Você está na página 1de 48

UFF – EEIMVR

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CONTROLE DE QUALIDADE I
Bases Teóricas: ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade.
Volume único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019.

Aula 5
Ferramentas para o controle da qualidade
diagrama de causa e efeito e histograma

1
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Introdução

Duas ferramentas de grande relevância nessa empreitada são o


diagrama de causa e efeito e o histograma. A primeira permite
identificar potenciais causas de determinado problema ou falha,
permitindo, assim, que o processo investigativo sobre os
problemas possa se desenvolver e as reais causas a serem
combatidas sejam identificadas. O histograma, por sua vez,
permite analisar de forma visual os resultados de determinado
processo, de tal forma que eventuais situações atípicas, que
podem ser indício de um problema no processo produtivo
possam ser detectadas, disparando, assim, o processo de
análise para identificação das causas.
2
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Introdução

A combinação de tais ferramentas junto a outras,


como estratificação, folha de verificação e
diagrama de dispersão gera um robusto arsenal de
trabalho para as organizações que buscam a
melhoria contínua da qualidade. Você verá o que é
o diagrama de causa e efeito, como é construído e
como é utilizado para o controle da qualidade.
Conhecerá, também, o uso e as aplicações do
3
histograma.
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Introdução

o diagrama de causa e efeito e o histograma. O


primeiro, desenvolvido por Kaoru Ishikawa (1915-
1989), é uma ferramenta que direciona esforços
imaginativos dos envolvidos no processo de
controle da qualidade para identificarem potenciais
causas-raiz dos problemas. Tal ferramenta é
também conhecida como diagrama de espinha de
peixe, devido ao ser formato, e diagrama de
4
Ishikawa, em homenagem ao seu criador
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Introdução

A segunda ferramenta, o histograma, é uma


ferramenta que representa graficamente a
distribuição de dados coletados. O formato
adotado do gráfico pode indicar alguma forma de
anomalia nos processos produtivos, sendo,
portanto, uma ferramenta que auxilia na detecção
e análise de problemas.

5
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

O diagrama de causa e efeito – que, como você já leu, também, é


conhecido como diagrama de Ishikawa e tem sua lógica fundamental
calcada no brainstorming, que traduzido, ao pé da letra, seria algo
como “tempestade mental” – é uma ferramenta utilizada para gerar
ideias, sendo aplicado em diversas áreas. Conforme Baxter (2003), o
termo brainstorming foi cunhado por Alex Osborn em 1953, em seu livro
Applied Imagination, caracterizado por incitar as pessoas a gerarem a
maior quantidade de ideias que elas conseguirem, sem se
preocuparem se estas terão uso ou não, se são lógicas ou não. Não há
crítica e, assim sendo, esse foco na “quantidade” torna o brainstorming
uma potente ferramenta de incentivo à criatividade, pois são quebrados
os bloqueios mentais que usualmente existem e que limitam o potencial
6 criativo.
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Há diversos modelos de brainstorming, bem como


ferramentas variantes dele: no modelo tradicional,
conhecido como “livre” (ou livre rodada), os
participantes expressam livremente suas ideias, ao
serem encorajados a contribuírem ao acaso com
tantas ideias quanto desejarem, até que mais
ninguém tenha nada a acrescentar (XEROX,
1985).
7
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Como há a possibilidade de alguns indivíduos dominarem a


sessão, enquanto outros, mais tímidos, podem relutar em
dar suas contribuições, foi proposta uma forma diferenciada
de desenvolver o brainstorming, no formato chamado de
“rodada”, no qual é solicitado, em sequência previamente
determinada (por exemplo, na sequência da posição em
que estão sentados), a cada participante que contribua com
uma ideia, em rodadas sucessivas (caso a pessoa “da vez”
não tenha qualquer ideia, avança-se para o próximo,
dando continuidade ao processo, até que ninguém mais
8 tenha a contribuir).
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

É um método interessante, no qual, além de evitar que haja


o domínio da discussão por alguém, todos são encorajados
a participar, o que pode ser muito bom para os participantes
que ainda não estão totalmente familiarizados com o
brainstorming convencional. No entanto, pode surgir
alguma ansiedade enquanto os participantes esperam por
sua vez, além do fato de que a criatividade pode ser menos
intensa do que no método convencional, pois, sendo um
processo mais ordenado, não há um clima tão dinâmico,
além do que, com a espera da rodada, algumas ideias
9 podem ser esquecidas (XEROX, 1985).
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

“O brainwriting é uma evolução do brainstorming,


procurando conservar suas vantagens, enquanto reduz
suas desvantagens” (BAXTER, 2003, p.71): o grupo
escreve suas ideias de forma individual até o esgotamento,
sem dividi-las com o resto do grupo. Somente ao ocorrer o
esgotamento de um dos membros, este consulta os papéis
de outro participante. Depois que as ideias foram geradas
no papel, faz-se uma sessão convencional de
brainstorming, buscando-se uma ideia completamente nova
(BAXTER, 2003).
10
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Um modelo parecido é o do denominado “anotações em


papel”. Ele inicia da mesma forma, com cada participante
escrevendo suas ideias individualmente, mas não há a
consulta às ideias de outros: isso ocorre somente no final,
quando os papeis são recolhidos e as ideias escritas em
um quadro visível a todos, e pode servir como etapa inicial
para os métodos de rodada e livre direção, com as
contribuições permanecendo anônimas.

11
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

O método de “informações coletivas” guarda certa


similaridade com os anteriores. Desenvolvido pela Proctor
& Gamble, cada membro recebe um papel com o problema
escrito na parte superior, tendo um prazo (normalmente um
mês) para colocar suas ideias, a uma taxa de pelo menos
uma por dia. Ao fim do período estipulado, as ideias são
reunidas em um único documento e cópias são enviadas
aos participantes ou uma sessão de brainstorming é
organizada para discutir as soluções propostas, buscando
estimular-se o aparecimento de novas ideias e/ou a
12 combinação das existentes (BAXTER, 2003).
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

E como o brainstorming é utilizado no diagrama de causa e


efeito? Ou seja, por que não usar simplesmente o brainstorming,
mas sim usar outra ferramenta que se baseia nele? A resposta a
tal questionamento é que, ainda que mantido o incentivo à
participação, colaboração e criatividade e imaginação, o
diagrama de causa e efeito auxilia a direcionar tais esforços de
forma estruturada e estratificada. A ideia é identificar potenciais
causas de determinado problema; trata-se, portanto de um
processo que faz parte da análise de um problema identificado.
Mas, apesar de identificado, suas causas-raiz são, a princípio,
desconhecidas, sendo necessário um processo investigativo
para identificá-las e atuar sobre elas.
13
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Assim, voltando ao questionamento inicial, o que diferencia


o diagrama de causa e efeito dos demais tipos de
brainstorming? Bem, primeiramente, sendo um diagrama, é
uma representação gráfica e a lógica de tal representação é
que a torna tão especial: ela prevê que as potencias causas
sejam estratificadas e posicionadas em “grupos”. Tais
grupos, ainda que não mandatoriamente, são chamados de
“6 Ms”, em alusão às iniciais de cada grupo: método,
material (ou matéria-prima), mão-de-obra, máquina, medida
(ou medição) e meio ambiente (ou simplesmente “meio”).
14
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Exemplo de diagrama de Ishikawa. A partir do problema (colocado a direita), sao desenhadas


ramificacoes que representam os grupos de causas potenciais do problema. Repare que as
ramificacoes criam um efeito que faz com que o diagrama se pareca com espinhas de peixe.
Por esta razao, o diagrama e tambem conhecido como diagrama espinha de peixe.

15 Fonte: Ramos, Almeida e Araujo (2013, p. 13).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Ou seja, determinado problema pode ser causado pelo método


produtivo (por exemplo, um método inadequado, que não garanta que
os produtos fiquem de acordo com a especificação). A causa pode ser,
também, uma matéria-prima não conforme (por exemplo, com
composição química ou características físicas inapropriadas), ou pode
ter como causa um erro na operação (uma falha da mão de obra).
Pode, também, ter sua origem em uma falha da máquina ou do
equipamento utilizado no processo (ex: folgas excessivas, vibração,
componentes soltos, etc.). É possível, também, que o problema esteja
relacionado ao processo ou a ferramentas de medição, como na falha
de um sensor de leitura, ou mesmo no uso de instrumento inadequado.
Ou ainda, o ambiente pode ser o causador do problema, por exemplo,
por contaminação, temperatura ou umidade inadequada, etc.
16
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

O processo de elaboração do diagrama ocorre


mediante um brainstorming para identificar as
potencias causas do problema, sendo que tais
causas (as ideias que surgem no brainstorming)
são “encaixadas” nos grupos, ou seja, em cada um
dos 6 Ms. As potenciais causas devem ser
indicadas e, mantendo a lógica da representação
gráfica, é importante tê-las de forma facilmente
visualizável, como mostrado na figura a seguir.
17
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)
Exemplo de diagrama de causa e efeito. Nos ramos (ou nas espinhas do peixe), são posicionadas as
potenciais causas-raiz do problema, identificadas no processo de brainstorming. A partir do problema
(colocado à direita), são desenhadas ramificações que representam os grupos de causas potenciais
deste. Repare que as ramificações criam um efeito que faz com que o diagrama se pareça com
espinhas de peixe. Por esta razão, o diagrama é também conhecido como diagrama espinha de peixe.

18 Fonte: Rocha et al. (2014).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Desta forma, ainda que mantida a lógica do brainstorming


de geração de muitas ideias, sem que haja, muitas vezes,
uma ordem, no caso do diagrama de causa e efeito, o
brainstorming é “direcionado” para as ramificações, isto é,
para os 6 Ms. Mas, e se você quiser fazer uma análise em
que os 6 Ms não pareçam adequados, devido a alguns
ramos não serem representativos na situação que é
estudada e/ou alguns temas serem mais relevantes? Em
situações específicas, tais ramos podem ser distintos dos 6
Ms, abordando grupos diferentes, como mostrado nas
19 figuras a seguir.
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Exemplo de diagrama de causa e efeito. Como você pode observar, há quatro


ramos e três deles são comuns aos 6 Ms, porém com nomes distintos:
equipamentos (ao invés de máquinas); procedimentos (ao invés de método) e
pessoal (ao invés de mão de obra). Já o quarto ramo aborda “políticas”.

20 Fonte: Santos (2009, p. 15).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Exemplo de diagrama de Ishikawa utilizado para identificar as


potenciais causas do alto índice de evasão escolar. Repare que, por
conveniência do estudo, há os ramos: estrutura, localização,
infraestrutura, qualidade e violência.

21 Fonte: Ramos, Almeida e Araujo (2013, p. 14).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Repare como, nos exemplos, há “ramos” específicos,


como políticas da empresa, violência, etc. Ou seja, são
situações em que as divisões dos ramos foram
customizadas para um contexto mais adequado de
análise. De acordo com Christo (2017, p. 5), é
necessário “identificar causas secundárias que afetam
as primárias”, o que é feito mediante o desdobramento
dos ramos em sub-ramos, isto é, em causas
secundárias, como mostrado na figura a seguir.
22
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)
Exemplo de diagrama de Ishikawa com o desdobramento das causas primarias em
causas secundarias. Ainda que, hipoteticamente, o desdobramento pudesse continuar
para identificar causas terciárias, isto não e usual, por tornar o diagrama excessivamente
confuso. Nesses casos, e preferível que sejam construídos diagramas separados das
causas primarias/secundarias, como parte do processo de analise do problema.

23 Fonte: Joia et al. (2013, p. 47).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

O desdobramento das causas primárias em


secundárias ocorre pelo fato de que, de uma forma
geral, as causas primárias são generalistas,
eventualmente, não permitindo plena compreensão
do fenômeno e, consequentemente, tornando difícil
o estabelecimento de ações de validação e
desenvolvimento de contramedidas. Dessa forma,
desdobrar as análises e as ideias, procurando
identificar potenciais “causas das causas” é uma
24 boa prática.
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

A lógica de tal desdobramento é semelhante à da


ferramenta denominada “5 porquês” (ou 5 whys,
em inglês), que “consiste em perguntarmos
sucessivamente a razão da ocorrência de um
evento, para que possamos chegar à sua real
causa. A cada etapa (ou seja, a cada pergunta e
resposta), nos aprofundamos na pesquisa sobre o
problema e temos melhor compreensão de sua
dinâmica de ocorrência” (ROCHA, 2019, p. 163).
25
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Como você pode perceber, as ferramentas da


qualidade seguem uma lógica interessante,
baseada no questionamento constante, de forma a
buscar o conhecimento sobre determinado
problema e sua dinâmica de ocorrência a partir da
causa-raiz. Baseiam-se, também, no uso de
modelos gráficos e de visualização, de forma a
tornar fenômenos, ações e relações entre variáveis
mais facilmente perceptíveis (você já ouviu o
26 ditado “uma imagem vale mais que mil palavras”?).
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Diagrama de causa e efeito

Além disso, as ferramentas, apesar de terem usos


específicos, normalmente são utilizadas em
conjunto, com uma ferramentas gerando subsídios
para outra, garantindo um percurso robusto em
direção à manutenção e melhoria contínua da
qualidade. Vamos ver mais uma dessas
ferramentas: o histograma.

27
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

O histograma – também conhecido como diagrama de


frequências ou de distribuição de frequências – é mais uma
ferramenta que tem forte apelo visual: por meio dele é possível
visualizar fenômenos que não seriam perceptíveis mediante a
observação de dados em uma lista ou tabela.
Na verdade, a lógica do histograma é muito interessante:
propositalmente perde-se parte da precisão dos dados para que,
em contrapartida, seja possível ter uma visão do “todo”. Você
acha isso estranho e mesmo contraditório? É o mesmo recurso
utilizado quando, por exemplo, nos afastamos de uma árvore,
para podermos identificar se ela está sozinha ou se faz parte de
28 uma floresta. Ou seja, conseguirmos ter uma visão mais ampla.
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Que fenômenos podem ser visualizados com o histograma?


“Sua utilização permite a demonstração das variações
ocorridas nos dados de determinados intervalos,
apresentando a tendência central, grau de dispersão e
formato de uma distribuição estatística” (LOZADA, 2017, p.
31). Isso é feito mediante a construção de um gráfico de
barras em que a altura das colunas representa a frequência
absoluta ou relativa das ocorrências dos eventos em
diferentes classes de intervalos de medidas, como
exemplificado na figura a seguir.
29
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Exemplo de um histograma. Nele, há cinco classes de medidas, como pode ser visto no
eixo das abscissas (0 a 10; 10 a 20, etc.). As ordenadas, por sua vez, mostram a
frequência de ocorrências. Por exemplo, duas ocorrências na primeira classe, quatro na
segunda, etc.

30 Fonte: Ramos, Almeida e Araujo (2013, p. 32).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

o que caracteriza a distribuição da curva normal,


também conhecida como distribuição gaussiana,
que “aparece em inúmeros fenômenos físicos
básicos” (MONTGOMERY; RUNGER, 2009, p. 74).
A semelhança entre a disposição das barras e a
curva normal pode ser observada na figura a
seguir.

31
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Exemplo de um histograma com a sobreposição de uma curva normal. Repare que, ainda
que o encaixe não seja perfeito, o formato da curva é bem evidente quando consideradas
as alturas das barras. Além disso, a distribuição é basicamente simétrica e decresce com
o afastamento dos valores centrais.

32 Fonte: Adaptado de Lopes et al. (2014, p. 17).


Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Como cita Christo (2017, p. 12), o histograma


simétrico tem o formato de “sino”, com o valor
médio localizado em seu centro e “O processo
geralmente está sob controle, somente causas
comuns estão presentes”. Mas se esse é o padrão
esperado em um histograma, que tipo de
distribuições você imagina que poderiam ser
encontradas, que indicariam algum problema
potencial? Santos (2009, p. 30) mostra algumas
33 possibilidades:
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Histograma bi ou multimodal: Representa


processos diferentes (ou a populações diferentes),
cujas amostras estão misturadas. A solução é
separar as populações e refazer a análise.

34
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Dispersão exagerada: A variância é muito grande


(boca do sino muito aberta). A solução é verificar e
eliminar as causas de dispersão.

35
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Truncamento (à esquerda ou à direita): Existe a presença


de fatores não estatísticos que “truncam” a normalidade de
distribuição. Tais fatores são normalmente devido a
equipamento (por exemplo, uma balança que “agarra”).

36
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Christo (2017, p. 13-15) apresenta outras possibilidades:


Histograma assimétrico: Valor médio localizado fora do
centro, a frequência diminui gradativamente de um dos
lados e de forma abrupta do outro. Ocorre quando a
variável possui apenas um limite de especificação.

37
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Histograma despenhadeiro: Valor médio localizado fora do


centro, a frequência diminui de forma abrupta em um dos
lados ou nos dois. Ocorre quando o processo não atende
às especificações.

38
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Histograma ilhas isoladas: Trata-se de um caso extremo de


histograma bimodal. Dados provenientes de distribuição diferente
da distribuição da maior parte dos dados, podendo ocorrer
quando existe alguma irregularidade no processo ou pode estar
associado a erros de medida e registro de dados.

39
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Histograma achatado (platô): Todas as classes possuem


aproximadamente a mesma frequência (exceto as da
extremidade). Ocorre com duas distribuições com médias não
muito diferentes.

40
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Dentro dos limites de


especificação;

• Atende com folga a


faixa de especificação;

• Média localizada no
centro da faixa de
especificação;

• Variabilidade aceitável.
41
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Dentro dos limites de


especificação;

• Não atende com folga a


faixa de especificação;

• Variabilidade elevada
(adotar medidas para
diminuir a variabilidade);

• Média localizada no centro


42 da faixa de especificação.
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Não atende aos limites de


especificação (média deslocada);

• Variabilidade aceitável;

• Media deslocada para a


esquerda (adotar medidas para
deslocar a média para o valor
nominal (Ponto central).

43
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Não atende aos limites de


especificação (variabilidade);

• Variabilidade elevada (adotar


medidas para diminuir a
variabilidade);

• Média localizada no centro da


faixa de

44
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Não atende aos limites de


especificação (variabilidade e
média deslocada);

• Variabilidade elevada (adotar


medidas para diminuir a
variabilidade);

• Média deslocada do centro da


faixa de especificação (adotar
medidas).
45
Fonte:. CHRISTO, E. S.; Notas de aulas da disciplina Controle de
Qualidade, 2022., primeiro semestre. Aula 5

Histograma

• Não atende aos limites de


especificação (variabilidade e
média deslocada);

• Variabilidade elevada (adotar


medidas para diminuir a
variabilidade);

• Média deslocada do centro da


faixa de especificação (adotar
medidas).
46
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

Perceba, então, que a análise do histograma é


feita visualmente. Isso significa que basta criar um
gráfico e conseguiremos fazer tal tipo de análise?

Na verdade, não: para que tal análise possa ser


feita de forma adequada, é necessário que o
histograma seja construído corretamente, pois
erros na construção podem levar a interpretações
errôneas do gráfico.
47
Fonte:. ROCHA, H. M.; Controle Estatístico de Qualidade. Volume
único / Rio de Janeiro :Fundação Cecierj, 2019. Aula 4 (p. 117)

Histograma

A construção dos histogramas deve seguir os seguintes


passos (SANTOS, 2009; CHRISTO, 2017; LOZADA, 2017):
1. coletar os dados pertinentes, os quais são identificados
por meio de estratificação e alguma forma de folha de
verificação;
2. identificar a quantidade de dados (n); 3. identificar o
maior valor (M) e o menor (m) dentre os dados coletados;
4. calcular a amplitude total (R), sendo R = M – m;
5. estabelecer a quantidade de classes (k). Para tanto, há
diversas alternativas presentes na literatura (SANTOS,
48 2009; LANE et al.; CHRISTO, 2017; LOZADA, 2017):

Você também pode gostar