enquanto a
conduzia para dentro e pelo corredor até a sala principal.
— Meu Deus, Dominick — ela disse no momento em que acendi as
luzes. — Sua casa é absolutamente deslumbrante.
Quando ela inclinou a cabeça para trás, olhando para as vigas que
atravessavam o teto alto, beijei até sua orelha e do outro lado de seu
pescoço.
— Seus lábios — ela gemeu, agarrando meu cabelo desde as raízes,
— são letais.
Tracei os topos de seus seios. — Assim como sua boceta. — Eu a
levantei no ar e coloquei sua bunda na ilha na cozinha, abrindo suas pernas
o suficiente para caber no meio. — Eu te ofereceria uma margarita, mas
teria que pausar o que estou prestes a fazer com você e acho que não posso.
Eu puxei sua blusa sobre sua cabeça, expondo aqueles seios
perfeitos, e puxei um de seus mamilos em minha boca. — Mmmm — Eu
puxei a rigidez. — Eu poderia chupar isso a noite toda.
Lambi a ponta, circulando a borda, sacudindo-a para frente e para
trás antes de raspar suavemente meus dentes através dela.
— Ah foda-se. — Ela puxou meu cabelo ainda mais forte, sua bunda
se movendo contra o balcão como se ela estivesse em cima de mim.
Massageei suas coxas e até seus quadris. — Alguém precisa do meu
pau.
— Agora, você está me provocando.
Mudei-me para seu outro seio, instantaneamente mordendo a base
de seu mamilo, sacudindo a frente com a ponta da minha língua.
— Oh Deus, eu não aguento. — Senti o gemido percorrer seu corpo.
— Dominick, eu preciso de você.
Ela puxou meu cinto e rasgou minha camisa, puxando a maior parte
das roupas do meu corpo. Os botões se soltaram quando ela os puxou, o
plástico pingando ao cair no chão, seguido pelo som da minha camisa e
calça caindo. Tirei meus sapatos e meias, minha cueca boxer era a única
coisa que restava.
— Este corpo... — Ela olhou meu peito e abdômen. — Eu não consigo
superar isso.
— É uma coisa boa que você apareceu no bar esta noite.
— Por que?
— Porque você não teria conseguido se não estivesse lá.
Tirei o couro por suas pernas, parando em seus calcanhares,
apreciando seu monte antes de removê-lo e ela se sentou nua diante de
mim.
Inclinei-me para trás para admirá-la. — Foda-me. — Eu balancei
minha cabeça enquanto a observava.
— Uau. — Ela riu. — Você é realmente diferente, Dominick Dalton.
Eu lentamente olhei para cima para encontrar seus olhos. — Por que
você diz isso?
— Porque você não tinha intenção de me ligar, não é? — Quando fui
responder, ela acrescentou: — Não me diga ainda — Ela alcançou sob a
faixa da minha boxer, circulando minha coroa com a palma da mão. — Eu
quero isso primeiro. — Ela me bombeou várias vezes, da base ao pico.
— Garota gananciosa — eu respirei em seu ouvido.
— Eu simplesmente não consigo ter o suficiente de você. — Ela se
inclinou, cercando minha ponta com os lábios. — Não parece que você está
reclamando disso.
Eu chiei enquanto ela chupava a cabeça, acariciando a parte inferior
do meu eixo, espalmando minhas bolas.
— Maldição.
Eu empurrei sua cabeça mais para baixo para absorver mais de mim.
Mas ela ficou no topo, bombeando o resto com o punho, sugando como um
fodido vácuo. A cada poucos mergulhos, ela ia um pouco mais longe,
tomando seu tempo, me acertando em todos os ângulos.
Sua implacabilidade me fez rugir: — Foda-se, Kendall.
Enquanto ela balançava, eu afastei suas pernas e alcancei entre elas,
a umidade instantaneamente atingindo meus dedos. Sua respiração
aumentou quando eu a toquei, cada expiração vibrando contra meu pau,
os gemidos suaves em sua garganta fazendo o mesmo.
Ela moveu seus quadris para mais perto de mim, como se isso fosse
apressar meus movimentos.
Mas ela conhecia esse jogo.
Estávamos no meu ritmo agora.
Passei meu polegar em seu clitóris, dando-lhe um gosto rápido e
então tracei para cima e para baixo em suas coxas, sua pele queimando
quando me aproximei de sua boceta.
Eu a reposicionei de lado para me dar mais acesso e quanto mais
tempo eu passava em suas pernas, mais aquela boceta apertada e
encharcada me provocava.
Seus quadris empurraram para frente no momento em que eu rocei
seu clitóris novamente. Ela precisava de pressão e para me estimular, ela
chupou ainda mais forte. Minha cabeça se inclinou para trás enquanto eu
apreciava a sucção, cada lambida e torção de seu pulso.
Ela ganhou dois dedos e eles mergulharam direto nela.
Ela escorria pela minha pele enquanto eu deslizava e eu puxei para
dar mais fricção, fazendo-a perder a plenitude antes de mergulhar
novamente. Eu arqueei minha mão, atingindo seu ponto G, esfregando
naquela pequena área sensível.
Ela afastou a boca e gritou — Dominick — antes de engolir o máximo
que podia, bombeando o restante com a mão.
— É isso. — Eu dei a ela um terceiro dedo, perdido na porra do
prazer. — Chupe-me.
Sua velocidade aumentou, seu gemido ficou mais alto, minhas bolas
apertando, ameaçando atingir o pico a qualquer segundo.
Eu queria gozar na boca dela. Não havia nenhuma porra de dúvida
sobre isso. Eu queria estourar entre aqueles lábios, enchendo sua língua
com meu esperma, observando-a engolir a carga em sua maldita garganta.
Mas neste momento, minha necessidade de estar em sua boceta era
mais forte.
Eu puxei meu pau para fora, meus dedos deixando-a em seguida e a
levantei do balcão. — Você vem comigo.
Suas pernas circundaram minha cintura, seus braços descansando
em meus ombros enquanto eu a carregava para o meu quarto. Eu a
coloquei na beirada do colchão enquanto eu pegava uma camisinha na
minha mesa de cabeceira.
Antes de colocá-lo, apontei minha ponta para seus lábios. — Lamba
de novo. — Ela foi cercar minha coroa e eu a impedi. — Basta lamber.
Um sorriso surgiu em sua boca, sua língua, em seguida, saindo
lentamente para roçar em mim, passando pela protuberância do cogumelo
e descendo pela veia central.
Eu latejava 'pra' caralho.
Pulsava.
Enfurecido do tormento.
Ela fez contato visual quando chegou perto das minhas bolas e eu não
aguentei mais um segundo.
Rasguei a camisinha, rolando sobre mim e subi na cama.
Eu não continuei a provocação.
Eu não levei isso devagar.
Eu empurrei direto dentro dela antes de erguer meus quadris de volta
para outro mergulho.
— Sim! — ela gritou, cravando suas unhas em mim.
A mesma palavra repetida na minha cabeça várias vezes enquanto
sua boceta me apertava, seu aperto me recompensando por esperar tanto
tempo, sua umidade o melhor presente do caralho.
Eu me equilibrei de joelhos, segurando suas pernas separadas,
entrando nela repetidamente. Eu torci meus quadris quando eu estava
totalmente dentro, permanecendo mergulhada, ouvindo-a gemer de
prazer.
— Kendall... porra.
Sua maciez me encharcou enquanto ela se fechava em torno do meu
pau, sua boceta estreitando mais com cada impulso. Quando esta posição
começou a parecer muito boa, eu a coloquei de lado, ficando atrás dela, e
passei meu braço ao redor de seu umbigo, tocando seu clitóris ao mesmo
tempo.
Ela estremeceu no momento em que esfreguei nela. — Oh Deus. Sim.
— Você gosta disso?
Eu desacelerei meus golpes, a velocidade enfatizando cada
centímetro de mim. Uma vez que eu estava totalmente dentro, eu levantei
seus quadris para cima e movi os meus para baixo, dando-lhe novos ângulos
e uma sensação diferente.
— Dominick... — Suas unhas cravaram na parte externa da minha
coxa. — Faça o que fizer, não pare, porra.
Eu sabia por quê.
Eu podia sentir isso.
Eu podia ouvir isso.
Concentrando-me em seu clitóris, peguei o lóbulo da orelha em
minha boca, segurando-o com os dentes enquanto acelerava indo mais
fundo. Ela estava gritando após cada mergulho, respirando como se
estivesse desesperada por ar.
E justo quando senti que ela estava chegando ao limite, fui ainda mais
rápido.
— Dominick! — Ela arrastou cada sílaba, transformando meu nome
em um gemido, seu estômago explodindo em estremecimentos. Suas
costas arquearam, seu clitóris endureceu, sua umidade engrossou
enquanto eu a fodia através de cada onda de prazer.
— Ahhh — ela soltou. — Simmm.
Ela estava pulsando ao redor do meu pau, a sensação irritante do
meu próprio orgasmo.
Eu desacelerei até que ela parou de convulsionar, dando-lhe um
segundo para se encontrar e então eu a rolei em cima de mim. Com minhas
costas retas no colchão, ela montou na minha cintura.
— Agora, você vai gozar de novo.
Ela suspirou, procurando por sua respiração. — Não sei se consigo.
Eu bati em seu clitóris. — Nunca diga essas palavras para mim.
Ela resistiu contra a minha mão quando eu agitei no mesmo lugar.
— Kendall, você vai gozar. — Eu a circulei com meu polegar. — E
então você vai gozar de novo depois que eu te levar para o chuveiro.
Suas palmas pressionadas contra meu peito e ela ergueu seus
quadris, subindo até minha ponta e gradualmente descendo até minha
base. Eu poderia dizer que ela ainda estava extremamente sensível, mas
isso não mudava como ela estava me fazendo sentir. Agarrando seus seios,
meus polegares correndo sobre seus mamilos, enterrei minha cabeça no
travesseiro.
Sua boceta estava sendo impertinente.
— Droga, Kendall. — Eu assobiei uma lufada de ar. — Você é
apertada 'pra' caralho.
Ela não estava me bombeando com uma pressa pesada, ela estava
extraindo as sensações, deliberadamente me provocando, testando meu
orgasmo. Se ela mantivesse essa pressão, torcendo os quadris depois de
cada salto para dar ao meu pau aquela moagem extra, ela conseguiria o que
queria.
Meus dedos morderam suas coxas, balançando seu corpo para frente
e para trás antes de encontrar seu clitóris, retomando o movimento.
— Ohhh — ela gemeu, fechando os olhos.
Cada pincelada naquele local parecia encorajá-la mais, aumentando
sua força e impulso. Eu a estava alimentando e ela estava respondendo em
velocidade.
— Kendall... — Usei sua umidade para cobrir meus dedos. — Foda-
se... — Eu estava me perdendo. Longe demais para voltar. — Isso mesmo.
Ela fodia com paixão. Intensidade. Um propósito, como se me fazer
gozar, fosse a única coisa que ela queria neste mundo. Ela balançou seu
corpo, concentrando-se na pressão de cada movimento e ela alcançou atrás
de sua bunda para fazer cócegas em minhas bolas.
Sua boceta batia contra meu estômago cada vez que ela enterrava
meu pau, seus mergulhos exigindo meu orgasmo. Os ricochetes fizeram
seus seios saltarem. Após cada golpe veio um gemido de sua garganta que
puxou os espasmos dentro de mim.
A combinação estava acabando comigo.
— Seu pau… — ela engasgou, dançando no meu colo, como se ainda
estivéssemos no bar — …é perfeito 'pra' caralho.
Eu tinha segundos restantes.
— Goze. — Eu rocei seu clitóris. — Agora mesmo, Kendall.
Seus olhos se conectaram com os meus e eu me inclinei no meu
cotovelo e estendi a mão atrás dela. Juntei um pouco da umidade de sua
boceta, certificando-me de que meus dedos estavam escorregadios, e
enfiei um em sua bunda.
Nenhum aviso.
Apenas um lugar que eu precisava sentir quando gozasse.
— Dominick! — Ela se apoiou em mim ainda mais rápido, usando
mais força em seus impulsos. — Simmm.
Seus quadris se inclinaram enquanto minhas bolas apertavam, uma
onda intensa se movendo através de mim.
— Kendall! — Perdi o controle quando sua boceta me sugou. — Ah,
foda-se sim.
Ela estava gemendo tão alto, suas unhas me cortando, seu corpo
sacudindo com tremores.
Enquanto eu atirava na camisinha, ela estava apertando em volta do
meu dedo, resistindo, levando meu pau em um passeio selvagem que
chupou cada gota de esperma de mim.
Quando ela finalmente parou, eu puxei meu dedo e segurei seus
quadris firmes.
— Você... — Eu balancei minha cabeça, pressionando minha testa
contra seu seio, seu mamilo provocando meu nariz. — Você é especial. —
Olhei para cima para vê-la sorrir. — Eu não posso evitar. Você é viciante.
Assim como sua boceta.
Intoxicante de uma forma que eu nunca tinha sentido.
E meu pau nem tinha mergulhado em sua bunda ainda. Eu não podia
imaginar como isso seria.
Porra.
Eu segurei suas bochechas, apontando seu olhar para o meu, o rosto
mais lindo diante de mim.
Toda a sua vida estava prestes a mudar e eu tinha certeza de que ela
não tinha ideia do que estava acontecendo. A atenção constante logo
estaria a caminho - paparazzis a reconhecendo onde quer que ela fosse,
contratos chegando, convites para eventos exclusivos e aparições pagas.
Noites, onde não havia nada em sua agenda, como esta noite, seriam
raras.
Brett estava errado.
Kendall Roy não poderia ser minha para sempre.
Eu não tinha nenhum interesse em viver esse tipo de estilo de vida.
Eu prosperei com privacidade. Na frente da câmera e em todos os sites de
fofocas de celebridades era o último lugar que eu queria estar.
Mas esta noite, ela era minha e tudo estava perfeito.
CAPÍTULO NOVE
KENDALL

Enquanto eu estava na porta da frente de Daisy, debati se deveria


usar minha chave e código pessoal para entrar, da mesma forma que
sempre entrava em sua casa. Mas algo sobre isso não parecia certo hoje,
então eu toquei a campainha. Sua casa era bem grande, mas certamente
não levou minutos para caminhar até a porta, que era a quantidade de
tempo que eu estava esperando.
Ela estava fazendo isso de propósito.
Eu nem fiquei surpresa.
Quando ela finalmente chegou, ela estava na entrada com a mão no
batente da porta, me impedindo de entrar e olhando para mim como se
estivesse prestes a fazer uma cirurgia facial.
Estendi meu braço em sua direção, segurando o copo de Starbucks.
— Fraco, extra quente, um pequeno esguicho de leite desnatado batido e
meia dose de baunilha. Assim como você gosta.
Ela revirou os olhos, pegando o café de mim e virou as costas para
mim para ir para a sala de estar.
Eu a segui para dentro, fechando a porta atrás de mim e me sentei
em frente a ela no grande sofá. — Daisy…
— Não. — Ela balançou a cabeça. — Não me chame de Daisy. Você
me ignorou por mais de doze horas depois da reunião na The Agency. Você
não respondeu a nenhuma das minhas mensagens de texto ou
telefonemas. Que tipo de irmã-assistente você é?
Minha cabeça caiu e olhei para o topo da mesa de centro, onde havia
uma pilha de capas duras sobre cidades da Europa – lugares que Daisy
nunca tinha ido, nem se importava com elas. — Você tem razão. Eu mereci
isso. Mas minha intenção não era te machucar ou fazer você se sentir
ignorada. Eu só queria que você tivesse algum tempo para se acalmar, só
isso. — Olhei de volta para ela. — Tempo longe de mim, então nossas
emoções podem se acalmar.
— Você acha que minhas emoções vão se acalmar quando eu
descobri em qual show você vai estar? — Ela sorriu, mas não foi de
felicidade. — Que eu tive que ouvir isso da minha equipe e não de você?
— Ainda não assinei o contrato.
Ela se inclinou no travesseiro ao lado dela, jogando as pernas sobre o
final do sofá. — Por favor. Você está à beira disso. Você provavelmente está
apenas exigindo mais dinheiro e é isso que está atrapalhando a assinatura.
— Suas pálpebras se estreitaram. — Então, vamos soletrar tudo isso, certo?
Você conseguiu a porra do Brett Young, meu agente dos sonhos, Valerie
Spears, a principal gerente de sua agência e Dominick Dalton, meu
advogado. — Sua voz estava ficando mais alta a cada segundo. — Se você
queria ser eu, então por que você não disse isso quando se mudou para cá?
Poderíamos ter pulado toda a parte de assistente e eu poderia ter lhe dado
minha vida. — Ela suspirou de desgosto. — Sério, Kendall, que porra é essa?
Olhei para minha irmã. Alguém que competia comigo desde criança.
Exceto que nunca tinha sido uma competição – pelo menos, não aos
meus olhos.
Estávamos em caminhos completamente diferentes.
Daisy, a líder de torcida popular, o centro das atenções, que
namorava apenas atletas – e havia um punhado deles. Ela tinha tantos
amigos que mal sabia a maioria de seus nomes e em vez de ir para a
faculdade, ela se mudou para Los Angeles e imediatamente começou a
fazer testes para papéis.
Eu tinha sido a criança artística, um pincel ou lápis de cor sempre em
algum lugar no meu cabelo, com apenas um punhado de amigos íntimos
antes de ganhar um bacharel em design gráfico da Northeastern. Não
houve muitos relacionamentos no meu passado, mas os que eu tive
duraram anos – a distância geralmente a causa do nosso rompimento – e
eu levaria meses e meses antes que eu pudesse sequer considerar seguir
em frente.
Nosso sobrenome, lar de infância e nossa família eram as únicas
semelhanças.
Eu me fiz.
Daisy fez ela.
Mas não era assim que ela via.
— Nós duas sabemos que não é disso que se trata — eu comecei
respirando longa e profundamente. — Não tenho nenhum desejo de ter sua
vida ou roubar nada de você. Me ofereceram um emprego e estou
considerando isso. — Larguei meu café, a ideia de beber algo quente e
cafeinado fazendo meu estômago revirar. — Por que você não me diz o que
realmente está incomodando você?
Seu olhar estava praticamente me penetrando. — Isso é sobre você,
Kendall. Você veio aqui para tornar meu mundo mais fácil e uma das
primeiras coisas que fez foi tentar me ofuscar. Aquela reunião era sobre
mim. Essa equipe - Brett, Valerie - eles deveriam eventualmente ser meus.
A audiência de TV que ganhei está apaixonada por mim e agora, mais uma
vez, serei comparada a você. — Ela cruzou os braços sobre o peito. — Esta
foi a única coisa que eu nunca tive que compartilhar com você, e agora, aqui
estamos. Chocante.
Eu abracei meus braços ao redor de uma das muitas almofadas. —
Do que você está falando?
— Você é aquela de quem todos sempre se orgulharam, aquela que
esmagou todos os objetivos que foram estabelecidos para você, aquela
pelo qual todos torceram. Ninguém deu a mínima para mim. Ninguém
apareceu para mim. Ninguém tinha grandes esperanças para mim. Era você,
você e você. — Ela se empurrou para a beirada do sofá. — Mas eu vim para
cá e fiz meu nome. De repente, as pessoas começaram a me levar a sério.
— Seus lábios estavam se movendo tão rápido que eu mal conseguia
acompanhar. — Finalmente consegui a atenção e o crédito devidos a mim,
e agora isso acontece.
Memórias de nossos anos mais jovens estavam girando em minha
cabeça — fotografias de férias, viagens, concursos na escola, eventos.
Como ela poderia pensar isso?
— Isso não é verdade, Daisy.
— Não? — Ela olhou para mim. — Você deveria ver as coisas do meu
lado. Parece muito diferente da sua realidade distorcida.
— Eu não estou tentando tirar nada de você. Eu sou uma igual. Eu
não sou superior de forma alguma.
— Diga isso aos blogueiros quando eles postarem nossas fotos lado
a lado, quando os tabloides souberem que você vai participar de um
programa concorrente. Você vai ser o sangue quente, novo e jovem e eles
vão se esquecer de mim.
Ela pegou uma revista da mesa de canto e a jogou ao lado do meu
café para eu ver – uma capa que tinha Beyoncé nela. — Você vê Solange
nessa foto? Você já a viu? — Antes que eu pudesse responder, ela
acrescentou: — Achei que não. É sempre Paris, nunca Nicky Hilton. Kim,
nunca Khloé Kardashian. Kate Middleton porque ninguém dá a mínima para
Pippa. Uma irmã continuamente brilha mais forte, Kendall e estou lhe
dizendo agora, não trabalhei tanto para que você brilhe como um maldito
diamante.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
Eu não podia acreditar que ela não era capaz de ver o amor e o apoio
que ela recebeu quando estava crescendo, as palavras de encorajamento,
os elogios, as realizações. Que ela estava cega e surda para tudo isso porque
ela estava tão focada na minha luz.
— Sinto muito por você se sentir assim. — Segurei a almofada com
tanta força contra mim que estava dificultando a respiração.
— Então, faça algo sobre isso. Recuse o papel.
Eu suspirei, a dor comendo meu peito. — Sabe, é muito triste que
você pense que isso é sobre ganhar. Que não podemos estar no mesmo
espaço e construir uma à outra.
— Não funciona assim. Não em Hollywood. — Ela riu como Cruela.
— Inferno, não na vida.
Coloquei o travesseiro de lado, cruzando as mãos entre as pernas. —
Por que você me fez vir aqui? Se você queria as coisas separadas, então por
que me trazer para o seu mundo?
— Você mal pagava o aluguel, dividia um apartamento com três
colegas de quarto, sem dinheiro nem para comprar uma margarita Skinny
depois de um dia de trabalho de doze horas. Meu consultor financeiro disse
que eu precisava ser mais caridosa, então, em vez de doar para o banco de
alimentos, contribuí para você.
Deus, ela era uma vadia.
Ela não conseguia nem admitir que precisava da minha ajuda. Seria
doloroso para ela dizer essas palavras.
Mas ela queria que eu lhe dissesse que não aceitaria o emprego, que
ficaria como sua assistente.
Como se aquele pedido fosse justo.
Minha irmã não conseguia ver além de seu ego – era sobre isso que
essa conversa era realmente.
— O que acontece se eu assumir o papel?
Seus dentes rangeram, sua mandíbula flexionando enquanto ela
olhava para mim. — Você não ousaria.
— Responda a pergunta, irmã.
Meu corpo inteiro tremeu enquanto eu esperava.
Ela olhou para mim pelo que pareceram minutos e finalmente
respondeu: — Não haveria razão para eu falar com você novamente.
Minha irmã. Meu sangue. Alguém com quem eu compartilhei minha
vida inteira estava disposta a desistir de tudo por algo tão ridículo.
No passado, eu teria cedido. Eu teria evitado a controvérsia e feito
exatamente o que ela queria, porque sempre recuei para ela.
Ela nunca mudaria.
Eu não me importava como seria o Dia de Ação de Graças quando
estivéssemos sentadas ao redor da mesa dos meus pais ou no Natal quando
estivéssemos aconchegadas em frente à lareira – tradições que fazíamos
acontecer todos os anos.
Eu tinha que chegar ao ponto em que não toleraria mais o
comportamento dela, mesmo que isso significasse perturbar meus pais,
alterando nossa dinâmica familiar para sempre.
Ela olhou para suas unhas, avaliando-as como se ela jamais fosse
permitir uma lasca. — Sabe, tudo o que você está fazendo é adiar quanto
trabalho precisa terminar antes de ir para casa. Eu tenho seis vídeos que
você precisa editar, as fotos da piscina de ontem ainda precisam ser
retocadas e você precisa tirar algumas fotos minhas usando um novo rímel
que estou apoiando. O fato de você estar protelando me faz querer
descontar de seu pagamento. De verdade, Kendall, que porra é essa?
Eu tinha chegado ao limite.
Estava farta dessa conversa.
E eu cansei de ouvir.
Eu me levantei do sofá. — Não.
Seus olhos me seguiram ao redor da mesa de café. — Não para quê?
— Tudo. — Fiquei ao lado da cadeira enorme, lembrando como ela
a havia devolvido na semana passada porque o tecido não era branco o
suficiente. — Não à sua atitude, às suas exigências insanas. Para você me
pedindo para recusar a oferta de emprego. — Enfiei minhas mãos nos
bolsos do meu jeans para impedi-las de tremer. — Apenas saiba que você
fez isso, Daisy. Eu não.
Jurei que havia fumaça saindo de sua boca a cada respiração que ela
dava.
— Seu pequeno discurso lá atrás foi para me fazer sentir mal por
você. Para me fazer encolher, como sempre faço quando se trata de você.
Bem, não mais. Acabamos.
Raiva disparou em seu rosto. — Você é tão gananciosa por estrelato?
— Ela balançou a cabeça. — Uau. Eu pensei que te conhecia melhor do que
isso.
— Não tem nada a ver com isso e nós duas sabemos disso.
Ela relaxou no sofá, como se fosse o maldito Tony Soprano. — Oh,
irmã, nem pense em deixar meu nome para ajudar você a ganhar
popularidade. Você está sozinha aqui agora e prometo que não farei nada
para ajudá-la.
— Eu não preciso da sua ajuda. — Dei vários passos para trás. — Na
verdade, essa é a última coisa que eu preciso.
Deixei meu café para ela jogar fora e fui em direção à porta da frente.
— Você está demitida! — ela gritou quando cheguei à cozinha. — E
não espere ser paga por qualquer trabalho meia-boca que você fez esta
semana. O último cheque que você recebeu de mim é o único dinheiro que
você verá no meu talão de cheques.
Olhei por cima do ombro, rindo alto, certificando-me de que nossos
olhos estavam travados quando eu disse: — Confie em mim, eu não preciso
disso.
CAPÍTULO DEZ
DOMINICK

Não havia absolutamente nenhuma razão para eu levar Kendall e sua


empresária, Valerie, ao meu escritório para discutir os detalhes de seu
contrato. Tudo o que eu tinha a dizer a eles poderia ter acontecido por
telefone. Mas o pensamento de ver aquela porra de corpo novamente –
aqueles lábios franzidos ao redor do canudo de um café gelado, aqueles
belos quadris e bunda embrulhados em um vestido apertado – era muito
tentador.
Pelo menos com a empresária dela aqui, eu não poderia tirar a
papelada da minha mesa e fodê-la em cima dela. Mas era tudo em que eu
estava pensando desde o momento em que ela se sentou.
Droga, isso era uma provocação.
Eu só queria um cheiro de sua boceta.
Uma rápida lambida em seu clitóris.
A sensação de sua boceta apertando em volta do meu pau.
Kendall Roy era pior que um vício porque essa necessidade, essa
maldita dor, não podia ser curada. As duas noites que eu a tive não foram
suficientes. E não importa onde eu tentasse colocar meu cérebro, sempre
voltava para ela.
Como agora, enquanto eu a fodia visualmente naquele vestido azul
marinho.
Eu balancei minha cabeça e olhei para o contrato, sabendo que era
hora de começar a trabalhar.
— Os requisitos deste são simples no que diz respeito aos padrões
de reality shows. Você é obrigada a estar presente durante os horários de
filmagem, que podem chegar a cinquenta ou sessenta horas por semana. A
localização será determinada pelo estúdio quarenta e oito horas antes. —
Apontei para a próxima seção de parágrafos caso ela quisesse acompanhar
sua cópia. — O estúdio fornecerá transporte para os locais e eles são muito
específicos quanto à pontualidade. Há uma cláusula que permite que eles a
multem se você estiver mais de quinze minutos atrasada.
— Sou pontual — disse Kendall, o constrangimento em seu rosto o
deixando vermelho e quente. — Isso foi uma coisa única, não é meu normal.
— Nenhum julgamento aqui. — Também não havia razão para ela se
defender, mas em vez de dizer isso a ela, eu disse: — Se a cena que você
está filmando é patrocinada por uma marca – seja de roupas, bebidas,
óculos de sol, seja o que for – você é obrigada a utilizar ou usar os produtos
durante as filmagens. Haverá momentos em que o estúdio fornecerá
materiais de mídia social sobre o programa ou produtos patrocinados e é
obrigatório que você publique esse conteúdo dentro de um determinado
período.
— Tudo muito padrão, como disse Dominick — acrescentou Valerie.
— Você logo será contratada para patrocínios individuais e as mesmas
regras serão aplicadas. — Ela sorriu para Kendall. — Você tem alguma
preocupação até agora?
Kendall juntou todo o cabelo e o colocou na lateral do ombro,
passando os dedos por ele. — Tudo parece muito simples. Participe das
filmagens, seja pontual, poste quando eles precisarem.
— Fácil o suficiente, certo? — Valéria pressionou.
Meus olhos não deixaram Kendall.
Eu queria puxar aquelas mechas longas e sedosas e senti-las fazer
cócegas no meu peito enquanto ela beijava seu caminho pelo meu corpo
em direção ao meu pau.
Limpei a garganta, meu foco voltando para a papelada. — Durante os
próximos três meses de filmagem, eles vão colocar você em um
apartamento. Você não é obrigada a dormir lá, mas suas coisas precisam
ser movidas e deve parecer que é sua residência principal. Durante o
horário das nove às dez da noite, as câmeras estarão gravando. A filmagem
pode ser usada a seu critério - você não tem voz na edição. Portanto, eles
podem tirar o diálogo do contexto, ou podem manipular a sequência das
conversas, apresentando as coisas de maneiras que não foram
originalmente planejadas. — Olhei para cima. — E você não pode processá-
los por isso.
Kendall agora estava segurando sua bolsa, puxando-a para mais
perto de seu corpo. — Preciso ser extremamente cuidadosa com o que digo.
Em todos os momentos. Céus.
— Inclusive quando você estiver sob pressão — Valerie disse a ela.
— O que será a maioria das cenas.
O olhar de Kendall se aprofundou. — E se alguém vier ao
apartamento, digamos, um amigo que não está associado ao programa? A
visita deles aparecerá na câmera?
— Sim. — Soltei um longo suspiro. Essa foi a razão pela qual eu nunca
iria pisar naquele apartamento uma vez que as filmagens começassem. —
Mas eles devem assinar uma isenção antes de entrar. Se eles não
assinarem, você não pode permitir que eles entrem.
— Eles não estão me dando muita privacidade... estão? — Sua voz
suavizou.
— Legalmente, eles não podem mostrar você nua ou usando nada
menos do que uma toalha ou maiô. No entanto, eles mostrarão imagens de
você na cama – sozinha ou não – durante as horas de filmagens.
Ela olhou para sua empresária e depois de volta para mim. —
Podemos negociar esses termos?
— Não. — Fechei a pasta que continha o contrato e a movi para o
lado da minha mesa. — Uma vez que você tenha alguma influência,
seguidores sólidos e leais, posso pedir qualquer coisa em seu nome. Até lá,
são as regras deles.
Valerie descansou os dedos no braço de Kendall, aquele que estava
enrolado em sua barriga. — Eu sei que isso parece muito e é esmagador
ouvir todas essas regras de uma vez, especialmente porque você ainda está
se sentindo um pouco cru por sua discussão com Daisy…
— Que discussão com Daisy? — Eu perguntei.
Ambas as mulheres olharam para mim antes de Valerie dizer: — Mas
quando você começar a filmar, esses obstáculos parecerão uma segunda
natureza. Você estará no meio disso, encontrará um ritmo e tudo parecerá
muito natural para você.
Meus dentes rangeram enquanto eu olhava para Kendall. — O que
aconteceu com Daisy? — Eu repeti.
— Nós conversamos.
— E?
Suas pernas cruzadas na direção oposta em que estavam
descansando e ela ajustou o vestido para acomodar a nova posição. — Ela
não quer que eu faça isso. Ela acha que seremos comparadas e que os
espectadores vão gostar mais de mim e ela vai perder tudo. — Quando
nossos olhos se encontraram, eu imediatamente vi dor. — Se eu assinar o
contrato, ela não quer nada comigo.
Ciúme era uma característica repugnante em uma mulher.
— Como você se sente sobre isso?
Ela respirou fundo várias vezes. — Eu não acho que ela está certa. Os
espectadores a colocaram em um pedestal e se curvam a tudo o que ela diz
e faz. Eles são obcecados por ela. Eu entrar em cena não vai mudar isso,
certamente não quando estou apenas tentando compartilhar a tela com
ela, não tentando superá-la. — Ela fez uma pausa, a dor ainda mais
presente. — Há espaço para nós duas, eu acredito nisso em meu coração.
Perder minha irmã não é o que eu queria.
A mão de Valerie foi para o ombro de Kendall, se perdendo em seu
ninho de cabelos. — Conversamos sobre isso em grande detalhe esta
manhã. — O olhar de Valerie se moveu para mim. — Não achamos que teria
importância se Kendall não tivesse aceitado o trabalho ou não, Daisy a teria
punido por outra coisa e o ciclo continuaria a se repetir. Daisy precisa
trabalhar em si mesma. Essa explosão não tem nada a ver com Kendall ou
sua decisão.
— Espero que você saiba que é verdade — eu disse a Kendall.
— Eu faço. — Sua garganta balançou enquanto ela engolia. —
Simplesmente não me sinto bem.
— Isso pode fazer você se sentir um pouco melhor... — Cheguei
dentro da pasta, peguei a página que mostrava o detalhamento de seu
salário e a estendi para ela. — Conseguimos o aumento de vinte por cento.
Várias expirações profundas depois, ela olhou por cima do papel e
disse: — Vocês são bons.
Não havia excitação em sua voz e eu sabia que era devido a Daisy.
Sua irmã estava arruinando este momento para ela e algo dentro de mim
queria consertar isso, mas eu não podia falar tão livremente com Valerie na
sala.
Olhei para Valerie e disse: — Posso ficar um minuto a sós com
Kendall?
Ela se levantou de seu assento. — É claro. Estarei do lado de fora.
Esperei até que a porta se fechasse antes de dizer: — Você está bem?
Ela deu de ombros. — Mais ou menos.
— Você está tendo dúvidas?
Eu a observei pensar sobre minha pergunta, as diferentes ondas de
emoções cruzando seu rosto.
Cada uma a fazia mais linda.
— Não, como Valerie disse, não importaria o que eu fizesse Daisy
encontraria falhas nisso. Sinceramente, acredito que não posso fazer
aquela garota feliz. Se eu não retocasse suas fotos o suficiente, ela achava
que eu estava tentando fazê-la parecer gorda. Se eu não postasse para ela
com frequência suficiente, ela achava que eu estava tentando sabotar sua
presença na mídia social. Se eu não dirigisse rápido o suficiente, ela achava
que eu estava propositalmente tentando atrasá-la. — O olhar que passou
por seu rosto me disse que ela passou algum tempo pensando sobre isso. E
ela foi drenada de tudo isso. — Eu só tenho que viver minha própria vida e
não gastá-la tentando agradar minha irmã.
— Sabe, eu já vi meu quinhão de mulheres como Daisy e você está
certo sobre tudo. A única opção sensata é focar em você. Seja mostrando
ao mundo o quanto você é um amor ou aumentando a conscientização
sobre o voluntariado e a arteterapia, você encontrará sua voz e fará a
diferença à sua maneira.
Seus olhos finalmente se suavizaram, e não foi por tristeza. — Isso é
tudo o que eu quero.
— Nós vamos fazer acontecer.
Ela soltou um pequeno suspiro, levantando as pontas de seus lábios.
— Nós?
— Ouça... — Inclinei-me sobre minha mesa, cruzando minhas mãos
por cima. — Quero deixar você saber de algo que provavelmente não sabe,
algo que não está listado em seu contrato. Os assistentes de produção são
pagos para desenterrar sujeira. Eles a liberam para a mídia na esperança de
que ela aumente os burburinhos e impulsione antes do show ser exibido.
Quanto mais drama eles revelarem, maiores serão as classificações, os
espectadores e o dinheiro dos anúncios. Tudo faz parte do marketing deles.
Seu sorriso cresceu, chegando tão alto quanto seus olhos, uma visão
que eu estava exultante em ver.
— Então, você está dizendo que não vai me foder na parede do meu
apartamento?
Eu ri.
Ela só amaldiçoou quando meu pau estava dentro dela, e cada
ocasião me fez rosnar.
Desta vez não foi exceção.
— Uma vez que você começar a filmar, você estará tão ocupada que
não terá tempo para pensar no meu pau.
Suas pálpebras se estreitaram. — Essa é a sua maneira de terminar
as coisas entre nós ou você realmente acredita que minha agenda vai ser
um problema para nós? — Quando ela moveu as pernas novamente, seu
vestido subiu até o meio da coxa e ela não fez nenhum esforço para abaixá-
lo. — Porque eu sou o tipo de garota que pode trabalhar sessenta horas por
semana e encontrar horas para se voluntariar e correr oito quilômetros por
dia e beber com as amigas e parar no estúdio para pintar. Eu sei fazer
malabarismos, sejam empregos ou bailes – eu tenho ambos cobertos.
Ela era rápida com a boca.
Outra razão pela qual ela era perfeita ‘pra’ caralho para este show.
Mas era uma boca que também chupava pau como eu nunca tinha
sentido antes e era isso que estava em minha mente agora.
Caramba.
Peguei a pasta da minha mesa – uma cópia que tinha minhas notas e
definições legais escritas nas margens para ajudá-la a entender o jargão
difícil, diferente da versão que ela tinha – e entreguei a ela. — Você tem
vinte e quatro horas antes que isso precise ser assinado. Pegue e saia daqui
antes que eu te espanque com tanta força que você veja estrelas.
Ela se levantou, me dando outro ângulo daquele maldito corpo e
como ele parecia de tirar o fôlego em seu vestido. — Você não me assusta,
Dominick. Suas ameaças. Sua atenção. Seus avisos. Estou pronta para tudo
isso. — Ela enfiou a pasta parda debaixo do braço e espalmou as palmas das
mãos na minha mesa, inclinando-se para perto de mim. — Na verdade, tudo
o que faz é me deixar mais molhada. — Ela se dirigiu para a porta e quando
seus dedos estavam na maçaneta, ela olhou por cima do ombro e disse: —
Voltarei amanhã para entregar o contrato assinado.
Ela não disse outra palavra.
Exceto que depois que ela se foi, notei que ela deixou uma coisa para
trás.
O cheiro dela.
E eu ia cheirar isso porra do dia todo.
CAPÍTULO ONZE
KENDALL

Eu: Bem, é oficial. Eu sou um membro do elenco de Glitzy Girls. Estou


segurando o contrato assinado em minhas mãos agora. Insira todos os
emojis animados e aterrorizados. Nossa!
Charlize: Porra, sim, amiga! O mundo vai te comer. Você vai ficar famosa
em segundos, é só esperar. Quando comemoramos? Estou pronto para
sacudir minha bunda sexy.
Eu: As filmagens só começam em duas semanas e eu fui demitida do meu
emprego anterior, então... sim, qualquer noite funciona para mim.
Charlize: Aquele monstro.
Eu: É para melhor. Eu continuo me dizendo isso.
Charlize: Você é uma pessoa muito mais legal do que eu. De qualquer
forma, foda-se ela. Eu estou tão feliz por você. Como gritar no topo dos
meus pulmões meio feliz. Quinta-feira à noite, eu vou te deixar
deslumbrante e depois vamos sair. Bebidas, comida, mais bebidas — e
nada de sequestro por advogados gostosos.
Eu: Eu vi a maquiagem que você fez na J. Lo ontem à noite para a
premiação. As fotos que você postou no Instagram foram impressionantes,
Charlize. Você é tão incrivelmente talentoso. Eu não posso acreditar que
você está mesmo disposto a me maquiar. De J. Lo para mim parece
pequeno. Bom Deus.
Charlize: Pare! Você tem uma tela e tanto para trabalhar, querida. Nós
vamos nos divertir muito. Estou indo para uma sessão de fotos. Beijos.
***
Já passava das sete da noite quando entrei no escritório de Dominick
no centro da cidade, a hora em que ele me pediu para vir quando mandei
uma mensagem para ele esta manhã sobre essa reunião. Eu não esperava
que ele tivesse aberturas anteriores - minha pesquisa me disse que ele era
o advogado de entretenimento mais procurado da Califórnia.
Quando cheguei à mesa da recepcionista no centro do grande e
sofisticado saguão, ela me cumprimentou com: — Olá, Srta. Roy. O Sr.
Dalton está esperando por você. — Ela apontou para os elevadores. —
Último andar, última porta à direita, caso você tenha esquecido.
— Eu agradeço.
Lembrando da viagem que Valerie e eu fizemos quando chegamos
aqui ontem, saí do elevador no andar mais alto e caminhei pelo corredor.
Quando cheguei à porta fechada no final, respirei fundo algumas vezes
antes de bater. Eu não sabia por que, mas Dominick ainda me deixava sem
fôlego sempre que eu estava perto dele.
— Entre — ele disse do outro lado da madeira no momento em que
meus dedos desceram para a maçaneta.
Assim que entrei, imediatamente senti seus olhos no meu corpo, a
intensidade de seu olhar fazendo minhas entranhas formigarem.
— O que é isso? — Ele acenou para o cooler pendurado no meu
ombro, aquele que eu coloquei em uma cadeira vazia, sentando ao lado
dela.
— É o jantar.
Ele continuou a olhar para mim, reclinado contra o encosto alto de
couro, cruzando os braços, parecendo tão sexy em seu terno cinza escuro e
gravata preta, o início de uma barba aparecendo em suas bochechas.
— E bebidas.
Um sorriso surgiu em sua linda boca. — Como você sabe que eu ainda
não tenho planos para o jantar?
O contrato assinado estava debaixo do meu braço e eu o coloquei em
sua mesa. — Eu não sei, mas fico feliz em comer sozinha aqui se for o caso.
— Abri o cooler e tirei duas cervejas, torcendo as tampas antes de lhe
entregar uma. — Burritos caseiros, guacamole e salsa. A única coisa que
não cozinhei foram as batatas fritas. — Mordi o canto do lábio antes de
acrescentar: — Tentado ou você vai passar?
Ele bateu sua cerveja contra a minha e tomou um gole. — Você é
extremamente persuasiva, senhorita Roy.
Eu ri quando alcancei dentro do cooler novamente, removendo os
dois molhos e o grande saco de batatas fritas junto com os burritos
embrulhados em papel alumínio, colocando tudo entre nós.
Ele abriu a parte superior do papel alumínio, a tortilha quase na boca.
— Obrigado por fazer isso.
— Sem problema. Eu amo cozinhar.
Ele deu uma mordida, sua expressão me dizendo que ele estava
saboreando. — Droga, Kendall. Eu não tinha ideia do que esperar, mas
certamente não era isso. — Ele olhou para o burrito como se nunca tivesse
visto um antes. — Isto é excelente. — Ele mergulhou um chip no
guacamole. — Mmm , isso também. — Ele engoliu, engolindo com cerveja.
— Você realmente fez isso?
— Meus talentos vão além da arte… e da minha boca. Não fique tão
surpreso.
Ele riu. — Você é rápida. Eu gosto disso em você.
— Estou tentando conquistá-lo com outra coisa que não seja minha
boceta.
Seu olhar se aprofundou, um olhar mais sério agora cruzando suas
bochechas. — É verdade? — Ele se acalmou, os momentos passando. —
Diga-me, o que você está procurando? — Ele tirou um guardanapo de sua
gaveta, entregando-me um também e usou o seu para limpar a boca.
Engoli a mordida que dei. — Mais.
— E isso é?
Não havia razão para segurar. Eu tinha certeza de que ele podia ver
as palavras antes mesmo que eu as dissesse. Se eu quisesse que isso
seguisse em frente, obviamente precisava ser a primeira a dar o primeiro
passo, porque ainda não sabia se ele planejava me ligar e temia qual seria
sua resposta.
— Gosto de como me sinto quando estou com você, Dominick. Eu
gosto de acordar na sua cama. Eu gosto de como eu posso ir de sorrir para
ficar molhada. Então, tempo, pernoites, um compromisso – isso seria mais.
— Um relacionamento.
Quando ele esvaziou o resto de sua cerveja, peguei outra do cooler e
dei a ele. — Eventualmente, sim. Isso é algo que você se opõe?
— Kendall... — Ele terminou de mastigar a mordida e largou seu
burrito. — Seu mundo está prestes a se tornar extremamente público de
maneiras que nem consigo descrever. Apesar de oferecer aconselhamento
jurídico a uma série de celebridades, esse não é o estilo de vida que eu
quero. Não quero que meus negócios pessoais sejam divulgados em todas
as mídias sociais.
— Eu não revelaria você, ou nós ou postaria fotos de nós dois juntos
se é a isso que você está se referindo.
Seu sorriso não era reconfortante, especialmente quando ele
balançou a cabeça. — Se você atingir o nível de fama que Brett e eu estamos
prevendo, você não terá que nos denunciar. Essas fotos aparecerão online
sem o seu conhecimento ou aprovação.
Eu tinha visto isso acontecer com Daisy. Uma das minhas tarefas
diárias era enviar para ela as fotos que haviam sido postadas dela e filtrar
seus alertas do Google de divulgação de notícias falsas. Quando surgiram
rumores de que Daisy estava namorando alguém, a especulação se tornou
quase como uma guerra online, com os diferentes meios de comunicação
competindo pela primeira vez.
Eu sabia do que ele estava falando.
Eu só não tinha previsto que isso aconteceria comigo ou afetaria meu
futuro dessa maneira.
— Acho que seria mais fácil se eu pudesse sair do seu escritório e
você nunca mais precisasse me ver. Mas sendo você meu advogado, vamos
passar muito mais tempo juntos.
— Não, você entendeu errado. — Seus olhos mergulharam no meu
peito, um olhar que estava latente. — Ter você saindo para sempre seria
uma pena.
O vidro gelado e suado não fez nada para esfriar minha pele ardente.
— Parece-me que você está disposto a me deixar escapar por entre
os dedos do que enfrentar a tempestade da mídia social.
— Kendall…
Eu colocava minhas cartas na mesa junto com burritos caseiros,
guacamole e salsa.
Se ele não ia morder, então eu ia mostrar a ele o que ele estava
perdendo.
— Está tudo bem. Eu entendo. Você disse que o show vai mudar as
coisas para mim e eu já estou percebendo isso. Eu vou conhecer tantos
estilos de vida diferentes. — Eu pisquei. — É melhor que eu entre nisso
desapegada e com a mente muito aberta.
Ele correu o guardanapo sobre a boca, um olhar feroz crescendo em
seus olhos.
Eu quebrei nosso olhar para tirar meu celular vibrando do bolso de
trás. Normalmente, eu ignoraria o texto, mas o momento de repente
parecia perfeito.
Charlize: Achei que a sessão de fotos ia durar a noite toda, mas estou livre.
Eu sei que disse quinta-feira, mas definitivamente gostaria de um
coquetel. Ou sete. Você também? Quero me encontrar?
Quando olhei para Dominick, um sorriso surgiu no meu rosto. —
Parece que essas oportunidades já estão se apresentando. — Peguei minha
cerveja e o resto do meu burrito e fiquei com o cooler no braço. — Tenha
uma boa noite, Dominick.
— Você está indo?
Eu balancei a cabeça. — Eu tenho planos. — Quando cheguei à porta,
me virei, enchendo meus pulmões de ar antes de dizer: — E pensar que...
eu ia te dar uma sobremesa infernal esta noite. — Meu sorriso ainda
persistia quando fechei a porta atrás de mim, especialmente sabendo que
seus olhos estavam na minha bunda e eu estava usando o jeans mais
apertado que eu tinha.
CAPÍTULO DOZE
DOMINICK

— Aquela — meu irmão mais novo, Ford, disse, apontando para uma
garota do outro lado do bar.
Ela tinha seios do tamanho da porra da minha cabeça, mais
maquiagem no rosto do que o balcão de uma maldita loja de
departamentos.
Ele me conhecia melhor do que isso.
Tomei um gole do meu whiskey e respondi: — De jeito nenhum. Ela
não faz meu tipo.
— Ela precisa? — Jenner perguntou. — Ela vai ser apenas uma foda
rápida para a noite. — Ele pousou a bebida para dar uma olhada melhor
nela. — Você perdeu a cabeça? Ela está fumando.
— Dominick não transa há mais de uma semana — disse Ford. —
Você sabe que é assim que ele fica quando não teve boceta. Como um
maldito pássaro perdido que não consegue encontrar o caminho para o sul.
Eu não estava perdido.
Eu sabia exatamente o que queria.
O que eu ansiava.
Quem eu precisava para me tirar dessa rotina.
E ela estaria neste bar esta noite.
Durante minha reunião com Brett esta tarde, ele me lembrou que
Kendall não começaria a filmar por mais uma semana. Esta noite era um
encontro obrigatório com a equipe, para que as meninas pudessem
trabalhar em sua química e interações e os espectadores acreditariam que
eram realmente amigas na vida real.
No meu íntimo, eu sabia que vir aqui era a pior ideia do caralho.
Não faria nada além de me provocar.
Mas eu só precisava colocar meus olhos nela.
Toda vez que eu tentava pensar em outra pessoa, o corpo dela vinha
à minha mente. A sensação de seus lábios passando pela minha pele. Eu
veria o sorriso que iluminou seu rosto quando ela se sentou do outro lado
da minha mesa, com a boca cheia do burrito que ela fez para nós.
Um jantar que eu tinha arruinado.
Porra, Kendall era uma boa menina.
Normalmente, eu não saio com as boas. Preferia as malvadas e
travessas, que não deu a mínima para o que acontece depois da manhã, um
orgasmo a única coisa que nós dois estávamos atrás.
Mas não Kendall.
Ela queria... mais.
Algo que eu sempre evitei e era por isso que eu não conseguia
entender a razão de eu ainda estar me provocando com ela. Por que os
pensamentos sobre ela estavam me corroendo. Porque a necessidade de
vê-la estava me consumindo.
— Aquela — Jenner disse, apontando para a mesa à nossa frente,
onde duas garotas estavam olhando meus irmãos e eu.
— De jeito nenhum. — Olhei para Jenner. — Ruiva não é meu tipo e
a outra é uma cliente antiga.
— Que idade? — perguntou Ford.
— Não é velha o suficiente. — Eu girei meu copo sobre o tampo da
mesa. — Ela trocou de escritório de advocacia quando minha assistente
encontrou Jeffrey em cima dela transando na sala de cópia.
— Jeffrey, seu assistente jurídico? — perguntou Ford.
Eu balancei a cabeça.
— Ela não conseguiu fisgar o advogado, então ela foi para a próxima
melhor coisa. Talvez seja hora de mordiscar sua isca — disse Ford.
— Jesus. — Eu balancei minha cabeça, os dois eram muito
implacáveis. Eu tinha ouvido o suficiente. Levantei-me da mesa e disse: —
Preciso de uma bebida.
Jenner bateu na borda do meu copo. — Você tem uma.
— Preciso de algo mais forte.
Fui para o bar, onde vi um lugar vago no final. Uma vez que minha
bunda estava plantada, sem meus irmãos respirando no meu pescoço, eu
dei uma rápida olhada na sala. Mulheres bonitas estavam por toda parte.
Era por isso que este lugar era conhecido - uma fábrica de carne para
solteiros. Mas, foda-se, não havia uma garota à vista que fizesse alguma
coisa por mim, que me fizesse aproximar dela e enjaulá-la com meus
braços, como fiz com Kendall no telhado do hotel.
Talvez eu só precisasse de um boquete para tirá-la da minha mente.
Uma garota que poderia chupar como se sua maldita vida dependesse
disso, me fazendo esquecer como era a boca de Kendall, como seus lábios
pareciam quando giravam em torno da minha cabeça.
Sim, era exatamente o que eu precisava.
E esse se tornou meu plano - sair deste bar esta noite com outra
mulher. Uma garota que eu nem levaria para casa. Ela me chuparia na porra
do carro, redefinindo meu cérebro para meus velhos hábitos para que eu
não estivesse pensando apenas em uma garota.
E então Kendall seria apenas minha cliente, nada mais.
— O que posso te dar? — a barman perguntou, interrompendo meu
debate de ideias.
Ela estava na minha frente, seus seios altos em um espartilho, seus
lábios brilhantes e carnudos.
Ela era fácil.
— Whiskey — eu disse. — Quatro dedos, puro.
— E uma margarita Skinny para mim — ouvi falar atrás de mim.
Aquela voz.
Eu conhecia de cor. O mesmo com o cheiro dela quando uma onda
tropical de repente tomou conta do meu nariz.
Era um som que eu ansiava, um cheiro que eu constantemente
procurava.
Quando meus irmãos disseram que queriam vir aqui para tomar uma
bebida, sugeri um lugar diferente.
Eu sabia que era uma batalha que eu ia perder... porque eu
realmente não lutei.
Por que diabos eu tinha me tentado esta noite?
Um masoquista — era isso que eu era.
Lentamente, eu me virei para ela, meu pau instantaneamente duro
enquanto eu olhava o vestido que cobria seu corpo perfeito e apertado. —
Kendall…
Foda-me.
O minivestido de safira abraçava aqueles quadris deliciosos, ela se
estendia por sua bunda em forma de coração e terminava naquela bela
sarda em uma parte alta de sua coxa. O material mergulhou em sua frente,
cortado após uma grande quantidade de decote.
Sexy, confiante e deliciosa ‘pra’ caralho.
Ela estava ao meu lado com as costas arqueadas, suas mãos
apertando a borda de madeira do bar, sua bunda levantada como se ela
soubesse que eu estava olhando.
Ela finalmente respondeu ao seu nome, gradualmente olhando para
mim, um pequeno sorriso cobrindo seu rosto. — De todos os bares de LA,
você escolheu este. Interessante.
— Meus irmãos queriam vir.
— Claro que sim. — Ela lambeu o interior do lábio inferior, fazendo
com que meu olhar caísse lá e eu fantasiasse. — As coisas vão bem,
Dominick?
Eu não jogava conversa fiada muito bem. Palavras, no meu campo,
custam dinheiro aos meus clientes. Dizer a Kendall que o trabalho estava
ocupado como o inferno, o tempo estava ensolarado e meus irmãos
estavam me deixando louco era inútil.
Agora, sua bunda era um assunto que eu preferiria discutir.
— Você vai filmar esta noite? — Eu perguntei, evitando sua
pergunta, mas iniciando uma conversa que eu já sabia a resposta.
— Apenas curiosa... você vai me cobrar por este bate-papo?
— Isso está fora do horário, espertinha.
— Uma que você claramente adora admirar. — Ela endireitou o
corpo, mudando de posição para que sua bunda não ficasse tão enfatizada.
— Não há câmeras esta noite, apenas uma reunião com minhas colegas de
elenco.
— O que você pensa delas?
Ela virou seu corpo para mim, me enviando mais de seu perfume, o
novo ângulo colocando seus seios na minha linha direta de visão.
Droga, ela era boa e ela certamente sabia o que estava fazendo.
— Elas são boas. — Ela manteve a voz baixa, embora o bar estivesse
alto, garantindo que ninguém além de mim pudesse ouvi-la. — São
mulheres com quem eu normalmente não sairia, mas sou muito tranquila,
então tenho certeza que nos daremos bem.
— O show está esperando que você não o faça. Lembre-se, quanto
mais drama...
— Quanto mais altas as classificações, eu sei – é o que todo mundo
continua dizendo. — Ela enrolou uma mecha de seu cabelo longo e
selvagem antes de jogá-lo por cima do ombro. — Já posso sentir as
pequenas gotas caindo. Sabe, esse cara fica olhando para mim, mas outra
garota acha que ele é gostoso. Esse cara vai convidá-la para sair, mas ele já
namorou uma das outras. Se essa é a angústia que eles estão procurando,
então está se formando.
Era.
E esse era o tipo de merda que eu não queria ouvir – qualquer coisa
que envolvesse outro cara até mesmo olhando para ela.
— Margarita Skinny — disse a barman, tirando-me dos meus
pensamentos. — E um whiskey.
Peguei o pequeno copo em minha mão, Kendall já batendo o dela
contra o meu.
— Saúde, Dominick.
Até o jeito que ela cantou meu nome foi sexy ‘pra’ caralho.
— Saúde…
— Ugh, você não me deu um — uma garota perguntou, me cortando.
A loira passou o braço em volta dos ombros de Kendall e baixou os
lábios para o copo, tomando um longo gole da margarita de Kendall.
Eu não tive que perguntar quem ela era. Sua aparência me disse que
ela era uma co-estrela.
— Você sabe que eu vou compartilhar — disse Kendall, oferecendo-
lhe outro gole.
A garota limpou a margarita Skinny da boca e instantaneamente me
olhou. — Kendall, quem é esse espécime gostoso? — Ela estendeu a mão
para eu apertar, os dedos dobrados como uma rainha. — Eu sou Delilah e
você é?
— Dominick.
— Meu advogado — acrescentou Kendall. — Aquele que cobra a
quantia mais obscena por hora.
— Ohhh, mas parece que ele vale cada centavo. — Ela puxou os
dedos de volta do meu aperto, balançando-os no ar como se não tivesse
certeza de onde colocá-los. — Talvez eu devesse ter contratado você.
Certamente, alguém que é grande, corpulento e elegante, como você,
poderia ter me dado o que eu precisava. —Sua mão pousou no meu braço,
esfregando meu tríceps como se fosse meu pau. — E, baby, eu preciso de
muito.
— Ele também é solteiro — disse Kendall. — Então, tenha ele.
Eu queria alcançar o pequeno espaço que nos separava, envolver
minhas mãos ao redor da cintura de Kendall e dobrá-la sobre meu joelho,
onde eu iria bater naquela bunda tentadora.
Mas a oportunidade acabou quando ela deu um passo para trás,
acrescentando muita distância entre nós.
— Bom ver você esta noite, Dominick. Não faça nada que eu não
faria. — Ela me deu um de seus sorrisos característicos e então ela se foi,
fora da minha vista.
Deixando-me com Delilah.
— Onde nós estávamos? — ela arrulhou.
CAPÍTULO TREZE
KENDALL

Os irmãos de Dominick podem ter escolhido vir a este bar, mas não
havia dúvida em minha mente que ele sabia que eu estaria aqui. Ele poderia
facilmente convencê-los a ir para um lugar diferente - havia milhares como
este em LA - mas não o fez.
Seu olhar me disse por quê.
Seus olhos me devorando desde o momento em que pousaram nos
meus.
Deixá-lo sozinho com Delilah tinha sido muito divertido. Eu pensei
que ele duraria mais do que alguns minutos com ela, mas quando eu voltei
para o grupo, ele já estava sentado com seus irmãos do outro lado da sala.
Sempre que eu olhava em sua direção, seu foco estava em mim.
E agora, estava me seguindo até a pista de dança.
Depois de três margaritas, eu estava pronta para sacudir minha
bunda, as meninas se juntando a mim ali. A música martelava pelo meu
corpo, a tequila fazendo cada parte de mim querer dançar. Estávamos todas
dançando juntas, sentindo o ritmo, nossos braços ligados para girar, nossos
quadris rangendo.
Eu não sabia se era toda a bebida ou a música bombando ou o fato
de que eu estava me aquecendo no olhar de Dominick, mas eu estava me
divertindo muito. Tanto que me matou quando todas as bebidas
começaram a fazer efeito e eu tive que me desculpar para correr para o
banheiro feminino.
Terminei na cabine e saí para lavar as mãos, me olhando no espelho
pendurado acima da pia. Havia uma fina linha de suor sobre meu lábio, e
minhas ondas precisavam ser domadas.
Sequei meu rosto com uma toalha de papel e passei os dedos pelo
meu cabelo. Mesmo que não houvesse nenhuma câmera filmando esta
noite, eu ainda adicionei um pouco mais de brilho labial e alisei o delineador
sob meus olhos. Assim que terminei, joguei a toalha de papel e fui para a
porta.
Eu não estava a mais de alguns passos no corredor quando fui forçada
a parar, um par de mãos apertando meus quadris, um corpo duro como
pedra me impedindo de dar outro passo.
— Dominick...
— Você esteve me provocando a noite toda, Kendall.
Um calor se moveu através de mim enquanto suas mãos circulavam
até minha bunda.
— Essa não era minha intenção.
— Não? — Seus lábios se separaram quando ele olhou para mim,
uma fome tomando conta de seu rosto mais animalesca do que antes. —
Não é por isso que você foi ao banheiro... para que eu te seguisse?
Eu ri em vez de responder e ele me agarrou com mais força.
— Devo puni-la por toda essa provocação e por me deixar com sua
amiga?
— Você não faria isso.
Ele segurou meu queixo. — Você não me conhece totalmente.
Antes que eu pudesse pronunciar uma palavra, de repente eu estava
no ar e ele estava me movendo como se eu não pesasse nada. Segundos
depois, meus pés foram colocados no chão, minhas costas agora contra a
parede, seu corpo extremamente próximo ao meu.
— Eu como sua boceta até você gozar na minha cara? — Ele fez uma
pausa, roçando seus lábios na minha bochecha. — Eu te alimento com meu
pau, tendo você me chupando até secar?
Eu não estava mais respirando.
Meu coração estava batendo no meu peito.
A umidade estava se formando entre minhas pernas.
Meus lábios se abriram automaticamente quando os dele se
aproximaram, esperando que ele me beijasse.
— Talvez eu devesse tomar a decisão por você. — Suas mãos se
moveram para o meu pescoço, inclinando minha cabeça para trás,
apontando minha boca para a dele. — Primeiro, preciso saber se você tem
alguma obrigação de retornar às suas colegas de elenco, ou posso tirá-la
daqui?
Meu raciocínio rápido se foi.
Assim como meu plano de jogar duro para conseguir, mesmo que eu
disse a mim mesma que não ia me apaixonar por seus dedos, não importa
o quão perto eles chegassem de mim.
Mas, caramba, aqui estava eu, completamente hipnotizada, sua
presença tornando impossível para mim pensar direito.
Eu tenho que voltar para as meninas?
Tentei me lembrar do e-mail que o estúdio havia enviado esta manhã
como acompanhamento para esta noite. — Não.
Eu nem tinha acabado de falar e já estava em seus braços novamente.
Desta vez jogado sobre seu ombro, meus braços balançando batendo na
parte de trás de seus joelhos, minhas pernas saltando contra seu peito, sua
mão segurando minha bunda firme enquanto ele me carregava pela porta
que estava a apenas alguns passos de distância e em um SUV que estava
estacionado do lado de fora. Estávamos no banco de trás, um motorista na
frente.
Assim que o carro começou a se mover, os lábios de Dominick foram
ao meu ouvido e ele rosnou: — Dê-me sua boca.
Nada soou melhor naquele momento.
Eu puxei a fivela do cinto, afrouxando o suficiente para que eu
pudesse desabotoar a calça e abaixar o zíper, deslizando seu pau pelo
buraco de sua cueca boxer.
O motorista aumentou a música apenas quando sua cabeça entrou
na minha boca, um gemido saindo da minha garganta enquanto eu chupava
a ponta.
Ele agarrou meu cabelo como se estivesse segurando a ponta de uma
corda e me guiou para cima e para baixo em seu eixo longo e grosso. Enfiei
a mão dentro de sua boxer novamente para segurar suas bolas, fazendo
cócegas enquanto passava minha língua sobre sua cabeça. Até a pele de
Dominick estava deliciosa. E enquanto eu usava minha mão livre para
bombear sua base, certificando-me de que tudo estava coberto, eu
balançava tão profundamente quanto eu podia ir.
Sua respiração era apenas alta o suficiente para eu ouvir, mas cada
expiração causava um formigamento dentro de mim. Assim como a
maneira como ele empurrou seus quadris para frente e os balançou para
trás, agarrando meu cabelo, me mostrando o quanto ele estava gostando
disso.
Fui mais fundo, mais rápido, apertando minha mão um pouco mais
perto do fundo.
E de repente, houve uma mudança. Seu pau ficou ainda mais duro,
quase pulsando, sua mão apertando meus cabelos.
— Foda-se — ele sussurrou baixinho.
Em um impulso rápido, seus quadris empurraram para frente e um
calor começou a encher minha boca. A espessura de seu esperma revestiu
minha língua, cada explosão adicionando mais à poça.
Saber que eu tinha feito isso com ele - eu o tinha tirado tão rápido,
que minha boca poderia lhe dar tanto prazer - era a maior excitação.
— Droga, Kendall.
Quando nossos movimentos pararam e eu tive certeza de que ele
havia terminado eu o engoli em um gole.
Ele segurou minha bochecha enquanto eu o limpava do meu rosto,
seus olhos quase comendo os meus.
— Você é uma garota safada, porra. — Ele passou o dedo pelos meus
lábios, puxando o de baixo. — Deus, eu perdi essa boca.
Assim que comecei a sorrir, o motorista parou na casa de Dominick.
Antes mesmo de meus pés tocarem o chão, ele estava me levantando do
banco de trás e me carregando em seus braços. Ele digitou um código na
porta da frente e estávamos instantaneamente dentro, onde ele me
colocou na ilha da cozinha.
— Eu preciso provar você. — Ele se ajoelhou no chão e subiu pela
barra do meu vestido até que estava em volta da minha cintura. Seu rosto
se moveu entre as minhas pernas, seu nariz pressionando contra mim, já
que nenhuma calcinha estava me cobrindo. — Foda-me, você cheira bem.
— Segurando minhas coxas, ele lambeu o comprimento do meu clitóris. —
Tenho sonhado com esse sabor há dias. — Ele chupou o topo de mim em
sua boca, sacudindo a frente com a língua.
— Dominick!
Eu puxei seu cabelo, da mesma forma que ele tinha feito com o meu,
a sensação tão avassaladora. Prazer, paixão e pressão estavam se
espalhando por mim e cada vez que eu olhava para baixo, havia o topo de
sua cabeça enterrado na parte mais íntima de mim.
— Oh Deus. — Eu estremeci, meus olhos se fechando, meu pescoço
caindo para trás.
Tudo que eu podia fazer era tentar respirar enquanto sua língua me
consumia completamente.
Quando eu finalmente aprendia seu padrão, ele mudava de direção,
abaixando para o centro, subindo até o ponto mais alto, me dando um de
seus dedos rápidos e longos.
Eu estava cheia dele.
Satisfeita.
Ultrapassada pelos movimentos arrebatadores, a maneira como ele
estava arqueando o dedo dentro de mim.
Ele não estava apenas circulando aquela seção ultrassensível, ele
estava usando a ponta de sua língua para roçar em mim verticalmente e
horizontalmente e então ele me cercava com seus lábios e chupava.
— Oh porra — eu gemi.
Meus joelhos dobraram, os saltos caindo dos meus pés, então meus
dedos dos pés se curvaram sobre a borda do balcão. Minhas mãos estavam
espalmadas atrás de mim e eu me inclinei em sua boca. Cada lambida era
dura, rápida e meus quadris empurravam para frente para encontrá-lo,
cada mudança fazendo com que a barba em suas bochechas raspasse
minha parte interna das coxas, apenas aumentando o atrito.
A construção estava lá.
Possuindo-me.
Controlando meus sentidos.
Passou pelo meu umbigo, subiu pelo meu peito e explodiu no meu
clitóris.
— Dominick!
Um redemoinho de sensações estava em erupção e isso só o fez
lamber mais rápido.
Os tremores tomaram conta do meu corpo, ondas de arrepios
passando por mim cada uma trazendo mais calor, mais ricochetes de
prazer.
— Ahhh, foda-se!
Eu podia sentir a umidade, os espasmos que atingiram meus
membros, o tremor que continuou até que sua língua parou, os tremores
dentro de mim finalmente se acalmaram.
— Que porra foi essa? — Eu sussurrei, tentando encher meus
pulmões.
— A coisa mais quente que eu já testemunhei. — Ele se levantou,
agarrando minhas coxas, sua boca perto da minha. — Te provando
enquanto você gozava... — Ele balançou a cabeça, exalando. — Melhor
coisa que já esteve na minha língua.
Oh Deus.
Como um homem pode ser tão delicioso?
Um que, apenas uma semana atrás, me deixou sair de seu escritório
depois que eu pedi mais.
— Se você alugasse essa boca você faria uma fortuna — eu disse a
ele.
Tremores se moveram pelo meu corpo enquanto ele ria, cada parte
de mim ainda tão sensível.
— Não vai acontecer. Isso é algo que eu quase nunca faço.
Tentei processar sua admissão e o que isso realmente significava.
— Sim? Como tive tanta sorte?
— Algo sobre você. — Ele traçou meus lábios e eu estava
aprendendo que era uma de suas coisas favoritas sobre mim, depois da
minha bunda. — Eu não posso me ajudar. — Ele se inclinou no meu ouvido,
sua respiração fazendo com que o formigamento voltasse. — Quando eu
estava assistindo você dançar, tudo que eu conseguia pensar era o quanto
eu queria comer sua boceta.
CAPÍTULO QUATORZE
DOMINICK

Eu a provei.
De certa forma, eu normalmente nunca provei mulheres.
Com a minha língua em seu clitóris, meus dedos profundamente
dentro de sua boceta, sua voz gritando a porra do meu nome.
Vê-la estremecer não era apenas sexy, era bonito.
E mesmo que ela estivesse na minha vida há pouco tempo, a
quantidade de espaço que ela ocupava no meu cérebro fazia com que
parecesse muito mais tempo.
Mas só porque eu tinha cedido, isso não significava que ela estava
recebendo mais como queria.
Em uma semana, Kendall começaria a filmar e minha opinião não
mudou. Fotos dela cairiam na mídia e seus seguidores dobrariam a cada dia,
sua popularidade subindo.
Não importa o que eu sinta por ela, não preciso desse tipo de passeio.
E foi isso que repeti na minha cabeça quando acordei na manhã
seguinte, o rosto dela aninhado no meu peito enquanto ela dormia.
Droga, ela estava linda a esta hora.
Sua maquiagem se desgastado a muito tempo, seus cachos
indomáveis e selvagens. As minúsculas sardas na parte mais alta de suas
bochechas não estavam escondidas. Eu estava apenas correndo meus
dedos pelo cabelo dela quando seus olhos se agitaram acordados.
— Mmm — ela gemeu. — Oi.
— Bom Dia.
Ela puxou o cobertor até o pescoço, cobrindo o corpo que eu estava
admirando.
— Você dormiu bem? — Eu perguntei.
— Bem demais. Que horas são? — Ela se inclinou sobre mim,
verificando o relógio na minha mesa de cabeceira. — Nove e meia. Uau, não
posso acreditar que dormi até tão tarde. Geralmente acordo tão cedo.
Eu tracei seu rosto, sua pele tão incrivelmente macia. — Acho que é
minha culpa. Não fui exatamente gentil com você ontem à noite.
Ela riu, um som tão único para ela. — Não, você não foi e eu amei
cada segundo. — Ela se inclinou sobre o cotovelo, segurando o rosto com a
palma da mão. — Eu amei especialmente como começou com isso... — Ela
passou os dedos pelos meus lábios, sua expiração enfatizando o quanto ela
tinha gostado da minha língua.
Eu abaixei para seu umbigo, apertando meu aperto. — Você quer de
novo?
— Eu não posso agora. Eu realmente tenho que ir..., mas simmmm.
Eu ri de sua fofura.
— Dominick, tenho tanta coisa para desfazer as malas. Eu nem sei
por onde começar. Saí do meu apartamento há alguns dias e meu novo
lugar parece um tornado. Minhas coisas estão em todos os lugares e eu
preciso deixar tudo aconchegante antes das filmagens começarem.
— Eu vou te dar uma carona para casa.
Ela estava fazendo cócegas no meu peito, esfregando meu cabelo. —
Você tem certeza?
— Eu carreguei você para fora do bar ontem à noite. O mínimo que
posso fazer é levá-la para casa. — Beijei o topo de sua cabeça e saí da cama.
No meu armário, eu coloquei um moletom cinza e uma camiseta, colocando
um boné de beisebol para não ter que foder com meu cabelo.
Quando eu saí, ela estava saindo do banheiro, usando aquele vestido
de safira sexy e minúsculo que mostrava cada decote e curva que eu tinha
acariciado na noite passada.
— Foda-me…
Ela veio ao alcance e eu segurei sua cintura para ter uma visão
melhor, meu pau já tão duro. Querendo ver as costas, eu a virei. O tecido
esticado em sua bunda, o contorno de cada nádega me provocando. Eu me
aproximei, posicionando meu pau entre elas.
— Você sente o que você faz comigo? — Eu beijei a parte de trás de
sua orelha e desci até seu pescoço. — O quão duro 'pra' caralho você me
deixa?
— Este vestido não é seguro perto de você.
— Não é o vestido, Kendall.
Ela gemeu quando minha boca desceu para sua clavícula. — Eu nunca
vou desfazer as malas se você tirar isso de mim. — Ela arqueou as costas,
empurrando sua bunda no meu pau.
Eu assobiei pelo atrito. — Provocadora.
Ela me encarou, rindo. — Vou fazer um café para nós.
Enquanto ela desaparecia na cozinha, fui ao banheiro e lavei as mãos
e quando me juntei a ela, ela me entregou uma caneca para viagem.
— Apenas creme — disse ela. — Eu me lembro da minha última festa
do pijama.
— Você é boa. — Tomei um gole, o café do jeito que eu gostava. —
Muito boa.
Ela me seguiu até o carro e eu acelerei o Porsche enquanto saía da
garagem. — Onde é a sua nova casa?
Ela prendeu seu celular no suporte do telefone no meu painel, a rota
destacada em sua tela, a primeira instrução de direção vindo pelo alto-
falante.
— Tenho muitos talentos — disse Kendall, — mas navegar nesta
cidade e dar instruções definitivamente não é uma.
Eu sorri. — Justo.
Olhei para ela quando cheguei ao primeiro sinal de Pare. A luz do sol
brilhava através de seu cabelo escuro, seus olhos azuis tão vibrantes,
mesmo de seu perfil, sua pele brilhando com um bronzeado quente.
Algumas mulheres pareciam destroços de trem de manhã com bolsas
sob os olhos e uma estranha pele avermelhada, aterrorizante sem
maquiagem.
Não Kendall.
Mudei do ponto morto, meu olhar de volta na estrada. — Como será
o seu primeiro dia de filmagem?
— Estamos todos nos reunindo em uma das casas das meninas para
ter um dia de piscina e depois voltamos para casa para nos vestirmos e nos
arrumarmos para jantar e dançar.
— Parece realidade.
Ela riu. — Compras no dia seguinte em alguma boutique de alto
padrão, seguidas de manicure e pedicure e brunch.
— Não soa muito horrível.
— Não, mas dificilmente é normal. Minha vida já está ficando tão
estranha. — Ela esfregou as palmas das mãos nas coxas, como se
estivessem suadas. — Enquanto eu estava lavando roupa na minha nova
casa ontem, uma das minhas vizinhas estava tirando uma carga da lavadora
e sussurrou para o marido: "Essa é a garota que vai estar naquele
programa".
Reduzi a marcha, olhando para ela quando respondi: — Todo mundo
em seu prédio teve que assinar um documento.
Ela bateu em seu telefone algumas vezes e uma rápida olhada me
disse que ela estava carregando o Instagram. — E a notícia está se
espalhando porque eu passei de mil e duzentos seguidores para catorze mil.
— Senti seus olhos em mim. — Você acredita que muitas pessoas estão
interessadas na minha vida chata? Porque eu certamente não posso.
— Espere até que eles comecem a promover o show, tirando teasers
das filmagens. É aí que as coisas vão realmente aumentar.
Ela balançou a cabeça. — Eu não posso nem imaginar como será mais
louco quando isso já está além da loucura. — Seus braços envolveram sua
cintura enquanto seu estômago soltava um ronco alto. — Desculpe, fica
mal-humorada quando não o alimento.
— Você está com fome?
— Minha resposta a essa pergunta é sempre sim.
O aplicativo em seu telefone me disse que estávamos a apenas alguns
minutos de sua casa. — Eu sei que você acabou de se mudar. Você tem
comida no seu apartamento?
— Ainda não fiz compras no supermercado. — Ela riu. — Mas me
pergunte se eu tenho tequila e vinho, porque claro, eu tenho os dois.
— Prioridades.
Ela tirou a xícara do suporte. — E café - eu não poderia sobreviver
sem ele.
— O que você está desejando?
— Panquecas. — Seu estômago fez um barulho novamente e ela deu
um tapinha nele. — Eu tropecei neste pequeno restaurante outro dia que
fica a cerca de um quarteirão de distância. Eles têm as melhores panquecas
do mundo.
— Vamos lá.
— Agora?
Eu desacelerei quando a luz ficou vermelha. — Por que não?
— Acho que eu poderia atrasar minha desembalagem por uma hora
ou mais. — Ela olhou para seu colo. — Mas eu não posso ir assim. Eu tenho
que mudar, eu pareço em uma caminhada da vergonha.
— Vamos consertar isso. — Seu prédio apareceu e eu parei,
estacionando a alguns pontos da entrada. — Você quer subir e se trocar e
quando você voltar, podemos caminhar até o restaurante?
Um sorriso estava se espalhando em seus lábios. — Você sabe que
eles ainda não estão filmando. — Seus dedos escorreram pelo meu
pescoço, deslizando lentamente pelo meu peito. — Por que não
aumentamos um pouco nossa fome e quebramos a minha cama?
Ela sabia que eu não pisaria em sua casa se as câmeras estivessem
ligadas. Mas dado que eles não estavam rolando por mais uma semana e
ela estava me pedindo para transar com ela...
— Não posso recusar essa oferta.
— Achei que não.
Eu a segui pela porta da frente e entrei no elevador, observando-a
apertar o botão do último andar. Assim que as portas se abriram, descemos
por um longo corredor e ela destrancou a porta no final. Eu a segurei aberta
para ela enquanto ela entrava, acendendo as luzes. O apartamento foi
totalmente decorado. Eu tinha certeza de que o designer de interiores do
estúdio tinha cuidado disso antes de Kendall se mudar e presumi que as
caixas espalhadas pelo chão e o sofá e os balcões eram as coisas que ela
havia trazido.
— Dê-me só um segundo — disse ela, correndo para um dos quartos,
fechando a porta atrás dela.
Eu nem tinha chegado até a cadeira, a única superfície disponível
para sentar, quando a porta se abriu novamente.
Kendall estava do lado de dentro, com as mãos acima da cabeça,
segurando a moldura, vestindo apenas um roupão.
Nada mais.
Sem sutiã.
Sem calcinha.
Apenas mamilos e aquela porra de boceta perfeita e olhos que
estavam tão famintos.
Meu pau latejava, ficando mais duro a cada segundo. — Você fica
mais linda toda vez que te vejo nua.
Um rubor percorreu suas bochechas. — Dominick, você não precisa
apenas olhar para mim. — Seus dedos foram para seu seio, roçando seu
mamilo antes de descer lentamente para sua boceta, onde ela começou a
esfregar seu clitóris. — Você pode vir me tocar também. — Sua expiração
foi mais como um gemido. — E você pode sentir o quão molhada você me
deixa.
— Maldição.
Ela deu um passo para trás e outro, sentando-se na ponta da cama,
onde levantou os pés até a beirada do colchão, pronta e estendida para
mim. — Venha me foder.
CAPÍTULO QUINZE
KENDALL

Dominick e eu estávamos sentados em uma mesa de canto do


restaurante, separada das outras mesas ocupadas, o espaço nos dando
alguma privacidade. Copos altos de suco de laranja estavam na nossa frente
junto com canecas cheias de café.
Olhei para o menu, gemendo com o que ia conseguir, embora não
houvesse nenhuma dúvida em minha mente. Eu só queria prolongar esta
refeição o máximo que pudesse.
Não importava que eu tivesse um dia inteiro desfazendo as malas
pela frente, que tínhamos acabado de passar a última hora rolando na
minha cama. Tempo era algo que Dominick normalmente não me daria.
Agora que ele estava eu queria absorvendo cada segundo.
Eu rapidamente examinei as descrições das panquecas, decidindo
qual soava melhor e olhei para cima do meu menu. — Diga-me... por que a
lei?
Ele olhou para cima. — De onde veio isso?
Dei de ombros. — Apenas curiosidade.
Ele moveu seu menu para o lado e cercou seu suco com as duas mãos.
— Meus pais são advogados e isso estava embutido em nossas cabeças
desde o momento em que começamos a conversar. Sempre esperamos que
Ford, Jenner e eu assumamos a empresa.
— Então, você chamaria isso de paixão ou exigência?
A pequena risada me disse que ele gostou da pergunta.
— Ambos. — Ele olhou para a janela ao nosso lado e de volta para
mim. — Direito foi a língua que eu cresci falando e é tudo que eu sabia.
Quando você está muito perto de algo, ou se torna uma parte significativa
de você ou você eventualmente o despreza.
— E você se apaixonou. — Seus olhos revelavam tanto. — Eu posso
dizer.
— Não foi necessariamente o trabalho pelo qual me apaixonei, era o
tipo de lei. Nós três nos concentramos em nossos próprios campos – esse
foi o acordo que estabelecemos antes de entrar na empresa. — Ele tomou
um gole. — Ford trabalha em planejamento imobiliário e isso é uma porra
de um ronco para mim. Jenner se concentra em imóveis e fusões e eu
também não tenho interesse nisso. Gosto da emoção ou dos contratos em
grande escala, da negociação e das brincadeiras que vão e voltam ganhando
dias de pagamento maciços para meus clientes.
Tracei meu polegar sobre a condensação no copo de suco. — Pelo
menos seus pais reconheceram que vocês eram todos tão diferentes e
permitiram que você encontrasse sua especialidade e os trouxesse para a
companhia deles. Em que tipo de lei seus pais estão?
— Lei de família. Eles estão cercados pelo divórcio o dia todo. — Ele
bufou. — Depois que passei nós exames, comecei a montar minha equipe
e cada um dos meus irmãos fez o mesmo.
— Você sempre trabalhou com Brett?
— Nós fomos para a faculdade de direito juntos.
Minhas sobrancelhas se ergueram, pois fiquei surpresa ao ouvir isso.
— Ele é um advogado?
— Isso é o que faz dele um agente tão bom. Ele entende os
parâmetros legais, o que a maioria dos agentes não entende. Você combina
isso com seu destemor e ele é imparável. Aquele homem não tem medo de
merda nenhuma.
— Você tem?
Ele riu novamente, o som completamente diferente desta vez. — Não
quando se trata de trabalho. Eu atravesso todos os limites no meu caminho
e acredito que tudo deve me testar, então os desafios são mais como jogos.
— Um pequeno sorriso estava agora em seus lábios. — A maioria
provavelmente diria que temo compromissos pessoais.
Meu coração apertou, pois eu sabia que isso estava prestes a ficar
interessante.
— Porque você foi ferido?
— Você acha que eu deixaria isso acontecer? — Ele fez uma pausa
para tomar outro gole. — Quando eu era criança, meus pais não
conversavam sobre o tempo na mesa de jantar, eles falavam sobre a
maldade que se formava entre maridos ou esposas e seus clientes, as
crianças que seriam transportadas entre as casas, os bens que estavam
sendo divididos. Saí do útero com armadura.
Dominick não tinha mostrado sinais de que queria outra coisa além
de sexo, nenhum indício de que haveria um relacionamento no horizonte.
Ele me daria seu corpo, mas seu coração estava fora dos limites.
Não pude deixar de me sentir terrivelmente decepcionada com essa
notícia. Que o que estava construindo entre nós estava tudo na minha
cabeça e nunca seria nada mais.
— Um solteiro para sempre, sem filhos próprios, dormindo com
mulheres aleatórias para que você nunca se machuque. — Eu engoli e doeu.
— Essa é uma maneira interessante de passar o resto de sua vida, Dominick.
Ele tinha 33 anos — uma idade que o Google havia me dado durante
uma das vezes em que o procurei — e estávamos em lugares muito
diferentes em nossas vidas.
A percepção disso me eviscerou ainda mais.
— Kendall…
— Já decidiu o que quer comer? — a garçonete perguntou, agora em
nossa mesa, poupando-o de ter que me responder.
Entreguei a ela meu cardápio. — Panquecas de mirtilo e coalhada de
limão com um lado de batatas fritas extra crocantes.
— Meu favorito. — Ela terminou de escrever. — Com manteiga
simples ou batida de mirtilo?
Meu estômago roncou. — Mirtilo batido, é claro.
— E para você? — ela disse para Dominick.
— Eu ia pegar os ovo Benedict… — ele olhou para mim, piscando —
…mas você me comprou com as panquecas.
— Mesmo tipo? — a garçonete perguntou.
O olhar de Dominick voltou ao seu menu. — Vou pegar a banana e o
açúcar mascavo.
— Agora, esse é o favorito do meu filho. — Ela sorriu para nós. —
Manteiga batida de canela para acompanhar?
— Por que não?
— Não deve demorar muito. Deixe-me saber se você precisar de
alguma recarga — ela disse e saiu.
— Se você tivesse pedido os ovos Benedict – que eu tenho certeza
que são excelentes, a propósito – eu teria me sentido como se tivesse
falhado em descrever como essas panquecas são incríveis. Você teria feito
um desserviço a si mesmo por não experimentá-las.
— Eu não sou fã de doces.
Meus olhos se arregalaram. — Você quer dizer... em tudo?
Ele riu. — De jeito nenhum – no café da manhã ou na sobremesa.
— Não sei se posso terminar este brunch agora que esta informação
está em minha posse.
Seu sorriso não desapareceu. — Não use isso contra mim. — Ele
segurou sua caneca de café em seus lábios, mantendo-a lá depois que ele
engoliu, seus olhos realmente me observando. — Diga-me, o que você acha
de LA até agora?
— Não é nada como Boston – isso é certo. O Nordeste anda rápido,
mas cada um faz o seu. Aqui, a competição começa no momento em que
você abre os olhos pela manhã – o que você veste, quanto dinheiro você
ganha, que tipo de trabalho você tem, o carro que você dirige, onde você
mora. — Olhei para o meu café. — Eu cortei uma fila da Starbucks, com pelo
menos vinte pessoas, soltando o nome da minha irmã. Os bostonianos
teriam me deixado cortar por uma emergência, não porque eu sou parente
de uma estrela da realidade.
— Mundos diferentes.
— Não — eu disse, finalmente olhando para cima. — Planetas
diferentes.
— Mas é um que você precisa se acostumar. Com o caminho em que
você está, você vai ficar aqui por muito tempo.
Eu não sabia por que ele tinha tanta confiança em mim. Mas algo
dentro de mim não queria decepcionar ele e Brett. Eu queria superar todas
as expectativas que eles haviam estabelecido.
— Vamos ver — eu respondi. — Eu certamente tenho muito a
provar.
— Eu nasci aqui, então acho que sou imune a todas as besteiras. —
Ele ajustou o chapéu, abaixando a viseira e depois apoiou os braços na
mesa. — O melhor conselho que posso lhe dar é, não dê ouvidos ao barulho.
Eles vão tentar superar você em todas as categorias. Deixe-os falar — são
apenas palavras. Continue olhando para frente. Concentre-se em seus
objetivos, sua paixão. Kendall é o seu coração que vai te levar mais longe.
— E eles certamente vão ver — eu admiti, meu peito batendo
enquanto eu pensava sobre o primeiro dia de filmagem. — Estarei
essencialmente desnudando minha alma para o mundo.
Seus dedos pousaram no meu queixo, seu olhar se movendo através
de mim, cada uma de suas exalações me enviando mais dicas da colônia da
noite passada e da pasta de dente desta manhã. — A tela vai ser gentil com
você. Você vai hipnotizar os espectadores e eles vão querer mais de sua
vida, seu rosto, sua personalidade. É isso que a mídia social lhes dará – um
vislumbre do que torna Kendall Roy tão fascinante. Você testemunhou a
ascensão e o sucesso de sua irmã, mas garanto que ela está estagnada. Sua
fama vai durar pouco. Você não. Eles serão cativados por sua beleza, que
vai muito além de sua aparência e corpo.
Com os elogios saindo dele, as palavras estavam mais uma vez me
faltando. — Dominick... — eu comecei, mas seus olhos estavam tornando
difícil para mim respirar. — Obrigada.
— Não é necessário agradecer. Estou apenas falando a verdade.
— Eu sinto sua sinceridade. — Engoli em seco, a emoção ali – eu só
não queria que ele visse. — E eu aprecio isso.
Sua mão caiu, agora repousando sobre a mesa a vários centímetros
da minha. Ele estendeu os dedos, gentilmente passando pelos meus, a
sensação acendendo faíscas pelo meu corpo.
Tantas perguntas sem resposta fervilhavam no silêncio entre nós.
Como ele poderia ter essa fé infinita em mim, mas tão facilmente me
deixar ir?
Como ele poderia segurar meu rosto e minha mão, momentos que
não eram nada sexuais, mas só queria me foder?
Como ele não ansiava por mais tempo, sorrisos, risadas, manhãs em
que eu acordava em seus braços?
— O café da manhã está servido — disse a garçonete, arrancando-
me dos meus pensamentos enquanto colocava nossos pratos na nossa
frente, a pilha de panquecas tão grande que eu nunca as terminaria. —
Deixe-me pegar o café e eu vou completar suas canecas. Posso servi los em
algo mais?
Eu não queria liberar o olhar de Dominick, mas me forcei a dar uma
olhada rápida na mesa, notando os guardanapos extras que ela trouxe e a
jarra cheia de creme e que tínhamos bastante manteiga e calda.
— Acho que estamos bem — eu disse a ela.
— Excelente. Aproveitem.
Eu descansei meu garfo na lateral do meu prato, observando
Dominick cortar sua primeira mordida. — Eu tenho que testemunhar isso.
Meu coração está me dizendo que essas panquecas estão prestes a explodir
sua mente.
Ele riu. — Não crie esperanças. Como eu te disse, eu não nasci com
um dente doce.
Debaixo dessa armadura dele, eu tinha certeza de que poderia
encontrar algo doce que ele adoraria, mesmo que não fossem panquecas.
Assim como eu poderia mostrar a ele como seria um relacionamento, um
que não destruiria seu coração, um que não seria nada como os casamentos
que seus pais descreveram durante o jantar.
Um sorriso começou a abrir caminho através de mim, eventualmente
puxando meus lábios. — Acho que estou prestes a mudar isso, Dominick.
CAPÍTULO DEZESSEIS
DOMINICK

Meu garfo mergulhou na borda da pilha de panquecas, gotas de


manteiga e calda caindo ao lado, um pedaço redondo de banana
amassando enquanto eu o cortava.
Eu era mais uma pessoa de ovos.
Um café da manhã que eu poderia colocar na boca a caminho da
academia ou do trabalho. Eu não estava procurando sabor, eu estava atrás
da proteína, precisando de toda a energia que conseguisse para passar o
dia.
Era por isso que eu normalmente não comia o brunch. A menos que
eu estivesse de férias com os caras e houvesse uma noite de bebedeira
antes, eu geralmente estava me movendo tão rápido que não tinha tempo
para esta refeição.
Mas foi realmente bom desacelerar e tirar um momento para
apreciar isso.
E a linda garota sentada na minha frente.
A garota que eu continuei provando de novo e de novo, uma lambida
nunca era suficiente. A mesma que me fez estender a mão sobre a maldita
mesa, incapaz de manter minhas mãos longe dela. Aquela cujo olhar me
disse que ela estava ouvindo e segurando cada palavra e provavelmente
poderia recitar tudo o que eu já disse a ela. A que sutilmente olhou para
minha boca, lambendo a sua ao mesmo tempo, balançando em seu assento
sempre que ela ria ou ficava excitada.
Como ela estava agora, seus olhos fixos em meus lábios enquanto se
separavam para dar minha primeira mordida.
No segundo em que o açúcar mascavo atingiu minha língua, minhas
bochechas quase se contraíram, mas isso não durou quando a manteiga
salgada entrou em ação, cortando a doçura da banana e da calda.
— Uau. — Eu falei por trás da minha mão, tomando meu tempo para
mastigar e engolir. — Nada do que eu esperava.
— Melhor ou pior?
— Muito melhor. — Dei outra mordida, mergulhando na poça de
calda, a canela da manteiga ainda cobrindo minha boca. — Honestamente,
não posso te dizer a última vez que comi uma panqueca, mas posso te dizer,
não tinha gosto de nada disso.
— A maioria deles não tem. Nem as que eu faço. — Ela finalmente
cavou em sua pilha. — Eles cozinham a fruta em cima da panqueca em vez
de dentro, por isso adiciona um sabor totalmente diferente. Então, você
adiciona manteiga batida em vez de uma porção fria e dura, e é uma
explosão na boca.
Eu ri.
— O que é tão engraçado?
— Você. — Bebi vários goles de café. — As mulheres com quem
estou perto não falam sobre comida e não comem muito.
Ela balançou a cabeça. — Agora, isso é apenas uma tragédia.
Encontre novas mulheres para sair, Dominick. Não há nada sexy ou
divertido sobre o que você acabou de descrever. — Ela limpou uma gota de
manteiga do canto do lábio. — A vida é muito curta para comer apenas
alface.
— Esse deveria ser o seu slogan.
Ela derramou mais xarope em cima de sua pilha. — Bem, a menos
que a alface seja grelhada com pinhões e queijo feta e um molho balsâmico
picante por cima. — Nossos olhos se encontraram, o encanto mais atraente
movendo-se através dela. — E não, esse deveria ser o seu slogan. Da
próxima vez que houver uma garota sentada com você, mordiscando uma
folha, parecendo todo tipo de miserável, por favor, diga a ela para pedir
uma panqueca. Ou duas.
— Você é adorável.
Ela não era apenas gentil e carinhosa. Kendall era real. Eu não vi
muito disso, não quando passei apenas uma noite com uma mulher, a maior
parte de nossa conversa superficial e incrivelmente chata até a hora de
foder.
— Eu sou apenas honesta. — O elogio a atingiu, eu poderia dizer pela
cor de suas bochechas. — Estou curiosa, como é trabalhar com seus
irmãos? Nem todos os irmãos podem fazer a mágica acontecer – eu sou um
bom exemplo disso – então como é o seu relacionamento com eles?
— Somos melhores amigos.
— Agora, estou com ciúmes.
Limpei minha boca, tomando um longo gole do meu suco. — Sendo
o mais velho, eu os vi mudar muito ao longo dos anos. Claro, há uma
competição amigável entre nós – somos homens e atletas, então é natural.
Mas não queremos nada mais do que ver todos terem sucesso e
certamente tivemos.
— Como eles são?
Enfiei uma banana na boca, a parte externa caramelizada pelo
açúcar, deixando o gosto quase cristalizado. Estava delicioso, procurei outra
e comi essa também. — Ford é o mais novo. Ele é pai solteiro de uma
criança de quatro anos chamada Everly. Ela é a garota mais legal.
Inteligente, bonita, atrevida, extremamente teimosa, mas cativante ao
mesmo tempo.
— Você é apaixonado por ela. Eu poderia dizer no segundo que você
mencionou ela.
Eu sabia que meus lábios estavam sorrindo. — Eu a vejo muito. Às
vezes até sou babá.
— Onde está a mãe dela?
Eu respirei fundo. — Essa é uma história complicada.
Ela largou o garfo e se inclinou na beirada da mesa. — Continue
falando sobre Everly. Eu gosto desse seu lado.
Eu ri. — Olha, eu não estou nem perto de estar pronto para crianças,
mas ela é muito divertida de se ter por perto. Quando Ford viaja a trabalho
e sua babá está ocupada, ela geralmente fica comigo. — Pensei em nossa
última festa do pijama e em como ficamos acordados até as onze, fazendo
sundaes, horas depois de sua hora de dormir. — Tio D - é assim que ela me
cham, e ela dorme na minha cama porque há monstros no meu quarto de
hóspedes.
— Naturalmente.
— Quando ela acorda, ela tem o cabelo como o seu, todo selvagem
e ondulado. — Eu coloquei minha mão sobre minha boca enquanto eu ri
novamente. — Ela me fez colocar esses rabos de cavalo laterais - eu não sei
como eles são chamados.
— Tranças?
— Sim, é isso. — Eu balancei minha cabeça enquanto me lembrava
de nossa última manhã juntos, como os malditos elásticos não combinavam
e ela tinha um ataque de merda. Acabei na loja, comprando seis sacolas só
para ter certeza de que nunca mais teria esse problema. — Ela adora
laranjas e come uma todas as manhãs no café da manhã, mas ela quer que
todo o caroço seja descascado. Então, antes de deixá-la na pré-escola, nós
arrumamos o cabelo e comemos laranjas e quase sempre estou atrasado
para o meu primeiro encontro.
— Acho que acabei de me derreter neste estande. Continue.
— Eu daria qualquer coisa a essa garotinha e ela sabe que me tem
enrolado em seu dedo mindinho. — Cortei um grande pedaço de panqueca
e levei-o aos lábios. — Ela tem um dente doce. Na verdade, ela adoraria
isso.
— Você deveria trazê-la aqui. Eu virei junto, sendo a groupie de
panquecas que eu sou. — Enquanto ela pegava um mirtilo, rolando-o entre
os dedos, eu a senti analisando minha expressão. — Conte-me sobre
Jenner. Eu o conheci no clube naquela noite, mas não tivemos muito tempo
para conversar.
— Ele é ferozmente independente. Ele gosta mais de estar na
estrada do que no escritório e prefere estar em um avião do que em terra.
Direito imobiliário é perfeito para ele. Ele pode voar para cada abertura,
visitando os hotéis e arranha-céus que ele marca para seus clientes.
Seus olhos se fecharam brevemente enquanto ela mastigava, um
olhar que me disse o quanto ela estava gostando de sua refeição. — Então,
Jenner é o aventureiro. Sempre em movimento, inquieto, desesperado por
novos sabores, sons e paisagens. Ford é mais fundamentado. Como pai
solteiro, ele deve ser sensível e paciente. Imagino que o planejamento
imobiliário se pareça um pouco com o Dia da Marmota, cliente após cliente
praticamente o mesmo, mas exige que ele seja criativo e é isso que o
alimenta. Onde você se encaixa, Dominick?
— Esta é uma boa pergunta.
Com os cotovelos já sobre a mesa, ela largou o garfo, apoiando o
queixo na ponta dos dedos. — Posso dar um palpite?
— Por que não?
Ela parecia estar reunindo seus pensamentos, mas eu sabia melhor.
A teoria de Kendall estava na ponta da língua. A pausa foi para me manter
em suspense.
Provocar.
Algo em que ela se tornou uma especialista.
— Eu não acho que sua falta de compromisso tenha nada a ver com
se machucar ou com o tema das conversas que você ouviu enquanto
crescia. Acho que você foi atrás do tipo errado de mulher e acho que fez
isso intencionalmente. — Ela piscou, casando os lábios como se houvesse
algo neles. — Um estilo de vida de solteiro garante que você não se sinta
culpado quando trabalha demais ou quando seus amigos lhe pedem para
sair de férias ou quando você acorda mais cedo para ir à academia e ficar
mais tempo do que o planejado. A mulher certa mudaria isso, então você
procura encontros de uma noite em vez de substância.
Ela olhou para o garfo e de volta para mim. — Você só viu alface.
Gotas de manteiga que acidentalmente ficam penduradas nos cantos dos
lábios não acontecem porque as mulheres não te conhecem, então elas
certamente não vão se sentir à vontade na sua frente.
Ela moveu o cabelo para o lado, as mechas ainda um pouco loucas de
quando eu as puxei mais cedo em sua cama. — Você gosta de saber que
pode ter o que está à sua frente, que nada está fora dos limites. Você não
conhece os termos compromisso ou sacrifício porque você, Sr. Dalton, está
acostumado a fazer o que quer. O controle não é apenas um desejo, é como
você vive sua vida. Talvez seja o advogado em você, talvez seja o mais velho
de três, ou talvez seja porque você teme o que aconteceria se você
perdesse o controle. Então, como eu disse, sua aversão ao compromisso
não se deve a um passado sombrio e feio como alguns dos bad boys que
conheci. Não, sua razão é bem simples. — Ela tomou um longo gole de seu
suco, me observando o tempo todo. — Você simplesmente não encontrou
a pessoa certa. — Ela sorriu. — Como eu fui?
Se eu não estivesse exercendo tanto controle, eu teria largado meu
garfo.
— Ah, sim, — ela continuou. — Eu acertei, não foi?
Cada maldita palavra.
Eu não sabia se isso era aterrorizante ou um alívio.
— Como diabos você chegou a tudo isso?
Seu sorriso cresceu, pois ela estava obviamente satisfeita com a
minha resposta, e ela voltou a comer. — Os criativos são pessoas
observadoras. Você sabe, do tipo que vai a uma festa e acaba sendo o
terapeuta residente, ouvindo tudo em vez de falar. Aparentemente, eu
tenho o rosto para o qual qualquer um pode dizer qualquer coisa. — Ela
lambeu um rio de xarope de sua boca antes de chegar ao queixo. — As
pessoas me procuram, especialmente as almas torturadas. Eu não sou
intuitiva. Eu assisto e ouço, tiro uma conclusão e quase sempre estou certa.
Eu segurei seu olhar, retrocedendo por todos os anos que eu
conseguia lembrar em detalhes. — Você é a mulher mais interessante que
já conheci, Kendall.
— Esse é o melhor elogio que você já me deu – e ultimamente, você
tem me dado muitos. — Ela cavou a lateral de uma panqueca até encontrar
o que queria – o que eu presumi ser a coalhada de limão – e cercou os lábios
sobre os dentes. — Eu definitivamente não quero ser comum ou banal.
Acima de tudo, não quero ser o esperado.
Eu exalei. — Você está longe disso.
Quando ela largou o garfo desta vez, eu poderia dizer o quanto minha
resposta a deixou feliz.
Antes que eu pudesse acrescentar algo, a garçonete estava de volta.
— Posso servi-los em algo mais?
Kendall olhou para mim e quando balancei a cabeça, ela disse: — Só
a conta, por favor.
A garçonete foi jogar a carteira na nossa mesa e Kendall a pegou
antes mesmo de bater na madeira.
— Meu mimo. — Ela enfiou a mão dentro de sua regata, removendo
um cartão de crédito que estava enfiado em seu sutiã.
Eu estendi minha mão. — Não. — Quando ela não se mexeu, peguei
a conta e ela a tirou do meu caminho, entregando-a à garçonete. — Kendall,
eu insisto.
— Sem chance. Você já fez tanto por mim. É realmente meu prazer.
Além de minha mãe, uma mulher nunca pagou por nenhuma das
minhas refeições. Eu não tinha certeza de como me sentia sobre Kendall
controlar essa decisão, mas era tarde demais para lutar contra ela.
A garçonete voltou com seu cartão de crédito e recibo.
Depois que Kendall assinou seu nome, ela disse: — Pronto para ir?
Eu me levantei, minha mão indo para a parte inferior das costas dela
enquanto saíamos do restaurante.
— O que você planejou para hoje? — ela perguntou enquanto
descíamos a calçada.
— Provavelmente vou à academia em algum momento e tenho um
pouco de trabalho que precisa ser feito antes de amanhã de manhã. James
está filmando fora da cidade, então Jenner e eu vamos levar Brett para
jantar.
— Isso vai ser divertido.
— Mesmo que entremos com boas intenções, sempre se transforma
em alguma forma de devassidão.
— Agora, esse deve ser o seu lema.
Eu ri quando olhei para ela e percebi que seu prédio estava apenas
alguns passos à frente.
Ela virou as costas para o arranha-céu e me encarou. — Obrigada por
almoçar comigo. Saber que converti você me faz a garota mais feliz do
mundo.
— Me converteu?
Ela colocou as mãos em seus quadris estreitos. — Em panquecas
amorosas. A doçura é uma religião, meu amigo.
Ela era adorável 'pra' caralho.
— Entre — eu rosnei.
— E se eu não fizer?
Fui passar a mão pelo cabelo, mas meus dedos atingiram meu boné.
— Você nunca vai conseguir desembalar uma maldita coisa hoje.
Porque eu a levaria para o meu carro e a faria chupar meu pau
enquanto eu nos levava para a minha casa, onde eu usaria cada centímetro
de seu fodido corpo.
Incansavelmente.
Ela deu alguns passos para trás, sorrindo tão grande que puxou meus
lábios. — Você diz isso como se fosse uma coisa ruim. — Ela me soprou um
beijo e se virou, balançando a bunda naquelas calças de ioga. Depois de
alguns segundos, a meio caminho de seus degraus da frente, ela olhou para
mim por cima do ombro, sem surpresa por eu ainda estar olhando para ela.
— Te vejo por aí, Sr. Dalton.
CAPÍTULO DEZESSETE
KENDALL

— É melhor eu não perder você quando você começar a filmar —


Charlize disse do outro lado do meu sofá de dois lugares, um cobertor
branco fofo nos cobrindo, nossos dedos dos pés pintados combinando
descansando na mesa de centro.
— Por favor. Isso é impossível. Acho que já provei meu amor por
você. — Eu envolvi meu braço no dele. — E esse amor é perverso e feroz.
Ele enrolou uma mecha do meu cabelo em torno de seu dedo. — Eu
só precisava de segurança. — Ele se inclinou para encher nossas taças de
vinho, esvaziando a última gota da nossa primeira garrafa e passando para
a segunda. — O que eu não te disse enquanto estávamos na pedicure é que
eu perdi um show ontem. — Ele revirou os olhos. — A outra artista é super
talentosa, ela é legal e fofinha e todas as coisas, mas estou me sentindo um
pouco machucado com isso.
Eu me virei para ele, segurando meu copo. — O que? Mas você é um
maldito gênio e...
— Stoop. Eu sei que sou fabulosa. Estou apenas um pouco azedo, só
isso. — Suas sobrancelhas se juntaram. — Falando em azedo… por que você
não trouxe o post do Instagram que aquela flor hedionda compartilhou
hoje?
Eu não sabia se era o vinho, mas levei um momento para perceber de
quem ele estava falando.
— Daisy? Não. Tenho evitado a página dela. Por que?
Ele apontou para o meu telefone. — Vá olhar.
Larguei meu vinho e levantei meu celular da mesa, clicando no
aplicativo. O post dela apareceu imediatamente no meu feed. Não era uma
foto ou vídeo. Ela compartilhou uma captura de tela de uma citação que ela
escreveu.
EU PENSEI QUE VOCÊ FOSSE MINHA PESSOA.
MAS A FACA COM QUE VOCÊ ME ESFAQUEOU ACABOU DE CORTAR O GRANDE LAÇO
VERMELHO QUE ESTAVA EM CIMA DO MEU NOVO BENZ.
VOCÊ NÃO PODE MACHUCAR A GAROTA QUE ESTÁ NO TOPO DE SEU JOGO.
—LEALDADE DA EQUIPE
XO

Não havia dúvida, esse post era para mim.


Especialmente porque o que eu compartilhei esta manhã em minha
conta recém-verificada era a foto na cabeça que o estúdio havia tirado de
mim e um anúncio de que as filmagens começariam de manhã e eu não
poderia estar mais animada por representar o show.
— Não é muito garota ao lado1, é?
— Não. — Apontei para o meu copo sem olhar para ele. — Encha-o
até a borda, por favor.
Uma vez que ouvi o barulho parar, peguei e bebi vários goles, indo
para o perfil de Daisy ao mesmo tempo. Fazia vários dias desde que eu olhei
para ele e eu percorri seus posts recentes, vendo fotos que eu não tinha
manipulado e vídeos que eu não tinha feito.
Ela tinha claramente encontrado alguém para me substituir. Eu
estava feliz por ela, ela precisava de uma assistente e eu obviamente não
poderia ser essa pessoa. Mas o que meus olhos treinados viram foram
vídeos extremamente irregulares, os cortes não combinando, a qualidade
ruim. As fotos não foram tiradas com boa iluminação e a masterização
digital não foi suavizada, parecia que ela estava tentando esconder suas
imperfeições e tinha feito um trabalho de merda.
Voltei ao post de algumas horas atrás.
Aquele que era tão desnecessário, tão insensível e egoísta.
— Alguém está indo para o voto de simpatia, hein?

1
É, basicamente, aquela garota “típica”, sem nada de extraordinário. Com isso, queremos dizer que é
uma pessoa comum: não é a lindinha da classe, não é modelo de Instagram, não é uma estrela na vida.
Suspirei. — Sim.
— Devo dizer a essa querida baby que o ciúme não é uma boa
aparência para ninguém?
Minhas mãos começaram a tremer, meu estômago revirando.
— Você acha que todo mundo sabe que ela está falando de mim,
mas não realmente falando de mim porque nós duas sabemos que eu não
a esfaqueei em lugar nenhum, especialmente pelas costas? Quero dizer,
meu Deus.
— Eu acho que seus perseguidores sim, mas é isso.
Senti meus olhos se arregalarem. — O que isso significa?
— Você acaba de desembarcar em um dos maiores reality shows que
já chegaram à TV. É realmente peculiar que ela não tenha te parabenizado
ou compartilhado o show, como qualquer outra irmã famosa no lugar dela
faria. — Ele empurrou o vinho até a minha boca, me encorajando a tomar
um gole. — Ela também não postou nenhuma foto ou história de vocês duas
desde que você foi demitida. Você não curtiu ou comentou nas postagens
dela e ela não nas suas. — Seus dedos foram para meus ombros, tentando
aliviar a dor. — Confie em mim, seus fãs leais notaram.
— Eca.
Meu dedo pairou sobre o botão Seguinte. Se eu pressionasse, eu
deixaria de segui-la.
Eu tinha certeza de que isso seria notado também.
Mas neste momento, eu não tinha certeza se me importava.
Ele pegou meu telefone, colocando-o sobre a mesa. — Nem pense
nisso. Ela é a vilã aqui, não você, irmã.
Eu balancei minha cabeça, caindo no sofá. — Eu sei, você está certo...
eu só estou chateada. — Eu tomei uma bebida. — E machucada.
Ele passou o braço em volta dos meus ombros, puxando nossos
quadris para mais perto, as laterais de nossas bochechas agora esmagadas
juntas. — Você sabe que esse é o plano dela, não sabe? Ela quer que você
se sinta uma merda enquanto seus doze milhões de seguidores dizem a ela
o quão incrível ela é e quão bonita e como ela é a melhor coisa desde o
gloss nude. — Ele bateu seu copo contra o meu. — Agora, essa é uma cadela
que gosta de seu ego acariciado como se fosse o pau mais longo do mundo.
— Se eu não estivesse tão chateada, provavelmente estaria rindo.
— Querida, não deixe essa flor horrenda ficar sob sua pele
impecável.
Virei meu rosto para o dele. — Ela é linda.
— Ish, mas ela certamente não é você.
— Deus, eu gostaria que ela parasse de agir como uma idiota. — A
emoção se moveu no fundo da minha garganta e eu odiava que estivesse
lá. — Porque ela deveria estar aqui conosco, compartilhando este assento
de amor, comemorando que eu comece a filmar amanhã.
Ele apertou os dedos ao redor dos meus. — Você tem a mim e eu vou
te dar glamour, então quando você for à festa na piscina amanhã, você vai
parecer e se sentir fabulosa.
Cada respiração profunda fazia meu peito apertar, mas eu lutei
contra isso, não deixando uma única lágrima cair. — Eu te adoro. Demais.
— Você sabe que eu sinto o mesmo.
Seu telefone tocou e ele o pegou da mesa, seu queixo caindo
enquanto lia a tela.
— O que está acontecendo?
— Você sabe como eu disse que o mundo logo vai perceber o quanto
Daisy é uma vadia? Ou talvez eu apenas pensei isso na minha cabeça e não
disse essas palavras para você. Seus lábios se arregalaram, mostrando seus
dentes cerrados. — Bem, está acontecendo.
Ele me entregou meu telefone da mesa, onde o último Alerta de
Celebridade estava na tela.
NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA:
DAISY ROY FEZ O TESTE PARA UM PAPEL NO CINEMA ESTA MANHÃ. ACONTECE QUE AS
LÁGRIMAS SÃO PORQUE O PAPEL FOI PARA TIFFANY BRYANT, A ESTRELA DE REALITY COM
QUEM ELA SE ENFRENTOU NA DA ÚLTIMA TEMPORADA DE SINGLE GIRLS OF LA.
PARECE QUE A FLOR FOI PICADA POR UMA ABELHA.
MELHOR SORTE DA PRÓXIMA VEZ, SRTA. ROY.

— Eles roubaram minha ideia de flores.


— Eu não posso nem com você agora — eu disse a ele e cliquei no
alerta.
Uma série de fotos apareceu acima do artigo completo. Daisy estava
segurando um lenço de papel sob os olhos, seu rosto em um grito
horroroso. Virei para a próxima, um ângulo diferente, mas esta foto
mostrou um close-up de suas lágrimas.
Havia uma garota ao lado dela, segurando um bloco de notas e um
molho de chaves. Um zoom rápido revelou um emblema da Mercedes no
chaveiro e o chaveiro rosa choque de Daisy que costumava guardar a chave
de seu BMW.
Esta tinha que ser sua nova assistente.
E na foto seguinte, parecia que Daisy estava gritando com a pobre
garota.
A última foto foi a mais interessante. Sua assistente estava tentando
entrar no banco do passageiro do novo Mercedes de Daisy enquanto Daisy
estava indo embora sem ela.
Todas eram reações muito normais da minha irmã, a maneira como
ela agia quando não conseguia o que queria, mas esta foi a primeira vez que
ela foi flagrada na câmera.
— Oh Deus, ela vai perder a cabeça com isso. — Eu lentamente olhei
para cima. — E você sabe que ela vai me culpar.
Ela desprezava Tiffany.
Aos olhos de Daisy, isso era a pior coisa que poderia ter acontecido
com ela.
Além do que eu supostamente tinha feito.
Segurei o copo em meus lábios e bebi vários goles.
— Hora de reabastecer?
Tomei algumas respirações. — Contanto que sua maquiagem possa
fazer esse rosto de ressaca parecer meio decente pela manhã, continue
derramando.
Ele mexeu os dedos no ar. — Essas mãos podem fazer maravilhas,
querida.
CAPÍTULO DEZOITO
DOMINICK

— Você está vivo? — Brett perguntou enquanto eu atendia sua


ligação. — Ou meio morto, como eu?
Esfreguei minhas têmporas, olhando para o café na minha mesa,
desejando que já estivesse na minha garganta e que o Tylenol tivesse feito
efeito, essa dor de cabeça latejando implacavelmente. — Que porra
aconteceu ontem à noite? Lembro-me de jantar e ir ao bar. Depois da nossa
terceira dose de whiskey, minha memória ficou muito nebulosa.
— Isso é porque terminamos aquela garrafa. — Ele suspirou. — De
acordo com o recibo que estou segurando, também acabamos com uma
garrafa de vodka.
— Entre nós três?
— Acredito que Ford apareceu em algum momento, mas não tenho
certeza disso. Eu poderia ter sonhado.
— Foda-me.
Ele riu. — Como Jenner está se sentindo?
Eu passei por ele cerca de vinte minutos atrás a caminho do meu
escritório, sua pele tão branca quanto a camisa que ele combinou com seu
terno. — Igual a nós. Eu acho que ele está voando em algumas horas, você
pode imaginar, porra? Minha cabeça está turbulenta o suficiente agora. Eu
certamente não preciso estar no ar, me sentindo assim.
— Meu dia não está muito melhor. Nas últimas duas horas, estive no
set de Glitzy Girls. É uma festa na piscina – pense sem sombra, sol direto e
todo o calor. Pelo menos estou suando toda a porra da bebida que
bebemos.
— Oh merda, eu esqueci que eles começam a filmar hoje.
Se não fosse por essa ressaca, eu teria me lembrado. Eu tinha visto o
anúncio no Instagram de Kendall ontem à noite no meu caminho para
encontrar os caras para jantar. Eu não segui a conta dela, mas me peguei
olhando as postagens dela.
— Eu te mandei um presente. Verifique seus textos.
Eu puxei meu celular para longe do meu rosto, uma foto de Brett
aparecendo na tela.
Eu não deveria ter ficado surpreso por ele ter enviado uma de
Kendall. Os caras me incomodaram sem parar sobre ela na noite passada.
A foto a mostrava em uma das espreguiçadeiras à beira da piscina. Seu
corpo em um biquíni vermelho apertado, os tops triangulares cobrindo seus
seios, um pequeno pedaço de tecido cobrindo aquela porra de boceta
perfeita. Parecia que ela tinha ido nadar, seu cabelo escuro e selvagem
molhado, as gotas caindo por sua pele.
— Foda-me.
— Tive a sensação de que faria você se sentir um pouco melhor.
Salvei a foto. — Você está aí o dia todo?
— Por que? Você quer atualizações?
— Filho da puta.
Ele riu novamente. — A produção vai vazar algumas fotos nas
próximas horas. Assim que o corpo dela chegar à internet, você sabe o que
vai acontecer com sua garota.
— Instafamous2 — e ela não é minha garota.
Fui até a janela, abrindo-a alguns centímetros, inalando o ar poluído
do centro da cidade.
— Meu Deus, Dominick. Podemos intitulá-la como você quiser, mas
isso não muda o fato de que você gosta dela.
Mudei o telefone para o meu outro ouvido e peguei meu café,
passando o líquido quente pela minha língua. — Eu gosto do jeito que ela

2
Sua hashtag #instafamous, refere-se a ganhar uma quantidade massiva de seguidores
no aplicativo Instagram para que você se torne uma celebridade no aplicativo.
fica quando seu cabelo está espalhado sobre a porra do meu travesseiro e
sua bunda está no ar.
— Irmão, você sabe que eu estava no mesmo lugar quando James
entrou na minha vida. Você sabe que eu passei por aquela briga interna.
Estou lhe dizendo, não vale a pena a batalha. Pare de negar a si mesmo e
pegue essa merda antes que alguém o faça e você se odeia porque você a
perdeu.
Fechei os olhos quando uma brisa entrou. — Eu te disse, eu me
recuso a estar em toda a maldita internet por outras razões que não o
trabalho.
— Você sabe que eu senti o mesmo. Eu ainda não quero ser o
assunto de todos os outros Alertas de Celebridade. Mas, porra, vale a pena,
cara. Confie em mim.
Eu sabia que Brett queria ajudar e me lembrei da batalha mental que
ele passou no início de seu relacionamento pelo mesmo motivo que eu.
Mas passei anos construindo minha carteira de negócios, garantindo
uma reputação sólida, mantendo minha vida pessoal separada das
celebridades que representava.
As coisas eram exatamente como deveriam ser.
Eu não precisava de Kendall e sua bunda deliciosa para entrar e
sacudir meu mundo.
Ela vale a pena?
Eu nem ia deixar essa pergunta ferver, empurrando-a para fora do
meu cérebro antes que tivesse a chance de se responder.
— Ainda precisa de alguma persuasão? — Meu telefone vibrou
contra minha bochecha. — Vá verificar seus textos.
Esta foto mostrava ela saindo da piscina. Seu pescoço se inclinou para
trás, as mãos espremendo a água de seu cabelo encharcado. O ângulo era
apenas de frente, como se Brett estivesse apenas alguns metros atrás e
Kendall estivesse se aproximando do degrau mais alto. A foto mostrava
cada centímetro de seu corpo, até a porra dos dedos dos pés.
E era um inferno de um corpo.
Impecável, tonificado, um bronzeado dourado em sua pele.
— Brett, você está me matando.
— Eu sou apenas o entregador e não é nada que você não tenha visto
antes.
Continuei a olhar para a foto, colocando Brett no viva-voz. — Há
quanto tempo você ficará aí?
— Até que eles embalar tudo e mudar os locais.
Salvei a foto e me virei para a janela, vendo o horizonte de LA. — Não
é um show ruim. Sua visão é certamente melhor do que a minha agora.
— A única coisa que está faltando é James.
Aquele cara deixou de ser um dos maiores jogadores de Miami para
se mudar para Los Angeles, para que pudesse se tornar um futuro marido
chicoteado. Ele tinha uma piscina cheia de garotas seminuas na frente dele
e ele estava sentindo falta de James.
Isso vai acontecer comigo?
Mais uma vez, empurrei esse pensamento para longe do meu
cérebro.
— Sim, sim — respondi. — Sua pieguice está me deixando enjoado
pra caralho.
Ele riu. — Alguma mensagem que você queira que eu transmita a
Kendall enquanto estou aqui?
Bastardo impiedoso.
— Você precisa sair da porra da minha pista. Vejo você mais tarde —
eu disse e desliguei.
Em poucos minutos, meu telefone estava tocando novamente, desta
vez o nome de Ford na tela.
— Fale gentilmente — eu disse, segurando-o no meu ouvido. — Tudo
machuca.
— Não estou surpreso. Vocês três estavam destruídos ‘pra’ caralho
ontem à noite. Mamãe e papai levaram Everly para uma festa do pijama,
então eu passei pelo clube para tomar uma bebida com vocês. Estou
chocado que você se lembre que eu estava lá.
Eu segurei minha testa, a pressão ajudando com a dor. — Eu não.
Brett me disse que você apareceu. Acabei de desligar o telefone com ele.
— Ouça, eu não tenho muito tempo para conversar. Estou em
Malibu e prestes a ter uma reunião, mas estou ligando para saber se você
tem planos para o sábado.
Sábado, sábado.
Eu mal conseguia pensar direito, mas nada estava vindo à mente.
Eu puxei minha agenda para ter certeza. — Eu estou livre. Por que?
— Eu tenho que voar para Vegas para encontrar um cliente e minha
babá está de férias a semana toda. Você sabe que eu não pediria para você
ficar com Everly em um fim de semana a menos que eu estivesse realmente
em apuros.
— Não há problema. Eu fico com ela.
— Você tem certeza?
— Sim, claro.
— Você é um salva-vidas. Everly vai ficar tão feliz quando eu contar
a ela.
Meu telefone vibrou mais uma vez e eu olhei para a tela. Desta vez,
a foto que Brett enviou foi de Kendall na piscina. Suas costas estavam contra
a borda, segurando o que parecia ser uma margarita Skinny. O biquíni
vermelho mostrava seus mamilos duros e alegres, aqueles pequenos picos
me provocando.
Eu não queria nada mais do que me inclinar para frente e mordê-los.
Seu perfil estava voltado para a câmera, um sorriso crescendo em seu
lindo rosto.
— Eu tenho que correr, Ford. Diga à minha garotinha favorita que a
verei em alguns dias.
Encerrei a ligação e levei o café à boca, folheando as últimas três
fotos.
— Droga — eu rosnei para mim mesmo, observando suas curvas e o
seu umbigo plano, a forma como o biquíni estava molhado sobre sua
boceta.
— Que porra você está fazendo comigo, Kendall?

***
Eu: Recebi o contrato que você enviou para o contrato de patrocínio dos
óculos de sol. Disse que eles começariam a rodar no segundo em que você
começasse a filmar. De qualquer forma, hoje escapou de mim e eu não tive
a chance de olhar para ele, mas eu vou até segunda-feira.
Kendall: Alguém quer ouvir as palavras... você está certo. ;) Leve o seu
tempo, especialmente se isso significa que você vai negociar o acordo e me
conseguir mais dinheiro.
Eu: Isso nem precisa dizer. As coisas vão bem com as filmagens?
Kendall: Me divertindo. Pensei em você na outra noite enquanto
estávamos filmando em Nobu. Lembro-me de você dizer em algum
momento que era o seu restaurante favorito.
Eu: Essa é a única razão pela qual você estava pensando em mim?
Kendall: Você está flertando comigo, Sr. Dalton?
Eu: Você quer que eu esteja?
Kendall: Eu gostaria de muitas coisas…
Kendall: Tenha uma boa noite. Tente não sonhar comigo.
CAPÍTULO DEZENOVE
KENDALL

Cinco dias seguidos de filmagens e finalmente tive um sábado de


folga. Era hora de dormir um pouco mais, lavar a roupa e se envolver com
a vida. Desde que filmamos em vários locais todos os dias, correndo para
casa no meio, eu estava constantemente trocando de roupa e arrumando a
maquiagem e meu apartamento definitivamente tinha levado uma surra.
As roupas estavam por todo o chão do meu armário, os sapatos não tinham
sido guardados e os balcões da minha cozinha guardava os restos de cada
lanche e refeição que eu tentei engolir até ficar sem tempo e ter que sair
para a próxima tomada.
Eu sempre fui tão organizada e cuidadosa.
Não sabia o que diabos tinha acontecido comigo na semana passada.
Depois de fazer um bule cheio de café e encher a maior caneca que
encontrei no armário, coloquei uma calça de ioga e uma regata, torcendo o
cabelo no topo da cabeça para começar a cozinha. Não tendo um único
momento para cozinhar, tudo o que comi desde que me mudei foi comida
para viagem. Havia caixas de entrega em todos os lugares, além das garrafas
de vinho vazias de quando minhas colegas de elenco chegaram, garrafas de
água e embalagens de barras de granola.
Terminei a louça e organizei os condimentos e sobras na geladeira,
fazendo uma lista de tudo que queria pegar no supermercado. Deixei a lista
na bolsa, para não esquecer e entrei no meu quarto para atacar a roupa
suja.
Separei as pilhas e as carreguei pelo corredor até a lavanderia. Havia
várias máquinas e a maioria estava disponível, então coloquei as coloridas
em uma, as brancas em outra e enquanto eu estava colocando as toalhas
em uma terceira, alguém sussurrava atrás de mim.
Quando entrei, lembrei-me de ver um casal parado na frente das
secadoras, dobrando suas roupas na tampa fechada. O som tinha que ter
vindo deles.
Terminei de jogar o sabonete e me virei, acenando assim que fiz
contato visual.
Eles acenaram de volta, e a mulher disse: — Você é Kendall Roy?
Fiquei surpresa ao ouvir meu nome. — Sim.
— Foi o que eu pensei — disse ela. — Eu sou Elizabeth e este é meu
namorado, Doug. Nós moramos cinco portas abaixo de você.
Eu sorri. — Prazer em conhecer vocês dois.
— Nós vimos você filmando no saguão outro dia — disse Doug. —
Quando o programa vai ao ar?
— É uma grande surpresa, mesmo para nós. — Joguei o cesto de
roupa suja agora vazio por cima do ombro. — Acho que eles estão com
medo de que contemos a todos, mas espero que seja nos próximos meses.
— Doug acabou de abrir uma empresa de detalhamento de veículos
— disse Elizabeth. — Sabe, talvez você possa mencionar algo sobre isso no
programa ou dar um alô nas mídias sociais?
— Elizabeth…
— O que? — Ela disse enquanto olhava para o namorado. — A garota
está prestes a ser super famosa – ela praticamente já é. Você pode imaginar
o que isso poderia fazer pelo seu negócio?
Outra coisa que notei nesta cidade: ninguém tinha medo de pedir
favores.
— Dê-me um de seus cartões — ela disse para Doug.
Ele enfiou a mão na carteira e tirou um cartão de visita e ela se
aproximou e me entregou.
— Todas as informações dele estão aí. Nós realmente apreciamos o
que você puder fazer por nós.
Eu verifiquei o logotipo e o site e quando olhei para cima, ela não se
moveu, sua expressão me dizendo que ela estava esperando uma resposta.
— Todos os produtos mencionados no programa são colocações
pagas — eu disse a ela, enfiando o cartão na parte superior da minha calça
de ioga. — Mas eu ficaria feliz em enviar suas informações para o estúdio,
e eles entrarão em contato.
Ela riu como se eu tivesse dito a coisa mais estúpida que ela já tinha
ouvido. — Não podemos pagar o que eles vão cobrar. E suas redes sociais?
— Ela cruzou os braços sobre o peito. — Ou você vai me conectar com sua
assessora, para que ela possa me dizer quanto são seus honorários?
É com isso que as celebridades lidam todos os dias?
Eu era apenas uma estrela de reality show de nível básico e ainda não
conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Virei-me para a máquina de lavar novamente, despejando o
amaciante de roupas que coloquei entre as máquinas, e quando a encarei,
suas mãos estavam nos quadris.
— Então?
Eu respirei fundo. — Verei o que posso fazer.
Eu estava caminhando em direção à porta quando ela disse: — Você
pode me dar uma data aproximada? — Ela sorriu. — Gostaria de ficar de
olho, para ter certeza de compartilhar sua postagem.
Quando olhei para o namorado dela, ele parecia chocado, pedindo
desculpas silenciosamente pelo comportamento dela.
— Parabéns, Doug — eu disse a ele da porta. — Abrir um negócio
não é tarefa fácil e desejo-lhe boa sorte. Quando eu tiver um minuto de
tempo de inatividade, entrarei em contato e agendarei você para um
detalhamento. Meu carro certamente poderia usá-lo.
Antes que Elizabeth pudesse dizer outra palavra, voltei para o meu
apartamento, ligando para Charlize no momento em que entrei.
Ele respondeu com: — Bom dia, docinho.
— Eu tenho uma pergunta para o meu especialista em Los Angeles.
— Fale comigo.
— Quando você tem um pouquinho de fama – estou falando de
quantias minúsculas, como eu – todo mundo e sua mãe saem da toca e
querem algo de você? — Eu caí no sofá, chutando meus pés sobre a mesa
de café. — Acabei de ser encurralada na lavanderia por uma namorada não
tão legal que teria dado sua alma por um plugin3 no Instagram. P.S. ainda
nem escovei os dentes.
— Um, nunca saia pela porta até que esses dentes estejam polidos e
mentolados. E dois, sim. Esteja preparada para ouvir tudo. As pessoas têm
zero vergonha de seu comportamento.
— Eca. — Enterrei minha cabeça no travesseiro macio. — Gostava
muito mais quando as pessoas pediam favores porque realmente
precisavam deles. Todo esse o que você pode fazer por mim porque você
tem seguidores nas redes sociais é demais.
— Está apenas começando, querida.
Meus olhos rolaram. — Todo mundo continua dizendo isso e é um
pouco aterrorizante.
— Nós vamos superar isso, prometo. Como foi o clube ontem à
noite? Eu tentei ir, mas estava tão cansado quando cheguei em casa da
sessão de fotos que tomei um banho e subi minha bunda perfeita direto
para a cama.
Eu ri. — Foi divertido – bebi, dancei, o de sempre. Eu gostaria que
você estivesse lá. Eu certamente senti sua falta e as meninas também. Elas
te amam. — Eu me levantei do sofá e fui para o meu quarto para arrumar a
cama.
— Agora, eu realmente gostaria de ter ido. O que está na agenda
para esta noite, Senhorita Fabulosa?
Terminei de puxar o edredom e afofei os travesseiros, indo para o
banheiro para limpar o balcão. — Nada. Isso não soa glorioso? — Joguei um
punhado de lenços cobertos de maquiagem no lixo. — Vou fazer uma longa
corrida, terminar minha roupa lavada, ir ao supermercado e cozinhar algo
gostoso, seguido por uma maratona da Netflix de algo que vale a pena
assistir.
— Estou chegando.
Fiz uma pausa, o saco de lixo meio amarrado em minhas mãos. —
Sério? Isso realmente me faria mais feliz.

3
Um plugin de Instagram para WordPress permite compartilhar feeds personalizados dentro de um site.
Assim, é possível aumentar o destaque do perfil na rede social e, de quebra, gerar tráfego qualificado
para essa plataforma.
— Então, por que você não perguntou, garota boba? — Ouvi uma
buzina ao fundo. — Acabei de pegar todos os tipos de tráfego. Eu tenho que
correr. Vejo você por volta das sete.
Antes de desligar, eu disse: — Mal posso esperar.

***

Algumas horas depois, eu estava no sofá, dobrando a roupa limpa na


mesa de centro, quando meu telefone tocou. Procurando freneticamente
pelo meu celular, encontrei-o no balcão da cozinha, o nome de Dominick
na tela.
Ele disse que revisaria meu contrato de óculos de sol na segunda-
feira, mas era sábado, pouco depois das onze da manhã e meu instinto me
dizia que isso não tinha nada a ver com trabalho.
— Olá?
— O que você está fazendo agora?
Olhei ao redor do meu apartamento como se isso fosse ajudar a
responder sua pergunta. — Você quer dizer, neste segundo?
— Sim.
— Estou no fundo das trincheiras da lavanderia e limpeza.
— Venha para baixo.
Meu peito apertou, os arrepios faiscando no meu estômago. — No
andar de baixo, no andar de baixo? Como no meu saguão?
Ele riu. — Sim, Kendall. Estou estacionado do lado de fora.
Ele me viu na manhã depois de uma sessão de sexo a noite toda e eu
provavelmente parecia muito pior do que agora. Mas ainda assim, eu queria
tomar banho e escovar meu cabelo e colocar algo além de roupas de
ginástica.
— Existe alguma maneira de você me dar trinta minutos? Eu pareço
a morte e realmente preciso...
— Estou com Everly, minha sobrinha. Vamos a um encontro de
panquecas e gostaríamos que você se juntasse a nós.
Ele trouxe as armas pesadas.
Porra.
E ele se lembrou quando eu disse a ele que queria ser sua groupie de
panquecas quando ele levasse Everly para comer um pouco.
Os arrepios haviam se movido para o meu peito, o resto do meu
corpo derretendo nas almofadas do sofá, parecendo uma grande pilha de
gosma.
— Dê-me dois minutos — eu disse, correndo para o banheiro. — Eu
já vou descer.
CAPÍTULO VINTE
DOMINICK

Kendall saiu pela frente de seu arranha-céu em um par de calças de


ioga pretas justas e uma regata azul-clara, da mesma cor de seus olhos. Seu
cabelo estava alto na cabeça, bagunçados, os óculos aviadores prateados
mostrando um reflexo do meu carro nas lentes.
Porra.
Não havia nada mais sexy do que uma mulher em trajes esportivos
sem uma única gota de maquiagem no rosto.
Assim era ela esta manhã.
E se minha sobrinha não estivesse no banco de trás, cantando as
músicas que estavam tocando, eu transaria com ela no meu Range Rover,
as palmas das mãos espalmadas no vidro colorido, as pernas bem abertas,
me montando no meu assento.
— Ei, pessoal — ela disse enquanto subia no lado do passageiro,
sorrindo para mim. Ela imediatamente se virou para cumprimentar Everly.
— Eu sou Kendall. — Ela estendeu a mão, minha sobrinha gentilmente a
pegou. — É um prazer te conhecer. Já ouvi muitas coisas sobre você. Seu
tio é um pouco arrogante quando se trata de você.
— Isso é porque eu sou a favorita dele. — Minha sobrinha riu. — Eu
sou Everly, mas o tio D me chama de Eve às vezes. Ele diz que você é muito
legal.
— É mesmo? — Kendall olhou para mim. — Ela é encantadora.
— Ela está animada com essas panquecas. — Eu me afastei do meio-
fio, a apenas uma quadra do prédio dela.
— Seu tio lhe contou sobre todos os sabores deliciosos que eles têm?
Observei Everly pelo espelho retrovisor enquanto ela balançava a
cabeça, os rabos de cavalo laterais balançando, um vários centímetros mais
alto que o outro.
— Eu fiz o cabelo dela.
Senti o sorriso de Kendall em mim quando ela disse: — Eu posso ver.
— Tio D diz que elas são deliciosas.
— Eu realmente usei a palavra deliciosa?
— Não sei. — Ela deu de ombros, sua boneca caindo no assento ao
lado dela, suas perninhas chutando quando ela a alcançou. — Isso é o que
parecia e eu gosto que tudo seja extra delicioso.
— Eu também, garota. Eu também — disse Kendall.
Estacionei em uma vaga bem na frente e ajudei Everly a sair. Ela
agarrou minha mão no momento em que seus pés tocaram o chão e antes
mesmo de dar um passo, sua outra mão estava segurando a de Kendall.
A visão me fez sorrir enquanto caminhávamos para o restaurante e
novamente quando Kendall disse: — Obrigada pelo convite.
— Estou feliz que você estava livre.
— Esta é a primeira manhã livre que tive em toda a semana. — Ela
sorriu enquanto olhava para minha sobrinha. — E eu posso gastá-la com
você. Você sabe o quão animada isso me deixa?
— Yippee — Everly cantou enquanto a levantamos do chão,
balançando seu corpo no ar. — Você é tão divertida.
Kendall riu ao responder: — Fico feliz que você pense assim.
— Mais alto! Mais!
Nós a levantamos várias vezes até entrarmos e eu disse: — Nós
somos três — para a anfitriã.
Com menus e giz de cera, ela nos levou para a mesma seção em que
sentamos antes. — Sua garçonete já estará com vocês.
Everly, ainda segurando a mão de Kendall, puxou-a para o outro lado
da cabine. — Eu quero sentar ao seu lado. — Ela deslizou primeiro e Kendall
a seguiu.
— Você está me abandonando?
— Não fique triste, tio D. — Ela envolveu os braços de Kendall e
descansou o rosto no ombro de Kendall. — Eu só gosto dela. Muitíssimo.
— Pelo menos alguém o faz. — Ela piscou para mim. — E eu gosto
de você muitíssimo também. — Ela abriu o menu na frente deles. — Qual é
o seu tipo favorito de panqueca, Everly? Como aquela que você escolheria
entre todas as outras?
Os olhos de Everly se arregalaram. — Pedaços de chocolate. Essas são
as melhores.
Kendall apertou os rabos de cavalo em cada lado da cabeça de Everly.
— Qual você acha que é o meu tipo favorito?
— Cerejas.
— Cerejas? — Perguntou Kendall.
Minha sobrinha apontou para a regata de Kendall. — Cerejas azuis.
— Cereja soa muito bem e eu amo mirtilos, mas esse não é o meu
favorito.
Everly apontou para o colar de Kendall. — Ouro?
Ela alcançou a barriga de Everly, fazendo cócegas nela. — Quem já
comeu panquecas douradas?
Everly estava rindo tanto que pequenos bufos estavam saindo de sua
boca.
— Você é a mais boba — disse Kendall.
As meninas se aquietaram quando a garçonete se aproximou. — O
que posso para vocês beberem?
— Café — Respondeu Kendall.
— O mesmo — eu disse a ela. — E leite para a mocinha.
— Ei! — Everly tocou. — Papai diz que eu não sou mais tão pequena.
Ele gostaria que eu fosse, ele diz que eu era muito menos atrevida na época.
A garçonete riu. — Eu tenho uma filha mais ou menos da sua idade,
e ela também é bem atrevida. Essa é uma das razões pelas quais a amamos.
— Ela sorriu. — Vou pegar essas bebidas e voltarei para anotar seu pedido.
Abri o menu, sabendo que eles tinham gotas de chocolate, mas
confirmei para o caso de ter mudado. — Eve, você está com sorte. Eles têm
exatamente o que você quer.
— Yuum.
— Você quer uma única ou uma pilha de três?
Eu já sabia a resposta dela e que seus olhos eram muito maiores que
seu estômago.
— Três, tio D.
— Alguém está com muita fome hoje.
Seu aceno de cabeça foi exagerado, fazendo seu cabelo cair em seus
olhos. — Com muito xarope e manteiga. — Ela desenhou um círculo no ar
e cutucou o centro. — Papai sempre coloca uma grande bola bem no meio.
Kendall pegou um dos giz de cera e começou a desenhar no jogo
americano de Everly. — Parece que seu pai sabe fazer panquecas incríveis.
— Não conte isso para o papai — Everly sussurrou, sua voz
atravessando a mesa — mas elas costumavam ser meio nojentas. Agora
estão bem melhores.
Pensei em Ford em sua cozinha, um desastre à sua frente, farinha e
cascas de ovo por toda parte enquanto tentava fazer sua filha feliz. — Seu
segredo está seguro conosco, querida.
Everly deu um tapinha no braço de Kendall. — Você sabe o que? Tio
D faz panquecas muito boas. Ele melhorou muito também. No começo, elas
eram meio duras, mas agora, elas são perfeitas. Às vezes, quando vou à casa
dele nos fins de semana, ele faz para mim, mas hoje ele queria vir aqui com
você.
— Isso é verdade? — perguntou Kendall.
— Mmhmm. — Ela pegou o giz de cera vermelho do pacote e
começou a colorir as entrelinhas que Kendall havia desenhado.
Uma criança de quatro anos que não perde nada.
— Everly, posso te contar um segredo?
A pequena colocou a orelha em direção à boca de Kendall, colocando
suas pequenas mãos ao redor dela. Ao contrário da minha sobrinha, Kendall
manteve a voz baixa, certificando-se de que eu não ouvi nada, mas o tempo
todo ela sussurrou, seus olhos estavam grudados nos meus.
Uma vez que Kendall se afastou, a boca de Everly caiu.
— Não diga nada — Kendall disse a ela. — É nosso segredo.
Everly se mexeu, balançando os braços curtos como se houvesse
música tocando. — Ok!
— Então, vocês duas estão guardando segredos de mim? — Cruzei
meus braços sobre a mesa, tentando parecer chateado. Mas isso
dificilmente foi o caso. As duas não poderiam ser mais adoráveis juntas.
Everly estava apaixonada por Kendall.
— É coisa de garota — Kendall me disse.
— E eu sou uma menina crescida agora — acrescentou Everly.
A garçonete deixou o leite de Everly e nossos cafés e copos de água
e disse: — O que posso trazer para vocês comerem?
— Panquecas de rolo de canela para mim — disse Kendall. — Vou
levar a manteiga batida com canela também.
— E para você? — a garçonete me perguntou.
— As panquecas de morango e amêndoa, e esta… — eu acenei para
Everly — …vai levar a de chocolate, a pilha completa. Manteiga batida e
calda em ambos.
Assim que a garçonete saiu, olhei para Everly e disse: — Você sabe
que Kendall vai estar na TV?
Seus olhos se arregalaram novamente. — Como nos filmes? Com as
princesas? E as sereias?
— Não. — Ela balançou a cabeça. — Nada tão fabuloso. Apenas um
programa de TV.
— Tio D, posso assistir? Por favor?
Eu ri. — Você vai ter que perguntar ao seu pai.
— Vou dizer a todos os meus amigos da escola para cuidarem de
você. Há muitos e muitos garotos grandes lá e todo mundo vai saber que
você é minha amiga.
Kendall passou a mão no topo da cabeça de Everly. — É muito gentil
da sua parte.
— Você já pensou que o grupo demográfico mais assistido de Glitzy
Girls seria o pré-escola de Everly?
Kendall olhou para mim, aquelas lindas bochechas ficando
vermelhas. — Eu morreria. — Ela olhou de volta para Everly. — Certifique-
se de que você e seus amigos torçam muito alto por mim, ok? Preciso de
todo o apoio que puder obter.
Sempre aplaudido. — Vamos. Somos bons torcedores. Nós podemos
fazer isso bem alto.
Kendall pegou o giz de cera amarelo e começou a desenhar grandes
círculos, que Everly preencheu com cores diferentes.
— Eu gostaria de ter mais amigos que fossem tão legais quanto você.
Só conheci um bom amigo desde que me mudei para cá. O nome dele é
Charlize e ele é o melhor. Ele até faz minha maquiagem em mim.
— Sério? Uau. — Everly olhou para cima. — Mas o tio D é seu amigo.
Ele convidou você para panquecas.
Kendall sorriu. — Ele fez - você está certa - mas o tio D é meu
advogado.
— Papai diz que advogados podem ser legais às vezes.
Tomei um gole do meu café. — Acho que metade do mundo
provavelmente discutiria esse ponto.
— Que tal papai? Ele será seu amigo.
— Não esse tipo de amigo, — eu disse para minha sobrinha. —
Vamos manter seu pai longe, muito longe de Kendall.
— Mas por que?
O braço de Kendall foi ao redor dos ombros de Everly e ela tentou
responder, mas eu interrompi primeiro: — Porque seu pai tem tantos
amigos, ele não precisa de mais nenhum.
Quando Kendall olhou para mim, eu pisquei.
— Eu acho que você só precisa ser amiga do tio D. Ele pode fazer um
sundae para você quando você passar a noite e para o café da manhã, ele
vai descascar suas laranjas, e ele vai tirar toda aquela coisa branca nojenta.
Kendall me observou enquanto Everly falava, seus olhos cheios de
calor. — Tio D nunca me fez um sundae ou descascou minhas laranjas
quando eu fiquei lá.
— Tio D, nada de sundaes para a senhorita Kendall? Isso é um
péssimo amigo!
Algo dentro de mim queria estender a mão por cima da mesa e
colocar minha mão na de Kendall. Para roçar seus dedos com meu polegar,
para inalar o perfume tropical de dentro de seu pulso. Ter aqueles pelinhos
que caíram ao redor de seu rosto fazendo cócegas em minhas bochechas
enquanto eu a beijava.
Meus pensamentos foram interrompidos quando a garçonete
apareceu e disse: — Aqui está, mocinha. Olhe para aquela pilha de
chocolate pegajosa.
O rosto de Everly se iluminou, seus olhos tão grandes que pareciam
prestes a explodir. — Santas bananas.
— Eu até encontrei um pouco de chantilly para você. — A garçonete
colocou uma tigela na frente da minha sobrinha.
— O que você diz? — Eu lembrei Everly.
— Obrigada. — Everly sorriu para ela. — Parece delicioso.
Nós rimos enquanto a garçonete entregava o resto dos pratos.
— Posso servi-los em algo mais?
— Estamos bem — eu disse a ela e agradeci.
Everly mergulhou o garfo no chantilly e o espalhou sobre a borda das
panquecas antes de tentar dar uma mordida. Ela empurrou para baixo com
muita força, fazendo com que um pedaço voasse em seu cabelo, outro
aterrissando em sua camisa, onde o chocolate deixou uma listra quando
caiu em seu colo. — Opa.
Eu estava prestes a ajudá-la quando Kendall se inclinou sobre o prato
de Everly e começou a cortar a pilha.
— Será ainda melhor se for em pedaços pequenos — disse ela a
Everly.
Assim que ela cortou a parte da frente, sabendo que era mais do que
suficiente, Kendall tirou as migalhas do cabelo de Everly.
— Como são? — Eu perguntei quando ela deu sua primeira mordida.
— Uau.
— Tão bom?
— Tio D, muito bom.
Mergulhei na pilha de morango e amêndoa, esse sabor cheio de
acidez, não tão doce quanto a banana e o açúcar mascavo.
E era delicioso ‘pra’ caralho.
Eu poderia dizer que Kendall realmente gostou dela pelo jeito que ela
estava gemendo enquanto mastigava. Quando ela engoliu, ela disse a
Everly: — Posso experimentar um pouco do seu? Eu nunca comi o chocolate
deles e parece delicioso.
— Mmhmm — Everly respondeu com a boca cheia.
Kendall pegou um dos pedaços que ela já havia cortado, fechando os
olhos no momento em que atingiu seus lábios. — Oh meu Deus. — Sua
cabeça se inclinou para trás, como na noite em que eu tinha gozado em
cima dela. — Everly, esta é a melhor panqueca de todos os tempos. É como
um bolo.
— Quer mais? Eu sou boa em compartilhar.
Ela riu. — Não, querida, você continua comendo, mas obrigado por
oferecer.
— Tem muito chocolate. Delicioso!
Uma lasca estava no canto de sua boca, de alguma forma manchando
sua bochecha toda vez que ela mastigava. Agora combinava com sua
camisa, e eu tive a sensação de que mais estava em seu colo.
Eu precisaria dar uma limpada nela antes que ela trouxesse toda
aquela viscosidade no meu carro.
— Uma garota com bom gosto — disse Kendall, enxugando o rosto
de Everly com um guardanapo que ela havia mergulhado em seu copo
d'água. — Chocolate é meu tipo favorito de bolo.
— Eu também! — Ela pegou seu leite, deixando marcas de chocolate
na xícara. Quando ela terminou de beber, ela despejou outra colherada de
chantilly em seu prato, seus lábios formando um grande círculo, cheios de
emoção. — Quando você vai estar na TV? Preciso me lembrar, para poder
perguntar ao papai se posso assistir.
— As câmeras de TV estão seguindo ela agora — eu disse.
— AGORA?! — Everly gritou do outro lado do restaurante antes de
perceber o quão alto ela havia falado e rindo de si mesma.
— Não agora, agora — disse Kendall. — Mas elas estavam na última
semana e o show provavelmente vai começar em alguns meses.
— Tio D, certifique-se de dizer isso ao papai, ok?
— É claro.
Everly se mexeu enquanto comia, a emoção nem perto de passar e o
açúcar começando a fazer efeito. Depois de mais algumas mordidas, ela
caiu de volta contra seu assento. Ela deu um tapinha na barriga. — Ufa.
Estou cheia.
— Isso faz de nós dois, garota.
Eu estava me sentindo cheio e larguei meu garfo, levantando meu
café para tomar um gole. — Foi melhor do que você pensou que seria?
Sua franja saltou quando ela assentiu. — Quero voltar no próximo fim
de semana e quero que Kendall venha.
— E se ela estiver ocupada e não puder vir?
— Eu certamente posso arranjar tempo para tomar um brunch com
vocês dois — respondeu Kendall.
— É um encontro — disse Everly.
Kendall olhou para mim. — Não tenho certeza se chamaria assim...
Eu segurei seu olhar e então acenei para a garçonete para pegar a
conta. Antes mesmo que ela o tirasse do avental, eu lhe entreguei meu
cartão de crédito. — Você se importa de encaixotar essas sobras?
— É claro. Deixe-me ver isso… — ela ergueu meu cartão — …e eu já
volto.
Kendall colocou o braço em volta de Everly, puxando-a para o lado.
— Isso tem sido uma explosão. Talvez da próxima vez, eu faça algo de
chocolate para você comer com suas panquecas.
— Como bolo?
Kendall riu. — Claro, eu posso fazer um bolo para você.
— Tio D, Kendall pode vir e fazer um bolo? E eu posso ajudá-la a
decorar e enfeitar e outras coisas?
Meus olhos estavam de volta em Kendall. Ela estava fazendo uma
promessa que ela não poderia renegar, mas sua expressão me disse que ela
não iria. Ela se apaixonou por Everly, como eu tinha a sensação de que ela
iria.
— Nós podemos providenciar isso.
— Yay!
Kendall sorriu, usando o mesmo guardanapo molhado para limpar o
rosto e as mãos de Everly. — Vamos planejar um encontro muito em breve.
Como isso soa?
— Fantástico.
A garçonete entregou o recibo e devolveu meu cartão de crédito e
encaixotou cada uma das sobras. Assinei a parte inferior do recibo e nos
levantamos da cabine, saindo do restaurante.
– Voar – disse Everly, estendendo as mãos.
Equilibrando as caixas, segurei uma e Kendall agarrou a outra. Nós a
levantamos no ar, sua risada mais alta do que o tráfego que passava.
Mesmo que Kendall estivesse olhando para Everly, eu não conseguia
tirar os olhos dela.
Algo me disse que ela seria maravilhosa com crianças. Mas vê-la
interagir dessa maneira com minha sobrinha foi uma sensação totalmente
diferente. Uma mais profunda, algo que eu não conseguia traduzir em
palavras.
Mas eu senti.
Bem no meu maldito peito.
Kendall, o que diabos eu vou fazer com você?
Eu não conseguia o suficiente dela, não conseguia mantê-la fora da
minha mente.
Cada vez que eu tentava, ela encontrava seu caminho de volta.
Mais.
Mas isso era algo que eu realmente poderia dar a ela?
Agora?
Everly subiu no ar uma última vez antes de chegarmos ao meu SUV,
e eu a coloquei no banco de trás.
Kendall ficou ao meu lado e, quando terminei, ela deu um abraço em
Everly. — Vou voltar para o meu apartamento, então vou me despedir
agora.
— Nããão.
Kendall se afastou para olhar o rosto da minha sobrinha. — Eu
prometo que você vai me ver em breve. Vou pedir ao tio D para marcar um
bolo para nós, tudo bem?
Ouvi a tristeza na voz de Everly quando ela disse: — Okaaay.
Kendall deu-lhe um aceno final e fechou a porta. — Obrigado pelo
brunch. Foi perfeito em todos os sentidos.
— Tem certeza de que não quer uma carona? Estou passando pelo
seu lugar no caminho.
— É apenas um quarteirão e é tão agradável aqui fora, prefiro
caminhar. — Ela estendeu a mão, seus dedos suavemente tocando meu
queixo, seus olhos queimando através de mim. — Falarei com você na
segunda-feira sobre esse contrato?
— De todas as coisas que você poderia ter escolhido durante essa
hora que eu fechei para você, você quer minhas habilidades de
negociação…
Ela riu, sua mão caindo. — Na frente de sua sobrinha? Que vergonha,
seu homem safado.
Eu a observei dar vários passos pela calçada antes de subir no banco
do motorista.
— Ela é incrível — Everly disse enquanto eu fechava a porta.
A boneca voltou, empoleirada no colo de Eve.
— Estou feliz que você gostou dela.
Saí do estacionamento e entrei na estrada principal, avistando a
bunda de Kendall. Porra, parecia tão gostosa naquelas calças, em forma de
coração e deliciosa.
Buzinei quando passamos e olhei pelo espelho retrovisor enquanto
Everly acenava pela janela.
Esperei para dar mais algumas voltas antes de dizer: — O que Kendall
sussurrou em seu ouvido, o segredo que você não deveria me contar?
— Eu não posso dizer, tio D.
Eu sabia que se começasse uma guerra de cócegas, as palavras
voariam.
Mas isso era mais divertido.
— E se eu prometer um grande sundae com toneladas de calda
quente para depois do jantar?
— Ahhh. Eu gosto de calda extra. — Um sorriso se moveu em seu
rosto, e ela apertou a boneca em seus braços, balançando em seu assento
de carro. — Ela disse que gosta muito de você.
— Isso é verdade?
Ela me deu um grande aceno de cabeça. — E ela gostaria que você já
fosse amigo dela.
— Ela disse isso, hein?
Ela bocejou, apoiando o queixo na cabeça da boneca. — Tio D, o que
no mundo você está esperando?
Eu ri, balançando a cabeça.
CAPÍTULO VINTE E UM
KENDALL

— Quem é aquele? — Sussurrei para Delilah enquanto nos sentamos


em um dos sofás da área VIP do clube, as câmeras apontadas diretamente
para nós.
Com o microfone preso no interior do meu vestido, captando cada
palavra que eu dizia, não havia razão para manter minha voz tão baixa. Sem
dúvida, essa conversa iria ao ar no programa.
— Garota, você não assiste Sky House? — Ela esperou que eu
balançasse a cabeça antes de continuar: — Aquele é Presley Jordan, o
protagonista do programa. Ele não é positivamente delicioso?
Eu não tinha perguntado por causa de sua aparência, eu tinha
perguntado porque todas as garotas neste clube estavam olhando para ele.
Presley Jordan.
Esse nome soava familiar.
Quanto mais pensava nisso, percebia que era por causa de Daisy, ela
o havia mencionado no passado, dizendo como ele era sexy. Em um ponto,
eu poderia até me lembrar de pesquisar no Google só para ver de quem ela
estava falando.
Presley não tinha aquela beleza super-masculina e rouca como
Dominick. Mas ele certamente era bonito daquele jeito de garoto da porta
ao lado4, e as mulheres aqui estavam jorrando sobre seu sorriso, um
conjunto de pérolas brancas que brilhavam, mesmo nesta sala escura.

4
Em uma multidão cheia de caras, bad-boys, geeks, atletas e punks, o vizinho tende a
acabar esquecido. Ele é despretensioso na aparência e no comportamento. Introvertido,
— Oh, querida, você está interessada, não é?
Olhei para Dalila. — Eu? Não.
— Muito bem. — Ela revirou os olhos. — Você vê todas aquelas
garotas se aglomerando ao redor dele? Elas também não estão
interessadas.
— Por que você não faz parte desse grupo?
Ela colocou a mão no meu ombro. — Eu não gosto de meus meninos
bonzinhos, eu gosto deles mal. E Presley está muito fora dessa categoria.
Eu ri quando ele desviou o olhar da garota com quem estava falando,
lentamente olhando ao redor da sala até que seus olhos pousaram nos
meus. Seu olhar era tão intenso, tão aquecido, que tive que desviar o olhar.
— Meu Deus, ele não consegue tirar os olhos de você. Caramba, isso
é um olhar foda-me se eu já vi um.
— Não seja boba. — Uma rápida olhada em sua direção mostrou que
ele ainda estava me estudando. — Tenho certeza de que ele me reconhece
de algum lugar - isso é tudo.
Mas essa não era a verdade porque eu tinha certeza de que nunca
tínhamos nos conhecido antes.
— Acho que não, querida. Aquele homem está praticamente tirando
seu vestido com os olhos.
— Definitivamente não estou interessada nisso.
— Mostre-me em quem você estaria interessada. Quem neste clube
acelera você?
Fiz uma varredura rápida do espaço ao nosso redor. Havia várias
celebridades, cada uma delas bem arrumada. Como Presley, cada fio de
cabelo estava perfeitamente colocado, cada acessório no ponto, como se
seu estilista estivesse de prontidão, embelezando-os entre as conversas.
Esse não era o meu estilo.
Eu queria alguém que pudesse usar um boné de beisebol e calça de
moletom e tomar café da manhã com uma garotinha coberta de panquecas
de chocolate. Alguém que fosse tão real por fora quanto por dentro, que

quieto e, em alguns casos, extremamente tímido. A maioria provavelmente o


descreveria como 'seu garoto típico'.
pudesse ser sensível quando fosse necessário e rude quando eu exigisse
que fosse.
Apenas um homem se encaixa nessa descrição.
— Nenhum — eu finalmente respondi.
— O quê? — Ela balançou meus ombros. — Vamos, garota. Tem que
haver alguém aqui que você acha quente como o inferno.
— O que posso dizer? Eu sou exigente pra caralho.
Ela ficou em silêncio por alguns momentos antes de dizer: — E ele?
— e acenou para o cara que tinha acabado de entrar na área VIP. — Tenho
a sensação de que ele seria o seu tipo.
Esse homem era Jenner.
— Não. — Eu ri enquanto eu balancei minha cabeça. — Eu o conheço
e ele não é meu tipo.
— Quem é ele? Porque, garota, talvez eu precise conhecê-lo.
— Lembra-se do meu advogado, Dominick? Esse é o irmão dele
Jenner. Ele também é advogado. Eles são sócios em seu escritório de
advocacia da família.
Ela estava pronta para atacar, especialmente quando disse: — Ele é
tudo - provocante, sexy e pau grande.
Enfiei minha bolsa debaixo do braço. — Vá falar com ele.
— Você não precisa me dizer duas vezes. — Ela se empurrou para a
beirada do sofá. — Você quer vir e nos apresentar?
Eu sorri. — Eu não acho que você precisa de mim para quebrar o gelo.
— Fiquei de pé, meus tornozelos balançando com a combinação de saltos
altíssimos e margaritas magras. — Além disso, vou correr para o banheiro
feminino antes de ir para a pista de dança.
— Te encontro lá.
Eu balancei a cabeça e nos separamos. Delilah foi para o bar, onde
Jenner estava sentado e eu fui para os fundos, onde eu tinha visto a placa
do banheiro. Ao me aproximar da entrada, senti uma mão na parte inferior
das costas e me virei.
Um suspiro deixou meus lábios quando vi quem era.
— Oi — disse Presley. — Finalmente... é você.
Eu sorri para sua estranha escolha de palavras. — Eu?
Ele pegou minha mão, segurando-a entre as suas. — Você, a garota
que eu tenho encarado desde que cheguei aqui. Na minha cabeça, era assim
que eu te chamava até descobrir seu nome.
— Eu sou Kendall.
— Eu sei. Perguntei por aí. — Seu sorriso cresceu. — Você é ainda
mais linda do que eu pensava.
Ele ainda não tinha me soltado, então eu virei meus dedos,
rapidamente sacudindo os dele e os puxei de volta. — Obrigada. É um
prazer conhecê-lo, Presley.
Seu sorriso era certamente encantador. O cara provavelmente
poderia dar um curso sobre como atrair mulheres. Simplesmente não era o
que eu estava procurando.
Ele olhou para a direita, onde um cinegrafista estava a meio caminho
entre o sofá e o banheiro, sua lente apontada para nós. — Eu estava me
perguntando se poderíamos conversar quando as câmeras não estivessem
filmando.
— Certo. Quer anotar meu número? Nós podemos conversar…
— Kendall, eu gostaria de falar com você agora.
Agora?
Sem câmeras?
Eu não conseguia pensar em uma única razão pela qual ele iria querer
ter uma conversa comigo, mas eu estava meio curiosa, ainda mais porque
eu esperava que tivesse algo a ver com o trabalho.
— Você estava prestes a entrar no banheiro feminino? — ele
perguntou.
Eu balancei a cabeça.
— Então, eu vou com você. Eu sei que as câmeras não são permitidas
lá.
Antes que meu cérebro pudesse pensar em uma resposta, sua mão
estava nas minhas costas novamente, e estávamos indo para o banheiro.
Assim que entramos, enfiei a mão no vestido e desliguei o microfone. O
show permitia privacidade durante as pausas para o banheiro, então isso
era algo que eu normalmente faria de qualquer maneira.
Ele verificou as baias, cada porta destrancada e aberta. — Bom.
Estavam sozinhos. — Ele fechou a distância entre nós, deixando menos de
um centímetro. — Eu sei que não vai durar muito, então serei rápido.
Kendall, eu realmente gostaria de sair com você. Não quando há câmeras
seguindo você ou quando há paparazzi nos seguindo. Só eu e você, em um
restaurante fora da área, onde podemos conversar e nos conhecer.
Eu tinha certeza que o choque estava registrado em meu rosto, sua
sugestão era a última coisa que eu esperava.
— Desculpe... — Eu respirei fundo. — Só estou um pouco surpresa.
— Eu posso dizer. Por que?
— Não sei. — Olhei ao redor da pequena sala, tentando colocar meus
pensamentos em ordem. — Acho que eu assumi que isso tinha algo a ver
com o seu show ou o meu ou algo parecido no futuro.
Ele riu, aproximando-se um pouco. — Isso viria do meu agente, não
de mim. — Seus dedos roçaram minha bochecha, um toque terno que não
provocou nada. — O boato é que você é solteira, então qual é o mal em
pegar algo para comer?
Direto ao ponto - eu não poderia derrubá-lo por isso.
Eu havia adotado a mesma abordagem com Dominick.
Dominick…
O homem que estava me provocando até a morte. Convidando-me
para sair com ele e sua sobrinha, onde eu fantasiava sobre suas mãos
enquanto ele segurava o garfo, seus lábios enquanto comia aquelas
panquecas de morango e amêndoa. Meus ovários explodiam cada vez que
ele olhava para Everly com todo aquele amor em seus olhos.
— Não há mal nenhum nisso — eu respondi. — Mas não acho que
jantar seja uma boa ideia.
— Podemos pular o jantar e ir direto para a sobremesa, se você
quiser. — Ele acrescentou mais charme ao seu sorriso. — Quando você está
Livre?
Nunca era a resposta que eu queria dar. Só não queria parecer rude.
— Posso ver minha agenda e entrar em contato com você?
Ele riu, agora seu rosto cheio de choque.
Eu tinha certeza que ninguém nunca tinha dito isso para ele antes. A
maioria das mulheres provavelmente estaria abaixando o vestido agora.
— Este show tem tantas filmagens inesperadas e não planejadas. Eu
provavelmente teria que cancelar nosso encontro e isso não seria justo com
você. Quando as coisas estiverem mais confirmadas, terei uma ideia melhor
de quando estarei disponível. — Eu não queria enganá-lo, mas queria
suavizar o golpe caso eu o encontrasse novamente. — Eu sei que sua
agenda é louca também e você pode se identificar com a loucura de filmar.
— Eu posso. Entendo. — Sua mão tinha deixado meu rosto e agora
estava com a palma para cima no ar. — Me passa seu telefone.
Enfiei a mão dentro da minha bolsa e entreguei a ele, observando-o
pressionar a tela e digitar.
— Eu salvei meu número em seus contatos. Ligue para mim quando
estiver pronta para uma data.
— Obrigada — eu disse suavemente. Olhei para a porta. — Devemos
sair daqui?
Seu olhar se aprofundou. — A menos que você queira ficar... —
Quando eu não respondi, ele acrescentou: — Depois de você.
Dei um passo em direção à saída e no momento em que abri a porta,
houve um flash no meu rosto, seguido pelo que parecia centenas mais,
especialmente quando Presley estava diretamente atrás de mim. A luz
estava cegando. As perguntas - Você está namorando Presley Jordan? O que
vocês dois estavam fazendo no banheiro? Há quanto tempo vocês são
íntimos um do outro? – sendo gritadas foi completamente esmagador. Eu
não sabia quantas pessoas estavam nos cercando, tentando ver do que se
tratava a comoção, mas parecia uma gangue e que eles estavam todos
correndo para nós.
O ar estava preso na minha garganta e eu não conseguia respirar
fundo, meu estômago embrulhado, meu peito latejando.
Usei minha bolsa como viseira, tentando criar um pouco de escuridão
para poder enxergar e me afastei da luz e das pessoas, me movendo contra
a parede mais próxima.
— Como diabos vocês entraram aqui? — um segurança gritou com
um homem, agarrando-o pelo pescoço e arrastando-o para fora da área VIP.
Um paparazzi.
Ele ainda estava tentando tirar fotos, lutando com sua câmera,
embora estivesse sendo expulso.
— Você está bem? — Presley perguntou, juntando-se a mim.
Procurei minha respiração, tentando me acalmar. — Eu penso que
sim. Isso foi demais.
— Os seguranças normalmente não os permitem nesta área. Aquele
bastardo deve ter se infiltrado de alguma forma. — Ele apertou meu ombro,
sorrindo. — Ligue para mim, tudo bem?
Eu balancei a cabeça e quando ele desapareceu na multidão, eu fui
em direção ao bar, segurando o tampo de madeira no momento em que
minhas mãos pousaram nele.
— O que posso te dar? — perguntou o barman.
— Margarita Skinny. Tequila extra, por favor.
Uma mão estava nas minhas costas novamente, desta vez a sensação
me fazendo pular.
— Jesus, você está bem? — Ouvi.
Eu me virei e Jenner estava atrás de mim. — É você, graças a Deus.
— O que aconteceu lá atrás?
Eu balancei minha cabeça. — Num minuto, eu estava saindo do
banheiro. No próximo, eu não conseguia ver nada e todas essas palavras
estavam sendo gritadas para mim.
— Vida de celebridade. Aqui, beba um pouco. — Ele me entregou
seu whiskey e eu tomei um gole. — Estar com Presley Jordan só alimentou
esse fogo. Os paparazzi o amam, eles o seguem em todos os lugares.
Meu estômago caiu mais uma vez, desta vez por um motivo
totalmente diferente. — Não era o que parecia.
Ele levantou as mãos, como se eu estivesse apontando uma arma
para ele. — Não estou aqui para julgar.
Engoli outro gole e devolvi a bebida para ele. — Ele está aqui?
Seus olhos me disseram que ele sabia sobre quem eu estava
perguntando.
— Não.
Eu não sabia por que tinha essa vontade imensa de ver Dominick. Eu
apenas senti que ele poderia tornar este momento melhor de alguma
forma.
— Aqui está — disse o barman.
Envolvi meus dedos ao redor do vidro e quando me virei para Jenner,
ele estava dando alguns passos para trás.
— Te vejo mais tarde, Kendall.
Acenei, levando a bebida aos lábios, engolindo um grande gole. Eu só
tive a chance de tomar mais um gole antes de Delilah estar ao meu lado.
— Eu pensei que você não estava interessada nele, sua vadia.
— Eu não estava. — Isso não tinha saído direito. — E eu não estou.
Nós apenas fomos conversar e um circo entrou em erupção.
A equipe de filmagem estava por perto, capturando cada segundo
disso. Um deles fez sinal para eu ligar o microfone novamente, mas não
liguei. Eu precisava de um minuto para tentar relaxar antes que eles
captassem cada palavra que eu dissesse.
— Você sai do banheiro - nada menos do que do banheiro feminino
- com a mão de Presley em você e espera que eu acredite que nada
aconteceu? — Ela bufou. — Okaaay. — Ela colocou o braço em volta da
minha cintura, brindando com nossos copos. — Garota, você não pode me
enganar, mas eu vou te dar pontos por tentar. Vamos. Vamos dançar.
Eu não poderia nem imaginar tentar fazer isso agora.
Havia um aperto no meu peito. Uma inquietação percorrendo meu
corpo que eu esperava que essa tequila apagasse.
— Te encontro lá.
— Faça como quiser — ela respondeu, indo com as outras meninas.
Tomei outro gole e encontrei meu telefone, procurando em meus
contatos o número de Dominick. O relógio na minha tela mostrava que já
passava da meia-noite. Eu só podia esperar que ele respondesse.
— Kendall — ele disse com uma voz áspera e rouca.
— Eu acordei você. Eu sinto muito.
— Está tudo bem. O que está acontecendo?
Eu me movi para o lado do bar, posicionando minhas costas contra a
parede, dando a maior parte do meu peso. Eu sabia que a câmera estava
pegando isso também, então tentei manter meu rosto o mais sem emoção
possível. — Não sei. Eu só precisava ouvir uma voz familiar.
— Você tem a minha.
— Dominick... — Meus pulmões pareciam que iam explodir. — Tudo
está tão louco agora. Não sei como lidar com isso – as câmeras, essa fama
estranha que estou experimentando, todas essas luzes piscando.
— O que aconteceu?
— Esse cara me trouxe ao banheiro e me convidou para um
encontro.
— Por que você está me contando isso?
— Porque... — Fiz uma pausa para tentar respirar e um som veio
através do meu celular, um que era específico para Alertas de Celebridades.
Afastei o telefone do meu rosto para ler.
NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA:
ELA PODE ESTAR RELACIONADA A UMA FLOR, MAS ELA MESMA É UMA BELA JÓIA.
ESTAMOS FALANDO DA SENHORITA KENDALL ROY, UMA DAS SEIS FABULOSAS DE GLITZY GIRLS,
QUE ACABOU DE SER VISTA SE ACONCHEGANDO COM NINGUÉM MENOS QUE PRESLEY
JORDAN. E POR ACONCHEGANTE, QUEREMOS DIZER, ENCONTRANDO-SE EM UMA CABINE NO
BANHEIRO FEMININO.
ROSA FICA MUITO MELHOR EM KENDALL, NÃO ACHA, SR. JORDAN?

Minhas mãos tremiam quando apertei o alerta, uma série de fotos


agora carregando que mostravam Presley e eu saindo de uma porta
claramente marcada como banheiro feminino. Minha pele parecia corada,
como se algo impertinente estivesse acontecendo lá dentro, meu cabelo
um pouco desgrenhado.
Até meu batom estava borrado.
Quem quer que tenha photoshopado essas fotos, eles tiraram o
batom da minha boca e espalharam um pouco nos lábios de Presley para
fazer parecer que estávamos nos beijando.
Meus joelhos estavam fracos quando li o alerta de novo, meu
estômago revirando, cada emoção batendo no meu peito. — Oh meu Deus.
Dominick.
Levei o telefone de volta ao ouvido assim que ele disse: — Achei que
você disse que ele só te convidou para sair no banheiro?
Não.
Não, não, não.
— Kendall, você transou com ele lá?
— Claro que não — eu rosnei. — Você me conhece melhor que isso.
— Meu rosto caiu, meu corpo inteiro tremendo. — Como isso aconteceu?
Eu... eu nem disse sim para jantar com ele. Dominick, você tem que
acreditar em mim.
Alguns segundos de silêncio se passaram.
— Você pode pegar uma carona até minha casa?
Olhei para cima e duas câmeras estavam apontadas para mim, um
cara de iluminação parado a apenas alguns metros de distância. Eu tinha
certeza de que todos leram o alerta e estavam tentando filmar minha
reação.
Meu olhar se moveu mais para o outro lado da sala, e foi quando vi
Jenner em pé em um grupo, onde ele estava conversando com outro cara.
— Tenho certeza que posso — respondi.
— Certifique-se de que ninguém a siga. Me chame se precisar de
mim.
Coloquei minha bebida na mesa e passei correndo pelas câmeras e
pela equipe de iluminação, e quando cheguei a Jenner, envolvi minhas
mãos em seu braço e sussurrei em seu ouvido: — Você me leva para a casa
do seu irmão?
Eu sabia que isso ia me causar problemas com a produção. Eu tinha
que ser autorizada antes de sair de um set por qualquer motivo, mas eu não
me importava com isso agora. Eu só precisava sair daqui.
Ele olhou para o meu rosto e eu senti tantos outros olhos em mim.
Todos nesta sala viram o alerta.
Todos eles estavam assumindo a mesma coisa.
Assim foi o mundo inteiro. Nos próximos minutos, todos os meios de
comunicação estariam postando as mesmas fotos.
Minha família veria. Meus amigos em Boston.
Eu me sinto doente.
— Por favor — eu implorei. — Eu preciso ir e eu sei que você vai me
levar lá em segurança.
Ele entregou sua bebida para um de seus amigos e tirou sua jaqueta,
dando para mim. — Estou estacionado nos fundos, mas coloque isso na sua
cabeça. Haverá paparazzi em todos os lugares do lado de fora e eles vão
querer tirar mais fotos de você.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
DOMINICK

Eu estava lendo o Alerta de Celebridade novamente quando o portão


do lado de fora da minha garagem começou a se abrir, o monitor na cozinha
mostrando o carro de Jenner passando.
Ele me pediu para sair com ele esta noite, e eu escolhi dormir. Eu só
podia supor que ele acabou no mesmo clube em que Kendall estava e que
ela era a passageira no banco da frente.
Eu a encontrei na porta, segurando-a aberta o suficiente para ela
entrar, e acenei para Jenner enquanto ele saía da minha garagem. Assim
que tranquei, ela estava sentada no meu sofá com o mesmo vestido que
aparecia nas fotos. Seu cabelo não estava tão selvagem quanto parecia nas
fotos, sua pele não estava tão corada.
Ela não tinha nenhum batom.
— Você quer um pouco de água?
Ela acenou com a cabeça e eu fui para a cozinha, pegando duas
garrafas que eu trouxe para a sala, entregando-lhe uma. Tirei o cobertor do
encosto do sofá e o espalhei sobre ela.
— Diga-me o que aconteceu.
Os fotógrafos manipulavam suas fotos antes de vendê-las para lojas
online. As respostas e situações eram quase sempre tiradas do contexto. Eu
sabia porque eram coisas que eu consertava para viver, processando
fotógrafos e fontes da mídia quando podia provar fraude.
Antes que minhas mãos chegassem a qualquer lugar perto de
Kendall, eu precisava chegar ao fundo disso.
E eu precisava ouvir isso em suas palavras.
Seus joelhos estavam pressionados contra o peito, os braços em volta
deles, ela parecia ainda menor do que já era. — Eu nunca experimentei algo
assim antes. — Ela abaixou a cabeça e, quando finalmente olhou para cima
novamente, vi a emoção. — As luzes, os gritos, toda a correria ao meu
redor. Parecia que eu estava sendo atacada.
Sentei-me ao lado dela, descansando meus dedos em sua nuca,
sentindo o calor em sua pele. — Pode ficar intenso, eu sei.
— Tudo começou quando Jordan se aproximou de mim na área VIP,
— ela começou, e continuou explicando como ele a levou ao banheiro para
convidá-la para um encontro. Ela descreveu a conversa deles, como ele se
aproximou dela e a maneira como ele tocou seu rosto. Ela até me contou a
desculpa que ela deu a ele e como ele programou seu número em seu
telefone.
Ela largou a água. — Quero dizer, Deus, havia centenas de outras
mulheres deslumbrantes lá esta noite. Celebridades. Descobertas da
indústria. Eu não achei que ele estaria interessado em mim.
Surpreendeu minha mente que ela não tinha ideia de quão bonita ela
era. Que ela não acreditava que um filho da puta arrogante como Presley
Jordan pudesse desejá-la.
Mas não era o momento certo para dizer isso a ela.
— Eu não gosto dele – você precisa saber disso, Dominick. Eu nunca
vou ligar para ele. — Ela abriu a bolsa e tirou o telefone, mostrando-me o
número dele. — Veja, estou excluindo as informações dele agora. — Ela
jogou seu celular contra o sofá, seus olhos pegando os meus. — Photoshop
é o que eu conheço melhor e posso prometer a vocês com tudo que tenho
que essas fotos foram editadas. Eu nem estava usando batom rosa esta
noite.
Eu acreditei nela.
Nem uma única parte desta história me surpreendeu de forma
alguma. Isso era Hollywood, essas foram as coisas que aconteceram para
ganhar dinheiro e vender histórias e ganhar popularidade.
Mas havia uma coisa que precisava de esclarecimento. — Por que
você me ligou?
Ela soltou um longo suspiro, suas pernas caindo de seu peito, suas
mãos dobradas em seu colo. — Quando isso aconteceu, tudo que eu queria
era sua voz. Sua proteção. Seus braços em volta de mim. — Ela passou a
mão pelo cabelo. — Então, você ver aquele alerta e pensar que eu faria isso,
que eu ficaria tão facilmente com outra pessoa quando eu tenho todos
esses sentimentos por você, era algo que eu não consigo lidar.
— Kendall…
— Não — ela disse, agarrando meu braço — deixe-me terminar. —
Ela tomou outro fôlego. — Eu não sei mais como te dizer isso ou como te
mostrar que estou louca por você, mas estou. Eu sei que esta vida não é o
que você quer e eu entendo agora porque. Se esta noite me mostrou
alguma coisa, é isso. Mas de alguma forma, de alguma maneira, acredito
que podemos fazer isso funcionar se for algo que nós dois queremos. —
Seus olhos estavam implorando com os meus. — E é o que eu quero,
Dominick. Mais do que tudo.
O que ela não me deixou dizer a ela foi que quando aquele alerta
chegou no meu telefone e eu olhei para as fotos de Kendall e Presley, como
elas foram feitas para parecer que as mãos e a boca de Presley estavam em
cima dela, eu queria jogar meu telefone do outro lado da sala.
Tudo que eu podia ouvir na minha cabeça era o aviso de Brett,
repetindo em um loop contínuo.
— Pare de negar a si mesmo e pegue essa merda antes que alguém
o faça e você se odeia porque você a perdeu.
Eu sabia que isso não seria fácil. Levaria algumas manobras e
planejamento duro para manter esse relacionamento privado pelo tempo
que pudéssemos. Namorar era algo que eu nunca fiz, especialmente com
uma futura celebridade, mas não havia como eu deixar isso passar. De jeito
nenhum eu poderia deixar outro segundo passar sem essa garota
deslumbrante saber exatamente como eu me sentia sobre ela.
— Venha pra cá. — Meus olhos se estreitaram enquanto eu a
observava, decidindo que se ela não se aproximasse nos próximos
segundos, eu mesmo a levantaria.
— Dominick, eu não...
Minha mão apertou seu pescoço e eu rosnei: — Para que eu possa
colocar meus lábios em você e mostrar que você é minha.
Lentamente processando minhas palavras, ela se jogou em meus
braços, agarrando minha cintura com toda sua força. Minhas mãos se
perderam naquelas mechas rebeldes enquanto eu a segurava ainda mais
apertada contra mim. Nos primeiros segundos, ela me apertou com toda a
sua força e então seu corpo ficou mole, permitindo que eu a movesse, a
protegesse, a segurasse do jeito que eu queria.
— Baby, — eu sussurrei, puxando sua cabeça para trás, travando
nossos olhares, — eu sou louco ‘pra’ caralho por você. Quando não estou
com você, você é tudo em que penso, querendo estar mais perto, querendo
envolvê-la contra mim. —Meus lábios pressionaram sua bochecha. —
Querendo estar dentro de você.
Respirei várias vezes, inalando seu perfume tropical e me inclinei
para trás para olhar para ela novamente. — Você estava certa quando disse
que eu não tinha encontrado a pessoa certa. Mas isso era, até eu conhecer
você, Kendall. Foi quando tudo mudou – quando comecei a mudar.
Segurei seu rosto, examinando cada um de seus olhos. — Eu lutei
contra isso porque sabia que ia ficar pesado e ir contra tudo o que eu
acreditava. — Eu balancei minha cabeça. — Mas eu não posso lutar mais
contra isso. Não posso correr o risco de perder você. — Passei meu polegar
em seu lábio inferior, meu favorito dos dois. — Você é perfeita. E você é
perfeita para mim.
— Você é meu.
Um sorriso se moveu através de mim. — De todas as formas, porra.
Seus braços encontraram o caminho ao redor do meu pescoço e ela
se moveu sobre o meu colo, suas pernas me rodeando. Agarrei sua bunda,
assobiando quando não senti nenhuma calcinha e novamente quando senti
a pancada de seu microfone.
— Está desligado, não se preocupe. — Ela enfiou a mão na parte de
cima do vestido e moveu a peça que estava presa com fita adesiva junto
com o fio e o hardware ao qual estava preso, colocando todo o dispositivo
no meu sofá.
Eu segurei seu rosto ainda. — Você precisa me fazer uma promessa.
Não há mais fotos de você e Presley ou algum outro cara saindo de um
banheiro - ou em qualquer lugar para esse propósito.
— Alguém estava com um pouco de ciúmes?
Esfreguei meu nariz no dela. — Não gostei.
— Ao pensar nele me tocando ou que o mundo iria supor que nós
dois estávamos juntos?
— Ambos. — Meus dedos se apertaram e senti a necessidade de me
repetir. — Você é minha, Kendall. Toda minha.
Com as pernas ainda sobre mim, ela posicionou sua boceta
diretamente sobre meu pau duro, esfregando-se para frente e para trás em
mim. — Isso era o que eu queria quando te liguei do clube. O lado de você
que é todo alfa e territorial e não quer me dividir com ninguém.
Eu segurei sua bunda. — Quanto desse lado você quer agora?
Ela gemeu: — Cada centímetro dele.
Eu levantei seu vestido sobre sua cabeça e desabotoei seu sutiã.
Agora que ela estava nua, eu segurei sua cabeça para trás, alongando seu
pescoço para que eu pudesse beijar toda a sua garganta, através de sua
clavícula, parando em seus seios.
Eu puxei um de seus mamilos em minha boca, chupando a ponta,
roçando-o com meus dentes.
— Oh meu Deus, sim.
Ela estremeceu sob minha boca, sua boceta moendo sobre mim
como se ela não pudesse parar.
O que eu precisava era estar dentro dela, possuindo a parte mais
profunda de seu corpo.
Mas eu ia levar meu tempo para chegar lá.
Eu chupei, massageando ao redor de seu seio enquanto minha boca
se concentrava apenas no centro. Depois de várias voltas da minha língua,
ela conseguiu mais dos meus dentes, dando-lhe aquela pequena explosão
de dor que eu sabia que ela gostava.
Mas por mais que eu amasse seus mamilos, eu precisava prová-la.
Eu a coloquei de volta no sofá e arrastei meus lábios pelo seu umbigo,
parando no topo de sua boceta. Sua parte interna das coxas estava
molhada, me mostrando como ela estava excitada. Meu nariz pressionou
contra seu clitóris, respirando-a.
— Porra, eu senti falta desse cheiro.
Seus dedos cavaram em meu cabelo, seus quadris inclinados para
cima, ambos os movimentos me incitando a lamber.
Mas eu fiquei exatamente onde estava, engolindo seu aroma. —
Minha — eu rosnei.
— Sua.
Isso lhe rendeu dois dedos, as pontas circulando-a até que eu soube
que ela estava pronta, e eu os deslizei dentro dela. Sua tensão
imediatamente se aproximou de mim.
— Ahhh. Porra!
— Eu sei que você gosta disso. — Eu fui até meus dedos, virando meu
pulso e puxando para trás, sua umidade me cobrindo enquanto eu
mergulhava.
A cada mergulho, seus quadris balançavam, sua respiração ficava
mais alta, sua mão puxava ainda mais meu cabelo.
Eu nem tinha lambido ela ainda.
Mas era hora.
Deslizei minha língua, passando por todo o comprimento dela,
espalhando sua umidade. No topo de seu clitóris, fiz minha língua em um
ponto e agitei para frente e para trás.
— Dominick! — Ela tremeu e balançou contra mim. — Sim!
Ela estava pegando minha velocidade mais rápida, cada torção dos
meus dedos, o poder total da minha língua.
E eu sabia o que tudo isso estava fazendo com ela. Eu podia ouvir isso
em seus gemidos. Eu podia sentir pela forma como seu clitóris estava
endurecendo. Eu podia sentir o gosto enquanto sua umidade engrossava.
— Sua boca, — ela chorou. — Oh foda-se.
Ela esfregou sua boceta no meu rosto, a construção tão presente em
seu corpo e quando eu soube que ela tinha atingido seu pico, ela começou
a estremecer, gritando meu nome ao mesmo tempo, cada sílaba
prolongada. Ondas de tremores atravessaram seu estômago, eu a lambi e
a engoli até que ela parasse.
— Mmmm. — Quando ela se acalmou, eu beijei ao redor de sua
boceta, lentamente puxando meus dedos e lambendo-os também. — Eu
poderia fazer isso a porra do dia todo.
Nossos olhos se encontraram.
— Eu poderia pedir a você.
Beijei sua barriga e seus seios, parando em sua boca. — Você não vai
precisar. Vai acontecer quer você queira ou não.
— Você… — ela estremeceu — …é tudo.
Eu a levantei do sofá em meus braços e a carreguei para o meu
quarto, colocando-a na cama. Eu a deixei por apenas um momento para
pegar uma camisinha da minha mesa de cabeceira e quando voltei para ela,
deixei cair minha calça de moletom e camiseta no chão. Enquanto eu
arrancava a ponta do pacote de papel alumínio, ela cercou minha ponta
com a boca.
— Porra, isso é bom.
Com os olhos nos meus, ela bombeou a base do meu pau com o
punho, seus lábios arregalados enquanto ela pegava o resto do meu eixo.
— Chupe.
E ela fez, como se fosse dela, como se ela não conseguisse o
suficiente na porra da garganta.
— Foda-se sim.
Ela estava apertando com a quantidade certa de pressão, girando sua
língua sobre minha ponta e pelos lados. Ela não estava apenas balançando,
ela estava fechando as bochechas ao meu redor, me dando a fricção que eu
precisava.
Eu poderia facilmente gozar.
Mas eu precisava de sua boceta esta noite.
Eu puxei e segurei o preservativo sobre a cabeça, rolando sobre mim.
— Se eu sou realmente sua, você não precisa usar isso.
Meu olhar endureceu quando observei seu olhar.
— Estou tomando anticoncepcional, Dominick e estou limpa.
Contanto que você não esteja com mais ninguém, prefiro não usar uma.
Eu sabia o que isso significava - agora e para o nosso futuro.
E eu estava pronto para isso.
— Seu — eu repeti para nós dois ouvirmos e joguei a camisinha no
chão, movendo-me diretamente entre suas pernas.
Fazia muito tempo desde que eu estava dentro de uma boceta
descoberta, possivelmente desde o ensino médio e a expectativa era
esmagadora. Com as pernas bem abertas, me posicionei, devorando seus
lábios enquanto mergulhava.
— Foda-se — eu soltei quando sua umidade me cobriu, um calor que
eu normalmente não sentia, um aperto que nunca tinha sido tão intenso.
— Kendall... — Eu me afastei, meu nariz pressionado no dela, e fiquei
enterrado, sua boceta me agarrando. — Jesus Cristo.
— Eu sei.
Eu recuei e empurrei novamente, suas pernas se alargando ao redor
da minha cintura. Suas costas levantaram da cama quando ela me
encontrou no meio.
Havia tanta diferença e eu a sentia cada vez que me afundava nela.
Tantas fodidas sensações – uma estreiteza, uma pulsação, um maldito
gotejamento.
— Beije-me — eu rosnei, sua boca sendo a única coisa que eu queria
provar naquele momento.
Ela instantaneamente chupou a ponta da minha língua. Eu podia
sentir o desespero em nossas bocas, a necessidade de estar mais perto,
mesmo que isso fosse impossível.
Ela soltou um suspiro longo e reprimido no segundo em que nossos
lábios se separaram. — Seu pau, Dominick... porra.
E então ela agarrou meu rosto como se eu fosse me afastar. Eu não
tinha intenção, eu precisava de sua boca tanto quanto de seu corpo. Sentir
cada parte dela, seus lábios sendo os mais íntimos.
O ar parou de se mover tão facilmente pelos meus pulmões. Uma
construção estava abrindo caminho através de mim, me consumindo. De
alguma forma, eu precisava de mais e a única maneira de conseguir isso era
liberar minhas mãos.
Virei de bunda e a movi para o meu colo, suas pernas de cada lado de
mim enquanto eu pressionava minhas costas contra a cabeceira da cama.
Ela sabia o que essa posição significava, mas eu ainda ordenei a ela:
— Me monte.
Quando ela se levantou, sua boceta apertou meu pau, sua umidade
me chupando enquanto ela descia.
— Sim — eu rugi. — Foda-me.
Percorri seu corpo, começando com seus seios, rolando-os,
beliscando, a rigidez aumentando. Dei uma lambida rápida cada um deles,
mas isso não foi suficiente. Eu respirei contra seu mamilo, puxando a ponta
com os dentes.
— Oh Deus, Dominick.
Quando ela parou, eu sabia que as sensações a estavam agarrando,
a quietude tão intensa quanto o ranger. E quando ela me manteve e girou,
batendo em suas paredes internas, eu perdi a cabeça. O movimento estava
esfregando seu clitóris contra mim, então eu não toquei nele, mas no
momento que ela levantou, foi onde meus dedos foram. Eu não precisava
espalhar nenhuma umidade - minha garota já estava ensopada.
Ela gemeu: — Sim! Você vai me fazer gozar.
Eu não estava muito atrás, mas não podia desistir desse sentimento.
Eu precisava mais dela. — Ainda não.
Eu a inclinei para trás, seus cotovelos caindo no colchão, pegando seu
peso e fiquei de joelhos, segurando suas pernas em volta da minha cintura.
Esta nova colocação abriu seus quadris, permitindo-me entrar mais fundo,
sentindo uma onda interminável de prazer.
— Ah foda-se. — Ela estremeceu, seus olhos ferozes e
deslumbrantes. — Isso não vai me impedir de gozar, posso te dizer isso
agora.
Eu desisti de querer que ela esperasse.
Na verdade, eu queria sentir sua boceta apertando ainda mais meu
pau.
Enquanto a segurava, me abaixei e esfreguei seu clitóris, dando-lhe a
pressão que ela precisava, arqueando meus quadris ao mesmo tempo e
circulando de volta.
— Dom-i-nick, — ela ofegou.
Ela estava no caminho.
Aquele em que não havia como parar, nem voltar atrás.
Tudo o que ela podia fazer era segurar.
E ela fez, seus olhos colados nos meus enquanto eu dominava cada
parte dela.
Mas quando ela começou a gozar – seu corpo respondendo, me
permitindo sentir cada mudança – tudo parecia bom demais. A ponto de
não conseguir segurar.
— Kendall — eu rugi, beliscando seu quadril com meus dedos, sua
boceta pulsando.
— Mais forte.
Foi isso que eu dei a ela. Um ritmo que a fez voar alto, um poder que
a atingiu, tomando conta de cada um de seus sentidos.
Ela me agarrou enquanto gritava, porra, — Dominick — e ela se
perdeu completamente.
E eu tenho que assistir.
Cada estremecimento que passou por ela veio com um sentimento
diferente, um que me segurou por dentro, sugando-me de uma maneira
que nunca antes. Ela estava puxando meu orgasmo mais perto,
provocando-o, cada gemido e pulsação trazendo-o para a superfície.
Uma onda de sua umidade me cobriu.
— Ahhh! Sim, Kendall!
E foi quando eu perdi.
— Foda-me. — Incapaz de me conter por mais um segundo, a
explosão passou pelas minhas bolas, subiu pelo meu estômago e atingiu o
pico. Com seu rosto muito longe para beijar, mordi seu mamilo enquanto o
prazer subia pelo meu corpo. Tratei seu mamilo como se fossem seus lábios,
lambendo-o, chupando como sua boceta estava fazendo com meu pau.
O primeiro jato me fez estremecer, gemendo — Kendall — enquanto
meus quadris empurravam o mais forte que podiam.
Um aperto se moveu através de mim, seguido por uma liberação
imediata, cada bombada enchendo aquela fodida boceta linda com mais do
meu esperma.
— Sim! — Continuei a abraçá-la, expirando meu orgasmo, meus
movimentos diminuindo quando a sensação começou a passar. No
momento em que finalmente acalmei, descansei meu rosto em seu
estômago, exalando sobre aquela pele quente e macia. — Cristo.
Ficamos naquela posição, travados, até que eu acomodei minha
cabeça no travesseiro e descansei a dela no meu peito. Suas pernas
emaranhadas com as minhas, seus braços me segurando de uma forma que
eu não queria que ela me soltasse.
— Você é um animal. — Ela respirou várias vezes. — Um animal
selvagem, erótico e insaciável.
Eu tracei suas costas, seus arrepios encontrando meus dedos. —
Espere até eu foder sua bunda. Então, esse termo terá um significado
totalmente novo.
Ela inclinou o pescoço para olhar para mim. — Eu nunca fiz isso antes.
Devo ficar nervosa?
— Você confia em mim?
Não houve pausa quando ela respondeu: — Sim.
Eu suavemente cerquei seu lábio superior e inferior com o meu,
dando-lhe a suavidade da minha língua. — Eu serei gentil.
Sua resposta saiu como uma risada e depois um gemido longo e
profundo.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
KENDALL

— Olá? — Sussurrei no meu telefone, o chefe de produção


aparecendo no meu identificador de chamadas, mas ainda mantive minha
voz baixa para não acordar Dominick.
— Kendall, é Shane.
Eu esperava que um dos assistentes me telefonasse, não o chefe. Se
Shane estava ligando, isso significava que eu estava com sérios problemas.
E eu merecia estar.
— Oi.
— Precisamos conversar sobre a noite passada.
Corri para fora do quarto de Dominick, para que ele não me ouvisse,
e me sentei no sofá da sala.
— Antes que você diga qualquer coisa, sinto muito por ter saído do
clube e por não ter contado a ninguém que eu estava indo ou não ter sido
aprovado pela produção. Foi errado e eu sei que vai contra todas as regras.
Isso foi extremamente irresponsável da minha parte.
Olhei para a minha mão, lembrando como eles tremiam quando o
alerta veio pelo meu telefone. — Não há desculpa para o que eu fiz, mas
quero que você entenda de onde estou vindo. Ter um Alerta de Celebridade
retratando de forma tão imprecisa uma situação, que me afeta tão
pessoalmente, foi algo que eu nunca experimentei e sei que não lidei bem
com isso, mas fiquei sobrecarregado e reagi. — Eu achatei minha palma
contra o meu peito, as memórias da noite passada ressurgindo.
— Eu sei que me inscrevi para esse programa, sei que concordei em
transmitir minha vida e sinto muito. Tudo o que posso dizer é que isso não
acontecerá novamente.
Ele ficou quieto por um momento. — Eu aprecio você assumir a
responsabilidade.
Caminhei até a porta de vidro deslizante, observando o sol subir mais
alto no céu, espiando através das nuvens finas. — Não há mais ninguém
para culpar além de mim mesma.
— Você sabe que seu contrato diz que podemos multá-la por esse
tipo de comportamento e eu não vou renunciar a isso. O valor total será
descontado do seu cheque. Não quero que as outras garotas pensem que
toleramos esse tipo de ação. Nós não, de forma alguma, mas você assumiu
a responsabilidade por sua infração e isso é tudo que posso pedir.
— Eu entendo.
— As filmagens começam em três horas. Presumo que você estará
lá?
— Sim. É claro.
— Bom. Precisamos que você vá direto para uma entrevista, onde a
produção pedirá que você discuta o alerta e sua reação a ele. Assim que
tivermos isso documentado, você se juntará às outras garotas para o
brunch. Você tem alguma pergunta?
— Não. — Eu me virei e caminhei de volta para o quarto. —
Obrigada.
Ele se despediu e desligou, e eu voltei para a cama de Dominick.
— Você tem que sair?
Eu passei meu braço sobre seu abdômen, meu rosto pressionado em
seu peito. — Ainda não, mas era Shane, chefe de produção. Ele não estava
feliz, mas não me demitiu, então isso é uma coisa boa. E agora que isso está
resolvido, eu tenho que lidar com meus pais e explicar a noite inteira para
eles, para que eles não pensem que sua filha se transformou nessa atrevida
promíscua quando ela se mudou para Los Angeles.
— Isso soa menos do que divertido.
Corri minha mão por seu cabelo e ao redor de seu rosto, sua barba
tão áspera e deliciosa. — Eles têm uma ideia de como tudo isso funciona.
Quero dizer, minha irmã definitivamente os preparou para a loucura de
Hollywood. Além disso, eles me conhecem. Não sou nenhuma puritana,
mas transar em um banheiro público não é meu estilo.
Ele pegou meu rosto. — Posso fazer uma sugestão?
— Por favor.
Ele rolou em minha direção, descansando o braço em meu quadril.
— Você tem fotos suas da noite passada, antes de quando as coisas
aconteceram com Presley?
Eu balancei a cabeça. — As meninas e eu tiramos vários enquanto
estávamos na limusine e um monte mais enquanto estávamos dentro do
clube.
— Em algum momento hoje, depois de esclarecer seus
pensamentos, vá ao seu Instagram e compartilhe uma dessas fotos. Vai
mostrar como você realmente estava ontem à noite e em seu post, dizer
que foi maravilhoso conhecer Presley, mas as fotos nem sempre são do jeito
que parecem, especialmente aquelas que foram retocadas digitalmente. —
Seu polegar traçou meus lábios. — Então, termine com algo pessoal e fofo,
como você espera que da próxima vez que você se encontrar em um Alerta
de Celebridade, seja devido ao seu trabalho filantrópico. Que a pessoa de
noventa anos para quem você está ensinando aquarela fica muito melhor
em rosa.
Meu peito instantaneamente começou a afrouxar.
Eu nem tinha pensado nisso, mas ele estava absolutamente certo.
— Você é meu herói.
Seu olhar era tão intenso, cativante. — Estou neste negócio há muito
tempo, baby. Estes são apenas truques do comércio. — Ele se inclinou,
roçando o nariz na minha bochecha, como se estivesse me inalando. — Eu
preciso te contar uma coisa.
Fiquei em silêncio enquanto sua cabeça voltava para o travesseiro,
seu braço indo atrás dele para se sustentar.
— Eu designei Daisy para um dos advogados da minha equipe. Se ela
estiver insatisfeita com a transição, ela pode encontrar um novo escritório
de advocacia, mas não vou representá-la mais.
Meu coração apertou, e eu me empurrei para cima em meu cotovelo.
— Eu não estou pedindo isso. Espero que você não se sinta pressionado por
causa do que aconteceu.
Seus dedos acalmaram esses pensamentos enquanto ele acariciava
meu rosto. — Estou namorando a irmã dela agora, então é um conflito de
interesses, na minha opinião. Para não mencionar, ela tem sido uma puta
com você. — Seu aperto aumentou. — Mas posso ver que você está
preocupada e garanto que qualquer pessoa da minha equipe cuidará muito
bem dela.
— Bom.
Ele balançou a cabeça, suspirando. — Você não é nada como ela.
Matava-me que ainda não tivéssemos nos falando. Que eu teria que
ser a única a entrar em contato se quisesse que as coisas fossem
consertadas. Mas ela queria que eu levasse a culpa por nossa briga e eu não
achava isso justo.
— Não importa o que aconteça, eu sempre vou amá-la e me importar
com ela. Eu realmente quero o melhor para ela, Dominick.
— Mesmo que ela te trate como merda?
Eu pensei na pergunta dele. Deixei assentar e, eventualmente,
assenti. — Sim. Ela é minha família.
***
— Eu tenho novidades — eu disse para Charlize, do lado de fora do
meu prédio depois que Dominick me deixou. — É ultrassecreto – você não
pode compartilhar mesmo se houver vinho ou uma arma apontada para sua
cabeça – mas eu tenho que contar a alguém antes que eu exploda.
Eu não podia entrar e falar com ele. Cada palavra seria capturada na
câmera e eu só queria esse momento de privacidade antes de subir as
escadas e me preparar para filmar.
— Tem a ver com Presley Jordan? Porque eu estava mandando
mensagens para você a noite toda, e seu SUMIÇO me deixou LOUCO.
— Você sabe que essas fotos são falsas e esse alerta não poderia
estar mais longe da verdade.
— Imaginei. Minha amiga não tem o tom de pele certo para rosa -
sem ofensa. Além disso, eu sei que você não está se afastando tão rápido
do Daddy Dominick.
Eu ri, andando no meio-fio que emoldurava a lateral do prédio, me
equilibrando como se fosse uma viga. — Não há como seguir em frente.
Estamos juntos.
— O quê? Porra, estou feliz que o homem finalmente caiu em si. Ele
estava prestes a ganhar uma bofetada por ser tão ridiculamente estúpido.
Quando tudo isso aconteceu?
— Ontem à noite, saí correndo do clube e fui para a casa dele.
— Você oficialmente conseguiu o homem mais gostoso que eu já vi
em um terno. Então, como tudo isso vai se desenrolar? Quero dizer, você
está na câmera e isso não mudou.
Parei o ritmo, oscilando em meus calcanhares. — Vamos manter isso
em segredo enquanto pudermos. Se isso significa noites de encontro na
casa dele, definitivamente não tenho objeções a isso. Quanto ao caminho…
— meu peito apertou um pouco ao pensar nos próximos eventos que eu
tinha, coisas que eu queria compartilhar com ele, como o tapete vermelho
para a noite de abertura, a sessão de fotos que eu faria em breve para o
negócio dos óculos de sol — …vamos descobrir à medida que avançamos.
— Querida, esses são apenas detalhes. Isso não tira o quão feliz você
parece agora.
O sorriso já estava lá, suas palavras fazendo com que ele se alargasse
ainda mais.
— Estou, como se estivesse quase chorando, feliz.
— Você sabe que isso significa outra celebração. — Ele riu. — É uma
coisa muito boa que eles tenham muita tequila neste estado, porque vejo
anos de margaritas Skinnys em nosso futuro.
Meus olhos se fecharam, um calor enchendo cada parte de mim.
A mudança trouxe alguma mágoa – deixar meus amigos e família em
Boston, ter uma briga com minha irmã, o mundo pensando que eu dormi
com Presley Jordan – mas trouxe tantas coisas maravilhosas para minha
vida também.
— Tenho sorte de ter você — eu disse, as lágrimas descendo pelo
meu rosto.
— Não, docinho, eu sou o sortudo.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
DOMINICK

— Eu sou um filho da puta sortudo — eu disse enquanto abria a porta


da frente enquanto a garota mais linda estava do outro lado, vestindo um
par de shorts e uma regata com chinelos nos pés e nem uma gota de
maquiagem.
Ela esperou que meus olhos voltassem para os dela depois de
percorrerem o comprimento de seu corpo antes de responder: — Duas
rodadas de cabelo e maquiagem hoje e seis trocas de roupa. Meu corpo
está cansado de roupas e meu rosto precisava respirar.
— Você é mais que bem-vinda para ficar nua. Não há necessidade de
se vestir para mim. — Minhas mãos foram para sua cintura, puxando-a para
dentro. — E eu prefiro você sem maquiagem.
Ela deixou cair sua bolsa no chão, seus braços circulando meu
pescoço. — Mmm, — ela gemeu enquanto me beijava. — Eu estive
pensando em seus lábios o dia todo. — Quando ela se afastou, ela tocou o
dela, primeiro a parte de cima e depois a parte de baixo, como se eu tivesse
deixado algo para trás.
— Meus lábios?
Ela assentiu. — Eles são macios e tão dominantes. Eu sei exatamente
como você está se sentindo pelo jeito que você me beija.
— Como está hoje à noite?
Ela sorriu. — Com fome.
Eu ri, fechando a porta atrás dela. Então peguei a bolsa de dormir do
chão e a coloquei no sofá, voltando para o lado dela.
Ela entrelaçou seus dedos nos meus. — Eu costumava sonhar com
eles, fantasiando sobre seu gosto e sensação. — Ela ficou na ponta dos pés
e pressionou sua boca contra a minha. — Agora, eu posso te beijar quando
eu quiser e eu amo isso.
Eu segurei sua bunda, procurando por uma linha de calcinha. Quando
eu não senti uma, eu rosnei com o pensamento de sua boceta nua
esfregando contra seu short.
— Meu rosto não é a única coisa que gosta de respirar — ela
sussurrou. — É por isso que eu nunca as uso.
— E você espera que eu termine o jantar com esse conhecimento na
minha cabeça? — Apertei sua bunda ainda mais forte. — Que eu só tenho
que tirar isso e sua boceta está pronta para eu comer.
— Vamos ver quanto tempo você aguenta. — Ela sorriu. — Além
disso, seria uma pena pular o jantar. Tenho certeza de que o que você
cozinhou vai ser incrível.
Eu poderia dizer a mesma coisa sobre sua boceta, mas eu segurei seu
rosto e a beijei em vez disso.
Quando nossas bocas se separaram, meu aperto caiu em seu queixo,
observando seus lindos olhos. — Vamos fazer churrasco.
— Sim. — Ela mordiscou o lábio. — E eu trouxe sobremesa.
Esfreguei aquele ponto proibido entre suas bochechas. — Espero que
seja isso.
Ela riu enquanto caminhava até o sofá, removendo Tupperware de
sua bolsa. — Eu cozinhei. — Ela abriu a tampa para me mostrar.
Dentro havia várias fileiras de bolas cobertas de chocolate. Peguei um
e mordi metade.
— O que eles são? — Levou um momento antes que o interior
derretesse sobre a minha língua. — Jesus, isso é bom pra caralho.
— Eles não são celestiais? — Ela colocou um inteiro em sua boca. —
São Cake Balls5 e me entristece que você nunca tenha comido uma antes.
— Você sabe que eu não gosto de sobremesa.

5
As bolas de bolo são pequenas esferas de migalhas de bolo reconstituídas, revestidas com chocolate
ou glacê. Eles são feitos misturando migalhas de bolo com glacê, moldando-as para formar uma bola e
mergulhando-as em um revestimento, como chocolate derretido.
Ela piscou, me entregando outro. — E você sabe que estou
determinada a mudar isso em você. — Ela apontou para o novo na minha
mão. — Isso é veludo vermelho. Eu não tinha certeza de que tipo você
gostaria mais então fiz alguns sabores diferentes. O primeiro que você teve
foi manteiga de amendoim, obviamente. Há também Oreo e bolo de
manteiga.
— Quando você teve tempo para fazer isso?
— Às três da manhã.
— Kendall…
— Você vale a pena, então nem adianta.
Beijei-a novamente, dando-lhe um gosto do veludo vermelho que
acabei de devorar. — Eles são realmente excelentes. Bolo grudento,
enrolado e mergulhado no chocolate. Maldito gênio.
— Obrigada. — Ela colocou a tampa no recipiente. — Vamos guardar
isso para depois do jantar. — Ela acenou com a cabeça em direção à
cozinha. — Coloque-me para trabalhar. Eu quero ajudar com o que você
está preparando lá.
Eu a segurei contra mim por mais alguns segundos, precisando sentir
mais seu corpo. — Eu estava esperando você chegar aqui antes de jogar os
bifes na grelha. Veggies estão sendo preparados lá também. As batatas
estão no forno.
— Parece que você conseguiu lidar com isso. Vou pôr a mesa.
— Já feito.
Eu a trouxe para a cozinha, onde a carne estava em uma piscina
marinada, subindo à temperatura ambiente – um truque que aprendi com
meu pai que tornava a carne mais suculenta. Os legumes estavam ao lado,
todos cortados do tamanho que eu queria.
Ela olhou para cima e passou os braços em volta da minha cintura. —
Estou impressionada. É certo que eu esperava que seu chef estivesse aqui.
Estou muito feliz que ele não esteja.
Meu polegar traçou seu lábio inferior antes de beijá-lo.
A verdade era que nosso chef estava preso na casa de Ford esta noite,
mas eu não o teria usado. Eu sabia que minha comida significaria mais para
Kendall do que ter meu chef aqui.
— Com fome?
— Morrendo de fome.
— Vou começar a grelhar.
Ela afrouxou os braços e eu levei a carne e os legumes para fora.
Havia quatro cortes diferentes de carne que coloquei na grelha – meu
objetivo era nos dar uma variedade de sabores. Do outro lado das chamas,
alinhei as grandes tiras de cogumelos e as cebolas em cubos que queria
caramelizadas para os bifes, juntamente com pimentões e pimenta-
jalapenho. Certifiquei-me de que a temperatura não estava muito alta e
fechei a tampa.
— Com sede?
Eu balancei a cabeça. — Há limões no bar e vários tipos diferentes de
tequila nas prateleiras. Se você está querendo vinho, há tinto nas
prateleiras e branco na geladeira abaixo.
— Suco de limão fresco. Deus, você é incrível. — Seus dedos foram
para o meu rosto e eu os beijei antes que eles pousassem. — O que posso
te dar?
— Tinto. Vai perfeitamente com o jantar.
— Eu volto já.
Ela desapareceu dentro e pelas janelas, eu a observei caminhar até o
meu bar molhado. Ela parecia tão natural na minha casa, como uma das
peças de arte do chão ao teto que decoravam as paredes. E, caramba, ela
era deslumbrante. Ela se deitou de costas para mim enquanto examinava
minha coleção de vinhos, lendo alguns rótulos antes de escolher um e
despejar em duas taças Bordeaux.
Ela me entregou minha bebida quando voltou para fora, brindando
com nossos vinhos. — Para a nossa primeira refeição caseira.
— Nossa segunda.
O sorriso mais sexy esticado em seu rosto. — Eu dificilmente
chamaria comer comida mexicana em sua mesa de comida caseira.
— Eu poderia. — Eu rocei seu queixo com meus dedos. — E foi
incrível pra caralho.
— Ok, ok, para a nossa segunda refeição, então. — Ela tomou um
gole. — Mas agora, eu devo a você algo realmente gostoso se eu vou
competir com o que você fez aqui.
Coloquei o copo no balcão da minha cozinha de verão e verifiquei a
comida. — O que quer que você faça, tenho certeza de que vou gostar.
Ela fechou os olhos, inalando os aromas que vinham da grelha. — Eu
sei exatamente o que vou fazer, mas vou precisar pedir sua cozinha
emprestada, já que sabemos que a noite não pode acontecer na minha.
— É todo sua. Você pode se sentir em casa.
Ela se inclinou para mim, abraçando nossos corpos juntos. — Eu
gosto do som dessas palavras.
Meus lábios foram para seu pescoço, onde devorei seu cheiro,
tomando várias baforadas antes de cercar o lóbulo de sua orelha. — Você
sabe do que eu gosto? O pensamento de você na minha cozinha.
— Dominick — ela respirou, trêmula, — se você continuar assim, nós
definitivamente vamos pular a parte de comer desta refeição e isso seria
uma verdadeira palhaçada porque eu estou morrendo de vontade de atacar
aquela costeleta.
Enquanto ela se movia para uma das espreguiçadeiras, eu cutucava a
carne com a pinça, verificando a textura para ver a que temperatura ela
havia atingido. — Mais cinco minutos.
— Como quiser, chef. — Ela segurou o vinho contra o peito, as pernas
curvadas debaixo dela, os pés descalços e cruzados. — Eu quero te
perguntar uma coisa. Não estou tentando diminuir o clima, mas preciso
saber. — Ela parou para respirar. — Você conversou com Daisy sobre as
coisas do advogado?
Sentei-me na espreguiçadeira ao lado dela. — Sim.
— Eu preciso mais do que sim, senhor. Preciso de detalhes.
Eu tinha planejado contar a ela mais tarde esta noite. Eu só estava
esperando o momento certo.
Mas quando se tratava de Daisy, eu estava aprendendo que nunca
havia um momento certo. Tudo o que ela fez foi causar ansiedade e
angústia a Kendall, e eu não podia suportar isso.
— Não achei que fosse profissional se a conversa ocorresse por
telefone ou e-mail, então pedi que ela viesse hoje.
Seus olhos se arregalaram. — E?
Por razões de confidencialidade, eu não poderia dizer que Daisy a
culpou imediatamente, como ela partiu para o ataque, reclamando de
Kendall antes de eu chutar sua bunda, dizendo a ela que minha firma não a
representaria mais.
Eu não toleraria esse comportamento, não importa de quem viesse.
E eu não iria sentar lá e ouvi-la acusar minha namorada de algo que
não era culpa dela.
Em vez disso, disse a Kendall: — Foi exatamente do jeito que você
esperava.
— Estou supondo que isso significa que ela perdeu a cabeça?
— O Dalton Group não trabalhará com Daisy. Nunca mais.
Raios de emoção atravessaram seu rosto. — Dominick, sinto muito.
— Baby, por quê? — Estendi a mão pelo espaço entre nós, roçando
a parte de trás do braço dela. — Você não fez nada de errado. Isso é tudo
sobre ela.
Ela ficou em silêncio, olhando para a piscina, para as colinas de casas
em frente à minha. — Eu me sinto responsável por suas ações. Quer dizer,
se não fosse por mim, ela não estaria tendo essas explosões. — Ela olhou
para mim. — O que, eu presumo, foi feio?
Quando eu não lhe dei uma confirmação, ela desviou o olhar
novamente, dobrando as pernas contra o peito.
— Você teve notícias dela?
Ela continuou olhando para frente quando respondeu: — Não, mas
tenho certeza de que é apenas uma questão de tempo — Ela suspirou. —
Eu não quero isso. Eu sei que você sabe disso, mas eu ainda preciso dizer.
— Ela passou os braços em volta dos joelhos. — Ela tinha uma queda por
Presley Jordan, então ela deve estar fora de si por causa do Alerta de
Celebridade. Ela perdeu seu agente e empresário dos sonhos, seguido por
seu incrível advogado. Parece que estou tentando roubar tudo dela e isso
não poderia estar mais longe da verdade.
— Ela sabe sobre nós.
Sua cabeça virou tão rápido, ela poderia ter sofrido a porra do
chicote. — Como?
— Não sei.
— Dominick... — Ela deixou cair os pés sobre as pavimentadoras,
tomando vários goles de seu vinho. — Ela passou de estar no topo do
mundo para sentir que ia perder tudo e isso aconteceu no momento em
que eu consegui um pouquinho de atenção.
— Está ficando pior.
Ela me encarou por vários momentos. — O que você quer dizer?
— No início desta semana, ouvi dizer que ela perdeu um de seus
patrocinadores. Aparentemente, um incidente aconteceu no set enquanto
eles estavam filmando uma campanha e eles pagaram a ela o que deviam e
cancelaram seu contrato.
— Você está brincando?
— As marcas mantêm as coisas quietas. Eles não gostam de drama,
isso prejudica os negócios, então você não vai ouvir sobre isso a menos que
ela conte às pessoas, o que ela não vai.
— Oh meu Deus. — A mão dela foi para a testa. — Eu costumava
pagar suas contas e equilibrar seu talão de cheques, eu sei quanta renda
esses patrocínios geraram. E agora... todos eles estão indo embora.
— E é culpa dela, porra. — Fui até a cadeira dela, estendendo suas
pernas em meu colo. — Baby, é melhor você não levar um único segundo
de culpa por isso. Hollywood pode parecer grande, mas a indústria é
apertada e as pessoas falam. Sua reputação é tudo que você tem e no
momento em que você começa a tratar as pessoas como merda e a agir
como uma vadia, as pessoas percebem. Todo mundo é substituível e Daisy
Roy está recebendo o que ela merece.
— Mas ela trabalhou tão duro para chegar aqui. — Sua voz estava
apenas um pouco acima de um sussurro.
— Então, ela precisa começar a apreciar o que ela tem e respeitar
aqueles que a ajudaram. — Esfreguei a sola de seus pés. — E isso inclui você.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
KENDALL

Dominick voltou para a churrasqueira para terminar de cozinhar


nosso jantar, me deixando na espreguiçadeira com um furacão de
pensamentos na minha cabeça. A maioria deles imaginando Daisy em sua
casa gigante, sozinha, se afogando em sua avalanche que parecia ganhar
mais força a cada dia.
Talvez eu realmente precisasse estender a mão, tentar encontrar
uma maneira de estar lá para ela. Era tarde demais para sequer pensar em
deixar o show – eu estava sob contrato e era rígido. Meu primeiro
patrocínio chegou, o acordo foi assinado e Brett havia enviado por e-mail
os detalhes de outro, que havia sido enviado a Dominick esta manhã para
que ele analisasse.
Era tarde demais para parar tudo só para agradar minha irmã?
Era isso que eu queria?
E quando eu pensei que as coisas não poderiam piorar, isso
aconteceu no momento em que meu telefone vibrou no meu bolso de trás.
Daisy: Você está arruinando minha vida inteira. Espero que você esteja
feliz pra caralho. E espero que esteja orgulhosa de si mesma.
Meu corpo inteiro tremeu enquanto eu lia seu texto, meu coração
batendo como se eu estivesse correndo.
Olhei para Dominick. Ele estava parado na grelha, virando a carne,
então voltei minha atenção para o meu telefone, os dedos pairando acima
da tela.
Ela estava com tanta raiva e era minha culpa.
De alguma forma, eu tinha que fazer isso melhor.
Eu: não estou feliz. Eu não estou nem perto de feliz. Me mata saber que as
coisas estão dando errado em sua vida. Eu te amo, Daisy. Vamos conversar
e resolver tudo.
Daisy: Você quer dizer, você admite que está errada e eu te perdoo?
Nunca.
Eu: Você sabe que não é assim. Você sabe que eu faria qualquer coisa por
você.
Daisy: Eu pedi para você não fazer o show, então isso é mentira – você não
faria nada por mim. Sobre o que mais você mentiu para mim? Ah, vamos
ver. 1. Seu desejo de atuar. 2. Sua atração por Presley Jordan. 3. Sua
atração pelo meu advogado. Eu poderia continuar, mas meus dedos estão
ficando cansados de digitar.
Eu: Agora, você está apenas sendo maliciosa.
Daisy: Seis semanas desde que você se mudou para LA e você já destruiu
minha vida. SEIS SEMANAS. Vá se foder, Kendall.
— Ei …
Olhei para cima e Dominick estava de pé na frente da cadeira, a carne
em um prato, os legumes em outro.
— Você está mandando uma mensagem para ela, não está?
Eu respirei fundo, colocando o telefone de volta no meu bolso. —
Como você sabe?
— Sua expressão. Também está me dizendo que a conversa não foi
boa.
Tentei recuperar o fôlego, parando os tremores que atormentavam
meu corpo. — Ela me disse para ir me foder.
Sua mandíbula flexionou quando ele cerrou os dentes.
Eu nunca daria como certo o quão protetor ele era. Era uma das
características que eu mais amava nele.
— Foda-se ela. Tudo o que ela está dizendo é besteira, você sabe
disso. Então, pare de se concentrar em Daisy e no que você pode fazer para
consertar as coisas. São precisos dois, Kendall e ela não fez nenhum esforço.
Em vez disso, tudo o que ela fez foi culpá-la por tudo. — Ele acenou com a
cabeça em direção à casa. — Esta noite é sobre nós, não sobre ela.
Ele estava certo.
Eu não podia sentar aqui e pensar em algo que eu não tinha controle.
Quando Daisy finalmente fosse capaz de ver que ela não era a parte
inocente nessa bagunça, talvez fosse quando as coisas mudariam entre nós.
Até então, teríamos que continuar do jeito que as coisas eram.
Isso me deixou ainda mais infeliz, mas eu não tinha outra escolha.
Dei-lhe um sorriso, sabendo que era isso que ele queria ver. — Vamos
comer.
Eu o segui para dentro, bebendo o resto do meu vinho e fui direto
para o bar para pegar a garrafa, levando-a para a mesa. Quando notei a taça
de Dominick no balcão perto da churrasqueira, saí e peguei, enchendo as
duas quando voltei.
Ele colocou os pratos no centro da mesa, todos os quatro bifes já
fatiados.
— Vou pegar as batatas — eu disse, correndo para a cozinha,
colocando-as em um prato que levei para a sala de jantar. Quando voltei,
ele encheu meu prato com um pouco de tudo, o aroma quase insuportável
quando me sentei no meu lugar. — Estou tão ridiculamente impressionada
agora.
Ele pegou seu vinho, sorrindo. — Espere até experimentar.
Comecei com a batata assada, minha faca deslizando pela pele. —
Está cozido perfeitamente. — Eu adicionei os condimentos necessários e
dei uma mordida. — Mmm, sim.
Enquanto mastigava, cortei um pedaço de Costeleta, as bordas bem
tostadas, uma temperatura média no centro, um tempero grosso por fora.
— Oh meu Deus, Dominick. — Eu mal tive que mastigar – a carne
praticamente derreteu, os sabores explodindo na minha língua. Eu
adicionei alguns pedaços de cebola e cogumelo na minha boca e gemi.
— Você conhece seriamente o caminho para o meu coração. —
Apontei para o meu prato. — A comida sempre será minha linguagem do
amor.
Ele estava segurando o garfo, mas ficou parado, me observando cavar
a pimenta-jalapenho e colocar um pouco sobre o Bife.
— Uau, isso foi tão bom — eu disse por trás da minha mão. — O
tempero e a carne saborosa – agora, essa é uma combinação inesquecível.
Deixando seu prato intocado, ele largou o garfo e ergueu o vinho,
seus olhos nunca me deixando enquanto bebia.
— Por que você não está comendo?
Ele não respondeu imediatamente, mas havia um sorriso em seu
rosto, uma intensidade em seu olhar que me fez sentir emoções que eu não
esperava. — Assistir a sua felicidade é melhor.
Meu humor mudou no momento em que ele colocou comida na
minha frente.
Não é qualquer refeição que faria isso. Eu tinha certeza de que ainda
teria sentido o tapa das palavras de Daisy se estivéssemos em um
restaurante. Mas provar o amor de Dominick em cada mordida era o que
eu precisava.
E ele sabia disso.
— Sabe, eu me lembro dos jatos particulares e das férias cinco
estrelas e todos os presentes que Brett comprou para James quando eles
começaram a namorar. Garotas como ela querem ser esbanjadas. Não que
haja algo de errado com isso, mas não é você.
— Não, não sou eu.
Ele alcançou debaixo da mesa, sua mão na minha perna. — Meu
tempo e atenção fazem você sorrir mais.
— E sua comida.
Ele riu. — Baby, você pode ter o quanto quiser dos três.

***

Horas depois que terminamos de comer e devoramos minha


sobremesa, estávamos deitados perto do fogo, compartilhando uma taça
de vinho, o momento crescendo entre nós.
Aquele em que Dominick não ia esperar mais um segundo para me
ter.
Havia cobertores embaixo de nós que ele havia arrumado, e a lareira
a gás liberava calor e beleza por trás do vidro. A parte de trás de sua mão,
a parte que não estava coberta de calos de ginástica, esfregou meu ombro
nu. Houve um rápido roçar de seus lábios ao longo da minha clavícula.
Ele sabia como me causar essas sensações.
Como me excitar.
Como me trabalhar até o ponto em que eu estava me inclinando em
seu toque para mais.
Minhas mãos doíam para senti-lo, então puxei o metal grosso da
fivela do cinto, afrouxando o encaixe. Eu desabotoei sua calça jeans e
abaixei seu zíper, alcançando sua cueca boxer.
Aquele pau grosso, longo e perfeito estava esperando por mim.
— Oh Deus, sim — eu respirei, envolvendo meus dedos ao redor
dele.
Quando subi até o topo de seu eixo e caí em sua base, o mesmo som
veio dele.
— Eu não consigo ter o suficiente de você — eu admiti.
Eu já estava molhada.
Eu estava desde que senti seus lábios no topo das minhas costas,
minutos antes de ele beijar meu ombro.
— Kendall... — ele exalou sobre meu pescoço, calafrios estourando
através de mim. — Eu sou todo seu.
Essas foram as palavras mais sexy que eu já ouvi.
Dominick Dalton era meu.
Cada parte dele.
Cada polegada.
E eu ia contar cada uma enquanto passava pelos meus lábios.
Fiquei de joelhos e cerquei sua ponta, sua cabeça dominando o topo
da minha boca.
— Oh merda — ele assobiou.
Eu circulei minha língua ao redor da borda de seu pau e pelo centro.
Seus gemidos eram profundos e guturais enquanto sua mão segurava
meu cabelo, me empurrando para cima e para baixo como se eu fosse
parar.
Mas eu estava apenas começando.
— Foda-se sim, querida.
Eu adorava esses barulhos.
Que eu poderia fazê-lo se sentir.
Que seus quadris estavam balançando para frente para mais da
minha sucção.
Além de ele me tocar, essas eram as coisas que me deixavam mais
molhada.
Coloquei minha mão em sua base, cobrindo aquela seção enquanto
mergulhava por cima. Eu aumentei meu aperto nele, encontrando no
centro, chupando minhas bochechas para dar a ele a sensação de vácuo,
girando minha língua ao mesmo tempo.
Sua espessura estava enchendo, me consumindo.
E com cada mergulho, eu não conseguia parar de pensar sobre como
isso seria quando estivesse dentro de mim. Aquela satisfação profunda e
avassaladora que eu só conseguia de seu pau. Foi essa necessidade, esse
desejo ardente, que fez minha velocidade aumentar.
Ele torceu meu cabelo em torno de seu pulso, grunhindo: — Você vai
me fazer gozar.
Isso soou como um desafio.
Mas eu sabia que ele não ia me deixar fazê-lo gozar porque eu tinha
certeza de que ele tinha muito mais planejado para esta noite. E segundos
depois, eu descobri que estava certa quando ele me levantou no ar e me
colocou de costas, pairando sobre mim enquanto ele tirava minhas roupas.
A única coisa que permaneceu na minha pele foi o calor do fogo e seu
olhar abrasador.
— Eu vou te devorar porra.
Eu estremeci.
Da antecipação.
Do olhar de fome em seu rosto.
De seus lábios ferozes enquanto eles se moviam pelo meu peito,
cercando meu mamilo, puxando-o repetidamente com os dentes. Cada
puxão me levantou mais alto, minhas costas arqueando antes de eu
aterrissar.
— Oh Deus.
De repente, ele estava se movendo mais baixo. Minha barriga era o
próximo alvo, bicando ao redor do meu umbigo e em cada lado do quadril,
parando na minha base.
Seu nariz enfiado entre meus lábios.
— Foda-me. — Ele respirou mais de mim. — Eu nunca me canso
desse cheiro.
Ele não se moveu. Ele apenas replicou a mesma ação.
Dentro e fora.
Como se eu fosse seu oxigênio.
E então eu estava de repente de joelhos, montando seu rosto, sua
boca sob minha boceta.
— Ahhh. — Eu tremi.
Em um golpe rápido, ele me fez tremer ainda mais com sua língua, do
novo ângulo, da sensação totalmente nova que causou.
Ele enrolou até um ponto, traçando meu clitóris, sacudindo-o em
direções diferentes.
No momento em que finalmente encontrei ar, quando parei de
gemer o suficiente para encher meus pulmões, ele inseriu dois dedos,
girando-os dentro de mim.
— Dominick — eu gemi.
Eu não conseguia formar outras palavras.
Eu não conseguia pensar.
Ele estava controlando completamente meu corpo, alcançando
aquele ponto profundo dentro de mim que ninguém mais havia tocado
antes. E cada arranhão fazia com que todo o resto se intensificasse,
especialmente depois de cada lambida, cada movimento de sua língua.
— Oh foda-se.
Sua velocidade aumentou, a construção vindo como uma
tempestade. — Goze na minha cara, porra.
Eu não conseguia parar o que estava acontecendo. Eu não poderia
retardá-lo. Uma onda estava rugindo através de mim, fazendo com que
meus músculos se contraíssem, minhas costas levantassem do chão.
Estendeu-se por todo o meu corpo e uma vez que atingiu o pico mais alto,
meu estômago estremeceu com cada explosão.
— Dominick!
Agarrei seu cabelo, precisando segurar, para equilibrar o que estava
acontecendo enquanto eu montava isso. Quando a calma finalmente veio,
sua lambida diminuiu, sua respiração agora me deixando mais sensível.
— Linda 'pra' caralho. — Ele beijou o topo do meu clitóris. — É assim
que você se parece quando goza.
Eu estava todo arrepiada.
Ele não relaxou, ainda me mantendo cativa. Toda vez que ele
respirava contra mim, uma onda passava pelo meu umbigo. Quando ele
puxou os dedos, eu engasguei com os tremores que eles deixaram para trás.
Mas sua mão não foi longe, espalhando minha umidade.
Mais baixo.
Em um instante, eu sabia para onde ele estava indo.
— Eu serei gentil.
Era como se ele pudesse ler minha mente.
Seus lábios me tocaram novamente, desta vez na metade do meu
clitóris, sua língua liderando o caminho, acrescentando mais à umidade lá.
Cada mergulho fazia minha respiração ficar mais rápida, meu coração
acelerava.
Eu não sabia o que antecipar. Eu não sabia se eu poderia lidar com
isso.
O tamanho dele.
Sua força.
E se ele for demais?
— Eu vou cuidar de você — ele sussurrou em minha boceta. — Em
breve você vai gostar tanto disso que vai me implorar por isso.
Ele nos moveu, colocando-me de costas, onde se ajoelhou na minha
frente. O desejo mais rico furou meus olhos. Ele bombeou seu pau várias
vezes e abriu minhas pernas ainda mais.
— Não se mova — ele ordenou.
Quando ele me deixou no chão, o ar bateu entre minhas pernas como
um tapa frio, mostrando o quão molhada ele me deixou. Eu mal tive tempo
de inalar antes que ele voltasse, um tubo de lubrificante na mão.
Ele esguichou um pouco sobre seu eixo, adicionando mais à sua
ponta. — Isso vai ajudar.
Ele cobriu dois de seus dedos com o gel e, de repente, eles estavam
sondando aquele buraco, uma sensação que quase me fez retrair. Havia
habilidade e deslizamento, uma aceleração dessa agonia agradável.
— Isso vai ser tão bom pra caralho.
Já era. Ainda mais quando ele torceu o pulso, me dando um mergulho
lento e constante.
Mas não durou.
Prendi a respiração quando sua mão me deixou, alinhando sua ponta,
minha bunda abrindo para permitir que ele entrasse. — Dominick...
Com os olhos nos meus, ele segurou meu rosto, certificando-se de
que eu não me movesse, que eu permanecesse focada nele. — Não vou te
machucar, Kendall, mas preciso que você respire.
Eu confiei nele.
E eu acreditei nele.
Eu exalei tão profundamente quanto meus pulmões permitiram, e
assim que eu inalei, ele foi mais fundo.
— Ah! — Apertei seus ombros, compartilhando um pouco da
queimação e da dor enquanto me esticava ao redor dele.
— Confie em mim. — Ele me beijou. — As coisas vão melhorar.
Havia um calor que piorava à medida que ele avançava. Um ardor,
como uma chama, estava se acendendo dentro de mim, cada centímetro
adicionando combustível. Quando eu tentava segurar o ar, colocando
minha mente em outro lugar, ele trazia minha atenção de volta para ele.
E ele me lembrava de — Respire.
Seus lábios pressionados nos meus, suas mãos agora emoldurando
meu rosto, sua língua circulando. Quando ele se afastou, ele mergulhou no
meu pescoço, beijando meu queixo e até minha orelha. — Você está quase
lá.
Eu queria fechar minhas pernas, a invasão demais, a irritabilidade se
espalhando por todo o meu corpo, aumentando quanto mais ele se movia.
Mas com sua boca estacionada na borda externa da minha orelha, eu
escutei seus sussurros, me encorajando a relaxar até que eu finalmente
ouvi o que eu estava esperando.
— Você tem tudo de mim.
Uma vez que ele acalmou, o calor morreu, mas a dor estava lá.
— Me diga como você se sente.
Esperei até que os nervos se acalmassem em meu peito, quando meu
cérebro pudesse formar palavras. — Cheio.
Ele rosnou: — Isso é porque você é apertada 'pra' caralho. — Ele me
beijou. — Eu não vou me mexer. Eu quero que você se acostume com essa
sensação primeiro.
Isso era certamente mais do que eu estava preparada, mas não
estava ficando pior. Eu estava me ajustando, alargando um pouco mais,
mesmo que isso acontecesse lentamente.
Ele exalou contra o meu rosto, a excitação tão clara em seus sons.
Sua língua varreu meus lábios. — Diga-me quando estiver pronta.
Ele era tão grande que eu me preocupei que o atrito doeria mais do
que o que eu já tinha experimentado. Eu não sabia se ele se encaixaria de
volta, se eu precisaria que ele parasse.
— Confie em mim — ele repetiu contra minha boca, sua mente
dentro da minha. — Eu não vou te machucar.
Eu não sabia quanto tempo havia se passado, mas respirei várias
vezes, olhando para seu rosto incrivelmente bonito enquanto sussurrava:
— Ok — Engoli. — Estou pronta.
Ele gradualmente reverteu e uma sensação inteiramente nova tomou
conta de mim, o mesmo aconteceu quando ele mergulhou suavemente.
Não havia calor, apenas alongamento que era muito mais tolerável do que
antes. A nitidez diminuiu, a plenitude tornou-se menos esmagadora.
— Foda-se — ele assobiou. — Você está pulsando.
Eu podia sentir isso.
A estreiteza do meu corpo.
A pressão não mudou, mesmo enquanto ele me bombeava. Mas o
que afrouxou foi o desconforto, o menor indício de fervor ali. E isso cresceu
quando seus dedos pousaram no meu clitóris, esfregando.
— Dominick... — Minhas unhas cravaram em sua pele.
— Isso é bom, não é, baby?
Explosões pequenas e íntimas estavam faiscando dentro de mim.
— Simmm.
Não era a mesma intensidade como quando ele estava na minha
boceta ou quando sua boca estava entre minhas pernas. Isso foi sutil, mas
definitivamente presente. E aumentou um pouco com cada impulso,
especialmente quando seu polegar permaneceu no meu clitóris, mas então
um dedo escorregou dentro de mim.
— Oh Deus.
Minha mente estava tão confusa com o que estava acontecendo,
meu corpo estava tentando alcançar todos esses sentimentos
desconhecidos. Havia tanto movimento, tanto para frente e para trás, não
consegui distinguir uma parte da outra.
— Droga, Kendall.
Ele puxou um dos meus mamilos em sua boca, sacudindo a ponta, e
eu alcancei seu cabelo e puxei.
— Foda-se — eu gemi.
Ele estava dando prazer a cada ponto sensível do meu corpo.
Ele não deixou um lugar intocado.
E toda a sua atenção estava funcionando. O formigamento no meu
estômago estava explodindo. A construção estava chegando. Eu não tive
que alcançá-lo ou procurá-lo.
Já estava lá.
Emergindo.
Chegando.
— Dominick...
Sua língua parou de circular meu mamilo. — Diga-me.
Eu tinha certeza que ele podia sentir as palavras. Ele sabia o que iam
ser antes que eu gritasse.
E quando ele mordeu esse ponto sensível, ele sabia que mais do que
um gemido iria escapar.
Aconteceu tão rápido.
— Porra! — Eu gritei. — Eu vou gozar!
Sua palma da mão contra meu clitóris enquanto dois de seus dedos
empurravam dentro de mim, seus dentes beliscando meu mamilo, minha
bunda cheia de seu pau, a combinação incitando meu clímax.
Ele estava me dominando completamente.
E tudo que eu podia fazer era segurar.
— Você acabou de ficar mais apertada — ele rosnou.
Meus olhos se fecharam quando o primeiro jato passou por mim. —
Ahhh! — Era paralisante, uma mistura esmagadora de tremores e
formigamento. — Dominick!
Algo estava arranhando através de mim, cada camada me fazendo
gritar mais alto, tremer mais forte. Este não era um orgasmo que eu estava
acostumada. Esse sentimento vinha de todos os lugares, em cada parte, em
ondas e rajadas que se recusavam a morrer, ao invés, ficando mais altas e
mais pesadas.
— Porra, Cristo — ele gemeu contra o meu peito. — Você vai me
fazer gozar.
Mesmo que eu estivesse perdida, eu o senti ir mais fundo, seus
movimentos mais ásperos, mais poderosos.
Isso só aumentou as sensações dentro de mim.
Ele balançou os quadris em um ritmo mais forte, seus beijos carentes
e exigentes. — Sua porra de bunda… — ele me deu a língua para chupar —
…está me sugando. — Seu padrão mudou para golpes curtos e intensos, e
eu finalmente comecei a descer. — Porra!
Eu assisti a satisfação se espalhar por seu rosto, gemidos saindo de
seus lábios, uma espessura quente me enchendo.
— Kendall. — Ele estremeceu, suas mãos emoldurando minhas
bochechas. — Porra, minha Kendall. — Ele estava desmoronando, usando
sons lentos e ofegantes que eu queria saborear pelo resto da minha vida.
Depois de vários espasmos, seus beijos foram seu único movimento. —
Incrível 'pra' caralho.
Eu o abracei contra mim, precisando dele mais perto. Seu cabelo fez
cócegas no meu peito, sua barba áspera como eu adorava. — Eu nunca
esperei que a sensação fosse assim — eu respirei no topo de sua cabeça,
meus olhos se fechando. — Para que seja honesta, tão bom.
Ele levantou o rosto, me dando seus olhos, uma emoção passando
por eles que eu não tinha visto nele antes. Um que era suave e interminável.
— Eu te disse... — Ele descansou no meu pescoço, e eu segurei a parte de
trás de sua cabeça, uma ternura em cada uma de suas respirações. — Eu
nunca vou te machucar.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
DOMINICK

Depois de duas semanas viajando, Jenner estava de volta à cidade e


Ford tinha conseguido uma babá para passar a noite, o que significava
apenas uma coisa.
Nós estávamos saindo.
E o lugar que eles escolheram era um dos clubes mais populares de
Hollywood.
O mesmo onde Kendall estaria filmando esta noite.
Eu não gostava da ideia de estar em seu espaço enquanto as câmeras
estavam rodando, não ser capaz de falar com ela, não ser capaz de colocar
minhas mãos nela.
Observando-a agir como se fosse solteira.
Mas eu não tinha escolha. Tínhamos um segredo a manter e esse foi
o caminho que escolhi.
Não fiquei surpreso quando os caras escolheram uma mesa no canto
do bar, um local que nos permitiu ver toda a seção VIP, Kendall e suas
colegas de elenco e toda a equipe de produção no centro.
Era excruciante ‘pra’ caralho vê-la de tão longe, vendo como ela
estava linda naquele vestido vermelho. Eu não podia tocar sua coxa quando
o material subia em suas pernas ou apertar aquela porra de bunda perfeita
que eu estava pensando sem parar desde que ela me deixou foder.
Eu não podia sussurrar em seu ouvido, inalando seu perfume,
sentindo a suavidade de sua pele contra meus lábios.
Eu só pude observar.
Com minhas mãos para mim.
E eu tive que me certificar de não flertar com ela do outro lado do
recinto, para que os produtores não percebessem nenhum sinal. Aumentar
a atenção deles era a última maldita coisa que eu precisava.
Então, em vez disso, eu bebi, a garçonete enchendo meu copo com a
garrafa que pedimos sempre que ela veio nos verificar.
Mas isso não impediu meus irmãos de cobiçar o elenco, me dando
seus pensamentos sobre cada membro.
— Aquela — Ford disse, apontando para Delilah, — ela é fogo.
— E problemas — eu avisei.
— Ah, sim, posso atestar isso — disse Jenner. — Uma mordida que
não vale o latido6.
Ford olhou para nós. — Mas os peitos dela… — ele balançou a cabeça
— …eles têm que ser pelo menos três D’s7.
— Não há como negar isso — Jenner concordou. — Mas acredite em
mim, cara, fique longe.
Segurei o copo contra os lábios, sentindo o gosto azedo do limão
enquanto flutuava em cima dos cubos de gelo. — A menos que você queira
estar no meu tipo de inferno, evitando as câmeras, evitando passeios… —
eu sabia que meus irmãos sentiam o mesmo que eu sobre estar aos olhos
do público — …você deveria manter distância.
Ford desviou o olhar dela. — Você está certo... eu estou bem. — Ele
tomou um longo gole. — Mas Jesus, porra, ela é gostosa.
— Todos elas são — respondeu Jenner.
— Não. — Olhei para a beleza de cabelos selvagens no meio, aquela
para quem todas as garotas se reuniram - minha maldita rainha. — Nenhum
deles se compara a Kendall.
— Nosso irmão finalmente encontrou uma garota depois de quantos
anos? — Ford parou para contar nos dedos de brincadeira e acrescentou:
— Você sabe que não vamos comentar sobre ela.

6
Ele quis dizer que uma transa com ela não vale o problema.
7
Anormalmente grande, enorme, gigantesco.
— Estou evitando isso também — Jenner concordou. — Mas eu vou
dizer… — ele deu um soco no meu bíceps — …você se saiu bem, Dominick.
Muito bem ‘pra’ caralho.
— Eu concordo com isso — disse Ford.
Brett estava de repente parado na frente da nossa mesa, sua mão
batendo em cada um de nossos punhos antes de se sentar. — O que vocês
filhos da puta estão fazendo aqui esta noite?
Nós não tivemos a chance de nos falar hoje, então eu não tinha
percebido que ele estaria aqui, mas não fiquei chocado com sua presença.
Ele tentava estar onde quer que seus clientes estivessem filmando.
— Os meninos e eu viemos para uma bebida — eu disse a ele.
— Para alguém que quer manter as coisas em segredo, você
escolheu um local interessante para vodka.
Apontei para Jenner e Ford. — A culpa é deles.
Ele riu. — Oh, tenho certeza que eles algemaram e arrastaram sua
bunda aqui e você não teve nada a dizer sobre isso.
— Ouça… — eu ri antes de tomar um gole — …ela está filmando por
toda a cidade e eu não visitei nenhum dos lugares até agora.
Ele apertou meu ombro. — Eu só estou incomodando você, amigo.
— Ele olhou na direção de Kendall, mas meus olhos permaneceram nele,
onde era seguro. — Você planeja dançar com ela esta noite?
— De jeito nenhum.
Ele riu novamente. — Eu estava no escritório de produção esta
manhã, assistindo algumas das filmagens que eles estavam editando das
filmagens anteriores. Os executivos estão satisfeitos com o desempenho
dela. — Ele suspirou, sorrindo. — Estou falando, muito satisfeito.
Eu adicionei mais tônico ao meu copo. — Isso significa duas coisas,
meu homem. Mais dinheiro que podemos negociar e que mais patrocínios
estarão chegando.
Ele assentiu. — Um contrato chegou esta tarde, eu nem tive a chance
de contar a ela ainda.
— Qualquer coisa boa?
Ele pegou seu telefone, tocando na tela, rolando. Suas sobrancelhas
se ergueram quando ele olhou para mim. — Balmy Hard Seltzer. Não é essa
a marca que acabou de derrubar Daisy?
Cruzei minha perna sobre meu joelho, descansando minha bebida em
cima dele. — Sim. Porra.
— Aparentemente, eles querem mantê-lo na família. — Ele balançou
sua cabeça. — Eu nem tenho certeza do que dizer sobre isso.
— Kendall não vai fazer isso.
— Não?
— De jeito nenhum. Ela não vai agitar as coisas. — Eu roubei um
rápido olhar para ela. Ela estava de pé com duas das meninas, dançando na
frente do sofá, seus braços em volta uma da outra. — Vamos esperar pelo
próximo acordo e fazer com que essa marca dobre sua oferta.
Ford serviu-se de mais vodca. — Eu amo essas palavras.
Eu me virei para ele. — Porque você sabe que eu vou fazer isso
acontecer, irmão.
— Você tem esse direito — Brett disse. — Eu vou torná-la famosa e
você vai torná-la rica pra caralho.
— Agora, essa é uma equipe incrível — disse Jenner.
Todos nós rimos e Brett continuou: — Desde que você me disse que
as coisas estavam avançando entre vocês, eu não perguntei como está indo.
Estou assumindo que está tudo bem?
— Muito bom ‘pra’ caralho. — Eu não queria olhar na direção de
Kendall novamente, mas eu tinha que fazer. Apenas um gosto. Uma
provocação. Foda-se. — Ela é tudo que eu não sabia que queria.
— Nunca pensei que ouviria você dizer isso — Jenner respondeu.
— Isso faz de nós dois — disse Ford.
— Ei, — eu disse, olhando para Ford e depois para Jenner. —
Nenhum de vocês tem motivo para falar. Eu não vejo nenhum de vocês em
um maldito relacionamento.
— Definitivamente, não estamos negando isso. — Jenner riu.
— Mas vocês estarão — Brett disse. — Como eu disse a Dominick,
uma vez que você encontra o caminho certo, eles mudam tudo. Cada visão
que você já teve, cada direção que você pensou que estava indo. Foi o que
James fez comigo… — ele me encarou — …e o que Kendall fez com você. —
Ele apontou para meus irmãos. — Vocês bastardos são os próximos. — E
então, do nada, sua expressão caiu e ele gemeu: — Oh, me foda... agora
não.
Segui seu olhar, me levando até a entrada da seção VIP. — Você deve
estar brincando comigo.
— O que está acontecendo? — Jenner perguntou.
— Daisy fodida Roy acabou de entrar — eu disse em todo o grupo.
No momento em que as palavras saíram da minha boca, seus olhos
se conectaram com os meus e um sorriso se espalhou por seu rosto.
Um que me disse que sua presença não seria nada além de
problemas.
— Jogue bem-disse Jenner. — Eu não me importo se aquela garota
está tramando alguma coisa, você não vai se rebaixar ao nível dela.
Eu precisava do lembrete porque enquanto ela caminhava em minha
direção, eu podia ver suas garras.
— Cavalheiros, — Daisy disse aos meus irmãos enquanto parava na
frente do nosso sofá. — Brett, — ela expressou no tom mais astuto. Seu
olhar se moveu para mim. — Dominick.
Essa garota tinha algumas bolas.
Não só para aparecer onde sua irmã estava filmando, mas também
para vir aqui e falar comigo.
E olhar para mim com tanto desgosto e ressentimento.
— Daisy — eu respondi.
— Como estão todos esta noite? — ela perguntou.
Ela segurou seus quadris, exalando tanta confiança em seu rosto.
Exceto que essa garota não era ninguém e em breve não seria nada
e eu tinha um assento na primeira fila para sua carreira em fuga. Um
contrato de filme perdido, seguido por um patrocínio. O resto, eu tinha
certeza, desapareceria com a mesma rapidez. A gota d'água seria quando
seu show não renovasse seu contrato.
Ela seria forçada a sair de Hollywood.
Era apenas uma questão de tempo.
E seu maldito tempo acabou.
— Por que você não para de falar besteira e nos diz o que você quer?
— Eu disse.
Ela olhou ao redor do clube como se esta fosse sua sala de estar. —
Ah, Dominick, o que você quer dizer? Uma garota trabalhadora não pode
sair para tomar um ou dois coquetéis, como você está fazendo com seus
meninos?
Ela é venenosa ‘pra’ caralho.
— Nós dois sabemos que não é por isso que você está aqui.
Ela cruzou os braços sobre o peito falso pra caralho. — Eu não posso
acreditar que você a ouve. Você não sabe que minha irmã é uma mentirosa
compulsiva? Eu teria pensado que você já a teria descoberto agora. — Ela
me repreendeu balançando o dedo. — Achei que você fosse um advogado
melhor do que isso.
Eu ri, percebendo que a comédia era realmente o caminho que Daisy
deveria seguir. — Você é patética. É triste mesmo.
— O que é triste é o quanto ela manipulou você. Que você está tão
cego por dormir com ela que não consegue ver os motivos dela. Ela é mais
esperta que você. — Ela apontou para Brett. — E você também. — Ela
sorriu. — E agora, ela tem vocês dois exatamente onde ela quer vocês.
Eu tinha que dar crédito a ela, ela era certamente criativa. Enquanto
estava sentada naquela maldita casa, sozinha, ela derivou esquema após
esquema.
Ela tinha o maldito cérebro de um psicopata.
— É isso que você diz a si mesma quando os cancelamentos
continuam acontecendo? Você sabe, para continuar alimentando seu
narcisismo?
Ela sorriu ainda mais. — Meu querido Dominick. Já que seu cérebro
simples parece não conseguir descobrir – realmente, não estou surpresa
com isso, você ganha uma das taxas horárias mais baratas do mercado, eu
vou te informar. Ela está brincando com você, baby. — Ela enxugou os
lábios como se tivesse acabado de comer. — Assim como eu teria, mas eu
não precisaria chupar seu pau.
Eu cerrei meus dentes. — Saia daqui e fique longe de Kendall.
— Isso é uma ameaça? — Sua voz suavizou, como se ela estivesse
narrando uma história de ninar. — Eu odiaria que as câmeras pegassem o
namorado da minha irmã sendo puxado para fora do clube algemado. —
Ela enrolou uma mecha de seu cabelo. — Mas isso daria um bom reality
show, não é?
— Eu não estou jogando, Daisy. Deixe-a em paz.
Ela acenou com a mão no ar, dobrando apenas a ponta dos dedos. —
Bom ver todos vocês.
Quando ela começou a se afastar, olhei para o grupo e disse: — Essa
garota é um monstro do caralho.
— Uma vadia furiosa — Brett adicionou e então ele olhou para mim.
— Precisamos ficar de olho em Kendall esta noite. Daisy está aqui para
começar alguma merda e não podemos deixar isso acontecer.
Coloquei minha bebida na mesa e arranquei meu cabelo. — Vou tirá-
la daqui.
A mão de Brett foi para o meu braço, me impedindo de ficar de pé.
— Você não pode. Esse será o segundo ataque e a produção não deixará
isso passar.
CAPÍTULO VINTE E SETE
KENDALL

Os olhos de Dominick estavam em mim.


Eu os sentia toda vez que sorria. Toda vez que eu encarava minhas
costas para ele, sentindo seu olhar mais baixo para minha bunda. Sempre
que falava de perto com uma das meninas e principalmente quando
dançava.
Sua mensagem tinha me dito que ele estava vindo aqui esta noite.
Mas eu não tinha previsto o quão difícil seria vê-lo e não ser capaz de
lhe mostrar nenhum amor, de inalar o tempero de sua colônia, embora eu
estivesse procurando no ar a noite toda.
Eu tentei tanto manter meu olhar longe, mas ele era um ímã.
Seus olhos, seu comportamento, sua presença, tudo isso estava me
tentando para chegar mais perto dele, para envolver meus braços em torno
de seu pescoço deliciosamente bonito que eu tinha acordado beijando esta
manhã.
Isso era o que eu realmente queria – ou estar sentada em seu colo,
ou assistindo a um filme em frente à sua lareira, ou estendida em sua cama.
Eu preferiria qualquer um desses à distância entre nós agora.
E o drama que estava programado para acontecer esta noite.
Duas das minhas colegas de elenco, Asia e Monica, ficaram bravas
uma com a outra por dormirem com o mesmo cara. A produção estava
cutucando as duas senhoras sobre isso a noite toda, instigando uma
erupção.
Delilah levou cada uma das garotas ao banheiro para contar a elas,
cada pedacinho de tudo capturado pela câmera.
Não importava que nenhuma das garotas gostasse do cara, suas
emoções estavam à beira de explodir.
Mas antes que a luta realmente começasse, a equipe queria ter
certeza de que todos tínhamos bastante álcool em nós, então havia
potencial para ainda mais drama. Nossa mesa VIP estava coberta de
garrafas e misturadores junto com todo tipo de enfeite e agora, havia uma
garçonete nos servindo doses de tequila.
Ela não parou em uma.
Assim que engolimos o conteúdo do pequeno copo, ela
imediatamente voltava para nos dar mais. No terceiro shot, eu não podia
mais sentir meus pés, mas eu sabia que meu corpo estava balançando com
a batida, minha bunda rangendo contra o assento de couro embaixo de
mim.
— Vamos dançar — Erika, uma co-estrela, disse, seus dedos agora
ligados aos meus.
Se eu saísse para a pista de dança para sacudir minha bunda, isso
aqueceria Dominick para o que eu tinha planejado para mais tarde esta
noite. Nós não tínhamos falado sobre o que estávamos fazendo depois das
filmagens, mas já que ele estava aqui, não havia como eu voltar para o meu
apartamento.
Eu precisava dele.
Sua boca em cada parte do meu corpo, começando com aquele lugar
sensível entre as minhas pernas.
Olhei para Erika e respondi: — Primeiro banheiro feminino. Então,
para pista.
— Inferno sim, menina.
Com nossos braços agora entrelaçados, nos levantamos do sofá,
agarradas uma a outra enquanto cambaleávamos nos calcanhares,
correndo em direção ao banheiro.
Eu nunca tinha vindo a este clube antes. Eu não tinha ideia de onde
ficavam os banheiros, mas parecia que Erika tinha e ela nos levou para os
fundos da seção VIP.
A câmera e os técnicos de iluminação seguiram, sabendo que tinham
que esperar do lado de fora até terminarmos.
No momento em que entrei, enfiei a mão no vestido e desliguei o
microfone, Erika e eu nos soltamos, entrando em nossas próprias cabines.
Foi aí que eu trabalhei minha magia contorcionista para pairar sobre o vaso
sanitário.
Erika e eu saímos ao mesmo tempo, mas eu tinha certeza que ela não
estava chocada ao ver a pessoa parada na frente das pias, de frente para
nós.
Não como eu estava.
Daisy.
Meu corpo inteiro começou a tremer.
Ainda mais quando a porta do banheiro se abriu, os caras da câmera
e da iluminação entraram.
O que ela está fazendo aqui? Por que ela entraria no banheiro? Ela
realmente vai começar algo na frente das câmeras?
— Kendall, minha querida irmã. — Seus braços cruzados, sua bunda
agora encostada em uma pia. — Não retornar minhas mensagens, não
atender minhas ligações. Eu tive que vir até aqui só para te dizer o quanto
eu senti sua falta.
Ela sempre quis parecer a boazinha, especialmente quando as
câmeras estavam apontadas para ela.
Deus, ela era inteligente.
Mas eu não ia deixar o mundo saber do nosso negócio. Eu não ia
alimentar suas tolices, suas provocações, independentemente de quanto
eu tivesse bebido.
Isso era o que ela queria, e eu me recusei a ceder.
Mesmo que isso a irritasse mais.
Corri para frente, diminuindo a distância entre nós, e joguei meus
braços em volta do pescoço dela. — Daisy! — Eu gritei, como eu teria feito
meses antes. — Oh Deus, eu senti tanto sua falta.
Seu abraço foi fraco e ela me empurrou depois de um segundo. —
Sério? Você poderia ter me enganado, desde que você sentiu o gosto da
fama, você está me ignorando completamente. — Sua expressão estava
cheia de dor e agonia. — Eu precisei de você, você é minha melhor amiga,
e você não estava lá para mim. De forma alguma. — Ela enxugou os olhos.
— Esse show a tornou tão popular, é como se você não pudesse mais se
incomodar comigo. Kendall, você sabe o quanto isso dói? — Ela apertou o
peito. — Oh Deus, isso dói. — Sua cabeça caiu. — Você passou de estar lá
para mim a cada segundo, minha pessoa, até mesmo minha assistente, para
ser boa demais para mim. — Seu tom estava tão cheio de tristeza que era
como se eu estivesse apertando sua caixa de voz.
Não importa o que eu dissesse, eu ficaria com cara de errada.
Minha verdade não justificaria a fachada que ela estava colocando.
As lágrimas falsas que ela estava derramando. O roteiro que ela estava
recitando que provavelmente tinha escrito no carro no caminho.
Ela não era apenas má.
Ela era vingativa.
— Daisy... — comecei, mas fui imediatamente interrompida quando
a porta do banheiro se abriu, Dominick invadindo seu caminho.
O olhar em seu rosto era letal.
— Eu avisei você, — ele disse para Daisy.
Ele a avisou?
Eu não tinha ideia do que isso significava, mas eu não podia acreditar
que ele tinha vindo aqui e arriscado ser filmado, mesmo que eles não
pudessem transmitir a filmagem porque ele não iria assinar uma renúncia.
Mas ele ainda estava se colocando ao meu lado, aproveitando a chance da
equipe e Erika descobrirem que eu era mais do que apenas seu cliente.
Daisy olhou para ele, fervendo, mas escondendo-se atrás das
lágrimas. — Kendall, seu namorado não precisa vir resgatá-la. Eu estava
apenas abrindo meu coração para você. Não fiz nada de errado, a menos
que você considere precisar da minha irmã como uma ofensa punível.
Ela não esperou mais do que um segundo para nos revelar.
Eu não deveria ter ficado surpresa.
Mas eu estava.
— Esse é o seu namorado? — Erika perguntou. — Mas eu pensei que
você fosse solteira?
— Ela te disse isso? — Daisy perguntou, balançando a cabeça. —
Não, querida, Kendall mentiu para você, então.
Dominick me agarrou pelo braço, ganhando minha atenção. — Você
vem comigo.
Meu coração estava batendo fora do meu peito.
Meu corpo estava entorpecido e incrivelmente pesado.
Eu não queria ter mais problemas com a produção. Eu já tinha sido
multada uma vez por sair. Eu não sabia o que aconteceria uma segunda vez.
Mas mais conversa e essas palavras podem ser prejudiciais de muitas
maneiras.
Eu não estava disposta a correr esse risco.
— Você sabe que eu te amo mais do que tudo, — eu disse para minha
irmã.
— Você diz isso agora, mas isso desculpa o que você fez comigo? —
Sua voz estava ficando afiada. — Como você me tratou?
Dominick se posicionou entre Daisy e eu. — Nós vamos embora.
— Se você não fez nada de errado, então por que você precisa que
seu homem apague seus incêndios? — perguntou Daisy. — Para alguém
que é tão inocente, você certamente parece culpada de onde estou.
— Não responda — ele sussurrou, embora a câmera e os microfones
que a equipe estava segurando captassem cada palavra.
— Entendo, você só prefere fazer seu trabalho sujo nos bastidores.
É isso, não é, irmã? — Ela se moveu para o lado de Dominick para me ver.
— Nós estamos saindo daqui, — Dominick disse, sua mão nas minhas
costas, me guiando até a porta.
Um assistente de produção se moveu na nossa frente, me impedindo
de dar mais um passo. — Precisamos falar com você. Ela não pode
simplesmente ir embora.
— Eu sou o advogado dela e ela está sendo agredida verbalmente.
Eu gostaria que você me mostrasse onde no contrato dela está escrito que
ela não pode sair para sua própria segurança e conforto.
— Agressão — Daisy engasgou atrás de nós. — É assim que você está
chamando minhas lágrimas? Sou eu quem está sendo agredida aqui.
Dominick olhou para o assistente de produção e disse: — Saia do
nosso caminho.
O assistente olhou para o cinegrafista. — Shane vai explodir sobre
isso.
— Diga a Shane que ele pode me ligar — Dominick retrucou.
Meu cérebro estava em espiral.
Eu não conseguia nem começar a processar o que Daisy tentou
começar esta noite, a maneira como ela havia inventado as coisas, que
Dominick voou para o banheiro feminino, quebrando todas as suas regras
pessoais. E então havia o show, a maneira como Shane reagiria e o
telefonema que eu definitivamente receberia mais tarde.
— Eu não posso acreditar que você vai deixar seu namorado te
controlar — Daisy disse. — Nossos pais nos criaram melhor do que isso.
Você não tem voz, ou ele tirou isso de você também?
Fui me virar, dizer alguma coisa, qualquer coisa que a fizesse parar.
Mas Dominick me interrompeu e disse: — Não. Estamos indo
embora. Acredite, não vale a pena.
Com a mão ainda nas minhas costas, ele me levou para fora do
banheiro, as câmeras nos seguindo pela seção VIP e descendo a pequena
escada, até o carro. A luz era tão ofuscante que usei minha mão como
viseira, tentando bloquear um pouco que entrava pelo vidro escuro de sua
janela.
— Você está bem? — ele perguntou no segundo em que estávamos
longe deles, acelerando para fora do estacionamento, em direção à estrada.
— Não sei.
Uma vez que ele se mexeu, sua mão foi para minha coxa. — Eu a vi
no segundo em que ela entrou e a avisei. — Ele balançou sua cabeça. — Eu
a avisei, porra, Kendall e ela não ouviu. Eu a vi entrar no banheiro atrás de
você e tentei chegar lá o mais rápido que pude. — Seus dedos se moveram
para a parte de trás da minha cabeça. — Jesus, baby, eu sinto muito por ela
ter feito isso na frente das câmeras.
— Eu também.
A emoção estava se movendo em minha garganta, a realidade do que
tinha acontecido finalmente acentando. Eu não conseguia parar as lágrimas
que estavam caindo. Eu não conseguia fazer meu queixo parar de tremer.
Isso doeu.
— Minha irmã — eu sussurrei. — Minha maldita irmã. Não entendo
por que ela fez isso.
— Ela está perdendo tudo e está desesperada para recuperá-lo.
E a tentativa dela iria passar na TVe seria ainda mais forte quando eu
visse na tela.
Antes que isso acontecesse, eu teria que lidar com as ramificações
desta noite, o Alerta de Celebridades que provavelmente seria lançado,
anunciando meu relacionamento ou o quão horrível eu havia tratado minha
irmã.
Eu odiava isso.
E eu odiava que ela tivesse causado isso.
Ele olhou para mim quando chegou ao sinal vermelho. — Diga-me o
que posso fazer para que você se sinta melhor.
Meu coração batia forte, dolorido. Meu corpo ainda tremendo. —
Você já está fazendo isso. — Envolvi meus dedos ao redor dos dele. — Você
me protegeu, isso é tudo que eu poderia pedir.
CAPÍTULO VINTE E OITO
DOMINICK

— Beba isso — eu disse, segurando uma taça de vinho na frente de


Kendall.
Ela enrolou os dedos ao redor da haste e segurou a bebida contra o
peito, aconchegando-se no canto do meu sofá, onde eu a cobri com um
cobertor.
Ela estava tremendo durante todo o caminho até minha casa, ainda
estava pela forma como o cobertor parecia estar se movendo. Pelo menos
as lágrimas não estavam correndo tão rápido. Eu odiava mais do que tudo
vê-las. Kendall era forte, resiliente. Eu sabia que ela iria superar isso.
Mas eu também sabia que ela estava sofrendo com algo feroz.
Lutar contra um irmão, alguém em quem você deveria confiar, não
era fácil.
E Daisy tinha levado as coisas para o próximo nível. Essa cadela seria
a primeira pessoa a apunhalar Kendall pelas costas e ela nem sentiria
remorso por isso.
Eu a puxei contra mim, segurando-a de volta, esfregando minha
palma sobre ela. — Enquanto eu estava pegando seu vinho, liguei para
Shane.
Ela inclinou o pescoço para olhar para mim, seus olhos se arregalando
com a notícia.
— Brett me deu seu número. Eu não ia esperar que ele chegasse.
Essa merda precisa ser esmagada antes do amanhecer.
— O que ele disse?
— Percebo que não fui ao banheiro imediatamente, portanto, tenho
certeza de que há diálogos em que não estou. Mas na maioria das
filmagens, estou presente e disse a ele que entraria com um processo se
eles liberassem qualquer uma dessas filmagens. Eu não me importo se eles
tentarem me confundir ou disfarçar minha voz. Eu não vou tolerar isso.
— Isso significa que eles não podem transmitir essa cena?
— É exatamente isso que significa.
— E a conversa antes de você entrar no banheiro?
— Eu os desafio a tentar liberá-la. — Ele fez uma pausa. — Vou jogar
tudo fora, não se preocupe.
Sua cabeça caiu para trás contra o meu peito. — Isso é um alívio.
Era para Kendall, mas Shane ficou puto pra caralho, especialmente
quando eu disse a ele que meu processo por difamação excederia a apólice
de seguro que eles tinham feito no show e então eu viria atrás do estúdio
para o saldo.
Eu não me importava com o que eu tinha que fazer para protegê-la.
Eu não pararia até conseguir o que queria.
Ela ainda estava respirando tão rápido, suas lágrimas vazando pela
minha camisa e na minha pele.
— Kendall — eu sussurrei, segurando-a com mais força, — diga-me
o que posso fazer.
— Nada. — Ela me deu seus olhos novamente, a dor dentro deles me
acertando bem no maldito intestino. — Só estou lutando.
Eu a posicionei no meu colo, para que eu pudesse limpar a umidade
que caiu. — Com o show? Sua irmã?
— Tudo isso. — Ela suspirou. — Desde que o show começou, tem
sido... muito. As coisas com minha irmã explodiram. Não tenho mais
privacidade. Eu tenho que me preocupar com tudo se transformando em
um Alerta de Celebridade, incluindo nosso relacionamento quando
realmente esperávamos manter isso em segredo. — Minha mão se moveu
para sua bochecha quando ela acrescentou: — É mais do que eu imaginava
e a maior parte não é boa.
— E eu sou responsável.
— Não. — Seus dedos encontraram os meus e os apertaram. —
Tomei a decisão final. Eu assinei o contrato. Isso absolutamente não é culpa
sua.
— Não vou parar com a produção. Eu vou levar mais adiante.
Ela procurou meus olhos, seus lábios se separando, mas nada saiu. —
Eu não sei o que você quer dizer.
— Quero dizer, eu vou falar com Daisy. — Ela tentou me cortar, e eu
a impedi. — Isso está ficando fora de controle e eu não vou mais tolerar as
besteiras dela. Você tem mais dois meses de filmagem. Se eu tiver que
contratar um maldito guarda-costas para te seguir pela cidade, eu o farei,
mas não vou deixar chegar a isso porque estou colocando um fim nisso.
Ela se sentou, colocando seu copo na mesa, seu braço então
retornando aos meus ombros. — Você não a ouviu esta noite? Ela acha que
você luta minhas batalhas por mim. Falar com ela sobre isso só a deixará
mais irritada.
Eu sorri, visualizando a forma como isso aconteceria em uma reunião.
— Não quando eu a sento com seu empresário, agente, novo advogado, e
descrevo em detalhes o processo por difamação que vou construir contra
ela. Ela está tentando ferir sua reputação, Kendall. Isso não vai acontecer,
eu não vou deixar.
— Dominick...
Eu pressionei meus lábios nos dela, tentando acalmá-la um pouco. —
Eu não vou ter que entrar com processo, não chegará a isso. Ela só precisa
ser colocada em seu lugar,e se eu mostrar a ela o que ela está prestes a
perder, ela mudará seu foco de volta para sua carreira em vez de se
concentrar tanto em você. Confie em mim nisso. — Peguei várias gotas que
estavam prestes a cair de suas pálpebras.
— Tenho muita sorte de ter você. — Ela circulou seu outro braço em
volta de mim, abraçando seu corpo contra o meu, sua respiração finalmente
começando a desacelerar.
Eu não me importei com o que ela disse. Eu a trouxe para isso, eu
criei essa bagunça, e eu ia consertar isso.
— Eu vou cuidar de tudo, baby, não se preocupe.
Enquanto isso, eu queria fazê-la se sentir melhor.
Eu queria tirar sua mente do que estava acontecendo, para aliviar a
tensão em seu corpo.
No passado, havia apenas uma maneira que eu sabia como fazer isso.
Isso foi levantando seu vestido sobre a cabeça e empurrando meu pau
dentro de sua boceta apertada e molhada.
Isso não quer dizer que eu não tentaria isso de manhã.
Mas esta noite, eu ia fazer algo diferente.
Com ela já no meu colo, deslizei meus braços sob seu corpo e a
levantei do sofá. — Você vem comigo — eu disse, beijando sua testa
enquanto a carregava para o meu banheiro.
Eu a coloquei na borda da banheira de hidromassagem e liguei a
água, encontrando a temperatura certa antes de tampar o ralo. Acrescentei
alguns dos óleos e sais de banho que o decorador de interiores havia
colocado nas proximidades e peguei uma toalha para ela.
— Não se mova — eu ordenei e peguei um isqueiro da cozinha para
acender as velas que cercavam a banheira.
Quando a água estava a vários centímetros de profundidade, afrouxei
as tiras de seus saltos e os tirei de seus pés. Então baixei o zíper de seu
vestido, puxando o tecido vermelho para baixo em seu lindo corpo. Assim
que soltei seu sutiã, segurei sua mão para ajudá-la a entrar.
Ela inclinou as costas contra os jatos, as bolhas subindo para o peito.
Peguei um punhado e esfreguei em seu pescoço. — Vamos tentar
esquecer esta noite. Eu quero que você relaxe e limpe sua mente.
— Ok.
Ela afundou ainda mais na água, estendendo as pernas, os dedos dos
pés quebrando a superfície, cobertos de espuma.
— Você quer o seu vinho?
Ela assentiu com a cabeça, e assim que eu fui sair, ela agarrou minha
mão e disse: — Obrigada. Por tudo, Dominick.
Mesmo o menor sorriso que brilhava em seu lindo rosto me fez sorrir.
— Eu volto já.
Quando entrei na sala para pegar o copo da mesa de centro, meu
telefone tocou no bolso de trás. Eu o puxei para fora e olhei para a tela.
NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA:
UMA ABELHINHA NOS CONTOU QUE UMA BRIGA INTERESSANTE ACONTECEU ESTA NOITE
EM UM BANHEIRO FEMININO NO CLUB HUB. ESTA FOI ENTRE DAISY E KENDALL ROY.
PARECE QUE HÁ PROBLEMAS NO PARAÍSO DAS IRMÃS, E ALGUÉM ESTÁ SE SENTINDO UM
POUCO MAGOADA.
TAMBÉM OUVIMOS QUE KENDALL ESTÁ NAMORANDO DOMINICK DALTON, O ADVOGADO
DE MUITAS ESTRELAS DE HOLLYWOOD, INCLUINDO KENDALL E DAISY. DALTON E
KENDALL FORAM VISTOS SAINDO JUNTOS DO CLUB ESTA NOITE.
EI, DALTON, AS IRMÃS SE QUALIFICAM PARA UM BOGO8?
COM CERTEZA ESPERAMOS QUE SIM.

Esses filhos da puta.

8
Sexo oral realizado em troca de um favor ou um item.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
KENDALL

O sol estava entrando pelas persianas quando meus olhos se abriram,


meu corpo dolorido, mas extremamente relaxado pelo que Dominick tinha
feito comigo em sua piscina na noite passada. Foi o que aconteceu quando
fui à casa dele depois de uma longa noite de filmagens e reclamei que
estava suada.
Eu me encontrei em sua piscina infinita.
Com ele.
Nu.
Nós dois criando ainda mais suor.
Apertei minhas coxas juntas, ainda sentindo nosso sexo, a grosseria
de sua barba quando ele desceu sobre mim debaixo d'água. O peso de sua
língua no meu clitóris enquanto eu segurava a borda da parte rasa,
tentando não gritar muito alto pelas colinas de Hollywood.
Eu nunca tinha conhecido um homem como ele antes.
Dominante.
Protetor.
Ridiculamente bonito.
E alguém que realmente queria cuidar de mim.
Quando olhei para o outro lado de sua cama, onde ele estava
dormindo de bruços, eu ainda não conseguia acreditar que ele era meu.
Agora que o mundo inteiro sabia que estávamos juntos, cortesia de um
Alerta de Celebridade, não encontramos motivos para esconder nosso
relacionamento. Dominick ainda não gostava dos holofotes - eu certamente
não podia culpá-lo - mas quando saíamos para almoçar ou jantar, havia
fotos de nós de mãos dadas. Quando participei de um evento da indústria
na semana passada, ele estava ao meu lado no tapete vermelho. Ele estava
junto pelo caminho e não estava permitindo que nada - paparazzi, fotos
online, artigos, alertas - nos atrapalhasse.
Eu estava correndo meus dedos por seu cabelo enquanto ele se
mexia, lentamente abrindo os olhos, estendendo a mão para mim. — Bom
dia, lindo.
— Mmmm. — Senti o sorriso em meus lábios enquanto olhava para
ele, o cabelo despenteado com o qual ele sempre acordava, a barba em
suas bochechas deliciosas – uma visão que não parava de me excitar. —
Bom Dia.
— Como você dormiu?
Estiquei os braços sobre a cabeça, ajustando o travesseiro macio. —
Além de doer em todos os lugares… — eu ri — …muito bem.
— Fui um pouco duro com você ontem à noite.
Eu pisquei. — Um pouco?
— Esse não era o meu plano. — Ele segurou meu seio, roçando meu
mamilo para frente e para trás. — Às vezes, você torna impossível pegar
leve com você.
— Eu adorei, você sabe disso.
Ele agarrou meu queixo antes de descer até minha cintura. — A que
horas você tem que filmar?
— Não até as duas. — Eu bocejei. — Tenho a manhã inteira de folga.
— Você quer tomar café da manhã?
Aconcheguei meu rosto contra seu peito. — Eu realmente adoraria
isso. — Um pensamento veio à minha cabeça. — Exceto que a única coisa
que eu tenho que usar é aquele vestido roxo que eu vim ontem à noite, e
você sabe como eu me sinto sobre a caminhada da vergonha. Nós vamos
ter que parar na minha casa primeiro.
Ele beijou minha bochecha, logo abaixo do lóbulo da minha orelha.
— Você deixou algumas roupas de corrida aqui na semana passada. Mandei
minha governanta lavá-las para você. Eles estão na gaveta de cima da ilha
no meu armário.
Lembrei-me daquela roupa — a calça de ioga, a regata e o sutiã
esportivo que eu tinha esquecido e queria pegar. Agora, eles estavam em
uma gaveta junto com suas coisas.
Gostei muito do rumo que isso estava tomando.
— Ainda melhor — eu sussurrei.
Com a mão no meu rosto, ele traçou meu lábio inferior. — Vou me
lavar e fazer alguns telefonemas. Partiremos em trinta minutos?
Eu balancei a cabeça. — Perfeito.
Eu o observei sair da cama e aquele pau delicioso, longo e grosso
saltava a cada passo, os músculos em seus braços tão definidos enquanto
penduravam em suas laterais, seu abdômen tenso e ondulado flexionando
enquanto ele andava.
Bom Deus.
Entrei em seu armário enorme, encontrando a gaveta em sua ilha
central, e coloquei o sutiã sobre minha cabeça, seguido pelas calças e
regata. Usando o espelho ao longo de uma das paredes, prendi meu cabelo
em um coque bagunçado e o amarrei com o elástico que mantinha no pulso.
Quando saí, ele estava saindo do banheiro, ainda sem uma peça de roupa
em seu corpo.
Fiquei congelada ao lado de sua cama, observando-o ir para o
armário.
Ele riu enquanto se aproximava. — Posso pegar algo para você?
Eu balancei minha cabeça e então mudei de ideia e assenti. — Você.
Um sorriso se juntou ao seu rosto. — Acho que conheci meu clone.
Ele continuou andando, sua bunda incrível na minha opinião.
— Eu nunca fui assim antes de você — eu disse a ele. — Você... me
arruinou.
— Arruinei?
— Sim. — Entrei no banheiro. — Agora, tudo que eu penso é no seu
pau.
Fechei a porta e, na pia, cobri meu dedo com uma linha de pasta de
dente, escovando os dentes e finalizando com um bochecho. Eu
rapidamente esfreguei meu rosto em seguida e me sequei com uma de suas
toalhas extra macias.
Quando voltei para o quarto dele, pude ouvir Dominick em seu
escritório, que ficava apenas algumas portas adiante. Antes de entrar na
cozinha para tomar café, peguei minha bolsa e peguei meu telefone para
verificar as mensagens que chegaram durante a noite.
Charlize: Adorei ficar com você no clube ontem à noite.
Eu: TÃO feliz que você veio. Filmar é muito mais divertido com você por
perto.
Charlize: Só mais um mês, querida. Então, só teremos que nos preocupar
com os paparazzi e não com aquelas câmeras horríveis que adicionam dez
quilos.
Eu: A contagem regressiva já está acontecendo na minha cabeça.
Charlize: Pelo menos as coisas estão livres de Daisy. Isso deve ser um
pouco de alívio?
Eu: A reunião com Dominick e sua equipe funcionou, eu acho. Mas você
sabe que o silêncio dela me incomoda tanto quanto suas palavras
desagradáveis.
Charlize: Eu sei, mas estamos focando no bem – como a enorme ressaca
com a qual acordei esta manhã por sua causa. Você não está morrendo
também?
Eu: Dominick drenou todo o álcool de mim... em sua piscina.
Charlize: Slurp. Estou obcecado por aquele homem.
Eu: Isso faz de nós dois. Jantar amanhã à noite? Fora das câmeras,
obviamente.
Charlize: Estamos prontos, garota. Mas primeiro, vou invadir seu armário
para encontrar algo para vestir. Enquanto estive lá ontem, vi que o estúdio
havia entregado o novo blazer Gucci e estou morrendo de vontade de
colocar as mãos nesse sacana.
Eu: é seu. XO
— Você está pronta?
Eu olhei para cima do meu telefone e me juntei a Dominick na porta.
— Sim, e estou morrendo de fome.
Ele agarrou minha bunda e me beijou. — Bom. Vamos lá.
Eu o segui até a garagem e subi no banco do passageiro.
— Panquecas? — ele perguntou.
Eu já estava sonhando com a pilha de panquecas de canela que comi
lá na segunda vez que fui, a cobertura de cream cheese caindo dos lados
em gotas. — É como se você me conhecesse ou algo assim.
Sua mão foi para minha coxa quando ele não estava se mexendo e
como ele morava tão perto de mim, o café a apenas um quarteirão da
minha casa, não demorou muito para que estivéssemos lá. Ele estacionou
na frente, apertando minha mão enquanto entramos. A anfitriã nos levou
para os fundos e para uma cabine ao longo da parede de janelas.
— Café? — a garçonete perguntou quando ela veio para a nossa
mesa.
— Para nós dois — respondeu Dominick. — E um pouco de suco de
laranja também.
— Eu já volto com suas bebidas e para anotar seus pedidos.
Li o cardápio mesmo sabendo o que queria. — O que você vai
experimentar?
Ele suspirou, cruzando as mãos sob o queixo. — Você me deixou
desejando toda essa merda doce, então o que diabos você acha?
Eu ri. Eu sabia que acabaria por convertê-lo. — Eu amo que eu tive
um efeito tão profundo em você.
— De mais maneiras do que apenas comida.
Logo depois que me inclinei sobre a mesa para beijá-lo, a garçonete
entregou nossas bebidas e anotou nossos pedidos e no momento em que
estávamos sozinhos novamente, um alerta veio pelo meu telefone.
Era o toque específico que eu temia. Na maioria das ocasiões, eu não
pegava meu telefone imediatamente, mas o que se seguiu ao alerta dessa
vez foi um toque incessante de mensagens de texto.
Do celular de Dominick.
E do meu.
— O que diabos está acontecendo? — Eu disse, abrindo minha bolsa.
No segundo em que vi minha tela, minha boca se abriu. — Oh meu Deus.

NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA:


COLOCAMOS AS MÃOS EM ALGUMAS FOTOS FUMEGANTES. ESTRELADAS POR KENDALL
ROY. NÃO SABEMOS QUEM É A CO-ESTRELA SORTUDA, MAS SABEMOS QUE ELA FICA TÃO
BEM NUA QUANTO NO CLUBE.
SE VOCÊ ESTAVA SE PERGUNTANDO SE ELA É DOCE OU PICANTE SOB OS LENÇÓIS, PARECE
QUE TEMOS UMA PIMENTA-JALAPENHA, PESSOAL.

— Vou vomitar — sussurrei, minhas mãos tremendo quando cliquei


no link.
Havia fotos minhas de pé no quarto do meu apartamento, de costas
para a câmera enquanto caminhava até um homem deitado na minha
cama.
Seu rosto e corpo estavam sombreados, então ele não pôde ser
identificado.
Mas eu sabia que era Dominick.
Eles não eram tão gentis quando se tratava de me mascarar. Embora
as partes estivessem borradas, eu ainda podia ver o contorno dos meus
seios, minha bunda nua, a curva dos meus quadris, o arco das minhas
costas.
Nas fotos, eu estava montando Dominick, em outras, ele me
posicionou no estilo cachorrinho. Havia até um pouco de mim no chão,
Dominick sentado na beira da cama, minhas mãos e boca em torno de um
borrão escuro que eu obviamente estava chupando.
— Eu vou matar alguém — ele rosnou, fazendo-me olhar para cima.
— Torcer seus malditos pescoços até que eles não possam mais respirar.
Ele estava claramente olhando para o mesmo local.
— Quem faria isso comigo? — A bile estava subindo pelo meu
estômago, meus olhos se enchendo de lágrimas, minha boca quase
secando. — Por que isso está acontecendo?
Eu não conseguia juntar as peças na minha cabeça.
Dominick só esteve na minha casa uma vez e isso foi antes mesmo de
as filmagens começarem, quando eu estava livre para fazer o que quisesse
no meu apartamento, as câmeras desligadas.
Ou então eles tinham prometido.
Meu estômago embrulhou novamente enquanto eu lia o texto
embaixo das fotos.

PRIMEIRO, ELA ESTAVA COM PRESLEY JORDAN, SUAS BOCAS MANCHADAS DE ROSA.
ENTÃO, ELA CONSEGUIU DOMINICK DALTON.
ESTE HOMEM MISTERIOSO É UM DOS ACIMA OU ALGUÉM NOVO?
O QUE SABEMOS É QUE GOSTAMOS DO QUE VEMOS.
CONTINUE COM O BOM TRABALHO, SRTA. ROY.
MIAU.
CAPÍTULO TRINTA
DOMINICK

Uma vez que eu tinha Kendall de volta em minha casa, deixando-a o


mais confortável possível na minha cama com uma garrafa de vinho e um
copo de água ao lado dela – o que ela mais precisasse – eu entrei no meu
carro e dirigi direto para o estúdio.
Foda-se uma ligação.
Eu precisava da porra da cabeça de Ted em minhas mãos e uma
conversa por telefone com o CEO do estúdio não me daria essa satisfação.
Eu estava a apenas um quilômetro e meio da minha garagem quando
telefonei para minha assistente. Assim que ela atendeu, pedi: — Preciso de
Brett Young e meus irmãos em uma teleconferência imediatamente. Eu não
me importo se eles estão em reuniões, puxe suas bundas para fora.
— Dê-me dois segundos. Eu só vou colocar você em espera enquanto
eu ligo para eles.
Eu estava dirigindo o dobro do limite de velocidade, mal freando nas
curvas, correndo em amarelos que mudaram para vermelho.
— Dominick — minha assistente disse pelos alto-falantes do meu
carro, — tenho todos eles na linha. Vou conectar você agora.
Ouvi o clique e disse: — Brett? Jenner e Ford? Quando eles
confirmaram, continuei: — Sei que todos vocês viram o alerta. Recebi suas
mensagens de voz e textos. É mais fácil ter essa conversa todos juntos.
— Jesus, irmão. Tenho pena do idiota que está prestes a obter a ira
de você — disse Ford. — O que você sabe até agora?
— Primeiro, nem é preciso dizer que sou eu nas fotografias.
— Nunca questionei — disse Jenner. — Eu só quero saber quem
diabos eu estou prestes a processar.
Reduzi a velocidade no próximo sinal vermelho, meu pé parecia
pesado o suficiente para correr. — Eu só estive na casa de Kendall uma vez
– uma semana antes de ela começar a filmar. Passamos para ela trocar de
roupa antes de irmos para o brunch e o óbvio aconteceu. O contrato era
claro – eu tinha lido com meus próprios olhos – e as câmeras não deveriam
estar ligadas até que as filmagens começassem.
— Isso é correto — Brett disse. — Eu li o mesmo palavreado.
— Então, como diabos isso aconteceu? — Jenner perguntou.
— Eu gostaria de saber a mesma coisa — Brett respondeu.
— Vou amarrar aquele estúdio com tanta coisa legal, que o show vai
ficar em um disco rígido, coletando trinta centímetros de poeira.
— Devo iniciar o processo? — Jenner perguntou.
Atravessei o próximo amarelo, virando na rua onde ficavam os
escritórios executivos do estúdio. — Ainda não. Estou indo para lá agora
para obter respostas. Estou ignorando Shane - aquele filho da puta não
pode me dar o que eu quero - e vou direto para Ted.
— Indo direto para o cachorro grande - eu gosto do seu estilo — disse
Jenner. — Mas esteja preparado. Tenho certeza de que o advogado deles
também está a caminho. Eles não querem litígio ou seu nome vinculado a
isso. Se eles forem responsáveis pelo vazamento, eles vão oferecer um
acordo particular antes que isso vá para o tribunal – eu posso te prometer
isso. E eles vão fazer isso rapidamente, eles não querem nada nem ninguém
atrasando a exibição deste show.
Eu ri. — É tarde demais para isso.
— Você quer que eu te encontre lá? — perguntou Bret.
— Eu não estou arrastando você para isso — eu respondi.
— O que você acha que aconteceu? — perguntou Ford. — Você acha
que é para chamar a atenção para o show? Ou outra coisa?
Desde que eu li o alerta e vi as fotos, essa pergunta estava me
corroendo.
Eu tinha teorias, mas precisava de provas.
— Eu não sei, — eu disse a eles. — Mas você pode aposta sua bunda
que eu vou descobrir. Ligo para você assim que sair do estúdio.
— Estamos de prontidão — disse Jenner.
Desliguei a ligação e aumentei o volume da música, batendo meu
punho no volante, meu humor borbulhando como se eu estivesse em pé
sobre carvão em brasa.
Isso era uma merda.
Não deveria haver fotos nuas da minha namorada online, fazendo
com que ela vomitasse o café no café da manhã.
Eu não deveria ter que me preocupar com sua segurança ou sua irmã
imprevisível.
Kendall estava certa, o show tinha mudado muita coisa.
E eu fui responsável por tudo isso.
Agora, o resultado estava enfiado na minha cama, chorando de seus
malditos olhos.
Eu tinha que consertar isso.
Estacionei em frente à entrada do estúdio e corri para dentro do
saguão.
Passei pelas três recepcionistas que estavam sentadas atrás da mesa
e disse: — Sou Dominick Dalton. Você pode deixar Ted saber que estou
subindo.
Entrei no elevador, pressionando o botão para o último andar, o
elevador subindo instantaneamente. Assim que abriu, fui para o escritório
dele, passando por outra recepcionista no caminho.
— Com licença, Sr. Dalton…
Eu levantei minha mão. — Se ele estiver em uma reunião, diga a ele
para terminar.
Continuei passando por ela em direção ao final do corredor,
apertando a maçaneta da porta e empurrando-a para abri-la. Ted estava
atrás de sua mesa, o CFO também na sala, o COO em outra cadeira e um
quarto cara, que presumi ser seu advogado.
— Dominick — Ted disse quando entrei, um homem com quem eu
bebi muitas vezes em eventos sociais pela cidade, — nós estávamos
esperando você. — Ele apontou para a única cadeira vazia. — Sente-se.
Eu plantei minha bunda para baixo e cruzei minhas pernas. — Eu
quero respostas. Agora.
— Falamos com Shane Eldridge – o chefe de produção, como você
sabe – e ele está trabalhando com a equipe de produção para ver o que
pode descobrir — disse Ted, cruzando as mãos sobre a mesa. — O alerta foi
lançado há apenas duas horas. Você sabe que existem protocolos e
procedimentos adequados que temos que seguir. Precisamos de mais
tempo.
— Aqui está o que eu sei... — Olhei para cada um de seus rostos. O
advogado deles os havia instruído a permanecerem distantes, não
revelando nada que pudesse responsabilizá-los. — O vazamento tem que
ter vindo do seu estúdio. Seja do lado executivo ou de alguém da sala de
edição ou da equipe de produção, não importa. Sua intenção e suas ações
prejudicam minha cliente.
— Nós não estamos no negócio para machucar ninguém, Dominick.
Garanto a você que queremos respostas tão rápido quanto você.
Ted estava me enchendo de jargão corporativo sem sentido. Palavras
que eu teria dito a minha cliente para dizer se um deles estivesse sentado
do outro lado desta mesa.
— Nós dois sabemos que você está no negócio para ganhar dinheiro
— eu rosnei. — Quem vendeu essas fotos conseguiu um grande pagamento
– para não mencionar a atenção da mídia que o programa ganhou como
resultado. — Agarrei meus braços antes de bater meus punhos em sua
maldita mesa. — Kendall Roy foi violada. Ela confiou no seu estúdio e você
destruiu essa confiança. Ela não vai pisar em nenhum de seus sets ou na
frente de qualquer uma de suas câmeras até que eu esteja satisfeito com
as respostas que você forneceu.
— Ela está sob obrigações contratuais…
Eu interrompi o advogado com: — Nós dois sabemos que posso
rasgar aquele maldito contrato.
— Dominick — o CFO começou — eu preciso lembrá-lo, Kendall foi
avisada que o que quer que ocorresse naquele apartamento, incluindo cada
um dos quartos dentro, seria filmado. Essa filmagem é acessível e
legalmente permitida para ser compartilhada.
A raiva no meu peito estava em erupção.
— Fotos de sua bunda, dela de joelhos, não são apropriadas e,
aparentemente, preciso lembrá-lo disso.
— Mas ainda... permitido, — ele continuou.
Aquela filmagem não teria passado pela sala de edição. Se isso
acontecesse, possivelmente exibindo um babado debaixo das cobertas ou
uma pose sedutora antes de qualquer compromisso físico, seu corpo teria
sido borrado. Material pornográfico em qualquer capacidade não foi
autorizado a ser exibido.
Ele sabia disso.
Todos eles sabiam disso.
Eu me empurrei para o final da minha cadeira. — Vamos cortar a
besteira agora. Mesmo que as fotos não tenham sido marcadas com data e
hora, eu sei a data em que essas fotos foram tiradas. Eu sei porque sou eu
quem está nelas.
Todos os quatro homens se entreolharam, suas expressões
inalteradas.
— A data foi anterior ao início das filmagens, uma data em que você
não deveria estar gravando nenhum material naquele apartamento. —
Olhei para o fodido rosto enrugado de Ted. — Eu preciso de respostas. Eu
preciso de nomes. E eu preciso saber como você planeja fazer isso direito.
— Estamos trabalhando o máximo que podemos, Dominick. Você
tem minha palavra.
Eu poderia limpar minha bunda com a palavra de Ted.
Nesse prédio, ele representava o estúdio – nossas interações sociais
não contavam para nada.
Eu fiquei de pé. — Você tem quarenta e oito horas.
Quando comecei a caminhar até a porta, Ted exclamou: — Quarenta
e oito horas não é tempo suficiente...
— Nem mais um segundo — eu disse e fechei a porta atrás de mim.
CAPÍTULO TRINTA E UM
KENDALL

Esperei até que a ligação se conectasse e sussurrei — Mãe — no


telefone. Eu a imaginei vendo meu nome aparecer no identificador de
chamadas, sentando-se à mesa da cozinha, onde ela atendia todas as suas
ligações. Suas unhas curtas pintadas de rosa claro desenhando círculos
sobre o tampo da mesa gasto. — Oh mãe.
— Querida …
— As coisas estão uma bagunça agora.
Eu não tinha planejado o que eu ia dizer aos meus pais. Eu nem sabia
como abordar as fotografias. Mas eu tive várias chamadas perdidas deles,
e eu sabia que não podia evitar essa conversa por mais tempo.
— Você está bem, Kendall? Eu preciso saber disso primeiro.
— Sim... — eu respirei fundo. — Não. — Enxuguei os olhos, olhando
ao redor do quarto de Dominick, puxando o edredom até o queixo. —
Quero dizer, estou segura. Estou na casa de Dominick e ele está no estúdio
agora, tentando obter respostas. Mas, mãe, eu me machuquei. — Meu
peito apertou a ponto de parecer que ia rachar. — Eu me machuquei de
uma forma que nem consigo descrever. E estou com raiva e me sinto
violada. Eu não posso acreditar que isso aconteceu comigo – que o mundo
inteiro está vendo essas fotos… Eu só quero desaparecer.
— Estou reservando um voo para LA. No minuto em que desligamos.
Espero estar lá antes de amanhã de manhã.
Dobrei meus joelhos no meu peito, deixando cair meu rosto contra
eles. — Não.
— Não?
— Os paparazzi já estão do lado de fora da casa de Dominick,
esperando para tirar uma foto minha. — Olhei para as persianas fechadas,
incapaz de mantê-las abertas porque suas lentes podiam me ver por trás do
vidro. — Eu não posso sujeitar você e papai a essa perseguição da mídia.
Por favor, fique onde é seguro e tranquilo e onde sua privacidade não será
prejudicada no minuto em que você sair do avião.
— Kendall, o pensamento de não estar aí com você está me deixando
doente.
Agarrei o cobertor, sabendo que precisava explicar, o pensamento
fazendo meu estômago revirar novamente, mas não havia mais nada nele
para vomitar. — Essas fotos, mãe… — eu engoli enquanto minha boca
salivava — …eram momentos privados entre Dominick e eu que não
deveriam ser capturados em vídeo. Não importa que eu esteja em um
reality show, isso não é realidade. Isso é uma invasão. Eles me pintaram de
um jeito que eu pareço uma vadia – primeiro com Presley Jordan, que
estava tão longe da verdade e agora, isso. — Apertei a bola em que estava
balançando sobre o colchão. — Estou enojada – por tudo isso.
— Baby, eu não acho por um único segundo que isso é culpa sua ou
que você poderia ter evitado de alguma forma. A única coisa que você pode
fazer é descobrir quem é o culpado e então você pode garantir que o mundo
saiba quem é essa pessoa.
— Dominick não vai parar até que esse nome esteja em sua posse.
O tempo todo que eu estava falando com minha mãe, meu telefone
estava vibrando.
Entrei rapidamente nas configurações e silenciei todas as
notificações.
Não conseguia ler outra.
Não consegui ver outra manchete.
Não consegui responder a mais nenhum texto.
Eu precisava que tudo parasse.
— Sua irmã entrou em contato?
Meus pais sabiam que as coisas não estavam bem entre nós. Nós
dissemos a eles individualmente no minuto em que a tensão começou a
crescer e uma vez que o Alerta de Celebridade foi ao ar sobre nossa
discussão no banheiro, cada uma de nós deu a eles nossa versão do que
aconteceu.
Eles não escolheram lados, eles apenas nos encorajaram a falar uma
com a outra.
Mas não adiantou. Daisy ainda me culpava por tudo e eu não
acreditava que lhe devia um pedido de desculpas.
— Não — eu respondi. — E eu não espero que ela faça isso.
Ela suspirou. — Talvez você devesse voltar para casa. Não consigo
imaginar que os paparazzi vão te seguir até Boston.
Havia paparazzi em Boston também. Não importava para onde eu
fosse, eles me encontrariam nos Estados Unidos.
Eu usei as costas da minha mão para limpar o que havia pingado dos
meus olhos. — Em casa também não parece o lugar certo para mim agora.
Nem nenhum lugar parecia.
Exceto por esta cama com as cortinas fechadas e o quarto cheio de
escuridão total.
— Estou aqui, Kendall. Assim como seu pai. O que você precisar, o
que pudermos fazer, basta dizer pedir.
Havia um fogo na minha garganta enquanto eu pensava na forma
como aquelas fotos os machucaram também.
Nas conversas que eles teriam que ter com nossa família e amigos.
Nossos vizinhos.
Meu cérebro estava em um curso e o cenário não era bonito.
— Eu te amo, mãe. Diga o mesmo ao papai. Entrarei em contato
assim que souber de alguma coisa.
— Nós te amamos, querida. Até a Lua e de volta.
Quando desliguei, a tela mostrou todas as minhas notificações
perdidas. Mesmo que sua chegada não fizesse mais vibração, havia
centenas. Talvez milhares. E eles vinham de agências de notícias e
aplicativos de mídia social, mensagens e até correios de voz.
Eu joguei o telefone na mesa de cabeceira de Dominick, a tela virada
para baixo e assim que eu estava puxando o cobertor sobre minha cabeça,
ele entrou no quarto.
Ele veio para o meu lado, sentando na beira da cama, emoldurando
meu rosto com a palma da mão. — Como você está se sentindo?
Eu ajustei o travesseiro atrás de mim, reposicionando o cobertor para
que cobrisse meu pescoço. — Como se houvesse uma faca nas minhas
costas e ela estivesse girando e girando e girando.
Ele tirou os sapatos e subiu em cima de mim, descansando no espaço
aberto, onde ele me puxou contra seu peito. — Ainda não tenho respostas,
mas dei a eles quarenta e oito horas.
Fiquei em silêncio enquanto digeria esse número. — Estes serão os
dois dias mais longos da minha vida.
Ele esfregou minhas costas, beijando o topo da minha cabeça. — O
que posso fazer para que você se sinta melhor? — Ele exalou, seu ar
aquecendo meu cabelo. — Seja o que for, eu vou fazer acontecer.
Olhei para o rosto dele, meus olhos suplicando aos dele. — Você
pode me fazer desaparecer?
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
DOMINICK

— Quando eu pedi para você me fazer desaparecer — disse Kendall


da beira da piscina, com vista para as ondas do Atlântico, — eu
definitivamente não estava esperando isso.
Mantê-la trancada em minha casa sem a porra da luz do sol não seria
saudável. Ela precisava de ar, relaxamento, um lugar onde pudesse se
desconectar de todas as besteiras.
A casa de férias dos meus pais em Bimini foi a resposta.
Quando qualquer um de nós queria sair do radar, vínhamos aqui.
Depois de uma rápida ligação para minha assistente, que reservou o
jato da empresa e comprou as roupas e trajes de banho que Kendall
precisaria para esta viagem, embarcamos imediatamente no avião.
Kendall olhou para mim por cima do ombro, a água escorrendo em
gotas pelas costas, o cabelo encharcado grudado na pele. — É tão
incrivelmente bonito aqui. Obrigado, Dominick. Você já fez tanto. Isso é
apenas… — ela fez uma pausa, balançando a cabeça — …além do que eu
estava antecipando.
Eu envolvi minhas mãos ao redor de sua cintura fina, segurando sua
bunda contra mim. — Você estava destinada a vir aqui mais cedo ou mais
tarde de qualquer maneira. — Eu beijei seu pescoço, respirando fundo a
brisa do oceano, percebendo que era o mesmo que o cheiro dela.
Ela se virou, suas mãos agarradas ao meu pescoço. — Gostaria que
fossem em melhores circunstâncias. — A dor era tão evidente em seus
olhos, isso me deu um soco na porra do estômago. — Isso não significa que
eu não seja grata ou que não aprecie esta viagem.
Kendall nunca poderia ser advogada. Ela usava seu coração na manga
e isso era algo que eu realmente gostava nela. Quando se tratava de suas
emoções, eu não tinha que cavar. Se ela estava chateada, eu via. Se ela
estava feliz, ela mostrou isso também.
Mas o que eu vi agora não se encaixou bem comigo.
Até sua voz havia mudado, uma dor em cada sílaba que ela falava.
— Ouça-me... — Eu a agarrei ainda mais forte. — Enquanto
estivermos aqui, quero que você esqueça o que está acontecendo.
Considere esta sua bolha. Ninguém vai te encontrar e você não precisa se
esconder. — Alinhei nossas bocas, mas não a beijei. — E ninguém pode te
machucar, não enquanto você estiver comigo.
— Me enoja saber o que todos estão dizendo sobre mim, o que
pensam sobre mim. — Seu peito subia e descia tão rápido que eu poderia
dizer que ela estava tentando lutar contra as lágrimas. — Esses são os
pensamentos que me assombram.
Eu a virei e a levantei em meus braços, movendo minhas costas
contra a piscina, esperando que suas mãos caíssem em meus ombros e suas
pernas circundassem minha cintura. — Você não pode mudar a maneira
como as pessoas pensam, como elas se sentem, como elas reagem. — Eu
beijei seu peito, bem ao longo de seu coração. — Você só pode controlar o
que está na sua frente. — Então me mudei para seus lábios, pressionando
os meus contra eles, parando lá por vários segundos. — Estar aqui.
Aproveitando a fuga. — Minha boca encontrou a dela novamente. — Nós.
— Você tem razão.
— Assim que soubermos a verdade, vamos bolar um plano, uma
declaração será feita e você receberá um pedido de desculpas – seja lá o
que for. Mas é quando você vai recuperar algum poder, quando você pode
controlar as coisas desse lado.
Com ela de frente para a praia, ela quebrou o contato visual para
olhar a água, as pálpebras se fechando, o som das ondas tão predominante,
a trilha sonora perfeita. — Vou tentar. — Ela finalmente olhou para mim.
— Eu prometo.
Eu ia fazer tudo o que pudesse para ajudá-la a manter essa
mentalidade.
Mas isso não significava que meu cérebro não estava na porra de um
Overdrive, planejando o que eu ia fazer com os bastardos responsáveis por
isso.
E quão fundo eu iria enterrá-los.

***
— Você e sua família têm algo realmente especial aqui — disse
Kendall, pousando o garfo depois de dar uma mordida em seu peixe. — Um
chef particular. — Ela acenou com a cabeça em direção ao prato. — Um
iate. — Ela apontou para o barco que estava ancorado na frente. — Além
de sua casa em LA, esta é a casa mais bonita em que já estive. — Uma
sugestão de um sorriso cruzou seus lábios. — E, meu Deus, esse céu.
O sol estava se pondo, refletindo no oceano.
Mas havia uma visão mais bonita do que qualquer coisa que ela
pudesse listar. — Nada disso se compara à garota sentada na minha frente.
— Um rubor percorreu suas bochechas quando eu acrescentei: — Você não
tem ideia de como você é linda, Kendall. Sua humildade é algo que eu amo
em você.
— O jeito que você olha para mim... — Ela fez uma pausa, como se
estivesse quase sem palavras. — Às vezes fica difícil respirar. — Ela ergueu
sua taça de vinho e eu poderia dizer que havia muito mais em sua mente.
— Sabe, quando você me deixou em sua casa e foi ao estúdio falar com os
executivos, minha mente ficou louca de pensamentos. Uma das
preocupações que eu tinha era se você não ia querer mais ficar comigo.
Estendi a mão sobre a mesa, tirando a mão dela do garfo e
segurando-a na minha. — O que faria você pensar isso?
Ela respirou fundo várias vezes. — Aquele Alerta de Celebridade me
fez parecer uma prostituta, alguém tão não amada e quando você combina
essa descrição com essas fotos, eu pensei que talvez você não quisesse mais
ser visto comigo.
Ela pensou que eu teria vergonha dela.
Envergonhado da forma como ela tinha sido retratada.
Eu me levantei da minha cadeira e fui até a dela, ajoelhando para que
nossos rostos ficassem próximos. — Nunca... você está me ouvindo? — Eu
agarrei sua bochecha. — Quando tomei a decisão de estar com você, sabia
o que isso implicaria, como as coisas se tornariam públicas. Com a fama vem
o escândalo e não importa o quanto você tente evitá-lo, a mídia o traz. Eu
não esperava que isso acontecesse, mas isso não significa que eu me
importo menos com você. Se alguma coisa, isso me faz me importar mais.
— Não entendo. — Ela procurou meus olhos. — Por que?
— Porque está me mostrando como você é tenaz. Você sabe o quão
sexy isso é? — Eu a beijei suavemente. — Você teve seu traseiro chutado
emocionalmente, mas agora você está pronta para chutar o traseiro de
alguém e eu posso ver isso em seus olhos.
Seus dentes afundaram em seu lábio enquanto ela olhava para mim.
— Homem, eu sou positivamente louca por você.
— Baby... — eu sussurrei, prestes a devorá-la porra nesta mesa.
Mas eu não podia.
O assistente do chef apareceu para encher nossas águas, removendo
alguns dos pratos que não estávamos mais usando e o pão caseiro. —
Espero que você tenha guardado espaço para a sobremesa — disse ele. —
O chef preparou seu próprio Cake Balls. — Ele sorriu antes de voltar para
dentro.
Eu levantei Kendall de seu assento e a coloquei no meu colo,
esfregando o centro de sua barriga. — Você ainda tem espaço?
— Para Cake Balls? É claro. — Ela piscou. — É realmente adorável
que você tenha feito ele fazer aquela sobremesa – junto com o resto do
jantar. O fato de ele ter servido todos os meus favoritos não passou
despercebido.
— Estou feliz que você gostou. — Eu a beijei e nos virei para a água,
para que ela pudesse observar o oceano se precisasse de uma pausa do
meu olhar. — Sabe, você tem muitas decisões pela frente e uma delas é se
você quer continuar filmando. Se você quiser sair, tudo que você precisa
fazer é dizer a palavra.
— Eu nem sabia que isso era uma opção.
Eu balancei a cabeça. — Seu contrato foi violado, portanto, você terá
muitas opções, Kendall. — Tomei um gole de seu vinho e lhe entreguei o
copo, para que ela pudesse tomar um pouco. — Se o estúdio for
considerado responsável, então você tem que decidir o que quer de
restituição. É um pedido de desculpas público? Um cheque? Ambos?
Lembre-se, você vai recuperar o poder e com isso vêm as decisões.
Ela passou a mão pelo meu cabelo e eu poderia dizer que isso lhe deu
a chance de colocar seus pensamentos em ordem.
Ela cuidou do vinho antes de finalmente devolvê-lo à mesa. —
Dinheiro nunca foi o que me motivou. Eu estava animada para ver o salário
que o programa estava oferecendo? Definitivamente. Tenho empréstimos
estudantis, um empréstimo de carro e uma dívida de cartão de crédito, e
minha vida seria mais fácil se eu não devesse tanto. Mas é só dinheiro,
Dominick. Não é o que me deixa feliz.
— Conte-me seus sonhos. — Beijei a ponta de seu nariz. — O que
você quer, o que você vê acontecendo no futuro.
Foi quando seu olhar se moveu para o oceano, sua expressão
combinando com o contentamento que ela viu na água. — Sempre fui mais
feliz quando sou voluntária, ensinando arte para idosos. — Ela olhou para
mim novamente. — Esses são os momentos que eu mais espero toda
semana.
— É o ensino ou estar perto de pessoas idosas, ou é a arte?
Seus olhos se fecharam, um calor atravessando seu rosto. — A
combinação dos três. Adoro ter ideias a cada semana e estar cercada por
essas almas brilhantes e experientes — pessoas que não apenas me
inspiram, mas também me ensinam sobre a vida. A arte os leva a essas
jornadas poderosas e emocionantes, e eu amo isso. Tanto.
Esta era a Kendall que eu queria. Aquela cujo rosto brilhava quando
ela falava sobre seu trabalho. Que encontrou sentido em seu trabalho, que
era capaz de fazer a diferença.
Havia um propósito maior para ela e não era ser a protagonista de
um reality show.
— Independentemente do que acontecer — eu disse, — o show deve
pagar a você o valor contratado. Você poderia ganhar um acordo também.
Eu imagino que esse número faria um estrago considerável, se não cobrir
todas as suas obrigações financeiras. — Eu segurei sua bochecha, meus
lábios movendo-se para sua orelha. — E o aluguel está fora da mesa, você
não terá mais que pagar por isso.
— Porque os proprietários de repente são tão indulgentes quando
se trata de estrelas de reality?
Eu puxei o lóbulo de sua orelha em minha boca. — Porque você vai
morar comigo. — Seus olhos me fizeram rir quando me inclinei para trás
para olhar para eles. — Não fique tão surpresa, baby. Você fica a maioria
das noites na minha casa de qualquer maneira. Mudar-se não seria muito
diferente, você teria mais do que calças de ioga no meu armário.
Ela procurou meu rosto, e a única palavra que saiu de seus lábios foi:
— Dominick...
— O que eu quero é acordar ao seu lado todas as manhãs. — Eu
acariciei seu pescoço, apertando meu aperto ao redor dela. — Para te
abraçar assim quando formos para a cama todas as noites.
— Você é... celestial.
— Então, não há nada em que pensar. Faremos isso acontecer no
segundo que retornarmos a LA.
Eu estava apenas puxando minha boca para trás de beijar seu queixo
quando o assistente do chef voltou. Ele tinha uma garrafa de champanhe,
duas taças e um grande prato de sobremesa nas mãos.
— O chef diz que o champanhe vai combinar bem com os sabores
que ele preparou.
Ele serviu o espumante, tirou nossos pratos e voltou para dentro de
casa.
Continuei segurando Kendall no colo, entregando-lhe um copo. —
Para a mudança?
Ela tocou sua taça contra a minha. — Claro que sim. — Ela me beijou.
— Agora, vamos mergulhar nessa sobremesa antes que ela derreta em
todos os lugares.
O chef tinha colocado bolas pesadas de sorvete em cada canto do
prato, as bolas no centro cobertas de chocolate e havia pequenas tigelas
cheias de molhos.
Ela pegou uma Cake Ball e a colocou na calda de chocolate,
adicionando um pouco de sorvete de morango antes de dar uma mordida.
— Ahhh. — Sua cabeça inclinou para trás e ela gemeu: — É aveludado e
perfeito.
Nada me deixou mais feliz do que vê-la se divertir.
Mergulhei o meu no chocolate branco e sorvete de café e mordi
metade. — Os seus são melhores. — Continuei a mastigar, o bolo e as
coberturas certamente doces e deliciosas, mas não tão irresistíveis quanto
os de Kendall.
— Vamos. Isso não pode ser verdade.
Eu terminei a mordida e limpei minha boca. — Ele é o melhor chef da
ilha. Ele trabalha para minha família há anos. Mas você coloca amor na
cozinha e eu posso sentir isso quando como sua comida.
— Você é doce.
Bebi meu champanhe enquanto ela comia outro, lambendo os dedos.
— Estou além de cheia.
— Você se saiu bem.
Ela riu. — Apetite não é algo que me falta.
— Outra coisa que eu gosto em você.
Eu a levantei do meu colo e a coloquei no convés. — Venha comigo.
Ela me seguiu pelo pátio até o cais.
Quando chegamos à praia, instruí: — Deixe seus sapatos aqui.
Saí do meu e esperei que ela terminasse. Então, eu a levei para a areia
onde as ondas se encontravam.
Eu a encarei, segurando uma de suas mãos contra meu coração,
envolvendo meu outro braço ao redor de sua cintura. — Dance comigo,
Kendall.
Um sorriso se moveu em seu rosto lindo. — Mas não há música.
Eu me abaixei para beijá-la, provando o chocolate em seus lábios, o
cheiro da ilha em sua pele. — Apenas ouça as ondas.
Ela se movia ao ritmo do Atlântico e cada exalação a puxava para mais
perto de mim.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
KENDALL

Meu celular estava em silêncio desde antes mesmo de partirmos para


Bimini. Periodicamente, ao longo do dia, eu verificava para ter certeza de
que não havia nada vital que eu precisasse responder, além de responder
às mensagens da minha família e Charlize. Eu o mantive na minha bolsa do
outro lado do quarto, longe da minha linha de visão, garantindo que eu não
fosse distraído pelas notificações.
Mas algo me acordou às duas da manhã e não foi meu telefone
silenciado ou a brisa entrando pela varanda aberta ou a sensação dos
braços de Dominick ao meu redor. Era algo no meu intestino, me dizendo
que eu precisava olhar para o meu telefone.
E foi forte o suficiente para me fazer levantar da cama e correr pelo
quarto.
Daisy: Preciso falar com você. É importante. Assim que vir isso, me ligue.
Eu não me importo que horas são.
Como Dominick ainda estava dormindo, entrei na sala e fui para a
varanda dos fundos, sentando em uma das grandes e estofadas cadeiras de
frente para o mar.
A maneira como ela redigiu o texto causou tantas perguntas, cada
uma delas circulando, incomodando, apertando meu corpo por dentro.
Eu não gostava da sensação no meu estômago.
O que você poderia querer, Daisy?
Dominick me dizia para não ligar para ela, que ela já tinha feito o
suficiente. Eu estava nas Bahamas para parar de sofrer, e tudo o que ela fez
foi causar dor.
Mas ele não estava aqui.
E ele não era parente da minha irmã.
Com a tensão martelando meus músculos, minhas mãos ligeiramente
trêmulas, encontrei o número dela em meus contatos e segurei o telefone
no meu ouvido enquanto ele tocava.
Ela respondeu: — Oi.
Seu tom era de gelo, como se ela estivesse no meio de algo muito
mais importante do que eu.
Eu não deveria ter ficado surpresa.
Mas ainda assim... eu estava.
— Oi, Daisy. Acabei de receber sua mensagem. Eu sei que é tarde,
acho que não tão tarde aí como aqui.
— Aqui? — ela perguntou. — Você não está em LA?
— Não.
Ela limpou a garganta. — Eu não estou chocada que você fugiu. Quero
dizer, o mundo inteiro está falando sobre você agora e dizendo...
— Daisy, — eu interrompi, não precisando da recapitulação — você
me pediu para ligar. O que é que você quer me dizer?
Ela suspirou. — Tenho certeza de que seu namorado advogado vai
investigar, então pensei em jogar um osso para você.
Meu estômago se apertou, os nós internos se unindo. — Ok.
— Eu estava em um bar algumas semanas atrás, pendurada, sei lá, e
depois de alguns drinques, esse cara começou a me dizer que trabalha para
a Happy Lite – você sabe, o estúdio que possui Glitzy Girls.
Nosso jantar perfeito começou a revirar no meu estômago.
— Bem, vim a descobrir, ele trabalha na sala de edição do estúdio.
Que irônico, certo? E ele tem acesso a todos os shows e suas filmagens e
blá, blá, blá.
Eu podia sentir para onde isso estava indo, e de repente eu senti
como se estivesse pegando fogo, meus pulmões gritando para respirar,
então eu me levantei e andei pelo pátio.
— A próxima coisa que eu soube, nós estávamos em um encontro, e
ele perguntou sobre você. Eu disse a ele a verdade – como você me
prejudicou, como você não deveria ser minha competição, mas que você
estava arruinando tudo para mim. Como você pegou o time pelo qual eu
trabalhei tanto, o time que eu merecia, não você.
Eu me sinto doente.
— Daisy... não.
— Eu bebi três taças de vinho e você sabe que a terceira me deixa
mais tagarela. — Ela fez uma pausa por vários segundos. — De qualquer
forma, alguns dias depois saiu o Alerta de Celebridades e assim que foi ao
ar, o cara me enviou uma mensagem com uma cópia das fotos que ele havia
enviado ao site junto com a confirmação de que eles iriam compartilhá-las.
Sua próxima mensagem perguntou se o que ele tinha feito lhe daria um
segundo encontro. — Ela riu. — Você pode imaginar? Ele realmente acha
que é bom o suficiente para mim. Sério, eu não posso mesmo com algumas
pessoas.
Eu não sabia se vomitava ou começava a soluçar.
Mas meu corpo inteiro estava tremendo agora, até mesmo meus pés
enquanto pisavam no chão de ladrilhos.
— Você é nojenta — eu sussurrei, minha garganta não me
permitindo falar mais alto.
— Espera um pouco. Eu vim até você pela bondade do meu coração,
e eu sou a nojenta? Eu não tenho que ajudar em nada. Eu poderia ter
deixado seu namorado ridículo girar cada uma de suas rodas e sair de mãos
vazias, mas não o fiz. Eu ajudei. E agora, você está virando isso para mim?
— Gentileza? — Eu bufei, mas nem um único pedaço disso era
engraçado. — Você acha que está me mostrando bondade? Bondade seria
perguntar como eu estava no momento em que você atendeu o telefone.
Bondade seria estar ao meu lado quando essa tempestade da mídia
estourou. Bondade seria não falar merda sobre mim para um completo
estranho, não jogar aperitivos em seu cérebro, para que ele não pudesse
fazer algo tão horrível com sua irmã. — Parei de andar, segurando o poste
de madeira no final do pátio, agarrando-me a ele como se o chão estivesse
caindo. — Mas não há um osso bom do caralho em seu corpo.
— Eu literalmente não posso acreditar no que estou ouvindo agora.
— Foi você quem enviou as fotos? Não. Foi você quem tentou
arruinar minha vida? Não diretamente. Mas você não está assumindo nem
um pouco de responsabilidade aqui. Você está jogando os fatos em mim
como se estivesse me fazendo um favor de merda e lavando as mãos dessa
bagunça. Bem, adivinhe. Você não merece ir embora inocentemente, você
não ganha a porra da medalha de honra por entrar em contato comigo.
Algo estava rasgando meu peito e eu não conseguia parar. Esta não
era uma fera da TPM que criava suas garras todos os meses. Foram anos de
frustração que atingiram o pico desde que me mudei para Los Angeles, e
não consegui mais segurar.
— Você é uma pirralha ciumenta – isso é o que você é. Não fiz nada
além de apoiá-la, a ponto de chegar a trabalhar para você. E no momento
em que consegui o mínimo de atenção, você perdeu a cabeça. Se você
estivesse segura, se não estivesse cheia de dúvidas, teria percebido que eu
nunca estava tentando prejudicar sua carreira ou competir com você. Mas
você me viu - alguém que te ama mais do que tudo - como um inimigo e
transformou isso em uma competição. Isso não só faz de você uma tola, isso
a torna patética. — Eu soltei o poste, empurrando minhas costas contra o
corrimão de madeira.
— Você estendeu a mão para limpar sua consciência, não por
qualquer outro motivo, mas você tem um longo caminho a percorrer antes
de ganhar meu perdão. Espero que pense no que fez e na maneira como
agiu, e espero que, por uma vez na vida, perceba que tudo isso depende de
você. Você precisa assumir a responsabilidade e fazer a coisa certa. — Fiz
uma pausa, esperando que ela dissesse alguma coisa.
Nada.
Mas havia apenas silêncio.
— Eu tenho que ir, — eu disse. — Adeus, Daisy.
Larguei meu telefone e olhei para a água escura, tentando recuperar
o fôlego, minha cabeça cheia de pensamentos que mal conseguia
processar.
Minha irmã.
Minha maldita irmã.
Ela não puxou o gatilho, mas ela o alimentou com as balas.
Na minha opinião, isso a tornava igualmente culpada.
Meu telefone se acendeu e minha atenção foi atraída para a tela,
onde uma série de textos de Daisy chegou. Eu não tinha certeza do porquê,
mas eu os abri.
Eram capturas de tela, mostrando a conversa entre ela e o cara —
exatamente do jeito que ela havia descrito. Os textos foram marcados com
data e hora. Eu tinha certeza que se eu olhasse para cima quando o alerta
fosse emitido, a linha do tempo iria pular, mostrando que ele de fato a havia
avisado depois que a notícia já havia sido divulgada.
Isso não me fez sentir melhor.
Eu me virei e voltei para o quarto, vendo que a luz do corredor estava
acesa. Dominick estava sentado na cama quando entrei, olhando para mim
como se estivesse caçando um animal.
— A varanda está aberta, baby.
Meus olhos voaram para as portas francesas, percebendo que ele
estava certo.
— Então, tenho certeza que você já ouviu. — Joguei meu telefone no
colchão. — Olhe as mensagens dela.
Ele segurou meu celular em suas mãos, lendo as mensagens de Daisy.
— Eu vou enterrar esse cara.
— E ela?
Ele cerrou os dentes. — Kendall…
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
DOMINICK

— Você não precisa assistir à reunião de hoje se não quiser — eu


disse para Kendall enquanto almoçávamos do lado de fora no convés.
Quarenta e oito horas se passaram desde que eu invadi o escritório
de Ted, e nosso bate-papo por vídeo estava programado para começar em
quinze minutos. Kendall precisava voltar ao mundo em seu próprio ritmo.
Eu não queria que ela sentisse qualquer pressão para enfrentar aqueles
filhos da puta.
— Está tudo bem-disse ela. — Eu quero estar lá.
— Você tem certeza?
Ela assentiu e deu uma mordida em sua salada de frutas antes de
largar o garfo. — Já sei quem é o responsável. Nada que eles possam dizer
será um choque.
Daisy, essa puta.
Ela estava na minha pequena lista quando eu estava pensando em
pessoas que poderiam ser culpadas. Eu queria estar errado sobre ela. Eu
queria dar a ela o benefício da dúvida. Mas cada maldita vez, ela provou
que ela era um pedaço de merda egocêntrico e este episódio levou a porra
da coroa.
No que dizia respeito ao estúdio, isso era com o babaca que
trabalhava na sala de edição. Eles nem sabiam do envolvimento de Daisy.
Mas aos meus olhos, ela estava longe de ser inocente.
Eu deixaria Kendall decidir como ela queria lidar com sua irmã. Se ela
quisesse que eu destruísse o que restava da carreira de Daisy, eu o faria.
Com a porra de um sorriso no rosto.
Se Kendall quisesse que eu não fizesse nada, deixando Daisy
apodrecer em seu narcisismo, eu faria isso, mas não antes de dar um
pedaço da minha mente àquela vadia.
— Você sabe que o estúdio vai dar sua própria interpretação sobre
o que aconteceu — eu disse. — Eles não querem uma ação judicial ou que
ninguém se intrometa em seus negócios, então eles vão fazer uma oferta e
esperar que isso desapareça.
Ela revirou os olhos. — Imaginei.
Tomei um gole do meu chá gelado. — No momento em que você
estiver pronta para fechar um acordo, vou pedir para minha equipe
preparar a papelada.
Ela traçou o garfo ao redor do prato, seus olhos na comida que ela
não havia tocado. — Ainda não sei o que quero fazer.
— Você não precisa decidir sobre o acordo agora, mas no que diz
respeito às filmagens, você terá que bolar um plano em breve. Eles vão
querer que você se apresente em um dia, dois no máximo.
— Eu sei. — Ela suspirou. — E tenho certeza de que meus novos
seguidores estão esperando por uma resposta em vez do silêncio que tenho
dado a eles.
Estendi a mão sobre a mesa, colocando minha mão sobre a dela. —
No mundo da mídia, o silêncio faz com que o fogo se espalhe. Queremos
apagar esses incêndios e especulações antes que qualquer outra coisa
queime.
Seus olhos finalmente se conectaram aos meus. — Só não sei o que
dizer.
— Não se preocupe, baby, nós vamos descobrir isso. — Verifiquei
meu relógio. — Mas devemos entrar, a reunião vai começar em alguns
minutos.
Ela me seguiu até o escritório em casa, onde vários monitores foram
instalados na mesa grande. Puxei outra cadeira, para que pudéssemos
sentar um ao lado do outro, e entrei na rede.
Segurei o mouse sobre o botão Conectar. — Você está pronta?
— Eu penso que sim. — Ela inalou lentamente. — Sim.
Quando o vídeo começou, eu vi uma sala de reuniões, os mesmos
homens da nossa reunião anterior sentados ao redor dela, Shane lá
também.
— Dominick, senhorita Roy, obrigado por se juntar a nós — disse
Ted.
Ele então fez as apresentações, então Kendall sabia os nomes de sua
equipe.
Detalhes que não faziam diferença porque o resultado ainda era o
mesmo.
Eles tinham fodido isso.
E agora, eles iriam pagar.
— Primeiro gostaríamos de oferecer nossas mais sinceras desculpas
— continuou Ted. — Entendemos que você deve se sentir extremamente
violada. Privacidade e confiança são coisas que temos em alta conta e nunca
queremos que nosso talento seja colocado em uma situação como a sua.
— Não, Ted, a situação é aquela em que você a colocou — esclareci.
Eu entendi que havia certas coisas que ele precisava dizer, mas eu
não iria tolerar uma única palavra de besteira. Alguém se apropriaria disso
e, como Ted era o CEO, seria ele.
— Normalmente, gostamos de conduzir investigações completas,
passando várias semanas entrevistando funcionários e analisando videos e
filmagens para identificar a natureza exata das circunstâncias — disse Ted.
— Infelizmente, neste caso, não nos foi dado o tempo que gostaríamos,
então ainda não temos todas as informações.
— Mas você tem o suficiente — eu disse a ele.
Houve silêncio enquanto Ted olhava para seu advogado e alguns dos
funcionários sentados ao redor de sua seção da mesa. — Conseguimos tirar
uma conclusão sobre o que ocorreu e como as fotos vazaram.
Dei uma olhada rápida em Kendall, suas costas tão rígidas, seu rosto
tentando esconder sua emoção.
Com a câmera apontada apenas para nossos rostos, estendi a mão
sobre a cadeira e entrelacei nossos dedos. Sua palma estava suada, e havia
um tremor em sua mão quando ela apertou de volta.
— Há apenas três pessoas que têm acesso às imagens que estamos
filmando e aos nossos arquivos. Após o processo de eliminação,
conseguimos identificar que era Mark Hall, editor sênior da nossa equipe.
Não sabemos por que ele divulgou essas fotos – ele não está revelando seu
raciocínio – mas ele assumiu a responsabilidade.
Eu me perguntei se Daisy o teria pago para garantir que ele nunca
entregaria o nome dela.
Mark não podia ser tão idiota para pensar que isso não poderia ser
rastreado até ele, ou talvez a boceta de Daisy fosse tão boa que ele não se
importasse.
Alguma coisa certamente havia acontecido.
Isso me irritou que eu provavelmente nunca obteria a resposta para
isso.
— Eu suponho que ele não está mais trabalhando para o seu estúdio
— eu disse.
— Nós não toleramos esse tipo de comportamento, — Ted
respondeu. — Mark violou vários códigos morais e regras de toda a
empresa, então sim, ele foi demitido. — Ele cruzou as mãos sobre a mesa,
quase parecendo aliviado que a parte difícil havia acabado. —
Pessoalmente, estou chocado com suas ações. Tenho vergonha que isso
tenha acontecido em nosso estúdio, com um de nossos funcionários de alto
escalão, e em uma propriedade que fornecemos para a senhorita Roy
morar.
Mark era um idiota e ele nunca iria trabalhar nesta indústria
novamente.
Eu me certificaria disso.
Mas agora, era hora do estúdio fazer isso direito.
— Vamos falar sobre as câmeras — eu comecei. — Por que elas
estavam ligadas quando seu contrato claramente dizia que não estariam?
Ted olhou para o advogado, que respondeu: — Não podemos
responder a isso.
— Elas não deveriam estar ligadas, — Shane disse. — E não sabemos
por que foram, mas posso dizer que foi um acidente terrível e asseguro-lhe
que nunca mais acontecerá.
— Assegurar-me? — Eu ri. — De que adianta isso quando o dano já
foi feito? Você está falando sobre o futuro quando ainda nem resolvemos
o passado.
— Você não pode honestamente acreditar que demitir o Sr. Hall e
pedir desculpas a minha cliente é o suficiente — eu disse. — Um de seus
funcionários divulgou fotos nuas de minha cliente e de mim. Há efeitos
duradouros para esse dano. Contratos que ela vai perder agora. Uma
reputação que ela terá que construir novamente do zero. Então, me digam,
cavalheiros, o que vocês vão fazer por Kendall Roy?
Alguns segundos de silêncio se passaram antes que Ted dissesse: —
Estamos felizes em oferecer o acordo que preparamos e enviaremos a você
por e-mail no momento em que esta reunião for encerrada. Gostaríamos
que você revise a oferta com a senhorita Roy e faça com que ela assine o
mais rápido possível, então tudo isso está para trás. — Ele olhou para o
advogado, que acenou para ele. — Enquanto isso, a senhorita Roy precisará
se apresentar para as filmagens amanhã...
— Você pode parar aí mesmo, Ted. Minha cliente não tem obrigação
de voltar a filmar. Ficou muito claro para mim que Happy Lite não é um
ambiente seguro para ela ou para nenhum de seus colegas de elenco.
Deixe-me lembrá-lo, você não apenas violou a confiança e a reputação dela,
você também violou os termos do contrato dela. Se minha cliente retornará
ao seu set, isso ainda está no ar. Vamos rever o acordo, e eu vou deixar você
saber se ele chega perto de atender às expectativas dela. Também
informarei a data prevista para o retorno dela, se for isso que ela decidir.
Houve silêncio.
Porque cada filho da puta ao redor daquela mesa sabia que eu estava
certo.
— Você tem mais alguma coisa a dizer? — eu perguntei. — Algum
outro pedido de desculpas que você gostaria de oferecer enquanto ainda
estamos na linha?
Shane levou alguns minutos para dizer algumas palavras para
Kendall, mas eu não escutei – nada do que ele estava dizendo era
importante.
O que eu pensava eram maneiras de tirar proveito do acordo, porque
o dinheiro não era o que Kendall queria. Ela precisava ser mimada, para o
mundo saber que isso não era culpa dela e ela não era a garota que o Alerta
de Celebridade a havia retratado.
— Dominick — Ted disse assim que Shane terminou, — estamos
aguardando sua comunicação. Obrigado a ambos por terem tido tempo
para falar conosco.
Kendall agradeceu e desliguei a ligação.
— Como você está se sentindo? — Eu perguntei quando me virei
para ela.
Ela deu de ombros, balançando a cabeça. — Eu honestamente não
sei. Eles assumiram a responsabilidade – isso é tudo que eu realmente
posso pedir, eu acho.
— Não, baby, você pode pedir muito mais do que isso.
— Mas eles já fizeram mais do que minha irmã fez.
Seu tom me quebrou, eu a levantei da cadeira e a coloquei no meu
colo. Eu coloquei minha mão na parte de trás de sua cabeça, olhando para
aqueles lindos e grandes olhos azul-claros. — Fale comigo.
— Só estou com raiva. — Ela fez uma pausa. — E eu estou tão
chateada. Eu nunca vou entender seus motivos ou como alguém poderia
me machucar do jeito que Mark fez. — Sua voz suavizou. — Eu só preciso
de um tempo para superar isso.
Eu esfreguei minha mão em sua bochecha. — Eles vão enviar o
acordo. Vamos analisá-lo hoje, dormir sobre ele e responderei amanhã. Isso
soa bem?
Ela assentiu, caindo lentamente contra o meu peito.
Enquanto eu acariciava suas costas, segurando-a o mais perto que
podia, uma ideia começou a se formar.
Eu não poderia fazer isso desaparecer completamente, mas meu
plano poderia tirar um pouco de sua dor.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
KENDALL

Desde que chegamos a Bimini, as noites eram as mais difíceis.


Dominick estava dormindo ao meu lado, as portas francesas escancaradas,
as cortinas brancas ao lado delas flutuando no ar como asas, os sons do
oceano enchendo o quarto. Era o cenário ideal para descansar.
Mas eu não podia.
Havia muito em minha mente.
Muitos pensamentos sem resposta.
Muita ansiedade sobre o meu futuro.
Seria possível que a vida voltasse a ser como antes? Eu poderia voltar
as filmagens, me colocando de volta no centro das atenções quando o
mundo viu tanto do meu corpo?
Era isso mesmo que eu queria?
O sabor da fama não era o que eu esperava. Além do dinheiro, não
trouxe nada de bom. Não gostei das expectativas, da falta de privacidade.
Coisas que eu nem tinha percebido que eram importantes para mim agora
que elas se foram.
Dominick disse que poderia me tirar do meu contrato. Eu certamente
gostei do som disso, mas então o que eu faria? Voltaria ao design gráfico
em uma agência de publicidade? Eu faria artigos de papelaria e cartões de
felicitações para alguma impressora familiar? E quando os clientes
solicitassem reuniões com o designer, eles se lembrariam da minha bunda?
Do jeito que eu estava quando estava montando no meu namorado? Ou
quando eu estava de joelhos, dando-lhe um boquete? Ou os lábios rosados
manchados do ator que eu supostamente fodi em um banheiro público?
Eles pensariam que eu era a maior puta de todos os tempos.
Com esses pensamentos correndo em um ciclo contínuo, o sono
estava ainda mais distante do que antes. Eu precisava de algo para distrair
meu cérebro, então saí na ponta dos pés da cama e peguei meu telefone,
trazendo-o rapidamente de volta para debaixo das cobertas.
Eu sabia que não deveria checar o Instagram, mas meu dedo
pressionou automaticamente o aplicativo e digitei o nome de Daisy na barra
de pesquisa.
Ela era uma pôster, constantemente fornecendo conteúdo novo,
querendo sempre se manter relevante para seus fãs.
Mas não havia nada de novo em sua página. Sem posts por alguns
dias, sem stories.
Talvez Daisy e sua assistente estivessem muito ocupadas, o que
poderia ter sido o caso, ou talvez ela estivesse realmente sentindo algum
tipo de emoção pelo que aconteceu entre nós, se afogando em um mar de
pensamentos, como eu.
Digitei o nome de Mark Hall na pesquisa, clicando em seu perfil assim
que apareceu. Ele não tinha muitos seguidores e suas fotos eram
principalmente de seu cachorro, alguns de sua família e alguns na sala de
edição do estúdio, mostrando-o trabalhando duro.
Não havia uma única de Daisy.
Seu post mais recente foi uma citação que ele compartilhou ontem.

SUAS AÇÕES NÃO DEFINEM VOCÊ.


MOMENTOS ACONTECEM. ALGUNS GANHAM TROFÉUS, OUTROS GANHAM MULTAS DE
ESTACIONAMENTO.
COMO VOCÊ LIDA COM O AMANHÃ É O QUE CONTA.
ATÉ LÁ, SEREI UMA VERSÃO MELHOR DE MIM.
PORQUE NÃO TENHO ORGULHO DO HOMEM QUE FUI.

Este era o cara que estava tão disposto a me machucar. Eu só queria


dar uma olhada em sua vida, ver as coisas que eram importantes para ele.
Eu não esperava encontrar remorso. Mesmo que ele não tivesse se
desculpado comigo, parecia que ele estava arrependido.
Também parecia que ele estava com dor.
Ele havia perdido uma garota de quem gostava.
Um trabalho que provavelmente significava tudo para ele.
E agora, ele ficou com apenas lembranças de ambos.
— Você deveria estar dormindo — Dominick sussurrou enquanto se
aproximava de mim.
Apreciei que ele me tirou dessa nuvem cerebral, saí do aplicativo e
coloquei meu telefone na mesa de cabeceira. — Não consigo.
Seu cabelo estava despenteado, suas bochechas com barba por ele
estar tão relaxado sobre se barbear desde que chegamos na ilha. Eu gostava
da coceira toda vez que ele me beijava, sabendo que uma vez que
voássemos de volta para Los Angeles, ele iria se barbear e voltar a usar
terno e loção pós-barba em vez do calção de banho e protetor solar em que
estava usando.
Corri meus dedos em seu rosto enquanto ele agarrava meus quadris.
— Mmm — eu gemi de seu toque, a forma como seus lábios estavam
aninhando no meu pescoço. — Eu sei de uma maneira que você pode me
fazer relaxar.
Ele me moveu para baixo dele, como se eu não pesasse mais do que
um travesseiro e tirou minha blusa, me beijando no segundo em que fiquei
nua. Minhas pernas se separaram e eu imediatamente senti a sondagem de
sua ponta, minha umidade o cumprimentando.
— Foda-me — ele rosnou. — Sua boceta está pingando.
A aspereza de seu rosto me manteve no momento.
— E é apertada... caramba.
Minha cabeça afundou no travesseiro quando ele deslizou mais
fundo, sugando meu mamilo em sua boca.
— Estive pensando nisso o dia todo. — Ele se moveu para o outro
lado, lambendo a ponta para frente e para trás. — O quão duro eu ia foder
você.
— Eu não posso acreditar que você esperou tanto tempo para me
ter.
— Eu ia te acordar no meio da noite, te surpreendendo com minha
boca. — Ele sorriu enquanto olhava para mim. — Mas se você não está
dormindo, eu não posso fazer isso.
— Eu preciso disso. — Engoli em seco enquanto ele enterrava o resto
de si mesmo dentro de mim. — Eu preciso de você.
Ele segurou a parte de trás da minha cabeça e empurrou para frente.
— Então, eu não vou fazer você esperar mais.
O arco de seus quadris enviou uma explosão através de mim, uma
segunda onda quando ele recuou e repetiu o mesmo movimento.
Quando o ar entrou pelos meus lábios, as emoções que estavam me
mantendo acordada foram liberadas, meu peito afrouxou, a tensão no meu
estômago foi aliviada.
— Foda-se sim. — Ele mergulhou todo o caminho. — Você tem a
boceta tão apertada. — Seus lábios estavam em cima dos meus. — Você
pulsa e aperta toda vez que estou dentro de você.
Eu podia sentir isso. A plenitude. Quase como se ele estivesse
batendo no meu fim a cada vez.
— Uma boceta moldada só para mim.
Ele se abaixou, esfregando lentamente o topo do meu clitóris. Ele não
usou um padrão, ele não me deu nada para me acostumar. Ele só sabia
como construir meu corpo em torno dele.
Eu mal conseguia respirar.
Eu não conseguia nem controlar o tremor dos meus olhos.
Ele estava me possuindo.
E eu estava perdida na sucção de meus mamilos, na fricção e atrito
entre minhas pernas.
Redemoinhos de felicidade dominaram meu estômago, minhas coxas
ficando dormentes, minhas costas levantando da cama.
Nenhuma quantidade de arrepios poderia me manter presente.
— Sim — ele gemeu. — Eu posso sentir que você vai gozar.
Houve uma onda no meu clitóris, uma explosão de formigamento
que subiu pelo meu corpo, primeiro atirando no meu abdômen, fazendo
com que um grito ondulasse pela minha boca e — Dominick — em seguida.
Uma vez que o ar estava fora dos meus pulmões, uma mistura de
sensibilidade e estremecimento veio em seguida, uma enxurrada de ambos
deslizando através de mim.
Ele não fez uma pausa.
Ele definitivamente não parou.
Ele continuou a acariciar meu clitóris, seu pau mergulhando em
minha umidade, sua força não diminuindo.
— Foda-se — eu suspirei, tentando inalar quando uma segunda
rodada passou por mim, incapaz de parar de gemer com a intensidade. —
Oh Deus.
Ele se acalmou por um momento, mas apenas para nos reposicionar,
sentando na ponta da cama onde me encontrei em seu colo, de costas para
ele com os pés no chão.
E bem na nossa frente havia um espelho.
O luar emitia um brilho suficiente para mostrar nossos corpos.
A colocação de suas mãos.
A maneira como eu estava espalhada sobre ele.
A ponta de seu pau apontada para o meu centro.
E eu me observei descendo lentamente sobre sua ponta.
Oh Deus.
— Quero que você se veja cavalgando em mim. — O calor de seus
lábios queimou minha pele enquanto ele beijava minha nuca. — Você vai
ver o quanto você ama meu pau.
Com seus olhos perfurando os meus, eu não tinha nada para segurar
além dos meus joelhos. Sem ombros para esfaquear, sem rosto para beijar.
— Foda-se — eu engasguei enquanto descia todo o caminho, a
sensualidade tomando conta de mim completamente.
Seus dedos de repente se moveram para meus lábios. — Não fale. Eu
quero que seu corpo faça toda a conversa. — Ele beliscou meu mamilo, e
quando eu fui fazer um som, ele apertou mais forte. — Não, nem mesmo
um gemido.
Deliciei-me com o quão longe ele alcançou dentro de mim, a
espessura, o comprimento dele. Desde que eu não podia dizer a ele o quão
boa era a sensação, eu saltei sobre seu eixo.
E de novo.
Minha cabeça caiu para trás, o que ele endireitou quando disse: —
Não, eu quero que você assista — Ele levantou uma das minhas mãos,
colocando meu próprio dedo no meu clitóris. — E eu quero que você se
esfregue.
— Oh… — eu me interrompi, tremendo enquanto o sentimento se
espalhava por mim.
— Toque-se para mim, baby, enquanto você me fode.
Sua voz não estava apenas falando, seus olhos estavam comandando,
me dizendo o que ele queria.
E este espelho mostrava cada uma de suas ordens.
Eu me levantei sobre ele, o brilho da luz revelando cada centímetro
que estava dentro de mim, a ponta do meu dedo roçando aquele ponto
sensível no topo.
Meus quadris empinaram como se eu estivesse soltando um grito.
— Foda-se sim. É isso. — Suas unhas agiam como dentes ao redor do
meu mamilo. — Faça-se gozar de novo. — Ele agarrou meu cabelo em um
rabo de cavalo, puxando minha cabeça para trás até que nossos olhos se
encontrassem. — Eu quero que você veja como você fica quando estremece
sobre meu pau.
Quando ele soltou meus cabelos, minha cabeça virada para frente,
meus olhos de volta em nós.
Ele segurou ambos os seios enquanto eu levantava mais alto antes de
empurrá-lo de volta, meu dedo se movendo mais rápido.
Circulando.
Sacudindo.
Trabalhando essa sensibilidade.
— Você é tão sexy quando me fode. — Ele cercou o lóbulo da minha
orelha. — Olhe para suas pernas… — ele tocou minhas coxas — …e seus
quadris fodidos… — ele se moveu para apertar eles — …e essa boceta
malvada, malvada, pegando todo o meu pau.
Era tão difícil segurar minha respiração, manter meus sons em
silêncio.
Mas onde seus olhos eram tão altos, meu corpo também estava,
implacavelmente mergulhando-o dentro e fora de mim.
Sua boca se moveu logo abaixo da minha orelha. — Seu orgasmo está
prestes a ser meu.
Talvez tenha sido a maneira como ele exigiu isso de mim.
Talvez fosse a fricção afiada e incessante em meu clitóris,
aumentando a deliciosa plenitude de seu pau.
Talvez fosse o jeito que parecíamos, presos juntos, meu corpo
moendo sobre o dele.
Mas estava lá novamente.
Essa construção.
— Agora, observe-se gozar.
Agarrei a cama, mantendo-me abaixada e girei em torno de seu pau
enquanto ele me devorava com seu olhar.
O tremor instantaneamente acendeu no meu estômago, puxando
aquela felicidade, aumentando-a.
Meu corpo não era mais meu, era como se houvesse uma corda
dentro dela que controlava as faíscas, os tremores e as ondulações e ele a
puxava com toda a força.
— Mostre-me, Kendall. Mostre-me como é bom ‘pra’ caralho.
Eu não podia gritar.
Eu não podia gemer.
Tudo o que eu podia fazer era dar a volta em torno dele, me
perdendo.
Seus dentes roçaram a parte de trás do meu ombro. — Sim, baby. —
Sua beliscando era a dor que eu precisava. — Foda-se esse pau.
Espasmos destruíram completamente meu corpo e quando eu não
pude me mover mais um segundo, ele assumiu, apertando um braço em
volta do meu estômago, batendo seu pau em mim.
— Minha. — Ele alinhou nossos dedos, guiando-os pelo meu clitóris.
— Toda minha, porra.
Seu domínio flutuou através de mim, cada sentimento possuído por
ele e eu segurei, observando enquanto o orgasmo balançava através de
mim.
Afundei meus dedos em suas coxas, derretendo com sua penetração,
mantendo meus gritos, sentindo-os ecoar pelo meu corpo até que restasse
apenas quietude.
Suas pálpebras se estreitaram, seus lábios ferozes quando ele disse:
— Agora, vamos fazer isso de novo. — Ele pressionou seus lábios contra
minha garganta. — Desta vez, quero ouvir todos os sons.
Olhei por cima do ombro, vendo seu peito definido, uma fina camada
de suor brilhando em sua pele. — Oh Deus, eu quero mais.
Antes mesmo de terminar de falar, eu estava me movendo
novamente e, desta vez, ele estava me levantando no ar. Ele me carregou
pela sala, pressionando minhas costas contra a parede adjacente, a vista do
oceano na minha frente. Minhas pernas se agarraram à sua cintura, meus
braços em seus ombros, e eu segurei enquanto ele socava em mim.
— Tome meu pau, baby. — Ele beliscou meu lábio inferior, me
fodendo mais forte, mais profundo. — Tome como se você quisesse gozar
de novo.
Eu não ousei dizer isso, mas pensei que ele havia drenado meu corpo
de prazer, tornando impossível alcançá-lo uma terceira vez. Mas quando
ele se enterrou dentro de mim, continuou a me sentir melhor. E quando ele
me posicionou mais alto em seu pau, a parte superior dele esfregando
contra meu clitóris, essa construção retornou instantaneamente.
Eu estremeci, minhas unhas encontrando sua pele. — Não pare.
— Sim, baby — ele rugiu contra meus lábios. — Você ganhou isso…
Eu esperava que ele se movesse mais rápido, usasse mais força, mas
não foi isso que aconteceu.
Sua mão baixou e de repente ele estava provocando aquele local
proibido, arrastando um pouco da minha umidade para lá e traçando ao
redor do buraco.
A provocação não durou.
Porque logo, ele estava com os dedos e eu estava gemendo ainda
mais alto do que antes.
— Eu sabia que você ia gostar disso.
Com minhas costas batendo na superfície e na estrutura, levantei
meus quadris, encontrando-o, empurrando-o para dentro e para fora de
mim.
— Meu Deus, porra, Kendall. — Ele me deu o dedo inteiro, torcendo
o pulso. — Se você continuar assim, eu posso ter que foder sua bunda com
o dedo toda vez.
Eu não iria impedi-lo.
A sensação era uma que eu não conseguia o suficiente. A combinação
de uma plenitude que eu nunca pensei que iria gostar, mas que era tão
satisfatória.
— Você acabou de ficar mais molhada.
Ele estava girando, entrando em mim, aquela fricção retornando
como se nunca tivesse saído.
— Você vai me fazer gozar de novo.
Um sorriso se moveu naqueles lábios bonitos antes que ele mordesse
um dos meus, soltando-o para dizer: — E você pensou que eu não poderia
te dar um terceiro.
— Goze comigo.
— E parar com essa sensação? — Ele acrescentou outro dedo,
ganhando um gemido. — Esse aperto? Essa porra de umidade pingando?
Ele parou de falar para rosnar. — Sem chance.
Eu segurei seu rosto para segurar, amando a sombra e a forma como
ela se sentia contra meus lábios. — Por favor, Dominick — eu respirei. —
Por favor.
Ele apontou para cima, os cabelos ásperos raspando meu clitóris,
causando uma explosão de arrepios que me percorreu.
— É isso que você quer?
— Sim.
— Para eu te encher com meu esperma?
— Oh Deus, sim.
— Então, porra, me diga. — Seus dentes roçaram meu pescoço. —
Diga-me o quanto você quer que eu goze.
Movi minhas mãos para seu pescoço e pressionei meus ombros na
parede, usando ambos para me levantar e balançar sobre seu pau. — Baby!
— As sensações estavam crescendo, especialmente quando ele aumentou
sua velocidade, me dando cada centímetro bonito de seu pau perfeito. —
Eu preciso de você, você todo. — À medida que a sensação se intensificava,
minhas unhas cravaram nele, meus calcanhares empurraram em sua
bunda, enquanto eu ansiava por mais daqueles golpes ferozes e duros. —
Dominick — eu implorei. — Me dê isto.
Meu orgasmo estava ao alcance. Eu não podia segurar mais, não com
o que ele estava fazendo com minha bunda, meu clitóris, meu corpo inteiro.
— Sua boceta está me apertando. — Sua cabeça se inclinou para
trás, expondo sua garganta, aquele pomo de Adão sexy que balançava a
cada respiração. — Essa sensação é tão boa ‘pra’ caralho.
— Ahhh! — Enquanto eu me despedaçava, os sentimentos
explodindo através de mim, eu resisti contra seu pau.
Levou apenas mais algumas bombadas antes que eu sentisse a
mudança nele. Seus golpes ficaram mais afiados, seus grunhidos enchendo
meus ouvidos.
— Ah foda-se. — Sua boca finalmente estava na minha novamente.
— Você quer meu esperma, não é?
— Sim.
— Você quer que eu exploda minha carga nessa porra de boceta
doce?
Estremeci quando o orgasmo se fechou ao meu redor, me puxando
para aquela terra perdida. — Sim, Dominick. — Eu suguei mais ar. — Sim!
— Você está mesmo sugando meu maldito dedo.
O tom de sua voz me disse que ele estava lá, gozando. — Kendall...
— Seu pau ficou ainda mais duro. — Pegue, querida. Tome minha porra de
esperma.
Tremores estavam desmoronando através de mim e eu podia sentir
o mesmo estava acontecendo nele, mas eu ainda mantive os movimentos
rápidos e fortes.
E ele também.
— Maldição — ele gritou.
Pulsações estavam fluindo pelo meu umbigo e subindo pelo meu
peito, eventualmente parando, e foi quando eu soltei seu pescoço e o
abracei contra mim. Ele ainda estava socando em mim, sua força só agora
começando a morrer.
Seus lábios lentamente beijaram os meus até que ele ficou imóvel.
— Acho que tirei metade da tinta da parede, — eu brinquei,
procurando minha respiração.
Ele riu, um som tão gostoso que eu tive que beijá-lo. Havia uma
doçura em sua pele e um sabor salgado do suor.
— Eu sei como você gosta... e eu não me contive.
— Eu não queria que você fizesse isso.
Ele nos levou para a cama, sentando na beirada, me segurando com
a mesma força. A lua deixou luz suficiente para que eu pudesse ver seu
rosto, sabendo que seus olhos estavam nos meus.
— Kendall — ele sussurrou, nossos narizes se roçando, nosso ar se
misturando — eu te amo. — Suas mãos se moveram para o meu rosto, me
segurando com uma força que me encheu de tanta emoção.
Essa sensação era diferente dos orgasmos que eu tinha acabado de
ter, isso fez meu coração martelar no meu peito. — Oh Deus.
Eu não estava procurando por ele. Ele certamente não estava
procurando por mim. E ele me fez trabalhar tão duro para nos trazer para
este lugar. Mas nós estávamos aqui e eu nunca valorizei mais nada.
— Dominick, eu te amo.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
DOMINICK

— Se você me trouxe aqui para gritar comigo, então poupe seu


fôlego — Daisy disse do outro lado da mesa da sala de conferência, seu
olhar saltando de Brett para o meu.
Kendall e eu voltamos de Bimini na noite passada, depois que o
estúdio aprovou a contraproposta que fiz no acordo. Agora que estávamos
de volta, eu tinha muito trabalho para colocar em dia.
Lidar com Daisy estava no topo da minha lista.
Uma reunião que Kendall não fazia ideia que estava acontecendo.
— Não haverá gritos — eu disse, lembrando a ela que funcionava nos
dois sentidos. — Pedimos que você viesse porque temos um acordo para
você. — Resolvi ir direto ao ponto. Quanto menos tempo eu passasse com
essa vadia, melhor. — Mas você sabe como essas coisas funcionam. Eu faço
algo por você, você faz algo por mim.
Seus olhos se estreitaram e ela tomou um gole de seu café, olhando
para a tampa assim que a colocou na mesa, como se o conteúdo a
desapontasse. — Você realmente acha que me conhece, não é, Dominick?
Eu ri.
Eu não pude evitar.
Havia tanta estupidez sentada na minha frente que eu podia sentir o
cheiro.
Eu cerrei meus dentes. — Nós dois sabemos que há apenas uma
razão pela qual você está aqui, Daisy.
— O que você quer? — Seus olhos me deixaram para ir para Brett,
seus braços cruzando sobre o peito. — E se for para me oferecer um papel
em Glitzy Girls, não estou interessada.
O estúdio ainda não havia divulgado a notícia de que Kendall estava
se demitindo do programa, mas não fiquei chocado ao saber que Daisy
sabia. Quando se tratava da irmã de Daisy, parecia não haver segredos.
Mas antes de começar a trabalhar, eu tinha que ver se havia algo vivo,
respirando dentro daquele peito dela ou se era apenas maldade pura. —
Você tem algum remorso?
Ela ficou quieta por vários momentos, respirando fundo algumas
vezes. — É uma pena o que aconteceu.
— Mas não é sua culpa — eu disse.
— Como eu disse a Kendall, eu não procurei esse homem. Eu não
coloquei um tampão no ouvido dele. Eu não disse a ele para liberar essas
fotos - eu nem sabia que havia fotos impróprias. Eu simplesmente disse a
ele como estava chateada com minha irmã e ele resolveu o assunto com as
próprias mãos.
Enquanto ela suspirava, processei o que ela havia dito. Havia muito
mais do que apenas fotos naquela sala de edição, havia imagens reais de
nós fodendo, mas não parecia que Daisy sabia disso. Talvez houvesse
alguma verdade em sua história.
— Eu gostaria que isso acontecesse? — Ela balançou a cabeça. —
Não, eu não. Mas se você quer saber, estou feliz que ela está deixando a
televisão. Não pelo motivo que você pensa, embora, sim, eu esteja feliz por
não compartilhar mais a tela com ela. — Ela torceu o café sobre a mesa
como se fosse a haste de uma taça de vinho. — Ela não é tão durona quanto
eu, ela não tem pele grossa. A rejeição e as críticas são obviamente demais
para ela e, com o tempo, só vão piorar. Acredite ou não, eu não quero isso
para ela.
Esta foi a primeira vez que eu ouvi qualquer empatia ou humanidade
dela.
Finalmente, eu estava chegando a algum lugar.
— Por que você não diz isso a ela?
Sua mão parou, seus lábios se abriram, nenhuma palavra saindo.
— Eu entendo que a vulnerabilidade é difícil para você, Daisy. —
Mudei de tom e posição, tocando em um novo ângulo. — É difícil para a
maioria das pessoas, mas ela é sua irmã e se importa com você mais do que
tudo.
Seus olhos perfuraram através de mim. — Eu não vim aqui para uma
sessão de terapia.
Eu me inclinei sobre a mesa, ficando o mais perto dela como eu
jamais faria. — Eu só quero ter certeza de que você me ouve.
— Alto e claro.
Eu empurrei uma pasta para ela e ela abriu, lendo os detalhes que eu
descrevi.
— Mas Balmy Hard Seltzer me demitiu semanas atrás. — Ela fechou
a pasta. — Isso é algum tipo de piada?
Brett e eu tínhamos saído em um maldito galho para garantir este
contrato para Daisy. Como eles ofereceram o papel para Kendall, mas ela
não estava mais aceitando nenhum patrocínio, voltamos à empresa para
negociar um acordo em nome de Daisy.
Um que envolveu muitas promessas.
— Aqui está a situação — eu disse a ela. — Balmy Hard Seltzer está
disposto a trabalhar com você novamente sob algumas condições.
— Quais?
— Você vai para o set e faz o que eles dizem. Você mantém seus
lábios fechados e você não fala, nem fala merda nenhuma para o pessoal
deles. Estou falando de um ajuste de atitude completo. Eles não vão tolerar
nenhum absurdo. Eles não vão te dar uma segunda chance, então você tem
uma chance de acertar.
Ela abriu a pasta novamente, lendo o conteúdo. — Esta oferta é
maior do que o que eles estavam me pagando antes.
— Eu sei.
E foi preciso um maldito milagre para conseguir essa quantia.
Um contrato que tinha sido um dos elogios da minha carreira,
considerando que eles nem queriam me ouvir mencionar o nome de Daisy
quando eu os peguei no telefone.
Ela olhou para mim. — Qual é a estipulação?
— Eu quero que você faça a coisa certa.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Como?
Doeu-me o quão egocêntrica ela era.
— Deixe-me soletrar isso para você... — Eu movi a segunda pasta
para o meu lado e apertei minhas mãos, a raiva em meu corpo fazendo com
que elas se contorcessem. — Há pessoas em sua vida que fariam qualquer
coisa por você, te amariam incondicionalmente, que nunca em um milhão
de anos te machucariam. Kendall é uma dessas pessoas. — Fiz uma pausa,
deixando um pouco da emoção se acalmar antes de explodir.
— Eu tenho dois irmãos, ambos são advogados. Eu estava chateado
quando eles se matricularam na faculdade de direito, preocupado que eles
fossem tirar meus clientes? De jeito nenhum. Fiquei emocionado por poder
compartilhar essa experiência com eles, por ter uma equipe em quem
poderia confiar, porque não há ninguém com quem posso contar mais do
que a família. Mas você não olhou para Kendall dessa maneira. Você olhou
para ela como se ela fosse um maldito abutre. Eu não entendo. Não consigo
entender o fato de que você a viu como uma competição e não alguém com
quem você poderia compartilhar esse caminho. Alguém que poderia fazer
você ganhar ainda mais dinheiro porque a mídia adora ver irmãos juntos.
— Eu exalei, esfregando meus dedos.
— Mas, em vez disso, você cagou nela, você a machucou, colocou
em risco a carreira dela e mudou a maneira como o mundo agora a vê. —
Engoli em seco, deixando isso acentar. — E quando ela mais precisou de
você, onde você estava? Você não estava explodindo o telefone dela ou
parando no apartamento dela para estar lá para segurar as lágrimas dela.
Mas se os papéis fossem invertidos, sabemos que ela estaria lá para você.
— O que você quer de mim, Dominick? — ela perguntou depois de
uma longa pausa. — Uma desculpa? Para eu ficar de joelhos e implorar por
perdão?
Eu balancei a cabeça em direção à porta, deixando-a saber que esta
reunião havia acabado. — Eu não vou forçá-la, eu não vou segurar este
contrato sobre sua cabeça. Como alguém que se esforçou para conseguir
esse contrato de volta para você – e vinte e cinco por cento mais alto do
que antes – só estou pedindo para você fazer a porra da coisa certa.
Ela puxou a pasta em suas mãos e se levantou da mesa. — Mais
alguma coisa? — Ela olhou para Brett e depois de volta para mim.
— Você tem vinte e quatro horas para nos informar se deseja
prosseguir com esse contrato, — Brett disse a ela.
— Isso significa que você está representando o negócio?
Sua mandíbula flexionou enquanto ele olhava para ela. — Meu nome
está nele.
— Que tal seguir em frente? — Ela apontou para nós dois. — Vocês
dois vão me representar agora?
Eu conhecia os sentimentos de Brett sobre isso.
Ele conhecia os meus.
Mas eu tinha um motivo e, às vezes, tínhamos que pegar um para a
maldita equipe conseguir o que queríamos a longo prazo.
— Vamos ver como vai esse contrato e como você se comporta nas
filmagens. Se Dominick e eu estivermos felizes com a maneira como você
age e você faz o que pedimos, consideraremos explorar outros acordos
juntos.
Ela sorriu enquanto saía pela porta.
No momento em que foi fechada, Brett se virou para mim e disse: —
Cara, ela é um veneno do caralho — Ele passou as mãos pelo cabelo. —
Você está feliz com o jeito que foi?
Cruzei o pé sobre o joelho. — Eu entrei na cabeça dela. Eu só não sei
o que ela vai fazer sobre isso.
— Ela nos quer em sua equipe.
— E esse será o fator motivador, não Kendall, que é muito triste.
Ele balançou sua cabeça. — Não sei se posso trabalhar com ela,
Dominick.
— Nós vamos ser a razão dessa cadela virar sua situação. Você sabe
que se ela tivesse a atitude e confiança certas, poderíamos triplicar sua
renda. Considere isso uma nova missão.
— Você me deve e me deve por ter se estabelecido com Kendall, não
pense que esqueci nossa aposta. Quando você menos esperar, eu vou
cobrar.
Eu ri e peguei o telefone na mesa, discando o número da assistente
de Brett. — Mande-o entrar — eu disse a ela.
Desliguei e, em poucos segundos, a porta estava se abrindo
novamente. Um rosto sorridente com lábios rosados e brilhantes entrou,
sentando-se na mesma cadeira em que Daisy estava.
— Daddy Dominick — Charlize disse, ficando confortável. — Por que
diabos você me chamou aqui?
— Daddy Dominick. — Brett riu. — Cristo.
Esse era o encontro que eu mais esperava.
Um que Kendall conhecia e tinha tudo a ver.
Peguei a pasta que havia movido para o meu lado e empurrei para
Charlize. — Temos uma oferta que gostaríamos de fazer a você.
— Uma oferta, hein? — Ele olhou para Brett antes de abrir a pasta,
lendo o contrato que eu tinha colocado dentro. — Isso não pode ser
verdade — disse ele, olhando para nós. — Você tem que estar puxando
minha coleira de couro.
— Nós não estamos puxando nada, Charlize.
Brett balançou a cabeça. — Não. Definitivamente não.
— Mas... — Ele olhou para baixo novamente. — Como isso é
possível?
— Kendall não está voltando para o show — eu disse a ele.
— Eu meio que percebi — respondeu ele. — Mas ainda assim, off.
— Como você já apareceu em várias horas de filmagem e seus
colegas de elenco realmente gostam de você, achamos que você seria o
ajuste perfeito para substituí-la.
— Deixe-me ver se entendi. — Ele olhou para o contrato novamente.
— Você quer que eu ocupe o lugar de Kendall em Glitzy Girls?
— Isso mesmo, — Brett disse. — E eles vão te pagar um quarto de
milhão de dólares pelo papel. — Ele limpou a garganta. — Sabemos que o
pronome no título do programa não está correto. Se você aceitar a oferta,
os produtores estarão dispostos a trabalhar com você para acertar.
— Também sabemos que você é um maquiador — acrescentei. —
Nós não estamos pedindo para você desistir disso. Você só precisa se
reportar às filmagens e seguir as regras, a maioria das quais você já conhece
desde que filmou com Kendall.
Brett deu um sorriso ao melhor amigo de Kendall. — O que você diz,
Charlize?
Ele segurou a pasta contra o peito, envolvendo os braços em volta
dela, balançando os ombros. — Eu digo, porra, sim.
CAPÍTULO TRINTA E SETE
KENDALL

Quando voltei ao meu apartamento para encaixotar minhas coisas,


as câmeras foram removidas. Charlize e eu podíamos andar pela minha casa
e dizer o que quiséssemos e eu não precisava me preocupar com nada disso
sendo transmitido. Levamos várias horas para empacotar tudo, o armário
nosso último destino e caímos no sofá para fazer uma pausa.
— Foi um bom passeio — eu exalei, descansando minha cabeça em
seu ombro.
Ele deu um tapinha no meu rosto. — Você vai ser muito mais feliz
agora.
— E você?
— Garota, você sabe que isso vai explodir meu negócio. Perder
trabalho para outros maquiadores será coisa do PA-SSA-DO.
Quando discuti essa ideia com Dominick e Brett, não havia ninguém
mais merecedor ou perfeito para o papel do que Charlize. Eu sabia que ele
lidaria com a fama muito melhor do que eu e o que isso faria por ele
profissionalmente.
Eu levantei meu queixo para olhar para ele. — Isso me faz a melhor
amiga mais feliz do mundo inteiro.
— De coração, mulher. — Seu braço em volta de mim, seu pé
batendo em uma das caixas que estavam na mesa de café. — Então, todas
essas coisas estão indo para um depósito?
— Sim, menos minhas roupas e cosméticos – esses vão para a casa
de Dominick.
— Morando com o Daddy. Isso me faz a melhor amiga mais feliz.
— Agora, eu só preciso encontrar um emprego.
— Eu não posso imaginar que você tenha que encontrar algo
imediatamente. O show pagou o resto do seu contrato, certo?
Eu balancei a cabeça, mas a verdade é que o show me pagou muito
mais do que apenas isso. Como eles eram culpados pelo que aconteceu,
Dominick se certificou de que eu fosse financeiramente cuidada. Mesmo
que eu tenha dito a ele que não queria um acordo enorme, eu ainda
consegui um.
Isso não significava que eu ia sentar na minha bunda o dia todo.
Significava apenas que eu poderia pagar meus empréstimos
estudantis e de carro e as dívidas de cartão de crédito que acumulei desde
que me formei, deixando uma reserva bastante grande na minha conta
poupança para que eu pudesse me aposentar um dia. Nesse meio tempo,
eu precisava de um emprego e benefícios e encontrar meu propósito
novamente.
— Você me conhece, eu não fico quieta muito bem — eu disse. — E
não é como se eu pudesse voltar ao trabalho que tinha antes desse
pesadelo do reality show.
— Eca. — Ele enrolou uma mecha do meu cabelo em torno de seu
dedo. — Alguma notícia de Sparkle Toes9?
— Não desde nossa conversa em Bimini.
— Seus pais se envolveram?
— Oh sim. — Suspirei. — Uma vez que contei a eles sobre a fonte
das fotos, eles perderam a cabeça. Eles não queriam ficar no meio antes,
mas não estão se segurando agora. Eles disseram a ela de cem maneiras
diferentes como ela está errada e como eles estão chateados e que estão
envergonhados e desapontados. É feio, Charlize. Como um feio terrível. —
Eu puxei a almofada em meus braços e a abracei contra o meu peito. —
Estou tão feliz que este show está ficando no passado. Eu não estava nem
um pouco preparada para o quão maluca minha vida ia ficar.
— Ei, muita coisa boa aconteceu. — Ele largou aquela pequena
mecha de cabelo e começou uma nova. — Eu encontrei você, você

9
É um termo homofóbico usado para gays mais extravagantes
encontrou Dominick e descobrimos que somos as duas únicas pessoas no
planeta que Delilah não tentou foder.
Eu ri. — Você não começa a filmar Glitzy & Fabulous até amanhã.
Delilah tem várias semanas para tentar fazer sua mágica em você.
— O novo nome é muito meu, não é? — Ele escreveu uma marca de
verificação no ar, um movimento que só ele poderia fazer parecer
incrivelmente atrevido. — E, meu Deus, espero não precisar lembrar a
Delilah que este pau nunca vai encontrar sua floresta.
— Charlize, nós dois sabemos que ela não tem floresta lá embaixo.
— Eu bufei e levantei minha garrafa de água da mesa, tomando um gole. —
Sério, você pode imaginar se eu tivesse ficado e tentado resistir à
tempestade da mídia na câmera? Episódio após episódio mostrando como
eu estava lidando com minha bunda sendo revelado a todos e à mãe deles?
— Eu lhe ofereci um gole. — Estou tão agradecida que Dominick me tirou
desse contrato.
— Outra razão pela qual nós – sim, eu também – estamos
apaixonados por ele. — Ele colocou a tampa de volta e colocou a garrafa no
chão. — Então, e agora, querida? Você está polindo seu currículo? Você e
Dominick vão viajar? Você vai começar a passear com os cachorros no
prédio dele? Para constar, além da maquiagem esse é meu outro emprego
dos sonhos.
Olhei para a grande janela descoberta, procurando por essa resposta
à luz do sol. — Gostaria de saber, mas não faço ideia. — Meu telefone
tocou, um toque que pertencia a Dominick. — Um segundo. É Dom. —
Levantei-me, procurando meu celular entre as caixas e o caos,
encontrando-o na cozinha.
Sorri enquanto lia a tela.
Dominick: Não consigo parar de pensar em você.
Eu: Você acabou de me ver esta manhã, bobo.
Dominick: Passe no meu escritório quando terminar de fazer as malas.
Eu: Não será por mais algumas horas.
Dominick: Eu não me importo quando é, apenas faça acontecer.
Eu: Até breve, amor.
— Ei, Senhorita Olhos arregalados — disse Charlize do outro lado da
sala. — Eu vou fazer xixi e então vamos terminar o seu quarto. Estou pronto
para atacar esse seu lindo e grande armário.
Eu sorri para o meu amigo. — Então, o almoço é por minha conta.
— Você está desempregada, garota e você acabou de me conseguir
um pagamento monstruoso. O almoço é por minha conta – para o resto de
nossas vidas.
— Em hipótese alguma. — Eu dei a ele um olhar severo, deixando-o
saber que não havia negociação. — Mas você precisa encontrar um lugar
que esteja longe do radar dos paparazzi. Tenho certeza de que eles estão
procurando uma foto minha – eles não conseguiram uma desde que as
fotos foram lançadas – e eu simplesmente não consigo lidar com essa
atenção agora.
— Você vai fazer uma declaração em breve?
Eu balancei a cabeça. — Dominick quer que eu espere o momento
certo. Ele disse nos próximos dias após o estúdio exibir minha demissão.
— Faz sentido. — Ele colocou as mãos nos quadris. — Deixe-me
pensar. Hmm... eu conheço o lugar perfeito. Há uma lanchonete que eu fui
uma vez em West Hollywood. Os melhores tater tots10 que já comi.
— Combinado.
Ele agitou os dedos para mim e foi para o banheiro e eu levantei meu
telefone, carregando a câmera na tela. Eu estava com um boné de beisebol
com uma longa trança pendurada em um lado do meu peito, toneladas de
cabelo que caíram soltos ao redor do meu rosto, e nem uma gota de
maquiagem.
Esse era o visual que Dominick mais gostava.
Eu franzi meus lábios para mandar um beijo para ele e tirei uma selfie.
Satisfeita com a foto, anexei a um texto e enviei para ele.
Dominick: Droga, eu sou um sortudo filho da puta. Você é tão gostosa,
Kendall. Eu preciso dessa boca. Agora.
Eu: Você vai tê-la muito em breve.

10
Eles são um tipo de mini bolinhos de batata, feitos com batata ralada e fritos em
forma de um cilindro.
Dominick: Eu também preciso de você.
Eu: Ainda bem que meus lábios e eu somos um pacote. ;)
Dominick: Eu deveria puni-la por me fazer esperar.
Eu: Sim... por favor.
— Tudo bem, garota, vamos fazer isso — disse Charlize do corredor,
a meio caminho entre a sala e meu quarto.
Enfiei o telefone no bolso de trás e o segui até o armário. Examinei as
prateleiras superior e inferior que ocupavam todo o comprimento da sala
de formato retangular. Muitas roupas, sapatos e acessórios eram coisas que
eu trouxe quando me mudei e o resto foram coisas que o show havia
fornecido.
Eu levantei um vestido dourado brilhante e sem costas em minhas
mãos. — Eu me ofereci para devolver todas as roupas que eles me deram,
e Shane disse que eu poderia ficar com elas.
— Finalmente, o homeboy11 disse algo que vale a pena ouvir.
— Exceto onde eu vou usar todas essas coisas? — Coloquei o vestido
em uma caixa e peguei um macacão vermelho flamejante do cabide. —
Clubes não são mais minha profissão em tempo integral.
Ele caminhou até a parede oposta, onde um blazer estava pendurado
em um dos ganchos, e o segurou na frente dele. — Cabelo preso, grandes
argolas nas orelhas e apenas pastilhas por baixo desta jaqueta. Abotoe os
dois botões, para que os mamilos fiquem escondidos e apenas seu decote
apareça. Calças de couro na parte inferior e saltos agulha. — Seu olhar
deixou a jaqueta e se moveu para mim. — Se você não usar essa roupa exata
para o nosso próximo jantar, vou me divorciar de você.
Parecia o conjunto perfeito.
Mas sair de casa sem Dominick arrancar todas as minhas roupas e me
espalhar sobre o balcão da cozinha seria um milagre.
— Que tal você vir e me vestir para o jantar? — Essa seria certamente
uma maneira de me impedir de ser devastada. — E eu vou editar suas fotos
para as redes sociais.

11
Um menino ou homem de sua própria cidade, ou alguém que é um amigo próximo.
— Querida, por esse acordo, vou fazer seu cabelo e maquiagem
também.
— Feito.
Ele puxou uma pilha de jeans de uma prateleira. — Estou sonhando
com o armário personalizado que você vai ter na casa do Príncipe
Encantado.
— O dele é impressionante e bastante cheio. — Coloquei um
punhado de calças de ioga em uma caixa. — Então, tenho certeza que vou
assumir um dos quartos de hóspedes.
— Que ele vai ser arrumar para você, tenho certeza.
— Eu duvido.
— Seriamente? — Ele me olhou enquanto eu me ajoelhava na frente
de uma pilha de tops. — O homem está loucamente apaixonado por você.
Ele convidou você para se mudar e vai lhe dar um lugar para pendurar suas
roupas que não seja apenas um pequeno cabide solitário em um quarto de
hóspedes.
Dei de ombros. — E se ele não fizer isso, vou manter minhas coisas
em caixas e vou fazer funcionar.
— Jesus... eu sei por que aquele homem te ama. — Ele se aproximou,
suas mãos segurando minhas bochechas. — Eu juro, toda vez que saímos,
você prova esse ponto cada vez mais. — Ele me puxou contra ele. — Eles
simplesmente não os fazem gostar mais de você.
Eu apertei de volta. — Ou você.
O som do toque de Dominick veio do meu bolso de trás e eu o soltei
para pegar o telefone. — Ei — eu disse, segurando-o contra o meu rosto. —
Estranhamente, estávamos apenas falando sobre você.
— Você está no apartamento?
Olhei para o rosto brilhante de Charlize quando disse: — Sim. Por
que?
— Vá ligar sua TV, canal quarenta e dois. Baby, se apresse.
Segurando o telefone no ouvido, corri para a mesinha de cabeceira e
peguei o controle remoto, ligando a tela plana pendurada na parede.
Apertei os botões, o canal quarenta e dois aparecendo na tela.
Reconheci o logotipo da rede popular, dois de seus famosos
apresentadores conversando na mesa.
— O que estou assistindo? — Perguntei a Dominick, Charlize ao meu
lado.
— Você vai ver — respondeu Dominick.
— Antes de respondermos às suas perguntas sobre por que Selena
Gomez e Bella Hadid estão atrás do mesmo homem, temos uma pequena
interrupção no noticiário — disse Penelope, uma das âncoras do canal de
notícias de celebridades.
— Isso mesmo — disse Niko, seu co-apresentador. — Temos que
pausar as coisas por apenas um momento para receber um convidado em
nosso programa. — A câmera se alargou, mostrando Ted sentado entre
eles. — Para aqueles de vocês que não estão familiarizados, este é Ted
Truscott, o CEO da Happy Lite, o estúdio que está produzindo o show
altamente antecipado Glitzy & Fabulous. Bem-vindo, Ted. Estamos felizes
em tê-lo aqui.
— Oh meu Deus — eu engasguei.
— Continue assistindo — Dominick instruiu.
— Obrigado — disse Ted. — Eu aprecio você me deixar passar por
aqui.
A tela atrás deles de repente mostrou minha foto na cabeça e eu
parei de respirar.
— Esta mulher… — Ted apontou para a minha foto — …dificilmente
precisa de qualquer apresentação, já que ela viu uma onda de popularidade
desde que concordou em estar no nosso programa, mas se você não sabe,
esta é Kendall Roy. Nossa pobre Kendall esteve envolvida em um escândalo
de mídia recentemente, quando algumas imagens privadas dela foram
divulgadas.
Charlize agarrou minha mão e Dominick disse: — Confie em mim, isso
está prestes a ficar bom.
— Desde o escândalo — Ted continuou, — os rumores estão girando,
e eu vim aqui para esclarecer as coisas.
— Eu sei que certamente ouvimos um monte — Penelope
mencionou, usando a mão para contar. — Que o show está sendo
cancelado antes mesmo de ir ao ar, que Kendall está sendo substituída por
alguém novo, que sua irmã, Daisy Roy, vai ser a estrela do show agora. Ted,
por favor, esclareça essa fofoca. Nossos espectadores estão morrendo pela
verdade.
— Primeiro, quero afirmar que Kendall não teve nada a ver com o
lançamento da filmagem. A pessoa que enviou as fotos para o Alerta de
Celebridades era, infelizmente, um membro da nossa equipe.
Penélope quase engasgou.
Niko fez uma careta para Ted.
— Como CEO, estou horrorizado que isso tenha acontecido, que um
funcionário desrespeite Kendall, nosso estúdio e nossa confiança de uma
maneira tão repugnante e desrespeitosa.
A emoção estava surgindo no meu peito, meu corpo inteiro
tremendo enquanto eu ouvia.
— E eu gostaria de me desculpar pessoalmente com Kendall, — Ted
continuou. — O que aconteceu é inaceitável e não é o que representamos
como empresa. Estamos adicionando medidas extremas de segurança e
proteção e só podemos esperar que nossas ações garantam que uma
situação como essa nunca aconteça novamente.
— Puta merda — disse Charlize.
— Ted, — Penelope começou, — deixe-me ter certeza de que ouvi
você corretamente. Você está dizendo que alguém empregado por sua
empresa foi pelas costas de Kendall e enviou fotos dela nua,
intencionalmente machucando-a dessa maneira?
— Temo que sim, Penelope — Ted respondeu. — Acredite em mim,
eu gostaria que não fosse o caso, mas posso garantir a você que esse
indivíduo não é mais empregado por nós. Não toleramos nenhum tipo de
comportamento malicioso. Queremos que todos os nossos atores e atrizes,
estrelas do Reality e funcionários se sintam confortáveis em nossos sets.
Nunca queremos colocar em risco a confiança que estabelecemos e foi
exatamente o que aconteceu com Kendall. Somos culpados e assumimos
total responsabilidade.
Eu podia sentir meus lábios abertos, minha mão segurando o
telefone no meu rosto, meus olhos praticamente saltando das órbitas.
Mas o resto parecia um sonho.
— Que decepcionante ouvir isso — disse Penelope. — Alguém em
sua equipe falou com Kendall? Como ela está? Eu sei que nossos produtores
entraram em contato com seus representantes várias vezes, mas não
obtivemos resposta. Ela não postou nas mídias sociais, ela não foi vista pela
cidade. Estávamos preocupados, Ted, e agora que ouvi isso, estou
extremamente preocupada.
Charlize olhou para mim, seus olhos tão arregalados, sua cabeça
balançando. — Estou literalmente morrendo agora.
— Ela está fazendo o melhor que pode, dadas as circunstâncias —
respondeu Ted. — Dói-me que isso tenha acontecido com uma garota tão
doce. Não sei se algum de vocês teve o prazer de conhecer Kendall, mas
todos que cruzam seu caminho só têm as coisas mais maravilhosas a dizer
sobre ela. — Ele olhou para a minha foto. — Todo mundo a ama – suas
colegas de elenco, minha equipe, toda a produção. Eles a chamam de raio
de sol. — Ele franziu a testa enquanto acrescentava: — Essa é uma das
razões pelas quais me dói dizer que Kendall não aparecerá em nosso
programa.
— Cara... — Charlize disse. — Isso é uma porra de bananas.
— Tínhamos medo de que o boato pudesse ser verdade — disse
Niko. — Sei que estou triste em ouvir isso, Ted. Penelope e eu estávamos
realmente ansiosos para vê-la na frente da câmera.
— Tenho certeza de que todos sentem o mesmo — Ted concordou.
— Mas Kendall já lidou com o suficiente em seu curto período de filmagem,
e sabemos que essa garota fará coisas incríveis neste mundo.
— Você vai compartilhar conosco quem foi escalado para o papel?
— perguntou Penélope.
— Vamos salvar essa informação e manter hoje tudo sobre Kendall,
— Ted respondeu. — O primeiro episódio de Glitzy & Fabulous será exibido
em alguns meses, mas enquanto isso, queremos garantir que os
espectadores deem algum tempo para Kendall se curar.
Charlize apertou minha mão no ar, como se fosse um martelo.
— Como uma mulher que valoriza sua privacidade, meu coração se
parte por ela — disse Penelope. — Eu não posso imaginar como ela deve
estar se sentindo. Eu sei que certamente não gostaria que nenhum dos
meus momentos privados fosse divulgado sem meu conhecimento ou
aprovação.
— Eu tenho que concordar — disse Niko. — Se eu estivesse na
situação dela, sei que também não gostaria de estar no programa.
— Deve haver algo que possamos fazer — Penelope ofereceu.
— Acho que a melhor coisa seria mostrar algum apoio a ela —
sugeriu Ted.
— Excelente ideia, Ted. — Penelope pegou seu telefone e a câmera
deu um zoom para mostrá-la clicando no botão Seguir na minha conta do
Instagram. — Eu vou mostrar a ela um pouco de amor agora. — Ela
começou a digitar e parou, olhando para a câmera para dizer: — Na
verdade, por que todos os nossos espectadores não pegam seus telefones
e mostram a essa garota algum apoio muito necessário?
— Indo para lá agora — disse Niko, seu telefone também em suas
mãos.
O aperto de Charlize aumentou, meu estômago fazendo a mesma
coisa.
Penelope finalmente desligou o telefone e disse: — Ted, obrigado por
passar no estúdio e nos dar a verdade fria e dura por trás desses rumores.
Sabemos que não é fácil assumir a responsabilidade por algo assim.
— Obrigado novamente por me receber — disse Ted e o show
mudou para um intervalo comercial.
Afastei o telefone do meu rosto, a tela agora explodindo com
notificações.
— Por todas as coisas sagradas — disse Charlize, me mostrando
minha conta no Instagram, que dobrava em seguidores toda vez que ele
atualizava. — Os comentários sob suas fotos estão explodindo, garota.
Todo mundo está dizendo o quanto eles te amam. Eles estão colocando
emojis de coração em cada maldita coisa na sua página.
— Eu... — Minha voz sumiu enquanto eu tentava processar o que
tinha acabado de acontecer.
Dominick não me contou os detalhes finais do acordo, além da
quantia que eles estavam me dando. Ele me pediu para confiar nele e eu
assinei meu nome na parte inferior do contrato.
Isso era o que eu não tinha visto.
Eu tinha certeza disso porque não havia como o CEO de um estúdio
ter ido à TV nacional para se desculpar comigo, certificando-se de que todos
soubessem quem era o culpado, sem que Dominick tivesse algo a ver com
isso.
Meu advogado havia negociado o melhor acordo possível.
Mas meu namorado sabia que isso me faria sentir melhor do que
qualquer dólar depositado em minha conta bancária.
— Dominick — eu sussurrei, colocando o telefone de volta no meu
ouvido.
— Como você se sente, baby?
Limpei a garganta, afastando um pouco da emoção para que pudesse
falar. — Sinceramente, acho que não tenho palavras agora.
— Deixar você sem palavras é exatamente o que eu queria.
Lágrimas ardiam em meus olhos.
Meus lábios não paravam de tremer.
Minha respiração se foi há muito tempo, meu peito muito apertado
para respirar. — Você conseguiu. — Engoli em seco, meu cuspe tão grosso.
— Você fez isso melhor.
— Eu disse que faria.
A mão de Charlize estava no meu ombro, o maior sorriso em seu
rosto enquanto ele me mostrava o comentário que Kylie Jenner tinha
acabado de deixar, me enviando seu amor.
— Dominick... — Uma lágrima escorreu, atingindo meu lábio. — Eu
te amo.
— Eu te amo mais — ele respondeu, um rosnado então explodindo
quando ele disse, — Agora, vá para o meu escritório. Eu tenho algo
planejado para essa boca.
EPÍLOGO
DOMINICK

Minha menina nunca parou de sorrir. Mesmo durante os momentos


mais sombrios, quando ela estava sofrendo mais do que estava deixando
transparecer, eu ainda podia encontrar um sorriso em seus lábios. Ela era
durona. Muito mais durona do que sua irmã, que não teria sobrevivido a
um segundo daquela merda da mídia.
Desde que Kendall foi liberada do estúdio, de filmar todos os dias e
de compartilhar sua vida com o mundo inteiro, sua personalidade estava
realmente brilhando. Ela não estava sobrecarregada por todas essas
narrativas falsas espalhadas sobre ela, suas lágrimas estavam sob controle
e ela não estava mais tentando se esconder dos olhos do público.
Ela estava até postando novamente nas mídias sociais,
compartilhando sua arte e citações sobre a vida – coisas que eram
importantes para ela.
Eu nunca poderia tirar as fotos escandalosas – elas viveriam online
para sempre. Mas eu poderia melhorar a situaçã, e foi o que fiz.
E eu estava me certificando de que ela aproveitasse cada momento
dessa liberdade emocional.
Assim que encerrei algumas reuniões importantes e consegui limpar
minha agenda, planejei uma viagem surpresa. Na manhã do dia, eu disse a
ela para fazer uma mala para um clima quente e ensolarado. Essa foi a única
dica que dei a ela e, algumas horas depois, embarcamos no jato particular
da minha empresa. Eu até me certifiquei de que todos os monitores dentro
do avião estivessem cobertos, para que ela não pudesse ver o destino ou a
rota.
No momento em que o avião pousou, eu a levei para as escadas, onde
duas mulheres nos esperavam no fundo, com colares nas mãos.
— Aloha — elas cantaram.
Kendall se virou para mim, seus lábios naquele sorriso que eu amava
pra caralho. — Havaí? Você está falando sério? — Ela jogou os braços em
volta do meu pescoço, me fazendo o filho da puta mais feliz. — Diga-me
que isso é um sonho.
— Estamos aqui por duas semanas, baby e vamos pular de ilha. — Eu
me inclinei para trás, meu polegar puxando seus lábios. — Você vai estar
sonhando mais tarde quando vir o pôr do sol da praia de Kailua. — Eu
pressionei meus lábios nos dela, provando o calor de sua boca e o perfume
tropical em sua pele que cheirava tanto como a brisa. Minhas mãos
mergulharam em sua bunda, batendo suavemente nela. — Vá pegar seu
colar, para que eu possa vê-la naquele biquíni que eu trouxe para você.
— Um biquíni, hein?
Eu sabia dessa viagem há mais de uma semana, então tive tempo
para me preparar.
E este era um biquíni que só eu apreciaria desde que aluguei uma
casa particular em Oahu.
Kendall desceu as escadas e eu a segui. Um colar de flores foi
colocado sobre a cabeça dela e a minha, nos dando as boas-vindas e então
entramos no SUV que estava estacionado ao lado do jato. Enquanto
esperávamos por nossas malas, eu a puxei para o meio do banco de trás
envolvendo meu braço em volta dela e o motorista colocou nossas coisas
no porta malas e nos levou para a estrada.
Kendall observava a paisagem pela janela, fazendo pequenos ruídos
enquanto passávamos por belas vistas. Mas meus olhos estavam sobre ela,
apreciando ainda mais a visão na minha frente, uma que não conseguia
parar de brilhar.
— Porra, você é linda.
Seus olhos se moveram lentamente para os meus. — É como se você
estivesse me vendo pela primeira vez.
— Às vezes, parece que é o caso.
Ela balançou a cabeça. — Eu gostaria que você soubesse como isso
me faz sentir. — Ela encontrou minha mão, apertando-a. — O amor que
você me enche. — Uma vermelhidão percorreu suas bochechas. — Esta
paixão intensa e profunda.
Eu a puxei ainda mais perto, precisando provar seus lábios, senti-los
contra os meus.
Mas um beijo não era suficiente.
Nunca foi.
Quando se tratava de Kendall, eu sempre queria mais.
Precisava de mais.
Desejava mais.
— Você torna… — ela ofegou, lambendo sua boca — …tão difícil de
respirar.
— Espere até eu te pegar sozinha.
Dei um beijo rápido em seu pescoço e a posicionei de costas para a
janela, para que ela pudesse absorver os últimos pedaços de Honolulu antes
de chegarmos à casa.
O lugar que eu havia alugado ficava diretamente na praia, sua própria
seção isolada, onde podíamos fazer qualquer coisa que quiséssemos no
oceano e cada quarto dentro tinha janelas que davam para ele.
Dentro de alguns minutos de carro, estávamos estacionados em
frente à estrutura de vidro de dois andares e eu apertei sua mão e a levei
escada acima, destrancando a porta com um código.
— Meu Deus. — Ela ficou congelada na entrada. — Isso é mágico.
Beijei sua bochecha e a levei para a cozinha, onde o chef nos serviu
duas taças de champanhe. Uma vez que as bebidas estavam em nossas
mãos, eu imediatamente a trouxe para o pátio enorme.
— Você é Insano. — Ela bateu seu espumante contra o meu. —
Quero dizer, nós poderíamos ter ficado em um hotel, mas isso não é bom o
suficiente para o meu namorado. Ele nos aluga este palácio que saiu direto
de um cartão postal havaiano. — Ela olhou para o horizonte, onde havia um
azul infinito.
— Por que ser simples quando posso te dar algo tão bonito? — Eu
me movi atrás dela, segurando sua barriga lisa e cintura estreita, meus
lábios perto de sua orelha. — E eu sei que você prefere o jeito mais simples,
mas você sabe o quanto eu gosto de mimá-la.
— Como meu armário novinho em folha.
— Baby, isso é apenas o começo.
Meu telefone vibrou no meu bolso e eu o peguei, verificando a tela
para ver uma mensagem de texto de minha assistente.
Um que eu estava esperando desde que embarcamos no avião em
LA.
Assim que li sua mensagem, desliguei o telefone e disse: — Ficamos
aqui por quatro noites e depois vamos para Maui. Eu não pretendo deixar
você usar nada além de um maiô. — Eu mordisquei seu lóbulo da orelha. —
Espero que isso não seja um problema.
— Todo esse sol, sal e areia parece celestial, então não vejo
problema nisso.
Beijei até sua clavícula, o pensamento dela em um biquíni muito
melhor do que ela estava descrevendo.
Ela se virou, jogando os braços em volta do meu pescoço. — Está na
hora de eu me trocar e por um?
— Mmm ... eu gosto de como você pensa.
Eu a levei para o quarto principal, onde nossas malas estavam
esperando por nós e abri minha mala, encontrando o biquíni que eu trouxe
para ela e os calções de banho que eu ia vestir. Enquanto eu desabotoava
meu jeans, eu a observei tirar suas roupas. O sol entrava pelas janelas altas
do quarto, deixando sombras em seu corpo que lembravam listras de zebra.
De pé no final da cama, meu jeans até a metade, meu pau já duro
‘pra’ caralho, eu não conseguia tirar os olhos dela. — Jesus, — eu gemi
quando ela tirou o sutiã. — Olhe para você.
Como ela não usava calcinha, ela não tinha mais nada para tirar.
Ela olhou para seu corpo nu, inconsciente de sua beleza, talento, do
jeito que ela fazia as pessoas se sentirem apenas por estar com ela.
Como ela fez este solteiro indomado ansiar por acordar ao lado dela
todas as fodidas manhãs.
Seja para cruzar meus braços sobre ela, segurando-a contra meu
corpo, para envolver suas pernas em volta do meu rosto, comendo sua
boceta deliciosa, ou para descansar no local ao lado dela, observando-a
dormir.
Eu só queria ela lá.
Comigo.
Para todo sempre.
— Você é louco. — Ela olhou para mim novamente, sorrindo. — Este
ainda é o mesmo corpo que era esta manhã quando você me viu me
vestindo.
— Alguma coisa está diferente. — Eu rapidamente coloquei meu
calção de banho, meu olhar, em seguida, lentamente mergulhando em seu
corpo, todo o caminho até os dedos dos pés e de volta. — Eu te amo mais
agora do que esta manhã.
Ela caminhou até mim, segurando meu rosto. — Quem diria que por
baixo de todos esses rosnados e palavrões estava o homem mais
incrivelmente doce?
— É nosso segredo. — Eu pisquei para ela, beijando as pontas dos
dedos. — Tenho outra coisa para você.
— Você quer dizer... há mais?
Eu segurei sua bunda quando disse: — Meus avós estão em uma
instalação de vida assistida em Malibu — Seus olhos se estreitaram e eu
poderia dizer que ela não tinha ideia de onde isso estava indo. — Falei com
eles algumas semanas atrás e minha avó teve que me deixar ir porque ela
estava descendo para uma aula de artesanato. — Eu apertei meu abraço
sobre ela. — Isso me fez pensar e liguei para o proprietário da instalação –
ele é cliente da Ford e possui oito instalações do mesmo tipo em um raio
de 100 quilômetros.
— Dominick...
— Ele está procurando contratar um diretor que possa coordenar a
arte e as atividades em todos os seus locais. A posição seria baseada em
casa, mas você viajaria para cada lugar, certificando-se de que todos os
programas estivessem funcionando sem problemas, interagindo com os
moradores, garantindo que todos estivessem felizes.
Lágrimas estavam enchendo seus olhos, suas mãos em meus ombros
cavando mais forte a cada respiração.
— A esposa dele está fazendo esse trabalho, mas está grávida do
terceiro bebê e não pode mais fazer isso.
— Eu não… — ela engoliu — …. nem sei o que dizer.
Eu a beijei, saboreando as lágrimas em seus lábios. — Este não é um
reality show ou um patrocínio ou um outdoor em Melrose. Esta é você,
Kendall e sei o quanto isso a deixará feliz. — Eu movi minhas mãos até o
rosto dela. — Tudo o que você precisa fazer é dizer sim e conhecerá o
proprietário assim que voltarmos.
— Sim. Oh Deus, sim. — Ela me beijou. — Obrigada.
— Eu ainda não terminei. — Eu fiz uma pausa. — Há mais uma coisa
que você precisa ver. Vá abrir seu aplicativo do Instagram e abra a conta da
sua irmã.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Daisy? Mas por que?
— Vai.
Ela encontrou sua bolsa e pegou seu celular, recuando para se sentar
na cama. — Oh meu Deus, — ela sussurrou, sua mão indo sobre sua boca.
Sentei-me ao lado dela, sabendo o que estava prestes a ver desde
que minha assistente me alertou que Daisy havia postado.
O vídeo foi ao ar cerca de quinze minutos atrás. Kendall foi a legenda,
seguida de um emoji de gêmeas.
Kendall apertou o Play e Daisy apareceu na frente de seu celular com
câmera, usando pouca maquiagem, os olhos levemente inchados.
— Eu só queria vir aqui e dizer que algumas pessoas são abençoadas
o suficiente na vida para ter alguém com quem sempre podem contar,
alguém com quem compartilhar sua vida, alguém que atenderá suas
ligações, não importa a hora do dia ou da noite. isto é. Eu tive esse alguém
na minha vida e admito, nem sempre apreciei esse fato. Nem sempre vi
minha irmã como deveria, nem sempre tomei as decisões certas quando se
tratava dela.
Enquanto respirava, ela olhou para baixo, levando alguns segundos
antes de fazer contato visual novamente.
— Kendall, me desculpe. Eu realmente sinto muito. Levou algum
tempo, mas percebo que a única maneira de crescer é ser capaz de ver seus
defeitos, reconhecê-los e se esforçar mais. Ser melhor. E essa é a promessa
que estou fazendo. A promessa que todos deveríamos fazer a nós mesmos.
— Ela tomou outro fôlego. — Eu te amo, Kendall.
O vídeo terminou, e Kendall baixou gradualmente o telefone,
olhando para mim. — Você tem alguma coisa a ver com isso?
— Eu disse a ela para fazer a coisa certa. Eu certamente não sabia
que ela iria postar online e fazer disso um espetáculo, mas essa é a Daisy
então não deveria me surpreender. — Eu rocei seu queixo. — Se vale de
alguma coisa, ela parece sincera.
— Ela foi. — Ela olhou para seu telefone, puxando suas mensagens,
e o primeiro listava uma de Daisy. — Acho que tem mais.
Daisy: Liguei há cerca de uma hora e minha ligação foi direto para o correio
de voz, então estou tentando dessa forma. Sei que temos muitas coisas
para resolver e discutir e que você está frustrada e com raiva — não posso
culpá-la. Depois de uma conversa com mamãe, papai e Dominick e um
encontro muito interessante com Charlize, percebi o quanto estava errada.
Muito atrasada, eu sei, mas espero que você pelo menos fale comigo sobre
isso.
Eu: Acabei de desembarcar no Havaí e estarei aqui pelas próximas duas
semanas.
Daisy: Talvez possamos almoçar quando você voltar?
Eu: Daisy, preciso de um tempo. Ainda estou processando o que você fez e
como me machucou tão facilmente. Eu aprecio você dar o primeiro passo.
Eu vou deixar você saber quando eu voltar para LA.
Daisy: Isso é tudo que posso pedir agora. Tenha uma boa viagem.
Daisy: E saiba, você tem dois homens ao seu lado que te amam muito.
Ela jogou o telefone na cama, seus braços retomando sua posição em
volta do meu pescoço. — Por favor, não me diga que você tem mais alguma
coisa na manga. Meu coração literalmente não aguenta mais agora.
Eu a levantei, montando seu corpo nu sobre meu colo. — Não tenho
nada nas mangas, mas há algo extremamente duro nesses shorts e uma
coisa em minha mente…
— Minha bunda.
— É minha. — Segurei seus pulsos atrás das costas, beijando seu
pescoço e sua mandíbula até chegar aos seus lábios. — E quando eu
terminar, sua boceta é a próxima.

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