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A análise de conteúdo é uma técnica muito usada para entender melhor o que as
pessoas falam em entrevistas ou o que é observado em pesquisas, especialmente quando
estamos falando de temas como Cultura Maker, Sala Maker e Educação Maker. Esta técnica
ajuda a organizar e interpretar os dados de uma forma sistemática, ou seja, seguindo passos
fixos e claros, para que possamos entender não apenas o que foi dito, mas também o que está
por trás das palavras (Silva e Fossá, 2013; Bardin, 2011).
Historicamente, essa técnica começou focada mais em números e contagens, mas com
o tempo, passou a olhar mais para os significados e contextos das conversas (Bauer &
Gaskell, 2008). Isso significa que, ao invés de apenas contar quantas vezes uma palavra
aparece, a análise de conteúdo moderna também tenta entender o que essa repetição significa
dentro do contexto específico da nossa pesquisa sobre educação Maker no ensino da
matemática.
Neste estudo, usamos a análise de conteúdo para explorar como professores e
educadores veem e aplicam os conceitos de Cultura Maker em suas salas de aula. Queremos
ir além dos dados básicos para alcançar uma compreensão mais profunda das atitudes,
crenças e práticas ligadas à educação Maker (Cavalcante, Calixto e Pinheiro, 2014).
Campos (2004) fala que nosso trabalho com análise de conteúdo fica entre entender as
palavras em si e interpretar seu significado mais profundo. Isso nos ajuda a não só focar nos
aspectos formais do que é dito (como a estrutura das frases ou a escolha das palavras), mas
também a entender o verdadeiro significado por trás das palavras.
A ideia é que, ao usar essa técnica, possamos revelar insights que não são
imediatamente óbvios, olhando além do que é dito diretamente e entendendo as subcamadas
de significado (Bardin, 2011). Isso é especialmente importante em um campo como o da
educação Maker, que é novo e cheio de jargões e conceitos que podem não ser bem
compreendidos por todos.
Nesta pesquisa, tentamos entender não apenas o que os educadores dizem sobre a
Cultura Maker, mas também o que realmente pensam e sentem sobre ela. Queremos capturar
a essência de suas experiências e percepções para entender como a Cultura Maker pode
influenciar positivamente a educação e o aprendizado dos alunos para a aprendizagem da
matemática.
Categoria 1 - Cultura Compreender os 1) Você sabe o quê é Cultura Maker, Sala Maker e Educação Maker?
Maker, Sala Maker e conceitos e
Educação Maker: elementos 2) Para você o quê seria Cultura Maker?
conceitos atrelados a
Cultura Maker, 3) Quais elementos ou características da Cultura Maker você destacaria?
Sala Maker e
Educação Maker 4) Para você o quê seria Sala Maker?
para os docentes
5) Quais aspectos e/ou características da Sala Maker você considera essenciais
para apoiar o aprendizado dos alunos?
Categoria 2 - Ensino da Entender como a 8) Para você as perspectivas que envolvem o Maker, como Cultura Maker,
Matemática e a Cultura Cultura Maker Educação Maker e Sala Maker podem se relacionar com o ensino da
Maker está sendo matemática?
integrada as
atividades 9) Você recebeu alguma capacitação da Secretaria Estadual de Educação
pedagógicas no para incorporar o Maker no ensino da Matemática? Se sim, como foi essa
Ensino da capacitação?
Matemática
10) Você poderia me contar como integra o Maker na sua sala de aula?
12) Quais ferramentas, recursos e/ou materiais você utiliza para integrar o
Maker no ensino da matemática? Como você os seleciona?
Categoria 3 – Compreender o 17) Como você planeja suas aulas de Matemática para integrar elementos da
Planejamento e processo de Cultura Maker?
Avaliação planejamento
docente e critérios 18) Quais são os desafios que você enfrenta ao planejar atividades que
de avaliação combinam Cultura Maker e ensino de Matemática?
discentes na
integração entre o 19) Como você avalia o aprendizado dos alunos em atividades que envolvem a
Maker e a Cultura Maker e Matemática?
Educação
Matemática
Essa é a fala do entrevistado denominado P1:
P1: “Não; (A palavra maker me remete a um marco de outro tipo de situação). Eu não
sei o que significa não; Não; Não sei se eu já trabalhei com isso, chamando esse nome que eu
nunca ouvi esse nome culturalmente. Comecei a ouvir agora há pouco tempo, mas nunca tive
a curiosidade de saber. (Já ouvi falar em sala maker); (Ouvi algumas coisas em relação ao
que é realizado a tecnologia), mas eu não sei como é formado uma sala maker. Na verdade,
é parecido com o laboratório de informática, que a gente já conhece ou é algo muito além
disso, não é; Mais ou menos, então eu acho, não tenho certeza de que a cultura Maker seria;
(O uso da nova tecnologia, né, do quer dizer, tem hoje mais). É, é; (Inovador, né, pra?);
Porque os alunos vêm a conhecer; Não? Que a gente tem. Eu fui agora um pouco tempo
numa feira que teve de inovação lá no centro do Rio e parecia que eu estava em outro mundo,
que é um apalavrado, uma forma de arte completamente diferente daquela que a gente está
acostumada. Mas os jovens conhecem, os conhecem aquelas palavras, né? Aí a maioria são
termos em inglês, não é voltado para a turma e na inovação, até que há o nome da feira era
inovação; (É uma coisa também chamando inglês, mas assim é tecnologia de ponta); É
muito; (Esqueci o nome, inteligência artificial, muita coisa em que eu, nesse mundo,
mundo também da internet). Em relação a logs, conteúdo específico para a internet, e eu
acredito que isso não é que a gente teve na exposição; (É algo que deveria estar assim a
frente muito na, né? Dentro desse não laboratório de informática, mas seria nesse
espaço maker? né, vem daí, né?) eu cheguei lá completamente, ou nossa, que deslumbrada,
porque eu não conhecia muitas coisas lá, mas eu acho que esses ensinamentos deveriam vir
dentro de determinada cultura maker; (Dentro desse espaço maker, meio que aprender
sobre isso não é se esse mundo, né? A virtual que está aí, nos acompanha); (Essa, essa
composição para poder você aprender lidar com essas novas tecnologias que estão
surgindo, né? Nessas novas ferramentas que estão que a gente tem e, aliás, tinha muita
coisa na inovação, tinha robô 3D); (É de manutena impressora 3D, que era, sei lá); Isso,
lá havia uma impressora de um metro e meio; Sério, era um luxo; E aí ela conseguiu fazer
peças também grandes em pouco tempo. Mas como é que você vai aprender a lidar com isso
se você não tiver uma linguagem de informação, se você não tiver saber mais sobre isso, eu
acho que esse aí seria o ponto inicial, né? (De partida da sala maker, né?) Você aprendeu o
básico, né? Como você aprende o básico de matemática, você aprende o básico em português,
né? E depois você; O seu conhecimento, né? Vai; Vai se enriquecendo, né? Depois é um a
sala maker. Deveria ser esse, né? Um alvo, eu acho, não um ABC; É que depois a pessoa
poderá se interessar e buscar mais; O que você trouxe?; (A tecnologia ela tem, vamos falar,
é uma faca de domingo, uma arma que se pode usar tanto para o bem quanto mal); E aí
você é. Você tem muitas coisas que você consegue ganhar; Ganhar tempo, mas também
assim, se você pode se perder em relação a isso, jogos muitos jogos são educativos; Não é.
Você aprende muito. Nesse jogo eu tive tipo, só que a gente tinha de Tabuleiro. A gente tem
isso e em forma muito mais; Um óculos especial não é você vai lá e; Acho que também tem
muita coisa violenta, muita coisa, uma geração que não está preparada para isso; Sempre que
né, tem que."
conceitos de Cultura Maker, Sala Maker e Educação Maker, mencionando não conhecer bem
o significado desses termos e indicando que começou a ouvir sobre eles recentemente sem
buscar ativamente mais informações. Apesar dessa falta de conhecimento inicial, P1 associa a
Cultura Maker com o uso de novas tecnologias e uma forma de educação inovadora. Relata
uma experiência em uma feira de inovação que o fez perceber que existe um mundo de
tradicional, mas sugere que ela vai além, oferecendo uma experiência mais rica e prática.
Menciona a importância de ter ferramentas e tecnologias atuais, como impressoras 3D, para
apoiar o aprendizado prático, entendendo a Sala Maker como um espaço onde os alunos
podem interagir diretamente com a tecnologia e aprender fazendo, o que considera essencial
importância da aplicação prática no aprendizado. Indica que os alunos devem ser capazes de
usar o conhecimento em projetos concretos e acredita que a Educação Maker deve permitir
importância dos conceitos de Cultura Maker, Sala Maker e Educação Maker no contexto
conhecimento, para implementar efetivamente esses conceitos na educação. Isso reflete uma
termos específicos, como Cultura Maker, Educação Maker e Sala Maker. Contudo, ele
educacionais inovadores, refletindo sobre uma experiência em uma feira de inovação que
Cultura Maker no ensino da matemática, ele reconhece o potencial para tornar o aprendizado
Quanto à integração prática do Maker em sua sala de aula, P1 parece perceber a Sala
de alta qualidade. Ele vê o espaço Maker como um local para aplicação direta e prática do
conhecimento matemático, embora admita que sua experiência direta pode ser limitada.
para aproveitar eficazmente as novas tecnologias. Ele sugere que, apesar dos obstáculos, os
paciência, do estudo contínuo e da disposição para explorar novos métodos de ensino. Ele
futuros. Esta análise reflete uma compreensão emergente e uma valorização das metodologias
alunos.
matemáticos. Esta análise revela insights cruciais sobre como os elementos da Cultura Maker
adaptável, que transcende os métodos tradicionais de ensino. P1 pode não ter detalhado
recursos e infraestrutura, ele vê valor em projetos práticos que permitem aos alunos aplicar
aprendizado em um ambiente Maker. Ele pode destacar a transição para formas de avaliação
no contexto Maker deve ser formativa, contínua e reflexiva, permitindo ajustes constantes no
profissional contínuo. No entanto, ele reconhece que superar esses desafios é essencial para
Por fim, a análise da Categoria 3 baseada nas respostas de P1 sugere que, embora ele
esteja no início de sua jornada de integração da Cultura Maker no ensino da matemática, ele
aplicável.
Referências